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FATEFINA - Curso de teologia - Estudo teológico sobre o novo testamento 156

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Convenio FENIPE e FATEFINA Promoção dos 300.000 Cursos Grátis 
Pelo Sistema de Ensino a Distancia – SED
CNPJ º 21.221.528/0001-60
Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 333 do Livro A-l das Fls. 
173/173 vº, Fundada em 01 de Janeiro de 1980, Registrada em 27 de 
Outubro de 1984
Presidente Nacional Reverendo Pr. Gilson Aristeu de Oliveira
Coordenador Geral Pr. Antony Steff Gilson de Oliveira 
APOSTILA Nº. 29/300.000 MIL CURSOS GRATIS EM 156 PAGINAS. 
Apostila (29)
Novo Testamento
Estudo Teológico Sobre o Novo Testamento Dividido em XXXI Parte apostila 
com 160 paginas "... O ANO ACEITÁVEL DO SENHOR"
"... O ANO ACEITÁVEL DO SENHOR”
Parte I
 Então, pelo poder do Espirito, voltou Jesus para a Galiléia, e sua fama correu por 
todas as regiões circunvizinhas. Ele ensinava nas suas sinagogas, e por todos era 
louvado. Chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou, num dia de sábado, na 
sinagoga, segundo os eu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe dado o livro do 
profeta Isaías. Ao abrir o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espirito do 
Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-
me para apregoar liberdade aos cativos, dar vistas aos cegos, por em liberdade os 
oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor. Fechando o livro, devolveu-o ao 
assistente, e assentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. 
Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos."
(Lc 4.14-21). 
Começa no versículo quatorze uma das extraordinárias narrativas de todo o 
evangelho. Jesus está no culto da sinagoga, onde lê Isaías 61.1,2 (acrescido de 
58.6). Com essa narrativa, única nos Evangelhos, enquanto Mateus e Marcos 
dizem que Jesus anuncia o reino, Lucas mostra que o reino é a Sua realidade, é o 
Messias, o Cristo, o Ungido de Deus.
UMA ANÁLISE BREVE
Diferentes critérios podem ser utilizados passar estudar este trecho. Pode 
acontecer que alguém tenha uma veia literária, e através dela veja apenas o 
aspecto poético de Isaías 61. Observe-se o paralelismo entre os termos 
apresentados, entre os versos, por exemplo:
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 1
"Porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres", e "Restauração 
de vista aos cegos".
Porque, praticamente, é a mesma coisa que está sendo dita. Quando diz: 
"enviou-me para proclamar libertação aos cativos", isso é paralelo a "para 
por em liberdade os oprimidos". 
É a mesma idéia, portanto. E todo esse paralelismo, encontra o seu ponto 
culminante na expressão final: "para proclamar o ano aceitável do Senhor", 
que é o objeto da nossa reflexão.
Pode ser que alguém deixe de lado o aspecto literário, mas queira destacar o 
apelo político do que Jesus afirmou, o que, aliás, tem sido bastante 
explorado. Busca-se ver o lado político de expressões tão fortes como, 
"anunciar boas novas aos pobres", "libertação aos cativos", "restauração de 
vista aos cegos", "por em liberdade os oprimidos". O apelo político é muito 
do agrado dos radicais de plantão.
Desejamos, porém, ver a extraordinária lição de apostolado que se encontra 
no que Jesus Cristo disse, aplicando a Si mesmo. Enfocamos o 
embasamento de um ministério que é repassado à Igreja de Jesus Cristo. 
Queremos analisar a missão quer nos foi entregue pelo Senhor, porque vejo 
que tudo começa com a unção, visto que nenhum empreendimento em nome 
de Jesus Cristo subsiste sem a unção do Espírito Santo; nenhuma empresa 
em nome do evangelho, nenhuma campanha, nada, movimento algum pode 
subsistir em nome de Jesus Cristo se não tiver a unção do Espirito Santo 
sobre si. Por essa razão, Jesus leu: "O Espirito do Senhor está sobre mim", 
e daí em diante Ele explica para quê. 
Pedro num culto de proclamação do evangelho, na casa de um militar, um 
oficial do exército romano, refere-se ao ministério de Jesus Cristo, e afirma: 
"Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o 
qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque 
Deus era com ele." (At 10:38), o que vai nos conduzir às expressões que 
definem a plataforma que vai ser seguida por Jesus Cristo, o Seu programa. 
"O Espirito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar 
aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos 
cegos, por em liberdade os oprimidos." (Lc 4.18). 
PROFUNDA CARGA EMOCIONAL
"Pobres". falar de pobreza é uma carga emocional fortíssima. O jornal A 
Tarde (de Salvador) vem falando sobre a fome e a desnutrição no estado da 
Bahia. Falar de pobreza traz para nós sentimentos tremendamente 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 2
emocionais; 
"Cativos". Falar de prisão é a mesma coisa. É pesado, é triste, traz mágoa.
"Opressão". Há opressão demoníaca neste mundo. O crente é oprimido, mas 
não possuído.
Jesus fala de cegueira, e lê essas palavras em Isaías 61, capítulo 
considerado como o cerne da mensagem desse profeta. Jesus se identifica 
com o fato profético descrito, e demonstra ser Ele mesmo as boas novas; o 
profeta escatológico, o proclamador do evangelho; demonstra ser Aquele 
que traz libertação para os oprimidos, função eminentemente messiânica. 
Para os pobres, para os cativos, para os cegos, e para os oprimidos que são, 
não apenas os desafortunados deste mundo, mas todos os que têm 
necessidade especial de dependência de Deus (Lc 1.53; 6.20). Ou na 
expressão do comentarista de Lucas da 
Bíblia do Intérprete,
"o cativeiro a que Jesus se refere (Lc 4.18, 19) é evidentemente moral e 
espiritual. O pensamento não se move no plano de abrir portas físicas, para 
que os presos saiam], mas livrar os homens da invisível, porém 
terrivelmente real prisão de suas almas". 
Na verdade essas palavras de tão forte carga emocional descrevem a 
falência espiritual à qual Jesus dá especial atenção.
E no verso 19: "e para proclamar o ano aceitável do Senhor". Esse ano a ser 
proclamado é a era messiânica iniciada nele mesmo, na pessoa e na obra de 
Cristo.
No verso 21, verificamos: "Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta 
Escritura em vossos ouvidos". Os contemporâneos de Jesus não duvidavam 
que o reino de Deus viria algum dia. Todos criam no reino de Deus. Mas 
Jesus está ensinando que Deus está agindo agora, naquele mesmo 
momento, no presente, na obra dEle mesmo. E, assim, Ele se torna o centro 
da História, e até a História, porque a partir dEle ela passou a ser antes de 
Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C.). O propósito de Deus é tudo colocar 
sob a autoridade de Jesus Cristo. 
E aqui O temos Senhor da História, agora com a vinda do reino, exaltado, 
glorificado nos termos de Mateus 28, final do verso 18 que diz: "foi-me dado 
todo o poder no céu e na terra". E porque recebemos a graça da libertação, 
podemos encontrar esta expressão do apóstolo Paulo: "Seja Paulo, seja 
Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, 
seja o futuro, tudo é vosso" (1 Co 3.22), autoridade que nos é passada por 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 3
Jesus Cristo.
AS LIÇÕES 
O ser humano vive preocupado com o seu salário, com a inflação que parece 
querer voltar; com os aumentos das passagens dos ônibus (verdade que 
agora mais espacejados), o avanço e engodo das seitas, com o 
desenvolvimento do país, com a paz mundial. Pois Jesus traz uma nova 
compreensão da vida humana, por isso que, plenamente de acordo com sua 
plataforma de ação, é o portador da obra redentora de Deus, e oferece Sua 
palavra e Suas ações como desafio à nossa própria fé. 
Muitos contemporâneos de Jesus criam que o reino de Deus era só comida e 
bebida (Rm 14.12), ou libertação política (Mt 27.39-44; Jo 6.14ss; At 1.6); ou, 
ainda, poder temporal (Lc 22.24-30; Mt 20.20). Até os discípulos caíram nesse 
erro?! Mas Jesus diz que o reino de Deus já veio em Sua pessoa e dá prova 
disso (Mt 4.17; 11.1-6; 12.28; Lc 17.20ss). Pois a fraqueza de algumaspregações está na idéia de que o reino de Cristo ainda virá (pregação do 
premilenismo e dos posmilenismo ). Não é isso o que Jesus Cristo nos 
ensina, e permitam-me voltar a Lucas 17.20,21 : "Interrogado pelos fariseus 
sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus 
não vem com aparência visível. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque o 
reino de Deus está dentro de vós." (Mt 12.28; 3.2). É o reino inaugurado, 
apesar de que será plenamente cumprido na Parousia, na Segunda Vinda (Lc 
22.18). É aquilo que C. H. Dodd chamou de "escatologia realizada", as coisas 
dos últimos dias já estão acontecendo e aconteceram na Pessoa de Jesus 
Cristo.
Quais são as lições que tiramos desses fatos? A primeira é que Jesus Cristo 
é o cumprimento das antigas profecias. Apesar de Suas palavras fazerem 
nascer opiniões diferentes ou de admiração (Lc 4.22), ou de repulsa (v. 28), 
Jesus cumpre as profecias! Apesar se quererem os Seus contemporâneos 
os sinais do shalom que Ele traz (v. 23), Jesus Cristo traz a salvação integral, 
o verdadeiro shalom, a paz. O apóstolo Paulo diz que "Ele é a nossa paz" (Ef 
2.14).
A segunda lição é que o reino de Deus é Jesus Cristo entre nós, é o 
Emanuel. Emanuel é toda uma expressão hebraica, que significa "Deus entre 
nós", "Deus no nosso meio", "Deus habitando no nosso meio", "Deus 
conosco". Não é libertação para o futuro, para os últimos dias, mas Jesus é 
hoje a boa notícia, a graça , a redenção dos homens. Jesus glorificado, 
Jesus Salvador, Jesus senhor, Jesus, o Cristo, é poder renovador sobre a 
terra, é salvação para a pessoa humana individual, razão porque o livro dos 
Atos dos Apóstolos repete até o fim que a verdade está em Cristo Jesus, e 
mostra o modelo da "Plataforma de Nazaré" na defesa/sermão de Paulo 
quando fala ao rei Agripa em Atos 26.17,18 : 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 4
"Eu te livrarei deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes 
abrir os olhos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus, 
a fim de que recebam remissão dos pecados e herança entre aqueles que 
são santificados pela fé em mim". Tocado por isso, Agripa diz a Paulo, "Ora, 
Paulo quase que eu viro cristão" (v. 28 BLH), 
e esse foi o seu grande erro, perto do reino, mas sem salvação: "Quase 
aceito o evangelho". O erro de muita gente é um "quase".
A terceira lição a destacar é que a missão da Igreja é dada por Deus. "A 
missão de Cristo [é] padrão e modelo para missão de sua igreja", diz Grellert 
em Os Compromissos da Missão. 
"Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim como o pai me 
enviou, eu vos envio." (Jo 20.21). Isso quer dizer que para igrejas que têm 
como modelo a missão de Jesus, há necessidade de vidas modeladas pelo 
mesmo Jesus. E assim disse João em sua Primeira Carta: "aquele que diz 
que está nele, também deve andar como ele andou" (1 Jo 2.6). 
"Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Mas 
nós temos a mente de Cristo" (1 Co 2.16); 
"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, 
que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas 
a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante 
aos homens. E, achando na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, 
sendo obediente até a morte, e morte de cruz." (Fp 2.5-8); 
"Pois os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conforme 
a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos 
irmãos" (Rm 8.29). 
Assim, temos que moldar a nossa vida pela de Jesus Cristo. Então, se como 
nós afirmamos, Missões é o nosso braço para alcançar este mundo para o 
Senhor. Temos o fato de que o Deus vivo é um Deus que envia. Os povos 
pagãos, vizinhos de Israel, não tinham deuses que enviavam a qualquer 
lugar pessoas com uma mensagem. Mas o nosso Deus é um Deus que envia: 
Ele enviou Seu Filho ao mundo, diz a Bíblia; enviou os apóstolos; Jesus 
Cristo enviou os setenta; e envia a Igreja; ele mesmo manda o Espírito Santo 
à Igreja para a unção, e a nossos corações, por isso Ele nos envia, também 
ao mundo perdido. "Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim 
como o pai me enviou, eu vos envio." (Jo 20.21) , "Assim como tu me 
enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo." (Jo 17.18).
E aí vem, a quarta lição: é preciso redescobrir a importância da escatologia, 
que é o ponto de contato entre a teologia (aquilo que nós cremos), e a 
missão (aquilo que nós fazemos). É preciso centralizar tudo na escatologia, 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 5
porque do ponto de vista da teologia, se não tivermos uma dimensão de 
futuro, o evangelho deixa de ser evangelho e se torna ética: um clube ético, 
e só. Se não olharmos para a Segunda Vinda de Cristo, teremos um grupo de 
idealistas que toda manhã de domingo vem para cantar, orar, e pronto, 
idealismo apenas e nada mais. 
Agora do ponto de vista de Missões, a escatologia é a sua razão. O Povo de 
Deus não pode ter crise de identidade, pois sabe quem Deus é, e sabe que é 
o povo desse Deus maravilhoso, Vivo e Verdadeiro! É povo que sabe o que 
faz! E sabe para que vive, porque a identidade da igreja como povo de Deus 
é uma identidade missionária!
Além disso, o povo de Deus não pode perder a memória. Quanta gente 
desmemoriada lá fora! De vez em quando é dito que "O Brasil está perdendo 
a memória, destruindo os seus monumentos, e seu passado". A nossa 
memória é o Novo Testamento, é a Escritura Sagrada! A nossa memória são 
as ações apostólicas, o que eles fizeram no passado! A nossa memória são 
os atos da Igreja Primitiva; como agia, assim queremos agora! O Povo de 
Deus há de estar padrões acima do mundo. Que história é essa de 
querermos nos igualar ao mundo?! E damos um exemplo: se o mundo vem à 
Igreja e ouve sua própria música aqui sendo tocada, onde está o fermento 
levedando a massa? Se nos colocamos no mesmo pé de igualdade, ou até 
abaixo, como vamos elevar os padrões do mundo? Mas Jesus, o Cristo de 
Deus, é decisivo e normativo para os assuntos de fé e prática.
Afunilando o assunto um pouco mais, isso vai trazer mais uma lição: é a de 
que ninguém pode obedecer às ordens de "ir" ou de "servir" se não tiver 
amor. Porque a obra de expansão do reino de Deus não pode ser realizada 
com carência de amor. Aí Jesus perguntou a Pedro: "Simão, filho de João, 
[verdadeiramente] tu me amas?" (Jo 21.16). E Jesus perguntou tantas vezes 
porque Pedro nunca respondia "[verdadeiramente] eu te amo", mas tão 
somente "eu te amo, eu tenho significativa amizade por ti". Que significa 
isso hoje? Sem dúvida, temos três passos no compromisso nosso com 
Cristo. Quando Jesus nos pergunta, "Fulano, você verdadeiramente me 
ama?", temos um convite à autoconsciência. Você tem que tomar 
consciência de quem é diante de Deus, e deste mundo também. Você 
representa as mãos de Deus, os pés de Deus e os olhos de Deus; você é um 
instrumento de Deus, um agente do reino de Deus. A segunda coisa é que 
você tem um convite à consciência da Pessoa de Jesus Cristo que é o 
Senhor do nosso futuro, é o Messias de Deus, é o ungido do Pai, é o Filho de 
Deus, é o Senhor de nossas almas, é o Salvador de nossas vidas. Você tem, 
igualmente, um compromisso. Há um hino que diz, 
"Eis-me submisso pra teu serviço". 
Bonito, não é? Porém, há crentes que parecem que cantam assim: 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 6
"Eis-me sumiço...", 
quer dizer, "caio fora, desapareço, não quero compromisso com a Igreja de 
Cristo". Mas temos um convite ao compromisso com a Igreja de Cristo. Um 
convite ao compromisso é o que precisa acontecer conosco, nos termos de 
Romanos 5.8: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo 
morreu pôr nós, sendo nós ainda pecadores". Que o Senhor nos ajude 
nesses compromissos!
Parte II
PARA UMA ALMA RELIGIOSA, CURIOSA E CONFUSA 
 "Se alguém não tiver sabedoriasuficiente, peça-a a Deus, que a dá a todos de 
graça sem humilhar ninguém" (Carta de São Tiago, 1.5, Tradução 
Interconfessional dos Franciscanos Capuchinhos)
Estas perguntas, nós as recebemos para que déssemos uma resposta pastoral 
dentro da Palavra de Deus. Foram devidamente encaminhadas tanto ao anônimo 
consulente quanto ao portal evangélico que no-las enviou. Um amigo leu as 
respostas dadas, e sugeriu-nos dar publicidade para ajudar outros espíritos 
religiosos, curiosos porém confusos, assim como, nossos irmãos em Jesus Cristo. 
O nível é apologético.
"Meus caros irmãos das Igreja Evangélicas, eu sou da Igreja Católica e gostaria 
muito que vocês me respondessem a estas perguntas":
PERGUNTA # 1
"Já que a Igreja Batista, Adventista, Pentecostal, Messiânica, Presbiteriana, 
Quadrangular, Deus é Amor, Universal do Reino de Deus, etc... não têm 
imagem de nenhum "demônio" como na Igreja Católica, e se vocês adoram a 
Jesus Cristo, por que vocês então não se unem e formam uma única Igreja 
de Cristo?"
NOSSA RESPOSTA:
Na realidade, caro consulente, só existe uma Igreja de Jesus Cristo. Ela é 
formada por todos os salvos, de todos os tempos, de todos os quadrantes 
da Terra, de todas as línguas, de todas as raças, de todas as condições 
sociais, e não é conhecida por qualquer nome de Igreja particular, Grupo ou 
Denominação. É um Corpo que reúne todos os que foram alcançados pela 
Graça(1) de Deus, unido este Corpo pela fé a Jesus Cristo, o Filho de Deus, e 
sem nenhuma cor sectária. A Igreja de Cristo não é qualquer organização 
terrena, visível seja do movimento Ortodoxo em suas diversas formas 
(Grego, Russo, Ucraniano, Igrejas Orientais, etc.), dos diversos 
agrupamentos Católico-Romanos ou de quaisquer grupos Protestantes e 
outros Evangélicos (2).
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 7
Outrossim, não nos parece que qualquer grupo evangélico, para-evangélico 
ou presumido-evangélico tenha acusado as imagens e outros ícones 
presentes nos templos, capelas e lares católico-romanos de "demônios". 
Reconhecemos, sim a absoluta falta de ensino bíblico com respeito à 
veneração ou culto (mesmo que o seja de dulia ou hiperdulia, visto que na 
teologia romana a latria só é devida ao Criador), razão porque o culto 
anicônico das igrejas evangélicos é realizado nos moldes do ensino 
neotestamentário: "em espírito e verdade" e "racional"(3).
A propósito, vamos desfazer um engano: a assim chamada Igreja Messiânica 
Mundial do Brasil não é uma igreja evangélica. É um movimento não-cristão 
de origem japonesa, que não tem a Bíblia Sagrada como seu livro de fé. 
Portanto, convém não mais relacioná-la com as Igrejas denominadas 
protestantes nem com as evangélicas.
--------------------------------------------------------------------------------
PERGUNTA # 2
"Já que vocês dizem que as imagens que estão na Igreja Católica são 
demônios ou ídolos, dêem-me a prova de que elas realmente o são". 
NOSSA RESPOSTA 
Pena que sua afirmação está certa somente em parte. Não conhecemos 
qualquer afirmação entre os evangélicos de serem as imagens dos templos 
católicos "demônios". No entanto, quem as coloca na categoria de "ídolos" é 
a própria edição católico-romana da Bíblia Sagrada num livro considerado 
deuterocanônico (nós o chamamos "apócrifo") e que não se encontra no 
Cânon Original, que é o Palestino (escritos os livros em hebraico e 
aramaico), e conseqüentemente, também não no Cânon 
Protestante/Evangélico. Trata-se do livro de Sabedoria, do qual 
transcrevemos uma parte e indicamos outras. Foi utilizada para essa 
transcrição a edição da Bíblia Sagrada, traduzida pelo Pe. Matos Soares (4). 
Diz o capítulo 13.11ss:
Eis que um artista hábil corta do bosque um tronco direito, e destramente 
lhe tira toda a casca,e, valendo-se da sua arte, faz com esmero uma peça útil 
para uso da vida(5), e os restos daquela obra emprega-os para cozinhar a 
comida(6). E, quanto ao resto de tudo isto, que para nenhum uso é útil, por 
ser um madeiro torto e cheio de nós, vai-o esculpindo cuidadosamente nas 
horas livres, e, pela perícia de sua arte dá-lhe uma figura, e configura-o à 
semelhança de um homem,...
Depois prepara-lhe um nicho conveniente, pondo-o numa parede, e 
segurando-o com algum ferro, usando com ele desta precaução, para que 
não caia, reconhecendo que não pode ajudar-se a si mesmo, porque é uma 
estátua e tem necessidade de auxílio. E, fazendo-lhe votos, consulta-o a 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 8
respeito dos seus bens, e dos seus filhos, ou de um casamento.
Não se envergonha de falar com aquele madeiro, que está sem alma; e roga 
pela saúde a um inválido, e pede a vida a um morto, e invoca em seu socorro 
um inútil; e, para o bom sucesso de uma jornada, recorre àquele que não 
pode andar; e para as suas compras, suas empresas, e para o bom êxito de 
todas as suas coisas, implora a quem é incapaz de tudo.
Continue lendo o capítulo seguinte, o 14, sobretudo os versos 7 e 8. Veja 
também os versos 17 a 20. 
O livro do profeta Isaías (46.7,8) tem igualmente uma palavra de condenação 
quando exclama:
Levam-no às costas, colocam-no no seu nicho, e ele fica sem se mover do 
seu lugar; e ainda, quando clamarem para ele, não ouvirá, nem os salvará da 
tribulação Lembrai-vos disto, envergonhai-vos, entrai em vós mesmos.
É ou não, a mesmíssima forma de uma prática de religiosidade encontrada 
sobretudo nos países latinos europeus e do Novo Mundo? Veja, ainda, Isaías 
44.9-20. 
A claríssima recomendação do Novo Testamento e que se encontra no 
último versículo da Primeira Carta de São João é: "Filhinhos, guardai-vos 
dos ídolos".
--------------------------------------------------------------------------------
PERGUNTA # 3
"Eu lhes pergunto quando Deus Todo Poderoso ordenou não fazer imagem, 
proibiu se fazer imagens dos homens santos, ou de se fazer imagens de 
deuses?" 
NOSSA RESPOSTA
Leia o que diz a Bíblia. Vamos reproduzir as palavras da tradução do Pe. 
Matos Soares em Êxodo 20.4,5:
Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima 
no céu, e do que há em baixo na terra, nem do que há nas águas debaixo da 
terra. Não adorarás tais coisas, nem lhes prestarás culto.
Raciocine: há cabimento para qualquer tipo de culto, seja dulia ou 
hiperdulia? A proibição é TOTAL: de "homens santos" e de "deuses" 
também. 
--------------------------------------------------------------------------------
PERGUNTA # 4
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 9
"Para vocês existem ou não os santos Ler 2 Tessalo-nicenses 1,10; Efésios 
3,8. 
NOSSA RESPOSTA
Do começo ao fim, a Bíblia Sagrada ensina uma Teologia da Santidade. Os 
textos mencionados são dois entre centenas tanto no Antigo quanto no 
Novo Testamento. 
A pergunta não deve ser se "existem ou não os santos". A pergunta é "QUE 
SIGNIFICA SER SANTO?" Há uma teologia popular e há uma Teologia Bíblica 
sobre este assunto. A primeira é incentivada e alimentada por uma 
compreensão equivocada do termo e do conceito; a segunda tem um caudal 
puríssimo na Escritura Sagrada.
A idéia popular é de que "santo" é alguém que, tendo obtido um altíssimo 
grau de bondade, perfeição e virtude, nem precisa passar pelo Purgatório, 
onde supostamente se "purificaria" dos pecados veniais(7). Outrossim, esta 
"teologia popular" da santificação avança no imaginário do povo com o 
conceito de beatificação até se chegar à canonização. São mais duas idéias 
não encontradas no Novo Testamento.
Graças a Deus, o ensino bíblico é suficientemente iluminado para não deixar 
dúvidas: "Santo é o que está reservado para Deus". O conceito de santidade 
(em hebraico kidshut) está ligado a objetos, eventos/datas, lugares e 
pessoas.
A "Arca da Aliança" era chamada Aron haKodesh, ou seja, a Arca Santa, 
porque era um objeto reservado, exclusivo do culto a Deus; 
o Templo de Jerusalém era nomeado Beith haMikdash porque era um 
edifício de usoexclusivo de Javé e Seu Culto; 
o povo de Israel era Santo por ser uma nação separada para Deus; 
o Shabath, um Dia Santo porque nele só uma realidade interessa: fazê-lo 
diferente de todos os outros. Recorde-se do mandamento que regula: 
"Lembra-te de santificar o dia de Repouso". Aproveite e leia o restante que 
está em Êxodo 20.7 a 11. 
Assim sendo, quem são os "santos"? A resposta da Bíblia Sagrada é que 
são aqueles que pertencem a Jesus Cristo, aqueles que foram lavados e 
purificados pelo sangue de Jesus (não pelo batismo, o que não é ensino 
neotestamentário), aqueles que O receberam pela fé salvadora, outro nome 
para a fé-adesão, fé-compromisso, fé-levada-a-sério. A Bíblia chama a estes 
de "fiéis", "santos" e "santificados", entre outros significativos epítetos. 
Leia: 1Coríntios 1.1,2; 2Coríntios 1.1; Efésios 1.1; Filipenses 1.1; 
Colossenses 1.1,2.
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PERGUNTA # 5
]
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 10
"Pois quando Deus disse em Levítico 19,1: ‘Dirás a toda a assembléia de 
Israel o seguinte: Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus sou santo’, 
Deus estava mandando seu povo ser santo ou demônio?" 
NOSSA RESPOSTA
Deus estava ordenando Seu povo, e, por extensão, aos salvos e fiéis da 
Igreja de Jesus Cristo a serem diferentes, que é, sem dúvida, a melhor 
interpretação para o conceito teológico veterotestamentário expresso pela 
palavra Kadosh. Ser uma reserva especial para Deus e Jesus Cristo. A 
Primeira Carta de São Pedro (2.5)esclarece: 
Vós, também, como pedras vivas sede edificados sobre ele como casa 
espiritual, sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis 
a Deus por Jesus Cristo.
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PERGUNTA # 6
"Os homens que seguem a Jesus Cristo, estão ou não estão no caminho da 
santidade? Ler: (I Coríntios 7,32-34)" 
NOSSA RESPOSTA
Os verdadeiros discípulos já encontraram esse caminho como bênção inicial 
de sua vida cristã. Caminhar por Ele é um ato de entrega e de adesão. 
Ninguém é salvo por procuração ou representado por outra pessoa como se 
pratica. A Bíblia registra as palavras de Jesus Cristo em João 14.6: "Eu sou 
o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim" 
(Bíblia de Jerusalém). Os cristãos da Igreja do tempo dos apóstolos eram 
chamados de "os do Caminho". Quem segue a Jesus Cristo busca a vida de 
separação, vida de-fazer-diferença-neste-mundo, ou, para usar a palavra 
bíblica: de santidade.
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PERGUNTA # 7
"Já que os que seguem a Jesus Cristo estão no caminho da santidade (para 
serem santos), será que nenhum homem chegou a alcançar essa santidade, 
chegou ou não chegou?" 
NOSSA RESPOSTA
Santidade é separação deste mundo, já o vimos. Ao longo da História da 
Salvação(8), milhões têm experimentado a santidade como estilo e prática de 
vida. Nas ruas de qualquer cidade ou no campo, os santos estão andando e 
passando por nós. Eles nos encorajam a tudo suportar pelo amor de Cristo e 
de Seu reino.
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Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 11
PERGUNTA # 8
"Quantas Igrejas de Jesus Cristo existem, pois no Evangelho Jesus diz: ‘E 
eu te declaro: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as 
portas do inferno não prevalecerão contra ela.’ Ler: (Mateus 16,18), Jesus 
Cristo não disse no plural: "as minhas igrejas", Ele disse: a minha Igreja. Por 
que será então que existem tantas Igrejas?" 
‘NOSSA RESPOSTA
A resposta da Pergunta # 1 cobre, de certo modo, o alcance desta questão. A 
Igreja de Jesus Cristo, repetimos, não se identifica com uma Igreja nacional, 
um grupo local ou organização religiosa. Não tem um nome específico 
(Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Reformada, Igreja Evangélica de 
Confissão Luterana, Igreja Presbiteriana do Brasil, Assembléia de Deus - 
Ministério de Belém, Igreja Batista Sião, Jovens com uma Missão, Missão 
Antioquia, etc, etc). A Igreja Cristo é supranacional, e atemporal; o Corpo 
Místico de Cristo se forma de todos os fiéis sem distinção de raça, cor, 
língua ou filiação cristã. 
Um alerta, entanto, se faz necessário: os chamados "fiéis", "santos", 
"salvos" são aquelas pessoas que, conduzidas pelo Espírito Santo ao 
Salvador (Espírito que, como ensina a Bíblia na tradução do Pe. Matos 
Soares, convence o mundo "quanto ao pecado, à justiça e ao juízo"(9), pela 
fé receberam o perdão para os seus pecados (o Novo Testamento usa para 
essa gloriosa realidade o termo justificação)(10). A Igreja Cristo, Seu Corpo 
Místico, não é qualquer Igreja nominal (que tem origem e organização 
humana, inclusive a Igreja Católica Apostólica Romana, cuja origem se 
prende à "conversão" de Constantino, apesar de a história oficial conta-la 
diferentemente.
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PERGUNTA # 9
"O que Jesus queria dizer quando disse a Pedro: "Eu te darei as chaves do 
reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado no céu e tudo o que 
desligares na terra, será desligado no céu" ?, e o que significa ligar e 
desligar?" 
NOSSA RESPOSTA
O versículo mencionado se encontra no contexto de Mateus 16.13-20 que 
registra uma pesquisa conduzida por Jesus para saber qual a opinião 
popular em torno de Sua Pessoa. Os discípulos respondem que algumas 
pessoas entendiam que Jesus era João Batista, outros que seria Elias, o 
tesbita, outros, ainda, acreditavam que seria o profeta Jeremias ou talvez um 
outro dos inflamados pregadores da Antiga Aliança. 
O mesmo versículo aparece em 18.15-22 num contexto de disciplina e 
perdão no âmbito da igreja. 
Em João 20.23 em instruções que foram dadas aos apóstolos após a 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 12
ressurreição, o mesmo ensino aparece ligeiramente modificado. 
Paulo em 1Coríntios 5.4,5 expõe um comentário sobre o mesmo tema. 
Ligar e desligar são termos técnicos rabínicos que significam "permitir" e 
"proibir" uma ação acerca da qual uma questão tenha sido levantada. Em 
Mateus 18.18, a ação de "ligar e desligar" tem a ver com a disciplina exercida 
pela igreja local, paroquial. 1Coríntios 5.4,5 reflete a excomunhão, exclusão 
da igreja para mortificação da natureza carnal.
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PERGUNTA # 10
"Baseado nesta observação: Pedro negou Jesus por três vezes antes de 
Jesus morrer. Porém quando Jesus ressuscitou; Jesus confirmou Pedro 
como primeiro pastor das suas ovelhas, também por três vezes. Ler: (João 
21,15-17), agora me responda já que Pedro iria morrer um dia, e o seu lugar 
ficaria vago, o substituto de Pedro teria ou não teria o mesmo poder que 
Jesus outorgou a Pedro? Ler para comparar Atos 1,15-26, e responda". 
NOSSA RESPOSTA
Cremos que será conveniente fazer uma exegese de João 21.15ss para 
entender porque Jesus fez por três vezes a pergunta "Simão, filho de João, 
amas-me?" para não se cair no pecado de ler o que não foi dito.
O Mestre fez a indagação a Pedro utilizando um verbo e Pedro todo o tempo 
com outro. Jesus lhe perguntou: "Simão, filho de João, agaposme? ("Tu me 
amas de verdade?") Pedro responde: "Sim, Senhor, tu sabes que filote" (Tu 
sabes que eu tenho amizade por ti). Não é isso o que Jesus Cristo quer de 
Seus discípulos. 
Não tendo ficado satisfeito com a resposta de Simão Pedro, Jesus repete a 
pergunta. A palavra final do Mestre é "Apascenta as minhas ovelhas". Não 
há qualquer indicação (nem por inferência) a um primado de Pedro. Há, sim, 
uma dupla lição para os cristãos: 
É preciso que cada discípulo de Jesus Cristo tenha uma PAIXÃO pelo 
Senhor, pelo Seu reino, pela Sua Causa, pela Sua missão neste mundo 
("agaposme?", "Amas-me verdadeiramente?");É preciso que cada discípulo de Cristo tenha uma MISSÃO, que confiada à 
Igreja é repassada a cada um individualmente ("apascenta as minhas 
ovelhas"). 
Como louvamos a Deus por este e outros espíritos que, religiosos, porém 
confusos, são curiosos a respeito de sua fé! Como pedimos que a 
iluminação do Seu Santo Espírito revele a verdade eterna, salvadora, 
purificadora e santificadora. Que sejam como os bereanos que "de bom 
grado receberam a palavra, examinando cada dia nas escrituras se estas 
coisas eram assim"(At 17.11).
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 13
NOTAS
(1) Graça: termo da Teologia que expressa o "o amor que não merecemos da 
parte de Deus ". Em Efésios 2.8, o apóstolo S. Paulo repassa o ensino vindo 
do Espírito Santo de que "Com efeito, é pela graça que vós sois salvos por 
meio da fé; e isto não depende de vós, é Dom de Deus. Isto não vem das 
obras, para que ninguém se orgulhe" (TEB - Tradução Ecumênica da Bíblia, 
SP, Edições Loyola com Recomendação de D. Luciano Mendes de Almeida, 
Presidente da CNBB).
(2) Protestantes e Evangélicos são realidades distintas, como o prezado 
consulente deve ter conhecimento, embora a opinião popular e a mídia os 
confunda. 
(3) Assim o descreveu Jesus em João 4.23,24, e Paulo, apóstolo, em 
Romanos 12.1.
(4) 45a ed. SP, Edições Paulinas, 1988.
(5) Ou seja, faz algo de utilidade como um móvel ou prateleira, etc.
(6) A lenha tem utilidade no uso doméstico
(7) Ressalte-se que nem a idéia de um "purificatório" ou "purgatório" nem a 
de "pecados veniais" têm substância no ensino bíblico.
(8) "História da Salvação" (Heilsgeschichte) é termo técnico para designar 
desde o evento cósmico e existencial chamado A Queda até o ministério 
salvador de Jesus Cristo e as conseqüentes implicações, até a Sua Parusia, 
a ressurreição final e a bem-aventurança eterna.
(9) João 16.8.
(10) Leia Romanos 5.1ss.
Parte III
RELIGIÃO OU EVANGELHO? 
"Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é Dom 
de Deus - não das obras para que ninguém se glorie." Ef. 2:8,9 
Desejamos refletir a respeito de algumas práticas religiosas do passado e do 
presente, e compará-las com o evangelho de Jesus Cristo. Observamos que 
quando abrimos qualquer livro que aborde a religião dos antigos, ele ensina que 
estava essa religião muito mesclada com a superstição. 
No antigo Egito, consideravam no seu panteão muitos deuses. Havia deuses para 
todos os gostos; havia um centro de cultos na cidade de Heliópolis, a cidade do 
Sol. O próprio deus do Sol era Rá, razão porque alguns faraós se consideram 
"filho do sol", adotando o nome de Ramsés, palavra formada de Rá (sol) e Mses 
(filho). Animais eram cultuados, o crocodilo (alguns podem ser vistos mumificados 
em museus), que era considerado deus da água; o gato, deus da alegria e do 
amor; o chacal era o guarda dos túmulos e deus dos mortos; Seu nome entre os 
egípcios era Anúbis. E o touro também, o deus Ápis. Quando o povo de Israel 
estava no deserto, notando a ausência de Moisés que estava no alto do monte 
Sinai, o povo pediu a Arão que fizesse um bezerro de ouro, uma reprodução do 
deus Ápis. 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 14
Em outras civilizações, encontraremos o mesmo fenômeno. Na Assíria e na 
Babilônia, cultuava-se a natureza. O Sol (Shamesh) era cultuado; e havia uma 
deusa para a noite, a Lua (Nanna). O céu era cultuado com o nome de Ass; o 
deus do ar era Enlil, da água, Enki. A Mãe-terra era chamada Ninhursg, e a rainha 
do céu, Innana. 
Aliás, Gênesis 1 é uma verdadeira canção marcial. Por isso, no relato da obra 
criada parece no verso 11, "E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem 
semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja 
semente estava nele, sobre a terra. E assim foi" (1.11). Florestas, e campos eram 
cultuadas em Canaã como sendo a expressão da Mãe-natureza. O retorno à 
natureza era o grande desejo dos cananeus. No entanto, o Senhor está dizendo: 
"Vocês cultuam a natureza, mas Eu sou o Criador dessa natureza que vocês 
admitem como deuses". 
Mais adiante lemos: "Haja luminares". Eles eram cultuados, conforme vimos, no 
Egito, na Assíria, na Babilônia. Seres aquáticos foram cultuados: o peixe (na 
Filistia, Dagon), as aves (o íbis, no Egito). Em tudo Deus está dizendo, "Eu criei, 
enquanto vocês estão se dedicando a esses falsos deuses". 
Mas não é preciso ir ao passado. Hoje esse tipo de coisa acontece. Na Índia, o 
Hinduísmo ensina que a salvação se obtém através das boas obras. E uma 
pessoa vai realizando boas obras na sua presente vida e em outras do passado e 
do futuro de maneira a alcançar a purificar-se. Naquele país, ainda hoje existe o 
sistema de castas. A mais elevada é a dos brâmanes, os sacerdotes. Uma pessoa 
da casta dos sacerdotes não se casa com alguém de uma casta inferior. A 
seguinte é a dos militares, onde acontece o mesmo. Depois vem a dos 
comerciantes, e a dos agricultores, e por fim a dos "zé-ninguém", o pária, aquele 
cuja sombra tocando outra pessoa de casta acima, obriga-a a se purificar através 
de um banho porque ficou maculada pela sua sombra. 
No sistema hindu, se uma pessoa foi muito pecadora nesta vida, precisa cumprir a 
lei do Karma, tem que sofrer muito, e vai nascer numa casta inferior. Se era da 
casta militar, mas fez tanta coisa que não prestava nesta vida, tem que nascer 
numa casta inferior, como agricultor pôr exemplo. Mas fez tanto nessa outra 
condição que vai nascer como pária, e como pária foi tão ruim que pode nascer 
como um animal inferior. Por isso não matam animais. A TV Cultura mostrou o 
"Templo dos Ratos" alimentados com comida, com leite, e água levados pelas 
pessoas, que depois de bebida, e pisada pelos ratos é passada no corpo dos fiéis. 
Não é de admirar que na Índia haja uma explosão de epidemias por essa idéia 
que têm. Isso é hoje, e nem comem carne, porque a vaca, que é um animal 
sagrado, fica solta pelas ruas, atrapalhando, prejudicando o trânsito, mas ninguém 
tem a ousadia de matar uma vaca porque é considerada sagrada. 
Entre os nossos índios, ocorre o animismo, a idéia de que cada coisa tem o seu 
espírito. Existe o espirito das árvores, o espirito das águas, e o das nuvens, o 
espírito disso e daquilo. E cada pessoa que morre transforma-se num espírito 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 15
vagante. Há uma cerimônia no Xingu chamada quarup, quando, todos os anos, 
derrubam uma grande árvore na da floresta de modo a ser cortada em vários 
pedaços que são pintados e enfeitados para a "dança do quarup" que, segundo 
eles, faz com que o espírito daquele que morreu se incorpore naquele pedaço de 
tronco. Dançam, choram e oferecem presentes pensando estar na alma do seu 
parente incorporado. Essa coisa está vindo para o nosso meio. O jornal está 
falando de uma psicóloga em Salvador que se intitula Xamã. E ela está trazendo o 
Xamanismo como meio de terapia. Xamanismo é feitiçaria, pois em algumas tribos 
o feiticeiro, o pajé é chamado xamã. Ë pajelança. Mulher preparada, ilustrada 
trazendo a feitiçaria?! 
UM INSTINTO RELIGIOSO 
Que quer dizer tudo isso? Esses fatos nos dizem que há um instinto religioso na 
pessoa humana. Da mesma maneira que você tem o instinto de segurança, e o de 
alimentação, tem, igualmente, o instinto religioso que se encontra não só em cada 
pessoas individualmente falando, mas também em cada página da história. Por 
isso, Jesus disse: "Errais não conhecendo as Escrituras". E iam não somente 
atrás do crocodilo, atrás do peixe, ou atrás do trio elétrico, mas também atrás do 
xamanismo, porque pensam, sentem e querem algo que lhes satisfaça o instinto. 
E a religião é a expressão organizada desse instinto, razão porque o ser humano 
tem feito de tudo um deus: rãs, bois, sol, lua, árvores, etc. Isso quer dizer então, 
que todas as religiões sentem a mesma coisa, ou sejam elas primitivas ou 
altamente elaboradas. Todassão motivadas porque o ser humano necessita de 
Deus. 
O EVANGELHO 
Mas há algo diferente e especial no evangelho de Jesus Cristo: enquanto as 
religiões são motivadas pelo instinto religioso do ser humano o evangelho é 
motivado pelo amor de Deus. Que extraordinária diferença! Voltando à Escritura, 
encontramos o texto que diz "pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não 
vem de vós, é dom [é presente que vem da parte] de Deus"( Ef. 2.8). 
O cristianismo tem suas raízes no conceito de salvação, o que significa que nada 
que você faça, nada, absolutamente nada lhe pode dar a salvação. Somente a 
graça de Deus pode salvar. É o que diz aqui: "Pois é pela graça que sois salvos, 
por meio da fé - e isto não vem de vós, é Dom de Deus" (Ef. 2.8). 
Que ensinam os outros sistemas religiosos? Todos dizem que você precisa fazer 
alguma coisa para obter a salvação. Há os que dizem que você precisa realizar 
boas obras. "fora da caridade, não há salvação", dizem eles. Mas a Bíblia diz "não 
vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef. 2.9). 
Há os que dizem que vem através dos rituais, das rezas, das penitências. Está 
registrado no livro dos Atos dos Apóstolos o discurso que Paulo fez diante dos 
intelectuais em Atenas, afina flor dainteligentzia ateniense. No meio do discurso 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 16
ele citou, 
"Homens atenienses, em tudo vejo que sois muito religiosos. Pois passando eu e 
vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO 
DEUS DESCONHECIDO... Portanto, sendo nós geração de Deus, não havemos 
de pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra 
esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus não levando em conta os 
tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se 
arrependam" (17: 22,23 a 29, 30). 
Então vejam o interesse do evangelho não é que os deuses sejam aplacador, não 
é que se façam doações, ou rituais pelos quais espíritos sejam tranqüilizados, mas 
quer você seja salvo dos seus pecados, razão porque é perfeitamente correta a 
afirmação "O Cristianismo é uma religião de redenção."
Parte IV
OS OBJETOS DA PAIXÃO
Lucas 24. 13-35 
 "Em seguida, os soldados do governador, conduzindo Jesus ao pretório, reuniram 
em torno dele toda a corte. E despindo-o, cobriram-no com um manto escarlate, e, 
tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça. Na mão direita puseram 
um caniço e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos 
judeus! E, cuspindo nele, tiraram-lhe o caniço, e batiam-lhe com ele na cabeça. 
Depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe o manto, vestiram-lhe as suas 
vestes. E o levaram para ser crucificado" (Mt 27.27-31).
A rotina da crucificação havia começado. O verso 26 declara que depois de todo o 
sofrimento moral de Jesus, Pilatos, o Governador romano, mandara açoitá-lo. 
Depois da prisão (Mt 26.47ss), depois da passagem pelo Superior Tribunal 
Judaico (vv. 57ss), depois da negação de um dos Seus discípulos (26.69ss), 
depois do questionamento pelo Governador (27.11ss), Jesus é entregue aos 
soldados romanos (vv. 26,27; Jo 19.1-3). 
Agora é a vez dos soldados. Diz a Bíblia que Jesus foi despido e chicoteado (v. 
28). Na realidade, foi flagelado. O flagelo ou açoite consistia de uma tira de couro 
largo com pedacinhos de osso e chumbo. Era comum o seu uso antes da 
crucificação de um condenado, quando o corpo ficava reduzido a uma só chaga. 
Alguns morriam durante a sessão de tortura; outros ficavam loucos, e poucos 
permaneciam conscientes. Pois Jesus foi entregue aos soldados, enquanto os 
últimos detalhes da malfadada pena eram preparados.
Há no relato acima transcrito (Mt 27.27-31) alguns objetos que chamam a atenção: 
o manto real, a coroa real, o cetro real e a cruz.
O REI ESCARNECIDO (Mt 27.27-31) 
O Manto Escarlate. 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 17
João, em seu Evangelho, dá-nos o detalhe da flagelação, o que não é encontrado 
nos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Encontra-se em 19.1-3. Após a sessão 
de flagelação, foi Jesus entregue para ser cumprida a pena. 
Diz a narrativa que os soldados fizeram uma paródia de um rei ao vestirem-no 
com uma capa vermelha (tirada de um deles), ao colocarem na Sua cabeça uma 
coroa de espinhos, e ao lhe darem um pedaço de caniço como se fosse o cetro de 
um rei. Continua o texto por dizer que Pilatos chegou a ter um momento de 
consciência (v. 4), para logo depois sair trazendo Jesus com a coroa de espinhos 
e o manto escarlate a fim de apresentá-lo ao povo sedento de violência, de 
sangue, do castigo sobre alguém.
A Coroa de Espinhos (v.29) 
O próprio Jesus já havia anteriormente falado em espinhos (Mt 7.16; Mc 4.7). Os 
galhos com espinhos eram largamente usados como cercas (como as nossas de 
arame farpado), e como combustível (nos fogões de lenha).
Coroas, havia-as de todo tipo: de ramos de louro como símbolo de vitória entre os 
gregos e os romanos; havia coroas de ouro e de pedras preciosas. De espinhos, 
porém, só de brincadeira, brincadeira de mau gosto; de espinhos, só mesmo as de 
uma mascarada, como é o caso no episódio da prisão de Jesus.
A coroa, o manto e caniço feito cetro eram simbólicos do reinado de Cristo, do Rei 
dos reis feito Servo Sofredor. Apontavam para o futuro reino (Ap 17.4), embora o 
significado óbvio e original da coroa de espinhos tivessem sido a evidência da 
crueldade, brutalidade e zombaria da soldadesca. Por outro lado, o significado 
figurado e profético da coroa de espinhos é o símbolo do ministério terreno de 
Jesus Cristo, representando, ainda o caráter do evangelho: a humildade, a 
contrição, o arrependimento e a servidão, ao tempo que de paz, vitória e poder.
O SERVO SOFREDOR: A CRUZ (Lc 23.33-46) 
Relatam os historiadores que a crucificação teve sua origem entre os persas. 
Destes passou aos cartagineses (povo de Norte da África de origem fenícia) e 
deles para os gregos e romanos. Narra a história que Alexandre, o Grande, certa 
ocasião ordenou que cerca de dois mil habitantes de Tiro, na Fenícia, fossem 
crucificados. O governo romano a usava com os rebeldes, escravos fugidos e 
criminosos.
O método da crucificação é retratado com clareza nos Evangelhos: o criminoso, já 
uma massa sangrenta por causa dos açoites, se resistisse era colocado na cruz 
para morrer de fome, sede, calor, fadiga e choque. Os que resistiam ficavam na 
cruz, às vezes, por dias, sujeitos à tortura das moscas e mosquitos nas feridas 
abertas e dos elementos: chuva, poeira, vento e Sol, além da dor física e moral. 
Foi isso o que Jesus sofreu por nós: dor e zombaria. 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 18
O criminoso era levado pelo caminho mais longo de modo a ser visto pelo maior 
número de pessoas. Foi isso o que Jesus sofreu pelo ser humano. No entanto, a 
cruz significa a obra salvadora de Jesus Cristo. Paulo afirma que o evangelho da 
salvação é a palavra da cruz de acordo com 1Coríntios 1.18.
NO GÓLGOTA, TRÊS CRUZES (Lc 23.33-46) 
A Cruz de Desprezo (v. 39). É a blasfêmia em pessoa o criminoso ao lado 
esquerdo de Jesus que se reúne às autoridades, aos soldados e ao povo que 
descrê de Jesus e dEle escarnece. A zombaria se centralizava nas afirmações 
feitas por Jesus e Sua aparente impotência na cruz.
Usavam a glória de Cristo para fazer mofa, como já haviam zombado de Sua 
realeza. O General Booth, fundador do Exército da Salvação, expressou com 
muita propriedade, "é precisamente porque Cristo não quis descer que nEle 
cremos".
A Cruz da Confiança (v. 42). O criminoso do Seu lado direito, o penitente, o 
arrependido, após recriminar o escárnio de seu companheiro, volta-se para Jesus 
numa atitude de fé, precisamente a atitude que torna possível a salvação. 
A Cruz do Perdão (v. 43). É a da redenção, da libertação. Observemos que Jesus 
não desceu da cruz, levando consigo o malfeitor arrependido. Não havia sentido 
emfugir à morte. Pelo contrário, a morte é apresentada sob uma nova luz, visto 
que é necessária para que se cumpra a promessa que fizera ao criminoso 
penitente. A morte não é uma derrota, mas experiência necessária para entrar na 
glória.
Oh, cruz do perdão!... O verso 34 expressa, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem 
o que fazem". O perdão cristão é assombroso. Estevão também exclamou nos 
seus momentos finais, "Senhor, não lhes imputes este pecado"; Paulo instruiu os 
irmãos de Éfeso, "Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, 
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 
4.32). O perdão de Jesus aos Seus juízes e carrascos é, sem dúvida, 
impressionante.
Ainda na cena da crucificação, a suprema lição de que nunca é demasiado tarde 
para vir a Cristo exemplificado pelo criminoso em seus momentos de agonia.
Parte V
A DÚVIDA DE JOÃO 
De acordo com o dicionário Caldas Aulete, dúvida significa: "Incerteza, vacilação, 
hesitação da inteligência entre a afirmativa e a negativa de um fato, ou de um 
asserto, como verdadeiro". Mateus relata que "Quando João ouviu, no cárcere, 
falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele 
que estava para vir ou havemos de esperar outro?" (Mt 11.2,3). Alguns intérpretes 
acham que não foi João Batista quem duvidou se Jesus era ou não era "aquele 
que estava para vir", mas tão somente os discípulos dele (de João). Ele os enviou 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 19
a Cristo a fim de que a dúvida deles fosse dissipada. Contudo, essa não parece 
ser uma interpretação segura. A afirmação de Jesus, "Ide e anunciai a João" (Mt 
11.4), confirma que era João mesmo quem tinha a dúvida. 
Em que consistia a dúvida de João? Os judeus tinham a idéia de que o reino 
vindouro do Messias seria um reino militarista, nacionalista e materialista. Os 
judeus pensavam que quando o Messias chegasse haveria de firmar-se como um 
grande Monarca, o qual haveria de libertá-los de toda a sua escravidão, e que 
elevaria os judeus acima de todos os demais povos, através do que se tornariam 
eles a raça conquistadora e proeminente. O próprio João Batista parece ter-se 
apoiado nesse conceito quando enviou seus discípulos para fazerem a Jesus a 
referida pergunta. É como se ele tivesse mandado dizer: "Eu sei tudo sobre esses 
milagres que tu fazes, mas quando terá lugar aquele grande acontecimento?". 
Jesus respondeu a João citando as Escrituras (Mt 11.4-6), como costumeiramente 
fazia. Em que sentido era alentadora esta resposta? Não é verdade que João 
Batista já sabia tudo isto (cf. Mt 11.2), e que o fato de o saber havia contribuído 
substancialmente para criar a dúvida? É verdade, porém, a forma de Jesus se 
expressar era nova. Era nova no sentido de que os amigos que informaram João 
dos milagres de Cristo não havia usado este tipo de formulação. Por outro lado, a 
mensagem na forma em que Jesus a expressou tinha um som conhecido. João 
devia recordar-se de certas predições proféticas; a saber, Isaías 35.5,6; 61.1. É 
como se Jesus dissesse ternamente a João: "Você se lembra destas profecias? 
Isto também foi predito acerca do Messias. E tudo isso está se cumprindo hoje em 
mim". 
A mensagem dirigida a João Batista termina com as palavras: "E bem-aventurado 
é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11.6). Ou seja, quem não 
permite que nada do que faço ou diga lhe sirva de laço, o induza a pecar. Ainda 
que seja correto o ponto de vista segundo o qual nesta admoestação Jesus 
estivesse repreendendo João, a repreensão (se é que houve) era tão terna que 
não eclipsava em nenhuma forma o amor do Senhor por seu discípulo 
momentaneamente confuso. Na verdade, considerada corretamente, a 
admoestação contém uma bem-aventurança. "Bem-aventurado é aquele que...". O 
Senhor trata tão ternamente a João como o fez com o cego de nascença, a mulher 
pega em adultério, Pedro, Tomé, etc. Em vista do modo em que Jesus 
imediatamente procede a elogiar João publicamente, e a repreender aqueles que 
vêem falta neste arauto e nAquele de quem ele deu testemunho (Mt 11.7-19), 
temos como certo que a mensagem de Jesus teve o efeito desejado em João. 
Porém, o que se destaca é a sabedoria e a ternura de Jesus, e isto tanto na 
mensagem de alento dirigida a João como no testemunho dado acerca de João.
Parte VI
A FÉ QUE FALA (E NÃO FALA)
Tiago 3:1-12
Certa vez William Shakespeare comentou, "Quando palavras são raras, não são 
gastas em vão." Outro erudito disse, "Homens sábios falam porque têm algo para 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 20
dizer; tolos, porque gostariam de dizer algo." Um ditado filipino aconselha, "Na 
boca fechada, não entra mosca." Os árabes oferecem esta jóia de sabedoria: 
"Tome cuidado que sua língua não corte seu pescoço."
Salomão em Provérbios nos adverte, No muito falar não falta transgressão, mas o 
que modera os seus lábios é prudente (Pv. 10:19)
Capítulo 3 de Tiago nos coloca na parede e nos desafia a viver uma fé genuína, 
verdadeiramente cristã. No final do cp. 2, Tiago nos mostrou como a fé verdadeira 
manifesta-se inevitavelmente em obras. Agora, no cp 3, ele mostra que "obras" 
não são somente o que fazemos, mas também o que falamos. E não somente o 
que falamos, mas o que NÃO falamos! 
A língua é um músculo com sua origem no coração. Por isso a língua talvez revele 
o verdadeiro estado do nosso coração mais rápido que qualquer outra prova de fé 
genuína listada por Tiago. A língua sou eu. Eu sou o que a língua fala! Às vezes, 
soltamos uma palavra tão pesada, que cheira mal, e depois exclamamos, "De 
onde veio aquilo?" Mas o fato é que somos assim mesmo. Abaixamos a guarda e 
revelamos o verdadeiro eu, mesmo que só por um instante. Assim como Jesus 
disse, a boca só fala do que o coração está cheio (Mt 12:34). A língua é o dreno 
do coração! A língua serve como escape daquilo que está borbulhando no 
coração. Por isso, dizemos que É impossível domar a língua
Se Jesus não domar o coração!
Essa é uma mensagem tão simples, mas que precisamos ouvir todos os dias de 
nossas vidas. O propósito de Tiago é que sejamos mais sensíveis ao poder 
incrível da língua, e deixemos que Jesus peneire nossas palavras, filtre nossa fala 
e lacre os nossos lábios. Veja o poder da língua em Tiago 3.1-12:
I. A Língua tem Poder para Dirigir (3:1-4)
A língua é poderosa. Esse poder pode ser para o bem ou para o mal. Talvez, por 
ser tão potente, Deus prendeu a língua atrás de duas fileiras de dentes e dentro 
de uma caverna fechada. Tiago nos lembra que a língua tem um enorme potencial 
para direcionar vidas.
A. Por quem muito é falado, muito será julgado (3:1,2)
No contexto destas palavras a Igreja primitiva lidava com a valorização e poder 
dados a quem ensinava e direcionava os novos grupos de crentes que se 
formavam. Mas isso representava um perigo. A nova liberdade em Cristo, que 
incluía liberdade para falar em culto público, precisava ser bem manejada (1 Co 
14:26-34). Assim como Tiago nos lembrou no cp 1, "Todo homem, pois, seja 
pronto para ouvir, tardio para falar... "(vs 19).
Os leitores precisavam ficar cientes da seriedade de presumir falar em nome do 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 21
Senhor.
Conforme o ditado, Quem presume dizer, "Assim diz o Senhor, Deve fazê-lo com 
temor e tremor."
Tiago não quis minimizar ou desencorajar os dons de falar na igreja (Hb 5:12, Ef 
4:11,12; 1 Pe 4:10,11). Sua advertência é totalmente coerente com o princípio 
ecoado em Mateus 12:26,27 "De toda palavra frívola que proferirem os homens, 
dela darão conta no dia do juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado, e 
pelas tuas palavras serás condenado."
Há duas razões porque devemos pensar bem antes de assumir a posição de 
mestre: 1) (Vs 1) O mestre, pela natureza do serviço, tem que falar muito. Por 
isso, haverá mais palavras para serem pesadas, mais potencial paraderramar 
palavras frívolas, inúteis, pecaminosas, enganadoras.
2) (Vs 2) O mestre tem maior responsabilidade, pois influencia a muitas outras 
pessoas pelo que fala, e facilmente tropeça no falar. Tem poder para dirigir, 
ministrar graça, ou enganar para toda a eternidade.
O mestre que não controla sua língua acaba tropeçando sobre a mesma. No 
mundo da política vemos isso. Um representante do FMI tropeça sobre sua língua 
e um país inteiro é colocado em descrédito. Um político num momento de 
descuido fala um anti-semitismo e perde uma eleição. 
A mesma coisa pode acontecer com os mestres (professores) na igreja. Temos 
que medir toda palavra quando ensinamos ou pregamos. Por isso ensinar e pregar 
são tarefas tão exaustivas. As vidas de homens e mulheres estão na balança. Mas 
o que ele quis dizer com "maior juízo"? (1 Co 3:10-15, 2 Co 5:10, Rm 14:10-12)-
Todos nós compareceremos diante do tribunal de Cristo. Não para sermos 
condenados (Rm 8:1 diz que isso não existe mais) mas para recebermos os 
prêmios de Jesus por um ministério fielmente cumprido. Haverá perda de galardão 
assim como houve perda de oportunidade para ministrar graça em nome de 
Jesus. Não desista! Seu trabalho não é vão. Mas leve a sério esse trabalho de 
conduzir os rebanhos do Senhor para pastos verdejantes! b. A língua freada 
implica em vida controlada (2b-4) Tanto no caso do "freio na boca do cavalo" 
quanto a do "leme no navio", vemos que uma parte pequena mas estratégica é 
capaz de direcionar algo poderoso e até grande. O freio se coloca num ponto 
estratégico, na boca do cavalo. Mesmo pequeno e fraco, consegue direcionar o 
cavalo com pouco esforço, até de uma criança. Também, o leme é infinitamente 
menor em proporção ao navio, mas assim mesmo , por ficar num ponto 
estratégico, é capaz de direcionar um transatlântico como Titanic ou um porta-
aviões conforme a vontade de um timoneiro. Assim é nossa língua, pequena 
porém estratégica. Conforme vs 2b, se conseguirmos refrear a língua, somos 
capazes de controlar o corpo inteiro. Mas como isso é difícil! Quantas vezes eu já 
quis frear minha língua quando já era tarde demais! Tantos "foras" que já dei! A 
nuvem de palavras mortíferas tende a pairar sobre nós até hoje, como uma nuvem 
preta. Mas uma vez que as palavras escapam de nossa boca, é impossível 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 22
chamá-las de volta. É realmente desesperador soltar palavras e depois ficar 
impotente enquanto assiste o estrago que elas fazem. Por isso temos que freá-las 
o quanto antes.
Palavras como...
*Fofoca *Um "corte" no meu irmão *Ódio *Obscenidade 
*Piadas sujas *Ira *Palavrão *Blasfêmia *Vingança *Inveja
Nosso desespero, é semelhante ao daquele motorista no volante de um carro que 
de repente começa a derrapar, perde o controle. Ele tenta frear, mas já é tarde 
demais.
II. A Língua Tem Poder para Destruir (5-8) A. Quem a língua solta causa grande 
revolta. (5,6) 
A Palavra de Deus nos adverte contra a destruição causada pela língua. Ao 
mesmo tempo nos encoraja pelo potencial que esta mesma língua tem para 
transmitir vida e graça para pessoas desanimadas. 
A morte e a vida estão no poder da língua;
o que bem a utiliza come do seu fruto.
A língua serena é árvore de vida,
mas a perversa quebranta o espírito (Pv. 18:21, 15:4). 
Em algumas épocas do ano encontramos ao longo das nossas rodovias incêndios 
quase todos os dias. Isso devido ao descuido de alguns, que sem querer ou não 
jogam seu cigarro pela janela. Uma pequena faísca acaba destruindo hectares de 
floresta e terras gramadas. 
Em Chicago, nos Estados Unidos, no ano de 1871, um lampião num celeiro deixou 
125.000 pessoas sem-teto, destruiu 17.500 prédios e matou 300 pessoas. Já na 
Coréia, em 1903, 2,6 km2 foram queimados quando algumas brasas na cozinha 
causaram um incêndio que destruiu 3000 edifícios. 
O poder destrutivo das palavras é visto no livro em que Hitler declarou sua filosofia 
nazista, Mein Kampf. Na II Guerra Mundial, as filosofias expressas naquele livro 
levaram à morte de 125 pessoas para cada palavra do livro. 
Uma vez que a faísca da língua ascende o fogo, é extremamente difícil pará-la, 
até que tenha destruido tudo em seu caminho. É assim com as nossas palavras. 
Uma pequena palavra mal-colocada, na hora errada, pode destruir uma vida. Uma 
palavra de crítica destrutiva; uma fofoca; uma colocação verídica mas cruel, sem 
tato, pode desmontar uma pessoa, uma família, uma igreja. Pior, a língua alimenta 
a si mesma. E assim como a língua, o fogo só precisa de oxigênio e combustível 
para queimar incessantemente . Com um pouquinho de fôlego, nossa fofoca, 
nossa reclamação, nossa murmuração, encontra bastante respaldo para queimar 
palavras para sempre. Precisamos evitar este fogo antes que comece! 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 23
Pois este fogo, provocado pela nossa língua, começa rapidamente e quando 
percebemos já se alastrou. Ela é descrita como fogo, consumindo. É um mundo 
de iniqüidade, que causa a maioria dos problemas que enfrentamos na igreja hoje, 
pois contamina todo o corpo, incendiando, destruindo a vida das pessoas. É 
influenciada e incendiada pelo próprio inferno, porque o diabo é fofoqueiro, 
mentiroso e acusador. Nenhum membro do corpo humano tem tanto potencial 
para o mal! 
Será que minha língua tem sido instrumento de desencorajar, desestimular, 
ridicularizar, gozar, e destruir? Meu cônjuge? Meus filhos? Meus pais? Meu 
pastor? Meus vizinhos? Meu patrão? Será que já incendiei vidas pelo poder 
destrutivo da minha língua? 
B. A língua venenosa é muito perigosa (7,8); 
Viver com a língua é como dormir com uma cascavel. Pode até parecer que está 
tudo sob controle, mas na hora em que você menos espera, ela dá o bote. 
A natureza da língua é venenosa, mortífera, indomável. Mesmo que o homem 
consiga domar animal, ave, réptil e peixe, ninguém de nós é capaz de conter 
nossa língua. 
Mas aqui entram as boas notícias. Jesus pode domar a língua porque Ele 
transforma o coração. O mesmo Jesus, que habita em nós pelo Seu Espírito, quer 
converter nossa boca! Já ouvi histórias de homens profanos, que cada palavra 
que saía de seus corações eram palavrões ou piadas sujas, mas que Jesus 
transformou completamente. Famílias desmontadas, foram reconstruídas por 
Jesus. 
Cristo vive em nós. Ele deseja usar nossa boca como um instrumento para a glória 
dEle e edificação de vidas. Não para destruir, mas para edificar. Pense: "O que 
Jesus falaria?" 
Em seu livro, "War of Words" (Guerra de Palavras), Paul Tripp aplica essas idéias 
ao contexto da família: Enquanto escrevo esse livro, fico triste pensando sobre 
quanta conversa em minha família não reconhece a seriedade que [a Bíblia] dá [à 
língua]. Não, não temos brigas feias, mas há muitas palavras impensadas, cruéis, 
irritantes e de reclamações faladas todos os dias. 
Creio que somos como muitas famílias cristãs-minimizamos esses "pequenos" 
pecados da fala porque nosso lar está livre de abuso físico e verbal, e realmente 
nós nos amamos. Mas... palavras que " mordem e devoram" são palavras que 
destroem. Não são "tudo bem". Então precisamos fazer tudo possível para dar às 
nossas palavras a importância que a Bíblia as dá, lembrando que Deus diz que 
prestaremos contas de cada palavra frívola. (202) 
Peça a Deus que peneire as palavras da sua família, especialmente ao redor da 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 24
mesa, no carro, naqueles momentos de confraternização. Desafio aos pais que 
vigiem o que é falado em sua casa essa semana, clamando a Deus que 
transforme toda fala em casa. 
III. A Língua tem Poder para Dividir (9-12) 
A língua dividida significa fonte corrompida, e que algo está errado com o coração! 
A língua é a fonte que jorra hipocrisia e falsidade; é o auge da esquizofrenia 
verbal. É incoerente, dividida, como língua de cobra. Da mesma boca podemos 
cantar louvores na igrejae destruir nosso cônjuge no caminho para casa. 
Podemos dar uma aula de EBD e logo em seguida detonar a vida de um filho. Isso 
é errado! Mas esse tipo de incoerência é típica da língua. Não significa, 
necessariamente, que não somos convertidos. Significa que a conversão do nosso 
coração ainda não alcançou os lábios. 
Seria impossível para uma fonte natural produzir água doce e amargosa ao 
mesmo tempo (11). 
Seria impensável colher azeitonas de uma figueira (12), ou fonte de água salgada 
dar água doce. 
Mas a língua pode. A mesma língua, como no caso de Pedro, pode declarar uma 
revelação celestial para Jesus, "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" e na próxima 
sentença ser reprovado pelo próprio Jesus por ter falado palavras do inferno, 
"Arreda! Satanás" (Mt 16:17, 23). 
Fico imaginando se Tiago, meio-irmão do próprio Senhor Jesus, lembrava da sua 
juventude, e a maneira pela qual ele e seus outros irmãos tratavam o irmão mais 
velho, Jesus. Imagine como seria ser irmão mais novo de Jesus! Quantas palavras 
desgraçadas teriam escapado de sua boca, quando ainda não acreditava que 
Jesus era o Cristo. Palavras venenosas, diabólicas, talvez um "dedo-duro", com 
acusações falsas, ciúmes, vingança, ódio. Afinal de contas, não teria sido fácil ser 
um irmão de Jesus. Imagine seus pais falando, "Tiago, por que você não pode ser 
como Jesus?" Mais tarde, tudo mudou. A fonte poluída foi transformada. Água 
salgada virou doce. O meio-irmão incrédulo, zombador, se tornou líder da igreja 
em Jerusalém e autor dessa epístola maravilhosa. Tiago destaca que uma fé 
genuína implica em mudanças radicais (literalmente) na língua! A mudança 
"radical" significa uma mudança de raiz, ou seja, do coração. O coração controla a 
língua. Quando Jesus transforma o coração, mudanças têm de acontecer na 
língua. Às vezes, essas mudanças demoram. Significa que ainda existem sujeiras 
no encanamento. Mas geralmente uma fonte cristalina tem que produzir palavras 
cristalinas. 
Você já reparou no poder das palavras para fazer bem ou mal? Consegue se 
lembrar de uma vez em que você foi desmontado por uma palavra desgraçada? 
Por outro lado, lembra-se de alguma vez em que alguém falou uma palavra de 
encorajamento que mudou toda a sua perspectiva de vida? 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 25
Somos pecadores por natureza, e a tendência natural é de fofocar, resmungar, 
criticar, xingar, blasfemar. Mas foi por isso que Jesus veio para este mundo-- para 
resgatar a língua do homem. Para isso, precisava fazer um transplante--não da 
nossa língua, mas do nosso coração, pois a língua só fala do que o coração está 
cheio. A morte e a ressurreição de Jesus tiveram como alvo transformar o coração 
daqueles que depositam sua confiança (fé) nele (e só nele) para a vida eterna. O 
resultado deve ser uma transformação de vida, a começar com a raiz (o coração) 
até o fruto (a língua)! 
Como, então, desativar esta bomba entre nossos lábios? A resposta bíblica é de 
pesar, pensar e peneirar nossas palavras. Em outras palavras, falar pouco e falar 
bem o que falamos. 
É impossível domar a língua, se Jesus não domar o coração.
Parte VIII
A FÉ É QUE ENFRENTA PROVAÇÕES
Tiago 1:2-12
Certa vez um grupo de mulheres queria saber como eram confeccionadas as jóias 
que elas tanto apreciavam. Foram, então, visitar um ourives. Chegando ao local 
onde o ourives trabalhava, puderam observar como ele queimava a prata no fogo 
cuidadosamente a fim de torná-la pura.
Depois de um tempo observando seu trabalho, ficaram admiradas com a precisão 
com que ele lidava com o metal precioso, tirando-o no momento exato de sua boa 
têmpera. Elas lhe perguntaram como ele podia saber quando chegava a hora 
certa de retirar a prata do fogo, visto que ele já lhes tinha dito que se deixasse a 
prata tempo demais no fogo ela seria destruída. Ele disse que era bem simples, 
que havia um "macete" para descobrir a hora certa. Era quando ele podia ver a 
sua própria imagem refletida na prata, isto, então, indicava que já era hora de tirá-
la. A imagem do ourives refletida na prata indica que ela já está purificada. Da 
mesma maneira a Palavra de Deus nos sugere que o Senhor quer ver sua 
imagem refletida em nós (Rm 8.29). E por coincidência ele também nos purifica 
com o "fogo das provações" para atingir seu propósito. O "fogo das provações" 
vem das mais diversas áreas de nossa vida: finanças, saúde, problemas 
familiares, vizinhos, trabalho e escola.
Porém, se sabemos que o fogo das provações nos purifica, como devemos reagir 
a ele? Será que há alguma porção das Escrituras que nos ajude a reagir 
positivamente diante das provações a fim de que Deus complete sua obra em 
nós? Sim, existe. Na verdade existe um livro que pode nos ajudar muito.
O livro chama-se Tiago, e mesmo pequeno, é um gigante em termos da sua 
mensagem para a vida e ética cristã hoje. Tiago apresenta para nós provas de 
uma fé genuína, testes que vão tirar a escória da nossa fé e fazer com que a 
imagem de Cristo Jesus seja cada vez mais nítida em nós. Tiago dispensa das 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 26
saudações preliminares e vai direto ao assunto: 
Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações 
(1.2)
Como, porém, Tiago pode nos dizer imperativamente que devemos ter alegria em 
meio à provação, se ela é tão ruim para nós? É porque ele sabe que o verdadeiro 
crente crê que Deus torna isto possível. Fé é um verbo ativo que está no tempo 
presente! Mas Tiago não pára por aí. Ele também nos ajuda de forma prática para 
enfrentarmos as provações. Ele nos dá cinco passos pelos quais enfrentaremos a 
refinação da nossa fé pelo fogo da provação.
1. Primeiro Passo: A Fé Verdadeira Enfrenta Provações com Alegria (1:2,3)
A primeira prova talvez seja a mais difícil. Uma fé pura consegue enxergar a mão 
invisível de Deus tirando o máximo proveito do fogo das provações. A fé se alegra 
porque sabe que a provação tira as imperfeições da nossa fé. Confia única e 
exclusivamente em Deus e pede sabedoria dEle para poder tirar o mesmo proveito 
das tribulações da vida. Fica resoluta, sem vacilar, em meio às dificuldades. Ter 
alegria quando chega os momentos difíceis não significa que provações são 
divertidas ou engraçadas. Não significa que temos algum complexo de martírio ou 
somos sado-masoquistas. A idéia é de uma avaliação cuidadosa, racional, 
pensada, madura, que vê a longo prazo e reconhece o benefício que as provações 
trazem consigo. Por exemplo, a mulher que está para dar a luz sabe muito bem 
que deve suportar a dor do parto para ter a alegria de ver seu filho nascer; o atleta 
sabe que tem de treinar muitas horas por dia para ter a alegria de vencer a 
maratona. Na verdade, precisamos aprender a suportar as dores da provação hoje 
para termos a alegria de colhermos seus doces frutos amanhã. Esta deve ser a 
razão principal por que provações são motivo de alegria. Reconhecemos que a 
mão de Deus está sobre nós, que Ele é maior que a provação, que não escapa 
nada de seu controle, que Ele é capaz de produzir um bem muito maior (cp. José 
Gn 50:20).
2. Segundo Passo: A Fé Verdadeira Enfrenta Provação com Perseverança 
(1:4)
Podemos definir alguém perseverante como uma pessoa disposta a ficar 
"debaixo" até o fim.
Provações somente são motivos de alegria se continuarmos firmes até ao fim. 
Temos que permitir que Deus faça a obra completa pelo fogo da provação.
Não significa que não vamos tentar sair do sofrimento, pois não somos mártires. 
Assim como a mulher pode fazer tudo para aliviar a dor do seu parto, nós também 
podemos fazer tudo para aliviar a dor, mas sem pecado.
Precisamos entender que as provações que vêm da parte de Deus têm o objetivo 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 27
de desenvolver a nossa fé. Por exemplo, quando passamos por problemas 
financeiros, Deus quer nos ensinar a ser bons mordomos daquilo que Elemesmo 
tem confiado a nós. Mas é verdade também que o diabo se aproveita de situações 
como esta e vem nos tentar, para sacrificarmos alguns princípios éticos e dessa 
maneira desagradarmos ao Senhor.
Os atletas são o melhor exemplo de perseverança para nós. Eles treinam muitas 
horas para alcançarem seu prêmio. São perseverantes em repetir todos os dias 
aqueles exercícios físicos que os condicionam para a vitória. O treinamento em si 
com certeza não é muito agradável, pois consome muito tempo de sua semana e 
também traz consigo dores para o corpo. Porém, no dia da vitória eles nem se 
lembram mais destas dores de que foram "obrigados" a suportar. A perseverança 
produz uma fé vibrante, forte, completa e íntegra.
3. Terceiro Passo: A Fé Verdadeira Enfrenta Provação com Súplica (1:5)
Quando enfrentamos provação, normalmente vamos descobrir que nos falta algo . 
Ela revela impaciência, incredulidade, fraqueza, ira e desânimo. Porém o que mais 
nos falta é sabedoria-não necessariamente para saber a razão pelo sofrimento 
(quase nunca descobrimos isso) mas para saber como responder quando 
percebemos as falhas do nosso coração. E o que fazer nesta situação? Orar! 
Suplicar a Deus por sabedoria para poder lidar com a provação da forma correta.
É comum ouvirmos este versículo fora de seu contexto sendo usado como um 
pedido generalizado por sabedoria. Acredito que isto seja válido, pois Deus 
sempre se agrada de pedidos por sabedoria, porém, a ênfase do texto está no 
pedido por sabedoria em meio a tribulação. A nossa primeira opção em tempos 
difíceis é voltarmos nossa face para Deus, confiante de que Ele há de responder 
com liberalidade.
Aprendemos algo importante sobre nosso Deus-Sua natureza é generosa! O texto 
grego literalmente diz "o dando-Deus". Ele não fica incomodado, irritado ou bravo 
quando clamamos, suplicamos e o importunamos dia após dia por sabedoria para 
enfrentar uma situação insuportável. Ele se agrada de filhos que O procuram 
dessa maneira.
4. Quarto Passo: A Fé Verdadeira Enfrenta Provação com Fé (1:6-8)
Mas existe um "porém" no texto. Podemos pedir, mas o pré-requisito é a FÉ. Não 
é uma fé cega, mas que tem olhos espirituais abertos para compreender e confiar 
na natureza de Deus. O ponto da provação é para desenvolver nossa fé. Então o 
que adianta suplicar a Deus mas sem fé de que Ele se importa e de fato responde 
às orações que lhe fazemos?
O ponto da provação é estabilidade, firmeza, convicção e maturidade. Mas a 
dúvida leva para instabilidade, agitação, inconstância-assim como as ondas 
dirigidas pelo vento. Essa pessoa já começa derrotada.
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 28
5. Quinto Passo: A Fé Verdadeira Enfrenta Provação com Esperança (1:9-12)
Os últimos versos deste parágrafo parecem fora do lugar, mas de fato fazem parte 
do argumento. Por que Tiago começa falando sobre o pobre e o rico? O que tem a 
ver?
Os leitores, na grande maioria, eram pessoas pobres. Precisavam reconhecer que 
a provação era algo temporário, transitório e superficial. Mesmo em condições 
humildes, tinham uma posição em Cristo de dignidade. Em outras palavras, havia 
esperança para os pobres. Essa vida não é o fim!
O rico, por outro lado, precisava compreender que suas riquezas eram 
insignificantes à luz do grande esquema do universo. Não garantiam nada em 
termos da eternidade. De fato, suas riquezas eram superficiais, instáveis e 
superficiais. Quem depende de posses e bens para seu "estatus" diante de Deus 
está em sérios apuros.
O último versículo conclui essa parte sobre a prova da provação, mostrando que 
havia, sim, possibilidade para o futuro. Quem persevera em Cristo em meio as 
provações revela uma fé vibrante, viva e eficaz. No final do processo, terá o 
galardão chamado "a coroa da vida".
Entendo que o galardão é a vida, ou seja, que essa pessoa terá o alívio final de 
todos os seus sofrimentos numa vida sem fim.
Conclusão:
Sei que muitos estão sentindo o fogo do ourives em suas vidas. Mas todo esse 
processo significa que Deus encontra em nós uma fé como brilhante, que vale a 
pena trabalhar. Será que você e eu estamos permitindo que Deus trabalhe, mas 
trabalhe mesmo, a nossa fé? Estamos dispostos, ao encontrarmos o ensino do 
livro de Tiago, a deixarmos que o Ourives termine seu trabalho em nós?
"Aumenta minha fé!
Revele Seu Filho em mim."
As provas de uma fé genuína são oportunidades para aqueles que realmente são 
filhos de Deus desenvolverem sua vida cristã. São oportunidades para dizer "SIM" 
ao Espírito Santo, movidos pela Palavra de Deus.
Lembre-se:
Fé é um verbo ativo... no tempo presente.
Parte VIII
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 29
A GUERRA POR DENTRO
Tiago 4:1-6
Conforme o relato bíblico, o mundo começou em paz, e terminará do mesmo jeito. 
Mas, se existe uma característica que define a raça humana entre o começo e fim, 
é a palavra “CONFLITO”. Desde o momento da primeira briga conjugal, quando 
Adão gritou “Foi a mulher que Tu me deste”; desde a rivalidade entre os irmãos 
gêmeos, Caim e Abel, que culminou no primeiro assassinato; incluindo guerras 
praticamente ininterruptas durante milhares de anos. São conflitos causados pela 
natureza humana. Essa natureza faria qualquer coisa para conseguir o que quer, 
inclusive eliminar qualquer um que bloqueie seus sonhos e ideais.
É isso que Tiago 4.1-6 nos ensina:
1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão 
dos prazeres que militam na vossa carne?
2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a 
lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;
3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos 
prazeres. 4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de 
Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de 
Deus.
5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós 
anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?
6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá 
graça aos humildes.
Infelizmente, algumas pessoas são infiéis a Deus quando flertam com o 
mundo, quando paqueram valores terrenos, quando dão a mão para a 
ambição, quando abraçam a cobiça. Mas nosso Deus não aceita 
concorrentes. Sua aliança com Seu povo exige EXCLUSIVIDADE! 
Versículo 4 começa chamando os leitores de “infiéis”. A palavra é 
“adúlteros”, uma palavra forte e inesperada, mas que tem raízes fortes no 
Velho Testamento. O povo de Israel foi acusado de adultério espiritual pelo 
fato de ter abandonado o Deus da aliança. Era uma “esposa” que dividia sua 
atenção entre dois amores. 
Deus não aceita uma esposa de tempo parcial. Seu senhorio é total. Deus 
não quer um pedaço, mas tudo. O amigo do mundo não pode ser amigo de 
Deus. 
No parágrafo que começa no v. 1, Tiago traça para nós o fruto ruim de 
guerras, brigas e conflitos até a raiz podre de egoísmo desenfreado, cobiça, 
Reverendo Gilson de Oliveira Pastor da Igreja Presbiteriana de Nova Vida 30
inveja, mundanismo. Ele nos mostra que nossa atitude para com o mundo 
revela nosso coração.
A fé verdadeira manifesta-se numa vida transformada, de forma presente e 
ativa. Esse texto nos desafia a rejeitar a cultura desse mundo e abraçar os 
valores de Deus. Vamos traçar a patologia de conflitos entre nós: A causa, 
as conseqüências, e a cura para conflitos humanos . . . 
I. A Causa de Conflito Humano: Cobiça (1-2)
O texto começa com uma pergunta retórica que expõe nosso coração, e 
provoca uma reflexão mais filosófica. De onde vem as guerras, os conflitos, 
as conflagrações entre homens? 
Seja uma briga de duas crianças que querem o mesmo brinquedo, seja no 
serviço, entre funcionário e patrão, ou entre motoristas no meio do trânsito; 
sejam batalhas travadas entre pais e filhos, marido e esposa, ou, entre 
nações as guerras e invasões—qual a raiz desses conflitos? 
O mundo oferece muitas respostas. Alguns diriam

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