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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Disciplina Gestão Financeira e de Custos Hospitalares Tema O profissional da Gestão Financeira Professor Paulo Muro Conversa inicial As organizações são criadas e mantidas para cumprir seus propósitos existenciais. O grande desafio é sua sustentabilidade, além de encontrar a forma para melhor aproveitamento de seus recursos. Seja porque buscam maximizar a remuneração de seu investidor por meio do lucro, ou para ampliarem a capacidade de atendimento de sua atuação econômica e social, todas as organizações se deparam com a questão financeira: como obter o melhor resultado dos recursos da organização? Como equacioná-la? Parece não existir uma solução definitiva. Crenças e ideologias são influências poderosas. A dinâmica das necessidades e das oportunidades determina um ambiente em constante transformação. A integração de povos, a tecnologia, a evolução das ciências e tudo o que muda no mundo faz com que nada esteja definido e que tudo esteja em contínua construção. Assim é a administração, e também a gestão financeira e de custos nas empresas, nos hospitais, nas universidades, na gestão pública, ou ainda nas ONGs, e até mesmo em cada família. Como gerir os recursos financeiros? Este é um desafio! Nesta aula, faremos uma introdução histórica do tema, o que permitirá a compreensão de como o processo de gestão financeira se desenvolveu e como deverá continuar se desenvolvendo. Abordaremos também as diferentes especialidades da carreira do profissional que atua na gestão financeira e as principais funções do gestor financeiro, o que auxiliará na reflexão acerca das particularidades relativas à organização em que você está ou estará atuando. Estudaremos algumas das mais comuns formas de constituições das CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 organizações e como essas podem ser classificadas. Por último, será comentada a estruturação das funções financeiras em unidades funcionais, o que poderá ajudá-lo a identificar, dividir e agrupar as tarefas relativas à gestão financeira. Bom estudo! (Vídeo 1 disponível no AVA.) Contextualizando Em sua origem, o homem era caçador e coletava seus alimentos na natureza. A partir do momento em que o passou a produzir seus alimentos por meio da agricultura e pelo pastoreio, o homem passou a exercer a atividade econômica. Ao delimitar uma “área com uma cerca”, concebeu o conceito de propriedade e, com isso, toda a situação que enfrentamos até hoje. Com o tempo, a prática das trocas do que foi produzido dá origem ao comércio. Em seguida, surge o “dinheiro” representando a mercadoria produzida ou comercializada. O comércio é facilitado e se desenvolve. Então, surge a cobrança de impostos, isso tudo já há milhares de anos. A economia e o comércio evoluíram e resultaram na sociedade em que vivemos hoje. Formamos uma sociedade baseada em organizações que precisam ser gerenciadas, que utilizam recursos e produzem bens ou serviços úteis para a sociedade. Sua manutenção e sustentabilidade são remuneradas ou mantidas de alguma forma, e as organizações competem umas com as outras no seguimento em que atuam e geram empregos e riquezas, o que determina, em parte, a qualidade de vida as pessoas. Administrar os recursos produtivos representados por seus valores financeiros, potencializando ainda sua capacidade de gerar riquezas e produzir bens ou serviços para a sociedade, está associado à gestão financeira das organizações. A complexidade que caracteriza a gestão econômica e financeira exige CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 profissionais bem preparados. Como a gestão financeira pode ser considerada nos diferentes caminhos de uma carreira profissional? (Vídeo 2 disponível no AVA.) Tema 1: Histórico da Gestão Financeira Observe a seguir a cronologia simplificada da evolução da relação do homem com o dinheiro, num contexto econômico e associado ao poder. Idade antiga A questão financeira está muito relacionada com as questões religiosa. As riquezas individuais eram mal vistas pela maioria dos povos. A riqueza e o poder eram associados à propriedade. Idade Média Período histórico da Europa entre o século V e final do século XV: A estrutura econômica é feudal. A riqueza estava com a nobreza e com a Igreja Católica, que também detinham o poder político. Não havia liberdade de pensamento. O povo era subjugado e vivia sob a dominação da igreja. O lucro e os juros eram proibidos. Não havia financiamento de capital para a produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Fonte: Blog do Leon http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00- 07:00&max-results=7&start=7&by-date=false Reforma Protestante Martinho Lutero rompe com a Igreja Católica: início do século XVI. João Calvino: suas ideias enfraquecem o poder da igreja e criam condições para que surgissem as ideias capitalistas. O lucro e os juros passaram a ser permitidos. Mercantilismo: a proposta do estado forte depende de comércio para arrecadação de impostos. Os reis passam a apoiar as ideias de Lutero e Calvino. http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00-07:00&max-results=7&start=7&by-date=false http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00-07:00&max-results=7&start=7&by-date=false CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Revolução Industrial Surge na Inglaterra no século XVIII: Mecanização da indústria: produção em escala. Adoção de tecnologia nos transportes: distribuição da produção. Ampliação dos mercados. Sociedades de Capitais – Investidores – Origem do mercado de capitais e Sociedades Anônimas. Fonte: Blog Tudo no mundo http://www.tudodomundo.com.br/wp-content/uploads/revolucao-industrial-3.jpg Século XX Grande expansão econômica nas duas primeiras décadas. Surgem os primeiros estudos da administração voltada para produção. As empresas se desenvolver sob a perspectiva capitalista. http://www.tudodomundo.com.br/wp-content/uploads/revolucao-industrial-3.jpg CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Década de 1920 Administração financeira: campo de estudo separado da administração. Administração focada na gestão da produção: custos e produtividade. Década de 1930 Grande depressão americana: quebra da bolsa de New York em 1929. A atenção às fusões e aquisições. A gestão financeira voltou-se para as concordatas, liquidações. Década de 1940 Segunda Guerra Mundial: escassez e difícil comercialização. Pós-guerra: recuperação da Europa e do Japão - forte desenvolvimento econômico e tecnológico. Questões financeiras: equação custo x volume x lucro e rentabilidade de investimentos e orçamentos financeiros. Década de 1950 Empresa é vista como patrimônio: importância do capital social. Preocupação com regulações e legislações. Décadas de 1960 e 1970 A guerra do Vietnã: mudanças de comportamento e contestações. Guerra fria, a tensão entre o mundo capitalista e o comunista. Grande desenvolvimento tecnológico. Gestão financeira: foco capital especulativo e o mercado de ações. Brasil: Ditadura Militar – Economia fechada, atraso industrial e irrelevância no mercado internacional. Forte intervenção do estado. Década de 1980 Brasil: inflação descontrolada. Investimento especulativo e falta de investimento em infraestrutura e industrialização. Fim da Guerra Fria: cai o Muro de Berlim em 1989. Década de 1990 Redemocratização e abertura ao mercado internacional. Lei do consumidor. Plano Real e Inflação controlada. Indústria e infraestrutura insuficientes. Gestão pública burocrática e ineficiente. Altas taxas de juros e a carga tributária.A estabilidade financeira atrai o investidor estrangeiro. Questão financeira: foco no resultado; maio valor para a acionista. Globalização - sustentabilidade e a consciência ambiental. Início do século XXI Lei Sarbanes-Oxley. A relevância econômica e mercadológica da China. Unificação Europeia e criação do Euro. 2008: “Estouro da bolha” imobiliária americana; inadimplência causa crise financeira mundial; quebra de empresas em cascata. Cresce o movimento “Capitalismo Consciente”. Responsabilidades social, ambiental e econômica. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Atualmente, o Brasil vive uma crise, com repercussões em todas as áreas e também na economia, devido principalmente a razões políticas. Decisões equivocadas e ideológicas causaram grave situação fiscal que se desdobraram numa crise econômica. O desemprego é alto, a infraestrutura é deficiente e não recebe o mínimo necessário de investimentos. A enorme carga tributária e a maior taxa de juros do mundo, associadas à burocracia, corrupção e ineficiência, resultam no chamado “Custo Brasil”. A inflação evidencia o descontrole econômico. Este é um desafio para os atuais gestores financeiros e administradores de qualquer ramo de atividade. Nesse viés, é interessante perceber que a administração e a gestão financeira são muito dinâmicas e estão relacionadas à complexidade que caracteriza a sociedade humana. A capacidade de se ajustar a realidade é fator preponderante de sucesso. (Vídeo 3 disponível no AVA.) Tema 2: Carreira do Administrador financeiro A atividade financeira tem espaço em todos os segmentos de negócios. Veremos a seguir os mais comuns deles, e identificaremos os conhecimentos e competências que o profissional precisa ter ou desenvolver em cada um deles. Subtema 2.1: Mercado de capitais e investimentos O profissional desse segmento normalmente trabalha em instituições financeiras ou empresas de consultoria. Destaque especial para os bancos comerciais, bancos de investimentos, seguradoras, corretoras de valores e também administradores de fundos. Essas instituições lidam diretamente com operações de investimentos, passivas (de captação) e ativas (de aplicação de recursos). As fusões, cisões e vendas de empresas demandam trabalhos de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 avaliação do valor da empresa no mercado e as chamadas due diligence (diligência prévia). O processo de abrir o capital de uma empresa, o chamado Initial Public Offering – IPO (Oferta Pública Inicial), é outra interessante atividade financeira. O profissional se destaca pelos conhecimentos que tem das tendências e práticas de mercado. Alguns conhecimentos são básicos para quem deseja atuar no mercado de capitais e de investimentos: Fundamentos da economia. Comportamento dos juros e das influências decorrentes. Comportamento do mercado de ações e de outros títulos de investimentos. Fundamentos econômicos. Legislação e regulamentações. Produtos financeiros: captação e aplicação como opções de investimentos. Finanças internacionais e comércio exterior. Análise de rentabilidade de projetos de investimentos. Subtema 2.2: Gestão Pública Trata-se dos diversos órgãos públicos. A Gestão Pública tem muitas diferenças em relação às empresas, e compreende desde serviços públicos diretos aos cidadãos até os planos de estratégia de estado. Para atuar na Gestão Pública, de maneira geral, o profissional tem a necessidade de alguns conhecimentos, entre eles: Estrutura da gestão pública. Orçamentos públicos. Legislação fiscal e tributária. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Planejamento financeiro e econômico. Comportamento macro e microeconômico. Regulamentações. Contabilidade pública. Subtema 2.3: Empresarial Esse é o segmento mais amplo para um profissional da Gestão Financeira, e necessidade do profissional da Gestão Financeira é de toda e qualquer empresa. As principais competências exigidas de um profissional para atuar na Gestão Financeira de uma empresa são: Conhecer estratégia empresarial e de negócios. Conhecer as possibilidades de investimentos. Conhecer a legislação tributária. Capacidade para fazer análise de custos e precificação. Conhecer fundamentos contábeis. Conhecer as opções de aplicações financeiras. Ser capaz de elaborar os planos de negócios. Ter habilidades para tomar decisões. Saber liderar pessoas. Ser bom negociador (a). Relacionar-se com instituições financeiras, fornecedores, clientes e investidores. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Subtema 2.4: Outros setores Outro segmento, o chamado Terceiro setor, composto por ONG, OSIP, fundações, institutos, associações etc., são áreas de atuação do profissional de Gestão Financeira. Esse tipo de organização, sem fins lucrativos, tem particularidades quanto à legislação e a maneira de gerir as finanças. Uma especialidade da Gestão Financeira é a Contabilidade, o trabalho do contador, responsável pelos registros contábeis, pela análise das informações financeiras e pela geração de informações contábeis regulamentares e gerenciais. Não é raro que o contador se encarregue também das questões fiscais, tributárias e trabalhistas. Um mercado de atuação interessante é o de Consultoria. Empresas de grande porte costumam contratar grandes empresas de consultoria. As pequenas empresas também demandam serviços de especialistas financeiros. Normalmente, essas empresas são conduzidas pelo próprio empreendedor que entende mais do negócio em si, mas que não conhecem muito da Gestão Financeira e não têm porte para ter funcionários especialistas em finanças, mesmo necessitando. Sendo assim, as pequenas empresas tornam-se um interessante mercado para consultoria em gestão financeira. (Vídeo 4 disponível no AVA.) Tema 3: O papel do gestor financeiro Porque é preciso fazer a gestão financeira? Todos os recursos materiais que um hospital, uma universidade ou uma empresa utilizam são valorizados em dinheiro, ou seja, tudo tem seu valor financeiro, e isso exige gestão. Recursos, por serem escassos, exigem controle, e isso inclui obter eficiência e racionalização no uso dos recursos financeiros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 A Gestão Financeira é peça importante para maximizar os resultados, seja na forma de lucro a ser distribuído aos investidores, ou na maior abrangência de atendimento da finalidade organizacional. O gestor financeiro tem um papel a desempenhar que inclui várias atividades sob sua responsabilidade. Veja algumas delas: Planejamento Organizacional: planos anuais ou trienais que tratam de investimentos e mudanças de gastos e de receitas. Demonstrações Financeiras: análises de informações que constam em relatórios, as chamadas demonstrações financeiras. Gestão de Custos: é responsabilidade de todos os gestores da organização, mas a coordenação, os métodos adotados e o acompanhamento são responsabilidades do gestor financeiro. Operações de Tesouraria: operações de caixa - recebimentos, pagamentos, operações bancárias, aplicações, empréstimos e fluxo de caixa. Relacionamento do Mercado de Capitais: coordenar o relacionamento com o mercado de capitais, incluindo os acionistas, mantenedores, corretoras de valores e órgãos reguladores como a CVM. Gestão de Riscos: fazer ou acompanhar a gestão de riscos. Orçamentos: é o plano anual de entradas e saídas de dinheiro para as diferentes atividades. Coordenar a elaboração dos orçamentos e acompanhar sua execução, realizando os ajustes necessários. Gestão fiscal e tributária: os tributos e encargos, pelo peso que tem no custo, exigem muita atenção.Inicia com o planejamento tributário, passa pelo controle e apuração dos valores e vai até o pagamento dos impostos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Política de crédito e aplicações e financiamento: elaborar e fiscalizar o cumprimento das políticas de crédito. São as regras para conceder descontos, parcelamentos e prazos para recebimentos. Também estabelece que tipo de aplicações e captação de recursos. Atualmente, não se admite mais que o gestor financeiro e toda a equipe de finanças esteja desconectada dos negócios e focada apenas nas questões financeiras. Estes precisam conhecer e ser atuantes em todas as dimensões dos negócios da empresa. (Vídeo 5 disponível no AVA.) Tema 4: Tipos de organizações Abordaremos agora algumas classificações de organizações que se relacionam ao sistema econômico. Observe o fluxo básico a seguir: Inicialmente, obtém-se da natureza a matéria prima, como produtos agrícolas, a criação de animais, os minérios, etc. Em seguida, a indústria transforma essa matéria prima em produtos e, na sequência, uma estrutura de distribuição cuida do serviço de transportar, vender, entregar, instalar. Além disso, muitos outros serviços atuam na economia. Dessa forma, as organizações podem ser classificadas conforme sua função econômica, ou o chamado “setor econômico” ou “setor da economia”: Matéria prima Tansformação Ditribuição de produtos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Setores sociais Primeiro setor Segundo setor Terceiro setor Setor público – Estado Capital público para atender interesses públicos Setor privado – Empresas Capital privado para atender interesses privados Entidades privadas de interesse público-social Capital privado para atender interesses públicos Órgãos do Estado e empresas públicas Corresponde à vontade popular Empresas de capital privado. Corresponde à livre iniciativa Organizações não governamentais de iniciativa privada, mas dedicada ao interesse público Administração direta, autarquias, empresas públicas, serviço público Polícia, Ministérios, Secretarias estaduais ou municipais, DETRAN, Justiça, Unidades de saúde, escolas ou hospitais públicos, etc Empresas, dos três setores econômicos ONGs, Igrejas, sindicatos, condomínios, fundações e associações, partidos políticos, fundações, entidades beneficentes O setor público, o primeiro setor, considera os três níveis da administração direta, municipal, estadual e federal, e também o tripé republicano, o Legislativo, e Judiciário e o Executivo (governo), além de alguns órgãos independentes. É importante ressaltar que há mais uma distinção entre as organizações, as com e as sem fins lucrativos. De maneira simplificada, os órgãos públicos e as organizações do terceiro setor não possuem fins lucrativos. No entanto, não podemos considerar que não devam ter resultados positivos do ponto de vista financeiro; podem conseguir superávit, mas não podem distribuir como se faz com lucro. As empresas, a princípio, são organizações que tem finalidade lucrativa. Isso não deve ser visto pela ótica socialista como algo negativo; é o lucro que promove o desenvolvimento, incentiva a economia e gera empregos e motivação para investimentos. As empresas podem ser classificadas em Sociedades Anônimas, as “SA”, ou de Responsabilidade Limitada, as LTDA. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Tema 4.1: Sociedade de Responsabilidades Limitada São as empresas que possuem sócios, pessoas físicas ou jurídicas. São regidas por um contrato social que além de estabelecer a finalidade da sociedade e registrar o que os sócios combinaram, determina a participação societária de cada sócio em termos de percentual do capital social. Isso serve tanto para o “poder de decisão” como para a distribuição de lucros. Cada sócio assume responsabilidade financeira limitada ao seu capital. Tal item é realmente discutível, uma vez que a justiça pode confiscar bens pessoais para cumprir compromissos (saldar dívidas) trabalhistas, civis e tributários, em caso de processos judiciais, o que inclui as falências. Tema 4.2: Sociedade Anônima Conhecidas como as “S/A”, conforme o nome sugere, tais empresas não possuem um sócio identificado; são sociedades de capitais. A participação é comprada e vendida no mercado de capitais e é determinada por um volume de ações, todas com o mesmo valor unitário, cuja totalidade representa o capital da empresa, as quais são regidas por um estatuto. As “S/A” são, normalmente, sociedades anônimas de pequeno ou médio porte. Elas podem ter o capital aberto, quando as ações são livremente negociadas em bolsa ou no mercado balcão (diretamente na empresa), ou podem ter o capital fechado, caso em que as ações são propriedade de pessoas e não são vendidas livremente. Os proprietários podem realizar a comercialização das ações por meio de escrituração. (Vídeo 6 disponível no AVA.) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Tema 5: Estrutura funcional da área financeira Tradicionalmente, as organizações agrupam as atividades semelhantes em unidades funcionais, chamados também de “departamentos”, normalmente representados num organograma. As funções financeiras podem estar distribuídas em vários departamentos de em uma diretoria financeira em um grande hospital. No caso de uma pequena clínica médica, são atribuídas a uma assistente tanto a recepção quanto o controle da agenda dos médicos. Sendo assim, é possível dizer que a estruturação das atividades deve atender à necessidade particular de cada organização. Observe as principais áreas relacionadas à gestão financeira no organograma hipotético a seguir. Gestão financeira Planejamento financeiro Tesouraria Outras áreasControladoria Administração do caixa Contas a receber Contas a pagar Aplicações financeiras Análises financeiras Elaboração do orçamento Política de crédito Gestão orçamentária Contabilidade gerencial Administração tributária Contabilidade de custos Departamento pessoal Faturamento Compras Sistema de informações Gestão de contratos Gestão de ativos Outros Política de investimentos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Funções de Tesouraria: administra o caixa - fluxo de caixa, movimentação bancária e aplicações. Controla as contas a pagar e a receber. Planejamento Financeiro: análises financeiras, de custos, rentabilidades, previsões, etc. Coordena o orçamento anual e estabelece a política de investimentos, de concessão de crédito e de captação de empréstimos. Controladoria: realiza a gestão orçamentária e a administração tributária. Faz a contabilidade da organização, gerencia os contratos que determinam pagamentos e a gestão de ativos, ou seja, os bens da organização. Outras atividades: embora não sejam exatamente funções financeiras, é manter como responsabilidade dos gestores financeiros o departamento de pessoal, o setor de compras, o de faturamento e, em algumas situações, também o departamento de Tecnologia da Informação (TI). O arranjo funcional deve corresponder às necessidades, à cultura e ao estilo de gestão de cada organização. Deve-se evitar a adoção de modelos copiados sem uma adequação à realidade e às particularidades. (Vídeo 7 disponível no AVA.) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Contextualizando – resposta A partir dos assuntos estudados, responda ao desafio apresentado no início da aula: como a Gestão Financeira pode ser considerada nos diferentes caminhos de uma carreira profissional? a) Tornar-se um especialista. b) Ter uma visão geral das funções financeiras. c) Atuar em outra área na organização, diferentede finanças. Feedback a) Nesta situação, é importante considerar aptidões pessoais. Tornar-se um especialista é fazer uma opção de verticalização, ou seja, aprofundar-se em um ou poucos temas da Gestão Financeira. “Conhecer muito de pouco”. Exemplo: tornar-se um especialista em mercado de capitais, ou tornar-se um contador, o que significa que não irá se envolver com todas as demais áreas de uma organização, mas mais intensamente com alguma atividade específica. b) Nesse caso, é preciso se dispor a conhecer “um pouco de muito”, isto é, não exige tanto aprofundamento, mas é preciso se dispor a diversificar os conhecimentos em muitas áreas. Normalmente, isso é exigido de quem almeja uma função gerencial, incluindo a liderança, exigindo disposição para conduzir pessoas, conhecendo não só os aspectos técnicos, mas também as características sutis da gestão de pessoas. c) Nesta situação, é conveniente o conhecimento geral sobre finanças porque, qualquer que seja a área de atuação, irá gerenciar recursos escassos representados por valor financeiro. Da mesma forma que um bom gerente financeiro precisa necessariamente conhecer do negócio da organização, todos os gestores das demais áreas devem ter conhecimentos da Gestão Financeira para desempenhar bem suas funções. Até para nossa vida pessoal é necessário o conhecimento de finanças, o que tem gerado uma discussão acerca da probabilidade da educação financeira ocorre em escolas para crianças e adolescentes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Finalizando Nesta aula, você pôde conhecer um pouco da história pela ótica do dinheiro. O homem sempre tem lidado com a necessidade de produzir e comercializar sua produção, pois faz parte da sua sobrevivência, mas também está relacionada ao poder, tanto político quanto econômico. Abordamos também as diferentes carreiras do profissional de finanças, no setor público, no mercado de capitais e nas empresas. Mas, é essencial considerar que qualquer que seja a área dentro de uma organização, o conhecimento de finanças é requisito para o profissional que ocupa uma posição de gestão. Naturalmente não será necessário tornar-se um especialista, mas é fundamental ter uma visão geral de como gerenciar recursos escassos. Tratamos também de alguns dos tipos de organização, considerando os setores econômicos, sociais e sua relação com o lucro. Aprendemos a forma como se constitui o capital das empresas de responsabilidade limitada (LTDA) e das sociedades anônimas (S/A). Outras formas de estruturação podem ser identificadas e caracterizadas e estão previstas no Código Civil Brasileiro, que é a Lei nº 10.406 de 10 janeiro de 2002. Estudamos também como as atribuições e atividades da gestão financeira podem ser agrupadas em unidades funcionais. No entanto, é importante ressaltar que não existe uma única forma certa de fazer o organograma da Gestão Financeira. Cada empresa tem suas próprias necessidades, particularidade e estilo de gestão inseridos em sua cultura organizacional, o que estará refletido no arranjo funcional adotado. Até a próxima! (Vídeo 8 disponível no AVA.) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Referências BOVESPA. Mercado de capitais. Bolsa de Valores de São Paulo. Disponível em: <http://www.coinvalores.com.br/sites/5109700b11b36b30d7000004/content_ent ry5114121911b36b1265000113/5127c5db42142a5aa8000128/files/guia_merca do_capitais.pdf BRIGHAM, Eugene F; GAPENSKI, Louis C; EHRHARDT, Michael C. Administração financeira: teoria e prática. Traduzido por Alexandre L. G. Alcântara e José N. A. Salazar. São Paulo: Atlas, 2001. BRASIL. Conheça os órgãos que formam o poder judiciário. Portal Brasil. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/conheca-os-orgaos- que-formam-o-poder-judiciario>. Acesso em: 08 jun. 2016. BRASIL. Entenda como funciona a estrutura do estado brasileiro. Portal Brasil. 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