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Gestão Financeira e custos Hospitalares 1

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Disciplina Gestão Financeira e de Custos Hospitalares 
Tema O profissional da Gestão Financeira 
Professor Paulo Muro 
 
Conversa inicial 
As organizações são criadas e mantidas para cumprir seus propósitos 
existenciais. O grande desafio é sua sustentabilidade, além de encontrar a 
forma para melhor aproveitamento de seus recursos. 
Seja porque buscam maximizar a remuneração de seu investidor por 
meio do lucro, ou para ampliarem a capacidade de atendimento de sua atuação 
econômica e social, todas as organizações se deparam com a questão 
financeira: como obter o melhor resultado dos recursos da organização? Como 
equacioná-la? 
Parece não existir uma solução definitiva. Crenças e ideologias são 
influências poderosas. A dinâmica das necessidades e das oportunidades 
determina um ambiente em constante transformação. A integração de povos, a 
tecnologia, a evolução das ciências e tudo o que muda no mundo faz com que 
nada esteja definido e que tudo esteja em contínua construção. 
Assim é a administração, e também a gestão financeira e de custos nas 
empresas, nos hospitais, nas universidades, na gestão pública, ou ainda nas 
ONGs, e até mesmo em cada família. 
Como gerir os recursos financeiros? Este é um desafio! 
Nesta aula, faremos uma introdução histórica do tema, o que permitirá a 
compreensão de como o processo de gestão financeira se desenvolveu e como 
deverá continuar se desenvolvendo. 
Abordaremos também as diferentes especialidades da carreira do 
profissional que atua na gestão financeira e as principais funções do gestor 
financeiro, o que auxiliará na reflexão acerca das particularidades relativas à 
organização em que você está ou estará atuando. 
Estudaremos algumas das mais comuns formas de constituições das 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
organizações e como essas podem ser classificadas. 
Por último, será comentada a estruturação das funções financeiras em 
unidades funcionais, o que poderá ajudá-lo a identificar, dividir e agrupar as 
tarefas relativas à gestão financeira. 
Bom estudo! 
(Vídeo 1 disponível no AVA.) 
 
Contextualizando 
Em sua origem, o homem era caçador e coletava seus alimentos na 
natureza. A partir do momento em que o passou a produzir seus alimentos por 
meio da agricultura e pelo pastoreio, o homem passou a exercer a atividade 
econômica. Ao delimitar uma “área com uma cerca”, concebeu o conceito de 
propriedade e, com isso, toda a situação que enfrentamos até hoje. 
Com o tempo, a prática das trocas do que foi produzido dá origem ao 
comércio. Em seguida, surge o “dinheiro” representando a mercadoria 
produzida ou comercializada. O comércio é facilitado e se desenvolve. Então, 
surge a cobrança de impostos, isso tudo já há milhares de anos. 
A economia e o comércio evoluíram e resultaram na sociedade em que 
vivemos hoje. Formamos uma sociedade baseada em organizações que 
precisam ser gerenciadas, que utilizam recursos e produzem bens ou serviços 
úteis para a sociedade. Sua manutenção e sustentabilidade são remuneradas 
ou mantidas de alguma forma, e as organizações competem umas com as 
outras no seguimento em que atuam e geram empregos e riquezas, o que 
determina, em parte, a qualidade de vida as pessoas. 
Administrar os recursos produtivos representados por seus valores 
financeiros, potencializando ainda sua capacidade de gerar riquezas e produzir 
bens ou serviços para a sociedade, está associado à gestão financeira das 
organizações. 
A complexidade que caracteriza a gestão econômica e financeira exige 
 
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3 
profissionais bem preparados. 
Como a gestão financeira pode ser considerada nos diferentes caminhos 
de uma carreira profissional? 
(Vídeo 2 disponível no AVA.) 
 
Tema 1: Histórico da Gestão Financeira 
 Observe a seguir a cronologia simplificada da evolução da relação do 
homem com o dinheiro, num contexto econômico e associado ao poder. 
 
Idade antiga 
 A questão financeira está muito relacionada com as questões 
religiosa. 
 As riquezas individuais eram mal vistas pela maioria dos povos. 
 A riqueza e o poder eram associados à propriedade. 
 
Idade Média 
Período histórico da Europa entre o século V e final do século XV: 
 A estrutura econômica é feudal. 
 A riqueza estava com a nobreza e com a Igreja Católica, que também 
detinham o poder político. Não havia liberdade de pensamento. O 
povo era subjugado e vivia sob a dominação da igreja. 
 O lucro e os juros eram proibidos. 
 Não havia financiamento de capital para a produção. 
 
 
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4 
 
Fonte: Blog do Leon 
http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00-
07:00&max-results=7&start=7&by-date=false 
 
Reforma Protestante 
 Martinho Lutero rompe com a Igreja Católica: início do século XVI. 
 João Calvino: suas ideias enfraquecem o poder da igreja e criam 
condições para que surgissem as ideias capitalistas. 
 O lucro e os juros passaram a ser permitidos. 
 Mercantilismo: a proposta do estado forte depende de comércio para 
arrecadação de impostos. Os reis passam a apoiar as ideias de 
Lutero e Calvino. 
 
 
http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00-07:00&max-results=7&start=7&by-date=false
http://leoncorrea.blogspot.com.br/search?updated-max=2015-06-30T19:54:00-07:00&max-results=7&start=7&by-date=false
 
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5 
Revolução Industrial 
Surge na Inglaterra no século XVIII: 
 Mecanização da indústria: produção em escala. 
 Adoção de tecnologia nos transportes: distribuição da produção. 
 Ampliação dos mercados. 
 Sociedades de Capitais – Investidores – Origem do mercado de 
capitais e Sociedades Anônimas. 
 
 
Fonte: Blog Tudo no mundo 
http://www.tudodomundo.com.br/wp-content/uploads/revolucao-industrial-3.jpg 
 
 
Século XX 
Grande expansão econômica nas duas primeiras décadas. Surgem os 
primeiros estudos da administração voltada para produção. As empresas se 
desenvolver sob a perspectiva capitalista. 
 
http://www.tudodomundo.com.br/wp-content/uploads/revolucao-industrial-3.jpg
 
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6 
Década 
de 1920 
Administração financeira: campo de estudo separado da 
administração. 
Administração focada na gestão da produção: custos e 
produtividade. 
Década 
de 1930 
Grande depressão americana: quebra da bolsa de New York em 
1929. 
A atenção às fusões e aquisições. 
A gestão financeira voltou-se para as concordatas, liquidações. 
Década 
de 1940 
Segunda Guerra Mundial: escassez e difícil comercialização. 
Pós-guerra: recuperação da Europa e do Japão - forte 
desenvolvimento econômico e tecnológico. 
Questões financeiras: equação custo x volume x lucro e 
rentabilidade de investimentos e orçamentos financeiros. 
Década 
de 1950 
Empresa é vista como patrimônio: importância do capital social. 
Preocupação com regulações e legislações. 
Décadas 
de 1960 
e 1970 
A guerra do Vietnã: mudanças de comportamento e contestações. 
Guerra fria, a tensão entre o mundo capitalista e o comunista. 
Grande desenvolvimento tecnológico. 
Gestão financeira: foco capital especulativo e o mercado de ações. 
Brasil: Ditadura Militar – Economia fechada, atraso industrial e 
irrelevância no mercado internacional. 
Forte intervenção do estado. 
Década 
de 1980 
Brasil: inflação descontrolada. 
Investimento especulativo e falta de investimento em infraestrutura 
e industrialização. 
Fim da Guerra Fria: cai o Muro de Berlim em 1989. 
Década 
de 1990 
Redemocratização e abertura ao mercado internacional. 
Lei do consumidor. 
Plano Real e Inflação controlada. 
Indústria e infraestrutura insuficientes. 
Gestão pública burocrática e ineficiente. 
Altas taxas de juros e a carga tributária.A estabilidade financeira atrai o investidor estrangeiro. 
Questão financeira: foco no resultado; maio valor para a acionista. 
Globalização - sustentabilidade e a consciência ambiental. 
Início do 
século 
XXI 
Lei Sarbanes-Oxley. 
A relevância econômica e mercadológica da China. 
Unificação Europeia e criação do Euro. 
2008: “Estouro da bolha” imobiliária americana; inadimplência causa 
crise financeira mundial; quebra de empresas em cascata. 
Cresce o movimento “Capitalismo Consciente”. 
Responsabilidades social, ambiental e econômica. 
 
 
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7 
Atualmente, o Brasil vive uma crise, com repercussões em todas as 
áreas e também na economia, devido principalmente a razões políticas. 
Decisões equivocadas e ideológicas causaram grave situação fiscal que se 
desdobraram numa crise econômica. O desemprego é alto, a infraestrutura é 
deficiente e não recebe o mínimo necessário de investimentos. A enorme carga 
tributária e a maior taxa de juros do mundo, associadas à burocracia, corrupção 
e ineficiência, resultam no chamado “Custo Brasil”. A inflação evidencia o 
descontrole econômico. 
Este é um desafio para os atuais gestores financeiros e administradores 
de qualquer ramo de atividade. Nesse viés, é interessante perceber que a 
administração e a gestão financeira são muito dinâmicas e estão relacionadas 
à complexidade que caracteriza a sociedade humana. A capacidade de se 
ajustar a realidade é fator preponderante de sucesso. 
(Vídeo 3 disponível no AVA.) 
 
Tema 2: Carreira do Administrador financeiro 
A atividade financeira tem espaço em todos os segmentos de negócios. 
Veremos a seguir os mais comuns deles, e identificaremos os conhecimentos e 
competências que o profissional precisa ter ou desenvolver em cada um deles. 
 
Subtema 2.1: Mercado de capitais e investimentos 
O profissional desse segmento normalmente trabalha em instituições 
financeiras ou empresas de consultoria. Destaque especial para os bancos 
comerciais, bancos de investimentos, seguradoras, corretoras de valores e 
também administradores de fundos. 
Essas instituições lidam diretamente com operações de investimentos, 
passivas (de captação) e ativas (de aplicação de recursos). 
As fusões, cisões e vendas de empresas demandam trabalhos de 
 
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8 
avaliação do valor da empresa no mercado e as chamadas due diligence 
(diligência prévia). 
O processo de abrir o capital de uma empresa, o chamado Initial Public 
Offering – IPO (Oferta Pública Inicial), é outra interessante atividade financeira. 
O profissional se destaca pelos conhecimentos que tem das tendências 
e práticas de mercado. Alguns conhecimentos são básicos para quem deseja 
atuar no mercado de capitais e de investimentos: 
 
 Fundamentos da economia. 
 Comportamento dos juros e das influências decorrentes. 
 Comportamento do mercado de ações e de outros títulos de 
investimentos. 
 Fundamentos econômicos. 
 Legislação e regulamentações. 
 Produtos financeiros: captação e aplicação como opções de 
investimentos. 
 Finanças internacionais e comércio exterior. 
 Análise de rentabilidade de projetos de investimentos. 
 
Subtema 2.2: Gestão Pública 
Trata-se dos diversos órgãos públicos. A Gestão Pública tem muitas 
diferenças em relação às empresas, e compreende desde serviços públicos 
diretos aos cidadãos até os planos de estratégia de estado. 
Para atuar na Gestão Pública, de maneira geral, o profissional tem a 
necessidade de alguns conhecimentos, entre eles: 
 
 Estrutura da gestão pública. 
 Orçamentos públicos. 
 Legislação fiscal e tributária. 
 
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9 
 Planejamento financeiro e econômico. 
 Comportamento macro e microeconômico. 
 Regulamentações. 
 Contabilidade pública. 
 
Subtema 2.3: Empresarial 
Esse é o segmento mais amplo para um profissional da Gestão 
Financeira, e necessidade do profissional da Gestão Financeira é de toda e 
qualquer empresa. 
As principais competências exigidas de um profissional para atuar na 
Gestão Financeira de uma empresa são: 
 
 Conhecer estratégia empresarial e de negócios. 
 Conhecer as possibilidades de investimentos. 
 Conhecer a legislação tributária. 
 Capacidade para fazer análise de custos e precificação. 
 Conhecer fundamentos contábeis. 
 Conhecer as opções de aplicações financeiras. 
 Ser capaz de elaborar os planos de negócios. 
 Ter habilidades para tomar decisões. 
 Saber liderar pessoas. 
 Ser bom negociador (a). 
 Relacionar-se com instituições financeiras, fornecedores, clientes e 
investidores. 
 
 
 
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10 
Subtema 2.4: Outros setores 
Outro segmento, o chamado Terceiro setor, composto por ONG, OSIP, 
fundações, institutos, associações etc., são áreas de atuação do profissional de 
Gestão Financeira. Esse tipo de organização, sem fins lucrativos, tem 
particularidades quanto à legislação e a maneira de gerir as finanças. 
Uma especialidade da Gestão Financeira é a Contabilidade, o trabalho 
do contador, responsável pelos registros contábeis, pela análise das 
informações financeiras e pela geração de informações contábeis 
regulamentares e gerenciais. Não é raro que o contador se encarregue 
também das questões fiscais, tributárias e trabalhistas. 
Um mercado de atuação interessante é o de Consultoria. Empresas de 
grande porte costumam contratar grandes empresas de consultoria. As 
pequenas empresas também demandam serviços de especialistas financeiros. 
Normalmente, essas empresas são conduzidas pelo próprio empreendedor que 
entende mais do negócio em si, mas que não conhecem muito da Gestão 
Financeira e não têm porte para ter funcionários especialistas em finanças, 
mesmo necessitando. 
Sendo assim, as pequenas empresas tornam-se um interessante 
mercado para consultoria em gestão financeira. 
(Vídeo 4 disponível no AVA.) 
 
Tema 3: O papel do gestor financeiro 
Porque é preciso fazer a gestão financeira? 
Todos os recursos materiais que um hospital, uma universidade ou uma 
empresa utilizam são valorizados em dinheiro, ou seja, tudo tem seu valor 
financeiro, e isso exige gestão. Recursos, por serem escassos, exigem 
controle, e isso inclui obter eficiência e racionalização no uso dos recursos 
financeiros. 
 
 
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11 
A Gestão Financeira é peça importante para maximizar os resultados, 
seja na forma de lucro a ser distribuído aos investidores, ou na maior 
abrangência de atendimento da finalidade organizacional. 
O gestor financeiro tem um papel a desempenhar que inclui várias 
atividades sob sua responsabilidade. Veja algumas delas: 
 
 Planejamento Organizacional: planos anuais ou trienais que tratam de 
investimentos e mudanças de gastos e de receitas. 
 Demonstrações Financeiras: análises de informações que constam em 
relatórios, as chamadas demonstrações financeiras. 
 Gestão de Custos: é responsabilidade de todos os gestores da 
organização, mas a coordenação, os métodos adotados e o 
acompanhamento são responsabilidades do gestor financeiro. 
 Operações de Tesouraria: operações de caixa - recebimentos, 
pagamentos, operações bancárias, aplicações, empréstimos e fluxo de 
caixa. 
 Relacionamento do Mercado de Capitais: coordenar o relacionamento 
com o mercado de capitais, incluindo os acionistas, mantenedores, 
corretoras de valores e órgãos reguladores como a CVM. 
 Gestão de Riscos: fazer ou acompanhar a gestão de riscos. 
 Orçamentos: é o plano anual de entradas e saídas de dinheiro para as 
diferentes atividades. Coordenar a elaboração dos orçamentos e 
acompanhar sua execução, realizando os ajustes necessários. 
 Gestão fiscal e tributária: os tributos e encargos, pelo peso que tem no 
custo, exigem muita atenção.Inicia com o planejamento tributário, passa 
pelo controle e apuração dos valores e vai até o pagamento dos 
impostos. 
 
 
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12 
 Política de crédito e aplicações e financiamento: elaborar e fiscalizar 
o cumprimento das políticas de crédito. São as regras para conceder 
descontos, parcelamentos e prazos para recebimentos. Também 
estabelece que tipo de aplicações e captação de recursos. 
 
Atualmente, não se admite mais que o gestor financeiro e toda a equipe 
de finanças esteja desconectada dos negócios e focada apenas nas questões 
financeiras. Estes precisam conhecer e ser atuantes em todas as dimensões 
dos negócios da empresa. 
(Vídeo 5 disponível no AVA.) 
 
Tema 4: Tipos de organizações 
Abordaremos agora algumas classificações de organizações que se 
relacionam ao sistema econômico. Observe o fluxo básico a seguir: 
 
 
 
Inicialmente, obtém-se da natureza a matéria prima, como produtos 
agrícolas, a criação de animais, os minérios, etc. Em seguida, a indústria 
transforma essa matéria prima em produtos e, na sequência, uma estrutura de 
distribuição cuida do serviço de transportar, vender, entregar, instalar. Além 
disso, muitos outros serviços atuam na economia. 
Dessa forma, as organizações podem ser classificadas conforme sua 
função econômica, ou o chamado “setor econômico” ou “setor da economia”: 
 
Matéria prima Tansformação
Ditribuição de 
produtos
 
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13 
Setores sociais 
Primeiro setor Segundo setor Terceiro setor 
Setor público – Estado 
 Capital público para atender 
interesses públicos 
Setor privado – Empresas 
 Capital privado para atender 
interesses privados 
Entidades privadas de 
interesse público-social 
 Capital privado para atender 
interesses públicos 
Órgãos do Estado e empresas 
públicas 
 Corresponde à vontade 
popular 
Empresas de capital privado. 
 Corresponde à livre iniciativa 
Organizações não 
governamentais de iniciativa 
privada, mas dedicada ao 
interesse público 
Administração direta, 
autarquias, empresas 
públicas, serviço público 
Polícia, Ministérios, 
Secretarias estaduais ou 
municipais, DETRAN, Justiça, 
Unidades de saúde, escolas 
ou hospitais públicos, etc 
Empresas, dos três setores 
econômicos 
ONGs, Igrejas, sindicatos, 
condomínios, fundações e 
associações, partidos 
políticos, fundações, 
entidades beneficentes 
 
O setor público, o primeiro setor, considera os três níveis da 
administração direta, municipal, estadual e federal, e também o tripé 
republicano, o Legislativo, e Judiciário e o Executivo (governo), além de alguns 
órgãos independentes. 
É importante ressaltar que há mais uma distinção entre as organizações, 
as com e as sem fins lucrativos. De maneira simplificada, os órgãos públicos e 
as organizações do terceiro setor não possuem fins lucrativos. No entanto, não 
podemos considerar que não devam ter resultados positivos do ponto de vista 
financeiro; podem conseguir superávit, mas não podem distribuir como se faz 
com lucro. 
As empresas, a princípio, são organizações que tem finalidade lucrativa. 
Isso não deve ser visto pela ótica socialista como algo negativo; é o lucro que 
promove o desenvolvimento, incentiva a economia e gera empregos e 
motivação para investimentos. 
As empresas podem ser classificadas em Sociedades Anônimas, as 
“SA”, ou de Responsabilidade Limitada, as LTDA. 
 
 
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14 
Tema 4.1: Sociedade de Responsabilidades Limitada 
São as empresas que possuem sócios, pessoas físicas ou jurídicas. São 
regidas por um contrato social que além de estabelecer a finalidade da 
sociedade e registrar o que os sócios combinaram, determina a participação 
societária de cada sócio em termos de percentual do capital social. Isso serve 
tanto para o “poder de decisão” como para a distribuição de lucros. 
Cada sócio assume responsabilidade financeira limitada ao seu capital. 
Tal item é realmente discutível, uma vez que a justiça pode confiscar bens 
pessoais para cumprir compromissos (saldar dívidas) trabalhistas, civis e 
tributários, em caso de processos judiciais, o que inclui as falências. 
 
Tema 4.2: Sociedade Anônima 
Conhecidas como as “S/A”, conforme o nome sugere, tais empresas não 
possuem um sócio identificado; são sociedades de capitais. A participação é 
comprada e vendida no mercado de capitais e é determinada por um volume 
de ações, todas com o mesmo valor unitário, cuja totalidade representa o 
capital da empresa, as quais são regidas por um estatuto. 
As “S/A” são, normalmente, sociedades anônimas de pequeno ou médio 
porte. Elas podem ter o capital aberto, quando as ações são livremente 
negociadas em bolsa ou no mercado balcão (diretamente na empresa), ou 
podem ter o capital fechado, caso em que as ações são propriedade de 
pessoas e não são vendidas livremente. Os proprietários podem realizar a 
comercialização das ações por meio de escrituração. 
(Vídeo 6 disponível no AVA.) 
 
 
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15 
Tema 5: Estrutura funcional da área financeira 
Tradicionalmente, as organizações agrupam as atividades semelhantes 
em unidades funcionais, chamados também de “departamentos”, normalmente 
representados num organograma. 
As funções financeiras podem estar distribuídas em vários 
departamentos de em uma diretoria financeira em um grande hospital. No caso 
de uma pequena clínica médica, são atribuídas a uma assistente tanto a 
recepção quanto o controle da agenda dos médicos. Sendo assim, é possível 
dizer que a estruturação das atividades deve atender à necessidade particular 
de cada organização. 
Observe as principais áreas relacionadas à gestão financeira no 
organograma hipotético a seguir. 
 
 
 
 
Gestão 
financeira
Planejamento 
financeiro
Tesouraria Outras áreasControladoria
Administração 
do caixa
Contas a 
receber
Contas a 
pagar
Aplicações 
financeiras
Análises 
financeiras
Elaboração do 
orçamento
Política de 
crédito 
Gestão 
orçamentária
Contabilidade 
gerencial
Administração 
tributária
Contabilidade 
de custos
Departamento 
pessoal
Faturamento
Compras
Sistema de 
informações
Gestão de 
contratos
Gestão de 
ativos
Outros
Política de 
investimentos
 
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16 
 Funções de Tesouraria: administra o caixa - fluxo de caixa, 
movimentação bancária e aplicações. Controla as contas a pagar e a 
receber. 
 Planejamento Financeiro: análises financeiras, de custos, 
rentabilidades, previsões, etc. Coordena o orçamento anual e 
estabelece a política de investimentos, de concessão de crédito e de 
captação de empréstimos. 
 Controladoria: realiza a gestão orçamentária e a administração 
tributária. Faz a contabilidade da organização, gerencia os contratos 
que determinam pagamentos e a gestão de ativos, ou seja, os bens da 
organização. 
 Outras atividades: embora não sejam exatamente funções 
financeiras, é manter como responsabilidade dos gestores financeiros o 
departamento de pessoal, o setor de compras, o de faturamento e, em 
algumas situações, também o departamento de Tecnologia da 
Informação (TI). 
 
O arranjo funcional deve corresponder às necessidades, à cultura e ao 
estilo de gestão de cada organização. Deve-se evitar a adoção de modelos 
copiados sem uma adequação à realidade e às particularidades. 
(Vídeo 7 disponível no AVA.) 
 
 
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17 
Contextualizando – resposta 
 A partir dos assuntos estudados, responda ao desafio apresentado no 
início da aula: como a Gestão Financeira pode ser considerada nos diferentes 
caminhos de uma carreira profissional? 
a) Tornar-se um especialista. 
b) Ter uma visão geral das funções financeiras. 
c) Atuar em outra área na organização, diferentede finanças. 
 
Feedback 
a) Nesta situação, é importante considerar aptidões pessoais. Tornar-se 
um especialista é fazer uma opção de verticalização, ou seja, aprofundar-se em 
um ou poucos temas da Gestão Financeira. “Conhecer muito de pouco”. 
Exemplo: tornar-se um especialista em mercado de capitais, ou tornar-se um 
contador, o que significa que não irá se envolver com todas as demais áreas de 
uma organização, mas mais intensamente com alguma atividade específica. 
b) Nesse caso, é preciso se dispor a conhecer “um pouco de muito”, isto é, 
não exige tanto aprofundamento, mas é preciso se dispor a diversificar os 
conhecimentos em muitas áreas. Normalmente, isso é exigido de quem almeja 
uma função gerencial, incluindo a liderança, exigindo disposição para conduzir 
pessoas, conhecendo não só os aspectos técnicos, mas também as 
características sutis da gestão de pessoas. 
c) Nesta situação, é conveniente o conhecimento geral sobre finanças 
porque, qualquer que seja a área de atuação, irá gerenciar recursos escassos 
representados por valor financeiro. Da mesma forma que um bom gerente 
financeiro precisa necessariamente conhecer do negócio da organização, todos 
os gestores das demais áreas devem ter conhecimentos da Gestão Financeira 
para desempenhar bem suas funções. Até para nossa vida pessoal é 
necessário o conhecimento de finanças, o que tem gerado uma discussão 
acerca da probabilidade da educação financeira ocorre em escolas para 
crianças e adolescentes. 
 
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18 
Finalizando 
Nesta aula, você pôde conhecer um pouco da história pela ótica do 
dinheiro. O homem sempre tem lidado com a necessidade de produzir e 
comercializar sua produção, pois faz parte da sua sobrevivência, mas também 
está relacionada ao poder, tanto político quanto econômico. 
Abordamos também as diferentes carreiras do profissional de finanças, 
no setor público, no mercado de capitais e nas empresas. Mas, é essencial 
considerar que qualquer que seja a área dentro de uma organização, o 
conhecimento de finanças é requisito para o profissional que ocupa uma 
posição de gestão. Naturalmente não será necessário tornar-se um 
especialista, mas é fundamental ter uma visão geral de como gerenciar 
recursos escassos. 
Tratamos também de alguns dos tipos de organização, considerando os 
setores econômicos, sociais e sua relação com o lucro. Aprendemos a forma 
como se constitui o capital das empresas de responsabilidade limitada (LTDA) 
e das sociedades anônimas (S/A). Outras formas de estruturação podem ser 
identificadas e caracterizadas e estão previstas no Código Civil Brasileiro, que 
é a Lei nº 10.406 de 10 janeiro de 2002. 
Estudamos também como as atribuições e atividades da gestão 
financeira podem ser agrupadas em unidades funcionais. No entanto, é 
importante ressaltar que não existe uma única forma certa de fazer o 
organograma da Gestão Financeira. Cada empresa tem suas próprias 
necessidades, particularidade e estilo de gestão inseridos em sua cultura 
organizacional, o que estará refletido no arranjo funcional adotado. 
Até a próxima! 
(Vídeo 8 disponível no AVA.) 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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