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FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA 1

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Autor: Prof. Ailton Galdino de Almeida
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
 Prof. Alexandre Saramelli
 Prof. Maurício Martins do Fanno
Fundamentos da 
Gestão Financeira
Professor conteudista: Ailton Galdino de Almeida
O professor Ailton Galdino de Almeida é graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão 
Financeira e especialista em Docência do Ensino Superior. É membro de diversos conselhos, como o Conselho de 
Administração do Banco do Povo Credito Solidário e a Comissão Municipal de Orçamento Participativo. Possui 
vivência na execução de Programas de Qualificação Profissional, atua como técnico em planejamento, supervisão, 
acompanhamento e avaliação de projetos, coordenador técnico de programas federais, municipais e estaduais pela 
instituição Associação de Promoção Humana e Resgate da Cidadania. Também trabalha como consultor de empresas 
na área financeira. 
Frequentou o curso de Administração de Empresas pelo Instituto Solco (Efeso, Rimini, Itália) e de Administração 
de Entes no Profit na Emilia Romagna/Instituto Efeso (Itália), Cooperativismo Social pelo Consórcio de Cooperativas 
Solco (Itália), capacitação em Políticas de Emprego e Renda e de Educação Profissional em Economia de Trabalho 
pelo Ministério do Trabalho (FAT/GDF/Unicamp). Cursou capacitação para coordenadores pela Confederação Nacional 
dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), repasse da metodologia para facilitadores (Jovem Empreendedor pelo Sebrae/
SP) e Administração para Organização do Terceiro Setor (Fundação Salvador Arena/FGV). Atua como consultor de 
empresas há 10 anos, operando no universo das micro e pequenas organizações. Tem seu foco voltado para projetos 
de desenvolvimento local e para os conceitos da Economia Solidária.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A447f Almeida, Ailton Galdino de 
Fundamentos da gestão financeira / Ailton Galdino de Almeida. 
2. ed. São Paulo: Editora Sol, 2012.
148 p., il.
1.Gestão financeira. 2. Mercado de ações. 3. Ambiente 
Organizacional. I. Título.
CDU 658.15
U420.13 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Janandréa do Espírito Santo
 Amanda Casale
Sumário
Fundamentos da Gestão Financeira
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 GESTÃO FINANCEIRA ......................................................................................................................................11
1.1 A função financeira nas organizações ..........................................................................................11
1.1.1 Meta da administração financeira ................................................................................................... 14
1.1.2 Maximização do preço da ação ........................................................................................................ 14
1.1.3 O valor do dinheiro no tempo ........................................................................................................... 16
1.2 Decisões financeiras ............................................................................................................................ 16
1.2.1 Decisões de investimento .................................................................................................................... 17
1.2.2 Decisões de financiamento ................................................................................................................. 17
1.2.3 Preocupação com os resultados ....................................................................................................... 19
1.3 Competências do gestor financeiro .............................................................................................. 19
2 CONCEITO DE EMPRESA ............................................................................................................................... 20
2.1 Tipos de empresas ................................................................................................................................ 21
2.1.1 Personalidade jurídica das organizações ....................................................................................... 22
2.1.2 Principais definições de empresas ................................................................................................... 23
2.1.3 Classificação quanto à constituição da empresa ....................................................................... 24
2.2 Tributação das organizações ............................................................................................................ 25
2.2.1 Tributação – Lucro Real, Presumido ou Simples ........................................................................ 26
2.2.2 Simples Nacional ..................................................................................................................................... 28
2.3 Ética e Gestão Financeira .................................................................................................................. 29
2.3.1 Estudo de caso: Ultrapassando os limites do poder ................................................................. 31
2.3.2 Estudo de caso: Os valores na empresa familiar ........................................................................ 33
2.3.3 Estudo de caso: Atitudes que geram resultados e prêmios ................................................... 34
Unidade II
3 SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO .......................................................................................................... 39
3.1 Mercado financeiro.............................................................................................................................. 40
3.2 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional ................................................................................. 41
3.2.1 Investidores institucionais .................................................................................................................. 46
3.2.2 Valores mobiliários ................................................................................................................................. 47
3.2.3 Ativos financeiros ................................................................................................................................... 47
4 MERCADO DE AÇÕES ..................................................................................................................................... 50
4.1 O valor de uma organização ............................................................................................................ 51
4.1.1 Quanto vale a ação ................................................................................................................................52
4.1.2 Espécies de ações .................................................................................................................................... 53
4.1.3 Tipos de acionistas ................................................................................................................................. 56
4.2 Bolsa de Valores .................................................................................................................................... 57
4.2.1 Negociação pelo pregão ...................................................................................................................... 59
4.2.2 Formação de preços ............................................................................................................................... 60
4.2.3 Tipos de ordem de compra ou venda ............................................................................................. 60
4.2.4 Liquidação, direitos e proventos ....................................................................................................... 61
4.2.5 Tributação e custo de transação ..................................................................................................... 61
4.3 Índices de avaliação de ações ......................................................................................................... 62
4.3.1 Estudo de caso: País pode lançar este ano no mercado externo títulos da 
dívida em real, diz secretário do Tesouro ................................................................................................. 64
4.3.2 Estudo de caso: Mercado rebaixa previsão de inflação........................................................... 64
4.3.3 Estudo de caso: Dar lucro aos acionistas não é a missão da empresa ............................. 65
Unidade III
5 ANÁLISE DA INSOLVÊNCIA TÉCNICA ........................................................................................................71
5.1 Relação entre risco e retorno ...........................................................................................................71
5.1.1 Estudo da alavancagem ....................................................................................................................... 71
5.2 Microeconomia e macroeconomia ................................................................................................ 72
5.2.1 Instrumentos de política macroeconômica ................................................................................. 73
5.2.2 Estrutura de análise macroeconômica ........................................................................................... 74
5.3 Estrutura de mercado ......................................................................................................................... 74
5.3.1 Formação de preços ............................................................................................................................... 75
5.3.2 Monopólio ................................................................................................................................................. 76
5.3.3 Oligopólio ................................................................................................................................................... 77
5.3.4 Teoria dos Jogos ...................................................................................................................................... 78
5.3.5 Economia da informação .................................................................................................................... 79
5.3.6 Mark-up ...................................................................................................................................................... 79
6 FUNCIONAMENTO E ESTRUTURA DO MERCADO................................................................................ 80
6.1 Capital de Giro (CG) ou Capital Circulante (CC) ...................................................................... 81
6.1.1 Capital de Giro Líquido (CGL) ou Capital Circulante Líquido (CCL) .................................... 82
6.1.2 Alterações do Capital Circulante Líquido ...................................................................................... 83
6.2 Ciclos operacionais .............................................................................................................................. 83
6.2.1 Ciclo econômico ...................................................................................................................................... 84
6.2.2 Ciclo Financeiro (CF) ou Ciclo de Caixa .......................................................................................... 84
6.2.3 Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro ............................................................................................... 87
6.3 Necessidade de Capital de Giro ...................................................................................................... 88
6.3.1 O retorno realizável do acionista ..................................................................................................... 91
6.3.2 Perspectiva de longo prazo ................................................................................................................ 92
6.3.3 Época de ocorrência dos retornos .................................................................................................. 92
6.3.4 Recursos não onerosos ......................................................................................................................... 93
6.4 Planejamento financeiro ................................................................................................................... 94
6.4.1 Estudo de caso: Tentando explicar a crise financeira .............................................................. 98
6.4.2 Estudo de caso: Grau de investimento endossa mudanças no Brasil .............................101
6.4.3 Estudo de caso: A taxa de juros a um dígito no Brasil: uma análise pelos dois 
lados da moeda .................................................................................................................................................101
6.4.4 Estudo de caso: Capital de Giro .....................................................................................................102
6.4.5 Estudo de caso: Afilhadas muito estranhas ...............................................................................103
6.4.6 Estudo de caso: Cacau Show ...........................................................................................................104
Unidade IV
7 AMBIENTE ORGANIZACIONAL ................................................................................................................. 110
7.1 Planejamento organizacional ........................................................................................................ 110
7.2 Matemática financeira nas organizações ................................................................................. 113
7.2.1 A matemática financeira nas atividades diárias ...................................................................... 114
7.2.2 Regime de juros simples .................................................................................................................... 114
7.2.3 Regime de juros compostos ............................................................................................................. 115
7.2.4 Sistema de amortização .....................................................................................................................115
8 TECNOLOGIA NA GESTÃO FINANCEIRA ................................................................................................ 116
8.1 A tecnologia como agregação de valores às organizações ............................................... 117
8.1.1 A relação da tecnologia com a gestão financeira ................................................................... 118
8.1.2 A aplicaçãoda tecnologia como retorno financeiro .............................................................. 119
8.1.3 Avanço da tecnologia nas organizações .................................................................................... 120
8.2 Hardware, dispositivos e periféricos como instrumentos de tomadas de decisão .............. 120
8.2.1 Computadores ....................................................................................................................................... 120
8.2.2 Periféricos dos computadores ........................................................................................................ 122
8.2.3 Sistema operacional e redes ............................................................................................................ 122
8.2.4 Software aplicativo e linguagens de programação ............................................................... 122
8.2.5 Software de automação de escritórios ou Office ................................................................... 123
8.2.6 Software utilitário ............................................................................................................................... 124
8.2.7 Software de automação .................................................................................................................... 124
8.3 Sistemas de telecomunicações .....................................................................................................125
8.3.1 Estudo de caso: Quero ter minha pontocom ........................................................................... 126
8.3.2 Estudo de caso: Quem acredita na bolha? ................................................................................ 127
8.3.3 Estudo de caso: Troca de dívida é saída para quem está enforcado no cheque 
especial ou cartão ........................................................................................................................................... 129
8.3.4 Estudo de caso: Endividamento de empresa brasileira no exterior despenca ............ 129
8.3.5 Estudo de caso: O uso dos equipamentos e recursos da empresa ...................................131
8.3.6 Estudo de caso: Planos de negócios, convergência para o futuro .................................. 132
9
APRESENTAÇÃO
O objetivo desta disciplina é contribuir na formação do profissional a fim de que ele possa atuar 
dentro de uma organização, seja de pequeno, médio ou grande porte, planejando, liderando, captando 
investimentos para a companhia. Outra área importante de atuação do gestor é a auditoria. A 
conturbada situação financeira de algumas economias mundiais, principalmente dos países da 
Europa, demanda dos operadores financeiros do mundo todo um acompanhamento intenso da 
macroeconomia, aumentando a procura por tecnólogos que, em sua grande parte, atuam em 
setores como departamento de crédito, cobrança e tesouraria. 
Convidamos o aluno a discutir situações práticas por meio dos estudos de caso, que ajudarão no 
processo de formação, passando por atividades que envolvem fundamentos das finanças, mercado de 
capitais, capital de giro e formação de preços, ética e comportamento organizacional.
Seja bem-vindo!
INTRODUÇÃO
Caro aluno,
Este material criado para abordar assuntos voltados à gestão financeira e pretende ajudá-lo a 
conhecer a estrutura organizacional típica da função financeira, desenvolvendo um planejamento 
financeiro, de curto, médio e longo prazo que atenda o planejamento estratégico da empresa e que 
considere seus objetivos e metas.
Para isso, é preciso caracterizar as áreas de decisões da administração financeira, identificando 
a estrutura organizacional e as preocupações da administração financeira. Além disso, é preciso 
caracterizar as metodologias de pesquisas econômicas e financeiras, identificar e correlacionar as 
etapas do planejamento financeiro, bem como suas atribuições. Também é importante caracterizar o 
planejamento financeiro. 
Sendo assim, serão abordados temas como:
• a administração financeira (definição e objetivos, áreas de decisões, atribuições do gestor, estrutura 
organizacional da empresa, preocupações do gestor quanto à sua função dentro da empresa); 
• o planejamento financeiro (objetivos, amplitudes, importância, capital de giro, investimento, avaliações); 
• a organização de informações para planejamento financeiro de curto, médio e longo prazos; 
• as comparações entre políticas financeiras e diferentes realidades das organizações; 
• a elaboração dos relatórios financeiros e gerenciais; 
10
• a utilização de instrumentos da matemática financeira, realização de cálculos estatísticos para 
elaboração de pesquisa e gráficos e utilização de aplicativos de informática.
Bom estudo!
11
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
Unidade I
1 GESTÃO FINANCEIRA
1.1 A função financeira nas organizações
Lawrence Gitman (2006) define finanças como a ciência da gestão do dinheiro. Assim, tudo o que 
envolve investimento, captação de recurso, gerenciamento de valores, tomada de decisão financeira 
são foco do estudo da finança quanto ciência. Para Gitman (2004), a Gestão Financeira está ligada às 
responsabilidades do gestor financeiro em gerenciar as finanças dentro de uma organização – seja ela 
pública, privada, grande, média, pequena, com ou sem fins econômicos – desempenhando a tarefa de 
planejar, organizar, liderar e controlar. Utilizando essas ferramentas, ele analisa os documentos fornecidos 
pela contabilidade, faz orçamentos, gerencia o caixa, analisa, propõe condições para investimento, 
identifica fontes para financiamentos e capta recursos, entre outras atribuições.
A gestão financeira tem por objetivo principal maximizar os lucros da organização e gerar riquezas 
para os sócios e acionistas. Nesse sentido, as atividades organizacionais envolvem recursos financeiros 
e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos investidos na organização pelos proprietários 
podem ser definidos como capital próprio – demonstrado na conta de Patrimônio Líquido no Balanço 
Patrimonial – e por terceiros – demonstrado na conta Capital de Terceiros no Passivo Exigível do Balanço 
Patrimonial – e encontram-se aplicados em ativos empregados na produção e comercialização de bens 
ou na prestação de serviços. 
Quadro 1 – Balanço patrimonial
Ativo Passivo exigível
Exigível de longo prazo
Capital de terceiros
Patrimônio líquido
Capital próprio
 Saiba mais
O BNDES é a principal fonte de recursos como capital de terceiros. 
Conheça mais sobre ele através do site:
<http://www.bndes.com.br>.
12
Unidade I
As receitas obtidas com as operações da organização devem ser suficientes para cobrir todos os 
custos e despesas incididas e ainda maximizar as riquezas da organização. Paralelamente a esse fluxo 
econômico de resultados, ocorre uma movimentação de recursos que devem permitir que a organização 
honre com seus compromissos dentro do prazo estipulado, evitando assim a contração do risco de 
insolvência técnica.
 Observação
Insolvência técnica é a incapacidade de a organização honrar com seus 
compromissos na data estipulada.
Assim, a tarefa do gestor financeiro compreende uma série de ações relacionadas à administração 
dos recursos (bens, direitos e obrigações) movimentados por todas as áreas da empresa. Com isso, vale 
dizer que o gestor exerce um papel muito importante na realização dessas atividades porque ele é 
responsável pela captação dos recursos e pela decisão de quais estratégias gerenciais utilizar a fim de 
contribuir para o desenvolvimento da organização. 
O quadro a seguir apresenta as principais funções da gestão financeira dentro de uma organização, 
divididas em duas áreas: tesouraria e controladoria. As funções de tesouraria são desenvolvidas pelo 
gerente financeiro, já as funções de controladoria são desenvolvidas pelo controller. Essas funções 
variam de acordo com as necessidades de cada organização.
Quadro 2 – Funções da gestão financeira
Tesouraria ControladoriaGestão de caixa Gestão de custos e preços
Crédito e cobrança Auditoria interna
Gestão de risco Contabilidade
Gestão de câmbio Orçamento
Decisão de financiamento Planejamento tributário
Decisão de investimento Patrimônio
Planejamento e controle financeiro Relatórios gerenciais
Gestão de ativos Acompanhamento de sistema financeiro
As funções financeiras podem ser de curto prazo ou de longo prazo. As de curto prazo estão voltadas 
para as atividades de gestão do ativo circulante (gestão do caixa, contas pagar, contas a receber, gestão 
dos estoques e financiamentos de curto prazo). As ações do gestor devem levar a organização a dispor 
de recursos para honrar com os compromissos na data do vencimento; caso contrário, a empresa deve 
13
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
recorrer a capital de terceiros. As funções financeiras voltadas a longo prazo dizem respeito a decisões 
financeiras estratégicas como custo de capital, orçamento de capital, estrutura de capital e relações com 
os investidores.
 Lembrete
A gestão financeira tem por objetivo principal maximizar os lucros da 
organização e gerar riquezas para os sócios e acionistas.
Home Depot – Construção de uma sólida situação financeira 
A divulgação de dados financeiros não é apenas uma responsabilidade do diretor 
financeiro. O papel desse profissional, atualmente como importante membro da 
equipe de gestão da empresa, passou a abranger o planejamento estratégico e, em 
muitas empresas, a gestão de informações. A administração das operações financeiras 
de uma organização envolve muitas atividades diferentes: planejamento, operações e 
análises financeiras, operações de tesouraria (captação de recursos e gestão de caixa), 
aquisição e avaliação de empresas, planejamento fiscal e relações com investidores 
também estão sob seu controle. 
Carol Tome, diretora financeira da empresa Home Depot, está diretamente 
subordinada ao presidente da empresa, Robert L. Nardelli. Ela trabalha em contato 
direto com ele e com Dennis J. Carey, vice-presidente executivo e diretor de estratégia. 
Os três estão envolvidos na gestão do crescimento futuro dessa grande organização, 
empresa do ramo varejista de material de construção. Além de ter responsabilidades 
estratégicas, Tome seleciona os indicadores financeiros básicos nos quais deseja que 
os gestores concentrem seus esforços. Esses indicadores estão vinculados ao clima 
da economia. Quando a economia estava em expansão, seu objetivo era elevar o ROI 
da empresa. No final de 2001, o ROI da Home Depot era de 16%, contra 14,7% para 
o setor de varejo de materiais de construção, 6,7% para o setor de serviços e 10,2% 
para as empresas cujas ações estavam contidas no índice S&P 500. Com a retração da 
atividade econômica em 2001, a ênfase recaiu sobre índices de eficiência que medem 
quão rapidamente as contas são convertidas em dinheiro. 
Para uma rede de estabelecimentos de varejo, são particularmente importantes os 
prazos de recebimentos de clientes e pagamento de fornecedores. A Home Depot contratou 
consultores para determinar padrões de referência para suas operações financeiras, com 
base em outras empresas de qualidade superior. “Estamos tentando promover o aumento 
da eficiência de processamento”, diz Tome. O aumento da produtividade das novas lojas 
e a redução dos custos de pré-abertura de lojas, juntamente com a maior atenção dada 
ao controle de custos, tem elevado as margens de lucro. No terceiro trimestre de 2001, 
quando muitas empresas anunciaram reduções de lucro, o lucro líquido e o lucro por ação 
da Home Depot elevaram-se em comparação com o mesmo período de 2000. Os indicadores 
14
Unidade I
de endividamento1 da empresa também revelam uma sólida posição financeira. O quociente 
entre dívidas e capital total mostra que somente 10% de seu financiamento total de longo 
prazo corresponde a capital de terceiros, o que é um grau muito baixo de endividamento. 
Essa posição sólida proporciona a Home Depot maior flexibilidade para buscar novos 
projetos, como a sua nova linha de produtos. 
GITMAN, 2006, p. 35 e 158 (adaptado). 
1.1.1 Meta da administração financeira
A função do gestor financeiro é gerenciar os ativos da organização para que gere lucro aos acionistas. 
Cada decisão financeira deve ter como objetivo o aumento dos recursos da organização. Na busca por 
atingir as metas, duas variáveis devem ser levadas em consideração: o retorno, que é a pretensão dos 
investidores, e o risco ligado às decisões de alocação dos recursos. Quanto mais retorno os acionistas 
desejam, maior deve ser o risco corrido para auferi-lo.
 Saiba mais
Para aprofundar seu conhecimento sobre a elaboração de balanço 
patrimonial, consulte os capítulos 2 e 3 do livro “Administração financeira: 
princípios, fundamentos e práticas brasileiras”, de José Matias-Pereira.
Para entender a diferença entre o objetivo de maximização das riquezas 
e o de maximização do lucro dentro de uma organização, pesquise o capítulo 
1 do livro “Princípios de administração financeira”, de Lawrence Gitman.
Os dados completos das obras estão nas Referências.
1.1.2 Maximização do preço da ação
As cotações alcançadas pelas ações nas bolsas de valores em um mercado de capital inteiramente 
desenvolvido devem refletir o valor de mercado das empresas. Numa situação de desequilíbrio financeiro, 
as cotações apresentam-se em determinado momento superavaliadas ou mesmo subavaliadas, mas, em 
médio prazo, os valores das ações evidenciam quanto o mercado está disposto a pagar pelas frações do 
capital de cada empresa. O valor de mercado de uma organização não está ligado a ela ter ou não ações 
cotadas em bolsa. O valor de mercado de uma organização é o valor inicial dos lucros futuros. Assim, 
1 O Ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros (Passivo Circulante + Passivo 
Exigível L. Prazo) e capitais próprios (Patrimônio Líquido), pois ambos são origens de recursos. Estes índices 
evidenciam a forma que a organização utiliza os seus recursos (mais recursos próprios ou de terceiros). 
Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais: Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo / 
Passivo Total. Para cada R$ 1,00 de obrigações que a empresa possui, R$ X são capitais de terceiros, ou seja, 
quanto representam os recursos de terceiros em relação a sua dívida total. 
15
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
é a capacidade de gerar lucro que define o valor de uma organização por meio do uso de tecnologia e 
capacidade gerencial do administrador. Nesse contexto, o objetivo da administração financeira em buscar 
a valorização da empresa no mercado equipara-se aos objetivos dos acionistas em buscar a valorização 
dos investimentos realizados dentro da organização. Já a meta da gestão financeira é maximizar as 
riquezas dos acionistas, que vai além da simples maximização dos lucros, pois a maximização da riqueza 
envolve retorno do capital próprio, ou seja, a remuneração dos acionistas pelos recursos investidos na 
organização. Isso se dá por meio de dividendos e pela valorização de suas ações. 
 Observação
Dividendos: valor representativo de parte dos lucros da empresa 
distribuído aos acionistas, em dinheiro, por ação possuída. Legalmente, 
no mínimo 25% do lucro líquido do exercício deve ser distribuído aos 
acionistas.
Antônio Barbosa (2005) relata que o proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu 
retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, por meio de valorizações no preço da 
ação ou ambos. 
O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados, 
bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na 
organização em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. 
Se um acionista numa organização desejar liquidar sua participação, venderá 
a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a dele. Uma vez que o 
preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietárionuma organização, num dado momento, a meta do gestor financeiro deve ser 
maximizar essa riqueza (BARBOSA, 2005, p. 5). 
Outra variável que deve ser levada em consideração, ainda segundo Antônio Barbosa, é a 
perpetuação da organização pela perspectiva de longo prazo. Isso requer do gestor uma atitude de 
investir em tecnologia, novos produtos etc., que muitas vezes pode sacrificar a rentabilidade atual, 
mas adquirir maiores benefícios futuros. Quando se fala em maximização dos lucros, pensa-se em 
uma abordagem de ações voltadas ao curto prazo; já na maximização da riqueza, a abordagem das 
ações está voltada ao longo prazo. 
 Saiba mais
No site da Bolsa de Valores, é possível encontrar informações de como 
operar com ações. Acesse-o em: 
<http://www.bmfbovespa.com.br>.
16
Unidade I
1.1.3 O valor do dinheiro no tempo
Os projetos de investimento abarcam fluxos de entrada e saída de caixa. Existem inúmeras 
técnicas de estimativa de projetos que, para avaliá-los, transformam os fluxos futuros de caixa 
em valores presentes, através da aplicação de determinada taxa de desconto, que tende a refletir 
um custo de oportunidade dos recursos que serão investidos. 
 Observação
Custo de oportunidade é a taxa mínima de retorno exigida do projeto 
para que não se altere o valor de mercado da organização. 
O valor do dinheiro no tempo é o valor de um ativo no passado, presente ou no futuro baseado na 
premissa de que o valor original será acrescido no tempo através de juros. Levando em conta o valor do 
dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a serem implementados objetivará a aumentar ou manter o 
valor de mercado da organização. 
Por fim, a variável risco deve ser levada em consideração no momento do investimento, de 
forma que o gestor perceba que o retorno do investimento deve ser compatível com o risco 
assumido. Quanto maior o risco, maior tenderá a ser o retorno. A maximização do lucro não 
leva em consideração o risco, mas a maximização da riqueza sim. Os acionistas almejam receber 
maiores retornos de investimentos de maior risco e vice-versa. Assim sendo, os gestores financeiros 
necessitam levar em consideração o risco ao avaliar possíveis investimentos. 
 Saiba mais
Assista ao filme À Procura da Felicidade, de Gabriele Muccino (1996). 
O filme, baseado em fatos reais, conta a história de um pai solteiro que 
enfrenta sérios problemas financeiros depois de arriscar-se em um 
empreendimento que não deu certo. Ele consegue uma vaga de estagiário 
numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços 
prestados. Despejados, ele e o filho enfrentam vários desafios, mantendo a 
esperança de que dias melhores virão. 
1.2 Decisões financeiras
Na gestão financeira, é possível identificar duas áreas de decisões: 
17
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
1.2.1 Decisões de investimento
Essa decisão está mais ligada ao gerenciamento da estrutura do ativo que ao processo de 
implementação de novos projetos. Vale salientar que as grandes variações, as crises e as disputas 
no ambiente econômico fazem com que as organizações assumam o desafio de estarem sempre 
atualizadas, já que o mercado é disputado. Assim, nenhuma organização deve se sentir tranquila 
quando o assunto é assumir o desafio na busca da maximização das riquezas dos acionistas. A 
busca por novos projetos, novos desafios, traz consigo a necessidade de recursos adicionais e leva 
em consideração que o retorno desses recursos é mais prolongado, daí a necessidade de o gestor 
conhecer tecnicamente as ferramentas que o auxilia na tomada de decisões.
Quadro 3 – Decisões de investimento
Ativo Questões a serem respondidas
Ativo circulante
Caixas e bancos
Contas a receber
Estoques
Outros
Realizável de longo prazo
Contas a receber
Adiantamento a coligadas
Ativo permanente
Imobilizado
Investimentos
Diferido
Total
Onde estão aplicados os recursos financeiros?
Quanto está aplicado em ativos circulantes?
Qual a melhor composição dos ativos?
Qual o risco do investimento?
Qual o retorno do investimento?
Quais as novas alternativas de investimento?
Como decidir em quais ativos investir?
Como maximizar a rentabilidade dos investimentos existentes?
O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado, por não acrescentar 
valor?
1.2.2 Decisões de financiamento
As decisões de investimento abarcam importantes aspectos de natureza não financeira. Já as decisões 
de financiamento apresentam-se como responsabilidade exclusiva do gestor financeiro. As decisões de 
financiamento propõem a estrutura financeira apropriada às transações normais e aos novos projetos 
que serão implantados na empresa. As questões relacionadas às decisões de financiamento dizem 
respeito à composição das fontes de recursos. 
18
Unidade I
Quadro 4 – Produtos de investimento
Título Característica
CDI: certificado de depósito interbancário 
CDB: certificado de depósito bancário
Export Notes
Cadernetas de poupança
Títulos públicos
Letras e notas do Tesouro Nacional
Letras e bônus do Banco Central
Lastro para operações entre os bancos no mercado 
monetário
Captação de recursos dos investidores para os 
bancos
Contrato de cessão de crédito de exportação
Aplicação de pequenos poupadores
Captação pra o governo
Cobertura de déficits orçamentários
Fins de política monetária
Produtos de financiamentos
Descontos de duplicatas e notas promissórias
Hot money
Leasing financeiro: arrendamento mercantil
CDC: Crédito direto ao consumidor
Contas garantidas: cheque especial
Vendor finance
Operação 63
Recurso de curto prazo para as empresas 
Empréstimo de curtíssimo prazo para 
financiamento de capital de giro
Financiamento de médio e longo prazo
Concessão de crédito ao consumidor final, 
por sociedades de créditos, financiamento e 
investimento
Contrato de crédito rotativo
Financiamento de vendas baseado no princípio da 
cessão de créditos
Captação de recursos no exterior por instituição 
financeira que repassam para as empresas
Quadro 5 – Decisões de financiamento
Ativo Questões a serem respondidas
Passivo circulante
Fornecedores
Empréstimos e financiamentos
Debêntures
Outros
Exigível de longo prazo
Financiamentos
Patrimônio líquido
Capital social
Lucros ou prejuízos acumulados
Total
Qual a estrutura de capital?
De onde vêm os recursos?
Qual a participação do capital de terceiros?
Qual o perfil de endividamento?
Qual o custo de capital? Como reduzi-lo?
Quais as fontes de financiamento utilizadas e seus 
respectivos custos?
Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas?
Qual o risco financeiro?
Qual o sincronismo entre os vencimentos das 
dívidas e a geração de meios de pagamentos?
19
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
1.2.3 Preocupação com os resultados
Para conseguir maximizar as riquezas da organização, o gestor preocupa-se também com os 
resultados apresentados nas demonstrações financeiras. O quadro abaixo apresenta as principais 
questões a serem respondidas. Da mesma forma que nas decisões de investimento e financiamentos, as 
respostas dependem de fatores tanto internos quanto externos à organização.
Quadro 6 – Resultados
Demonstrações do resultado Questões a serem respondidas
Receita operacional
(-) Deduções da receita
Impostos incidentes
Devoluções
(=) Receita operacional líquida
(-) Custos operacionais
(=) Resultado operacional bruto
(-) Despesas operacionais
Comercialização
Administrativas
Amortização
Despesas financeiras
Outras despesas
(=) Resultado operacional
(+) Resultado não operacional
(=) Lucro antes do IR
(-) Imposto de renda
(=) Lucro líquido do exercício
Quais resultados obtidos, como mantê-los ou 
melhorá-los?
Qual o crescimento das vendas? E dos custos? E 
das despesas?
Qual a participação percentual dos custos e das 
despesas em relação às receitas?
Qual a margem líquida de venda?
Quais os custos e despesas que podem ser 
reduzidos?
As receitas obtidas estão compatíveis com os 
investimentos?
Os lucros têm atingido as metas estabelecidas?Como são quando comparados com os das 
melhores empresas do ramo?
1.3 Competências do gestor financeiro
As tarefas do gestor financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às três atribuições 
primordiais: planejamento financeiro, interpretação dos dados brutos e determinação do tipo de 
financiamento a ser realizado. Veremos cada uma delas a seguir.
• Planejamento financeiro: o gestor financeiro recebe as informações contábeis fornecidas pelo 
departamento de contabilidade e, de posse desses dados brutos, irá traduzi-los em estratégias de 
maximização de recursos.
• Interpretação dos dados brutos: o gestor transforma os dados em informação, organizando-os 
de forma que os colaboradores possam assimilar qual estratégia será utilizada na produção de 
riquezas.
20
Unidade I
• Determinação do tipo de financiamento a ser realizado: nesse tipo de decisão, é importante 
envolver os níveis tático e operacional. O balanço patrimonial e a demonstração do resultado do 
exercício são fontes importantes para elaboração do planejamento financeiro. 
A abordagem do caixa é indispensável ao gestor financeiro, destacando a diferença entre a ótica do 
contador e a do gestor. Enquanto o contador gera informações com base no regime de competência, 
o gestor gera informações com base no regime de caixa, dando considerável importância do fluxo de 
caixa. O gestor financeiro define os tipos de ativos que compõem o balanço patrimonial, buscando 
manter níveis positivos para cada tipo de Ativo, tanto o Circulante quanto o Permanente e percebe o 
momento da substituição ou modificação daqueles considerados. Essa tarefa do gestor contempla as 
metas a serem alcançadas em curto, médio e longo prazo. Várias técnicas podem ser utilizadas para 
auxiliar nas decisões, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente 
Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).
2 CONCEITO DE EMPRESA
Empresa é uma organização criada para desenvolver uma atividade com ou sem fins 
econômicos e pode ser individual ou coletiva, de acordo com o número de sócios envolvidos na 
sua composição.
As empresas podem ser classificadas quanto ao:
• objetivo: comercial, industrial ou de prestação de serviços;
• tamanho: grande, média, pequena, micro;
• estrutura: individuais, coletivas, públicas, mistas;
• volume de trabalho interno: simples, complexas. 
Podem ser classificadas também pelo setor econômico e, de acordo com o tipo de prestação da 
empresa, podem pertencer às seguintes categorias:
• setor primário: corresponde à agricultura;
• setor secundário: corresponde à indústria; 
• setor terciário: corresponde ao setor de serviços; 
• setor quaternário: corresponde às organizações não governamentais.
 Observação
No Brasil existem cerca de 6 milhões e 600 mil empresas formais, das 
quais 99% são micro e pequenas empresas. 
21
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
2.1 Tipos de empresas
Firma individual é o tipo de organização criada por apenas uma pessoa com responsabilidade 
ilimitada, ou seja, todos os seus bens podem ser tomados em juízo para saldar dívidas. Esse é um tipo de 
forma jurídica que se aplica a atividades de indústria e/ou comércio. O nome da firma será o do titular, 
sendo possível que o ativo e o passivo (estoques, máquinas, contas a pagar etc.) sejam transferidos 
a outra pessoa jurídica, menos a empresa que, por ser firma individual, é intransferível. Uma firma 
individual não pode ser vendida, nem admitir sócios. 
Quadro 7 – Abertura de empresas
Abertura de empresas
• Documentos de identificação dos sócios da empresa, cédula de 
identidade, CPF, comprovante de endereço, telefone, certidão negativa 
na receita federal.
Requisitos para 
constituir uma 
empresa
• Elaborar o plano de negócios, efetuar “busca prévia” de local de 
funcionamento e do nome da empresa no cartório ou na junta 
comercial. 
• Elaborar o contrato social da empresa com visto de um advogado, 
assinar e reconhecer firma do proprietário ou sócios, buscar registro 
no respectivo conselho de classe, registrar o contrato social da 
empresa.
• Se for comércio, procurar a junta comercial, se for prestador de 
serviços, procurar cartório para registro civil das pessoas jurídicas.
• Inscrição no Cadastro Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita 
Federal.
• Inscrição no INSS, numa agência do INSS. 
• Inscrição na Secretaria Estadual de Fazenda para atividade de compra 
e venda de mercadorias.
• Obtenção do alvará de funcionamento. Aquisição e autenticação de 
livros fiscais. 
• Impressão de notas fiscais (a autorização para emissão é concedida 
pelo posto fiscal da Secretaria da Fazenda da jurisdição ou pela 
Prefeitura, no caso de empresas de serviços). 
Nos casos de 
empresas virtuais
• Para registrar um domínio (.com.br) na internet, é necessário ter uma 
empresa legalmente registrada na Receita Federal. É preciso verificar 
também se o domínio desejado está disponível para o registro. 
 Saiba mais
É possível legalizar-se mesmo sem precisar abrir uma empresa. 
Dependendo do produto, há a possibilidade de se conseguir registros como 
artesão, autônomo ou até mesmo ambulante. Para saber mais, visite o site 
do Sebrae no endereço:
<http://www.sebrae.com.br>.
22
Unidade I
2.1.1 Personalidade jurídica das organizações
• Empresa de capital aberto 
 É definida como uma sociedade anônima, na qual o capital social é formado por ações. Cada ação 
representa a menor parcela do capital de uma empresa e vem representada por um documento chamado 
apólice. Assim, uma pessoa que adquiriu ações passa a ser proprietária ou acionista de uma parte da 
empresa e pode participar diretamente das decisões. Entretanto, do mesmo modo, passa a responder por 
dívidas assumidas pelo corpo diretivo da empresa, o conselho de administração, e os gerentes executivos 
ou diretores, os membros da diretoria executiva.
• Sociedade de economia mista
É uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, os dois reunindo recursos 
para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. O Estado pode ter uma participação 
majoritária ou minoritária; entretanto, mais da metade das ações com direito a voto devem pertencer 
ao Estado. Difere-se das empresas públicas, nas quais o capital é 100% público e difere-se também das 
sociedades anônimas, em que o governo tem posição acionária minoritária, pois o controle da atividade 
é privado.
A sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e não se beneficia de isenções 
fiscais ou de foro privilegiado. É uma sociedade anônima, e seus funcionários são regidos pela CLT, 
normalmente sendo efetivados na empresa depois de um prazo. Esse tipo de sociedade frequentemente 
tem suas ações negociadas em bolsa de valores como o Banco do Brasil, Petrobras, Banco do Nordeste, 
e Eletrobrás. 
• Empresa de capital fechado
Diferente da empresa de capital aberto, na sociedade anônima, o capital social vem representado por 
ações e normalmente está dividido entre poucos acionistas. A pessoa física que desejar adquirir essas 
ações terá o desafio de convencer um dos acionistas a vendê-las. Em seguida, ela precisará fazer uma 
escrituração da transferência da propriedade das ações no livro de transferência de ações nominativas 
da companhia. 
Ao contrário das companhias de capital aberto, essas ações não são comercializadas em bolsas 
de valores ou no mercado de balcão. É permitido a uma empresa de capital fechado apenas emitir e 
comercializar suas ações em distribuição privada, sendo proibida a veiculação de anúncios para sua 
colocação pública. Como companhia de capital fechado, não possui o registro perante a Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM); para colocar as ações junto ao público, ela necessita abrir seu capital, 
transformando-se em uma empresa aberta.
Uma empresa de capital aberto difere-se de uma de capital fechado apenas pelo tratamento contábil, 
no caso de empresas de tamanho semelhantes, escolhida pelos proprietários da empresade acordo com 
seus interesses. Nas empresas de capital aberto, os executivos-diretores são subordinados aos acionistas 
23
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
que, por sua vez, são representados pelo conselho de administração, a fim de que a empresa tome a 
direção que lhes pareça melhor. 
2.1.2 Principais definições de empresas
• Micro Empreendedor Individual (MEI) 
Criado para que os trabalhadores informais busquem a formalidade de suas atividades 
de autônomos. O MEI foi introduzido pela Lei Complementar 128/08 e inserido na Lei Geral 
da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), que possibilita a formalização de 
empreendedores por conta própria. Suas principais características são: empresa individual (sem 
sócios); faturamento mensal até 3 mil reais; ter apenas um funcionário; a atividade da empresa 
tem que se enquadrar no Simples Nacional; o empreendedor não pode ter empresa em seu nome; 
recolhimento dos impostos por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), 
incluindo o pagamento da Previdência, do ISS e do ICMS. Isenção de outros tributos, como IRPJ, 
PIS, Cofins e IPI. 
• Microempresa (ME) 
Empresa com faturamento anual reduzido, cujo pagamento de impostos pode ser realizado de 
forma simplificada. Na atual legislação brasileira, microempresa (ME) é a pessoa jurídica, ou a ela 
equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00. 
Principais características: A ME pode optar pelo Simples/Federal, desde que se dedique às 
atividades enumeradas na lei; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias 
e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação 
(ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); privilégios em compras públicas como: 
licitação exclusiva para microempresas e empresas de pequeno porte.
• Empresa de Pequeno Porte (EPP)
Pessoa jurídica que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e 
igual ou inferior a R$ 2.400.000,00, cálculo sobre a receita bruta. Suas principais características são: 
a possibilidade de optar pelo Simples/Federal, desde que e dedique às atividades enumeradas na lei; 
a aplicação de alíquota única, em um único documento de arrecadação, chamado Darf-Simples; 
inclusão no sistema dos tributos Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal 
Previdenciária (CPP) para a seguridade social.
• Macroempresa
Também conhecida por empresa de grande porte ou grande empresa, é aquela que possui mais 
de 500 empregados para indústria ou, no caso do comércio ou serviços, mais de 100 empregados. 
Principais características: ativo no exercício social anterior superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos 
24
Unidade I
e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões 
de reais). Possuem tratamento diferenciado por alguns governos por terem uma estrutura de 
maior capacidade de produção. Geralmente a diferença é baseada pela quantidade de empregados 
ou faturamento da empresa (cobrança de mais impostos ou incentivos fiscais específicos).
2.1.3 Classificação quanto à constituição da empresa
• Sociedade Comercial por Quotas de Responsabilidade Limitada (Ltda.)
Empresa constituída por dois ou mais sócios, com atividade industrial e/ou comercial. A 
responsabilidade de cada um é limitada à importância do capital social, dividido em quotas e 
distribuído proporcionalmente entre eles. No nome da firma, é obrigatório constar a identificação 
da sua tipicidade através da inclusão da palavra “Limitada” ou da abreviatura “Ltda.” no seu 
nome.
• Sociedade Civil (S/C Ltda.) 
Empresa constituída obrigatoriamente por duas ou mais pessoas, tendo por objeto apenas a prestação 
de serviços. As Sociedades Civis, reguladas pelo Código Civil, não podem praticar atos de comércio.
• Sociedade Anônima
Possui seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada sócio, ou acionista, é 
correspondente a quantidade e valor das ações que ele possui.
• Sociedade Simples
Formada por pessoas que exercem profissão de natureza intelectual, científica, artística ou literária, 
mesmo sem contar com colaboradores.
 Saiba mais
Acesse o site <http://www.receita.fazenda.gov.br> para conhecer as 
normas do Simples Nacional.
• Sociedade em Comandita Simples
Tipo de sociedade em que, ao lado dos sócios de responsabilidade ilimitada e solidária, existem 
aqueles que entram apenas com o capital, não participando da gestão do negócio, tendo, portanto, sua 
responsabilidade restringida ao capital subscrito.
25
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
• Sociedade em Comandita por ações
São regidas pelas normas das sociedades anônimas porque tem seu capital dividido em ações.
Na atualidade, e de acordo com a tipologia de empresas predominante no sistema brasileiro, 
é importante dar atenção à lei geral da micro e pequena empresa, que surgiu em 2004 como 
uma oportunidade de resposta positiva aos desafios do crescimento econômico, da geração de 
empregos e da distribuição de renda. O fortalecimento das pequenas empresas se deu com a 
promulgação da Reforma Tributária, em 19 de dezembro de 2003, visando à inclusão social, à 
geração de emprego e ao desenvolvimento da economia. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas 
vem regular incentivos como a introdução de um sistema mais simples e justo de pagamento de 
impostos e contribuições, crédito facilitado, redução da burocracia e maior acesso às compras 
governamentais, às exportações e às novas tecnologias.
O Estatuto Federal das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, aprovado pela Lei nº 9.841, 
de 1999, criou benefícios em diversos campos, como o administrativo, o trabalhista, o de crédito e 
de desenvolvimento empresarial. Esses campos estavam à esfera de atuação do governo federal, uma 
vez que uma lei ordinária federal não pode obrigar os Estados e os municípios. O artigo 146, II, “d” da 
Constituição Federal facultou à lei complementar estabelecer um regime nacional único de arrecadação 
para incorporar os tributos devidos pelas micro e empresas de pequeno porte à União, aos Estados e aos 
municípios.
2.2 Tributação das organizações
Os tributos que incidem sobre as empresas, de modo geral, podem variar de acordo com o 
enquadramento como microempresa ou pequena empresa. Os principais tributos são: o IRPJ (Imposto 
de Renda de Pessoa Jurídica), a Cofins, o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), o FGTS (Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço), rendimento do titular ou dos sócios, contribuição Social, o IPI (Imposto 
sobre Produtos Industrializados), imposto estadual, imposto municipal, contribuição sindical, empregados 
e trabalhadores avulsos, patronal, outros recolhimentos, II (Imposto sobre Importação) e INSS (Instituto 
Nacional de Seguridade Social), dependendo do porte e da atividade desenvolvida pela organização. 
O conhecimento do gestor de uma micro e pequena organização em gestão tributária é importante 
para que o empreendimento tenha sucesso, portanto é importante fazer um levantamento dos impostos 
e tributos que incidirão na atividade econômica escolhida. 
 Saiba mais
No site <http://www.receitafederal.gov.br> é possível encontrar as 
alíquotas e informações sobre a carga tributária mais favorável para a 
organização.
26
Unidade I
Devido ao grande número de tributos e à elevada carga tributária, os gestores devem estar atentos à 
melhor forma de facilitar cada vez mais os seus procedimentos fiscais. O mesmo vale para as empresas que 
optam pelo sistema de tributação Simples (sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições da 
microempresa e da empresa de pequeno porte). Os gestores devem estar atentos quanto à importância do 
planejamento tributário para que consigama maior economia na gestão da organização.
O sistema tributário brasileiro é muito complexo, sendo assim, é muito comum a dúvida sobre o 
que são impostos e o que são encargos sociais. Tributos são impostos que incidem sobre o faturamento 
da empresa, já os encargos sociais incidem sobre a folha de pagamento. Na formação de preço dos 
produtos, os tributos são considerados como despesas variáveis e os encargos sociais são despesas fixas. 
Existem tributos e contribuições que estão contidos no preço do produto, tais como o IPI (Imposto sobre 
Produtos Industrializados), a Cofins e o PIS. Existem impostos e contribuições que não estão diretamente 
ligados ao preço dos produtos, mas compõem os custos de produção, como o IR (Imposto de Renda) e a 
CSSL (Contribuição Social Sobre o Lucro). 
O planejamento tributário é o instrumento que os gestores devem utilizar com o objetivo de reduzir 
a carga tributária sobre as operações e tornar a organização mais competitiva. Um bom planejamento 
evita problemas de ordem tributária para a empresa, trazendo credibilidade ao mercado e aos acionistas. 
Quando se conhece bem o sistema, o gestor tem como criar um planejamento e tomar decisões corretas 
quanto à melhor forma de tributação com a finalidade de reduzir o valor despendido em tributos, 
mantendo-se dentro dos parâmetros legais e garantindo maior sobrevivência e liquidez para organização.
2.2.1 Tributação – Lucro Real, Presumido ou Simples
O planejamento tributário deve prever decisões tributárias anualmente, pelos com relação às opções: 
Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional. A legislação brasileira não autoriza mudança no 
sistema de apuração dos lucros no mesmo exercício, dessa forma, a opção por uma das modalidades só 
poderá ser definitiva no início do exercício anual da organização. Se a decisão tomada não for adequada, 
apenas poderá ser modificada no ano seguinte. A opção é definida no primeiro pagamento do imposto.
A apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro 
Líquido (CSLL) pode ser feita de três formas, apresentadas no quadro a seguir:
Quadro 8 – Apuração do IRPJ e CSLL
Lucro real anual
A empresa pode recolher os tributos mensalmente calculados com base no 
faturamento, de acordo com percentuais sobre as atividades, aplicando-se a 
alíquota do IRPJ e da CSLL. Vantagem da possibilidade de levantar balanços ou 
balancetes mensais, reduzindo ou suspendendo-se o valor do recolhimento, caso 
o lucro real apurado for efetivamente menor que a base presumida. 
No final do ano, a empresa levanta o balanço anual e apura o lucro real no 
exercício, ajustando o valor dos tributos ao seu resultado real.
Lucro real trimestral
No Lucro Real trimestral, o IRPJ e a CSLL são calculados com base no balanço 
apurado no final de cada trimestre civil. Nesta modalidade, o lucro real do 
trimestre não se soma ao prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que 
dentro do mesmo ano-calendário. O prejuízo fiscal de um trimestre só poderá 
deduzir até o limite de 30% do lucro real dos trimestres seguintes. 
27
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
Lucro presumido
O IRPJ e CSLL pelo Lucro Presumido são apurados trimestralmente. 
A alíquota de cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% da CSLL) incide sobre 
receitas com base em percentual de presunção variável (1,6% a 32% do 
faturamento, dependendo da atividade), a receita de ganhos de capital entra 
direto no resultado tributável, O limite da receita bruta para poder optar pelo 
lucro presumido é de até R$ 48 milhões da receita bruta total, no ano-calendário 
anterior.
Recomenda-se comparar as opções do Lucro Real e Presumido, antes de optar pelo Simples Nacional. 
Assim, os gestores precisam realizar cálculos, tendendo subsídios para tomada de decisão pela forma 
de tributação, estimando-se receitas e custos, com base em orçamento anual ou valores contábeis 
históricos, devidamente ajustados em expectativas realistas.
A opção deve recair para aquela modalidade em que o pagamento de tributos, compreendendo não 
só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS, Cofins, IPI, ISS, ICMS e INSS se dê de forma mais econômica, 
atendendo também às limitações legais de opção a cada regime.
Quadro 9 – Pontos fortes e fracos das modalidades jurídicas mais comuns de
organização de empresas
Firma individual Sociedade por cotas Sociedade por ações
Pontos 
fortes
O proprietário recebe todos 
os lucros (e assume todos os 
prejuízos).
Custo baixo de organização.
Lucro incluído e tributado na 
declaração de rendimento de 
pessoa física do proprietário.
Independência.
Sigilo.
Facilidade de dissolução.
Pode captar mais recursos do que 
as firmas individuais.
Poder de endividamento ampliado 
com a existência de mais sócios.
Maior disponibilidade de poder de 
gestão.
Lucro incluído e tributado na 
declaração de rendimento de 
pessoa física dos sócios.
Os proprietários têm responsabilidade 
limitada, o que garante que não 
podem perder mais do que investem.
Pode alcançar porte substancial com a 
venda de ações.
As participações (ações) são facilmente 
transferíveis.
Duração longa.
Pode contratar administradores 
profissionais.
Tem acesso mais fácil a financiamento.
Obtém algumas vantagens fiscais.
Pontos 
fracos
O proprietário tem 
responsabilidade ilimitada.
 Todo o seu patrimônio 
pessoal pode ser usado para 
pagar dívidas da empresa.
Poder limitado de captação 
de recursos tende a restringir 
o crescimento.
O proprietário precisa ser um 
gestor eclético.
E difícil oferecer carreiras de 
longo prazo a funcionários.
Não tem continuidade com a 
morte do proprietário.
Os proprietários têm 
responsabilidade ilimitada e 
podem ser obrigados a saldar 
dividas de outros sócios.
A sociedade é dissolvida quando 
um dos sócios morre.
E difícil liquidar ou transferir a 
participação de um sócio.
Impostos geralmente mais altos, 
porque o lucro da empresa é tributado.
Os dividendos pagos aos proprietários 
também são tributados.
Custo mais elevado de organização 
que as outras modalidades.
Sujeita a maior regulamentação 
governamental.
Não oferece sigilo, porque os acionistas 
precisam receber demonstrações 
financeiras.
28
Unidade I
 Lembrete
Tributos são impostos que incidem sobre o faturamento da empresa, já 
os encargos sociais incidem sobre a folha de pagamento. 
2.2.2 Simples Nacional
Simples significa Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das 
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Ele foi instituído pela Medida Provisória 
nº 1.526 de 05 de novembro de 1996, posteriormente, convertida na Lei nº 9.317, de 05 de dezembro 
de 1996, com as alterações introduzidas pelos seguintes artigos: art. 4º da Lei nº 9.528, de 10 de 
dezembro de 1997, art. 3º da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998 e art. 6º da Lei nº 9.779 de 19 de 
janeiro de 1999. Trata-se de um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, direcionado 
às microempresas e empresas de pequeno porte, ao que determina o artigo 179 da Constituição 
Federal de 1988.
Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de 
tributos, por meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, 
incidentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta (BRASIL, 1988). 
• Benefícios do Simples 
 Podem ser destacados alguns benefícios para as organizações optantes pelo Simples, como: 
a) tributação com alíquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a receita bruta auferida;
b) recolhimento unificado de impostos e contribuições federais, em um único Darf (Darf-Simples, 
instituído pela IN SRF nº 67/96), podendo incluir impostos estaduais e municipais;
c) cálculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicação de alíquotas unificadas 
e progressivas, fixados em lei, incidentes sobre a receita bruta mensal;
d) dispensa da obrigação de escrituração comercial para fins fiscais dos Livros Caixa e Registro de 
Inventário, bem como todos os documentosque serviram de base para a escrituração.
 Quem opta pelo Simples necessita recolher o pagamento mensal unificado das seguintes 
contribuições e impostos: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição para os Programas 
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
(Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Contribuições para a Seguridade Social 
(quota Patronal).
29
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
 Lembrete
O Simples Nacional foi criado com o objetivo de unificar a 
arrecadação dos tributos e contribuições devidos pelas micros e 
pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, 
estaduais e municipais. 
2.3 Ética e Gestão Financeira
A palavra “ética” provém o substantivo latino ethìca que, por sua vez, provém do adjetivo grego 
éthikê. No verbete “ética” do dicionário Houaiss, vemos: 
 substantivo feminino
1 parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que 
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, 
refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e 
exortações presentes em qualquer realidade social
2 Derivação: por extensão de sentido.
conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, 
de um grupo social ou de uma sociedade (HOUAISS, 2009).
Em outras palavras, “ser ‘ético’ significa, de forma simplificada, refletir sobre as escolhas a 
serem feitas, importar-se com os outros, procurar fazer o bem aos semelhantes e responder por 
aquilo que se faz” (SROUR, 2000, p. 213). Levando em consideração que somente a ação humana 
individual é suscetível de valoração moral, as instituições ou a própria sociedade não podem 
ser consideradas éticas ou antiéticas; tal comportamento responde exclusivamente às virtudes 
do empresário e no modo como ele encara sua responsabilidade para com seu empreendimento 
(ARRUDA, WHITAKER e RAMOS, 2007).
Já a moral, de acordo com Srour (2000, p. 213), entenda-se como um “agir de acordo com os costumes 
e observar as normas coletivas”. Dessa forma, toma-se a moral como uma construção social, histórica, 
resultado de uma relação de forças. Por conseguinte, ao tratar-se da moral e do posicionamento ético, 
não se pode deixar de considerar que a vontade humana busca o que a razão considera bom, ainda que 
isso constitua apenas um meio para atingir um fim maior (ARRUDA, WHITAKER e RAMOS, 2007). Em 
relação a essa vontade, 
De tudo que é possível conceber no mundo, e mesmo em geral fora do 
mundo, não há nada que possa ser considerado bom sem restrições, a não 
ser, apenas, uma vontade boa. A inteligência, a fineza, a faculdade de julgar 
e os demais talentos do espírito, qualquer que seja o nome pelo qual o 
designemos, ou então a coragem, a decisão, a perseverança nos desígnios, 
como qualidades do temperamento, são, sem dúvida nenhuma, sob muitos 
aspectos, coisas boas e desejáveis; mas esses dons da natureza também 
30
Unidade I
podem se tornar extremamente ruins e funestos, se a vontade que deve 
utilizá-los, cujas disposições próprias chamam-se por isso caráter, não é boa 
(COMTE-SPONVILLE 1995, p. 70).
Nesse sentido, percebe-se como são importantes as várias virtudes na construção do caráter 
dos seres humanos, principalmente dos gestores de empresas, pois elas integram os indivíduos e 
os fatores que causam sua atividade. Assim, as empresas não podem ser amorais, como se suas 
atividades pairassem acima do bem e do mal. 
Algumas virtudes são fundamentais ao gestor em sua prática de tomada de decisão por causa dos 
grandes riscos que envolvem a atividade empresarial e também como um bom caminho para as relações 
sociais entre a empresa e a sociedade. Um dessas virtudes é a prudência, pois a pessoa prudente é atenta 
não apenas ao que acontece, mas ao que pode acontecer. Outra virtude fundamental é a justiça, que 
é “a qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que 
é direito, justo” (HOUAISS, 2009). Há ainda, entre as virtudes essenciais, a boa-fé; segundo Comte-
Sponville (1995), ser de boa-fé é dizer a verdade sobre o que cremos, e essa verdade, ainda que a crença 
seja falsa, nem por isso seria menos verdadeira. 
Ao analisarmos atentamente os conceitos descritos anteriormente, percebemos que virtudes 
são valores transformados em ações. Como o modo de agir é uma consequência do modo de ser, 
a pessoa que se exercita nas virtudes deixa transparecer em sua atuação profissional os valores 
que cultiva em sua vida pessoal. Assim sendo, podemos notar que atitudes éticas e/ou não éticas 
são inerentes ao caráter daqueles que as utilizam, não podendo assim ser generalizada ou tomada 
como padrão.
Ao observarmos a história do Brasil, percebemos que aqui foi formada uma identidade nacional 
própria e diferenciada por conta das influências de diversos povos desde o processo de colonização. 
Considerando que os valores culturais são expressos em tudo que a sociedade produz, é possível assumir 
que as empresas são – tal como a música, a literatura, a política e a família – demonstrações de como é 
essa sociedade. Nesse sentido, como as empresas refletem as características, conjunturas e a estrutura 
da sociedade em que estão inseridas, é de suma importância compreender como foi constituída essa 
nação e seu comportamento singular.
No Brasil, é possível perceber características gerais frequentes na maioria das pessoas, que 
representam pressupostos básicos que cada indivíduo usa para enxergar a si mesmo como 
brasileiro. No que diz respeito à gestão de empresas, Tanure (2007) afirma que existe um estilo 
brasileiro de administrar, possuidor de traços fortes de hierarquia e grande capacidade de lidar 
com a incerteza, refletida no jeitinho – uma característica brasileira que reúne flexibilidade, 
adaptabilidade e criatividade. Sendo assim, esta adaptabilidade e/ou jeitinho torna-se inerente 
à população brasileira, pois “sabemos que para tudo há jeitinho, basta um pouco de tato que as 
coisas se resolvem” (MOTTA e CALDAS, 2007, p. 50). 
Srour (2000) aponta o formalismo como outro traço marcante da sociedade brasileira, ou seja, 
uma clara dissociação entre o discurso e a prática, o enunciado e o vivido, o país legal e o país 
31
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
real, os códigos formalizados de conduta e os expedientes espertos do dia a dia, as declarações 
de boas intenções e o cinismo dos arranjos de conveniência. Todavia, essas incoerências não 
são consistentemente consideradas pela população, pois aparecem como imperativos naturais ou 
como imposições inelutáveis da vida em sociedade. 
Nota-se, no entanto, que para a maioria dos empresários brasileiros, ética e legalidade confundem-
se, ou seja, a ética converte-se em sinônimo de respeito à Lei. Por isso, apesar de reconhecermos a 
influência da cultura brasileira nas ações administrativas, é importante ressaltar que ser ético é mais do 
que só respeitar as leis, é respeitar a si mesmo e ao próximo. 
Por fim, considera-se a ética importante no estudo sobre gestão empresarial e no funcionamento das 
organizações, pois o comportamento ético dos membros da organização exerce uma força importante 
na maneira pela qual uma empresa é vista pelos que estão fora e dentro dela.
 Saiba mais
Assista ao filme A firma, do diretor Sydney Pollack (1993). No filme, 
Mitch McDeere é um advogado recém-formado que recebe uma proposta 
milionária para trabalhar em uma firma de advocacia. À medida que o tempo 
vai passando, ele percebe que a empresa, na verdade, serve de fachada para 
lavar dinheiro da máfia, e que todos os advogados que saíram, ou tentaram 
sair da firma, morreram de forma misteriosa. 
Para entendermos a ideia da ética nas organizações, podemos analisar alguns estudos de caso. Neles, 
você vai perceber situações do cotidiano do gestor financeiro em que é preciso avaliar, tomar decisõese 
agir. Você vai perceber que esse conceito que parece tão abstrato, a ética, está muito mais presente do 
que se imagina.
2.3.1 Estudo de caso: Ultrapassando os limites do poder
Andreia trabalhava há mais de dois anos em uma das empresas da holding Caessa, proprietária 
de diversas empresas das áreas agrícola e de mineração. Tinha uma boa relação com seu chefe, 
Victor, que considerava Andreia muito eficiente. Quando Victor foi promovido à gerência da 
holding, não hesitou em levá-la com ele. Isso coincidiu com o fato de que Andreia, que costumava 
ter problema de sobrepeso, emagreceu e começou a frequentar a academia todas as manhãs. No 
entanto, sempre chegava pontualmente, na hora fixada em seu contrato. Além disso, poucos meses 
depois, Andreia começou um relacionamento, razão pela qual deixou de ficar trabalhando até mais 
tarde, como fazia antes. De repente, a relação entre Victor e Andreia, que antes funcionava às 
mil maravilhas, começou a ter problemas. Victor a convocava para reuniões às 8 horas da manhã, 
sabendo que a essa hora ela devia ir à academia, enquanto ele chegava depois das 10 horas. Além 
disso, todos os outros diretores demonstravam que estavam muito contentes com o trabalho 
32
Unidade I
de Andreia, enquanto Victor nunca parecia estar satisfeito e manifestava permanentemente seu 
descontentamento, inclusive chegou a dizer-lhe que trabalhava melhor quando era gorda. Andreia 
sentia-se desolada e não entendia o que estava acontecendo. Ela continuava esforçando-se ao 
máximo a cada trabalho realizado e sentia que não poderia aguentar por muito tempo essa 
situação.
Certa manhã, Victor chamou Andreia em sua sala e a repreendeu duramente por entender que 
ela havia elaborado muito mal uma informação por não ter colocado a numeração das páginas. 
Ela perguntou se o resto estava bom e ele respondeu que ainda não tinha lido. Andreia sentiu 
que isso era mais do que poderia suportar. Seu trabalho não a motivava, chegava no horário e 
retirava-se o mais cedo possível. Tinha perdido o respeito que antes nutria por seu chefe. Tudo 
chegou a um limite insuportável, quando Victor, muito bravo porque Andreia já não ficava além 
do horário, exigiu-lhe, sob ameaça de ser despedida, que chegasse mais cedo e saísse mais tarde. 
Andreia devia escolher entre seu trabalho e sua vida privada, o que incluía sua saúde, já que o 
que lhe estava sendo exigido significava deixar de ir à academia, voltar a engordar e não dedicar 
tempo ao seu namorado. O resto da equipe, ciente da situação, tomou partido de Andreia, o 
que interferia na relação que mantinham com Victor, de modo que cada dia confiavam menos 
nele, perdiam o respeito por ele e lhe falavam o mínimo possível, já que ninguém queria ficar 
trabalhando além do horário.
Andreia era uma mulher muito esforçada e Victor lhe havia dado a oportunidade de se 
desenvolver, ao levá-la para ocupar um cargo melhor e com maiores desafios. Antes de todas 
essas mudanças sua relação era satisfatória. O que havia de errado? Além disso, Andreia sempre 
havia pensado que seu chefe estaria contente com seu emagrecimento e por ter iniciado um 
namoro, mas a partir desses fatos, surgiram apenas reações negativas. A isso se acrescenta que, 
em razão do novo cargo que ocupava, Victor sofria muitas pressões e não estava certo de poder 
administrar esse problema. Sentia que necessitava, mais que nunca, exigir que Andreia o ajudasse 
a superar essa dificuldade.
Como vemos, Victor, sufocado por novas exigências, não conseguiu balancear a autoridade 
formal e informal e tentou exigir de Andreia que fizesse muito mais do esperado, exercendo poder 
sobre ela, caindo no mal uso da autoridade formal. Abusou de seu poder e, inclusive, maltratou-a 
psicologicamente. Não tinha nenhuma consideração por ela, não havia apreço pelas circunstâncias 
que envolviam a vida de sua colaboradora, que agora podia ser mais feliz em sua vida pessoal. Isto 
não só repercutia em Andreia, mas em toda a equipe. Ainda que todos continuassem cumprindo 
suas obrigações dentro do mínimo esperado, Victor já não lhes podia pedir que fizessem esforços 
adicionais. Eles haviam perdido a confiança em Victor e a motivação. Victor estava desacreditado 
como chefe perante seus colaboradores. Por mais que impusesse sua autoridade formal, sem a 
informal, os empregados não o apoiavam nem se comprometiam com sua causa. Victor ficara só. 
Ele não compreendeu que, para motivar Andreia, não precisa impor-lhe seu poder. Que Andreia 
e seus colegas se motivariam à medida que o respeitassem como pessoa e como chefe. Contudo, 
Victor não havia sido antes um chefe respeitável? O que o fizera mudar? Talvez agora pudesse 
questionar suas tentativas de impor sua autoridade e retomar uma boa relação de confiança com 
seus colaboradores. Finalmente havia chegado a perguntar-se se as mudanças em motivação e 
33
FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA
desempenho não se atribuíam às suas más reações. Seria tarde para Victor? Poderia consertar a 
situação?
ÉTICA EMPRESARIAL, 2007 (adaptado).
Para análise:
Andreia era uma mulher muito esforçada e Victor lhe havia dado a oportunidade de se desenvolver, 
ao levá-la para ocupar um cargo melhor e com maiores desafios. Antes de todas essas mudanças, sua 
relação era satisfatória. O que havia de errado?
Apenas conhecimentos financeiros são suficientes para o gestor?
2.3.2 Estudo de caso: Os valores na empresa familiar
Minha família administra uma empresa no mercado há mais de 42 anos. Com a morte do meu avô, a 
empresa entrou em crise e o modelo de administração de meu tio e minha mãe, baseado na honestidade 
e na integridade, está sendo questionado por toda família, inclusive por eles. Porém, estou convencida 
de que a principal crise foi a descrença nascida entre meus próprios familiares acerca de sua capacidade 
de gestão. 
Minha família é dividida entre os filhos da primeira e os da segunda esposa de meu avô 
falecido. O modelo administrativo da segunda família é famoso pela desonestidade e é muito 
bem-sucedido, inclusive pelos méritos inegáveis de sua gestão. Pressionados pelos seus irmãos, 
minha mãe e meu tio são “acusados” de serem honestos, o que seria incompatível com a profissão 
de empresário. 
Eu não sou empresária. Sou professora de Direito e diretora de uma associação de defesa do 
consumidor. Na minha perspectiva, os consumidores têm buscado um perfil cada vez mais diferenciado 
do fornecedor. Infelizmente, temos que enfrentar fornecedores, clientes, concorrentes e outros 
profissionais destituídos de escrúpulos. Para marcarmos a nova fase administrativa que inauguraremos, 
estou propondo que nossas virtudes sejam assumidas por nós mesmos como nossa maior marca. Eu 
tenho afirmado que eles devem apostar nos seus valores e que o modelo de administração sem ética e 
desumana está em baixa. 
ÉTICA EMPRESARIAL, 2007 (adaptado). 
Para análise:
É possível gerenciar uma empresa familiar com ferramentas que desvincule a atividade jurídica das 
atividades pessoais?
As ferramentas de gestão servem paras todos os tipos de organização?
34
Unidade I
2.3.3 Estudo de caso: Atitudes que geram resultados e prêmios
Programa de empreendedorismo corporativo implementado na Brasilprev conquista sucesso e 
reconhecimento. Incentivar o comportamento empreendedor nas empresas pode trazer benefícios para 
a organização e para os funcionários. Melhor ainda quando a iniciativa atinge todos os colaboradores 
e recebe reconhecimento externo. O case a seguir é um exemplo de como despertar o empreendedor 
que existe nos funcionários, por meio de ações que levam conhecimento e campanhas bem-sucedidas. 
Uma aluna de uma universidade atua há três anos como coordenadora de Comunicação Corporativa 
de uma empresa de seguros e previdência. Atualmente, lidera um programa chamado Vida Ativa, que 
se baseia em quatro pilares: Responsabilidade Social, Qualidade de Vida, Educação Financeira e Atitude 
Empreendedora. Durante dois anos, ela comandou o pilar Atitude Empreendedora,

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