Buscar

Unidade VI Genetica e Imunologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Genética e Imunologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Aline Dal’Olio Gomes
Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Imunidade Adaptativa
• Resposta Imunológica Adaptativa
• Reconhecimento do Antígeno
• Ativação dos Linfócitos
• Resposta Imune Humoral
• Memória Imunológica
• Doenças do Sistema Imune
 · Apresentar um aprofundamento da resposta imune adaptativa, 
descrevendo os principais mecanismos com ela envolvidos, tais 
como anticorpos, reconhecimento do antígeno, resposta imune 
celular, ativação dos linfócitos, resposta imune humoral, memória 
imunológica e doenças do Sistema Imunológico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Imunidade Adaptativa
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Contextualização
Como vimos, o Sistema Imune apresenta duas resposta: a inata e a adaptativa. 
Agora, abordaremos a resposta adaptativa, lembrando que ela é crucial para nos 
protegermos contra diversas infecções, influindo se elas nos infectarem novamente.
Para que essa proteção ocorra, é necessário que essas células reconheçam 
especificamente os patógenos e é aí que surgem os linfócitos T e B e as imuno-
globulinas, que desempenham papel importante nesse processo e também para 
que haja mecanismo de ativação dos linfócitos, para que possamos combater es-
ses patógenos. Assim, estudaremos como as imunoglobulinas e os linfócitos são 
ativados e, também, como consequência dessa ativação, de que forma ocorre a 
resposta humoral.
Outro tema importante e vital para que possamos ter vida saudável por muito 
tempo é a questão e a capacidade do Sistema Imunológico de produzir células com 
memória de patógenos específicos e ainda por cima gerar resposta eficiente contra 
elas. É graças a essa capacidade que não ficamos resfriados, por exemplo, todos 
os invernos!
Por fim, vamos abordar rapidamente no texto os patógenos que conseguem 
derrotar o nosso Sistema Imunológico e como eles fazem isso. Esse tema é 
importante, já que nos remete a pensar sobre como os organismos evoluem e 
também como conduzimos nossas vidas em relação à prevenção de doenças.
8
9
Resposta Imunológica Adaptativa
Para iniciarmos esta Unidade, vamos recapitular os principais pontos da resposta 
imunológica adaptativa, que estão ilustrados na Figura 1.
A resposta imune adaptativa refere-se à especificidade de moléculas e à 
capacidade de lembrar e responder com mais intensidade em exposições repetidas 
frente a um mesmo microrganismo.
Ela pode, também, diferenciar uma gama de substâncias microbianas, não 
microbianas e microrganismos e, devido a isso, é denominada imunidade específica 
ou imunidade adquirida, porque muitas das respostas apresentadas são “adquiridas” 
por experiência.
Suas principais células são linfócitos e seus produtos secretados, como os 
anticorpos. As substâncias estranhas que induzem as respostas imunológicas 
específicas reconhecidas pelos linfócitos ou os anticorpos são os antígenos.
A resposta imune adaptativa apresenta duas respostas distintas: a imunidade 
humoral e a imunidade celular. Essas respostas são mediadas por componentes 
distintos do Sistema Imunológico. A função delas consiste na eliminação de 
microrganismos patogênicos.
Especificando uma pouco mais, a imunidade humoral é basicamente mediada 
por moléculas do sangue e pelas secreções das mucosas, que são denominadas 
anticorpos e são capazes de reconhecer os antígenos microbianos, neutralizar sua 
capacidade de infecção e por fim eliminá-los.
Os anticorpos, que são agentes vitais para a resposta imunológica adaptativa, 
são sintetizados nos linfócitos B (também podem ser chamados de células B). A 
imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos e 
suas toxinas, já que ela é capaz de ativar diversas vias de sinalização de defesa, 
como os diferentes tipos celulares de anticorpos que promovem a ingestão de 
microrganismo pelas células do hospedeiro (fagocitose).
A outra imunidade mencionada no parágrafo anterior é a imunidade célula, 
também chamada de imunidade adquirida. Essa resposta é realizada por células, 
provindas dos linfócitos T (também denominadas células T). Ela é importante porque 
alguns vírus e bactérias sobrevivem e se proliferam no interior das células que a 
fagocitam e outras células do hospedeiro; então, a defesa é realizada dentro da 
célula promovendo a destruição de microrganismos que residem nos macrófagos 
e neutrófilos ou em células infectadas.
9
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Figura 1 – Resumo da Resposta Imunológica Adaptativa
Fonte: nano-macro.com
Reconhecimento do Antígeno
Para iniciarmos esse tópico, vamos relembrar o que são os anticorpos. São 
proteínas, presentes em todos os vertebrados, de enorme variedade e com alta 
especificidade no reconhecimento à exposição aos antígenos, que também são os 
mediadores primários da resposta humoral.
Os anticorpos apresentam três tipos de ligação com os antígenos, sendo eles 
imunoglobulina, receptor de linfócitos T e molécula do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC).
A diferenciação dessas três classes de moléculas está no sítio de ligação com o an-
tígeno, natureza do sítio a que pode ser ligado, natureza dos determinados antígenos 
reconhecidos, afinidade de ligação ao antígeno e on-rate e off-rate (Tabela 1).
Tabela 1 – Caracterização e diferenciação dos três tipos de anticorpos presentes nos vertebrados
Característica
Molécula de Ligação 
ao Antígeno
Imunoglobulina (lg) Receptor de linfócitos T (TCR)* Moléculas de MHC*
Sítio de ligação ao 
antígeno
Formado por três CDR nos 
domínios VH e três CDR 
nos domínios VL
Formado por três CDR nos 
domínios Va e três CDR 
nos domínios Vb
Fenda de ligação peptídica 
formada por domínios a1 e a2 
(classe I) e a1 e b1 (classeII)
10
11
Característica
Molécula de Ligação 
ao Antígeno
Natureza do 
antígeno que 
pode ser ligado
Macromoléculas (proteínas, 
lipideos, polissacarídeos) e 
pequenas substâncias químicas
Complexo peptídeo-MHC Peptídeos
Natureza dos 
determinantes 
antigênicos 
reconhecidos
Determinantes conformacio-
nais e lineares de diversas 
macromoléculas e substâncias 
químicas
Determinantes lineares de pep-
tídeos; apenas2 ou 3 resíduos 
de aminoácidos do peptídeo 
são ligados à molécula de MHC
Determinantes lineares de pep-
tídeos; apenas alguns resíduos 
de aminoácidos de um peptídeo
Afinidade de 
ligação ao 
antígeno
Kd 10
–7 – 10–11 M; a afinidade 
média das Ig aumenta durante 
a resposta imunológica
Kd 10
–5 – 10–7 M Kd 10
–6 – 10–9 M; ligação 
extremamente estável
On-rate e off-rate On-rate rápida, off-rate variável On-rate lenta, off-rate lenta On-rate lenta, off-rate muito lenta
*As estruturas e funções das moléculas de MHC e TCR são discutidas, respectivamente, nos Capítulos 6 e 7.
CDR, região determinante de complementariedade; Kd, constante de dissociação; MHC, complexo principal de 
histocompatibilidade (apenas a molécula de classe II é mostrada); VH, domínio cariável da cadeia pesada da Ig; VL, 
domínio variável da cadeia leve da Ig.
Fonte: modificado de Abbs, 2012
Após essa breve apresentação, começaremos a discutir como esses anticorpos 
reconhecem os antígenos por meio da sua estrutura e das propriedades de ligação 
dos anticorpos aos antígenos.
Os anticorpos podem existir de duas formas: ou ligados na membrana dos 
linfócitos B virgem (atuando como receptor de antígenos), ativam essas células e 
também iniciam a resposta humoral, ou como anticorpos secretados localizados 
nos tecidos, sangue ou mucosa.
Para esses anticorpos secretados durante a fase efetora da resposta humoral, há 
a ligação dos anticorpos aos antígenos e a eliminação deles por meio de diversos 
mecanismos efetores, o que ocorre, geralmente, com a interação com outras células 
do Sistema Imunológico, como proteínas do complemento e células, incluindo 
fagócitos e eosinófilos.
Outra importante função dos linfócitos B nesse contexto é que eles são as únicas 
células que produzem moléculas de anticorpos, já que são eles que expressam a 
forma de membrana dos anticorpos que atuam como receptores de antígenos, que 
são liberados da membrana do linfócito B após a exposição a um antígeno, indo 
para a corrente sanguínea. Após a coagulação, esses anticorpos permanecem em 
um fluido denominado soro que, por sua vez, contém todas as proteínas presentes 
no plasma, com exceção dos fatores de coagulação.
Os anticorpos apresentam características gerais importantes para diferenciá-los. 
A maioria dos anticorpos são denominados gamglobulinas devido à sua semelhança 
com a letra do alfabeto grego gama e também de imunoglobulina (a partir de agora, 
os anticorpos serão chamados de imunoglobulina), que é a estrutura da molécula 
responsável pela imunização.
11
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Mesmo com essas semelhanças em relação à estrutura das moléculas, as 
imunoglobulinas apresentam diferenças quanto à sua estrutura, que está diretamente 
relacionada à ligação dela com o antígeno específico (acredita-se que existem mais 
de um milhão de moléculas).
Atualmente, as imunoglobulinas são divididas em classes e subclasses de acordo 
com as características da região C da cadeia pesada, que apresenta funções específicas.
As classes de cada imunoglobulina são chamadas de isótipos e são dividas em 
cinco, em suas regiões constantes: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, além dessa divisão, as 
IgA e IgG são subdividas em IgA1 e IgA2 e a IgG1,IgG2, IgG3 e IgG4.
Os diferentes tipos se diferenciam por suas propriedades biológicas, localiza-
ções funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos, como se mostra 
na Quadro 1.
Quadro 1 – Tipos de isótipos de humanos e suas funções
Isótipo do 
Anticorpo
Subtipos 
(Cadeia H)
Concentração 
Sérica 
 (mg/mL)
Meia-vida 
Sérica (dias)
Forma 
Secretada
Funções
IgA IgA 1,2 (a1 ou a2) 3,5 6
IgA 
(dímero) 
Monômero, 
dímero, 
trímero
Imunidade de mucosa
IgD Nenhum (d) Traço 3 Nenhuma Receptor de antígeno do linfócito B virgem
Nenhum (e) 0,05 2 IgE Monômero
Defesa contra 
parasitas helmintos, 
hipersensibilidade 
imediata
IgG1-4 (g1, 
g2, g3 ou 
g4)
13,5 23 IgG1 Monômero
Opsonização, 
ativação do sistema 
complemento, 
citotoxicidade 
mediada por células 
dependentes de 
anticorpo, imunidade 
neonatal, autoinibição 
do linfócito B
Nenhum 
(m) 1,5 5
IgM 
Pentâmero
Receptor de antígeno 
do linfócito B virgem, 
ativação do sistema 
complemento
As funções efetoras dos anticorpos são discutidas em detalhes no Capítulo 12.
Fonte: Adaptado de Abbs, 2012
12
13
A estrutura similar entre as imunoglobulinas refere-se à parte estrutural que 
não se liga aos antígenos, apresentando duas porções (leves e pesadas), sendo 
que cada porção é composta por duas cadeias idênticas (Figura 2). Essas duas 
porções são chamadas de Ig. As cadeias pesadas e leves são compostas por regiões 
denominadas aminoterminais variadas (V), que participam do reconhecimento dos 
antígenos, uma região carbaxiterminal constante (C), a qual, nas cadeias pesadas, 
media as funções efetoras da molécula.
De forma geral, a imunoglobulina apresenta um sítio de ligação ao antígeno, 
que é formado pela justaposição dos domínios VL e VH. A cadeia pesada termina 
em caudas C e a ligação de proteína do sistema de complemento e do receptor de 
Fc nas regiões da cadeia pesada de aproximação na cadeia pesada, como pode ser 
observado na Figura 3. Nessa Figura, é possível, notar, ainda que a IgM apresente 
mais um domínio (CH) em relação a IgA secretada, uma visão um pouco mais 
detalhada de como são as estruturas dessas moléculas.
Figura 2 – Esquematização da IgG e IGM (A e B) e estrutura cristalina de raios-X da IgG (C)
Fonte: Adaptado de Abbs, 2012
13
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Diante do que foi abordado sobre a estrutura das imunoglobulinas, discutiremos 
com mais detalhes as regiões variáveis dos anticorpos, em que a maioria das 
diferenças é definida por três curtos segmentos localizados na região V da cadeia 
pesada e três da mesma região, mas da cadeia leve, que são conhecidos como 
hipervariáveis; é nesses locais que os antígenos se ligam nas moléculas das 
imunoglobulinas, nas regiões VH VL.
Anticorpos: https://goo.gl/DgdDP5
Ex
pl
or
Ativação dos Linfócitos
Para que as imunoglobulinas sejam ativadas e para que elas possam desempe-
nhar seu papel com eficiência, é necessário que os linfócitos sejam ativados, e é 
isso que abordaremos agora.
Os linfócitos T são de extrema importância nesse processo, pois são eles que 
erradicam as infecções por microrganismos intracelulares e ativos e outras células 
como os macrófagos e linfócitos B. Para que a resposta seja eficiente, esses 
linfócitos devem superar alguns desafios, tais como os mencionados a seguir.
Baixo número de células T imaturas – Para que o antígeno seja apresentado 
às células T rapidamente, existem células especializadas, denominadas células 
apresentadoras de antígenos (APC) e entre elas estão as células dendríticas.
Os linfócitos devem identificar a presença de antígenos em todos os locais do 
corpo e por isso as células T circulam também em órgãos linfoides secundários. 
Para auxiliar nesse contexto, as células dendríticas, que são encontradas em todos 
os tecidos, capturam os anticorpos e levam para a região linfoide, na qual estão 
localizadas as células T circulantes.
Por interagir com diversas células, como os linfócitos B, os macrófagos e as 
células dendríticas e, para que essas células somente interajam com as células do 
hospedeiro, os receptores dos linfócitos T reconhecem antígenos apresentados 
pelas células do hospedeiro.
Os receptores que desempenham esse papel de reconhecimento são as moléculas 
do complexo principal de histocompatibilidade (MHC). Isso difere com os linfócitos 
B em que tanto os receptores de imunoglobulina quanto as imunoglobulinas 
secretadas reconhecem antígenos solúveis ou associados às células.
14
15
Os linfócitos T respondem a diferentes agentes infecciosos microbianos em dife-
rentes compartimentos celulares. Isso ocorre porque os APC combatem de forma 
distinta, dependendo se o antígeno é intra ou extracelular e, assim, apresentam 
as diferentes classe de células T, assim com o MHC também capturaos antígenos 
de diversos locais e apresenta às células T. Exemplo é a defesa contra vírus na cir-
culação, que é mediada pelas imunoglobulinas e para que a produção das Ig seja 
efetiva, há participação dos linfócitos T CD4 auxiliares. Entretanto, se esse mesmo 
vírus afetar um tecido, a participação dos linfócitos T CD8 é muito importante.
Entre esse reconhecimento, a maioria dos linfócitos T reconhece apenas 
peptídeos curtos e, por consequência, eles só reconhecem sequência de aminoácidos 
específicos, enquanto as células B podem reconhecer moléculas maiores como 
peptídeos, proteínas e ácidos nucleicos, entre outros e, diante disso, as células T, 
normalmente antígenos ou substâncias de origem proteica.
O que decorre desse reconhecimento mais específico das células T é que os 
receptores das células T CD4 e CD8 são específicos para antígenos apresentados 
por moléculas do MHC e elas só se ligam à peptídeos (Figura 3).
Figura 3 – Esquema do reconhecimento de um complexo de peptídeo como MHC pela célula T
Fonte: Adaptado de Abbs, 2012
Os receptores MHC apresentam dois tipos: o MHC classe I e o MHC classe II, 
diferindo tanto na expressão nos tecidos quanto na sua composição espacial, mais 
especificamente na composição de suas subunidades.
Ambas as moléculas se assemelham aos domínios das imunoglobulinas, mas 
a MHC classe I apresenta duas cadeias polipeptidias, a cadeia a, que atravessa a 
membrana, é associada a uma cadeia menor, a b2-microglobulina (Figura 4).
Já o receptor MHC apresenta duas que atravessam a membrana e, além disso, 
a diferença entre os dois receptores, a fenda de ligação dos MHC, classe II, é 
formada por dois domínios: a1 e b1.
15
UNIDADE Imunidade Adaptativa
α2
α3 β2m
TM
α1α2
α3 β2m
TM TMTM
α1 α1 β1
α2 β2
Ligação
Peptídica
Classe I Classe II
Membrana
CitoplasmáticaCauda
Citoplasmática
Cauda
Citoplasmática
Figura 4 – Diferenças entre os receptores MHC classe I e classe II
Fonte: Acervo do Conteudista
O reconhecimento dos antígenos pelas células que não são células T ocorre com 
células que atuam como células apresentadoras de antígenos (APC) para ativar 
as células T virgens e as células T efetoras previamente diferenciadas, como as 
células dendríticas, que são as mais importantes, mas os macrófagos e os linfócitos 
B também fazem esse trabalho, principalmente via células T CD4 auxiliares 
previamente ativadas (não virgens) (Figura 5), ativando os receptores MHC.
Figura 5 – Principais APC e seus mecanismos de ativação das células T
Fonte: Adaptado de Abbs, 2012
16
17
As APCs apresentam complexos peptídeos-MHC (Figura 3) para o reconheci-
mento das células T, além de estímulos adicionais chamados segundos sinais, para 
a maturação das células T virgens. As APCs que maturam as células T virgens são 
chamadas de coestimuladores.
Outro fator importante é a intensificação do sinal pelos APC devido à exposição 
dos produtos microbianos, como a ativação de receptores Toll pelos macrófagos e 
células dendríticas. Essa intensificação do sinal pelas APC que apresentam antígenos 
pode intensificar sua função de apresentação de antígenos, sobretudo as células T 
CD4 que, com a presença de antígenos, promovem a expressão de uma molécula 
denominada ligante do CD40, que se liga às células dendríticas e aos macrófagos.
Ativação dos linfócitos B: https://youtu.be/r02YWYZRsuk
Ex
pl
or
Resposta Imune Humoral
Antes de iniciarmos, vamos a uma visão geral do Sistema Imune Humoral. 
Basicamente, essa resposta é mediada por moléculas do sangue e pelas secreções das 
mucosas, os anticorpos, que são capazes de reconhecer os antígenos microbianos 
e de neutralizar a sua capacidade de infecção e por fim eliminá-lo.
As imunoglobulinas, que são agentes vitais para a resposta imunológica adapta-
tiva, são sintetizadas nos linfócitos B (também podem ser chamados de células B).
A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos 
e suas toxinas, já que ela é capaz de ativar diversas vias de sinalização de defesa, como 
os diferentes tipos celulares de anticorpos promovem a ingestão de microrganismo 
pelas células do hospedeiro (fagocitose).
As principais funções das imunoglobulinas são neutralizar e eliminar microrga-
nismos infecciosos e toxinas microbianas; além disso, as imunoglobulinas são pro-
duzidas por plasmócitos de vida curta ou de vida longa, que são gerados de células 
B virgens ou de memória em órgãos linfoides e produzidos na medula óssea.
Essas imunoglobulinas têm suas funções efetoras mediadas por regiões constan-
tes de cadeia pesada e diferentes isotipos de cadeias pesadas possuem funções dis-
tintas, mas as funções são iniciadas pelas regiões variáveis, como foi mencionado 
anteriormente.
Diante dessa breve introdução, podemos começar a abordar o tema, focando, so-
bretudo, as diversas funções que as imunoglobulinas possuem na defesa do organismo.
17
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Como dito, essa resposta neutraliza e elimina os agentes infecciosos. Iniciando 
pela neutralização dos microrganismos e de suas toxinas, as imunoglobulinas 
bloqueiam a ligação dos microrganismos e/ou toxinas celulares. Um exemplo é 
o vírus influenza, que utiliza a hemaglutinina como envelope e essas moléculas 
conseguem interferir bloqueando a interação do vírus com os receptores celulares, 
fazendo um bloqueio estérico. Como a neutralização só é feita com a ligação do 
antígeno com a imunoglobulina, qualquer tipo dessa última molécula pode realizar 
esse bloqueio (Figura 6).
Ac neutralizantes
bloqueiam a adesão celular
Ac neutralizantes
bloqueiam ação 
toxina secretada
Previne
infecção
Previne
toxicidade
Anticorpos neutralizantes
Neutralização
Bactéria
Toxina
Mecanismos Efetores Mediados por Ag-Ac
Figura 6 – Esquematização de neutralização de bactérias e toxinas, 
impedindo a ligação deles com a célula do hospedeiro
Fonte: Acervo do Conteudista
Outra forma de resposta é a cobertura (opsonização) dos microrganismos, por 
meio das imunoglobulina IgG, promovendo a ligação a receptores Fc em fagócitos 
monocelulares e neutrófilos. Isso ocorre porque os receptores para as porções Fc 
dos IgG ligam-se para porções opsonizadas pelos anticorpos.
É possível, ainda, os fagócitos fagocitarem os agentes infecciosos sem a presença 
das IgG, como uma resposta imune inata. As respostas com e sem a presença de 
imunoglobulina estão na Figura 7.
De forma geral, as Ig não permitem a ligação dos agentes infecciosos às células 
impedindo a infecção. Além disso, eles impedem a disseminação da infecção de 
uma célula para a outra e bloqueiam as ligações entre as toxinas e as células, como 
já foi abordado.
18
19
 
Figura 7 – Resposta com e sem a presença de imunoglobulinas (anticorpos) 
agindo na infecção da célula (A), liberação do microrganismo da célula infectada 
e da infecção da célula adjacente (B) e o efeito patológico da toxina (C)
Fonte: Adaptado de Abbs, 2012
Para finalizar esse tópico, será abordado de forma rápida o Sistema Comple-
mento, que é um dos principais mecanismos da resposta humoral e também da 
resposta inata.
Esse Sistema consiste em proteínas séricas e superfície celular que interagem 
uma com a outra e também com outras porções do Sistema Imune, que tem como 
função a geração de substâncias que eliminem o microrganismo. Suas principais 
19
UNIDADE Imunidade Adaptativa
características são: é ativado por microrganismos, ou imunoglobulinas, que estão 
ligados a outros microrganismos ou outros patógenos, envolvendo hidrólise de 
proteína com ruptura de ligações peptídicas (proteólise), gerando complexos 
enzimáticos e os produtos que são gerados por essas enzimas se ligam na membrana 
celular dos microrganismos ou nas imunoglobulinas ligadas a esses patógenos.
Sua ativação é inibida devido a proteínas reguladoras das células dos hospedeiros 
e/ou na ausência do patógeno.
Memória Imunológica
As respostas da memória imunológica são chamadas de respostas imunes 
secundárias, respostas imunes terciárias eassim sucessivamente, dependendo de 
quantas vezes o organismo seja infectado pelo patógeno.
Talvez seja um dos fatores mais importantes para um indivíduo, pois previne 
doenças. Essas respostas diferem da resposta imune primária, já que não houve 
ainda a produção do anticorpo, o que pode ser corroborado com as células T e 
B de memórias que não apresentam a mesma resposta das células T e B virgens. 
Entretanto, experimentalmente, não foi possível ainda comprovar cientificamente 
se a memória imunológica é diretamente relacionada às células de memória 
especializadas, mas é possível estabelecer de forma experimental que os indivíduos 
que já foram infectados já apresentam células de memória.
Em relação à diferença das respostas dessas células de memória e as virgens, 
já havia sido identificado experimentalmente que as células B com memória 
respondem ao antígeno com uma eficiência 100 vezes maior que as células 
virgens. A explicação para isso é que a resposta primária gera rápida produção 
de IgM, seguida de resposta de IgG; já a resposta secundária gera baixa síntese 
de IgM e grandes quantidades de IgG e uma pequena porção de IgA e IgE. Na 
realidade, quando começa a resposta secundária, a base das imunoglobulinas estão 
nas células B de memória, formando isotipos maduros, desviando a produção de 
IgM para a de IgG, IgA e IgE.
Em relação à afinidade do IgG, aumenta a sua na resposta primária e também nas 
respostas subsequentes. Essa resposta gera células B com afinidade cada vez maior, 
de acordo com a quantidade de exposição ao antígeno, o que eleva a expressão 
de MHC de classe II, que facilita a interação de poucas células B com os linfócitos 
T auxiliares, gerando produção de imunoglobulinas e diferenciação das células B e 
ocorre o início da resposta (Figura 8).
20
21
Figura 8 – Maturação da afi nidade em uma resposta de anticorpos
De acordo com a resposta, o número de imunoglobulina 
aumenta e a variedade de afi nidades (KA) eleva-se também
Fonte: Adaptado de Murphy, 2010
Ainda na resposta imune secundária, as imunoglobulinas disponíveis se ligam di-
retamente no patógeno, desviando-se para os fagócitos para degradação e a elimina-
ção e, se houver grande quantidade de imunoglobulinas pré-existentes para eliminar 
ou inativar o patógeno, é possível que não ocorra reposta imune secundária.
Na resposta primária e também no início da resposta secundária, as imunoglo-
bulinas sintetizadas apresentam função vital no direcionamento da maturação da 
afinidade na resposta secundária, porque só os receptores das células B é que vão 
se ligar aos patógenos rapidamente para encontrar o antígeno ainda não comple-
xado; assim, há a possibilidade de processá-lo em pequenos fragmentos e auxiliar 
as células T.
21
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Acredita-se que as células B circulam nos compartimentos linfoides secundários, 
principalmente nos folículos do baço, dos linfonodos e das placas de Peyer da 
mucosa intestinal.
Memória imunológica: https://goo.gl/vmZbWI
Ex
pl
or
Doenças do Sistema Imune
Até o presente momento, nós debatemos como o Sistema Imunológico responde 
frente aos desafios que os patógenos proporcionam. Agora, iremos abordar as 
falhas e as doenças que podem ocorrer com o Sistema Imune.
Essas falhas podem ser por deficiência hereditária graças a falhas genéticas e a 
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que ocorre quando o hospedeiro 
não consegue eliminar o invasor que, nesse caso, é o vírus que ataca o Sistema 
Imune humano, conhecido como Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
Na evolução do seu Sistema Imunológico, os vertebrados tiveram a permanência 
de mecanismos sofisticados de proteção contra os agentes infecciosos. No entanto, 
esses agentes também evoluíram, selecionando mecanismos que os fizessem 
escapar dos mecanismos de proteção, o que nos permite observar que nosso 
Sistema consegue responder bem frente a muitos patógenos, mas não a todos.
Um modo de o agente conseguir se livrar da resposta imune é por meio da 
variação antigênica, que é alterar seus antígenos. Existem três modos de varia-
ção antigênica:
1. Agentes infecciosos apresentam ampla variedade de tipos antigênicos; 
2. Ocorre com o vírus influenza, que apresenta duas formas para executar 
a variação antigênica: a deriva dinâmica, causada por mutações pontuais 
nos genes, e o desvio antigênico, que se deve a grandes mudanças na 
hemaglutinina dos vírus;
3. Rearranjos programados, que ocorrem em tripanossomos africanos, que 
são revestidos por uma um tipo único de glicoproteína, a Glicoproteína 
Variante-Específica (VSG) que, dentro do genoma desse protozoário, é 
expressa em um dado momento e pode ser alterada por rearranjo genético, 
que coloca um novo gene VSG no sítio de expressão.
22
23
Esses são exemplos de como muitos dos agentes infecciosos podem causar 
doenças recorrentes ou persistentes, evitando os mecanismos de defesa do 
hospedeiro normal ou subvertendo-os, a fim de promover sua própria replicação.
Além da variação antigênica, existe a latência, a resistência aos mecanismos efe-
tores e a supressão do sistema imune. E o problema pode vir, também, da própria 
resposta imune, já que alguns patógenos utilizam a ativação imune para disseminar 
a infecção, e outros não causariam doença se não fosse pela resposta imune.
Outro problema são as imunodeficiências, que é quando um ou mais componentes 
do Sistema Imunológico é deficiente, sendo classificadas como primárias e secundárias.
As primárias são causadas por mutações que afetam um dos diversos genes 
que controlam a expressão e as atividades das respostas imunes, e as secundárias 
são adquiridas como consequência de outras doenças, ou fatores ambientais, ou 
mesmo devido a uma consequência adversa de intervenção médica.
Existem muitas doenças imunodeficientes como mostra a Tabela/Quadro a seguir.
Quadro 2. Síndromes de imunodefi ciência humana
Tipo de distúrbio Condições
Distúrbios circulstórios 
e sistêmicos
Anemia falciforme, diabetes melito, nefrose, veias variçosas, defeitos cardíacos congênitos
Distúrbios obstrutivos Estenose ureteral ou uretral, asma brônquica, bronquiectasia, rinite alérgica, tuba de Eustáquio bloqueada, fibrose cística
Defeitos integumentares Eczema, queimaduras, fraturas do crãnio, trato sinusal de linha média, anomalidades ciliares
Imunodeficiências secundárias Desnutrição, prematuridade, linfoma, esplenectomia, uremia, terapia imunossupressora, enteropatia com perda de proteínas, doenças virais crõnicas
Imunodeficiências primárias Agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X, síndrome de DiGeorge, doença granulomatosa crônica, deficiência de C3
Fatores microbiológicos 
incomuns
Supercrescimento antibiótico, infecções crônicas com microorganismos resistentes, 
reinfecção contínua (suprimento de água contaminada, contato infeccioso, equipamento 
de terapia de inalação contaminado)
Copos estranhos “Shunts” ventriculares, cateter venoso central, válvulas cardíacas artificiais, cateter urinário, corpos estranhos aspirados
Modificado a partir de Stiehm ER: Immunologic Disorders in Infants and Children, 4º ed. Philadelphia, WB Saunders Company, 
1996, p. 202; utilizado com permissão.
Alergias: https://youtu.be/wAB1gBzcdFM
Hipersensibilidade: https://youtu.be/2I0K_Asm_RwEx
pl
or
23
UNIDADE Imunidade Adaptativa
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Ativação dos linfócitos B
https://youtu.be/r02YWYZRsuk
Alergias
https://youtu.be/wAB1gBzcdFM
Hipersensibilidade
https://youtu.be/2I0K_Asm_Rw
 Leitura
Imunoglobulina
https://goo.gl/qeUDnn
Memória Imunológica
https://goo.gl/gWgRwK
24
25
Referências
ABBS, A.K., LICHTMAN, A.H., PILLAI, S. 2012. Imunologia Celular e 
Molecular. 7ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier (Edição Digital).
MURPHY, K., TRAVERS, P., WALPORT, M. 2010. Imunologia de Janeway. 7ª 
edição. Porto Alegre: Artmed.
25