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Reino Animalia III

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20/05/2015 Reino Animalia III
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Reino Animalia III: Artrópodes e Anelídeos
 
1. Artrópodes: o grupo mais numeroso
Os  artrópodos  (do  grego  arthron,  ‘articulação’,  e  podos,  ‘pés’)  abrangem  invertebrados  bilatérios,  celomados,  segmentados,  portadores  de  apêndices
locomotores articulados em número de par.
Os artrópodes, são dotados da patas articuladas. Constituem o mais vasto grupo zoológico. Compreendem os insetos  como piolho, mosca, borboleta, 
, os crustáceos  como camarão, siri,  lagosta   , os aracnídeos  como aranha, escorpião   , os quilópodes  como centopéia ou  lacraia   ,  e os
diplópodes  como embuá ou piolho­de­cobra.
A  aquisição  de  membros  articulados,  além  de  outros  aprimoramentos  que  a  Natureza  concedeu  a  esses  animais,  talvez  justifique  grandemente  a  sua
imensa  proliferação,  bem  como  a  adaptação  que  sofreram  a  quase  todos  os  ambientes  terrestres.  As  patas  articuladas  foram  gradativamente
especializadas para andar, correr, saltar, nadar, segurar presas e alimentos, copular, transportar ovos, defender­se, cavar buracos etc. A prova indiscutível
de que os artrópodes constituem o grupo mais bem sucedido de todos os animais já aparecidos na Terra é o seu número extraordinário, não só de espécies
como de indivíduos. O filo Arthropoda é o mais numeroso dentre todos no reino Metazoa (mais de 800 mil espécies).
As características dos artrópodes
Membros locomotores articulados.
São triblásicos, celomados, e com simetria bilateral.
Têm o corpo segmentado e dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. Pode ocorrer fusão da cabeça com o tórax; nesse caso o corpo
apresenta­se dividido em duas partes: cefalotórax e abdome.
São dotados de um exoesqueleto, que contém quitina ( polissacarídeo ). O exoesqueleto é produzido pela epiderme e limita o crescimento do
animal; por isso ocorrem mudas ou ecdises. Nos crustáceos é comum o exoesqueleto apresentar­se impregnado de sais de cálcio, que lhe conferem
maior resistência.
Sistema digestivo completo; a excreção ocorre através de estruturas especiais: túbulos de Malpighi, nos insetos, nos quilópodes e nos diplópodes;
glândulas coxais, nas aranhas; glândulas verdes, nos crustáceos.
Sistema respiratório completo, a respiração acontece através de brânquias, traquéias ou pulmotraquéias.
Sistema nervoso ganglionar, bem desenvolvido.
A circulação é aberta, isto é, o sangue circula primeiramente por vasos e, a seguir, é projetado para lacunas no meio dos tecidos, de onde volta
depois para os vasos. O sangue tem características mistas de sangue e linfa, daí preferivelmente ser chamado de hemolinfa.
São organismos geralmente dióicos ( com sexos separados). A fecundação é interna; o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, com
metamorfose ou não.
Apresentam órgãos dos sentidos bem aperfeiçoados e situados na cabeça.
A excreção se faz por meio dos tubos de Malpighi (na maioria deles), estruturas mais evoluídas que as nefrídias de uma minhoca.
Órgão dos sentidos muito especializado situados na cabeça (órgãos auditivos, olhos e antenas).
Alguns sofrem metamorfose durante o seu desenvolvimento.
1.2. As classes dos artrópodes
Os artrópodos compreendem cinco classes principais: os insetos, os crustáceos, os aracnídeos, os quilópodos e diplópodos.
 
 
 
Insecta Crustacea Arachnida Chilopoda Diplopoda
Habitat principal Terrestre água salgadaou doce terrestre terrestre terrestre
Asas
Ausentes,
um par e
dois pares
ausentes ausentes ausentes ausentes
Divisão do corpo
cabeça,
tórax e
abdome
cefalotórax e
abdome
cefalotórax e
abdome
cabeça e
tronco
cabeça, tórax e
abdome
Número de patas seis variável oito
muitas: um
par em cada
anel
muitas: dois pares
em cada anel
Antenas um par dois pares ausentes um par um par
Respiração traqueal branquial pulmotraqueal traqueal traqueal
Exemplos barata,pulga, cupim
caranguejo,
craca,
camarão
aranhas,
carrapatos
centopéias ou
lacraias
Embuá ou piolho­
de­cobra
2. Os insetos
Os insetos são os animais mais bem sucedidos da Natureza. São os mais numerosos e sofreram adaptações aos mais diversos ambientes e aos
mais  diferentes meios  de  vida.  Existem  espécies  aquáticas  (exceto  no mar),  terrestres,  voadoras,  não  voadoras,  cavadoras  de  buracos  no  solo
algumas coisas, como cupins,  formigas e abelhas, outras vivem sobre plantas ou animais em decomposição, dos quais extraem os alimentos, há
espécies predadoras e espécies parasitas (hematófagas, como pulgas, mosquitos e percevejos), existem aquelas que transmitem doenças, e há até
as que se desenvolvem nos tecidos de plantas e de animais, causando nestes últimos o berne ou bicheira (miíase).
2.1. As principais características
Corpo dividida em cabeça, tórax e abdome.
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Três pares de patas — os insetos são hexápodos (possuem seis patas).
As patas são estruturas especializadas com determinadas funções, como correr (formigas), agarrar e imobilizar vítimas (louva­a­deus), saltar
(pulgas), nadar (besouros­de­água).
Corpo revestido por um envoltório protéico contendo quitina que constitui o exoesqueleto desses animais.
A cabeça tem sempre um par de antenas (animais díceros).
O par de antenas, tem função tátil e olfativa.
Olhos prestando­se para a orientação do vôo (abelhas), para a localização de presas (libélulas).
Embora existam espécies ápteras (sem asas, como as formigas, o piolho, a pulga, a traça) e dípteras (como as moscas e mosquitos, que
apresentam apenas um par de asas), a grande maioria, entretanto, possui dois pares de asas (tetrápteros).
Asas, contribui para aumentar sua adaptação à vida terrestre.
A respiração é feita por traquéias, tubos ramificados que se abrem por orifícios na parede externa do tórax e do abdome — os estigmas ou
espiráculos — e levam o oxigênio diretamente à intimidade dos tecidos, de onde trazem o dióxido de carbono.
O sistema circulatório compõe­se de vasos finos e um grande vaso dorsal com diversas câmaras contráteis, que funcionam como se fossem vários
corações em série. A hemolinfa é projetada em direção à cabeça e, depois, se difunde para lacunas nos tecidos (hemocelos), que correspondem à
cavidade celomática desses animais. Posteriormente, o sangue retorna ao vaso dorsal. Sangue sem pigmento respiratório.
Apresentam peças bucais preparadas para mastigar (baratas e gafanhotos), para lamber (abelhas), para sugar (borboletas), para picar (pernilongos).
Excreção por tubos de Malpighi, canalículos que retiram os produtos finais do metabolismo diretamente de celoma (que nestes animais é
representado por cavidades no meio dos tecidos — hemocelos — por onde circula a hemolinfa) e os derramam na porção posterior do intestino.
Produzem ácido úrico como principal excreta nitrogenado.
2.2. Morfologia externa
O exoesqueleto protéico contendo quitina é  formado pela camada mais externa da epiderme. Pela sua natureza rígida, oferece uma razoável proteção ao
animal  contra  predadores  e  perda  excessiva  de  água.  Assim,  periodicamente,  há  necessidade  de  substituição  daquela  espécie  de  "armadura"  por  outra
maior.  O  animal  se  despoja  do  seu  exoesqueleto  (que,  já  largado  no  ambiente,  recebe  o  nome  de  exúvia),  expande­se  como  num  "desafogo"  e,
imediatamente, reinicia a atual dimensão. Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e tem o seu mecanismo controlado pelas glândulas protorácicas.
A cabeça  é  o  centro  sensorial  do  animal.  Nela  estão  localizados  seus  principais  órgãos  dos  sentidos:  as  antenas  e  os  olhos.  As  antenas  são  órgãos
quimiorreceptores, que apresentam também as funções olfativas e tácteis.
Os olhos podem ser ocelos  (distinguem a  luz e a  sombra, porém não  formam  imagens) ou olhos compostos  (facetados,  formados por mais  de 2 500
pequenas unidades chamadas omatídeos, que se dispõem radiadamente formando um globo grande).O  tórax é o centro  locomotor dos  insetos. É  formado por  três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax, com um par de patas por segmento. Cada
pata é constituída pelos seguintes artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso.
As asas são estruturas vivas ligadas ao tórax (meso e metatórax), mas não são membros verdadeiros e sim uma expansão lateral do tegumento. Em suas
nervuras passam vasos, traquéias e lacunas sangüíneas.
Os tipos de asa são:
Membranosas: finas e transparentes (moscas);
Pergamináceas: finas, opacas, flexíveis e coloridas (barata);
Élitros: espessas e opacas (besouro);
Hemiélitros: são élitros na base e membranosas na ponta.
O  abdome  é  o  centro  de  nutrição  dos  insetos,  desprovido  de  apêndices  e  com  uma  segmentação  nítida.  Os  últimos  segmentos  são  transformados,
revelando  adaptações  para  a  copulação  e  a  postura  de  ovos.  Existem  abertura  das  traquéias,  denominadas  espiráculos  ou  estigmas,  localizadas
lateralmente.  Em  alguns,  existe  um  aguilhão  ou  ferrão  injetor  de  substância  irritante,  de  efeito  muito  doloroso  ou  mesmo  paralisante  sobre  pequenos
animais.
2.3. Sistema Digestivo
É  do  tipo  completo  e  dividi­se  em  três  partes:  anterior  (estomodeu)  de  origem  ectodérmica; médio  (mesodeu)  de  origem  mesodérmica  e  posterior
(proctodeu) de origem ectodérmica.
O Estomodeu e o Proctodeu têm revestimento quitinoso.
Possui boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago, intestino, ânus, e como órgãos anexos, as glândulas salivares.
O aparelho bucal  é adaptado ao  tipo de alimentação do animal, podendo ser  triturador  (gafanhoto, besouro, barata), sugador,  em  forma  de  tromba  ou
probóscida (borboletas), picador­sugador (mosquitos, pulgas) e sugador­lambedor (moscas).
2.4. Sistema digestivo
O sistema nervoso dos  insetos compõe­se de gânglios, sendo que os  localizados na cabeça se  fundem para  formar uma espécie de "cérebro". Há dupla
rede de gânglios que se dispõem ventralmente ao  longo do corpo. Por  isso, dizemos que o sistema nervoso dos  insetos é ventral, em contraste com os
animais superiores (vertebrados), cujo sistema nervoso tem um cordão longitudinal dorsal, representado pela medula raqueana.
2.5. Sistema Sensorial
A visão dos insetos (olhos simples e compostos) distingue cores até ultravioleta; a sensibilidade auditiva é percebida pelos pêlos e órgão cordotonais das
patas; a sensibilidade olfativa situa­se nas antenas; a sensibilidade gustativa está nos palpos bucais e a sensibilidade táctil em cerdas de apêndices.
2.6. Reprodução
Quanto  à  reprodução,  os  insetos  são  dióicos  (unissexuados),  podendo  ou  não  ocorrer  dimorfismo  sexual  (macho  diferente  da  fêmea).  A  fecundação  é
interna, São quase todos ovíparos. Certas moscas e os pulgões são vivíparos. Quanto ao desenvolvimento, classificam­se em:
Ametábolos (do grego a = não; metabolos = mudança). O ovo eclode e libera um indivíduo jovem com forma semelhante ao adulto, não havendo,
portanto, metamorfose. Ex: a traça.
Hemimetábolos (do grego hemi = metade). São os insetos com metamorfose incompleta: o ovo eclode e libera uma ninfa, que é destituída da asas
e órgãos sexuais desenvolvidos; à medida que as mudas ou ecdises se processam, a ninfa transforma­se na forma adulta, denominada imago. Ex: o
gafanhoto.
Holometábolos (do grego holo = total). Insetos, como abelha, borboleta, mosca e besouro, com metamorfose completa: o ovo eclode e libera uma
larva. A larva ingere grande quantidade de alimento e realiza mudas até originar a pupa ou casulo ou crisálida: é dotada de poucos movimentos.
A  forma  adulta  dos  insetos  recebe  o  nome  de  imago. Chama­se  larva  a  forma  jovem muito  diferente  do  imago.  A ninfa  é  a  forma  jovem  dos  insetos
hemimetábolos  (um pouco  parecida  com  imago). Pupa é  a  forma  intermediária  entre  larva  e  o  imago  nos  holometábolos  (do  grego holo,  ‘todo’,  ‘tudo’,  e
metabole,  ‘mudança’). A muda, nos  insetos, é desencadeada pelo hormônio ecdisona,  cuja produção é estimulada pelos hormônios cerebrais.  Existe,
entretanto, um outro hormônio — hormônio juvenil — que impede a transformação da larva em pupa, ou desta em imago. Para que a metamorfose ocorra
é necessário que a taxa de hormônio juvenil na hemolinfa seja muito pequena ou nula. Caso contrário, o animal realiza a muda, mas passa apenas de uma
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fase da larva para outra fase de larva.
2.7. Sistemática
Os insetos se distribuem em numerosa ordens, algumas das quais estão mostradas na figura seguinte.
TISANUROS
(Ametábolos e apterigotas,
isto é, sem asas mesmo
embrionariamente. Traças ou
lepismas.)
ANOPLUROS
(Piolhos. Embrionariamente
com asas. Podem transmitir i
tifo exantemático ou febre das
trincheiras)
SUCTÓRIOS OU
SIFONÁPTEROS
(Pulgas e bichos­de­pé.
Parasitas. Podem transmitir
diversas doenças como a
peste bubônica.)
HEMÍPTEROS
(Percevejos. Alguns são
fitófagos. Os hemetófagos
podem transmitir moléstias
como a doença de Chagas.)
 
CORRODÊNTIOS
(Piolhos­de­livros. Minúsculos
e inofensivos
 
DÍPTEROS
(Somente moscas e
mosquitos. Muitos sãos
hematófagos e transmitem
doenças, como a malária, a
febre amarela, a filariose, o
dengue.)
 
ISÓPTEROS
(Cupins ou térmitas, divididos
em castas: rainhas, reis,
soldados e operários. Alguns
possuem asas, mas depois as
perdem.)
 
HIMENÓPTEROS
(Formigas, abelhas e vespas.
Maioria de vida social,
dividindo­se em castas;
alguns com asas.)
 
LEPIDÓPTEROS
(Borboletas e mariposas; as
primeiras, de hábitos diurnos,
as últimas de hábitos
noturnos.)
 
HOMÓPTEROS
(Cigarras e pulgões. Podem
ser nocivos às plantas.)
 
ORTÓPTEROS
(Louva­a­deus, gafanhotos,
grilos, baratas, bichos­de­pau;
alguns atacam as plantas,
outros corroem alimentos e
roupas.)
 
COLEÓPTEROS
(Besouros, vagalumes,
joaninhas. Alguns são
hospedeiros intermediários de
vermes.)
 
A  classe  insecta  subdivide­se  nas  subclasses  Apterygota  e  Pterygota.  A  primeira  abrange  os  insetos  que  não  desenvolvem
qualquer rudimento de asa, mesmo embrionariamente. Das ordens aqui citadas, somente a dos tisanuros se  inclui neste caso.
Todas as outras compreendem insetos pterigotas, isto é, dotadas de asas, se não durante a vida inteira, pelo menos numa fase
dela.
2.8. Os insetos e o ser humano: aspectos positivos e negativos
Aspectos positivos:
Algumas espécies têm papel fundamental na polinização de flores. Ex: abelhas.
Muitos insetos são usados em técnicas de controle biológico, auxiliam o homem no combate a espécies nocivas. Ex: joaninha.
Aspectos negativos:
Ataque a plantações. Exs: bicudo, pulgão, etc.
Transmissão de doenças.
Prejuízos domésticos. Exs: traças, cupins.
 
3. Os crustáceos
Os  crustáceos  (do  latim  crusta,  ‘crosta’)  são  artrópodos  caracterizados  principalmente  pelo  corpo  protegido  por  uma  crosta  formada  pelo  espesso
exoesqueleto  quitinoso  (casca  de  camarão),  a  qual  ainda  é  freqüentemente  impregnada  de  sais  calcários  (casca  de  siri).  Durante  a  muda  para  o
crescimento, os crustáceos largam a sua crosta e, durante um certo período, apresentam­se desprotegidos. É o que se observa com o popular "siri mole",
encontrado nas praias ou escondido nas pedras.
Estes artrópodos apresentam grande diversidade de formas e tamanhos.
3.1. Características principais
Corpo revestido por uma crosta quitinosa freqüentemente impregnada de sais calcários.
Divisão do corpo em dois segmentos: o cefalotórax (cabeça e tórax) e o abdome.
Presença de dois pares de antenas (são tetráceros), sendo um par de antenas e um par de antênulas, ambos com funções sensoriais de tato e
olfato.
Olhos pedunculados ou sésseis.
Número de patas variável de acordo com as espécies, notando­se, contudo, a distinção entre patas ambulacrárias ou andadoras (grandes e
situadas no cefalotórax) e patas natatoriais (pequenas e situadas nos anéis do abdome).
Respiração braquial realizadapor brânquias situadas na base das patas ambulacrárias.
Excreção feita por glândulas verdes ou antenais, localizadas na parte anterior do corpo (região da cabeção), abrindo­se para o exterior na base de
uma saliência rígida e pontiaguda chamada rostro.
Circulação aberta (lacunosa) e sangue com hemocianina (pigmento respiratório de cor azul contendo cobre) dissolvida no plasma.
Reprodução sexuada e evolução por etapas com mudas periódicas.
Subdivisão em duas subclasses: Entomostraca (microcrustáceos ou espécies minúsculas) e Malacostraca (crustáceos mais desenvolvidos).
3.2. Morfologia externa
A Cabeça  é  formada  pela  fusão  de  5  segmentos,  cada  um  deles  com  1  par  de  apêndices  bifurcados.  Há  2  pares  de  antenas  (tetráceros),  1  par  de
mandíbulas e 2 pares de maxilas.
O  Tórax  apresenta  segmentos  com  número  variável,  podendo  estar  fundidos  ou  não.  Seus  apêndices  são  divididos  em  dois  grupos, Maxilípedes  e
Pereiópodes. Os Maxilípedes servem para a apresentação de alimento e ainda funcionam como elementos  tácteis, quimioreceptores e respiratórios. Os
Pereiópodes, ou patas locomotoras, formam nos primeiros segmentos, a pinça ou quela, usada para ataque ou defesa.
No Abdômen, os segmentos não são fundidos e seus apêndices são: Pleiópodes e Urópodes. Os Pleiópodes são natatórios e, nos machos, o primeiro
par é  transformado em órgão copulador; os Urópodes são chamados  também natatórios,  formados por  lâminas alargadas, que nas  fêmeas, protegem os
ovos. O último segmento é o Telson.
3.3. Sistema Digestivo
É  completo  e  a  digestão  é  extra­celular.  É  comum  a  existência  de  um  estômago  mastigador:  o  molimete­gástrico.  Nos  crustáceos  mais  simples
(microcrustáceos) há eficientes mecanismos de filtragem de água para a coleta de nutrientes e de organismos do fitoplâncton.
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3.4. Sistema Sensorial
Os órgão sensoriais são bem desenvolvidos. Os olhos podem ser simples ou compostos, sésseis ou pedunculados. Os olhos compostos são formados por
muitas unidades, os omatídeos.
Há órgãos de equilíbrio, os estatocistos, na base das antenas e órgão tácteis e olfativos, especialmente na região da cabeça.
3.5. Reprodução
A maioria é unissexuada e as aberturas genitais encontram­se na parte ventral.
Há o diformismo sexual e a  fecundação é  interna. Nos microcrustáceos é comum a Partenogênese. Há muitas  larvas e a mais simples é Nauplio,  com
apenas 3 pares de patas. Nos crustáceos superiores, além dessas, há também protozoé, zoé e míssis.
3.6. Habitat
São animais predominantemente aquáticos, marinhos e dulcícolas. Podem viver na areia das  faixas  litorâneas (caranguejo), em terra úmida(tatuzinho­de­
jardim), e algumas espécies, como as cracas, vivem fixas às richas, pilares de pontes, cascos de navios, etc.
3.7. Sistemática
A classe dos Crustáceos, com cerca de 25.000 espécies, apresenta dois grupos: Entomocrustáceos (primitivos) e Malacrustáceos (evoluídos).
Entomocrustáceos — são crustáceos inferiores, geralmente microscópicos.
Sub Classe 1
Braquiopoda: microscópicos, quase todos de água doce, adaptados à natação. Ex.: Daphnia pulex, a pulga d’água.
Sub Classe 2
Copepoda: também microscópicos, com muitos representantes parasitas de peixe. Ex.: Cyclops sp — vetor do Botriocéfalo e Filária de Medina.
Sub Classe 3
Ostracoides: organismos com o corpo protegido por uma "concha" bivalve, que encerra também a cabeça. Vivem em água doce e no mar. Ex.: Eucypris
sp.
Sub Classe 4
Cirripedia: são animais fixos e protegidos por uma carapaça calcária, vivem em ambiente marinho, cobrindo rochas, madeira de cais, cascos de navios,
carapaças de siris, lagostas, moluscos e até a pele de cetáceos. Ex.: Mitella e Balanus, as cracas.
Sub Classe 5
Malascrostaca: são crustáceos evoluídos, todos macroscópicos. Dividem­se em três ordens: Isopoda, Amphipoda e Decapoda.
Ordem 1
Isopoda: têm o corpo comprimido dorso­ventralmente. Ex.: Armadillidium sp (tatuzinho­de­jardim) e Ligia sp (baratinha­da­praia).
Ordem 2
Amphipoda: têm corpo comprimido lateralmente, vivem na água salgada e raramente na água doce. Ex.: Gammarus; Caprella e Hyalela.
Ordem 3
Decapoda: é constituída de organismos lateralmente comprimidos ou achatados, o abdômen em geral é maior que o cefalotórax. Alguns vivem em água
doce; poucos são terrestres, a maioria é de ambiente marinho. Ex.: Crangon; Penaeus – camarão; Panulirus – lagosta; Pagurus – eremita (vive em
concha de caramujos); Cancer – caranguejo comestível; Callinectes – siri comestível.
3.8. Diferenciação entre siri e caranguejo
Callinectes danae
Caranguejo
Cefalotórax quadrado, trapezóide ou
arredondado.
O último par de patas não é transformado
em remos
Cardisoma guanhumi
Siri
Cefalotórax elíptico com a margem anterior
denteada.
Tem o último par de patas transformadas em
remos
3.9. Importância dos crustáceos
Dois aspectos de importância básica, fonte de alimento e equilíbrio biológico em ecossistemas aquáticos.
 
4. Os aracnídeos
Esta classe compreende artrópodes corretamente confundidos com os insetos. Mas distinguem­se deles nitidamente pela divisão do corpo, pelo número de
patas  e  pela  ausência  de  antenas,  além  de  outros  detalhes  que  veremos  a  seguir.  Como  aracnídeos,  são  englobados  as  aranhas,  os  escorpiões,  os
carrapatos, os pseudo­escorpiões e os opilões.
4.1. Principais características
20/05/2015 Reino Animalia III
http://netopedia.tripod.com/biolog/AnimaliaIII.htm 5/7
Corpo dividido em cefalotórax e abdome.
Possuem quatro pares de patas (animais octópodes).
Ausência de antenas (são áceros).
Presença de palpos (apêndices semelhantes a patas, mas sem finalidade de locomoção; servem para prender vítimas e alimentos ou possuem
função sexual).
Muitas espécies venenosas e perigosas. Outras são parasitas (sarna, acne, carrapatos), ocorrendo, através de algumas, a transmissão de doenças
infecto­contagiosas.
Na maioria, a respiração por filotraquéias ou pulmões­livro.
São a maioria terrestres, vivendo sob troncos, pedras, buracos no solo, em vários habitats, desde o nível do mar até altas montanhas.
4.2. Sistemática
Os Aracnídeos têm aproximadamente 30.000 espécies e as principais ordens são:
Araneídeos
Engloba todas as aranhas.
Corpo com cefalotórax ligado ao abdome globoso por um istmo ou pedículo muito delgado. Dois pares de apêndices ao redor da boca: o primeiro par
são as quelíceras (órgãos inoculadores de veneno), que servem para capturar e paralisar a presa; o segundo par são os pedipalpos, servem para o
corte e mastigação; nos machos, a extremidade dilatada dos pedipalpos serve para armazenar e transferir espermatozóides para o corpo das
fêmeas.
Pulmões foliáceos ou pulmões­livro (filotraquéias).
Algumas vivem em teia. Possuem glândulas secretoras da substância que forma o fio e tecem a teia com as fiandeiras, localizadas na parte terminal
do abdome.
Outras são errantes e vivem em buracos no solo ou sob pedras e paus podres. Habitam todos os climas, desde as praias, os desertos e as florestas
até as montanhas.
Há espécies com veneno de ação dolorosa, necrosante e, às vezes, mortal.
Escorpinídeos
O corpo é dividido em cefalotórax e abdome
Cefalotórax — onde se localizam as quelíceras, que servem para triturar o alimento, os pedipalpos, atuam como pinças preensoras, e quatro pares
de patas.
Abdome  localizam­se as glândulas de veneno, numa dilatação denominada télson, portadora do aguilhão.
Respiração por filotraquéias.
Comuns nos locais de clima quente ou temperado. Há diversas espécies com dimensões e coloridos muito variados.
As espécies mais comuns são o Tytius bahiensis e o Tytius serrulatus.
Acarinos
Os ácaros (do latim acarus, ‘carrapato’) compreendem pequenos artrópodes de corpo mal delimitado, pois o cefalotórax e o abdome parecem
fundidos numa peça única globosa ou achatada, discóide.
Muitas espécies atuam como parasitas de plantas diversas.
Outras parasitam animais diversos,inclusive o homem. Ex: Sarcoptes scabiei (causador da sarna por sua multiplicação e irritação das camadas
profundas da pele) e Demodex folliculorum (encontrado nos folículos pilosos e glândulas sebáceas da pele humana, agravando as manifestações de
acne ou cravo).
Existem ainda os ácaros que se nutrem de matéria orgânica em decomposição, de pêlos, de penas e de resíduos epiteliais. Ex: O
Dermatophagoides farinae.
Entre os ácaros conhecidos como carrapatos, estão os hematófagos, que sugam o sangue de animais selvagens e domésticos e também do
homem. Os carrapatos comum no Brasil pertencem todos à família Ixodidade.
Pseudos­escorpionídeos
Do grego, pseudos, ‘falso’. Medem de 1 a 7,5 mm, deriva do fato de sua forma ser um tanto parecida com as do escorpiões, porém sem o aguilhão.
O abdome é fusionado ao cefalotórax.
Vivem em buracos no solo ou debaixo de paus e pedras.
Inofensivos
Opiliões
Artrópodes frágeis, com certa semelhança com as aranhas, mas dotado de corpo muito pequeno e pernas exageradamente longas.
Inofensivos.
Vivem em cantos das casas e nos banheiros velhos.
Em função das pernas muito longas, apresentam um andar bamboleante.
Exemplo: Phalalgium sp., vulgarmente conhecido como opilião ou budum.
4.3. Sistema Digestivo
É do tipo completo e a digestão é extra­celular e extra­intestinal, nas aranhas, onde seus sucos digestivos são injetados no corpo das presas (local onde
é feita a digestão do animal).
A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquidos. Injeta­lhe saliva e depois aspira o líquido resultante da digestão dos órgãos da presa.
4.4. Sistema Circulatório
A  circulação  é  lacunar  e  o  coração  é  dorsal  no  abdome.  O  "sangue"  é  formado  por  um  plasma,  contendo  amebócitos  e  hemocianina  como  pigmento
respiratório. É comum chamar a hemolinfa o líquido circulatório dos artrópodes.
4.5. Sistema Excretor
A  excreção  é  feita  por  um  par  de  Tubos  de Malpighi,  ramificados,  e  ainda  um  ou  dois  pares  de  glândulas  coxais  situadas  no  assoalho  do  cefalotórax
(excretam por ductos que se abrem entre as pernas).
4.6. Sistema Nervoso
Apresentam um cérebro, ligado por um anel nervoso a uma cadeia ganglionar ventral, semelhante aos insetos.
4.7. Sistema Sensorial
Como órgão visuais há os ocelos, com função táctil, há os pedipalpos e há células quimioreceptores nos apêndices.
4.8. Reprodução
20/05/2015 Reino Animalia III
http://netopedia.tripod.com/biolog/AnimaliaIII.htm 6/7
São animais de  sexos  separados,  com diformismo sexual  e  fecundação  interna. Nas aranhas o macho utiliza o pedipalpo  como o órgão copulador. São
ovíparos e vivíparos (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto. Há partenogênese em alguns ácaros.
 
5. Quilópodes
Conhecidos como lacraias ou centopéias, os quilópodes são animais terrestres agressivos. Seu veneno é muito doloroso.
Têm corpo longo, cilíndrico, ligeiramente achatado dorsoventralemnte, segmentado em numeroso anéis, nos quais se prendem as patas articuladas
(um par para cada segmento).
A divisão do corpo é simples, compreendendo apenas a cabeça e o tronco.
Além do par de antenas, a cabeça é dotada de peças bucais adaptada para a inoculação de peçonha e um par de olhos simples.
Na extremidade posterior do tronco, observa­se um par de apêndices que simulam um aguilhão, freqüentemente enganando as pessoas, que julgam
estar ali o órgão injetor da peçonha.
São dotados de sistema digestivo completo.
A excreção se dá por túbulos de Malpighi.
Apresentam respiração traqueal.
São dióicos, com fecundação interna.
Carnívoros, alimentam­se de insetos diversos.
 
 
Diferenciação entre quilópodes e diplópodes
Quilópodes Diplópodes
Apresentam movimentos
rápidos
São carnívoros
Têm um par de antenas
longas
Produzem veneno
Dotados de patas longas
Incapazes de enrolar­se
Corpo mais achatado
Menor número de
segmentos
Apresentam
movimentos lentos
São herbívoros
Têm um par de antenas
curtas
Não produzem veneno
Dotados de patas curtas
Capazes de enrolar­se
em espiral
Corpo mais circular
Maior número de
segmentos
6. Diplópodes
Conhecidos como gongolôs, embuás ou piolhos­de­cobra, são artrópodes terrestres.
O corpo dividido em cabeça, um pequeno tórax e um abdome longo.
Além de um par de antenas, a cabeça é dotada de peças bucais e dois ocelos.
Possuem dois pares de patas em cada anel.
Organismos dióicos.
São todos inofensivos, já que não possuem glândulas secretoras de peçonha.
Vivem em buracos no solo. Enroscam­se quando agredidos.
 
2. Anelídeos — Vermes Segmentados (Filo Annelida)
Encontrados em ambiente terrestre, marinho e dulcícola, os anelídeos são vermes de corpo alongado, cilíndrico e dividido em anéis, ou metâmeros.
Só os anelídeos e um grupo de moluscos (os cefalópodos) representam os únicos invertebrados de circulação fechada.
A metameria apresenta­se tanto externa como internamente.
As características dos anelídeos:
Possuem simetria bilateral.
São animais triblásticos, mas são os únicos vermes dotados de celoma.
Já possuem sangue e um sistema circulatório de vasos sangüíneos. Aliás, diga­se de passagem, esses animais  já  revelam circulação  fechada (o
sangue circula apenas dentro dos vasos);
Sangue  com  hemoglobina  dissolvida  no  plasma  e  amebócitos  livres.  Em  alguns,  existem  outros  pigmentos  respiratórios  —  a  hemocianina  e  a
clorocruorina.
A cavidade celômica atua como transporte de nutrientes, gases e resíduos do metabolismo entre o sistema circulatório e as células do organismo.
A segmentação dos anelídeos não é apenas aparente: ela é externa e interna. Até o celoma é compartimentalizado nos numerosos anéis do corpo.
Músculos, gânglios nervosos e órgãos circulatórios e excretores mostram­se individualizados em cada segmento.
O corpo é revestido por um tecido epitelial simples, que secreta uma cutícula delicada, protegendo o organismo contra a desidratação.
A parede do corpo contém uma musculatura bem desenvolvida e capaz de permitir o movimento do animal.
20/05/2015 Reino Animalia III
http://netopedia.tripod.com/biolog/AnimaliaIII.htm 7/7
Habitat:  vivem no solo  (minhocas), na água doce  (sanguessugas) e no ambiente marinho  (nereide e  espirografe). Dentre  os marinhos,  alguns  são
fixos, habitando o interior de tubos calcários formados por suas próprias secreções. Ex: Spirorbis sp.
Os anelídeos mais conhecidos: Minhoca (Lumbricus terrestris), nereide (Neanthes vires), sanguessuga (Diplobdella brasiliensis e Hirudo medicinalis).
Locomoção e classes dos anelídeos
Dotados  de  cerdas  quitinosas,  que,  expandindo­se  e  retraindo­se,  conferem,  respectivamente,  aspecto  liso  e  áspero  ao  animal.  Esses movimentos  das
cerdas, associados à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor.
Três classes dividem os anelídeos de acordo com a presença ou não de cerdas:
Poliquetas (do grego polys = muitos; chaeta = cerdas) — possuem numerosas cerdas. Ex: Nereide (da areia das praias);
Oligoquetas (do grego oligo = poucos) — possuem poucas cerdas. Ex: Minhoca;
Aquetas ( prefixo a = não, sem) — não portadores de cerdas. Ex: Sanguessuga.
Respiração
A  maioria  tem  respiração  cutânea,  isto  é,  as  trocas  gasosas  entre  o  organismo  e  o  meio  são  efetuadas  através  da  pele.  Mas  alguns  representantes
aquáticos respiram através de brânquias.
Os anelídeos possuem um sistema circulatório cujo sangue, deslocando­se por um sistema fechado de vasos, contém pigmentos respiratórios dissolvidos
no plasma.
Digestão e excreção
Sistema digestivo completo, com boca e ânus.
A excreção é realizada por nefrídias (tubos que retiram os produtos finais do metabolismo diretamente do celoma e, em parte, do sangue,  lançando­os ao
exterior por orifícios na parede corporal). Há um par de nefrídias em cada segmento do corpo.
Reprodução
Alguns poliquetas fazem reprodução assexuada por esquizogênese (fragmentação do corpo com desenvolvimento de cada pedaço em um novo indivíduos.
Mais comumente, há reprodução sexuada. Os oligoquetassão hermafroditas de fecundação cruzada.
As minhocas possuem uma dilatação sobre os 14.º, 15.º e 16.º anéis, chamada citelo, que tem participação no ato da reprodução sexuada.
O clitelo produz um casulo, dentro qual são eliminados os óvulos maduros. O casulo, desliga­se do clitelo e desloca­se para a extremidade anterior, ali,
recebendo  espermatozóides  de  outra  ,  ocorre  a  fecundação  dos  óvulos.  Apesar  de  hermafrodita,  a  minhoca  realiza  fecundação  cruzada.  Após  a
fecundação, o casulo separa­se do corpo. Em seu  interior, os óvulos  fecundados se desenvolvem e originam minhocas  jovens sem estágio  larval, o que
caracteriza o que se chama de desenvolvimento direto
 
http://netopedia.tripod.com/biolog.htm
http://netopedia.tripod.com/secoes.htm

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