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“Animais de pernas articuladas”. Clado mandibulata: subfilo crustácea, myriapoda e hexapoda. Características gerais: Vida livre ou parasitas. Vivem em habitats marinhos, de água doce e terrestre. Muitos são capazes de voar; Simetria bilateral, corpo metamerizado e extremamente articulado dividido em tagmas: cabeça e tronco; cabeça, tórax e abdome; ou cefalotórax e abdome. Apêndices articulados - pernas, antenas, apêndices bucais (mandíbulas, quelíceras) - a presença de pernas articuladas deu o nome ao grupo (arthro = articulação; poda = pé); Cabeça definida: Exoesqueleto quitinoso endurecido (impermeável) - formado por placas que se articulam, propiciando os movimentos do corpo e de seus apêndices - atua como estrutura de proteção e de suporte do corpo, não impedindo a mobilidade; Superfície rígida à qual se une a musculatura - ação da musculatura associada às placas articuladas - grande diversidade e precisão dos movimentos. Subfilo Chelicerata, Myriapoda e Crustacea Crescimento: mudas ou ecdises - regulado pelo hormônio da muda ou ecdisona. O exoesqueleto que é eliminado é chamado de exúvia. Celoma reduzido em adultos, substituído pela hemocele (seio ou lacunas entre os tecidos) preenchido pela hemolinfa; Muitos são herbívoros, outros carnívoros ou onívoros. Aparelho digestivo completo com peças bucais modificadas para diferentes tipos de alimentação; Reprodução sexuada dioica com fertilização interna. Partenogênese em alguns táxons. Ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos, frequentemente com metamorfose. Órgãos sensoriais altamente desenvolvidos – olhos simples ou compostos; Os olhos compostos são formados por unidades visuais chamadas de omatídeos. Cada omatídeo é formado por uma córnea e lentes próprias. Exemplos: libélula 28.000 omatídeo, mosca 4.000 omatídeo, mutuca 7.000. Imagem nítida a 1 m de distância; Eficiente na percepção dos movimentos - um objeto se deslocando é registrado pelos omatídeos - uma após a outra. Sistemas respiratório – respiração por brânquias, traqueias, pulmões foliáceos ou cutânea; Sistema circulatório aberto com um coração dorsal, artérias e hemocele (conj. de seios sanguíneos); Sistema muscular complexo; Sistema nervoso com gânglios dorsais; Sistema excretor - excreção por glândulas coxais, glândulas verdes (crustáceos) ou túbulos de Malpighi (insetos). Subfilo Chelicerata Corpo com cefalotórax (Prossomo) e abdome (Opistossomo), geralmente não segmentados. Primeiro par de apêndices modificados, formando as quelíceras (um par). Não possuem antenas nem mandíbulas. Um par de pedipalpos e quatro pares de pernas locomotoras. Ovíparos em sua maioria, sem metamorfose verdadeira; Aranhas, escorpiões, ácaros e carrapatos Exemplos: Boophilos annulatus (carrapato da febre do gado). São animais terrestres, apesar de haver um grupo de ácaros (Hydracarina) adaptado aos ambientes marinho e de água doce; Embora a maioria seja predadora, no grupo de ácaros existem espécies parasitas de plantas e animais; Muitas aranhas e escorpiões possuem glândulas de veneno - utilizam para paralisar suas presas: Aranhas: associadas às quelíceras. Escorpiões: associadas ao aguilhão ou télson - modificação do último segmento do pós-abdome. Classe Arachnida Ordem Aracneae 70.000 espécies descritas até o momento; Habitat: terrestre (solos, rochas, praias, matas, desertos, lavouras, pomares, cavernas e casas); Corpo dividido em cefalotórax (prosssoma) e abdômen (opistossoma), conectado através de um pedúnculo; Cefalotórax não segmentado: Grupo ocular – olhos simples (8, 6, 4 ou 2 olhos) – região dorso-ventral – diurnos e noturnos ou somente diurnos ou noturnos; Quelíceras: inocula veneno (1 par); Pedipalpos: manipula o alimento (1 par). Quatro pares de pernas; Não possuem antenas e nem mandíbulas; Glândula de veneno associada as quelíceras; As pernas são constituídas de sete artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia, metatarso, tarso e unha; Abdome: bastante desenvolvido- ovóide, globóide ou elipsoide – não segmentado. Cerdas sensoriais – nas pernas – detecta vibrações na teia; Órgãos excretores: túbulos de Malpighi, glândulas coxais (primeiro e terceiro par de pernas locomotoras). Produtos da excreção: guanina, xantina e ácido úrico. Pulmões foliáceos (laminares) e traqueias; Na região posterior e ventral do abdome das aranhas encontramse as fiandeiras (2 ou 3 pares) -associadas a glândulas de seda (sericígenas) - produzem os fios com os quais tecem suas teias; Outras finalidades do fio de seda: para revestir seus abrigos, como fio-guia, para produzir pontes, fios de advertências, fios de muda, etc. Nutrição Alimento: Aranhas são predadoras, alimentando-se principalmente de insetos, os quais são imobilizados por veneno administrado pelas quelíceras ou por teias de seda. Sistema digestivo: Sistema digestivo completo, com boca, faringe, estômago, intestino, reto e ânus. Nas aranhas as quelíceras são utilizadas durante a alimentação para segurar a presa e injetar o veneno. Depois injeta o fluido digestivo que liquefaz os tecidos. Em seguida, suga o caldo resultante para o estômago. Reprodução Ritual de corte: O macho tece uma teia e deposita uma gota de esperma sobre ela. Em seguida, armazena o esperma em cavidades dos pedipalpos. Acasalamento e fecundação: No acasalamento, o macho insere seus pedipalpos na abertura genital da fêmea para transferir o esperma. A fecundação ocorre na extremidade superior da vagina. A fêmea tece uma bolsa de seda com as suas fiandeiras, localizadas na extremidade do abdome, e deposita os seus ovos. Essa ooteca (ou ovissaco) com centenas de ovos pode ser carregada pela fêmea ou mantida presa em uma planta até a eclosão dos ovos. Desenvolvimento direto. Aranhas venenosas Caranguejeira: Aranha armadeira (Phoneutria sp.): Aranha marrom (Loxoceles sp.): Viúva-negra (Latrodectus sp.): Relação das aranhas com a agricultura São predadoras, contribuindo na diminuição dos níveis populacionais das pragas – controle natural; Dieta - Insetos – moscas e mariposas; Na captura utilizam três técnicas: caça visual, caça por emboscada e a caça com teia; As aranhas papa-moscas (Euophrys sutrix) – principais predadoras da mosca- das-frutas em pomares de pessegueiro em Porto Alegre; Adelosimus studiosus - em abundância danifica a planta – pelo hábito de reunir as folhas de diversos ramos, ligando-os com fio de teia; Abrigo para outras pragas – as partes atingidas tornam-se cloróticas, secam dificultando o crescimento da planta. Exemplo: citros. Ordem Acarina Ácaros e carrapatos; Pequenos a microscópicos; Os ácaros ocorrem por todo mundo em ambientes terrestres e aquáticos. Medem 1 mm; Os carrapatos variam o tamanho de milímetros até 3 cm; A maioria dos ácaros e os carrapatos alimentam-se de tecidos dérmicos e sangue de mamíferos, respectivamente; Ácaros fitófagos sugam o conteúdo das células vegetais, dando uma aparência variegada as folhas; Corpo compacto ovóide com cefalotórax e abdome fundidos, sem segmentação; Estágios larvais e de ninfa; Nos ácaros as peças bucais estão localizadas em uma projeção anterior chamada capítulo, que consiste em apêndices posicionados em volta da boca; Uma em cada lado da boca, as quelíceras são utilizadas para perfurar, dilacerar e agarrar o alimento; Os palpos podem ter função sensorial (localização de alimentos, auxiliar na captura e picada). Os ácaros adultos possuem 4 pares de pernas (ninfas 3 pares) – pode existir1 a 3; Perna formada por 6 segmentos: coxa trocanter, fêmur, gênus, tíbia e tarso (subdividido em basi e telofêmur); Pernas – sofre modificações conforme função. Exemplos: nadar, se prender ao hospedeiro. Sistema circulatório aberto – fluido circulatório incolor que banha todos os órgãos; Presença ou ausência de espiráculos - aberturas respiratórias. Nos ausentes as trocas gasosas ocorrem através da cutícula. Regiões do corpo do ácaro Gnatossoma – abertura oral e apêndices peribucais; Prodossoma – pernas anteriores I e II; Metapodossoma – pernas posteriores III e IV; Opistossoma – posterior do corpo sem pernas; Podossoma –Propodo. e Metapo. Idiossoma – podos. e opist. Histerossoma – metapo. e opist. Proterossoma – gnatos. e propod. Sistema digestivo: Faringe funciona como bomba aspirante e que se comunica com o esôfago que é circundado pelo cérebro. Intestino médio ou ventrículo – nº variável de cecos gástricos. Um intestino liga o ventrículo ao intestino posterior, que pode receber túbulos de Malpighi. Reprodução São dioicos, com dimorfismo sexual, fecundação interna; Pode ocorrer partenogênese – arrenótoca (formando machos) ou telítoca (fêmeas), em alguns grupos; Podem ser ovíparos ou ovovivíparos. Ciclo de vida do Ácaro Ciclo de vida do Carrapato Fases do carrapato Tempo máximo sem se alimentar: Larva (até 60 dias), machos adultos (até 200 dias) e fêmeas adultas (até 220 dias). Doença do carrapato Se apresenta de duas formas: erliquiose, uma bactéria, e babesiose, um protozoário; A erliquiose ataca o sistema de defesa do cachorro (os glóbulos brancos). A bactéria induz o corpo do animal a destruir suas células de defesa, plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue) e impede a produção de novas células sanguíneas (hemácias), por isso é tão grave; A babesiose, por sua vez, ataca os glóbulos vermelhos, responsáveis pela circulação de oxigênio no sangue. Relação dos ácaros com a agricultura Estima-se que existam mais de cem espécies de ácaros que se alimentam de plantas; Eles são classificados nas famílias: Eriophyidae, Tetranychidae, Tenuipalpidae, Tarsonemidae, Tuckerellidae e Tydeidae, sendo consideradas pragas somente as quatro primeiras. Brevipalpus phoenicis: Ácaro-da-leprose Subfilo Myriapoda Classe Diplopoda Conhecidos como piolho-de-cobra, gongolos ou embuás; Terrestres. Habitam lugares úmidos – em baixo de folhas, embaixo de pedras, pedaços de madeira ou solo, sempre se abrigando da luz; Possuem corpo alongado e segmentado, cilíndrico ou levemente achatado; Tem 30 ou mais pares de pernas – maioria dos segmentos possuem 2 pares; Corpo dividido: cabeça e tronco (cabeça, tórax e abdome); Cabeça: 1 par de antenas, 1 par de mandíbulas, 1 par maxilas e 1 par de olhos compostos; Cabeça convexa dorsalmente e achatada ventralmente; Abdome compreende de 20 até 100 segmentos – dois pares de pernas em cada e 2 espiráculos respiratórios; Último segmento telson onde se abre o ânus ventralmente; Andam lentamente sobre o solo; Possuem pernas curtas e robustas com 7 artículos – adaptadas para impulsionar o corpo para frente; Locomoção: onda; Se enrolam como forma de proteção ou em repouso; Podem apresentar glândula tóxica (mau cheiro) ao longo das laterais do corpo; Os diplópodes são dioicos, realizam reprodução sexuada com fecundação interna e desenvolvimento direto; Constroem ninho para deposição dos vos; Os recém eclodidos possuem apenas 3 primeiros pares de pernas e só 7 anéis no tronco; Vivem de 1 a 10 anos; Relação com a agricultura Muitos alimentam-se matéria orgânica morta, seja vegetal ou animal, mas outros atacam plantas vivas causando sérios problemas em estufas e jardins; Atacam batata, pepino, couve-flor, trigo, soja, mandioca, milho, entre outras culturas; Plantio direto: consomem sementes e plântula – concentram-se nos sulcos de semeadura. Exemplos: soja e milho. Classe Symphyla Existem 120 espécies de sínfilos habitando o solo; São esbranquiçados e delgados. O comprimento varia de 2 a 10 mm; Possuem 12 segmentos no tronco onde encontram-se as pernas; O último (13º) segmento apresenta um par de fiandeiras e um par de longos pelos sensoriais – tricobótrios; O tronco termina em um pequeno télson oval. Possuem um par de antenas longas lateralmente (poros sensoriais na base), mandíbulas. Não possuem olhos; Um epistômio e um labro na frente das antenas; Sistema respiratório traqueal – único par de espiráculo lateralmente a cabeça; Debaixo de cada perna tem um saco coxal (absorve umidade) e um estilo (sensorial); Sofrem ecdise, dioicos, vivem até 4 anos. Aberturas genitais estão no quarto segmento do tronco da região ventral; Reprodução: o macho deposita os espermatóforos (150 a 450) – fêmea ingere ao encontrar e armazena em bolsas bucais – remove os ovos com a boca do gonóforo fixando-os no substrato – unta cada ovo com espermatozoides e o fecunda – ovos posto em grupos de 8 a 12 fixos em musgos, liquens; A partenogênese é comum; Pragas do abacaxi (sistema radicular), arroz (coleóptilos e radículas). Subfilo Crustacea Classe Malacostraca Ordem Isopoda: Animais de vida livre, bentônicos ou parasitas; Podem ser marinhos, água doce ou terrestres; Existem espécies saprófagas, onívoras e fitófagas; Tamanho variar de 5 a 15 mm (maior 42 cm e 15 cm largura); Corpo achatado dorso ventralmente e dividido em cefalotórax e abdome, portando esse último o télson; Possuem 2 pares de antenas – primeiras curtas e as segundas bem desenvolvidas. Estrutura sensorial no ápice das antenas; Pleópodes – trocas gasosas e urópodes (estrutura sensorial ápice) tem forma de estilete; Os apêndices locomotores são adaptados para rastejar – escalar, cavar, nadar, perfurar; Possui mandíbulas – fragmenta o alimento; Estômago triturador e os produtos da digestão são absorvidos pelo intestino; A excreção é realizada pelas glândulas maxilares; Possuem olhos em cada lado da cabeça – ausente em parasitas, espécies de águas profundas e habitantes de cavernas; Estruturas respiratórias – brânquias (aquáticas) e pulmões pleopadais (terrestres); Isópodes terrestres – feromônios de agregação – células do intestino – ejetados pelas fezes – percebidos estruturas sensoriais das antenas; Agregação intensa na seca – limita a evaporação de água; Enrola-se como uma bola – proteção e auxilia na redução da perda de água. Defesa: fingi de morto e agarra-se fortemente ao substrato; Reprodução sexuada, ovípara; Após 24h do nascimento ocorre a primeira ecdise, as demais em intervalos de 3 a 4 semanas até 6 meses quando a frequência diminui. Inicia-se ecdises típicas dos adultos 3 a 6 vezes por ano, vivem de 3 a 4 anos; Ecdise – ocorre primeiro na metade posterior do corpo e 24h depois na metade anterior (duas cores). A exúvia é ingerida como fonte de cálcio. Relação com a agricultura Atacam geralmente a noite, danificando órgãos tenros das plantas já crescidas, mas preferem plantas novas em sementeiras, as quais cortam rente ao solo. Podem causar danos a raízes; Em pimentões recém transplantados as perdas podem atingir a 40% (cortadas na base), em tomate 70% e em feijoeiro 80%. Atacam outras hortaliças e ervilha; Predadores: aranhas, aves, mamíferos, lagartos e insetos; Espécies que provocam dano a agricultura: Armadillidium vulgare, Porcellio laevis, Porcellionides pruinosus e Benthana picta. Armadillidium vulgare: Porcellio laevis: Porcellionidespruinosus: Benthana picta:
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