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Relatório referente a visita ao Projeto Tamar, dia 17 de novembro de 2014, que fica localizado na Praia do Forte O Projeto Tamar-ICMBio foi criado em 1980, pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal-IBDF, que mais tarde se transformou no Ibama-Instituto Brasileiro de Meio Ambiente. Hoje, é reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha e serve de modelo para outros países, sobretudo porque envolve as comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental. O projeto foi criado depois de se observar que muitas tartarugas estavam sendo mortas através da influência humana, já que muitas pessoas matavam as tartarugas para consumir sua carne e seus ovos, e retirar seus cascos para artesanato. Hoje em dia as principais ameças às tartarugas é a pesca, na captura acidental e os lixos que são despejados no ambiente aquático. A principal missão do Tamar foi restaurar o ciclo interrompido, proteger as desovas, promover a sobrevivência e a recuperação das populações das cinco espécies de tartaruga marinha que ocorrem no Brasil, mantendo-as em níveis saudáveis e capazes de cumprir suas funções ecológicas. O trabalho do Projeto Tartarugas Marinhas começou com dois anos de levantamento das áreas de alimentação e desova desses animais, com 8.000Km de praias cobertas. Hoje o Projeto Tamar protege cerca de 1.100Km de praias. São 23 bases, com 10 centros de visitantes em 9 estados brasileiros. 1.300 pessoas estão envolvidas diretamente na conservação das tartarugas marinhas. Pode ser visto e ouvido durante a visita que o projeto visa principalmente a proteção das tartarugas marinhas, através da educação ambiental e da sensibilização de todas as pessoas que de alguma forma se relacionam com o projeto ou com as tartarugas. Aliado às campanhas educativas de informação, sensibilização e conscientização ambiental, o Tamar promove a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias, beneficiado-os com várias ações de inserção social. Apóia creches e escolas; oferece possibilidade de trabalho e profissionalização para mulheres e jovens nas confecções, oficinas produtivas e outras iniciativas, inclusive através de parcerias com várias cooperativas; o artesanato e a cultura locais são valorizados; incentivam-se e valorizam-se tradições culturais regionais, como bordados e renda de bilro, grupos folclóricos e de capoeira. No local há monitores treinados para instruir e passar conhecimento a respeito da historia das tartarugas e dos animais que se encontram abrigados no local. Nas áreas de reprodução das tartarugas marinhas, as praias de desova são monitoradas todas as noites durante os meses de setembro a março, no litoral, e de janeiro a junho, nas ilhas oceânicas, por pescadores contratados pelo Tamar, chamados tartarugueiros, além de estagiários e executores das bases. É realizado patrulhamento noturno para flagrar fêmeas em ato de postura, observar o comportamento do animal durante a desova, registrar dados morfométricos e coletar material biológico para posterior análise genética. Os pesquisadores monitoram os ninhos nos próprios locais de postura, ou transferem alguns, encontrados em áreas de risco, para locais mais seguros na mesma praia ou para cercados de incubação, expostos ao sol e chuva plenos, em praias próximas às bases de pesquisa. São feitas marcação e biometria das fêmeas, contagem de ninhos e ovos. Já nas áreas de alimentação, o monitoramento é quase todo realizado no mar, muitas vezes junto às atividades pesqueiras, com os técnicos embarcados. Os pescadores são orientados a salvar as tartarugas que ficam presas nas redes de espera, cercos, currais e outras modalidades de pesca. Tanto nas áreas de desova como de alimentação, é feita marcação de animais encontrados vivos: todos recebem um anel de metal nas nadadeiras dianteiras, para identificação e estudo de seu deslocamento e de hábitos comportamentais, além de dados sobre crescimento e taxa de sobrevivência. Devidos as ameaças que a pesca acidental traz para as tartarugas, o Projeto Tamar executa desde 2001, o Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca e diante dos estudos e pesquisas feitos a esse respeito vem sendo implantado nos ambientes de pesca o anzol circular que visa um risco menor as tartarugas. Este programa vem tendo ótimos resultados. Além de termos conhecido a história do Projeto Tartarugas Marinhas, e de termos vistos algumas especieis delas, tivemos a oportunidade de ver também no centro de vistantes do Projeto Tamar, animais como arraias e tubarões lixa nos tanques. Já no submarino amarelo, que se encontra na base da Praia do Forte, tivemos a oportunidade de ver também animais de grandes profundidades que foram capturados nos testes do anzol circular. Entre os animais que se encontravam no submarino amarelo estavam o peixes-bruxa e baratas do fundo do mar. Algumas curiosidades sobre o Projeto e as tartarugas: Uma tartaruga vive em media 80/90 anos. A tartaruga de couro é a especie que corre mais risco de extinção. O deslocamento das tartarugas marinhas é estudado através do monitoramento por satélite. As tartarugas existem há 150 milhões de anos. As tartarugas conviveram com os dinossauros. As tartarugas verde vivem em sua maioria nas ilhas oceânicas. As tartarugas cabeçuda desovam em qualquer praia do litoral brasileiro As tartarugas oliva são as menos vistas e frequentam locais como o litoral de Sergipe, principalmente a reserva de Santa Isabel, em Pirambu. As tartarugas de couro ou gigante são as maiores tartarugas marinhas, chegando a pesar até 900Kg e ocorrem principalmente no Espirito Santo. As tartarugas de pente receberam esse nome por causa dos seus cascos que eram muito utilizados na fabricação de pentes. Elas frequentam principalmente o litoral norte da Bahia. Durante a visita, apesar da forte chuva que caia sobre o local no dia, foi possível conhecer os serviços prestados pelo Projeto, os animais que lá vivem, e a história do projeto e dos animais.
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