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Diferenças entre a Primeira e a Segunda Geração dos Direitos Humanos

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA GRANDE FLORIANÓPOLIS – IES
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA HISTÓRIA DO DIREITO
DOCENTE DR. PROF. JEFFERSON CRESCENCIO NERI
DISCENTE GEOVANNA DOS PASSOS GAVIOLLI
Diferenças entre a Primeira e a Segunda Geração dos Direitos Humanos
	
	Desde os tempos remotos o homem aplicava as penas corpóreas a todo aquele que cometesse algum ato considerado criminoso em relação aos costumes da época. Assim justifica-se a redação do Cilindro de Ciro como a primeira carta de direitos humanos do mundo uma vez que, Ciro, na carta recebeu de braços abertos os povos que haviam sido exilados na Babilônia e então regressavam a terra natal (DHNET, s.d.).
Em 1215 com a Magna Charta Libertathum assinada na Inglaterra pelo João Sem Terra. A carta tinha como intuito diminuir as tensões entre o parlamento e os barões. Assim, destacamos como pontos relevantes aos direitos humanos
Art. 13. E a cidade de Londres terá todas as suas antigas liberdades e todos os seus direitos alfandegários livres, tanto por terra como por mar. E mais, queremos e concedemos que todas as outras cidades, burgos, vilas e portos tenham todas as suas liberdades e direitos alfandegários livres.
Art. 48. Ninguém poderá ser preso, ou devido ou despojado de seus bens, costumes e liberdade, senão em virtude de julgamento de seus pares, segundo as leis do país.
	Apesar de seu objeto central ser a proteção da propriedade que, consequentemente, reduziria os conflitos pessoais. Como podemos observar acima dos seus artigos de destaque (Art. 13) prevê a garantia a liberdade implícita do ir e vir (CARDOSO, 1986). No artigo 48 há a observância da previsão de um julgamento justo antes da prisão. Ou seja, havia uma previsão de garantia de liberdade até a sentença final do acusado.
	No ano de 1764, Césare Beccaria lança sua obra Dos delitos e das Penas como uma crítica a aplicação das penas corpóreas e que anos após serão reformuladas e regulamentadas como reflexo da Revolução Francesa. As críticas se dão no sentido da brutalidade como as penas corpóreas eram aplicadas e a questão da proporcionalidade delas visto que, aquele que havia cometido um furto era condenado a mesma penalidade daquele que cometeu um suicídio.
	A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão promulgada na França no ano de 1789 inaugurava a primeira geração dos direitos humanos e previa sobretudo, garantias individuais do homem como, por exemplo: garantia e igualdade em liberdade e direitos (é geral, é a mesma lei para todos os cidadãos), as punições só podem ser realizadas se previstas anteriormente na lei (princípio da anterioridade e legalidade), liberdade de expressão entre outros (BRASIL, 2017).
	No ano de 1948, três anos após o fim da II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas elabora a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Após o Holocausto houve a necessidade de repensar garantias coletivas e não apenas individuais como aquela mencionada anteriormente. Neste sentido, esta Declaração traz a manutenção do direito à liberdade de expressão e de manifestação da fé, justiça e paz entre os povos, igualdade de direitos entre homens e mulheres entre outros (BRASIL, 2018).
	Assim, concluímos que as diferenças entre a primeira e a segunda geração dos direitos humanos consistem na maneira como o homem tem sido percebido no tempo. Na primeira geração o homem era percebido individualmente como um ser de direitos. Na segunda geração, em decorrência dos horrores provocados pelo Holocausto, passou-se a perceber não apenas o homem como ser único de direitos, mas a sociedade na qual ele está inserido, houve a necessidade de estabelecer garantias para as sociedades a fim de respeitar as suas particularidades.
Referência bibliográfica:
BRASIL. NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2019.
BRASIL. EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 2017. Ambafrance. Disponível em: <https://br.ambafrance.org/A-Declaracao-dos-Direitos-do-Homem-e-do-Cidadao>. Acesso em: 09 nov. 2019. 
CARDOSO, Antônio Manoel Bandeira. A magna carta – conceituação e antecedentes. R. Inf. Legisl. Brasília. a.23, n. 91 jul./set. 1986. Disponível em <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/182020/000113791.pdf?sequence=1> Acesso em 09 nov 2019.
DHNET. Cilindro de Ciro. Disponível em < http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/cilindro/index.htm> Acesso em 09 nov 2019

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