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Aula 04

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CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
2 
 
 
 
Capacitando, 
Para iniciar o Módulo, assista ao vídeo Apresentação do Módulo 4. 
 
 
MÓDULO 4 – ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
 
 
 
Prezado capacitando, 
Neste módulo, vamos apresentar o que deve ser levado em conta quando da elaboração 
dos estudos que conduzirão ao diagnóstico do saneamento básico do seu município. Como 
você já deve ter percebido, o diagnóstico é uma etapa fundamental do Plano de 
Saneamento Básico. Dessa forma, vamos conhecer as variáveis que devem ser 
contempladas na elaboração desses trabalhos, bem como as fontes disponíveis para obter 
informações que subsidiem essa elaboração. Através do diagnóstico, é possível visualizar a 
situação atual e real do saneamento básico no município. Dessa forma, a partir do 
entendimento da situação atual será possível propor programas, projetos e ações que 
serão a base para as melhorias a serem realizadas no saneamento básico municipal. Torna- 
se importante recordar que a participação da sociedade é fundamental nessa etapa e que, 
assim, teremos um resultado mais afinado com a realidade local. 
Sendo assim, ao final deste módulo, esperamos que você seja capaz de: 
 compreender a importância de que esta etapa deve ser muito bem consolidada, 
vinculando o trabalho técnico com a participação social; 
 conhecer o saneamento básico de seu município, suas estruturas componentes e 
seu sistema operacional; 
 identificar e saber buscar fontes de informações referentes aos estudos técnicos 
necessários para a elaboração do diagnóstico do saneamento básico do seu 
município. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ............................................................................ 4 
1.1 Conceituando diagnóstico ................................................................................................................... 4 
1.2 Como elaborar um diagnóstico ........................................................................................................... 5 
1.3 Abrangência temática dos estudos técnicos em diagnóstico do saneamento básico do município ... 7 
1.3.1 Abastecimento de Água ...................................................................................................................... 7 
1.3.2 Esgotamento sanitário ....................................................................................................................... 11 
1.3.3 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ................................................................................ 13 
1.3.4 Manejo de águas pluviais .................................................................................................................. 15 
2. ABRANGÊNCIA TERRITORIAL E AS UNIDADES DE ANÁLISE PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO .. 18 
2.1 Utilização de mapas e fotos no diagnóstico ...................................................................................... 20 
3. AS TÉCNICAS DE PESQUISA PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ............................................... 28 
3.1. Fontes de informação sobre saneamento básico .............................................................................. 29 
3.2. Diagnóstico Participativo ................................................................................................................... 35 
3.2.1. Priorização dos problemas ............................................................................................................... 37 
3.2.2. Rede de desafios ............................................................................................................................... 39 
3.2.3. Sistematização das informações ...................................................................................................... 40 
3.2.4. Socialização das informações ........................................................................................................... 40 
4. ENFOQUES DO DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO ................................................................. 40 
4.1. Caracterização geral do município .................................................................................................... 41 
4.2. Situação institucional ......................................................................................................................... 43 
4.3. Situação econômico-financeira dos serviços de saneamento básico e do município ....................... 46 
4.4. Situação dos serviços de saneamento básico .................................................................................... 48 
4.4.1. Abastecimento de água .................................................................................................................... 48 
4.4.2. Esgotamento sanitário ...................................................................................................................... 51 
4.4.3. Manejo dos resíduos sólidos ............................................................................................................ 54 
4.4.3.1. Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei nº 12.305/10 .............................................................. 54 
4.4.3.2. Elementos essenciais sobre manejo dos resíduos sólidos ............................................................ 62 
4.4.4. Manejo de águas pluviais ................................................................................................................. 66 
4.5. Situação dos setores que têm inter-relação com o saneamento básico............................................. 68 
4.5.1. Desenvolvimento urbano e habitação ............................................................................................. 68 
4.5.2. Meio ambiente e recursos hídricos .................................................................................................. 70 
4.5.3. Situação da saúde .............................................................................................................................. 72 
4.6. Escopo básico de um diagnóstico ...................................................................................................... 75 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
4 
 
 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 77 
 
 
1. ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico representa uma espécie de “fotografia” da situação de um determinado sistema em 
dado momento. Uma fotografia pode estar mais ou menos detalhada, pode abranger um campo 
de visão maior ou menor, pode estar mais ou menos focada. Assim, considerando o escopo do 
saneamento básico em seu município, cabe avaliar, antes de qualquer outra coisa, o melhor 
ângulo, a melhor escala, a abrangência, o nível de detalhamento e, obviamente, os elementos a 
serem “fotografados”, ou seja, diagnosticados, para de fato retratar da melhor forma possível essa 
realidade local. 
Os itens a seguir buscam destacar quais informações são relevantes à elaboração do diagnóstico 
de um Plano Municipal de Saneamento Básico, bem como quais são as formas de obtenção das 
informações. Salienta-se que, mesmo tendo que cumprir com o que prevê a legislação, cada 
município possui particularidades devido a questões culturais, sociais, geográficas, econômicas, 
ambientais, etc. Por esse motivo, ninguém está mais apto a opinar e contribuir na construção dos 
pré-requisitos, e do próprio diagnóstico em si, que os técnicos locais e a sociedade, atuando de 
forma participativa. 
 
 
1.1 Conceituando diagnóstico 
O diagnóstico é citado na Lei n° 11.445/07, no seu art. 19, como “um dos requisitos mínimos a 
serem observados no Plano de Saneamento Básico”. Em suma, realizar um diagnóstico é buscar 
conhecer a realidade, é empreender umaaproximação daquilo que se quer entender, mediante o 
emprego de métodos, técnicas e instrumentos. Ao realizar o diagnóstico de uma localidade, busca- 
se compreender, no espaço e no tempo, como o lugar é em função de determinados aspectos ou 
variáveis (geomorfologia, população, relações sociais, saneamento, qualidade ambiental, 
economia, cultura etc.). Além disso, “o diagnóstico também precisa abordar as causas das 
deficiências encontradas” (BRASIL, 2011a, p. 93). 
No contexto do saneamento, a intenção do diagnóstico é obter informações sobre os inúmeros 
aspectos envolvidos na prestação de serviços, contemplando a zona urbana e rural. Relembrando 
o que já foi apresentado no Módulo 2, reapresentamos a Figura 1 onde são elencados os temas 
que devem ser pesquisados e abordados no diagnóstico técnico-participativo para o Plano de 
Saneamento Básico. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
5 
 
 
 
 
Figura 1 - Temas que precisam ser abordados no Diagnóstico Técnico-Participativo 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2011a) e Brasil (2012a) 
 
 
Torna-se fundamental, portanto, conhecer a fundo a realidade local, suas peculiaridades, 
carências e experiências de êxito, para então planejar e implementar ações que busquem 
minimizar ou corrigir os problemas encontrados. Não há sentido ou possibilidade de realizar um 
plano de ações para um lugar ou território quando não conhecemos a sua realidade, seus 
problemas, potencialidades e limitações. 
Neste módulo vamos abordar os elementos que devem ser diagnosticados e que contribuem para 
o planejamento, com vistas a realizar o Plano de Saneamento considerando a participação da 
sociedade da forma mais ampla possível. 
 
 
1.2 Como elaborar um diagnóstico 
Como dito anteriormente, o diagnóstico deve ser elaborado mediante a coleta de dados e 
informações, que podem ser obtidas por meio de diversas técnicas de investigação. Ressaltamos, 
igualmente, que o diagnóstico deve contemplar tanto informações técnicas, quanto informações 
Situação dos setores 
inter-relacionados com 
o saneamento: 
desenvolvimento 
urbano e habitação, 
meio ambiente, 
recursos hídricos, 
saúde, entre outros. 
Aspectos 
socioeconômicos, 
culturais, 
ambientais e de 
infraestrutura. 
Política e gestão dos 
serviços de 
saneamento básico 
no município. 
DIAGNÓSTICO 
Infraestrutura atual 
do sistema de 
manejo de águas 
pluviais urbanas. 
Técnico-Participativo 
Infraestrutura atual 
do sistema de 
abastecimento de 
água. 
Infraestrutura atual 
do sistema de 
manejo dos 
resíduos sólidos 
urbanos. 
Infraestrutura atual 
do sistema de 
esgotamento 
sanitário. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
6 
 
 
Dados técnicos 
Olhar técnico 
Métodos 
objetivos 
Demandas 
sociais 
Agentes sociais 
Métodos 
subjetivos 
DIAGNÓSTICO 
 
sobre elementos da vivência local, apontados pela comunidade nas ocasiões em que ela participa 
dos processos de mobilização social. 
A Figura 2 esquematiza a importância de se considerar, concomitantemente, avaliação técnica 
(métodos objetivos) e demandas sociais (métodos subjetivos) para a elaboração de um 
diagnóstico que seja o mais representativo possível da realidade local. 
 
Figura 2 - Componentes do diagnóstico 
 
 
 
MÉTODOS OBJETIVOS - São aplicadas técnicas de pesquisa que envolvem a coleta, 
tratamento e análise de dados, predominantemente quantitativos, gerados a partir de 
pesquisas de base amostral, medições de campo, base de dados da administração e dos 
prestadores dos serviços, entre outros (BRASIL, 2011a). 
MÉTODOS SUBJETIVOS - Articulam-se com técnicas da pesquisa social, quando ocorre o 
envolvimento dos diversos segmentos da sociedade como sujeitos do processo de investigação. Os 
grupos focais, as entrevistas com informantes-chave e as pesquisas de opinião são exemplos de 
técnicas que podem ser utilizadas. Pode-se utilizar, também, informações extraídas de bases de 
dados de sistemas de atendimento aos cidadãos e aos usuários dos serviços mantidos pela 
administração municipal e/ou pelos prestadores dos serviços e pelos órgãos ou entidades de 
regulação e fiscalização dos serviços ou de proteção aos consumidores (BRASIL, 2011a). 
 
 
ATENÇÃO 
As informações técnicas devem refletir as especificidades locais do município, sua 
identidade econômica, social e ambiental. O enfoque participativo, por sua vez, tem a 
finalidade de assegurar o envolvimento dos diversos setores da comunidade organizada e 
população em geral na construção do Plano de Saneamento Básico. 
 
 
Para a realização de um diagnóstico efetivo é necessário ter em mente aquilo que se quer 
conhecer. Objetivos claros e bem definidos otimizam o trabalho, economizando tempo, recursos 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
7 
 
 
 
humanos e financeiros. Partindo-se de um elenco de objetivos claros, bem como da definição da 
metodologia mais adequada para atingi-los, pode-se chegar mais facilmente a um processo de 
planejamento coerente com as necessidades e realidades de seu município. 
Em se tratando de metodologias para a realização de diagnósticos, muitas são as possibilidades, e 
a escolha de uma delas vai depender basicamente do grau de complexidade e de profundidade 
que se queira alcançar, além, obviamente, das situações existentes e/ou a serem enfrentadas. 
Assim, a escolha vai depender dos objetivos, do tempo e dos recursos humanos, materiais e 
financeiros disponíveis, bem como do grau de aprofundamento desejado para a atuação em uma 
dada realidade. 
Convém relembrar o que já foi dito no Módulo 3 em relação à participação e controle social. A 
realização de diagnósticos sem a participação da comunidade local acaba por não trazer 
sustentabilidade aos programas, projetos e ações que deles venham a se desdobrar. 
Por outro lado, os problemas encontrados no saneamento básico compreendem diversas áreas 
como geologia, meio ambiente, demografia, economia, cultura, dentre outros, exigindo assim, 
além da existência de diversos conhecimentos, que todos estes consigam “conversar entre si”. 
Estes conhecimentos técnicos servirão para alimentar o processo de discussão da sociedade, a 
qual, por sua vez, é encarregada de fornecer aos técnicos elementos que compõem a realidade 
socioambiental do local. Todo esse diálogo deve ocorrer de forma transparente e democrática, 
assegurando que tanto os técnicos quanto a população tenham suas ideias apresentadas e 
avaliadas. 
 
1.3 Abrangência temática dos estudos técnicos em diagnóstico do saneamento básico do 
município 
Na sequência, vamos analisar como se estruturam os quatro componentes do saneamento básico. 
Mais adiante, neste mesmo módulo, vamos aprofundar um pouco mais sobre cada um deles, com 
objetivo de refletir sobre a situação encontrada em seu município e a reconhecer os aspectos 
acerca dos quais deve estar atento para a realização do diagnóstico e do processo de 
planejamento. 
 
 
1.3.1 Abastecimento de Água 
Neste item, apresentaremos como se estrutura um Sistema de Abastecimento Água (SAA), capaz 
de suprir as necessidades de água potável de um município. Um SAA é composto por uma 
sequência coordenada de processos que, através da implantação de estruturas e equipamentos, 
irão cumprir com o objetivo de fornecer água potável às unidades consumidoras (residências, 
estabelecimentos comerciais, indústrias, etc.) para os mais diversos usos e finalidades. Tanto nas 
zonas urbanas quanto nas zonas rurais podemos encontrar diversos sistemas ou subsistemas de 
abastecimento de água. 
Na Figura 3 você pode observar os nove principais componentes de um típico sistema de 
abastecimento de água. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
8 
 
 
 
 
Figura 3 - Representação de um típico Sistema de Abastecimento de Água 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2008) 
 
 
 
 
 
Vamos entender o que acontece em cada uma das etapas indicadas na Figura 3. 
2.Bombeamento 
1. Manancial 
3.Produtos químicos4.Floculação 
5.Decantação 
6.Filtração 
9.Distribuição 
7.Desinfecção 
8.Reservação 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
9 
 
 
 
Manancial: corpos d’água, superficiais ou subterrâneos, fontes de água para 
utilização em diversos fins, como, por exemplo, o abastecimento para consumo 
humano. Caso o volume de água superficial não seja constante, pode ser necessário 
construir um reservatório para armazenar a água, geralmente com barragens de 
concreto ou terra. Quando há volume constante, a captação pode ser superficial, 
dispensando obras para reservação. 
 
Bombeamento: A água armazenada é captada e bombeada através de grandes 
canalizações, chamadas adutoras, até a Estação de Tratamento de Água (ETA). Na 
entrada da bomba instala-se um crivo para reter folhas, galhos, peixes e outros 
materiais de maiores dimensões, evitando que estes cheguem a ETA. 
 
Produtos químicos: Na entrada da ETA são adicionados alguns produtos químicos, 
como cal (para regular o pH), um floculante (como sulfato de alumínio) e em alguns 
casos, cloro (para reduzir a formação de limo dentro da ETA). 
 
Floculação: Essa etapa visa fazer a sujeira da água se agrupar em flocos, os quais são 
mais densos e irão sedimentar com mais facilidade. Isso é feito com a ajuda do 
floculante em um processo de mistura lenta, que pode tanto ocorrer com agitadores 
mecânicos, quanto pelo percurso em canais sinuosos. 
 
Decantação: Após o processo de floculação, a água passa por grandes tanques, 
semelhantes a piscinas, onde o material floculado, por ser mais denso que a água, 
acaba se acumulando ao fundo. A água superior, mais limpa, é coletada e 
encaminhada aos filtros. Essa é a primeira limpeza que a água sofre de fato, sendo o 
restante removido nos filtros. 
 
Filtração: O filtro é composto por várias camadas de materiais finos, como areia e 
antracito, sobre camadas de cascalho de várias granulometrias. Quando a água 
passa pela areia, esta retém as impurezas, removendo os flocos que porventura não 
foram retidos na decantação. 
 
Desinfecção: Ao final do processo ainda há necessidade de desinfecção, para 
garantir que eventuais micro-organismos que tenham passado por todos os 
processos anteriores, sejam aqui reduzidos a quantidades seguras, para não trazer 
malefícios a saúde. O Cloro é o componente utilizado para desinfecção. Além 
disso, outros produtos podem ser adicionados nesta etapa: flúor para prevenção 
de cáries e cal para regulação do pH, reduzindo a corrosão das tubulações. 
 
Reservação: Após tratada, a água segue para dois tipos de reservatórios: um maior 
localizado geralmente após a ETA, que tem como objetivo regular a vazão em 
horários de maior e menor consumo, e para os elevados, que fornecem pressão 
necessária à rede. 
 
 
Distribuição: A distribuição da água é feita através de redes de tubulações que são 
ligadas à residências, indústrias, lojas e loteamentos. Dependendo da localização, 
pode haver outras bombas (boosters) para darem a pressão necessária à rede. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
1
0 
 
 
 
 
 
 
1.3.2 Esgotamento sanitário 
O sistema de esgotamento sanitário tem por objetivo fundamental dar destinação adequada às 
águas residuárias, isto é, aos esgotos ou efluentes, garantindo o devido tratamento antes de 
ocorrer a disposição final. Com isso, pretende-se minimizar e até mesmo eliminar os riscos 
relacionados à saúde pública e ao meio ambiente provenientes do despejo inadequado de 
efluentes, atendendo a padrões legais em vigor (PHILIPPI JUNIOR, 2004). 
Na Figura 4 estão apresentados, de forma simplificada, os componentes da coleta de um sistema 
de esgotamento sanitário. 
Figura 4 - Sistema de esgotamento sanitário 
 
Fonte: SABESP (2013) 
Como você pode ver, o esgoto tem um grande trajeto a percorrer antes de ser realmente tratado. 
Primeiramente, ele é coletado nas residências, seguindo para uma tubulação denominada rede 
coletora. Daí, ela segue para redes maiores denominadas coletores-tronco, as quais conduzem 
para grandes interceptores que transportam o esgoto até a Estação de Tratamento de Esgoto 
(ETE). 
Esse sistema é necessário pois o esgoto é transportado por gravidade, ou seja, as redes de esgoto 
precisam se adaptar à topografia do município. Dessa forma, as redes de esgoto lembram muito 
um sistema hídrico, onde temos córregos que formam arroios e arroios que formam rios. 
 
 
Capacitando, 
Este é um momento oportuno para assistir ao vídeo 4.1. Diagnóstico dos Serviços de 
Abastecimento de Água. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
11 
 
 
 
Em alguns casos utilizam-se Estações de Bombeamento de Esgoto - EBE (Figura 5), as quais 
bombeiam o esgoto para locais mais elevados. Porém, devido ao elevado consumo energético e 
ao fato de estas precisarem de limpeza constante, evita-se ao máximo o seu uso. Sendo assim, em 
municípios compostos de várias sub-bacias hidrográficas muitas vezes não é economicamente 
viável trabalhar com um pequeno número de grandes ETEs, sendo preferível adaptar o sistema à 
topografia do município. 
Figura 5 - EBE Asa Branca, em Porto Alegre (RS) 
 
Fonte: Prefeitura de Porto Alegre (2011) 
 
 
Depois de transportado, o esgoto segue para a ETE, onde o processo de limpeza do esgoto é 
efetuado. Diferente do que ocorre nas ETAs, onde os sistemas de tratamento variam pouco entre 
si, as características das ETEs variam significativamente dependendo do esgoto, do clima, da área 
disponível, da qualidade do efluente que se deseja atingir e dos recursos financeiros disponíveis. 
Algumas características, porém, podem ser apontadas: 
 O tratamento de esgoto ocorre em sua maioria através de processos biológicos (utilizando 
microrganismos e, em alguns casos, plantas) ao invés de apenas físico-químicos como no 
tratamento de água; 
 O processo é composto por quatro etapas, a saber: 
I. Pré-tratamento – remoção de sólidos grosseiros através 
de gradeamento e desarenação; 
II. Tratamento primário – remoção de parte dos sólidos 
em suspensão além de óleos e graxas, através de 
processos físicos (floculação e sedimentação); 
III. Tratamento secundário – remoção da matéria orgânica 
através de processos biológicos; 
IV. Tratamento terciário - remoção dos nutrientes 
(nitrogênio e fósforo principalmente) e de vírus e 
bactérias. 
 
Figura 6 - ETE Suzano, em São Paulo (SP) 
 
Fonte: Governo do Estado de São Paulo (2012) 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
13 Fonte: Prefeitura Municipal de Itabira 
 
 
 
Capacitando, 
Este é um momento oportuno para assistir ao vídeo 4.2. Diagnóstico dos Serviços de 
Esgotamento Sanitário. 
 
Apesar de não ser diretamente parte do tratamento do esgoto, as ETEs também precisam contar 
com sistemas de tratamento do lodo formado após o tratamento. 
Importante destacar que a qualidade final do efluente tratado nas ETEs é determinada pelas 
condições do rio em que este efluente será despejado. O tratamento não visa tornar o esgoto 
potável, mas sim estar em condições suficientes para não prejudicar o rio receptor. 
 
1.3.3 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 
Independente de sua origem, os resíduos sólidos devem passar por uma série de operações, de tal 
forma que recebam manejo e destino ambiental e sanitário seguros. O gerenciamento dos 
resíduos sólidos pode ser resumido em 5 etapas principais, descritas a seguir. 
 
Figura 7 - Contêineres de resíduos 
em Caxias do Sul (RS) 
 
 
Acondicionamento: consiste no armazenamento dos 
resíduos em recipientes adequados, como lixeiras ou 
contêineres. A maioria dos municípios brasileiros utilizam as 
lixeiras e os resíduos são coletados por garis. Outros utilizam 
contêineres (Figura 7), seguida de coleta mecanizada com 
caminhões. 
 
 
 
 
 
Fonte: CODECA (2013) 
 
Coleta: consiste na remoção dos resíduos sólidos, devidamente acondicionado. Deve ocorrer de 
forma distinta conforme o tipo do resíduo (geralmente, 
comum ereciclável). Na coleta dos resíduos comuns 
utiliza-se o caminhão compactador (Figura 8) enquanto 
que para os recicláveis, utiliza-se um caminhão caçamba 
ou semelhante, de forma a não danificar o resíduo 
reciclável. Importante ressaltar que é na coleta que 
ocorre a separação dos resíduos. Assim, é ideal que se 
utilize um recipiente para resíduo comum e outro para o 
reciclável. Em certos casos, a coleta pode ser feita sem 
Figura 8 - Coleta de resíduos em Itabira 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
14 
 
 
 
os coletores (lixeira ou contêiner), sendo realizada no que se chama sistema porta a porta, ou seja, 
o funcionário recolhe o resíduo diretamente na residência. 
 
Figura 9 - Triagem de resíduo 
Triagem: consiste no processo de separação dos 
materiais recicláveis do rejeito, separando o que possui 
valor de venda. O processo de triagem geralmente 
ocorre articulado à coleta seletiva, porém, alguns 
municípios fazem a triagem nos resíduos comuns. No 
Brasil, a separação é feita majoritariamente de forma 
manual, em geral por associações ou cooperativas de 
catadores (Figura 9). 
 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Indaiatuba (2013) 
 
Figura 10 - Reciclagem de embalagens laminadas 
Reciclagem: é a transformação do resíduo em 
matéria-prima novamente, em escala industrial. 
Assim, todo sistema de reciclagem deve analisar a 
existência de um mercado que receba o resíduo 
selecionado. Municípios isolados costumam ter 
mais dificuldades neste sentido, sendo que o 
desenvolvimento de políticas e incentivos que 
atraiam indústrias de reciclagem, além da 
formação de consórcios, é fundamental para 
estruturação da cadeia de reciclagem. 
 
 
Fonte: Cempre (2013) 
 
Figura 11 - Aterro sanitário de Biguaçu (SC) 
 
 
 
Disposição Final: é a distribuição dos rejeitos em 
aterros sanitários, observando normas de 
segurança à saúde e minimização de impactos 
ambientais. 
 
 
 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Florianópolis (2011) 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
15 
 
 
 
 
 
 
1.3.4 Manejo de águas pluviais 
As intervenções humanas no ambiente urbano alteram o ciclo hidrológico, provocando impactos 
nas suas diferentes etapas. Isso, muitas vezes, implica em perdas materiais e humanas. Esses 
impactos podem ser deslizamentos de encostas, enchentes, alagamentos, entre outros. Assim, é 
importante entender esse ciclo, uma vez que ele é parte fundamental do manejo de águas 
pluviais. 
Na Figura 12 apresenta-se o ciclo hidrológico, o qual consiste no processo de circulação da água no 
nosso planeta, migrando dos oceanos para o continente e vice-versa. O ciclo consiste no seguinte: 
a água circula dos oceanos para as nuvens através da evaporação, para então cair em forma de 
chuvas, formando rios e lagos. Ao mesmo tempo, parte da água infiltra no solo formando os 
aquíferos e outra parcela dela é consumida por animais, plantas e seres humanos. Eventualmente 
essa água é liberada de volta para o ciclo, pelos animais, plantas e solo através do processo de 
evapotranspiração. A parte que escoa segue em direção aos oceanos, voltando assim ao seu local 
inicial. 
Figura 12 - Ciclo da água 
Fonte: USGS (2013) 
 
Capacitando, 
Este é um momento oportuno para assistir ao vídeo 4.3. Diagnóstico dos Serviços de 
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos. 
Para um sistema eficiente de gerenciamento de resíduos é fundamental a participação da 
população. Assim, os programas de educação ambiental são essenciais para garantir que 
programas como a coleta seletiva atinjam os resultados esperados. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
16 
 
 
 
 
A urbanização é uma atividade antrópica, isto é, uma das intervenções humanas no meio 
ambiente que mais produz alterações locais nos processos do ciclo hidrológico, 
fundamentalmente relacionadas às mudanças na cobertura do uso do solo. Com a urbanização, as 
edificações, pavimentações de ruas, calçadas e a remoção da cobertura vegetal original do 
ambiente acarretam a redução da permeabilidade natural dessas áreas. 
A expansão da impermeabilização provoca redução da parcela da água precipitada que consegue 
infiltrar no solo, aumentando o escoamento superficial, reduzindo o escoamento subterrâneo e 
diminuindo a evapotranspiração. O aumento do escoamento superficial provoca, por sua vez, 
vários problemas na bacia hidrográfica, como a erosão e a intensificação da dimensão e da 
frequência das inundações urbanas. 
Intervenções estruturais e não estruturais são realizadas visando a redução das enchentes e 
inundações e melhoria das condições de segurança sanitária, patrimonial e ambiental dos 
municípios. As intervenções estruturais consistem em obras que objetivam a redução, o 
retardamento e o amortecimento do escoamento de águas pluviais. Estas obras são 
generalizadamente denominadas de “drenagem”. 
Em termos estruturais, sistemas de drenagem são geralmente compostos por tubulações e 
galerias que transportam a água das regiões urbanas até rios e arroios que a conduzam para fora. 
Esse sistema, porém, vem se mostrando insuficiente para atender à expansão das cidades. Assim, 
outras técnicas (Figura 13) vêm se desenvolvendo para atender tal demanda, entre elas, os 
reservatórios de amortecimento de cheias, a adequação de canais para a redução da velocidade 
de escoamento, os sistemas de drenagem por infiltração, a implantação de parques lineares, a 
recuperação de várzeas e a renaturalização de cursos de água (BRASIL, 2012c). 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
17 
 
 
 
Figura 13 - a) Parque linear Barigui (PR); b) reservatório de amortecimento de cheias em Sorocaba (SP); c) 
desassoreamento de canal em Vila Velha (ES) 
Fontes: a) Secretaria do Turismo do Estado do Paraná (2013); b) Prefeitura Municipal de Sorocaba (2012); c) Prefeitura 
de Vila Velha (2013) 
 
Já as medidas não estruturais, são aquelas que lidam com o planejamento do município, 
trabalhando com a gestão do uso e ocupação do solo, conforme definido pelo Plano Diretor. No 
zoneamento previsto nesse documento, devem estar estabelecidas áreas de riscos, além do nível 
de impermeabilização do solo aceitável para cada local. Também é fundamental que sejam 
aprovadas as legislações pertinentes e que sejam desenvolvidos programas de educação 
ambiental, fornecendo o suporte necessário ao poder público e à população. 
 
Caro capacitando, o diagnóstico deverá, então, tratar dessas quatro áreas tanto 
individualmente, como por meio de suas relações intersetoriais. 
c 
b a 
 
Capacitando, 
Este é um momento oportuno para assistir ao vídeo 4.4. Diagnóstico dos Serviços de 
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas. 
 
 
Leia o texto complementar que trata de novos paradigmas tecnológicos para o setor de 
saneamento. Neste material você poderá aprofundar seu conhecimento sobre 
alternativas para os componentes do saneamento. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
18 
 
 
 
 
2. ABRANGÊNCIA TERRITORIAL E AS UNIDADES DE ANÁLISE PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
Primeiramente, voltamos a ressaltar que o diagnóstico deve contemplar todo o território do 
município, abrangendo tanto a área urbana quanto na rural. 
Conforme dados levantados pela Fundação Nacional de Saúde (BRASIL, 2012b), os serviços de 
saneamento prestados à população que reside na zona rural apresentam atualmente elevados 
déficits de cobertura. Neste sentido, a Figura 14 representa a diferença entre as formas de 
abastecimento de água nas áreas urbanas e rurais. 
 
Figura 14 - População urbana e rural residente em domicílios com ausência de canalização interna de 
água, segundo as diferentes formas de abastecimento - Brasil, 2010 
Fonte: Plansab (2013) - Dados do Censo Demográfico (IBGE, 2011) 
 
 
De modo geral, a zona rural sofre diversas carências no que diz respeito ao saneamento. Assim, é 
imprescindível que as informações de saneamento básico referentes à zona rural sejam 
contempladasno diagnóstico, bem como nas demais etapas do Plano de Saneamento, de forma 
que a população desses locais não seja prejudicada. 
Brasil (2011a) recomenda que sejam utilizadas unidades territoriais de análise que permitam 
observar mais facilmente as desigualdades entre as áreas rurais e urbanas. Para tanto, as 
localidades rurais e os bairros da sede municipal, delimitados em mapa, podem se constituir em 
unidades de análise. Dentro do território municipal, podem ser adotadas unidades de referência 
para a realização do diagnóstico, por exemplo: o logradouro, a bacia hidrográfica ou a composição 
de grupos, bairros ou localidades que tenham características socioambientais semelhantes, 
conforme os agrupamentos censitários utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
19 
 
 
 
 
O logradouro pode ser uma unidade de referência utilizada para a análise das características do 
ambiente construído, funcionando como um “recorte” da área urbana total. Segundo Brasil 
(2011a), esse recorte possibilita a identificação da situação sobre o abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, drenagem pluvial, pavimentação, limpeza pública e moradia. Salienta-se 
que muitas dessas informações podem ser obtidas com observação direta do logradouro, ou ainda 
pelo contato com a população que aí reside. 
Outra unidade de referência é a bacia hidrográfica, considerada a unidade básica para o 
planejamento municipal. Entende-se por bacia hidrográfica toda área de captação natural da água da 
chuva que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte (RIO GRANDE DO SUL, 2010). 
De acordo com a Lei Federal nº 11.445/07 (art. 48, inciso X), a bacia hidrográfica é a unidade de 
referência para o planejamento das ações da União, no âmbito da Política Federal de Saneamento 
Básico. Confira na Figura 15 alguns aspectos de uma bacia hidrográfica. 
Um dos grandes problemas verificados nas instituições públicas tem sido a adoção de diferentes 
zoneamentos para a prática do planejamento e acompanhamento de suas atividades. Isso tem 
gerado muitos problemas, dentre os quais podemos citar a impossibilidade de cruzamento de 
informações e, muitas vezes, a tomada de decisão completamente contrária de órgãos que 
deveriam possuir posicionamentos consoantes. Essa situação é um dos grandes desafios atuais dos 
órgãos públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais. 
 
LOGRADOURO - Entende-se como todas as ruas e caminhos carroçáveis e não carroçáveis, 
inclusive vielas, becos, escadas e passagens de acesso. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
20 
 
 
Ponto onde dois rios se 
encontram. Neste 
local, as águas dos 
afluentes e 
subafluentes seguem o 
mesmo fluxo para o rio 
principal. 
Escoamento 
superficial 
O escoamento subterrâneo se 
origina quando a água infiltra e 
passar a ser armazenada em um 
aquífero. Seu fluxo pode se dar 
em diversas direções e, 
eventualmente, emergir em um 
lago, ou mesmo sustentar a vazão 
de um rio perene nos períodos de 
estiagem. 
Canal que recebe a drenagem 
das águas de todos afluentes da 
bacia hidrográfica, devido às 
suas características geográficas e 
topográficas. 
Linha de maior 
profundidade do curso 
principal do rio. 
Consiste em rios menores 
que deságuam nos 
afluentes do rio principal. 
Rio principal Talvegue 
Escoamento 
subterrâneo 
Afluente 
Confluência 
Subafluente 
Interflúvio 
Relevo elevado entre dois 
vales, dois rios. É o divisor de 
águas que separa duas bacias 
hidrográficas. 
O escoamento superficial é o 
deslocamento sobre o terreno, por 
ação da gravidade, da água 
precipitada da atmosfera que não se 
infiltra no solo ou não volta 
diretamente à atmosfera pela 
evapotranspiração. 
 
Figura 15 - Bacia hidrográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Secretaria da Educação do Estado do Paraná (2013) 
 
 
2.1 Utilização de mapas e fotos no diagnóstico 
O diagnóstico consiste num levantamento amplo de informações, trabalhando tanto em micro, 
quanto em macro escala. Sendo assim, é importante que essas informações possam ser 
sistematizadas e representadas de modo com que sejam facilmente entendidas. Uma forma de 
fazer isso se dá com o uso efetivo da comunicação gráfica, utilizando recursos como as fotografias, 
a elaboração de mapas, também chamados de cartas ou plantas, dependendo da escala e do uso. 
Enquanto as fotos permitem ilustrar a realidade, ajudando a justificar as ações tomadas pelo 
poder público, a elaboração de mapas temáticos serve para auxiliar o gestor no processo de 
tomada de decisão, servindo muitas vezes como ponto de partida para o desenvolvimento de 
planos e programas. 
A Figura 16 é um exemplo de registro fotográfico que ilustra a situação de um determinado corpo 
É um tributário do rio 
principal, ou seja, um rio de 
dimensão menor, que 
deságua no rio principal. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
21 
 
 
 
hídrico que serve de manancial para abastecimento do município. O mesmo poderá ser feito em 
relação ao esgotamento sanitário, ao manejo de águas pluviais e ao manejo de resíduos sólidos. 
 
 
Figura 16 - Trechos contaminados do arroio afluente ao Rio Burati, identificados na elaboração do 
diagnóstico do Plano de Saneamento do Município de Bento Gonçalves – RS 
Fonte: Adaptado do Plano de Saneamento do Município de Bento Gonçalves – RS (PREFEITURA DE BENTO 
GONÇALVES, 2009) 
 
Assim, é importante que no diagnóstico sejam desenvolvidos mapas temáticos para as áreas mais 
relevantes. Eles são utilizados pelo próprio órgão público para o planejamento e facilitam a 
transmissão de informações levantadas pelo gestor para a população, sendo uma parte 
importante no processo de participação. 
A elaboração de mapas ocorre com o auxílio de ferramentas denominadas Sistemas de 
Informações Georreferenciadas ou Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e de softwares de 
CAD (Computer Aided Design – Desenho assistido por computador). 
Há diversas definições sobre o que constitui um SIG. Silva (1999), por sua vez, traz alguns aspectos 
em comum: 
 SIGs necessitam usar meio digital (informática); 
 deve haver uma base integrada, sendo os dados georreferenciados e com controle de erro; 
 deve haver funções de análise de dados através de álgebra cumulativa (soma, subtração, 
multiplicação, divisão, etc.) e álgebra não cumulativa (operações lógicas). 
 
 
Diversos softwares de SIG estão disponíveis no mercado. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais) disponibiliza gratuitamente o Spring para download, fornecendo ainda cursos de 
utilização desse recurso. Você pode acessá-lo através do link: <http://www.dpi.inpe.br/spring/>. 
Comentários – Fotos de trechos de arroio localizado no município de Farroupilha que deságua no Rio 
Burati, em Bento Gonçalves. Evidencia-se a existência de alguma espécie de contaminação das águas, 
acarretando a formação de espumas. 
http://www.dpi.inpe.br/spring/
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja nas figuras a seguir, exemplos de mapas comumente encontrados em Planos de Saneamento 
Básico: 
 uso e cobertura do solo. 
 vegetação, zoneamento e unidades de conservação. 
 hidrografia. 
 hipsometria (elevação). 
 clinografia (declividade). 
 
ATENÇÃO 
A qualidade do mapa elaborado depende da qualidade das informações utilizadas para 
gerá-lo. Assim, é fundamental que as informações levantadas pelo diagnóstico sejam 
adequadas, caso contrário, as informações geradas no mapa não terão validade científica. 
 
Para aprender mais sobre os SIGs, assista ao vídeo Sensoriamento Remoto, disponível 
na Biblioteca! 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
23 
 
 
 
Figura 16 - Mapa de uso do solo do município de São Valentim do Sul - RS 
 
Fonte: Prefeitura de São Valentim do Sul - RS (2010) 
 
 
O mapa de usodo solo auxilia o gestor público a definir onde estão os pontos críticos, como 
aglomerados populacionais, industriais e áreas de ocupação agrícola. Isso auxilia a delimitar onde 
cada tipo de programa deverá atuar. Por exemplo, é a partir da distribuição da população rural no 
município que se elabora um sistema de coleta dos resíduos rurais, como entrega voluntária, 
quando há uma população muito espalhada na área do município, ou porta a porta, quando a 
população está mais agrupada em pequenas comunidades. Da mesma forma, quando se inicia a 
implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto, dá-se preferência, geralmente, pelos 
pontos mais críticos, como aqueles que apresentam um grande número de habitantes e/ou 
indústrias. O mapa de uso do solo, juntamente com o mapa de zoneamento, indicará as áreas 
onde deve haver restrição quanto à instalação de estruturas. Como exemplo, a instalação de ETEs 
ou de aterros sanitários deve ser feita preferencialmente longe de aglomerados urbanos. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
24 
 
 
 
 
Figura 18 - Mapa de zoneamento do município de Florianópolis - SC 
Fonte: Prefeitura Municipal de Florianópolis - SC (2010) 
 
O mapa de zoneamento, definido a partir do Plano Diretor, servirá para determinar as áreas onde 
certas estruturas poderão ou não ser instaladas, tendo em vista o seu papel de contribuir com o 
planejamento ou previsão da expansão urbana. Enquanto o mapa de uso do solo fornece uma 
visão mais pontual do município, definindo como o mesmo está sendo utilizado hoje, o de 
zoneamento traz uma visão de como o município está planejado para ser no futuro. 
Dessa forma, o Plano de Saneamento Básico deve estar em sintonia com o mapa de zoneamento. 
As redes de água tratada, esgoto ou pluviais devem ser previstas de forma que possam ser 
expandidas para atender as áreas futuras. As unidades de tratamento também devem estar 
instaladas em local permitido pelo zoneamento. Da mesma forma, estas devem levar em conta a 
formação e/ou crescimento de novos loteamentos. Isso é particularmente importante, uma vez 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
25 
 
 
 
que podem se formar novas áreas em pontos afastados do aglomerado urbano atual, as quais 
podem ficar muito distantes, por exemplo, de aterro sanitário, elevando os custos de coleta. 
 
Figura 19 - Mapa de hidrografia do município de Londrina - PR 
 
Fonte: Prefeitura de Londrina - PR (2009) 
 
 
O mapa de hidrografia tem diversos usos no planejamento urbano. Primeiramente, ele é 
fundamental para as obras de drenagem, servindo como ponto de partida para a delimitação de 
locais críticos de alagamento. Ele também definirá a necessidade de obras especiais, como pontes, 
galerias e afins para as redes de água e esgoto. A hidrografia também funciona como fator 
limitador para outras obras, em especial o aterro sanitário. É importante que o mapa de 
hidrografia apresente também as bacias e/ou sub-bacias municipais, uma vez que estas são 
fundamentais na definição dos sistemas de água e esgoto municipais. Ainda, municípios que 
participem de duas ou mais bacias hidrográficas devem se adaptar aos respectivos Planos de 
Bacia, podendo então haver diferenças significativas no planejamento municipal em dois pontos 
da cidade. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
26 
 
 
 
 
 
 
Figura 20 - Mapa de hipsometria do município de Bento Gonçalves – RS 
Fonte: Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves - RS (2009) 
 
O mapa de elevações (hipsometria) do município é particularmente importante para a definição 
das redes e estruturas de tratamento de água e esgoto e de drenagem. Redes de drenagem de 
águas pluviais e de esgoto sanitário devem ser projetadas para operar sob gravidade. Para as 
redes de água é desejável que não existam muitas “subidas e descidas”, uma vez que isso implica a 
instalação de ventosas e válvulas de descarga, resultando em aumento de custos. A localização das 
estruturas também está condicionada à elevação: ETAs em geral são instaladas em pontos 
elevados, permitindo o transporte por gravidade; e ETEs situam-se em pontos baixos, ao final da 
rede. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
27 
 
 
 
 
Figura 21 - Mapa de clinografia do Município de Pinhais – PR 
Fonte: Prefeitura de Pinhais – PR (2011) 
 
A clinografia permite estabelecer a declividade do terreno, ficando mais evidente se este 
comporta as declividades mínimas e máximas das redes de água, esgoto e drenagem. Também, 
locais de grande declividade propiciam grande velocidade ao escoamento da água em períodos de 
chuva. Dessa forma, esses locais muitas vezes precisam de obras específicas de drenagem. É 
particularmente importante cruzar o mapa de clinografia com o de uso do solo, o que poderá 
revelar áreas de risco. Grandes declividades também ocasionam problemas de acesso. Assim, a 
implantação de estruturas de grande porte como aterros sanitários, ETEs ou ETAs em locais 
isolados pode ser comprometida por acessos muito íngremes, os quais dificultam ou até impedem 
o trânsito de caminhões. 
 
ATENÇÃO 
Entenda que a elaboração de mapas não se restringe a esses cinco citados. Outros tipos de 
mapas poderão ser importantes para a elaboração dos Planos de Saneamento Básico, 
como os que dizem respeito a: geologia, pedologia (solos), geomorfologia, hidrogeologia, 
acessos, localização, municípios vizinhos, entre muitos outros. Ainda é necessário 
desenvolver mapas específicos para cada área do saneamento, como abrangência dos 
sistemas de água e esgoto ou da coleta de resíduos sólidos. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
28 
 
 
 
Os tipos de mapas a serem elaborados dependerão muito das características e, principalmente, 
dos objetivos do município. Por exemplo, o município pretende fazer captação de água 
subterrânea? Mapas geomorfológicos e de profundidade dos aquíferos são necessários. Pretende 
trabalhar com soluções consorciadas? Mapas de localização dos municípios vizinhos e dos acessos 
também serão necessários. 
Dessa forma, cabe a cada realidade local avaliar quais informações precisam ser representadas sob 
a forma de mapa. Reiteramos que os mapas consistem em ferramentas de planejamento. Eles 
permitem obter novas informações e auxiliar no processo de tomada de decisões. 
 
 
3. AS TÉCNICAS DE PESQUISA PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
A elaboração de um diagnóstico é um processo abrangente e multidisciplinar, sendo desenvolvido 
com o auxílio de diversas técnicas de pesquisa, as quais podemos agrupar em quatro grandes 
áreas, conforme definições de Brasil (2011a). 
Independentemente do tipo de informação, Brasil (2011a) destaca que é necessário primeiro 
definir o universo ou a amostra a ser investigada e a unidade de análise (domicílios, moradores, 
crianças, trechos de rios, pontos em unidades de tratamento de água, pontos de amostragem de 
solo ou corpo da água, etc.). Também devem ser definidos, caso necessário, a frequência da coleta 
de dados e os períodos do ano, levando em conta que alguns fenômenos têm variação sazonal. 
Essa definição é importante, uma vez que algumas das informações coletadas possuem maior 
relevância no diagnóstico, devendo assim apresentar um maior detalhamento e um maior grau de 
confiabilidade. 
 
PESQUISA DOCUMENTAL – Como o próprio nome já diz, é aquela realizada em 
documentos existentes, tais como: leis, relatórios de pesquisa, filmes, mapas, atas, 
gravações, arquivos públicos, entre outros. 
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA – As informações são obtidas mediante a análise de livros, publicações 
periódicas, impressos diversos e documentos eletrônicos. 
DADOS SECUNDÁRIOS – Referem-se a informações existentes, dados de pesquisas 
realizadas anteriormente, as quais são utilizadas como referência para outros trabalhos que 
não o original. 
DADOS PRIMÁRIOS – São aqueles coletados pelo próprio pesquisador ou interessado na 
informação, através de um métodode pesquisa, ou seja, não se aplica nem à pesquisa documental, 
nem à bibliográfica. Na pesquisa de campo, os dados são coletados “in situ”, através de censo – em 
que toda a população é analisada –, ou por amostragem – em que é definido um universo amostral. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
29 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Brasil (2011a), é importante destacar que, após a definição do conjunto de 
variáveis que serão investigadas e da técnica de coleta de dados, é preciso montar uma logística 
para a obtenção dos dados, ou seja: seleção de equipe, treinamento, definição dos instrumentos 
de coleta de dados (questionário, tipo de coletores de amostras, medidores, etc.), tratamento, 
sistematização e análises dos dados. 
Então podemos dizer que dispor de um planejamento bem estruturado é fundamental para que o 
diagnóstico elaborado realmente cumpra o seu papel de descrever a realidade de determinado 
local. 
 
 
3.1. Fontes de informação sobre saneamento básico 
Apesar de certa limitação às suas áreas de atuação, os sistemas de informações são muito úteis na 
elaboração dos diagnósticos dos serviços de saneamento básico. Apesar de existirem alguns 
sistemas de acesso público, até o momento o país não conta com um sistema que faça a 
integração de todos esses dados. 
Dentre os sistemas de informação apresentados, o que possui a base de dados mais ampla sobre 
saneamento básico é o Sistema Nacional de Informação em Saneamento (SNIS). Administrado pelo 
Ministério das Cidades, o SNIS foi criado em 1995. Atualmente, ele conta com indicadores 
 
ATENÇÃO 
 
O nível de detalhamento da informação coletada, geralmente, aumenta no seguinte sentido (da 
mais detalhada para a menos detalhada): 
1º Pesquisa de dados primários; 
2º Pesquisa de dados secundários; 
3º Pesquisa bibliográfica. 
O custo da informação também tende a seguir esse sentido, devendo então haver um equilíbrio 
entre os recursos disponíveis e a forma de coleta de dados. 
 
 
No livro “A informação no contexto dos Planos de Saneamento Básico”, entre as 
páginas 217 e 258, são apresentadas listas de checagem ( checklist) para o auxílio na 
coleta de informações em campo. Considerando o caráter indicativo desses checklists, eles 
poderão ser adaptados às diferentes realidades locais e regionais. O livro encontra-se à disposição 
para consulta no site do Ministério das Cidades no link: 
<http://www.cidades.gov.br/index.php/component/content/article/178-estudos-pesquisas-e- 
publicacoes/1985-gestao-e-planejamento-livros>. 
http://www.cidades.gov.br/index.php/component/content/article/178-estudos-pesquisas-e-
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
30 
 
 
 
técnicos, operacionais e financeiros das áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e, 
desde 2002, resíduos sólidos e limpeza pública. As informações disponíveis no SNIS são 
encaminhadas anualmente pelos próprios municípios. A Lei 11445/07 previu a implementação do 
Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), o qual substituirá o SNIS. 
Confira na Figura os objetivos do SINISA. 
 
 
Figura 22 - Objetivos do SINISA 
 
Fonte: Adaptado da Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007) 
 
 
O Quadro 1 e o Quadro 2 apresentam as características principais de alguns sistemas de 
informações. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
31 
 
 
Quadro 1- Relação de estudos que possuem interface com a questão do saneamento básico no Brasil 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO 
DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL FREQUÊNCIA ABRANGÊNCIA UNIDADE DE ANÁLISE 
CATEGORIAS DO 
SANEAMENTO 
DISPONÍVEL EM 
 
 
Censo 
demográfico 
Constitui o maior conjunto 
de dados socioeconômicos 
da população brasileira, 
fundamental para qualquer 
processo de planejamento. 
Última atualização: 2010. 
 
 
IBGE* 
 
 
10 anos 
 
 
Todos os 
municípios 
 
 
Setor censitário 
 
Saneamento 
básico (água, 
esgoto e resíduos 
sólidos), 
 
 
<www.ibge.gov.br> 
PNAD – 
Pesquisa 
Nacional por 
Amostra de 
Domicílios 
Reúne características gerais 
da população, educação, 
trabalho, rendimento, 
habitação, dentre outras. 
Realizada desde 2001. 
Última atualização: 2011. 
 
 
IBGE 
 
 
Anual 
 
 
Todos os 
municípios 
 
 
Estado 
 
Saneamento 
básico (água, 
esgoto e resíduos 
sólidos) 
 
 
<www.ibge.gov.br> 
 
 
 
 
PNSB – 
Pesquisa 
Nacional de 
Saneamento 
Básico 
Objetiva investigar as 
condições de saneamento 
básico no país junto às 
prefeituras municipais e 
empresas contratadas para 
a prestação desse serviço, 
permitindo a avaliação da 
oferta e qualidade dos 
serviços prestados, as 
condições ambientais e suas 
implicações diretas para a 
saúde e a qualidade de vida 
da população brasileira. 
Realizada em 2000 e 2008. 
 
 
 
 
 
 
IBGE/ 
MCIDADES 
 
 
 
 
 
 
- 
 
 
 
 
 
 
Todos os 
municípios 
 
 
 
 
Distrito censitário 
(água/esgoto) e 
município 
(drenagem/resíduos 
sólidos) 
 
 
 
 
 
Saneamento 
básico (água, 
esgoto, drenagem 
e resíduos sólidos). 
 
 
 
 
 
 
<www.ibge.gov.br> 
SNIS – 
Sistema 
Nacional de 
Informação 
em 
Reúne informações e 
indicadores sobre a 
prestação dos serviços de 
abastecimento de água, 
esgotamento sanitário e 
 
Ministério 
das Cidades 
 
 
Anual 
 
Municípios 
amostrados 
 
Municípios e 
prestadores de 
serviços 
Variáveis técnicas, 
operacionais e 
financeiras dos 
prestadores de 
serviços de 
 
<www.snis.gov.br> 
http://www.ibge.gov.br/
http://www.ibge.gov.br/
http://www.ibge.gov.br/
http://www.snis.gov.br/
O BÁSICO CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENT 
32 
 
 
 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO 
DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL FREQUÊNCIA ABRANGÊNCIA UNIDADE DE ANÁLISE 
CATEGORIAS DO 
SANEAMENTO 
DISPONÍVEL EM 
Saneamento manejo de resíduos sólidos. 
Atualizado anualmente. 
Última atualização: 2010. 
 abastecimento de 
água, esgotamento 
sanitário e 
resíduos sólidos. 
 
SISAGUA – 
Sistema de 
Informação 
de Vigilância 
da Qualidade 
da Água para 
Consumo 
Humano 
Objetiva coletar, registrar, 
transmitir e disseminar os 
dados gerados 
rotineiramente, 
provenientes das ações de 
vigilância e controle da 
qualidade da água para 
consumo humano. 
Atualização anual 
 
Ministério 
da Saúde/ 
Secretaria 
de 
Vigilância 
Sanitária 
em Saúde 
 
 
 
 
Anual 
 
 
 
Todos os 
municípios 
 
 
 
Municípios e sistemas 
de abastecimento de 
água 
Abastecimento de 
água (cobertura, 
condições de 
tratamento, 
qualidade do 
serviço, níveis de 
atendimento à 
Portaria n° 
2914/11 do MS). 
 
 
Para acesso a esses dados, 
entre em contato com a 
Vigilância Sanitária mais 
próxima de você. 
 
 
 
 
Sistema 
Nacional de 
Informações 
das Cidades 
Reúne mais de 1300 
indicadores 
socioeconômicos de cada 
município brasileiro, além 
de mapas e imagens de 
satélite. É possível ainda, 
acessar às informações 
sobre o andamento das 
ações do Ministério das 
Cidades nos municípios 
brasileiros nas áreas de 
Saneamento, Habitação e 
Modalidade Urbana. 
 
 
 
 
 
Ministério 
das Cidades 
 
 
 
 
 
 
Anual 
 
 
 
 
 
Municípios 
amostrados 
 
 
 
 
 
 
Municípios brasileiros 
 
 
 
 
 
Indicadores 
socioeconômicos 
 
 
 
 
 
<www.brasilemcidades.gov.br> 
Fonte: Adaptado de Brasil (2011a, p. 101-102) 
*IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística 
http://www.brasilemcidades.gov.br/
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
33 
 
 
Quadro 2 – Relações de instituições que possuem informações úteis à elaboração do Plano 
INSTITUIÇÕES INFORMAÇÕES 
 
Ministério das Cidades 
Possui várias publicações de interesse aos gestores municipais, tratando de áreas como saneamento, participação social, meio 
ambiente e finanças públicas, disponíveis em www.cidades.gov.br e www.capacidades.gov.br . Disponibiliza também diagnóstico 
sobre o abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos no Brasil. Ainda, é através do Ministério das 
Cidades que são desenvolvidos e ofertados os cursos da ReCESA. 
Ministério do 
Desenvolvimento,Indústria e 
Comércio Exterior 
Disponibiliza informações de caráter social, como domicílios vulneráveis, CRAS, CREAS, além de relatórios de informações sociais. 
Possui também o Portal Data Social, onde estão sistematizados dados e indicadores relativos à assistência social, como emprego, 
educação, saúde, entre outros. Desenvolve o Censo SUAS, sobre dados de assistência social no país. Ainda, através do programa SIG 
Cisternas, possui informações sobre a utilização de cisternas no país. 
 
 
Agência Nacional de Águas 
(ANA) 
Disponibiliza informações sobre gestão dos recursos hídricos, rede hidrometeorológica, implementação de programas e projetos, 
outorgas e fiscalização, planejamento de recursos hídricos e usos múltiplos. O site oferece ainda dados hidrológicos, como boletins de 
monitoramento, evolução da rede por regiões hidrográficas, inventário das estações pluviométricas e fluviométricas e sistema de 
informações hidrológicas. Disponibiliza, também, programas de manejo existentes em algumas bacias hidrográficas do país, 
publicações como o Atlas de Abastecimento Urbano de Água, relatórios de acompanhamento e atividades da ANA, além de um centro 
de documentação com banco de imagens e de planos diretores das bacias hidrográficas. 
 
 
 
Fundação Nacional de Saúde 
(FUNASA) 
O site da Funasa fornece informações sobre o saneamento para promoção da saúde, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 
programas de cooperação técnica e desenvolvimento em áreas especiais. Oferece, também, informações sobre saúde indígena, como 
ações e atividades, diretrizes, programas e ações de saúde, Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), Projeto 
Vigisus, além de leis, portarias, decretos, medidas provisórias, resoluções, licitações e convênios. Também podem ser acessados 
manuais com orientações técnicas voltadas ao setor de saneamento, tais como: “Orientações para execução de obras e serviços de 
engenharia de saúde pública”, “Programação e projeto físico de unidade móvel para controle da qualidade da água”, “Manual prático 
de análises de água”, “Apresentação de projeto de resíduos sólidos urbanos”, “Elaboração de projeto de melhorias sanitárias 
domiciliares” e “Manual de saneamento”. 
Secretaria Nacional de Defesa 
Civil (SEDEC) 
A Secretaria Nacional de Defesa Civil mantém registro de informações sobre desastres, como deslizamentos, corridas, alagamentos e 
incêndios. As informações são disponibilizadas através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres – S2ID. 
 
 
Agências reguladoras 
Disponibilizam informações sobre a regulação dos serviços de saneamento básico, tais como manuais de direitos e deveres dos 
usuários, relatórios de audiências públicas, indicadores da qualidade do abastecimento de água, contratos de concessão dos 
municípios, tarifas, deliberações, leis, decretos, convênios e resoluções. A disponibilidade dos dados varia para cada agência. Alguns 
municípios possuem agências reguladoras municipais, e estas disponibilizam informações semelhantes às agências reguladoras 
estaduais em nível municipal. 
Companhias Estaduais de 
Saneamento Básico 
Disponibilizam dados sobre os sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, tais como: áreas abastecidas, 
qualidade da água, população beneficiada, processos de tratamento, projetos e obras e, também, informações sobre conta de água, 
meio ambiente, tarifas e licitações. A disponibilidade dos dados varia para cada companhia. 
http://www.cidades.gov.br/
http://www.capacidades.gov.br/
O BÁSICO CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENT 
34 
 
 
 
INSTITUIÇÕES INFORMAÇÕES 
Secretarias Estaduais de 
Planejamento e Gestão 
Fornecem informações sobre indicadores econômicos, produto interno bruto, estudos referentes à produção industrial, arranjos 
produtivos locais (APLs), índice municipal de alerta, índice de desenvolvimento econômico, indicadores sociais, anuários estatísticos, 
planos plurianuais (PPAs), ações governamentais, dados municipais, resumos socioeconômicos e mapas. 
 
Secretarias Estaduais de Meio 
Ambiente 
Fornecem dados sobre políticas de meio ambiente, combate à desertificação, gestão ambiental, programas de preservação da água e 
de reflorestamento, legislação e licenciamento ambiental, mudanças climáticas, educação ambiental, planejamento ambiental, 
qualidade da água, balneabilidade das praias, coleta seletiva, agrotóxicos, aterros sanitários, reservas e parques ecológicos, materiais 
reaproveitáveis, licenciamento de resíduos sólidos e de saneamento, obras sustentáveis, indicadores ambientais, fundos e 
investimentos ambientais, espécies ameaçadas e desenvolvimento sustentável. 
 
Secretarias Estaduais de 
Recursos Hídricos 
Fornecem dados sobre gestão das águas subterrâneas e superficiais, política de recursos hídricos, uso racional e controle de qualidade 
da água, outorga de direito de uso de recursos hídricos, licenciamento para obras hídricas, formação e coordenação de comitês de 
bacias, programas de produção e distribuição de água, desenvolvimento sustentável, sistema de informações de recursos hídricos e 
monitoramento hidrológico. 
 
Secretarias Estaduais de Saúde 
Fornecem dados sobre políticas de saúde, plano estadual de saúde, projetos prioritários, unidades estaduais e regionais de saúde, 
vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, controle de zoonoses/vetores, cuidados em saúde, situação de saúde, indicadores e 
dados básicos sobre morbidade, mortalidade, recursos e cobertura, e, por fim, informações demográficas e socioeconômicas. 
Concessionárias Privadas dos 
Serviços Públicos de Água e 
Esgoto 
Fornecem informações sobre meio ambiente, ligações de esgoto, qualidade da água, tarifas, serviços, programas e projetos, 
hidrômetros, uso racional de água, leis e decretos. 
Departamentos de Limpeza 
Pública 
Disponibilizam informações sobre aterros sanitários, cadastro de geradores de resíduos, serviços previstos pelo setor de capina e 
varrição, rotas de coleta de lixo, usinas de reciclagem, dados estatísticos, coleta seletiva, programas, projetos e serviços. 
Secretarias Municipais de 
Meio Ambiente 
Disponibilizam informações sobre controle ambiental urbano, gestão territorial e ambiental, revitalização de parques e mananciais, 
políticas públicas, código ambiental do município, educação ambiental, balneabilidade dos corpos hídricos, planos de manejo, ações e 
programas. 
Serviços Autônomos de Água e 
Esgoto 
Fornecem informações sobre os indicadores de água e esgoto do município. Mostram, também, os sistemas de tratamento de água, 
relatórios de qualidade da água e programas de controle de perdas. Disponibilizam, ainda, dados sobre as tarifas cobradas para 
abastecimento de água e esgotamento sanitário, licitações em andamento e concluídas. 
Fonte: Galvão Junior, Basílio Sobrinho e Sampaio (2010) 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
35 
 
 
 
 
É importante destacar que, ao realizar a coleta de informações para a elaboração do diagnóstico, a 
equipe técnica pode deparar-se com uma série de problemas. Um deles é a duplicidade de 
informações coletadas de fontes diferentes de um mesmo prestador de serviços e/ou de órgão da 
administração direta ou indireta do titular. Diante dessa situação, cabe aos técnicos, a seleção da 
base de dados mais confiável, o cruzamento das informações, a discussão conjunta com as várias 
fontes e/ou a checagem das informações in loco, a depender do caso. 
Além das informações disponíveis na internet, os órgãos públicos desenvolvem estudos que 
podem conter informações de interesse para o Plano de Saneamento Básico, cuja disponibilidade 
somente é possível mediante solicitação formal ao órgão público. 
Da mesma forma, as informações que remetem ao controle social são imprescindíveis para a 
validação do plano. Nesse sentido, conforme já foi ressaltado no Módulo 3, a população é 
considerada fundamental no diagnóstico, uma vez que ela fornece importantes informações quenão costumam estar disponíveis em outras fontes. Ocorre ainda que, em muitos casos, a memória 
da população residente consiste no único registro local disponível. Esse tipo de informação 
também é considerada válida, porém faz-se necessário sempre levar em conta certo teor subjetivo 
e possível grau de incerteza da informação. Na próxima seção, iremos tratar um pouco mais sobre 
como podemos desenvolver o diagnóstico em conjunto com a população. 
 
 
3.2. Diagnóstico Participativo 
Caro capacitando, como vimos no Módulo 3, quando falamos em tomada de decisões em 
saneamento, é fundamental que o poder público se esforce em envolver fortemente a população 
nesse processo. Essa situação não é diferente no diagnóstico, durante o qual, conforme discutimos 
no decorrer deste módulo, a população fornece determinados tipos de informação indisponíveis 
em bancos de dados e estudos científicos. 
Se a população não estiver envolvida no processo de diagnóstico, ela acabará por não se 
interessar pelos processos e ações que virão a seguir, nas próximas etapas. Isso significa 
resistência e descontentamento, havendo grandes chances de os programas implantados falharem 
até por falta de aceitação. 
Desse modo, é fundamental que o município seja capaz de incentivar a participação da 
comunidade também no processo de diagnóstico. Assim, de forma a contribuir com seu processo 
de aprendizagem, vamos abordar um pouco mais a importância da participação social no 
diagnóstico e, após, você irá conhecer uma metodologia para auxiliá-lo durante as etapas de 
mobilização social. 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
36 
 
 
Assim, podemos iniciar nosso estudo com a seguinte pergunta: 
 
 
Como deve ser feito o diagnóstico participativo? 
Primeiramente, torna-se fundamental que a comunidade seja estimulada a participar. Ao mesmo 
tempo, as opiniões expressas pelos membros devem ser respeitadas, sendo estimulada a 
manifestação dos diferentes conhecimentos e experiências dos atores sociais, garantindo a todos 
direitos iguais de se expressarem. 
O diagnóstico participativo é uma proposta que pode ser adotada, recriada ou ajustada para 
diferentes situações. Na Figura 1723 são apresentadas três etapas de uma proposta de 
diagnóstico participativo que você, capacitando, pode seguir para realizar o levantamento de 
informações junto à comunidade. 
 
 
Figura 17- Etapas de uma proposta de diagnóstico participativo 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2009, p. 31) 
 
Vale lembrar que você já leu a respeito do processo de mobilização social, bem como estudou 
algumas técnicas, as quais também podem ser utilizadas na condução de um processo de 
diagnóstico participativo. Antes de continuar, caso julgue necessário, retorne ao Módulo 3 para 
relembrar as técnicas apresentadas. 
A etapa de levantamento de informações e identificação de cenários consiste no processo de 
conhecer a realidade local e identificar os cenários apresentados. Para sua realização, são 
sugeridos oito temas geradores, os quais funcionam como ponto de partida para a elaboração do 
levantamento. 
Os temas apresentados no Quadro 3 são, na realidade, inter-relacionados, sendo que somente 
estão individualizados para facilitar a compreensão das informações. Porém, para a realização de 
um bom diagnóstico é fundamental que as relações de causa e consequência entre as partes 
sejam bem estudadas, uma vez que é impossível tratar cada um desses assuntos de forma 
individual. 
Entenda, capacitando, que esses oito temas geradores dizem respeito ao diagnóstico participativo. 
No decorrer do Módulo 2 e deste módulo, você verificou diversas outras etapas que fazem parte 
do diagnóstico, as quais devem ser realizadas através de levantamentos técnicos. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
37 
 
 
 
 
Quadro 3 - Levantamento de informações para o diagnóstico participativo através da técnica dos temas 
geradores e seus objetivos 
TEMA GERADOR OBJETIVO 
I. Dotação de infraestrutura em 
saneamento 
Levantar o alcance e os déficits da infraestrutura sanitária existente 
(abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos 
sólidos e manejo de águas pluviais). 
II. Qualidade dos serviços em 
saneamento 
Conhecer a qualidade dos serviços prestados e das estruturas e tecnologias 
utilizadas. 
III. Políticas públicas e programas 
sociais em educação ambiental e 
saneamento 
Levantar as políticas públicas e programas sociais em educação ambiental 
em saneamento que possam potencializar as ações desenvolvidas na 
comunidade. 
IV. Participação, controle social e 
saneamento 
Identificar o nível de organização da comunidade, conhecer os canais de 
participação existentes e o perfil do engajamento comunitário em tais 
espaços. 
V. Saneamento e conhecimento 
da legislação pertinente 
Conhecer as legislações e regulamentações relacionadas ao saneamento. 
 
VI. Saneamento e saúde pública 
Identificar os aspectos epidemiológicos, principais doenças e agravos 
relacionados à falta de saneamento, bem como a estrutura de promoção 
da saúde existente. 
VII. Impactos ambientais e 
saneamento 
Levantar os impactos positivos e negativos advindos da falta de 
saneamento ambiental ou relacionados aos empreendimentos feitos em 
saneamento ambiental. 
VIII. Tecnologias sociais em 
saneamento 
Realizar levantamento das tecnologias sociais existentes, as desenvolvidas 
na comunidade e pela comunidade, assim como as alternativas 
tecnológicas disponíveis. 
Fonte: Brasil (2009, p. 32) 
 
 
A escolha dos temas geradores que serão utilizados deve se basear na sua relevância dentro da 
comunidade analisada. Assim, é comum que outros temas venham a surgir durante o processo de 
interação com a população, variando conforme as observações, vivências, experiências e 
conhecimentos que a comunidade possui acerca da realidade local. É conveniente, então, que 
essas oito áreas sejam complementadas com outros temas que você e a comunidade 
considerarem importantes. 
Salientamos que as informações apresentadas no quadro anterior podem ser obtidas através de 
diagnóstico participativo. Para tanto, deve-se utilizar alguma das técnicas de mobilização social 
apresentadas no Módulo 3, ou qualquer outra que os técnicos julgarem adequada. 
 
 
3.2.1. Priorização dos problemas 
Uma vez conhecidos todos os aspectos relevantes da comunidade para cada um dos temas 
geradores, pode-se proceder a análise dos problemas. Porém, ocorre, em muitos casos, a 
constatação de que uma grande quantidade de problemas precisa de solução, sendo então 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
38 
 
 
necessário, com vistas a otimizar recursos, tempo e mão de obra disponíveis, priorizar os 
problemas a serem resolvidos. 
Nesse sentido, o Ministério das Cidades apresenta algumas questões orientadoras que auxiliam na 
priorização dos problemas, conforme descrito na Figura . 
 
Figura 24 - Questões para auxílio na priorização dos problemas 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2009) 
 
Com isso, é destacada a necessidade de que primeiro sejam estabelecidos critérios que sirvam 
para definir a prioridade de resolução dos problemas. É importante ressaltar que esses critérios 
devem ser estabelecidos em conjunto com a população, em conformidade com a relevância 
econômica, cultural, política, ambiental e técnica que eles venham a apresentar (BRASIL, 2009). 
Em muitos casos, é importante dispor de informações externas. Por exemplo, para definição da 
relevância econômica, é necessário conhecer os custos para resolução do problema, assim como 
as alternativas tecnológicas disponíveis. Ao se tratar da problemática econômica, a análise de 
custo-benefício é um item fundamental, devendo ser um fator chave na definição das prioridades. 
Já as soluções dos problemas sociais precisam ser avaliadas quanto à sua abrangência, ou seja: 
elas irão afetar toda a população ou apenas parte dela? 
No que diz respeito à questão política, é importante verificar seexiste apoio por parte das 
autoridades e da própria comunidade para a implantação das soluções propostas. Recomenda-se, 
ainda, averiguar quais são os conflitos existentes; em especial, buscar por aqueles ocultos e 
embasados por interesses pessoais, os quais, se revolvidos, podem resultar em ganhos para a 
coletividade. 
É necessário avaliar também o critério ambiental, observando se o investimento contribuirá com a 
proteção dos recursos naturais da região, em especial aqueles que já estão ameaçados. Nesse 
sentido, é importante, para atingir a sustentabilidade das intervenções, que essas tenham entre 
seus objetivos a preocupação com o meio ambiente, caso contrário, corre-se o risco de serem 
gerados novos problemas na tentativa de resolução do problema original. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
39 
 
 
 
3.2.2. Rede de desafios 
Criar uma rede de desafios significa descobrir como funciona a rede de múltiplas relações que 
existe entre os problemas locais, desvendando quais problemas são, na realidade, causa ou 
consequência dos demais. Isso é importante, uma vez que as estratégias definidas para a solução 
do problema devem levar em conta os efeitos que ela irá produzir sobre os demais problemas 
inter-relacionados. Por tal motivo, é relevante que se conheça bem a rede de relações, estando 
esta desenhada de forma coerente, a fim de que ela possa ser utilizada de modo eficiente na 
definição das prioridades. No Quadro 4, exemplificamos uma rede de desafios hipotética. 
Quadro 4 - Exemplo de rede de desafios 
REDE DE DESAFIOS 
DESAFIO 
– realidade a ser enfrentada – 
POSSÍVEIS CAMINHOS 
– agenda positiva – 
Despoluição de corpos d’água e 
de bacias hidrográficas 
Adoção de medidas por parte dos agentes poluidores, por meio do 
princípio poluidor-pagador por exigência dos órgãos ambientais ou do 
Ministério Público. 
 
Erradicação de doenças de 
veiculação hídrica 
Busca por investimentos dimensionados às demandas locais para a 
redução do défecit de infraestrutura de saneamento e busca pela 
universalização do acesso aos serviços de saneamento. Realização de 
campanhas. 
Acesso a informações sobre 
saneamento e recursos hídricos 
Desenvolvimento de processos educativos direcionados ao 
esclarecimento sobre os serviços de saneamento, a infraestrutura 
necessária, as questões de saúde pública. 
 
 
 
Fortalecimento de processos de 
mobilização social 
- Constituição de grupos de atuação local. 
- Realização de reuniões comunitárias. 
- Realização de audiências públicas. 
- Fortalecimento dos conselhos municipais. 
- Realização de conferências municipais. 
- Fortalecimento do Fórum Lixo e Cidadania. 
- Fortalecimento das bases associativas (cooperativas, associações, 
comissões, entre outras). 
 
Criação de mecanismos de 
organização social 
Processos educativos voltados para a refexão sobre os direitos, deveres 
e as possibilidades de organização e participação social, trazendo para 
a pauta a importância da organização social para minimização das 
assimetrias sociais. 
 
Utilização de tecnologias 
socioambientais adequadas à 
realidade local 
Articulação e desenvolvimento de programas junto a: 
- universidades. 
- centros de pesquisa. 
- institutos de permacultura. 
- conhecimento popular. 
Recuperação de áreas 
degradadas 
Envolvimento da população adjacente no processo de estudo das 
condições locais, adequação e implementação de técnicas de 
recuperação. 
Exercício do controle social na 
fiscalização dos gastos públicos 
e no cumprimento da legislação 
vigente 
- Orçamento participativo. 
- Atuação nos conselhos existentes. 
- Fortalecimento dos comitês de bacia. 
- Articulação junto à Câmara de Vereadores. 
Fonte: Brasil (2009, p. 62) 
CURSO A DISTÂNCIA - PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
40 
 
 
 
 
3.2.3. Sistematização das informações 
Após a realização da priorização dos problemas e da elaboração da rede de desafios é necessário 
sistematizar as informações obtidas, facilitando assim o seu entendimento, e permitindo uma 
melhor análise dos dados. Da mesma forma que é fundamental que as informações levantadas 
sejam confiáveis, é necessário que a sistematização ocorra de forma planejada, caso contrário, 
corre-se o risco de se perder ou distorcer informações durante esta etapa. 
Você verá no Módulo 5 que, na etapa de elaboração do prognóstico, para fazer as análises críticas 
sobre cada um dos elementos do saneamento, bem como do serviço como um todo, essa 
sistematização de forma ordenada será muito útil. A consequente priorização de cada situação 
diagnosticada acaba sendo mais evidente quando da execução das análises críticas. 
 
3.2.4. Socialização das informações 
Com a conclusão dos estudos técnicos e do consequente diagnóstico, devidamente sistematizado 
e preferencialmente com as priorizações estabelecidas é fundamental que as informações 
coletadas sejam socializadas. 
 
 
Para tal, é importante que sejam utilizados os meios de comunicação disponíveis, assim como 
garantir espaços para a divulgação de informações relevantes, como debates e oficinas. Devem 
também ser oportunizados encontros que permitam à comunidade participar na solução dos 
problemas, assim como no desenvolvimento de ações futuras e proativas. 
Agora que já vimos os elementos básicos para estruturar um diagnóstico, chegou o momento de 
debatermos quais informações precisam ser coletadas para se obter um panorama confiável da 
situação do município. Assim, no tópico a seguir serão apresentados os principais aspectos a 
serem avaliados durante o diagnóstico. 
 
 
4. ENFOQUES DO DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO 
O diagnóstico dos serviços públicos de saneamento básico do município deve, necessariamente, 
englobar os seguintes enfoques: caracterização geral do município, situação institucional, 
situação econômico-financeira, situação dos serviços de saneamento básico e situação dos 
 
ATENÇÃO 
Socializar as informações não significa apenas divulgá-las, mas também esclarecer e 
sensibilizar a comunidade, colocando-a a par dos problemas a serem enfrentados e 
mobilizando-a de forma a contribuir na elaboração do plano de intervenção e na 
implementação das ações futuras. 
MÓDULO 4 - ESTUDOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 
41 
 
 
 
setores que têm inter-relação com o saneamento básico. Vamos ver mais detalhadamente os 
itens ou quesitos que compõem esses enfoques para a realização do diagnóstico. 
 
4.1. Caracterização geral do município 
A caracterização local visa apresentar da melhor forma e maior abrangência possível o cenário que 
se quer planejar. A caracterização local é uma espécie de “registro fotográfico” que nos permite 
visualizar os mais diferentes cenários, permitindo, assim, analisar as interfaces destes com o 
saneamento, onde e como este deve se fazer presente. 
O Quadro 5 e o Quadro 6 apresentam os aspectos essenciais e complementares que devem ser 
contemplados nesta caracterização. 
 
 
Quadro 5 - Elementos essenciais a serem contemplados na caracterização dos municípios 
 ELEMENTOS ESSENCIAIS 
 Caracterização da área de planejamento: área, localização, distância entre a sede municipal e municípios da 
região, distância da capital do estado e distância entre distritos e sede municipal, dados de altitude, ano de 
instalação, dados climatológicos, série histórica de dados de população urbana e rural, taxas históricas anuais 
de crescimento populacional para o município, distritos e sedes, estudos populacionais recentes, população 
flutuante, quando significativa, com a indicação do período de ocorrência, fluxos migratórios, entre outros. 
 Demografia urbana e rural por renda, gênero, faixa etária, densidade e acesso ao saneamento e projeções 
de crescimento no horizonte de tempo do Plano Municipal de Saneamento Básico. 
 Caracterização geral dos seguintes aspectos: geomorfologia, climatologia, hidrografia, hidrogeologia e 
topografia do terreno. 
 Caracterização das áreas de interesse social: localização,

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