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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS MARIA CLARA BITTENCOURT GONÇALVES RA: 8116357 POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DAS ABORDAGENS TEÓRICAS: BEHAVIORISMO, PSICANÁLISE, GESTALT E HUMANISMO Atividade de portfólio apresentada ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina Psicologia da Educação, ministrada pela Tutora Maria Auxiliadora Bernabe de Freitas. SÃO PAULO 2020 BEHAVIORISMO E NEOBEHAVIORISMO POSSIBILIDADES A abordagem behaviorista estuda o comportamento observável através de estímulos (ambiente) e respostas (ações do indivíduo). A aprendizagem é entendida como resultado da associação entre estímulos e respostas. Comportamentos podem ser aprendidos por meio do condicionamento. Watson afirma que quanto mais recente e frequente for a associação de uma resposta a um estímulo, mais provável que essa associação se repita. Sendo assim, o professor deve vincular o mais rápido possível, o maior número de vezes, o estímulo relacionado à resposta que deseja que o aluno aprenda. Com base no que defende Skinner, o professor pode moldar o comportamento do aluno punindo as respostas indesejáveis e reforçando as desejáveis. O professor deve definir o comportamento que deseja e reforçar todas as tentativas que se aproximarem do objetivo. Para a manutenção de comportamentos adquiridos, o professor pode usar do reforço intermitente. De acordo com Bandura, a aprendizagem ocorre por meio do reforço vicariante, portanto, o aluno aprende ao observar o comportamento de outras pessoas e suas consequências, tendendo a adotar o modelo social que é reforçado. Assim, elogios dados a colegas também servem de reforço. Outra contribuição de Bandura diz respeito ao conceito de autoeficácia. O professor pode criar condições para aumentar a autoeficácia de seus alunos ao estabelecer objetivos alcançáveis. LIMITAÇÕES De acordo com o condicionamento clássico, respostas emocionais podem ser aprendidas através do pareamento de estímulos. Portanto, sentimentos como medo e antipatia podem ser associados a uma disciplina caso haja a presença de estímulos desagradáveis seja frequente na sala de aula. No processo de extinção de um comportamento, caso o professor ceda a insistência do aluno, acabará por lhe dar um reforço intermitente, resultando no oposto do desejado. Ao desconsiderar as questões individuais e subjetivas de cada indivíduo, a eficácia do método de reforçamento pode ser prejudicada, uma vez que um mesmo reforço pode ter efeito diferente em muitas crianças. GESTALT POSSIBILIDADES O objeto de estudo da Gestalt é a percepção. Segundo a Gestalt, o cérebro é dinâmico e a percepção reconhece um todo organizado que vai além da soma isolada dos elementos. Acreditam que o pensamento se organiza a partir da relação entre o todo e as partes; que percebemos relações e tendemos à totalidade harmônica. As relações que estabelecemos para a organização do campo perceptivo seguem os princípios da continuidade, semelhança, preenchimento, pregnância e figura-fundo. Gestalt compreende aprendizagem voltada à solução de problemas. Para os gestaltistas, a aprendizagem ocorre por insight, ou seja, quando há a súbita compreensão da solução do problema. Essa compreensão se dá quando as informações de conectam e fazem sentido, configurando uma totalidade. O professor deve contribuir para o insight nos alunos, organizando estímulos e contextualizando os assuntos de maneira a facilitar o processo perceptivo. Para compreender um conteúdo específico é preciso que o professor estabeleça relações com informações que o aluno já possui, contextualizando o conteúdo no todo. Como a percepção é individual e subjetiva, o professor deve buscar compreender como cada aluno relaciona o conteúdo da aula para poder ajudá-los. Alunos diferentes podem necessitar de abordagens distintas para aprender, já que possuem percepções e experiências passadas diferentes. Professor pode usar dos princípios de organização perceptual para auxiliar na apresentação visual dos conteúdos e na organização do currículo, já que são leis que explicam como nossa percepção tende a relacionar elementos a fim de estabelecer uma totalidade harmônica. LIMITAÇÕES A nossa percepção nem sempre está de acordo com a realidade, pois está relacionada com as aparência e nossa interpretação. O aluno também pode chegar a uma solução aparentemente correta, que constitui uma totalidade mas que é uma resposta falsa. A forma como alguns estímulos são apresentados ao aluno podem levá-lo a uma compreensão superficial da situação ou até a um falso insight. Se o professor não fornecer explicações clara, ou o aluno não tiver todos os dados suficientes para compreensão do problema, o aluno pode acabar recorrendo à "decoreba" para completar o que falta e configurar o todo. PSICANÁLISE POSSIBILIDADES Através da estruturação do aparelho psíquico, a Psicanálise contribuiu para a compreensão de como a dimensão inconsciente influencia o comportamento. A aprendizagem, como qualquer atividade humana, é atravessada por conteúdos inconscientes. O aprender envolve uma relação afetiva entre professor e aluno que, por sua vez, é marcada pela dinâmica transferencial. Os conceitos de transferência e contratransferência, elaborados por Freud, contribuem para a compreensão de que professor e aluno podem inconscientemente transferir entre si sentimentos e significados que influenciam na aprendizagem, pois estes serão vinculados ao desejo de aprender e ensinar. Ciente disso, o professor deve ficar alerta sobre a contratransferência de sentimentos negativos, buscando sempre criar uma relação positiva que beneficie a aprendizagem do aluno. Outro ponto que o professor deve se atentar é sobre os mecanismos de defesa que podem estar acontecendo na relação aluno-professor, por parte de ambos. Por estes motivos, o professor deve buscar conhecer o aluno e suas características específicas, resgatar sua história pessoal e como são suas relações interpessoais. LIMITAÇÕES A dinâmica transferencial atua tão profundamente que pode possibilitar ou impedir a aprendizagem pois todo ensinamento vindo do professor será ouvido através da posição que ele ocupa no inconsciente do aluno. O professor e sua significação para o aluno são chave para o aprendizado. Isso posto, a psicanálise não oferece métodos ou fórmulas que visem um ensino mais eficiente ou produtivo, na verdade, deve-se dar menos ênfase a métodos, uma vez que não se pode controlar os efeitos que se produz sobre o aluno. Com isso, dificuldades e fracassos podem estar relacionados à transferência e contratransferência. HUMANISMO POSSIBILIDADES O Humanismo propõe um ensino centrado no aluno, baseado na confiança da capacidade natural do aluno para aprender e desenvolver suas potencialidades. Objetiva humanizar o contexto escolar através de uma relação genuína entre professor e alunos com base na compreensão empática, aceitação, confiança no aluno e congruência por parte do professor. O professor deve procurar criar um ambiente saudável que estimule o aluno a se manter motivado a aprender, promovendo a liberdadede escolha e expressão, criatividade, responsabilidade e autonomia. O professor atua como facilitador e deve criar condições para a aprendizagem, buscando a autoiniciativa do aluno. Assim, há uma maior participação do aluno no processo e nas escolhas do programa; o professor provê recursos e os alunos buscam seus interesses, visando a autodescoberta. Para que haja uma aprendizagem significativa, aluno deve ter contato com problemas reais e que ele julgue importante para sua existência. LIMITAÇÕES Nessa abordagem a transmissão de conteúdos fica em segundo plano pois o foco está em aprender a aprender. Prioriza-se a experiência, as relações interpessoais e o desenvolvimento pessoal, sendo assim, o conteúdo advém das próprias experiências dos alunos. O método tem pouca importância porque o processo de ensino depende do caráter pessoal do professor e de como ele se relaciona com os alunos. Portanto, não é possível ensinar um repertório de estratégias, cada professor deve desenvolver o seu. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOCK, A. M. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. CAMPOS, J. AP. P. P. et al. Psicologia da educação. Batatais: Claretiano, 2016. COELHO, W. F. (Org.). Psicologia da educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. (Livro Digital/Pearson) FERREIRA, B. W. A aprendizagem na perspectiva humanista de Carl Rogers. In: La Rosa, Jorge de (Org.). Psicologia e educação: o significado do aprender. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. p. 149-167 MARQUES, T. B. I.; SLOMP, P. F.. Gestalt: material didático. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/psicoeduc/a-gestalt/c32.htm>. Acesso em: 28 de mar. 2020.
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