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Coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 1 Índice 1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 4 2 – ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ............................................................................ 6 2.1 – Ossos .................................................................................................................................................. 6 2.1.1 – Acetábulo ..................................................................................................................................... 6 2.1.2 – Fêmur (proximal) .......................................................................................................................... 7 2.2. Cápsula articular coxofemoral .............................................................................................................. 54 2.3 – Sistema ligamentar da articulação coxofemoral .................................................................................... 54 2.3.1 – Ligamento iliofemoral ................................................................................................................. 54 2.3.2 – Ligamento pubofemoral ............................................................................................................... 55 2.3.3 – Ligamento isquiofemoral ............................................................................................................. 55 2.3.4 – Ligamento da cabeça do fêmur (redondo) ..................................................................................... 56 2.3.5 – Ligamento transverso do acetábulo .............................................................................................. 56 2.4 – Sistema muscular da articulação do quadril .......................................................................................... 57 2.4.1 – Iliopsoas .................................................................................................................................... 57 2.4.2- Pectíneo ...................................................................................................................................... 59 2.4.3 – Sartório...................................................................................................................................... 59 2.4.4 – Tensor da fáscia lata ................................................................................................................... 60 2.4.5 – Quadríceps ................................................................................................................................. 61 .4.7 – Adutor curto ................................................................................................................................. 62 2.4.8 – Adutor magno ............................................................................................................................. 63 2.4.9 – Grácil ........................................................................................................................................ 63 2.4.10 – Obturador interno ..................................................................................................................... 64 2.4.12 – Glúteo médio ............................................................................................................................ 66 2.4.13 – Glúteo mínimo .......................................................................................................................... 67 2.4.14 – Gêmeo superior ........................................................................................................................ 68 2.4.15 – Gêmeo inferior .......................................................................................................................... 68 2.4.16 –Quadrado femoral ...................................................................................................................... 68 Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 2 2.4.17 – Piriforme .................................................................................................................................. 69 2.4.18 – Semitendíneo ............................................................................................................................ 70 2.4.19 – Semimembranáceo .................................................................................................................... 70 2.4.20 – Bíceps femoral .......................................................................................................................... 71 2.5 – Vascularização da articulação coxofemoral .......................................................................................... 72 2.6 – Inervação da articulação coxofemoral .................................................................................................. 72 3 – FISIOLOGIA ARTICULAR .................................................................................................................. 73 3.1 – Flexão .............................................................................................................................................. 74 3.2 – Extensão ........................................................................................................................................... 75 3.3 – Abdução ........................................................................................................................................... 76 3.4 – Adução ............................................................................................................................................. 77 3.5 – Rotação lateral .................................................................................................................................. 77 3.6 – Rotação medial .................................................................................................................................. 78 5 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ................................................ 78 5.1 – Disfunção em anterioridade (rotação medial) ....................................................................................... 79 5.2 – Disfunção em rotação lateral (posterioridade) ...................................................................................... 80 5.3 – Disfunção em compressão da coxofemoral........................................................................................... 81 6 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS NA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ....................................................................................................................................... 83 7 – AVALIAÇÃO DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ........................................................................ 84 7.1 – Inspeção (estática e dinâmica)............................................................................................................. 84 7.2 - Palpação ............................................................................................................................................ 85 7.3 – Testes articulares ............................................................................................................................... 85 7.3.1 – Teste de mobilidade para disfunções de anterioridade (rotação medial) .......................................... 85 7.3.2 – Teste de mobilidade para disfunções de posterioridade (rotação lateral) ......................................... 87 7.3.3 – Teste de mobilidade das rotações da articulação coxofemoral ........................................................ 87 7.4 – Testes ortopédicos .............................................................................................................................88 7.4.1 – Teste de Ober ............................................................................................................................. 88 Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 3 7.4.2 – Teste de Anvil ............................................................................................................................. 89 7.4.3 – Teste de compressão axial ........................................................................................................... 90 7.4.4 – Sinal de Trendelenburg/Duchenne ................................................................................................ 90 8 - TÉCNICAS DE TRATAMENTO DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ........................................... 91 8.1 – Técnicas de tecidos moles .................................................................................................................. 91 8.1.1 – Técnica de energia muscular para disfunção em anterioridade (rotação medial ............................... 91 8.1.2 – Técnica de energia muscular para disfunção em posterioridade (rotação lateral) ............................ 92 8.1.3 – Técnica de alongamento da cápsula anterior ................................................................................ 93 8.1.4 – Técnica de alongamento da cápsula posterior ............................................................................... 94 8.1.5 – Técnica de streching dos músculos pelvi-trocantéricos ................................................................... 94 8.1.6 – Técnica de streching dos adutores ................................................................................................ 95 8.1.7 – Técnica de streching do trato ílio-tibial ........................................................................................ 95 8.1.8 – Técnica de streching do músculo tensor da fáscia lata ................................................................... 96 8.2 – Técnicas articulares ........................................................................................................................... 97 8.2.1 – Técnica de decoaptação da coxofemoral com o paciente em decúbito lateral ................................... 97 8.2.2 – Técnica de decoaptação da coxofemoral com o paciente em decúbito dorsal ................................... 98 8.2.3 - Técnica de thrust para disfunção de rotação medial da coxofemoral ............................................... 99 8.2.4 - Técnica de thrust para disfunção de rotação lateral da coxofemoral ................................................ 99 8.2.5 – Técnica de thrust para disfunção de rotação lateral da coxofemoral 2 .......................................... 100 8.2.6 - Técnica de thrust direto para disfunção de anterioridade da coxofemoral ...................................... 101 8.2.7 – Técnica de thrust direto para disfunção de posterioridade da coxofemoral .................................... 102 8.2.8 - Técnica de mobilização de Schultz para disfunção de rotação lateral da coxofemoral ..................... 102 8.2.9 - Técnica de mobilização de Schultz para disfunção de rotação medial da coxofemoral ..................... 103 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 105 Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 4 1 – INTRODUÇÃO As extremidades inferiores estão sujeitas a sobrecargas constantes transmitidas pelos contatos dos pés no solo, enquanto ao mesmo tempo devem suportar a massa do tronco, cabeça e membros superiores. Ambos os membros inferiores são conectados um ao outro e também ao tronco por intermédio da cintura pélvica. Esta cintura serve de fixação de 28 músculos do tronco e da coxa, sendo que nenhum deles é posicionado para agir de forma isolada na articulação do quadril. O sinergismo entre esses músculos é importante para que a situação estática e dinâmica desse complexo articular funcione de forma equilibrada. A articulação mais proximal dos membros inferiores é a articulação do quadril também conhecida como coxofemoral. Ela é composta pela cabeça do fêmur convexa que se encaixa na fossa do acetábulo que é côncava. É uma articulação sinovial multiaxial do tipo trocóide, que permite movimentos nos três planos de espaço que são essenciais para a deambulação humana. Assim com a cintura escapular, a pelve deve se encontrar orientada para posicionar a articulação do quadril numa posição favorável aos movimentos dos membros inferiores. Articulação coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 5 Quando se compara as articulações glenoumeral com a coxofemoral é possível notar uma diferença significativa que interfere na mobilidade: a glenoumeral tem menor superfície de contato (coaptação) permitindo muita mobilidade, enquanto a coxofemoral tem maior coaptação e menor mobilidade. Esta menor capacidade de movimento da coxofemoral é compensada pela coluna lombar. Além de ser muito exigida durante os movimentos da marcha, esta articulação é responsável pela transmissão de forças do tronco para o membro inferior quando o homem está em posição ortostática. Essa transmissão de forças fica nítida quando observamos o direcionamento das trabéculas ósseas dos ossos que compõem a articulação coxofemoral. As articulações coxofemorais se adaptam facilmente em relação ao posicionamento das articulações mais distais dos membros inferiores (tornozelo, pé, joelho), e também em relação ao posicionamento da própria pelve (anteversão, retroversão) e da coluna vertebral. As adaptações estáticas da articulação do quadril influenciam diretamente a capacidade dinâmica desta articulação e devem ser consideradas quando se realiza uma análise desta região. É muito freqüente que as articulações do quadril apresentem restrições de mobilidade secundárias aos problemas das articulações sacro-ilíacas, mas não é interessante menosprezar a possibilidade de disfunções primárias nesse nível. As disfunções somáticas do quadril são acompanhadas de importantes desequilíbrios tensionais dos músculos relacionados a esta articulação, por isso é primordial saber analisar e tratar tais problemas. Representação das trabéculas ósseas do quadril Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 6 2 – ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL 2.1 – Ossos Como mencionado anteriormente, a articulação do quadril é composta pelos ossos da pelve e o fêmur. A pelve tem formato irregular e é composta por três ossos fusionados em um na vida adulta: ílio, ísquio e púbis. Num local formado pela união desses 3 ossos, se encontra a cavidade do acetábulo que se encaixa na cabeça do fêmur. Os ossos da pelve e o fêmur já foram descritos em outras apostilas, sendo assim será dada maior atenção para as estruturas ósseas que compõem a articulação coxofemoral. 2.1.1 – Acetábulo Esta grande cavidade que recebe a cabeça do fêmur tem forma de soquete, e situa-se na face lateral do osso do quadril. O acetábulo é formado por todas as três partes do osso da pelve. Na margem inferior do acetábulo existe uma zona deficiente sem a continuidade da borda, chamada de incisura do acetábulo. A periferia da cavidade do acetábulo é coberta por cartilagem em formato de meia-lua (lábio do acetábulo), sendo que esta cartilagem é interrompida na região da incisura. O lábio do acetábulo envolve a cabeça do fêmur proporcionando maior superfície de contato. A fossa do acetábulo é a depressão que se encontra acima da incisura. Em posição anatômica, o acetábulo é voltado no sentido inferior, lateral e anterior, com a incisura do acetábulo voltada para baixo. Esta fossa é fina, não-articular e translucida. Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 7 2.1.2 – Fêmur (proximal) O fêmur é o osso mais longo e forte do ser humano. Suacabeça é constituída por 2/3 de formato esférico com cerca de 40 a 50 mm de diâmetro. Ela se projeta no sentido supero-medial e ligeiramente para frente quando se articula com o acetábulo. A cabeça femoral se liga ao corpo do fêmur pelo colo do fêmur. Na região onde o corpo se une ao colo encontram-se duas grandes projeções, o trocânter maior e menor do fêmur que servem de ponto de ancoragem de músculos que representam importantes funções relacionadas a articulação coxofemoral. O trocânter maior é um ponto de referência facilmente palpável. Vista lateral do osso ilíaco direito Região proximal do fêmur direito A forma da cabeça e do colo do fêmur varia segundo os indivíduos, sendo que são resultados de adaptações funcionais do ser humano. O colo do fêmur forma um ângulo de inclinação com o eixo do fêmur no plano frontal. No adulto normalmente tem cerca de 125 graus (entre 115 a 140).Variações nessa angulação podem ocorrer, sendo que seu aumento é conhecido como coxa valga e a redução desse ângulo é conhecida como coxa vara. Este ângulo é menor nas mulheres pela largura da pelve e a obliqüidade maior do corpo do fêmur. Esta arquitetura permite mobilidade, mas impõe tensão importante ao colo do fêmur, fazendo com que as fraturas nessa zona sejam freqüentes em indivíduos com idade mais avançada. Normalmente a cabeça do fêmur encontra-se anteriormente ao eixo do fêmur no plano transversal. Esse ângulo de anteversão tem aproximadamente 15 graus nos adultos. O aumento desse ângulo é conhecido como anteversão excessiva do fêmur, e sua diminuição é conhecida como retroversão femoral. Ângulo de inclinação da cabeça do fêmur Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 54 2.2. Cápsula articular coxofemoral Esta cápsula articular fibrosa, forte e frouxa se fixa proximalmente no acetábulo e ligamento transverso do acetábulo, e distalmente no colo do fêmur. A maior parte das fibras capsulares apresenta uma forma em espiral do quadril até o fêmur. Algumas partes mais espessas da cápsula que revestem a mesma levam o nome de ligamentos, como por exemplo, o iliofemoral que reveste a cápsula anteriormente. Os ligamentos da articulação do quadril permitem flexão considerável, mas restringem a extensão em 10 a 20 graus além da posição vertical. 2.3 – Sistema ligamentar da articulação coxofemoral 2.3.1 – Ligamento iliofemoral Tem formato de Y e reforça a cápsula articular anteriormente. Fixa-se proximalmente na espinha ilíaca antero-inferior e na margem do acetábulo, e distalmente se divide em duas partes que se fixam na linha intertrocantérica. Limita a hiperextensão do quadril. Ângulos da cabeça do fêmur (plano transversal) Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 55 2.3.2 – Ligamento pubofemoral Reforça a articulação do quadril medialmente e inferiormente, se fixando medialmente na crista obturatória do púbis e funde-se lateralmente com a cápsula articular. Este ligamento limita a abdução e hiperextensão do quadril. 2.3.3 – Ligamento isquiofemoral Encobre a cápsula posteriormente. Fixa-se na parte isquiática do acetábulo medialmente, e lateralmente no colo do fêmur. Limita a hiperextensão e também a rotação medial. Esses três ligamentos se fixam no anel do acetábulo e cruzam a articulação do quadril em forma espiral para se fixar no colo do fêmur. O efeito combinado da fixação em espiral serve para limitar um movimento em uma direção (extensão) e permitir que o movimento ocorra na direção oposta (flexão). Ligamentos da face anterior da articulação coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 56 2.3.4 – Ligamento da cabeça do fêmur (redondo) É um ligamento pequeno, fraco e intracaspular, que tem pouca importância para o reforço da articulação do quadril. Fixa-se proximalmente no acetábulo e distalmente na fóvea da cabeça do fêmur, e normalmente contém uma pequena artéria para a cabeça do fêmur. 2.3.5 – Ligamento transverso do acetábulo É uma parte do lábio acetabular, diferindo desse por não ter fibras cartilagíneas. Consiste em fortes fibras achatadas que cruzam a incisura acetabular. Ligamentos da face posterior da articulação coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 57 2.4 – Sistema muscular da articulação do quadril Assim como o ombro, o quadril tem um grupo de músculos uniarticulares que proporcionam a maior parte do controle, e um grupo de músculos longos biarticulares que dão capacidade de amplitude de movimento. Tais músculos podem ser organizados de acordo com sua localização ou também sua ação. Por exemplo, os músculos posteriores tendem a ser extensores, os anteriores flexores, os mediais adutores e os laterais abdutores. *região anterior 2.4.1 – Iliopsoas É divido numa porção ampla lateral, o ilíaco e outra parte longa e medial, o psoas. O músculo ilíaco se fixa proximalmente na fossa ilíaca e o psoas em todas as lombares e T12. Os dois ventres se unem num tendão que se fixa distalmente no trocânter menor do fêmur. Sua inervação é dada feita por ramos do plexo lombar (T12, L1, L2 e L3). É o principal flexor do quadril, e quando a coxa está fixa, flexiona o tronco sobre o quadril. Também atua como inclinador lateral da coluna lombar. Ligamentos da cabeça do fêmur e transverso do acetábulo Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 58 É um músculo afetado por vários tipos de disfunções: T12-L1, lombar, ilíaco, sacro, coxofemoral, visceral. Músculo iliopsoas Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo iliopsoas Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 59 2.4.2- Pectíneo É um músculo quadrangular e achatado localizado na face antero-medial da parte proximal da coxa. Sua fixação superior é no ramo superior do púbis e a fixação inferior na linha pectínea do fêmur. Inervado pelo nervo femoral (L2, L3 e L4). Sua contração faz a flexão, adução e auxilia na rotação medial da coxa. 2.4.3 – Sartório Um dos músculos mais longos do corpo humano passa obliquamente de lateral para medial na face anterior da coxa. É biarticular, pois atua nas articulações do quadril a também do joelho. Sua fixação superior é na EIAS e a fixação inferior na superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso). É inervado pelo femoral (L2, L3). Sua ação está ligada à flexão, abdução e rotação lateral do quadril. Músculo pectíneo Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo pectíneo 2.4.4 – Tensor da fáscia lata Músculo fusiforme com cerca de 15 cm de comprimento incluso entre duas lâminas da fáscia lata. Sua fixação proximal é feita na EIAS e crista ilíaca, e a fixação distal no trato ilio-tibial. É inervado pelo n. glúteo superior (L4, L5). No quadril este músculo atua como flexor, abdutor e rotador medial. Músculo pectíneo Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo sartório Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo tensor da fáscia lata Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 61 2.4.5 – Quadríceps Este grupo é composto por quatro músculos (vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral), sendo que apenas um deles cruza a articulação do quadril: o reto femoral. Este músculo se fixa proximalmente na EIAS e distalmente na tuberosidade da tíbia. É inervado pelo n. femoral (L2, L3), e no quadril realiza a flexão quando se contrai. Músculo reto femoral Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo reto femoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 62 *região medial 2.4.6 – Adutor longo É o músculo situado mais anteriormente no grupo dos adutores. Sua fixação proximal é feita na superfície anterior do púbis e sínfise púbica, enquantoa fixação distal está na linha áspera do Fêmur. Inervado pelo n. obturatório (L2 - L4) e sua ação é aduzir a coxa. .4.7 – Adutor curto Situa-se profundamente ao pectíneo e adutor longo. Sua fixação proximal é no ramo inferior do púbis, e sua fixação distal é na linha áspera. Este adutor do quadril é inervado pelo n.obturatório (L2, l3, L4). Músculo adutor longo Músculo adutor curto Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo adutor curto 2.4.8 – Adutor magno É o maior dos músculos adutores. Sua fixação proximal é na tuberosidade isquiática, ramo do púbis e do ísquio, enquanto sua fixação distal é na linha áspera do fêmur e tubérculo adutor. Inervado pelo n. obturatório (L2, L3, L4) e n. Isquiático (L4 à S1), Sua ação é adução da coxa. 2.4.9 – Grácil É o mais superficial e fraco do grupo dos adutores. É o único biarticular deste grupo, pois cruza a articulação do joelho. Sua fixação proximal é no púbis e a distal na superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso). Inervado pelo n. obturatório (L2, L3). É um músculo adutor, flexor do quadril. Músculo adutor magno Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo adutor magno Músculo grácil 2.4.10 – Obturador interno Este músculo achatado e pequeno situa-se profundamente na parte súpero-medial da coxa. Sua fixação medial é na face interna da membrana obturatória e ísquio, e sua fixação lateral é no trocânter maior e fossa trocantérica do fêmur. Inervado pelo n.obturatório interno (L5, S1, S2). É um rotado lateral do quadril. Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo grácil Músculo obturador interno Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 65 2.4.11 – Glúteo máximo É o músculo glúteo mais superficial, mais pesado e com as fibras mais densas da região glútea. Ele cobre os outros músculos glúteos, exceto uma pequena parte do glúteo médio. Sua fixação medial é na face posterior do osso ilíaco e do sacro, e sua fixação lateral é na face posterior do fêmur distal ao trocânter maior e banda ilio-tibial. É inervado pelo n. glúteo inferior (L5, S1, S2). Realiza extensão e rotação lateral do quadril. Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo obturador interno Músculo glúteo máximo Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 66 2.4.12 – Glúteo médio Fixa-se proximalmente na face externa da asa ilíaca, e medialmente na face lateral do trocânter maior do fêmur. Inervado pelo n. glúteo superior (L4, L5, S1), é um abdutor do quadril. Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo glúteo máximo Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo glúteo médio Músculo glúteo médio Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 67 2.4.13 – Glúteo mínimo Sua fixação proximal é na face externa da asa ilíaca, logo abaixo do glúteo médio, e sua fixação distal é na face anterior do trocânter maior do fêmur. Inervado pelo n. glúteo superior (L4, L5, S1), é um músculo abdutor e rotador medial do quadril. Músculo glúteo mínimo Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo glúteo mínimo 2.4.14 – Gêmeo superior A fixação medial é na espinha isquiática, e a lateral é no trocânter maior. Inervado por um nervo próprio (L5 - S2), tem como ação a rotação lateral do quadril. 2.4.15 – Gêmeo inferior Sua fixação medial é na tuberosidade isquiática e a lateral é no trocânter maior do fêmur. Inervado por nervo próprio (L4 - S1), tem como ação a rotação lateral do quadril. 2.4.16 –Quadrado femoral Sua fixação medial é na tuberosidade isquiática e a lateral é na crista intertrocantérica. Inervado pelo n. para o quadrado femoral e gêmeo inferior (L4 - S1). Sua principal ação é a rotação lateral e adução do quadril. Músculo gêmeo superior Músculo gêmeo inferior Músculo quadrado femoral 2.4.17 – Piriforme Este músculo estreito em formato de pêra (pirum do lat. pêra) fica localizado posteriormente à articulação do quadril. Na maioria dos indivíduos o nervo isquiático passa por baixo das fibras do piriforme para deixar a pelve em direção ao membro inferior, mas algumas vezes com menor freqüência o nervo passa por entre as fibras do músculo. Esta anatomia faz com que o aumento da tensão desse músculo possa causar uma neuropatia de compressão do isquiático, podendo ser confundida com patologias nas raízes desse nervo. Tem sua fixação medial na superfície pélvica do sacro e margem da incisura isquiática maior. Sua fixação lateral é encontrada no trocânter maior. Possui inervação própria (S2), e suas principais ações são a abdução e rotação lateral do quadril. Músculo piriforme Pontos-gatilho e zona de dor referida do músculo piriforme Relação entre o músculo piriforme e o nervo isquiático * os isquiotibiais 2.4.18 – Semitendíneo É um músculo fusiforme e tendíneo como o próprio nome indica. Tem uma fixação proximal em comum com o semimebranáceo e cabeça longa do bíceps femoral, na tuberosidade isquiática. Sua fixação distal é na superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso). Inervado pelo n. Isquiático (L5, S1, S2). No quadril este músculo atua como flexor. 2.4.19 – Semimembranáceo Sua fixação proximal é na tuberosidade isquiática e distal no côndilo medial da tíbia. Inervado pelo n. Isquiático (L5, S1, S2). A ação dele no quadril é ligada a extensão. Músculo semitendíneo e semimebranáceo 2.4.20 – Bíceps femoral Este músculo tem duas cabeças como seu nome indica. A fixação proximal da cabeça longa é na tuberosidade isquiática e ligamento sacro-tuberoso, e da cabeça curta na face lateral da linha áspera do fêmur. A fixação distal das duas cabeças é na cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia. Inervado pelo n. Isquiático (L5, S1, S2). No quadril também atua como extensor. Músculo bíceps femoral Pontos-gatilho e zona de dor referida dos músculos isquiotibiais 2.5 – Vascularização da articulação coxofemoral As artérias que suprem a articulação coxofemoral são: Artéria para a cabeça do fêmur: ramo da obturatória que penetra na cabeça do fêmur através do ligamento da cabeça do fêmur (redondo). Artérias circunflexas femorais (lateral e medial): normalmente são ramos da femoral profunda, mas em alguns casos origina-se da femoral. As artérias mais importantes para o suprimento da articulação do quadril são as circunflexas. Essas artérias podem ser danificadas nos casos de fratura do colo do fêmur, resultando em necrose avascular da cabeça do fêmur. 2.6 – Inervação da articulação coxofemoral Alguns nervos participam da inervação da articulação coxofemoral: N. femoral: região anterior; N. obturatório: região inferior; Irrigação arterial da articulação coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 73 N. glúteo superior: região superior e posterior; N. para o músculo quadrado femoral: região posterior. Verificando que a inervação da articulação coxofemoral é proporcionada por fibras nervosas originadas no plexo lombar e sacral, é importante ficar claro que sintomas na região do quadril podem ser causados por problemas lombo-pélvicos. 3 – FISIOLOGIA ARTICULAR A articulação coxofemoral é a mais proximal do membro inferior e sua função é orientar o membro em todas as direções do espaço, por isso é multiaxial: O eixo transversal (X X’) localizado no plano frontal permite que ocorram os movimentos de flexão e extensão; O eixo antero-posterior (Y Y’) localizado no plano sagital permite que ocorram os movimentos de abdução e adução; O eixo axial (Z) localizado no plano transversal permite que ocorram os movimentos de rotação medial e lateral.Eixos de movimento da articulação coxofemoral 3.1 – Flexão É o movimento que leva a face anterior da coxa em direção ao tronco, de tal forma que o membro inferior ultrapasse o plano frontal. A amplitude desse movimento varia de acordo com alguns fatores: A flexão ativa não é tão ampla quanto a passiva; O posicionamento do joelho interfere diretamente na amplitude. Quando o joelho está estendido, a flexão do quadril normalmente não passa dos 90 graus, e quando o joelho está flexionado atinge ou até ultrapassa os 120 graus. Os músculos motores desse movimento são: Psoas (1) Ilíaco (2) Sartório (3) Reto femoral (4) Tensor da fáscia lata (5) Pectíneo (6) Adutor médio (7) Grácil (8) Fibras anteriores do glúteo médio e mínimo (9) 3.2 – Extensão O movimento de extensão do quadril é aquele que leva o membro inferior para trás do plano frontal. A amplitude desse movimento é bem menor que da flexão, e é limitado pela tensão ligamentar (principalmente iliofemoral) como descrito anteriormente. A amplitude da extensão também depende de certos fatores: A amplitude passiva (20 a 30 graus) é maior que a ativa; Quando a extensão é realizada com o joelho estendido (20 graus) é maior que quando está flexionado. A extensão do quadril aumenta de forma importante quando a pelve faz a rotação anterior e a coluna lombar aumenta sua lordose. Os músculos motores desse movimento são: Glúteo máximo (1) Glúteo médio (2) Glúteo mínimo (3) Bíceps femoral (4) Semitendíneo (5) Semimebranáceo (6) Adutor magno (7) Músculos motores do movimento de extensão do quadril 3.3 – Abdução É o movimento que dirige o membro inferior para fora, afastando da linha média do corpo. Normalmente a abdução do quadril ocorre de forma bilateral. Quando o movimento ultrapassa os 30 graus, ele ocorre de forma simétrica nas duas articulações. Ou seja, quando se completa o movimento de abdução do quadril sendo que os dois membros inferiores formam um ângulo de 90 graus, na verdade ocorrem 45 graus em cada quadril. A abdução está limitada pelo contato ósseo do colo do fêmur com a cavidade do acetábulo, porém antes que isso ocorra, a tensão imposta nos músculos adutores e ligamentos (pubofemoral e iliofemoral) intervém no movimento. Os músculos motores desse movimento são: Glúteo médio (GM) Glúteo mínimo (Gm) Tensor da fáscia lata (TFL) Glúteo máximo – fibras superiores (G) Piriforme (Pm) Músculos motores do movimento de abdução do quadril Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 77 3.4 – Adução Este movimento leva o membro inferior para dentro em direção ao plano de simetria do corpo. Não existe movimento de adução pura, e sim de forma relativa, pois a partir de uma posição de abdução o membro se dirige para dentro. Também existem movimentos de adução combinados com flexão ou extensão. A amplitude máxima desse movimento é de 30 graus. Os principais músculos motores desse movimento são: Adutor magno (AM) Grácil (Ri) Adutor médio (Am) Pectíneo (P) Glúteo máximo, quadrado femoral, obturador interno e externo, isquiotibiais. 3.5 – Rotação lateral É o movimento que leva a ponta do pé para fora. A amplitude máxima desse movimento é cerca de 60 graus. Os músculos motores desse movimento são: Piriforme (Pm) Obturador externo (Obe) Obturador interno (Obi) Quadrado femoral (CC) Glúteo máximo (G) Músculos motores do movimento de adução do quadril Músculos motores do movimento de rotação lateral do quadril 3.6 – Rotação medial É o movimento em que a ponta do pé é levado para dentro. Quando o movimento é realizado de forma pura, sem combinar flexão ou extensão, atinge no máximo 30 a 40 graus. Os músculos motores são: Tensor da fáscia lata (TFL) Glúteo mínimo (Gm) Glúteo médio (GM) 5 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL Como citado anteriormente, as disfunções coxofemorais são encontradas com freqüência de forma adaptativa a outros problemas. É importante ter a máxima compreensão sobre a função normal assim como as disfunções da articulação coxofemoral para que se possa identificar problemas e tomar as decisões corretas sobre a conduta de tratamento. Na prática clínica depara- se com situações muito variadas. As disfunções somáticas da articulação coxofemoral geram desequilíbrios nas tensões e tônus dos músculos relacionados à sua mobilidade. São problemas mais ligados à tensões musculares do que fixações articulares importantes, por isso muitas vezes é importante o tratamento dos músculos relacionados às disfunções. Músculos motores do movimento de rotação medial do quadril Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 79 Podem acontecer de forma primária ou secundária. Quando as adaptações da coxofemoral são encontradas, inicialmente é necessário corrigir os problemas primários e reavaliar as adaptações. Quando mantidas por tempo prolongado em situação adaptativa com desequilíbrios tensionais, os tecidos moles (conjuntivo) relacionados têm suas características plásticas e tixotrópicas modificadas. Disfunções primárias: um movimento feito de forma exagerada ou um mecanismo traumático que gere uma resposta muscular e esta por sua vez fixe a cabeça do fêmur numa posição de anterioridade (rotação medial) ou posterioridade (rotação lateral). Disfunções secundárias: o Disfunções dos ilíacos: Ilíaco posterior: coxofemoral em posterioridade; Ilíaco anterior: coxofemoral em anterioridade; o Disfunções dos joelhos Rotação interna: coxofemoral em anterioridade; Rotação externa: coxofemoral em posterioridade; Lateralidade interna: coxofemoral em anterioridade: Lateralidade externa: coxofemoral em posterioridade: o Disfunções tóraco-lombares: psoas 5.1 – Disfunção em anterioridade (rotação medial) A cabeça do fêmur se encontra em anterioridade (rotação medial) fixada pelas fibras anteriores dos músculos glúteos médio e mínimo. É uma disfunção associada à uma compressão da articulação coxofemoral. Observado o paciente em pé ou em decúbito dorsal, é possível evidenciar a rotação medial da coxofemoral pelo posicionamento do pé voltado para dentro. Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 80 Na palpação, a o trocânter maior do lado em disfunção se encontra mais anterior e existe sensibilidade aumentada na face posterior do trocânter. Isso se deve a tensão excêntrica exercida nos rotadores laterais que se fixam nessa zona. A tração constante no periósteo do trocânter provoca respostas inflamatória nas junções miotendinosas e conseqüentemente dor à palpação. O paciente pode apresentar dor na face anterior do quadril devido à contratura dos músculos que fixam a disfunção. Tais músculos também podem causar dores referidas nos membros inferiores pela presença de pontos gatilhos. Nos testes de mobilidade é possível evidenciar uma perda da rotação lateral do quadril e uma restrição ao deslizamento posterior da cabeça do fêmur. 1- Fibras anteriores do glúteo mínimo 2- Fibras anteriores do glúteo médio 3- Rotação anterior ilíaco 4- Trocânter maior anterior 5- Rotação medial do fêmur 5.2 – Disfunção em rotação lateral (posterioridade) Esta é a disfunção mais freqüente da articulação coxofemoral. A cabeça do fêmur se encontra em posterioridade (rotação lateral) fixada pelos músculos: piriforme, psoas, quadrado femoral, pectíneo e fibras posteriores dos músculos glúteo médio e mínimo. É uma disfunção associada à uma compressão da articulação coxofemoral. Observado o paciente em pé ou em Representação da disfunção em anterioridade coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 81 decúbito dorsal, é possível evidenciar a rotação lateralda coxofemoral pelo posicionamento do pé voltado para fora. Na palpação, a o trocânter maior do lado em disfunção se encontra mais posterior e existe sensibilidade aumentada na face anterior do trocânter, pela tensão excêntrica exercida nos rotadores mediais. O paciente também pode apresentar dor na face posterior do quadril devido à contratura dos músculos que fixam a disfunção. Tais músculos também podem causar dores referidas nos membros inferiores pela presença de pontos gatilhos. Nos testes de mobilidade é possível evidenciar uma perda da rotação medial do quadril e uma restrição ao deslizamento anterior da cabeça do fêmur. 1- Porção posterior do glúteo médio 2- Porção posterior do glúteo mínimo 3- Piriforme 4- Quadrado femoral 5- Rotação posterior ilíaco 6- Sacro anterior unilateral ou torção 7- Trocânter maior posterior 8- Rotação lateral de fêmur. 5.3 – Disfunção em compressão da coxofemoral É um problema freqüente na articulação coxofemoral que normalmente está associado às disfunções de anterioridade ou posterioridade. É comum ocorrer esse problema, pois a Representação da disfunção em posterioridade coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 82 importante coaptação articular causada pelos ligamentos e músculos, associada à bipedestação e deambulação favorecem esta condição. O espasmo dos músculos pelvi-trocantéricos coaptadores tem papel fundamental no problema: piriforme, glúteos médio e mínimo, obturadores, quadrado femoral... Qualquer que seja o problema mecânico da coxofemoral existe espasmo de defesa dos músculos coaptadores que aumentam a pressão intra-articular favorecendo processos inflamatórios de tecidos moles e degenerativos articulares. Para corrigir este problema é importante realizar técnicas de decoaptação em flexão pelo relaxamento dos ligamentos nessa posição. Também é importante diminuir a tensão dos tecidos moles responsáveis pela manutenção do problema, para que não ocorra recidiva do problema. 1 – Glúteo médio e mínimo 2 – Piriforme 3 - Obturadores Representação da disfunção em compressão coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 83 6 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS NA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL TRAUMA o Fratura do colo ou corpo do fêmur; o Luxação; o Contusão; o Estiramento/ruptura ligamentar; o Estiramento muscular; CONDIÇÕES DEGENERATIVAS – osteoartrose; CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS o Artrite reumatóide; o Artrite piogênica; DESORDENS DA INFÂNCIA o Luxação congênita do quadril; o Doença de Legg-Calvé Perther’s o Tuberculose; DESORDENS DA ADOLESCÊNCIA o Deslocamento da epífise femoral capital; ESPONDILITE ANQUILOSANTE Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 84 NEOPLASIAS o Tumor ósseo primário ou secundário; BURSITE o Subtrocantérica, isquioglútea, iliopsoas; HIPERMOBILIDADE DORES REFERIDAS DE ÓRGÃOS PÉLVICOS DOR REFERIDA DE PROBLEMAS DA COLUNA LOMBAR E ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA 7 – AVALIAÇÃO DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL 7.1 – Inspeção (estática e dinâmica) A avaliação dos problemas na articulação coxofemoral depende da descrição dos sintomas e histórico clínico do paciente num primeiro momento para que o avaliador possa iniciar a observação do paciente estaticamente. Quando se busca compreender a situação estática da articulação coxofemoral é necessário observar como todo o membro inferior se posiciona, e também a pelve toda e coluna lombar. Existem tendências de posicionamentos dos membros inferiores que nem sempre seguem a realidade clínica e são evidenciadas de forma simplificada. Mas é importante conhecer algumas tendências para entender como elas podem influenciar na dinâmica da articulação coxofemoral, fazendo com que ela trabalhe de forma equilibrada ou não. É sempre válido lembrar que a análise do posicionamento estático é feita para buscar tendências funcionais, mas que as disfunções de mobilidade articular e tecidual nem sempre seguem as tendências estáticas. É comum encontrar indivíduos com os pés planos e calcâneos em valgo, joelhos em valgo e em recurvatum, anteversão da pelve e aumento da lordose lombar. Este posicionamento normalmente adapta a coxofemoral em rotação medial (anterioridade) fazendo com que ela Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 85 funcione melhor nessa situação. Observado o posicionamento dos pés do paciente em pé ou em decúbito dorsal evidencia a rotação estática do quadril. Outra tendência freqüente é de indivíduos com os pés cavos e calcâneos varizados, joelhos flexionados e em varo, retroversão da pelve e retificação da lordose lombar. Isto leva a articulação coxofemoral a uma rotação lateral (posterioridade). Devem-se levar em consideração as torsões e lembrar que são tendências que podem se encontrar misturadas na situações reais. As disfunções coxofemorais são avaliadas testando a amplitude de movimento e também utilizando os testes de mobilidade. O diagnóstico das restrições nas extremidades pode ser facilitado comparando os dois lados. 7.2 - Palpação A palpação pode ser feita em o paciente em pé, decúbito ventral e dorsal. É importante que seja feita de forma bilateral para fazer a comparação. Palpar o trocânter maior nas suas margens anterior, posterior e lateral. Buscar assimetrias posicionais e também aumento de tensão e sensibilidade tecidual. Esta palpação deve ser agregada à palpação de toda a pelve para buscar a relação entre as articulações. 7.3 – Testes articulares 7.3.1 – Teste de mobilidade para disfunções de anterioridade (rotação medial) O paciente se encontra em decúbito dorsal e o Osteopata em pé na altura das coxas do paciente e voltado para sua cabeça. Toma contato com a região tênar de suas mãos de forma bilateral no centro da região chamada de trígono femoral. Esta região é delimitada superiormente pelo ligamento inguinal, medialmente pelo músculo adutor longo e lateralmente pelo músculo sartório. A cabeça do fêmur fica localizada normalmente no centro desse triângulo, por isso deve-se tomar contato nessa zona. O Osteopata deve posicionar seus antebraços no sentido antero-posterior e testar a barreira de movimento da cabeça do fêmur no sentido posterior. Testar um quadril de cada vez do forma comparativa. No caso de uma disfunção de anterioridade existe uma barreira restritiva do deslizamento posterior da cabeça do fêmur. Teste de mobilidade para disfunções de anterioridade Trígono femoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 87 7.3.2 – Teste de mobilidade para disfunções de posterioridade (rotação lateral) O paciente encontra-se em decúbito ventral. O Osteopata fica em pé na altura das coxas do paciente voltado para sua cabeça. Tomar contato com a região tênar de suas mãos na borda posterior dos trocânteres maiores bilateralmente. Posicionar o antebraço na direção póstero-anterior e realizar deslizamento dos trocânteres no sentido anterior de forma alternada comparando a capacidade de deslizamento. No caso de uma disfunção em posterioridade (rotação lateral) existe uma barreira restritiva ao teste. 7.3.3 – Teste de mobilidade das rotações da articulação coxofemoral O paciente se encontra em decúbito dorsal e o Osteopata em pé no lado do quadril à ser testado, na altura das coxas do paciente e voltado para sua cabeça. Posicionar o membro inferior com 90 graus de flexão de quadril e do joelho. A mão cefálica do Osteopata toma contato no joelho e a mão caudal toma contato no pé do paciente. Realizar os movimentos de rotação medial e rotação lateral do quadril até a barreira e analisar sua amplitude de movimento e também a sensação de barreira. O teste deve ser feito de forma comparativa nos dois lados. No caso de uma disfunçãode anterioridade da coxofemoral, existe menor amplitude de movimento e barreira restritiva no movimento de rotação lateral. Quando existe uma disfunção de posterioridade da coxofemoral, existe menor amplitude de movimento e barreira restritiva no movimento de rotação medial. Teste de mobilidade para disfunções de posterioridade 7.4 – Testes ortopédicos 7.4.1 – Teste de Ober Este teste é realizado para buscar contraturas do trato ilio-tibial. O paciente fica em decúbito lateral do lado oposto ao que é testado, com os membros inferiores inicialmente flexionadas no quadril e joelho para neutralizar a lordose lombar. Com uma das mãos o examinador toma contato com o membro inferior do paciente enquanto estabiliza a pelve com a outra mão. Logo após o examinador estende o quadril de forma passiva alinhando o fêmur com a pelve, e aduz o membro inferior a partir dessa posição. Se o trato ilio-tibial encontra-se tensionado o grau de adução do membro inferior é reduzido. O teste também pode ser feito na forma que o examinador abduz o membro estendido e depois deixa ele cair em adução na direção do solo. Se o membro se recusar a aduzir ou se ocorre movimentos de flexão ou rotação do quadril, a contratura está presente. Teste de mobilidade para das rotações do quadril 7.4.2 – Teste de Anvil Este teste indica patologias no quadril quando é positivo. O paciente encontra-se em decúbito dorsal com os membros inferiores estendidos. O examinador eleva o membro a ser testado passivamente com uma das mãos e com a outra mão fechada aplica golpes axiais no calcâneo do paciente. A força é transmitida para o quadril, e dor na articulação ou tecidos adjacentes sugerem patologia no quadril (como por exemplo, osteoartrite ou inflamação). Sintomas na coluna lombar ocorrem por problemas discais ou artrite reumatóide. Teste de Ober Teste de Anvil 7.4.3 – Teste de compressão axial Este teste é uma variação do teste de Anvil, e também indica patologia no quadril quando é positivo. O paciente fica em decúbito dorsal com um membro inferior estendido e o membro à ser testado com o joelho flexionado e o maléolo lateral apoiado no joelho do membro oposto. O examinador toma contato com as duas mãos na região distal da coxa e exerce uma compressão axial. 7.4.4 – Sinal de Trendelenburg/Duchenne O objetivo desse teste é de analisar a função de músculos pelvi-trocantéricos. O paciente fica em pé e o examinador encontra-se atrás do paciente. Solicitar ao paciente que eleve um dos membros inferiores flexionando o joelho e o quadril. Num apoio unipodal, os músculos pelvi-trocantéricos (principalmente glúteo médio e mínimo) no membro apoiado no solo se contraem mantendo a pelve praticamente horizontal. Isto permite a distribuição uniforme da massa corporal. Quando estes músculos estão comprometidos (fracos devido à luxação do quadril, paralisias ou seguido de cirurgia), não tem mais capacidade de suportar a pelve no lado apoiado. Então a pelve inclina-se para o lado não afetado, levando o centro de gravidade nesta direção Teste de compressão axial Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 91 (sinal de Trendelembug). Os pacientes normalmente compensam fazendo uma báscula do corpo em direção ao membro apoiado (sinal de Duchenne). 8 - TÉCNICAS DE TRATAMENTO DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL 8.1 – Técnicas de tecidos moles 8.1.1 – Técnica de energia muscular para disfunção em anterioridade (rotação medial Paciente em decúbito dorsal e Osteopata em pé na altura das coxas do paciente e voltado para sua cabeça no lado da disfunção. Posicionar o membro com flexão de 90 graus do joelho e quadril. A mão cefálica toma contato no joelho e a mão caudal toma contato na região distal da tíbia. Levar o membro inferior Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 92 em rotação lateral do quadril até atingir a barreira motriz. Quando a barreira é atingida, deve-se solicitar ao paciente contrações em rotação medial do quadril enquanto se mantém a isometria. Realizar 3 contrações com 3 segundos de duração e ao final desse ciclo aumentar a barreira motriz em rotação lateral. Deve-se realizar 3 ciclos com 3 contrações de 3 segundos cada. No final da técnica é importante levar o membro para a posição neutra de forma passiva. 8.1.2 – Técnica de energia muscular para disfunção em posterioridade (rotação lateral) Paciente em decúbito dorsal e Osteopata em pé na altura das coxas do paciente e voltado para sua cabeça no lado da disfunção. Posicionar o membro com flexão de 90 graus do joelho e quadril. A mão cefálica toma contato no joelho e a mão caudal toma contato na região distal da tíbia. Levar o membro inferior em rotação medial do quadril até atingir a barreira motriz. Quando a barreira é atingida, deve-se solicitar ao paciente contrações em rotação lateral do quadril enquanto se mantém a isometria. Realizar 3 contrações com 3 segundos de duração e ao final desse ciclo aumentar a barreira motriz em rotação medial. T.E.M. para disfunção em anterioridade Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 93 Deve-se realizar 3 ciclos com 3 contrações de 3 segundos cada. No final da técnica é importante levar o membro para a posição neutra de forma passiva. 8.1.3 – Técnica de alongamento da cápsula anterior Paciente em decúbito ventral. O Osteopata fica em pé na altura da coxa do paciente e voltado para sua cabeça, do lado à ser tratado. A mão cefálica toma contato com a região tênar na face posterior do trocânter maior, e a mão caudal toma contato na face anterior e distal da coxa do paciente. A mão caudal leva o quadril em extensão até a barreira motriz enquanto a mão cefálica é levada na direção da maca. Após atingir a barreira motriz o Osteopata deve aumentá-la de forma rítmica até que sinta a diminuição da restrição e o relaxamento tecidual. T.E.M. para disfunção em posterioridade Técnica de alongamento da cápsula anterior 8.1.4 – Técnica de alongamento da cápsula posterior Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé na altura da coxa do paciente e voltado para sua cabeça, no lado do quadril à ser tratado. Tomar contato com as duas mão no joelho do paciente sobrepondo seu tórax sobre as mãos. Com o joelho flexionado, levar o quadril em flexão de 90 graus e breve adução. A técnica é realizada com o Osteopata deixando o seu corpo cair na direção da maca para levar a cabeça do fêmur na direção posterior, estirando a cápsula nesta zona. A técnica é feita de forma rítmica na barreira motriz até que se obtenha diminuição de restrição e relaxamento tecidual. 8.1.5 – Técnica de streching dos músculos pelvi-trocantéricos Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé na altura da coxa do paciente e voltado para sua cabeça, no lado a ser tratado. A mão cefálica toma contato no joelho e a mão caudal no tornozelo/pé do paciente. Flexionar o joelho do paciente para relaxar os isquiotibiais e buscar a barreira motriz em flexão, adução e breve rotação lateral do quadril. Quando a tensão tecidual é atingida, o Osteopata deve aumentar de forma rítmica até que a diminuição da restrição e o relaxamento tecidual sejam atingidos. Técnica de alongamento da cápsula posterior Técnica de streching dos pelvi-trocantéricos 8.1.6 – Técnica de streching dos adutores Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé na altura do joelho do paciente no lado a ser tratado. A mão medial toma contato na EIAS do lado oposto para estabilizar a pelve, enquanto a mão lateral toma contato no joelho do paciente que também é sustentado pela coxa. Buscar a barreira motriz em abdução e quando esta é atingida, deve-se aumentar de forma rítmica e passiva. Quando se realiza a técnica com o joelho em extensão, estaé focada no adutor que se insere na tíbia (grácil), e quando a técnica é realizada com o joelho flexionado, os adutores que se fixam no fêmur (curto, longo e magno) são mais tensionados. 8.1.7 – Técnica de streching do trato ílio-tibial Paciente em decúbito ventral. Osteopata em pé, na altura das coxas do paciente do lado contrário ao que é tratado. A mão caudal toma contato com o tornozelo levando o joelho a 90 graus de flexão. A mão cefálica toma contato com a polpa dos dedos na face anterior e o calcanhar da mão (região tênar e hipotênar) na face posterior do trato ilio-tibial. A técnica deve ser realizada de tal forma que o Osteopata leve o quadril em rotação medial com a mão caudal e Técnica de streching dos adutores Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 96 ao mesmo tempo a mão cefálica seja levada na direção do teto impondo tensão no trato. Logo após, deve-se levar o quadril em rotação lateral e a mão cefálica seja levada na direção da maca. O Osteopata deve buscar as barreiras e aumentar a tensão tecidual de forma rítmica. A mão caudal pode tomar um contato mais proximal ou distal no trato ílio-tibial dependendo da localização de maior tensão. 8.1.8 – Técnica de streching do músculo tensor da fáscia lata Paciente em decúbito lateral sobre o lado à ser tratado com o membro inferior que não é tratado com flexão de quadril e joelho de 90 graus. O Osteopata fica em pé, atrás do paciente e toma contato com a mão cefálica na crista ilíaca para bloquear a pelve. A mão caudal toma contato na face lateral do joelho do paciente que se encontra com 90 graus de flexão e apóia a planta do pé do paciente no seu abdome no intuito de gerar rotação lateral do quadril. a técnica consiste em buscar a barreira motriz em abdução, extensão e rotação lateral do quadril. Quando Técnica de streching do trato ílio-tibial Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 97 atingida a barreira, o Osteopata deve aumentar a tensão de forma rítmica e passiva até atingir a diminuição da restrição e relaxamento tecidual. 8.2 – Técnicas articulares 8.2.1 – Técnica de decoaptação da coxofemoral com o paciente em decúbito lateral Paciente em decúbito lateral sobre o lado oposto ao que será tratado, como o membro inferior que está em contato com a maca em flexão de quadril e joelho de 90 graus. Osteopata em pé, na altura da coxa do paciente. A mão cefálica toma contato na crista ilíaca e bloqueia a pelve na direção da maca. Posicionar a coxa (cefálica) sob a coxa do paciente o mais próximo possível do quadril, enquanto a mão caudal é posicionada na face lateral do joelho do paciente que está estendido. A técnica consiste em buscar a barreira motriz levando a mão caudal na direção da maca. Quando esta barreira é atingida, é necessário aumentá-la de forma rítmica. Técnica de streching do tensor da fáscia lata Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 98 8.2.2 – Técnica de decoaptação da coxofemoral com o paciente em decúbito dorsal Paciente em decúbito dorsal e Osteopata em pé na altura da coxa do paciente no lado à ser tratado. Posicionar a coxa caudal sobre a maca para apoiar o membro inferior do paciente que se encontra com flexão do joelho e o quadril abduzido e flexionado. A mão cefálica toma contato na EIAS para bloquear a pelve e a mão caudal toma contato na região distal da coxa do paciente. A técnica consiste em manter o bloqueio da pelve na direção da maca com a mão cefálica, e buscar uma barreira motriz em tração/decoaptação axial deixando o tronco cair para trás e levando a coxa com a mão caudal. Levar até a barreira motriz, e aumentá-la de forma rítmica e progressiva. Técnica de decoaptação coxofemoral em DL Técnica de decoaptação da coxofemoral em DD Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 99 8.2.3 - Técnica de thrust para disfunção de rotação medial da coxofemoral Paciente em decúbito dorsal. O Osteopata se encontra em pé na altura do joelho do paciente no lado à ser tratado. Levar o membro inferior em flexão de 90 graus e rotação lateral, posicionando as mãos cruzadas na face anterior e proximal da coxa do paciente. A mão medial passa entre a tíbia e fêmur do paciente de tal forma que seu ombro medial entre em contato com o joelho do paciente para controla r a rotação do quadril. Buscar a barreira motriz aumentando a flexão do quadril, também levar as mãos na direção do tronco para decoaptar a articulação, e aumentar a rotação lateral com o ombro. Quando o Osteopata atingir a redução do slack, deve aplicar thrusts trazendo suas mãos na direção de seu tronco. 8.2.4 - Técnica de thrust para disfunção de rotação lateral da coxofemoral Paciente em decúbito dorsal. O Osteopata se encontra em pé na altura do joelho do paciente no lado à ser tratado. Levar o membro inferior em flexão de 90 graus e rotação medial, posicionando as mãos cruzadas na face anterior e proximal da coxa do paciente. A mão lateral passa entre a tíbia e fêmur do paciente de tal forma que seu ombro lateral entre em contato com o joelho do paciente para controlar a rotação do quadril. Buscar a barreira motriz aumentando a flexão do quadril, também levar as mãos na direção do tronco para decoaptar a articulação, e aumentar a rotação medial com o ombro. Técnica de thrust para rotação medial coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 100 Quando o Osteopata atingir a redução do slack, deve aplicar thrusts trazendo suas mãos na direção de seu tronco. 8.2.5 – Técnica de thrust para disfunção de rotação lateral da coxofemoral 2 É uma variação da técnica anterior. Paciente em decúbito dorsal. O Osteopata se encontra em pé na altura do joelho do paciente no lado à ser tratado. Levar o membro inferior em flexão de 90 graus e rotação medial, posicionando as mãos cruzadas na face anterior e proximal da coxa do paciente. Nesta técnica nenhuma das mãos passa abaixo do joelho do paciente pois ele se encontra flexionado e apoiado no tronco do Osteopata. Buscar a barreira motriz aumentando a flexão do quadril, também levar as mãos na direção do tronco para decoaptar a articulação, e aumentar a rotação medial com o tronco. Quando o Osteopata atingir a redução do slack, deve aplicar thrusts trazendo suas mãos na direção de seu tronco. Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 101 8.2.6 - Técnica de thrust direto para disfunção de anterioridade da coxofemoral Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé no lado à ser tratado na altura do joelho do paciente. Sua mão cefálica toma contato (região tênar) no centro do trígono femoral. A mão caudal toma contato na face dorsal da perna. Levar o quadril em flexão com a mão caudal e ao mesmo tempo posteriorizar a cabeça do fêmur com a mão cefálica. Quando atingir a barreira motriz, o Osteopata deve aplicar 2 ou 3 thrusts com a mão cefálica na direção da maca. Técnica de thrust para rotação lateral coxofemoral Técnica de thrust direto para anterioridade coxofemoral 8.2.7 – Técnica de thrust direto para disfunção de posterioridade da coxofemoral Paciente em decúbito ventral. O Osteopata fica em pé na altura da coxa do paciente e voltado para sua cabeça, do lado à ser tratado. A mão cefálica toma contato com a região tênar na face posterior do trocânter maior, e a mão caudal toma contato na face anterior e distal da coxa do paciente. A mão caudal leva o quadril em extensão até a barreira motriz enquanto a mão cefálica é levada na direção da maca. Após atingir a barreira motriz o Osteopata deve aplicar thrusts com sua mão cefálica na direção da maca. 8.2.8 - Técnica de mobilização de Schultz para disfunção de rotação lateral da coxofemoral Paciente em decúbito dorsal e Osteopata em pé na altura dos pés do pacientee voltado para sua cabeça. A mão externa toma contato na região distal da tíbia e leva o membro inferior em rotação medial até a barreira. Técnica de thrust direto para posterioridade coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 103 Depois reforça o contato com a mão interna e deixa o seu tronco cair para trás para decoaptar a coxofemoral. Na barreira de decoaptação + rotação medial, o Osteopata deve realizar movimentos de circundução do quadril, alternando amplitudes de adução/abdução, flexão/extensão, buscando trabalhando sobre as restrições. 8.2.9 - Técnica de mobilização de Schultz para disfunção de rotação medial da coxofemoral Paciente em decúbito dorsal e Osteopata em pé na altura dos pés do paciente e voltado para sua cabeça. A mão medial toma contato na região distal da tíbia e leva o membro inferior em rotação lateral até a barreira. Depois reforça o contato com a mão lateral e deixa o seu tronco cair para trás para decoaptar a coxofemoral. Na barreira de decoaptação + rotação lateral, o Osteopata Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 104 deve realizar movimentos de circundução do quadril, alternando amplitudes de adução/abdução, flexão/extensão, buscando e trabalhando sobre as restrições. Técnica de mobilização para rotação medial coxofemoral Coxofemoral COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 105 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS American Association of Colleges of Osteopathic Medicine (AACOM).Glossary of Osteopathic terminology. Nov 2011. CHAITOW, L. Técnicas de Energia muscular. 2001. Manole. CHILA, A. G. Foundations of osteopathic medicine, 3 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2010. DÂNGELO, JG e FATTINI CA. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 1998. Atheneu. DIGIOVANNA, E; SCHIOWITZ, S. An Osteopathic Aproach to Diagnosis and Treatment, 2 nd Edition. Lippincott, 1997. GREENMAN, PE. Princípios da medicina manual. 2ª Ed. 2001. Manole KAPANDJI, AI. 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