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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II - 4º Ano'1º Bimestre

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PROCESSUAL CIVIL II – 4º Ano/1º Semestre 
 
I – REVISÃO DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
Procedimento Comum é o rito ordinário do Código de Processo Civil e se aplica a todos os casos 
em que a Lei não dispuser de forma diferente. É composto por quatro fases: 
a) Fase Postulatória: o autor expõem sua causa de pedir e o réu peticiona sua contestação. Nessa 
fase também há audiência de conciliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Fase Saneatória: tem o objetivo principal de acabar com todos os vícios e dúvidas acerca das 
alegações que foram feitas na fase anterior. Na fase saneatória, o juiz cumpre suas providências 
preliminares e profere julgamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Fase Instrutória: também conhecida por ―fase probatória‖, é aquela em que há produção e 
complementação de provas. Quando encerrada, abre-se espaço para os debates orais dos advogados, ou 
seja, para as alegações finais. 
 
 
 
 
d) Fase Decisória: é aquela em que o juiz profere a sentença. Ocorre após a
Audiência de Instrução e Julgamento (art. 361, CPC) ou no prazo impróprio1 de 30 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Prazo Impróprio é aquele cuja inobservância, pelo juiz, pode, em regra, gerar sanções administrativas, mas quase 
nunca processuais. Nesse diapasão, postula Humberto Theodoro Jr (2019, p.568): “Em relação ao órgão judicial (juiz ou 
tribunal) não ocorre preclusão, não havendo, portanto, perda do poder de decidir pelo simples fato de se desobedecer ao 
prazo legal”. 
A preclusão - perda da faculdade de praticar determinado ato – ocorre quando da inobservância de prazos próprios, 
impedindo a prática posterior do ato e resultando em desvantagem processual. Isso não ocorre com a inobservância do 
prazo pelo órgão judicial (juiz ou tribunal), sendo o prazo, portanto, impróprio, e não resultando em perda do poder de 
decidir de tal órgão. 
II – TUTELA PROVISÓRIA 
????? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – A TUTELA JURISDICIONAL E A FASE DECISÓRIA DO PROCEDIMENTO 
COMUM: PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS 
 
 
Durante a marcha processual e no exercício de seus poderes de agente da jurisdição, o juiz 
pratica atos denominados pronunciamentos. São os atos de duas naturezas: decisória (atos de decisão 
lato sensu) e não decisórios. Enquanto os atos decisórios têm conteúdo de deliberação ou de 
comando, os não decisórios (i.e., os despachos) têm predominância da função administrativa ou de 
polícia judicial. Como postula Humberto Theodoro Jr. (2019, p. 526): 
Devem-se considerar como decisórios os atos que contêm 
pronunciamentos do juiz a respeito de questões que surgem dentro do 
processo, sem elas oriundas de pontos controvertidos tanto no campo 
do direito processual como no do direito material. Essas decisões 
podem versar sobre questões de fato e de direito, mas sempre 
produzirão efeitos no âmbito do processo, podendo expandir, às 
vezes, até para fora dele‖. (grifo nosso). 
O art. 203 do NCPC enumera os atos que a Lei chama de pronunciamentos do juiz, 
estabelecendo que ―os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos‖ e, conceituando, cada ato em seus parágrafos. Assim, no que concerne aos 
pronunciamentos judiciais, graficamente temos: 
 
 
 
 Tanto as decisões quanto o despacho são atos judiciais de pronunciamento do juiz. Não se 
diferenciam as decisões e o despacho tendo por base seu conteúdo, mas sim, tendo em vista o caráter 
decisório que detém ou não. Assim, enquanto as decisões (sentenças e decisões interlocutórias, no 
caso de prolação por juízo singular; ou acórdãos e decisões monocráticas, no caso de prolação por 
órgãos colegiados) têm conteúdo decisório embasado nos arts. 485 e 487 do CPC, os despachos nada 
decidem, visando apenas ao andamento do processo. 
As decisões lato sensu podem ser classificadas em duas espécies: as proferidas pelo juízo 
singular (sentenças e decisões interlocutórias) e as proferidas por órgão colegiado (acórdãos e 
decisões monocráticas). Insta esclarece que as sentenças (juízo singular) e os acórdãos finais e 
decisões monocráticas finais (de órgãos colegiados) diferenciam-se das decisões interlocutórias (de 
juízo singular) e dos acórdãos e decisões monocráticas interlocutórias (de órgãos colegiados), na 
medida em que apenas aqueles põe fim a determinada fase processual (de conhecimento ou de 
execução). No que concerne a essa distinção, é de bom alvitre lembrar a lição de Fredie Didier Jr. 
acerca da definição de sentença e de decisão interlocutória: 
Sentença é o pronunciamento do juízo singular que encerra uma fase do 
processo, seja ela cognitiva ou executiva. Haverá tantas sentenças 
quantas sejam as fases do procedimento que se encerram. 
 
Decisão interlocutória é o pronunciamento judicial com conteúdo 
decisório que não põe fim à fase do procedimento em 1ª Instância. 
 
Nesse sentido, esquematicamente temos: 
 
 NATUREZA DO 
PRONUNCIAMENTO 
DECISÃO EFEITOS DA DECISÃO 
 
 
 
JUÍZO SINGULAR 
FINAL SENTENÇA Põe fim a uma fase do 
processo em 1ª Instância, seja 
ela cognitiva ou executiva. 
INTERLOCUTÓRIA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA Não põe fim à fase do 
procedimento de 1ª Instância 
 
 
 
 
 
ÓRGÃO COLEGIADO 
 
FINAL 
ACÓRDÃO FINAL Tem aptidão para encerrar o 
procedimento perante o 
Tribunal. 
DECISÃO MONOCRÁTICA 
FINAL 
Põe fim ao procedimento 
naquela Instância, se não 
houver recurso. 
 
INTERLOCUTÓRIA 
ACÓRDÃO INTERLOCUTÓRIO Não tem aptidão para 
encerrar o procedimento 
perante o Tribunal. 
DECISÃO MONOCRÁTICA 
INTERLOCUTÓRIA 
Não põe fim ao procedimento 
naquela instância. 
3.1. SENTENÇA 
De acordo com o art. 203, §1º, CPC, ―Ressalvadas as disposições expressas dos 
procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento 
nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução‖. 
Temos assim que a sentença é a decisão que põe fim à fase do procedimento comum ou que 
extingue a execução, com ou sem resolução do mérito. Nesse sentido, Theodoro Jr. esclarece que 
―não é o conteúdo que qualifica a decisão como sentença, mas sim, o fato de ela extinguir ou não o 
processo ou uma de suas fases‖ (THEODORO JR, 2019, p. 526). 
Importante observação é devida à leitura do disposto no art. 316 do NCPC, segundo o qual 
―a extinção do processo dar-se-á por sentença‖. Isso, porque, nem todo o processo se extingue por 
sentença (em havendo recurso, a extinção poderá se dar acórdão ou decisão monocrática, por 
exemplo). Interessante lição de José Antônio Ribeiro de Oliveira Silva (DIAS et al., 2017, p. 324), 
explica o contexto histórico e a interpretação que deve ser dada a tal dispositivo: 
A regra deste art. 316 não encontra correspondência no CPC de 
1973. Até 2005 não havia muito questionamento sobre o conceito 
de sentença, como um ato judicial, tendo em vista que o § 1º do 
art. 162 do CPC/1973 definia sentença como ―o ato pelo qual o 
juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa‖. 
Daí que a sentença sempre importava na extinção do processo. Se 
por meio dela o juiz resolvia o mérito, a pretensão material 
deduzida em juízo, prolatava uma sentença definitiva; caso 
contrário, se havia algum óbice de natureza processual à 
apreciação do mérito, sua sentença era apenas terminativa. 
Contudo, a partir da Lei n. 11.232/2005, que reformou o processo 
civil e instituiu o chamado processo sincrético, extirpando do 
sistema o chamado processo de execução, o conceito de sentença 
passou a ser rediscutido na doutrina, a partir da nova redação 
dada ao referido § 1º por esta lei: ―Sentença é o ato do juiz que 
implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta 
Lei‖. [...] 
Agora, disciplinando este art. 316 do CPC/2015 que a extinçãodo 
processo ocorrerá sempre por meio de uma sentença, mudam-se 
as noções de sentença? A sentença voltará a ser o ato judicial por 
meio do qual se coloca termo (final) ao processo? A resposta 
parece ser negativa, porquanto o § 1º do art. 203 do novo Código 
de Processo Civil — correspondente ao § 1º do art. 162 do 
CPC/1973 — continua com a mesma diretriz adotada em 2005, 
definindo sentença como ―o pronunciamento por meio do qual o 
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução‖. No início do dispositivo, apenas ressalvas quanto às 
―disposições expressas dos procedimentos especiais‖. Com efeito, 
à semelhança dos arts. 267 e 269 do CPC de 1973, os arts. 485 e 
487 do CPC/2015 tratam, respectivamente, das hipóteses nas 
quais o juiz prolata sentença sem resolver o mérito e das hipóteses 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art487
de sentença em que ocorre a resolução do mérito, não havendo 
qualquer alusão a extinção do processo. 
Sendo assim, a sentença não extingue o processo, a menos que 
seja terminativa e contra ela não haja interposição de recurso no 
prazo hábil. Havendo recurso ou sendo o caso de se cumprir 
algum comando sentencial, por certo que o processo segue seu 
curso até que nenhum ato processual seja mais necessário ou 
possível (preclusão). Aí, sim, ocorrerá a extinção do processo, 
inclusive na fase de execução, nos termos do art. 925 do novo 
Código de Processo Civil, correspondente ao art. 795 do 
CPC/1973. (DIAS et al., 2017, p. 324)
2
. 
 
 
3.1.1. Classificação das Sentenças 
A sentença ―é emitida como prestação do Estado, em virtude da obrigação assumida na 
relação jurídico-processual (processo), quando a parte ou as partes vierem a juízo, isto é, exigirem a 
prestação à tutela jurídica‖ (THEODORO JR, 2019, p. 532). 
 
Tradicionalmente, as sentenças são classificadas em: 
a) Terminativas (ou processuais): aquelas proferidas nos casos elencados pelo art. 485 do 
CPC, em que o juiz não entra no mérito, mas interrompe a marcha procedimental, sem 
resolução do mérito. 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das 
partes; (caso em que a parte será intimada para suprir a falta no prazo de 5 dias, e 
cada parte pagará proporcionalmente as custas) 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; (o autor será intimado a 
suprir a falta no prazo de 5 dias, e será condenado, sozinho, ao pagamento 
e aos honorários de advogado). 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção (perda do direito do autor de 
demandar o réu sobre o mesmo objeto, por ter dado causa, por três vezes, 
à sentenças terminativas decorrentes do abando de causa), de litispendência 
ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
 
22 DIAS, Carlos Eduardo Oliveira et al. Comentários ao Novo CPC e sua aplicação ao processo do trabalho, volume 2 : 
parte especial: arts. 318 ao 538: atualizado conforme a Lei n. 13.256/2016 / Carlos Eduardo Oliveira Dias, Guilherme 
Guimarães Feliciano, Manoel Carlos Toledo Filho; coordenador José Antônio Ribeiro de Oliveira Silva. — São Paulo: 
2017, p. 324. 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o 
juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente 
as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das 
despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, 
em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em 
julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa 
pelo autor depende de requerimento do réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste 
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
Representação gráfica dos dispostos acerca da desistência da ação (art. 485, §§ 4º e 5º, 
NCPC): 
 
 
 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a 
parte proponha de novo a ação. 
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I 
(indeferimento da PI), IV (ausência de pressupostos de constituição e 
desenvolvimento válido e regular do processo)
3
, VI (ausência de 
legitimidade ou interesse processual) e VII (reconhecimento, pelo juiz da 
causa ou pelo juízo arbitral, da alegação de existência de convenção de 
arbitragem) do art. 485 , a propositura da nova ação depende da correção do 
vício que levou à sentença sem resolução do mérito. 
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento 
ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono 
da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, 
ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu 
direito. (Trata-se da PEREMPÇÃO). 
 
 
3
 Pressupostos processuais são “aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo, como relação jurídica, não 
se estabelece (pressupostos de existência) ou não se desenvolve (pressupostos de desenvolvimento) validamente” 
(THEORODO JR., 2019, P. 149). Quanto à classificação e discriminação dos pressupostos processuais, temos: 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
b) Definitivas (ou de mérito): as que decidem o mérito da causa, resolvendo a lide posta ―sub 
judice‖ mediante acolhimento ou rejeição, total ou parcial, do pedido do autor . São 
prolatadas nas hipóteses enumeradas no art. 487 do CPC. 
A sentença definitiva é ato decisório do juiz que ―encerra a atividade jurisdicional 
cognitiva o órgão perante o qual pendia a causa, em 1º Grau de jurisdição‖ (Theodoro Jr., 
2019, p. 533). Cumpre esclarecer, no entanto, que a extinção cognitiva completa só ocorra 
quando se opera coisa julgada formal, ou seja, quando o pronunciamento judicial se torna 
irrecorrível. 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvadaa hipótese do § 1º do art. 332 (hipótese 
segundo a qual “o juiz pode julgar liminarmente improcedente o 
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou 
prescrição”), a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem 
que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
Assim, considerando a tradicional classificação das sentenças quanto a seu conteúdo, 
graficamente temos: 
 
Art. 485, CPC 
Art. 487, CPC 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332§1
Ainda no tocante à classificação das sentenças, é importante mencionar que o Novo Código 
de Processo Civil dá “primazia ao julgamento do mérito”
4
, ou seja, dá preferência à sentença 
definitiva sobre a terminativa, reservando a terminativa nos casos em que, por falta de pressuposto 
processual (nulidade do processo) ou condição da ação (carência de ação), o juiz se vir 
compelido a extinguir o processo sem decidir a lide. É o que se aduz do art. 488 do referido 
diploma legal: 
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a 
decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual 
pronunciamento nos termos do art. 485 . 
 
Theodoro Jr. (2019, p. 1120), lembra que ―a classificação realmente importante das 
sentenças (considerando tanto a decisão do juiz singular como o acórdão dos tribunais) é a que 
leva em conta a natureza do bem jurídico visado pelo julgamento, ou seja, a espécie de tutela 
jurisdicional concedida à parte‖. Nesse mesmo diapasão, Theodoro Jr. lembra o postulado de 
Chiovenda (1969 apud THEODORO JR., 2019, p. 1121), segundo o qual ―se a vontade da lei 
impõe ao réu uma prestação passível de execução, a sentença que acolhe o pedido é de 
condenação e tem duas funções concomitantes, de declarar o direito e de preparar a execução; se 
a sentença realiza um dos direitos potestativos que, para serem atuados, requerem o concurso do 
juiz, é constitutiva; se, enfim, se adscreve a declarar pura e simplesmente a vontade da lei, é de 
mera declaração‖
5
. 
Assim, temos: 
a) Sentenças declaratórias: aquelas cujo efeito não é senão o de declarar a certeza da 
existência ou inexistência da relação jurídica ou da autenticidade ou falsidade de 
documento. 
Art. 19, NCPC: O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
A declaração de certeza esgota a prestação jurisdicional, sendo que, quando a parte 
vencedora quiser fazer valer seu crédito contra o vencido, exigindo o pagamento, terá que propor 
outra ação: de natureza condenatória. Nada obstante, a hodierna concepção de tutela jurisdicional 
vai além, sendo que, como aponta Theodoro Jr. (2019, p. 1122), 
mesmo que, no momento do ajuizamento da causa, o propósito não 
fosse além da pretensão declaratória, se, no futuro, a sentença 
declarar a existência de uma obrigação revestida de liquidez e 
 
4
 Princípio da Primazia da Resolução de Mérito. 
5
 CHIOVENDA. Instituições de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 1969, v. I, n. 10. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
certeza, com relação à res debita e sua exigibilidade, terá constituído 
título suficiente para justificar a pretensão executiva. 
 
É o que dispõe o art. 515, I do NCPC: 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de 
acordo com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa. 
 
A sentença declaratória tem efeito ex tunc, ou seja, retroage à época em que se formou ou 
em que se verificou a relação jurídica. Ex.: declarado nulo o casamento, o efeito retroage à data da 
celebração. 
 
b) Sentença condenatória: aquela em que se certifica a existência do direito da parte 
vencedora e prepara a obtenção do bem jurídico. Assim, ela aprecia e declara o direito, 
bem como prepara a execução, determinando que o vencido cumpra a prestação de dar, 
fazer ou não fazer ou que se abstenha de realizar certo fato ou que desfaça o que realizou. 
Nesse sentido, a sentença condenatória, em regra, atribui ao vencedor um título executivo. 
 
 A sentença condenatória tem efeito ex tunc, mas os efeitos retroagem apenas até a data em 
que o devedor foi constituído em mora (o que, em regra, é a data da citação – art. 240, CPC). 
 
c) Sentença constitutiva: É aquela que não se limita à declaração de direito da parte e à 
determinação da condenação do vencido ao cumprimento de dada prestação, mas também 
―cria, modifica ou extingue um estado ou relação jurídica‖ (CHIOVENDA, 1969, p. 184)
6
. 
Assim, enquanto na sentença declaratória o juiz apenas atesta a preexistência de relação 
jurídica, Na constitutiva, a função é a de criar novas situações. São exemplos de sentenças 
constitutivas: a que decreta a separação de cônjuges; a de rescisão de contrato; as de 
anulação de casamento etc. 
 
 
 
 
 
 
6
 Ibidem, p. 184. 
 
Assim, tendo em vista a classificação das sentenças quanto a seus efeitos, graficamente, 
temos: 
 
 
 
 
Quanto à classificação das sentenças em decorrência de seus efeitos, cumpre esclarecer 
que uma sentença tem multiplicidade de efeitos, sendo que a classificação se faz pelo efeito 
principal do julgado, mas, na prática, as sentenças nunca se limitam a tais provimentos. Esclarece 
Thedoro Jr. (2019, p. 1126) que: 
Na sentença declaratória e na constitutiva, sempre haverá condenação 
do vencido nas custas e honorários advocatícios (NCPC, arts. 82 e 
85). 
[...] Assim, a sentença de ação condenatória deve ser considerada 
sentença declaratória na parte, p. ex., em que nega a ocorrência da 
prescrição da ação; e as sentenças de ações declaratórias e 
constitutivas devem ser havidas como condenatórias na parte em que 
condenam os vencidos às despesas do processo. 
 
 
 
3.1.2. Estrutura e Formalidades: Elementos e Requisitos da Sentença 
Theodoro Jr. (2019, p. 1090) esclarece que ―como ato de inteligência, a sentença contém um 
silogismo
7
, daí a necessidade de ela resumir todo o processo: pretensão do autor, defesa do réu, fatos 
alegados e provados, direito aplicável e solução final dada à controvérsia‖. 
 
Antes de elencarmos os elementos e requisitos da sentença, cumpre diferenciar tais vocábulos, 
não raro utilizados como sinônimos. Barbosa Moreira (2004, p. 117) diferencia elementos de 
requisitos em entendimento consonante ao do novo Código de Processo Civil. De acordo com tal 
entendimento, requisitos são ―qualidades, atributos que se expressam mediante adjetivos‖; enquanto 
elementos seriam ―partes que devem integrar a estrutura do ato composto‖. Nessa mesma toada, 
Antônio Junqueira de Azevedo (2000, p. 29) giza que ―os elementos são necessários para que o ato 
exista, enquanto os requisitos para que ele seja válido‖. 
 
A) Elementos Essenciais da Sentença: Superada a distinção semântica, cumpre focalizar os 
elementos (condições intrínsecas da existência do ato) essenciais da sentença, previstos no 
art. 489, NCPC, quais sejam: o relatório (histórico do debate processual); os fundamentos de 
fato e de direito (motivação do decisório); e o dispositivo (conclusão do julgado). 
 
 Relatório: É o introito da sentença, em que se faz o histórico da relação processual. Deve 
conter o previsto no art. 489, I, NCPC: nomes das partes, a identificação do caso, com a suma 
do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do 
processo. 
Como lembra Theodoro Jr. (2019, p. 1091), ―a decisão do juiz não pode ser de natureza 
diversa da pretensão do autor, mesmo quando lhe seja favorável‖, bemcomo que ―a função 
do juiz é compor a lide, tal qual posta em juízo‖. São defesos, portanto, os julgamentos: 
a) Extra petita: matéria estranha à litis contestatio; 
b) Ultra petita: mais do que pedido; e 
c) Citra petita: julgamento sem apreciar todo o pedido. 
Destarte, embora haja a possibilidade de o juiz levar em conta fato superveniente à 
propositura da ação (art. 493, CPC), não se pode admitir que tal fato importe em mudança da causa 
de pedir. 
 
 
7
 Silogismo é um tipo de argumento lógico que aplica o raciocínio dedutivo para extrair uma conclusão de duas ou mais 
posições que, se supõe, sejam verdadeiras. Em sua versão mais antiga, cuja formulação atribui-se a Aristóteles, um 
silogismo seria formado por três posições: uma premissa maior (afirmação geral); uma premissa menor (afirmação 
específica); e a conclusão (dedução proveniente das premissas), sendo um exemplo clássico o que segue: Todo M é P 
(afirmação geral) e S é M (premissa específica), logo, S é P (conclusão). 
 O CPC de 1973 permitia a motivação “per relationem”, ou seja, a motivação que se dá 
―quando sobre uma questão decidida o juiz não elabora uma justificação autônoma ad hoc, mas 
reenvia à justificação contida em outra decisão‖
8
 ou se reportava ao relatório feito em outra decisão 
do processo
9
. Para muitos doutrinadores, como para Didier Jr., o relatório per relationem não 
encontra defesa no NCPC/2015. Isso, porque o Código atual valoriza o sistema de precedentes, 
segundo o qual, os precedentes (decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo núcleo pode 
servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos, consubstanciada em Súmulas e 
em julgados de recursos repetitivos, por exemplo) devem ser respeitados e, apenas um relatório bem 
cuidado e focado no caso concreto, poderá permitir que o juiz pratique o distinguishing, 
diferenciando o caso paradigma (precedente) do caso concreto sub judice, e deixando de aplicar o 
referido precedente (ainda que vinculante), se for o caso. Como postula Fredie Didier Jr., 
Em um sistema que valoriza o precedente judicial, como o brasileiro, o 
relatório possui um papel relevantíssimo na identificação da causa e, 
com isso, dos fatos relevantes (material facts), sem os quais não é 
possível a aplicação do precedente judicial. Não se pode aplicar ou 
deixar de aplicar um precedente, sem saber se os fatos da causa a ser 
decidida se assemelham ou se distinguem dos fatos da causa que gerou 
o precedente. Daí a importância do relatório, onde deve estar a correta e 
minuciosa exposição da causa
10
. 
 
 Motivação do decisório/ Fundamentação: 
Consoante dispõe o art. 93, IX, CF, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser 
fundamentadas, sob risco de serem consideradas nulas de pleno direito. Trata-se do princípio das 
motivações judiciais que visa à garantia da existência de fundamentos para as decisões, bem como de 
sua explicação. Essa obrigatoriedade da motivação permite às partes ―controlar se as razões e provas 
por elas apresentadas foram devidamente consideradas na decisão‖, bem como garante o direito ao 
contraditório
11
. 
É de bom alvitre não olvidar que a motivação do decisório está ligada à atividade cognitiva 
do juiz, sendo que este, após exame das alegações das partes, fixará as premissas de sua decisão e 
enquadrará o litígio nas normas legais aplicáveis. O juiz tem liberdade para apreciar e avaliar as 
provas produzidas nos autos, bem como de formar, a partir daí, seu livre convencimento, desde que, 
 
8
 TARUFFO, Michele. A motivação da sentença civil. Tradução de Daniel Mitidiero, Rafael Abreu e Vitor de Paula Ramos. 
1. ed. São Paulo: Marcial Pons, 2015. 
9
 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, 
precedente, coisa julgada e ant~ipação dos efeitos da tutela I Fredie Didier Jr., Paula Sarno Braga e Rafael de Oliveira - 
11. ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016, p. 320. 
10
 Ibidem. 
11
 PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil Contemporâneo: teoria geral do processo. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018, p. 105. 
como visto, este seja fundamentado. Trata-se do princípio do livre consentimento motivado ou da 
persuasão racional do juiz previsto no art. 371, NCPC: 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, 
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na 
decisão as razões da formação de seu convencimento. 
 
O livre consentimento motivado, como postulado de Pinho (2018, p. 110), encontra-se entre 
o sistema da íntima convicção – subsistente no júri, em que o conselho de sentença emite seu 
veredito de acordo com a o livre convencimento dos jurados –, e o sistema da prova legal (também 
chamado de sistema da prova tarifada) – pois o juiz deverá se valer das provas carreadas para o 
processo. 
Quanto às provas produzidas nos autos, como bem aponta Theodoro Jr. (2019, p. 1092), que 
oportunamente relembra o princípio jura novit cúria
12
, ―o juiz não resta adstrito aos fundamentos das 
pretensões das partes‖. Mais do que isso, o próprio NCPC repudia os ―simulacros de 
fundamentação‖ que vinham sendo largamente utilizados ―na praxe dos juízos de primeiro grau e nos 
tribunais superiores‖ (THEODORO JR., 2019, p. 1093), trazendo, em seu art. 489, §1º, um rol de 
exigências para que a decisão judicial seja considerada fundamentada: 
Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, 
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes 
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso 
sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou 
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
 
12
 Jura novit curia (o Tribunal conhece a lei) – princípio que se traduz no dever que o juiz tem de conhecer a norma 
jurídica e de aplica-la por sua própria autoridade, pois, a ele cabe o conhecimento do nomen iuris (denominações e 
dispositivos do direito). 
 Mais uma vez, lembre-se que a falta de motivação adequada dá lugar à nulidade do ato 
decisório, conforme art. 11, NCPC e da regra constitucional expressa no art. 93, IX, da CF. 
 Do exposto acerca da motivação da sentença, sinteticamente, tem-se: 
 
PRINCÍPIOS DISPOSITIVOS LEGAIS 
Princípio das motivações judiciais CF, art. 93, IX; e NCPC, art. 11. 
Princípio do consentimento motivado / da persuasão 
racional do juiz 
NCPC, art. 371 
Princípio jura novit curia _________________ 
_______________ NCPC, art. 489, §1º 
 
Quanto à função da fundamentação da sentença, pode-se ser dupla: a função 
endoprocessual e a exo/extraprocessual: 
a) A função endoprocessual é a de permitir às partes o controle das decisões por meio de 
recursos cabíveis, bem como de permitir que o órgão julgador do recurso tenha subsídio para 
manter ou reformar a decisão. 
b) A função exoprocessual (ou extraprocessual) é a de permitir o controle da decisão judicial 
pela via difusa da democracia participativa, exercido pelo povo em cujo nome a sentença é 
proferida. 
 
Quanto aos requisitos da fundamentação da sentença, tem-se queela deve ser 
racional e controlável: 
a) Racionalidade: exigência de que o juiz observe aos princípios racionais comumente 
aceitos e reconhecidos pela cultura média daquele tempo e lugar em que se atua. 
b) Controlabilidade: exigência de que a decisão seja compreensível, pública e acessível. 
 
Quanto ao conteúdo da fundamentação, é importante que o magistrado, ao expor seus 
motivos tenha em mente a tipologia das questões que precisa resolver, dando solução às questões 
de admissibilidade e de mérito relativas ao caso, bem como às questões de fato e de direito. 
Como aponta Didier Jr., ―essas categorias se entrelaçam: ao resolver questões de admissibilidade, 
o magistrado se depara com questões de fato e de direito; o mesmo ocorre quando resolve 
questões de mérito‖, sendo que a justificação do juiz segue um iter lógico, graficamente abaixo 
representado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dispositivo da sentença 
Também chamado de conclusão, o dispositivo é o fecho da sentença. Nele estará expressa a decisão 
da causa, na qual poderá o juiz: 
a) anular o processo (por falta de pressuposto processual); 
b) extinguir o processo; 
c) julgar o autor carecedor da ação (por ilegitimidade ad causam); 
d) julgar o pedido procedente; ou 
e) julgar o pedido improcedente. 
Cumpre lembrar que, como bem giza Afonso Fraga (1941, vol. 2, p. 598), ―sentença sem dispositivo 
é ato inexistente – deixou de haver sentença‖
13
. 
 
Quanto aos elementos da sentença, graficamente, temos: 
 
 
13
 FRAGA, Afonso. Instituições do Processo Civil do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1941, vol. 2, p. 528. 
B) Requisitos Formais da Sentença: A sentença deve ser clara e precisa. Tal exigência, 
expressamente prevista no antigo CPC de 1973, embora não citada diretamente na nova 
legislação, continua sendo básica. 
A sentença é clara quando emprega linguagem simples e em bom vernáculo, fazendo uso, 
quando necessário, de palavra técnica do vocabulário jurídico, e se apresentando ―inteligível e 
insuscetível de interpretações ambíguas ou equívocas‖ (AMARAL SANTOS, 2003, vol. 3, p. 653)
14
; 
e é precisa, quando capaz de dirimir as controvérsias levadas a juízo. 
 
 
3.2. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
 Dispõe o art. 203, §2º, CPC, que ―todo pronunciamento judicial, de natureza decisória que 
não se enquadre no §1º‖ trata-se de decisão interlocutória. É dizer que toda decisão que não coloque 
fim à fase cognitiva do procedimento comum ou que decrete a extinção da execução – decisão essa 
que se enquadraria no conceito de sentença – é decisão interlocutória. 
 Quanto às características das decisões interlocutórias, relevante faz-se citar que: 
a) Sob pena de nulidade, devem as decisões interlocutórias ser adequadamente fundamentadas 
(CF, art. 93, IX; e NCPC, art. 11); e 
b) Não só o juiz singular profere decisão interlocutória, sendo que o Tribunal também o faz ao 
julgar questão incidente e, sem extinguir o processo, prolata acórdão classificável como 
decisão interlocutória. 
 
 
 
Estabelecendo uma comparação entre a sentença e a decisão interlocutória, cumpre esclarecer que 
ambas são consideradas decisão em sentido lato e podem conter conteúdo meritório ou processual. Nada 
obstante, só a sentença tem aptidão para por fim à cognição do procedimento comum, sendo este, nas 
palavras de José Carlos Van Cleef de Almeida Santos (2014, p. 74), ―seu traço distintivo puro‖. 
Ante o exposto, apresenta-se o quadro seguinte no qual se traça um paralelo entre os resultados da 
sentença e da decisão interlocutória no âmbito processual, bem como se apresentam os recursos cabíveis a 
cada uma de tais decisões: 
 
ATO DECISÓRIO PROFERIDO 
DURANTE A MARCHA PROCESSUAL 
RESULTADO DO ATO DECISÓRIO 
PROFERIDO 
RECURSO CABÍVEL 
Decisão Interlocutória Não põe fim à fase cognitiva ou à 
execução 
Agravo de Instrumento 
Sentença Finaliza a atividade jurisdicional da 1ª 
Instância 
Recurso de Apelação 
 
14
 AMARAL SANTOS, Moacyr. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 2003, vol. 3, p. 653). 
3.3.. DESPACHO 
 Como define Rezende Filho (1959, p. 15), ―despachos são ordens judiciais dispondo sobre o 
andamento do processo [...] também denominadas despachos ordinatórios ou de expediente‖
15
. 
Relevante ressaltar que com os despachos, não se decidem incidentes, apenas se impulsiona o 
processo. 
 Pode ser proferido ex officio ou a requerimento das partes, pois, uma vez que a parte provoca 
a jurisdição, o processo desenvolve-se por impulso do juiz que, conforme princípio do impulso 
oficial do processo, deverá dar andamento a todas as fases do procedimento, até exaurir a função 
jurisdicional. É o disposto no art. 2º do NCPC ―Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e 
se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei‖. 
 Cumpre salientar que, enquanto das decisões cabe impugnação por meio de agravo ou de 
preliminar de apelação, dos despachos nunca cabe recurso algum. É o que se depreende dos arts. 
1001, 1009, §1º e 1015, do NCPC: 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. 
 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em 
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de 
execução e no processo de inventário. 
 
 
15
 REZENDE FILHO, Gabriel José Rodrigues de. Curso de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 1959, vol. III, p.15). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373§1
4. COISA JULGADA 
 
 Definição: 
A coisa julgada é mencionada na Constituição Federal como um dos direitos e garantias 
fundamentais. Encontra-se prevista no art. 5º, XXXVI da Carga Magna que diz que a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Entende-se por coisa julgada 
a qualidade atribuída à sentença de mérito que a torna imutável (Obs: Note-se que apenas a sentença 
de mérito está sujeita à coisa julgada), conforme disposição do art. 502 do NCPC: 
 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que 
torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita 
a recurso. 
 
A res iudicata leva em conta o objeto do ato decisório (sentença, acórdão ou decisão 
interlocutória), que deverá envolver o mérito da causa, no todo ou em parte. 
 
 A coisa julgada e o duplo grau de jurisdição: 
Vale ressaltar que a publicação, torna a sentença irretratável apenas para o juiz que a proferiu, 
(conforme disposto no art. 494 do CPC), pois a parte pode impugná-la por meio de recurso, 
garantido, assim, o duplo grau de jurisdição. Somentequando não caiba mais recurso, há que se falar 
em coisa julgada. Quanto aos recursos, cumpre não olvidar que estes se encontram previstos em Lei, 
cujo rol é taxativo, ou seja, de enumeração numerus clausus (Princípio da Taxatividade), bem como 
que os prazos para todos esses recursos são certos (previstos também em Lei), preclusivos (se não 
respeitados, perderá a parte o direito recursal) e peremptórios (não alterados ao alvedrio das partes). 
 Enquanto sujeita a recurso, a sentença não passa de uma situação jurídica, sendo que seus 
efeitos só se tornam definitivos e imutáveis com o trânsito julgado, do qual decorre a coisa julgada. 
 Todas as questões decididas na sentença ganham força de Lei com o transito em julgado (art. 
503, NCPC). 
 
 Os dois graus da coisa julgada: 
 Conforme a lição de Frederico Marques, há dois graus de coisa julgada, quais sejam: 
a) Coisa julgada: quando a decisão judicial não pode mais ser impugnada mediante recurso: 
quer por que a parte já tenha esgotado todos os recursos possíveis contra a decisão, ou por ter 
deixado transcorrer in albis o prazo para a propositura do recurso. 
b) Coisa soberanamente julgada: que ocorre com o fim do prazo decadencial da propositura da 
ação rescisória (prazo de dois anos) ou quando seja julgada improcedente. Lembrando que as 
únicas hipóteses para a ação rescisória (a que visa desconstituir a sentença de mérito 
transitada em julgado) encontram-se previstas no rol taxativo do art. 966, NCPC. Com tal 
possibilidade, pretendeu o legislador garantir o critério de justiça através da flexibilização do 
critério da segurança jurídica (por óbvio, apenas nos casos previstos no citado art. 966). 
 
 Coisa julgada material e coisa julgada formal: 
A doutrina costuma classificar a coisa julgada em 'coisa julgada material' e em 'coisa 
julgada formal', sendo: 
a) Coisa julgada material: aquela que se reflete dentro e fora do processo. Ocorre, portanto, 
nas hipóteses de sentença definitiva e de mérito (nas quais se extingue o processo com 
resolução de mérito); e 
b) Coisa julgada formal: aquela que se verifica apenas no interior do processo em que a 
decisão que transitou em julgado foi proferida. Ocorre nas hipóteses de sentença terminativa 
(nas quais se extingue o processo sem resolução de mérito). 
 
 Coisa julgada administrativa: 
Inexiste coisa julgada administrativa no Direito Brasileiro, isso porque, as decisões das 
questões de processos administrativos pelos órgãos da administração pública são chamadas de 
decisões definitivas (uma vez que não cabem mais recursos na esfera administrativa), em que pese 
poderem ser revistas pelo Poder Judiciário. Assim, as decisões definitivas administrativas não tem o 
condão de fazer coisa julgada. É o que reza o art. 5º, XXXV, CF, nos seguintes termos: ―a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito‖. 
 
 Coisa julgada total ou parcial: 
A sentença é composta de capítulos cuja autonomia terá influência na formação da coisa 
julgada. 
Da autonomia dos capítulos de sentença decorre a possibilidade de o recurso abordar apenas 
um ou alguns dos capítulos, o que provocaria o trânsito em julgado dos que não foram alcançados 
pela impugnação. Porém, para tanto, é preciso que a parte não discutida não esteja vinculada por 
nexo de prejudicialidade com a parte que foi atacada (ex: quando a sentença acolhe dois pedidos: o 
de rescisão do contrato e o de restituição do bem negociado. Se o recurso impugnou apenas a 
rescisão, não transita em julgado o capítulo da restituição do bem). 
A mesma regra vale para a propositura de ação rescisória e para a execução do julgado de 
acordo com a teoria dos capítulos de sentença refletida no art. 356 do NCPC (que prevê a 
possibilidade de decisões parciais de mérito, extirpando antiga cizânia decorrente da tradição ecoada 
do princípio da unidade ou unicidade do julgamento) e no entendimento do STF, muito embora, não 
seja esse o entendimento do art. 975 do próprio NCPC e do STJ: 
 
 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou 
mais dos pedidos formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do 
art. 355 . 
 
CPC, art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
 
STJ, súmula 401. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia 
quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento 
judicial. 
 
AÇÃO RESCISÓRIA – ACÓRDÃO RESCINDENDO – 
RELAÇÃO SUBJETIVA MÚLTIPLA – LIMITAÇÃO DO 
PEDIDO – AUSÊNCIA DE INTERESSE. Descabe colar à ação 
rescisória conceito linear de indivisibilidade. Contando o acórdão 
rescindendo, sob o ângulo subjetivo, com capítulos distintos, 
possível é o ajuizamento limitado, desde que não se tenha o 
envolvimento, no processo que desaguou na decisão, de 
litisconsórcio necessário. (STF, Pleno, AR 1.699-AgRg, DJU 
09/09/2005, p. 34). 
 
Cumpre ressaltar que parte da doutrina, como a de Theodoro Jr. e de Didier Jr., esposa do 
entendimento do STF, qual seja o de que o entendimento da Súmula 401 do STJ e do art. 975 do CPC 
não deve prevalecer em detrimento da possibilidade prevista no art. 356 do próprio NCPC. Do 
contrário, adotar-se-ia para a ação rescisória o conceito de indivisibilidade. 
 
Art. 508 Passada em julgado a sentença de mérito, pelo princípio do dedutível e do deduzido, reputar-se-ão 
deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento como à 
rejeição do pedido 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art355

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