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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
 
Diretor-geral
Valdir Carrenho Junior
Diretor de Operações
Paulo Pardo
Coordenadora
Ana Lívia Cazane do Nascimento
Professor
Henrique Lacerda Nieddermeyer
Projeto gráfico, capa e editoração eletrônica
Belaprosa Comunicação Corporativa e Educação
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca da Faculdade Católica)
Sumário
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
INTRODUÇÃO ................................................................ 8
1. O ambiente de competitividade ..................................... 9
2. Mentalidade empreendedora ...................................... 12
3. Empreendedorismo .................................................... 15
4. Ambiente empreendedor ............................................. 21
5. Inovação ................................................................... 25
5.1 Estrutura organizacional para inovação ..................... 27
5.2 Tipos de inovação e de inovadores ............................ 30
CONCLUSÃO ............................................................... 32
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 32
REFERÊNCIAS ................................................................ 33
UNIDADE 2 – CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E ANÁLISE DE 
OPORTUNIDADES
INTRODUÇÃO .............................................................. 36
1. Criatividade – visão geral, exercícios de criatividade ..... 36
2. Relação entre criatividade e inovação, inovação de valor – 
modelo do Oceano Azul, Matriz de Avaliação de Valor ..... 42
2.1 Tipos de inovadores ................................................. 43
2.2 Benchmarking como ferramenta de inovação ............. 44
2.3 Modelo do Oceano Azul .......................................... 47
2.4 Matriz de avaliação de valor ..................................... 48
2.5 Uma nova curva de valor .......................................... 49
3. Oportunidades – introdução, modelo de oportunidades 
(por J. Timmons) ............................................................. 50
4. Análise de perspectivas (por Scott Shane), Exercício de 
Oportunidades ............................................................... 53
4.1 Fontes de oportunidades ........................................... 55
4.2 Exercícios de oportunidades ...................................... 56
5. Mercado e Oportunidades .......................................... 57
5.1 Reconhecer uma oportunidade valiosa ....................... 58
5.2 Descobrir uma solução econômica ............................ 59
5.3 Um roteiro para análise de oportunidades .................. 60
CONCLUSÃO ............................................................... 61
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 61
REFERÊNCIAS ................................................................ 62
UNIDADE 3 – GERENCIAMENTO DE RECURSOS: PESSOAS 
E FINANÇAS
INTRODUÇÃO .............................................................. 65
1. Gestão de times empreendedores ................................ 65
2. Carreira: Executivo X Empreendedor ............................ 69
3. Valorando Sociedades ................................................ 74
4. Finanças para Empreendedores ................................... 77
5. Captação de Recursos ................................................ 81
CONCLUSÃO ............................................................... 85
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 86
REFERÊNCIAS ................................................................ 87
UNIDADE 4 – ESTRATÉGIA E FERRAMENTAS PARA
EMPREENDEDORES
INTRODUÇÃO .............................................................. 89
1. Estratégia para empreendedores, Proposta de Valor 
- Conceito do Job to be Done”, casos e exercícios ............ 90
2. Metodologia de Desenvolvimento de Clientes, 
Metodologia de Lean Startup .......................................... 95
2.1 Se sou um empreendedor, o que é uma startup? ........ 96
2.2 Produto mínimo viável .............................................. 98
3. Modelagem de Negócios, Canvas do Modelo 
de Negócios .................................................................. 98
4. Plano de Negócios ................................................... 101
4.1 A quem se destina o Plano de Negócios? ................. 102
4.2 Estrutura de um plano de negócios .......................... 103
5. Técnicas de apresentação de projetos inovadores ....... 105
CONCLUSÃO ............................................................. 108
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................. 108
REFERÊNCIAS .............................................................. 109
Unidade
1
Objetivos de aprendizagem 
da unidade
• Conhecer aspectos importantes acerca dos fundamentos 
do empreendedorismo
• Abordar o ambiente de competitividade
• Refletir sobre o ensino de empreendedorismo no Brasil
• Estudar conceitos e processos do que é empreender
• Refletir sobre o ambiente empreendedor e a importância 
da inovação
Professor Mestre Henrique Lacerda Nieddermeyer
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
8
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), nesta unidade estudaremos alguns aspectos importantes acerca dos 
fundamentos do empreendedorismo, abordando inicialmente sobre o ambiente de competitividade 
a que estamos submetidos desde o nosso nascimento. Esse espírito de competição nos acompanha a 
todo momento, afinal, queremos ser os primeiros em tudo e sempre, não é mesmo? Esse ambiente de 
competição é estendido a todas as áreas da nossa vida, inclusive no ambiente corporativo, onde quem 
não alcança o primeiro lugar está fadado a sair do mercado. Por esse motivo, as organizações buscam 
criar valor para o cliente e obter ganhos por meio da vantagem competitiva.
 No tocante à mentalidade empreendedora, abordaremos também sobre o ensino de 
empreendedorismo, que no Brasil começa a ganhar novos espaços, ao contrário, por exemplo, 
dos Estados Unidos, que ainda na fase do ensino fundamental, já orientam suas crianças sobre o 
empreendedorismo, sobre ser o dono do próprio negócio, enquanto que por aqui, aprendemos a ser 
empregados. Veremos que um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu 
tempo, pois enxerga oportunidades onde a maioria vê dificuldades.
 Abordaremos ainda que o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e 
não como um traço de personalidade. Por esse motivo, os indivíduos podem aprender a agir como 
empreendedores, utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a 
elas e explorá-las como oportunidade de negócios. Estudaremos que o empreender é um processo 
dinâmico de criar riqueza por meio de indivíduos dispostos a assumirem riscos no tocante ao próprio 
patrimônio, tempo ou comprometimento com a carreira, que também empenham suas habilidades e 
esforços vislumbrando ter o próprio negócio, empreendimento ou empresa.
 Para finalizar nossa unidade de estudos, estudaremos sobre o ambiente empreendedor, repleto 
de riscos e ameaças, que sugerem um bom planejamento antes da abertura de um negócio. Além é 
claro, de abordarmos acerca da tão necessária inovação no ambiente empreendedor. Afinal, precisamos 
fazer a diferença, pois o mercado está repleto de empresas, de produtos e de serviços muito parecidos.
 Esperamos que esse conteúdo possa subsidiá-lo em sua vida acadêmica e na sua vida 
profissional! Bons estudos!
 
Fundamentos do empreendedorismo
9
Unidade
1
Eu estou certo
1. O AMBIENTE DE COMPETITIVIDADE
Competitividade
 Fonte: Pexels. 
Prezado(a) aluno(a), no ambienteatual muito se fala em competitividade, quer seja entre países, 
estados, cidades, empresas e principalmente entre os indivíduos. Todos querem ser os primeiros, levar 
vantagem por chegar à frente. Os países querem ser os primeiros em determinado assunto, sendo os líderes 
como potência militar ou mesmo em riqueza. Constantemente vemos rankings sendo criados para que se 
exiba o primeiro lugar. Temos um tipo de ranking para cada área específica de interesse e um deles muito 
relacionado ao empreendedorismo é o ranking dos países com os maiores impostos do mundo. Há outros 
como o de melhor país para se investir, de melhor segurança, enfim, o objetivo sempre na elaboração de 
um indicador, é despertar a competição, natural do indivíduo, sempre querendo ser o melhor.
Competitividade como característica do mundo atual
 Fonte: Pixabay.
Eu estou certo Eu também
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
10
O espírito de competição entre os seres humanos apresenta seu principal registro na Bíblia, com 
Caim matando Abel, pois não se contentou com a preferência de Deus por seu irmão. Entre as nações, 
a história nos conta inúmeros conflitos e guerras de nações contra nações, cidades contra cidades, 
raças contra raças, sempre à busca da supremacia. O primeiro lugar massageia o ego da raça humana. 
A busca incessante ao topo não tem limites. Talvez, com um exame rápido de consciência, você se 
lembre de uma disputa com seu irmão ou algum parente próximo pela preferência do carinho dos 
pais, ou por algum brinquedo, não é mesmo? E na escola, quem era sempre o aluno de maior nota, 
ou aquele que tinha a melhor oratória da turma, enfim, nos lembramos sempre dos melhores. É uma 
tendência nos lembrarmos sempre dos primeiros ou dos melhores em determinado tema. Você por 
exemplo, em um rápido exercício mental, se lembraria da seleção de futebol que conquistou o terceiro 
lugar na copa do mundo de 2014? Talvez, com um pouco de esforço você até se recorde, no entanto, 
se nos fosse perguntado quem foi a seleção campeã daquela copa, com certeza a resposta seria bem 
mais rápida.
 No ambiente corporativo a competição é escancarada e cruel, onde quem não alcança o primeiro 
lugar tem dificuldades em se manter no mercado. As empresas disputam cada espaço disponível com 
a concorrência. Alguns produtos inclusive chegam a ser idênticos, apresentando diferenciação apenas 
no serviço. Mal uma empresa lança um produto novo no mercado, com uma campanha de marketing 
inovadora, outra já lança algo muito parecido e às vezes com um preço mais acessível. Um exemplo 
de competitividade acirrada ocorre no mercado de telefonia celular, onde a maioria das operadoras 
têm aparelhos similares ou até o mesmo, pouquíssima variação nas tarifas, se diferenciando apenas na 
qualidade dos serviços. Quando determinada operadora lança um lançamento, imediatamente outra 
já lança algo para não ficar para trás. Esse é o atual cenário de competição entre empresas no Brasil. 
 Prezado(a) aluno(a), diante dessa situação, de concorrência acirrada, desleal e cruel, você 
poderia refletir: “não é melhor arrumar um emprego e ficar sossegado ganhando meu salário?”. A 
resposta natural seria um estrondoso “sim”. No entanto o que move o mundo empreendedor é a 
curiosidade e a insatisfação. É justamente em meio às turbulências e adversidades que surgem os 
grandes líderes.
Para se tornar um líder, nesse ambiente de incertezas, não é necessário fazer nenhuma mágica, 
ser amigo do chefe, ter que ficar necessariamente um longo tempo em determinado cargo. Hoje é 
fundamental ter uma visão diferenciada, ver a situação de um ângulo diferente, sob um novo prisma. 
Onde os indivíduos normais vêm problema, o novo líder vê solução. É necessário que se analise 
determinada tarefa, atividade ou processo e se busque a execução de uma maneira diferente, isso é 
inovação! Superar obstáculos por meio das mudanças.
 Para inserção de um novo empreendimento no mercado ou mesmo para sua manutenção é 
importante que o novo gestor adquira cada vez mais novos conhecimentos e conceitos acerca do seu 
ramo de atuação. É importante que o novo negócio não seja apenas mais um no mercado, mas sim que 
tenha vantagem competitiva e diferenciais visando despertar o interesse do público.
 Prezado(a) aluno(a), você deve estar se perguntando o que é competitividade, certo? De modo 
bem simplificado, competitividade é a capacidade que uma empresa possui em cumprir sua missão 
e seus objetivos de uma forma mais assertiva que seus concorrentes, satisfazendo os anseios dos seus 
clientes. Uma organização ser competitiva, significa que tem uma rentabilidade igual, ou superior, aos 
seus concorrentes, provocando um encantamento nos clientes por produtos e serviços oferecidos.
Fundamentos do empreendedorismo
11
Unidade
1
O Brasil cai 18 posições em ranking de países mais 
competitivos.
Disponível em: 
<http://www.clp.org.br/Show/Brasil-cai-18-posicoes-em-ranking-de-paises-mais-compe
titivos?=yP4aTOywd4HBg7Fr+aSIMA==>. Acesso em 01 Dez. 2017.
A questão principal do encantamento são os recursos humanos de alto nível, utilização de 
tecnologia avançada, no sentido de dar algo mais ao seu cliente, utilizando-se dos conceitos de 
cadeia de valor. O conceito de valor surge da relação entre a satisfação das necessidades e os recursos 
necessários para satisfazê-la. Mas afinal, o que vem a ser uma cadeia de valores? Em um contexto 
estratégico, Porter (1990, p. 31), destaca a importância da cadeia de valores para se buscar o diferencial 
competitivo de uma organização:
A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para 
que se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais 
de diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades 
estrategicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor do que a concorrência. 
Caro(a) aluno(a), a definição da cadeia de valores de um processo objetiva definir quais as 
atividades que efetivamente agregarão valor ao cliente no momento da compra do serviço em uma 
empresa. A definição de Porter (1990) carece de complementação, pois não conceitua efetivamente 
cadeia de valores. Neste sentido, Shank & Govindarajan (1993), complementam o conceito de Porter 
(1990) desta forma:
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
12
A cadeia de valor para qualquer empresa, em qualquer negócio, é o conjunto interligado de 
todas as atividades que criam valor, desde uma fonte básica de matérias-primas, passando 
por fornecedores de componentes, até a entrega do produto final às mãos do consumidor. 
(SHANK & GOVINDARAJAN,1993, p.13).
Uma gestão eficaz surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva, permitindo 
que o empreendedor, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua lucratividade, sem aumentar os 
preços, mas diminuindo seus custos. É óbvio que isso se dá por meio da articulação de todos os recursos 
necessários para o sucesso de um negócio. No processo empreendedor passa-se necessariamente pela 
fase de articulação de recursos (BARON; SHANE, 2007).
Neste contexto, Porter (1985, p. 62) conceitua vantagem competitiva:
Vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seu clientes em oposição ao 
custo que tem para cria-la, portanto a formulação de uma estratégia competitiva é essencial 
para a empresa, pois esta dificilmente poderá criar condições ao mesmo tempo, para responder 
a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcionando à 
empresa, desta forma, criar uma posição única e valiosa. (PORTER, 1985, p. 62).
 Prezado(a) aluno(a), é importante no contexto de competição no ramo dos negócios, além 
de um bom planejamento, apresentar algo novo no mercado, de modo a garantir a sobrevivência 
do empreendimentopor um longo tempo. Não existe mágica, nem varinha de condão. Um negócio 
somente sobrevive se apresentar diferenciais perante a concorrência de modo a se obter vantagem 
competitiva. Para isso a observação e acompanhamento da concorrência é fundamental. O mundo 
dos negócios se equipara a um tabuleiro de xadrez, além dos próprios movimentos serem pensados e 
amparados por dados estatísticos, os movimentos da concorrência merecem especial atenção. Nesse 
ambiente, não há espaço para amadores!
Conheça as iniciativas do MBC – Movimento Brasil 
Competitivo. O site está disponível em: <http://www.mbc.
org.br/portal/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
Fonte: Elaborado pelo autor.
2. MENTALIDADE EMPREENDEDORA
Empreendedor
 Fonte: Pexels.
Fundamentos do empreendedorismo
13
Unidade
1
Caro(a) aluno(a), provavelmente em sua jornada você já deve ter percebido empreendedores 
que com muito pouco tiveram grande sucesso nos negócios e também aqueles que investiram grandes 
somas de dinheiro e não tiveram sequer o retorno do investimento. Alguns pensadores chegam a 
afirmar que o empreender já nasce com o indivíduo, outros afirmam que o indivíduo adquire o espírito 
empreendedor com o passar do tempo, adquirindo hábitos e observando procedimentos. Aqui cabe 
um exemplo bem característico acerca do ensino voltado ao empreendedorismo. Nos Estados Unidos, 
ainda no ensino fundamental, as crianças aprendem sobre o empreendedorismo. No Brasil, no último 
ano da faculdade, os formandos têm uma leve noção do que vem a ser empreendedorismo no último 
semestre do curso. Essa é a diferença! Aqui os pais orientam os filhos a terem bons empregos em 
empresas públicas, garantindo uma aposentadoria satisfatória. Lá, os jovens são orientados a terem 
seus próprios negócios. Em outras palavras, para causar um pouco de polêmica, nos Estados Unidos 
os jovens são formados para serem donos de empresas enquanto no Brasil, se forma a mão de obra 
para essas empresas.
 O conceito empreendedor passa pelo que Schumpeter (1982) definiu como uma nova combinação 
de recursos. Para esse autor, o empreendedor é aquele que combina fatores de produção, produtos ou 
mercados de novas maneiras. O agente de mudanças responsável por inovações é o empreendedor. 
A inovação é, portanto, fruto da atividade do empreendedor, não do mercado. Os estudos se 
desenvolveram depois foram influenciados, em maior ou menor grau, pelo legado schumpeteriano, 
que balizou o delineamento temático do campo. Muitos deles, ou seja, tradicionais, versaram de modo 
variado sobre o indivíduo empreendedor.
 Face aos desafios impostos aos empreendedores no início das atividades empresariais, além 
de um mentalidade empreendedora, é importante que se tenha clareza das atividades a serem 
desenvolvidas. Ter o negócio próprio, provavelmente já tenha passado na cabeça de todos nós. Abrir 
um negócio requer além de planejamento, muita dedicação, persistência, pois os riscos existem e 
podem inviabilizar o empreendimento. Nesse cenário, há os empreendedores que planejam a abertura 
da empresa, viabilizam recursos e quando surge a oportunidade, iniciam o negócio em uma base 
sólida e segura, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo de oportunidade. 
No entanto, há aqueles que, por exemplo, ao perderem seus empregos, com dificuldade de 
recolocação no mercado, abrem de súbito uma empresa, sem qualquer planejamento e sem enxergar 
uma oportunidade de negócio, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo por 
necessidade. Perceberam a diferença?
O empresário Abilio Diniz, em seu site, no tópico Mentalidade 
de Empreendedor, nos apresenta 5 dicas para quem deseja 
ser um empreendedor de sucesso.
Acesse o link: 
<http://abiliodiniz.com.br/lideranca/empreendedorismo/
mentalidade-de-empreendedor/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
14
Uma boa ideia nem sempre é sinal de um empreendimento de sucesso. Você já deve ter ouvido 
aquele velho chavão: “de boas intenções o inferno está cheio”, não é mesmo? Todos nós já tivemos na 
família ou no rol de amizades, aquela pessoa que se dá bem onde põe a mão, ou seja, aquela pessoa que 
sempre dá certo, independentemente da área onde atua, devido à sua mentalidade empreendedora. 
 Um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu tempo, conseguindo 
visualizar oportunidades onde a maioria enxerga dificuldades. Costumo dizer que onde as pessoas 
normais enxergam problemas, um empreendedor vê soluções. A mídia tenta nos vender uma ideia, ou 
um mantra, de que os empreendedores de sucesso, somente o são, devido à determinação, genialidade, 
timing correto, e sobretudo, um grande produto ou serviço. Nesse sentido, Ries (2012, p. 2) destaca:
No entanto, o mito da perseverança, do gênio criativo e do trabalho duro persiste. Por que 
essa crença é tão popular? Acho que há algo muito atraente a respeito dessa história moderna 
de começar na pobreza e enriquecer. Ela faz o sucesso parecer inevitável se você tem os 
predicados certos. Isso significa que os detalhes mundanos, a parte burocrática, as pequenas 
escolhas não têm importância. Se desenvolvermos um produto de fato, os consumidores 
virão. Quando fracassamos, como acontece com muitos de nós, temos uma desculpa pronta: 
não criamos a coisa certa. Não fomos visionários o suficiente, ou não estávamos no lugar certo 
na hora certa.
Em resumo, não há uma fórmula matemática que garanta o sucesso de um empreendimento, 
afinal, as variáveis que implicam no sucesso ou fracasso são múltiplas. Aquela velha máxima do copo 
com água pela metade talvez explique o ponto de vista de um empreendedor: o copo está meio vazio 
ou meio cheio? Em outros termos, a visão em função dessa enormidade de variáveis será otimista ou 
pessimista. É óbvio que um candidato a empresário com uma mentalidade empreendedora terá a visão 
otimista, entende? O empreendedor que pretende ter sucesso nos negócios necessita de características, 
tais como: coragem e paixão para desbravar o novo, e equilíbrio, racionalidade e facilidade em lidar 
com as mais variadas situações, já dentro do empreendimento.
 Caro(a) aluno(a), se você fosse um investidor, em que tipo de empreendedor você apostaria 
suas fichas? De acordo com Portal Endeavor Brasil (2011), os olhos dos grandes investidores estão 
focados em empresas de alto crescimento! Os empreendedores que acessam fundos de growth capital 
não têm medo de atingir um novo patamar de negócios.
 Segundo o Portal Endeavor Brasil (2011), os Fundos de Growth Capital tem os seus radares 
voltados para esse tipo de organização, que normalmente apresentam as seguintes características:
• Empreendedores excepcionais à frente do negócio, querendo continuar no mesmo patamar 
e crescer mais;
• Histórico de crescimento agressivo com potencial de atingir um novo patamar de organização;
• Modelos que podem ser “escaláveis”, nacional e internacionalmente;
• Inovação;
• Empreendedores que querem dominar o mundo;
• Necessidade da empresa e do empreendedor, não apenas de capital, mas de buscar 
competências de governança, gestão, rede de relacionamento e aconselhamento. (PORTAL 
ENDEAVOR BRASIL, 2011).
Fundamentos do empreendedorismo
15
Unidade
1
Nesse cenário, caro(a) acadêmico(a), você já percebeu que não há espaços para amadores, ou 
empreendedores com receio de saírem da zona de conforto, ou ainda aqueles com síndrome de Peter 
Pan (medo de crescer). A dinâmica imposta pelo mundo globalizado é a de movimentação constante, 
foco nos custos e no crescimento planejado. Portanto, bem vindo ao mundo do empreendedorismo!
O empreendedor brasileiro é bem diferente dos 
empreendedores de países desenvolvidos, pois 
ao contrário daqueles, ele tem a necessidade de 
empreender. 
Fonte: Fabiano Nagamatsu – Consultordo SEBRAE.
3. EMPREENDEDORISMO 
 Caro(a) aluno(a), o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e 
não como um traço de personalidade. Por essa razão, os indivíduos podem aprender a agir como 
empreendedores, utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a 
elas e explorá-las como oportunidade de negócios. 
Como resultado, uma cultura empreendedora pode gerar prosperidade econômica ao 
proporcionar altas taxas de criação de novas empresas. Por se tratar de um fenômeno social e cultural, 
existem famílias, cidades, regiões e países mais empreendedores que outros (MALHEIROS; FERLA; 
CUNHA, 2005). 
O empreender é um processo dinâmico e criar riqueza por meio de   indivíduos dispostos a 
assumirem riscos no tocante ao próprio patrimônio, tempo ou comprometimento com a carreira, que 
também empenham suas habilidades e esforços vislumbrando ter o próprio negócio, empreendimento 
ou empresa. Toda organização precisa planejar o seu negócio e o primeiro passo é o estabelecimento 
do planejamento organizacional, quando são definidos a missão, a visão, os objetivos, a análise do 
ambiente interno e externo, o desenvolvimento de estratégias, as formas de execução e também 
as medidas para controle e avaliação de todo o planejamento, do seu início até a conclusão. Nesse 
sentido, o plano de negócios é uma ferramenta essencial para cumprir esta finalidade: a abertura de 
um empreendimento.
Portal SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas. É fundamental que todo empreendedor e 
candidato a empreendedor deve ter anotado esse link.
Link: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae>
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quando projetamos um novo empreendimento, devemos ter em mente a missão que esse 
negócio tem a cumprir. Todo negócio deve ter uma visão de futuro que o norteie e os valores que 
pretende perseguir. Isso precisa ficar muito claro para que todos os parceiros saibam exatamente o que 
fazer, como, quando e onde. Os conceitos de missão, visão, valores e objetivos globais são essenciais 
para direcionar o negócio. Mas a tarefa de planejar é uma atividade fácil?
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
16
Missão, Visão e Valores
 Fonte: Pixabay. 
De acordo com o Portal Endeavor Brasil (2015), o trio missão, visão e valores é um recurso 
poderoso para que empreendedores consigam planejar negócios diferenciados, atrair colaboradores 
engajados e se orgulhar do seu trabalho:
Antes de colocar o barco na água e lançar o seu negócio, é preciso criar algumas diretrizes que 
garantem que estão todos navegando para a mesma direção. É assim que você define, desde 
o começo, qual é o jeito de pensar, ser e trabalhar da sua empresa, antecipando problemas, 
estabelecendo limites e minimizando os conflitos entre as pessoas que vão colocar sua empresa 
de pé. (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
 Prezado(a) aluno(a), a ferramenta missão, visão e valores tem como finalidade definir a direção 
estratégica da empresa e permite ao empreendedor uma reflexão acerca do papel do seu negócio na 
sociedade e sobre o futuro da empresa. Em um primeiro momento parece difícil para o empreendedor o 
rápido entendimento desses termos. Porém, para facilitar a diferenciação desse importantes conceitos, 
esclarecemos:
Missão é o que fazemos e o que não fazemos juntos. Normalmente ela é bastante inspiradora, 
mas, na prática, a missão descreve a nossa razão de existir. E o mais importante, ela pode 
mudar sim com o tempo, se ajustando à realidade. (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
A missão é desenvolvida com base na análise ambiental, nos stakeholders (partes interessadas), 
sempre pensando nos objetivos da empresa e qual a posição que ela quer passar para o seu público-
alvo. O empreendedor deve também formular a sua declaração de missão. Nesse aspecto, Ferreira, 
Santos e Serra (2010, p.119) enfatizam:
Fundamentos do empreendedorismo
17
Unidade
1
A missão é a tradução da estratégia da empresa, que expressa o propósito da sua própria 
existência. Em outros termos, a missão reflete a resposta a três questões: “Quem somos?”, “O 
que fazemos?” e “Por que fazemos?”. Ou de outra forma, a missão expressa a finalidade (a 
razão de ser), a estratégia (objetivos e posicionamento no mercado), os valores (princípios 
éticos que orientam a atuação da empresa). A missão deve ser concisa, curta e facilmente 
memorizável.
Apresentamos a seguir, alguns bons exemplos de missão, de algumas organizações, para que 
você tenha uma ideia da importância dessa definição na fase preliminar do negócio:
Quadro 1 – Exemplos de missão
Walmart – Nós economizamos o dinheiro das pessoas para que elas possam viver melhor!
Harley Davidson – Nós realizamos sonhos através da experiência de motociclismo.
Mary Kay – Dar oportunidades ilimitadas às mulheres.
Microsoft – Ajudar pessoas e empresas por todo o mundo a realizar todo seu potencial.
 Fonte: Portal Endeavor Brasil (2015)
Já os valores se diferenciam das regras, pois incidem nas convicções que fundamentam as 
escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização. Dessa forma, 
Coutinho (2016, p.151) nos apresenta sua definição de valor:
Os valores possuem uma base ideológica de como as pessoas devem agir dentro da 
organização, já as regras ou normas não são apenas orientações, mas procedimentos que 
devem ser seguidos pelos membros da organização com risco de algum tipo de punição caso 
não sejam cumpridas.
Os empreendedores também devem ter uma visão clara de em qual área do negócio a empresa 
atuará, considerando o seu posicionamento no mercado e no setor, os diferenciais, a sua estratégia e 
forma de atuação. Ferreira, Santos e Serra (2010, p.118) destacam que “é preciso ter uma ideia clara 
de visão – a imagem que a empresa tem de si e do seu futuro (ou seja, aquilo que almeja ser, mais do 
que de fato é atualmente)”. A visão consiste na projeção futura da organização, ou seja, quais são seus 
objetivos e onde ela quer chegar. 
 A visão define os planos da empresa, os rumos que deverá tomar. Dessa forma, é necessário 
pensar em ações concretas que possam ser alcançadas e que possam estar de acordo com as políticas 
e com o segmento no qual a empresa atua:
Se a visão é o que eu faço, valores é quem eu sou, a visão é o que eu quero atingir. Em essência, 
a visão é o destino final. E a frase que sintetiza a visão é o desenho de uma paisagem futura, 
considerando que você atingiu seu objetivo e chegou ao seu destino. Costuma ser um alvo 
em movimento, mas para funcionar, é preciso ser enxergada com foco. Dos três, a Visão 
é a que mais pode mudar com o tempo porque, assim que você alcançou o que pretendia, 
muda novamente para um alvo que está logo à frente, sem nunca parar de avançar. (PORTAL 
ENDEAVOR BRASIL, 2015).
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
18
Dessa forma, prezado(a) aluno(a), é possível identificarmos a importância em se definir a 
missão, a visão e os valores de uma empresa, pois auxilia no alcance dos objetivos organizacionais 
sendo indicada a organizações de todos os portes, determinando a direção estratégica da empresa, 
desde a integração das operações até a estratégia global e da motivação da equipe. O empreendedor 
deverá dedicar a ela uma parcela de tempo suficiente para refletir sobre o papel do seu negócio na 
sociedade e também sobre o futuro que deseja para o seu empreendimento.
Prezado(a) aluno(a), provavelmente você já tenha 
conhecido uma empresa que caminha no fio da 
navalha, ou seja, se equilibra o tempo todo para não 
sair do mercado. É muito comum, ao visitar algumas 
empresas do meu rol de clientes, ver que algumas 
sequer tem o seu planejamento estratégico definido. 
Muitos gestores sequer sabem a missão, a visão e os valores da sua organização. E o mais 
incrível é perceber no simples fatode entrar na empresa, quando esta tem bem definida 
sua missão! A empresa é mais organizada e tem foco no cliente. Aquelas que não têm 
sua missão bem definida, infelizmente, nadam contra a correnteza. Parece que todos os 
esforços são para superar as dificuldades do dia, não tendo visão de futuro. Portanto, a 
missão, visão e valores, mais do que uma ferramenta de gestão, é primordial na empresa 
para que esta alcance seus objetivos com o mínimo de dificuldades no percurso.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Caro(a) acadêmico(a), não existe uma regra fixa para definir o grau de empreendedorismo nos 
indivíduos, afinal, somos diferentes, temos aspirações diferentes, condições econômicas diferentes e 
gostos bem distintos. Essa é a graça da raça humana! O Empreendedorismo se compõe de diferentes 
fatores, presentes em diferentes doses em cada empreendedor. Mesmo havendo muitas variações 
no perfil empreendedor, com algumas características comportamentais podemos prever a vocação 
empreendedora de uma pessoa. Embora existam testes online para serem realizados, apresentaremos 
a seguir um modelo, para aferir o seu grau de empreendedorismo:
Fundamentos do empreendedorismo
19
Unidade
1
Quadro 2 – Teste de perfil empreendedor
Você tem perfil empreendedor? 
Grau com que cada afirmação 
expressa uma característica 
sua 
FONTE: Baseado no teste exposto no site http://www.interanagers.com.br Alto Médio Baixo 
Eu sou ambicioso e tenho a pretensão de prosperar financeiramente      
Gosto de adquirir novos conhecimentos      
Avalio minhas experiências positivas e negativas e aprendo com elas      
Tenho iniciativa própria      
Tenho coragem para assumir riscos      
Consigo superar derrotas e adversidades      
Sou capaz de expressar minhas ideias de maneira clara    
Trabalho persistentemente até alcançar um objetivo      
Possuo a capacidade de negociar      
Tenho habilidade para fazer novos contatos de negócios    
Consigo bons resultados mais do que a média das pessoas      
Tenho a capacidade de administrar pessoas      
Confio nos outros      
Sei compreender os erros dos outros      
Sou capaz de fazer elogio ou delegar uma tarefa      
Conto com a experiência e os conhecimentos necessários nas áreas em que 
pretendo atuar      
Sou capaz de fazer planos em curto e longo prazos      
Estou sempre em busca de novas maneiras para melhorar as situações      
Costumo fazer um controle financeiro    
Tenho reserva suficiente para cobrir minhas despesas pessoais e da empresa 
até que o empreendimento seja rentável      
Minha família e amigos apoiam os meus projetos      
Estou disposto a abrir mão do tempo livre, de hobbies e férias até que o 
negócio esteja estabelecido      
Estou me tornando independente por vontade própria      
Sou capaz de influenciar pessoas e liderar equipes      
Consigo manter o controle em situações de estresse      
Sou autocrítico      
Compreendo a importância de desenvolver parcerias      
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS      
Fonte: Adaptado Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 20).
 Após ter preenchido os campos e somado o número de ocorrência, saberá se tem ou não 
características de empreendedor correndo nas suas veias. Para auxiliar em sua avaliação, observe em 
qual dos três níveis se encontra sua pontuação.
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
20
Quadro 3 – Teste de perfil empreendedor
AVALIAÇÃO
ALTO = 3 PONTOS MÉDIO = 2 PONTOS BAIXO = 1 PONTO
Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 21).
Quadro 4 – Teste de perfil empreendedor
Observe suas características
De 0 a 27 pontos As características que você tem atualmente não são indicadas para o 
empreendimento de negócios próprios. Mas não desista! Identifique as 
suas características mais deficientes, procurando desenvolvê-las. Aceite 
o desafio de procurar superá-las sempre que enfrentar uma situação em 
que essas características sejam exigidas.
De 28 a 54 pontos Você tem grandes chances como empreendedor, mas precisa melhorar 
seu conhecimento e disposição. Cursos, leituras e visitas a feiras e even-
tos especializados podem ajuda-lo nesse desafio. Se tudo começa com 
um sonho, busque conquistar as condições ideais para realizá-lo.
De 55 a 81 pontos Parabéns! Você tem as características ótimas para alguém que deseja 
empreender um novo negócio. Apresenta capacidade de explorar no-
vas oportunidades, independentemente dos recursos que tem à mão. 
Embora isso não seja garantia de sucesso, indica eu você tem espírito 
empreendedor. Aproveite-o e vá em busca da realização de seus sonhos.
Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 20)
 Prezado(a) aluno(a), esse teste pode ser aplicado também ao seu grupo de amigos e parentes, 
de modo a identificar um eventual sócio para o seu futuro empreendimento. Como você já percebeu, 
a chance de um negócio dar errado é grande e não existe uma fórmula garantidora do sucesso! É 
necessário sempre buscar novos conhecimentos e apoio de quem realmente entende do assunto, como 
o SEBRAE, por exemplo. São grande os desafios para entrarmos e garantirmos nossa permanência no 
ambiente empreendedor!
O Portal Endeavor Brasil apoia o empreendedor de alto 
impacto. Você sabia? Confira mais informações e detalhes 
em: <www.endeavor.org.br>. 
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fundamentos do empreendedorismo
21
Unidade
1
4. AMBIENTE EMPREENDEDOR
Empreender como desejo de iniciar, desenvolver e concretizar um projeto, um sonho
 Fonte: Pixabay.
 Prezado(a) aluno(a), vivemos em um ambiente com foco na redução de custos, na máxima 
produtividade, de pressão máxima aos colaboradores das organizações e de pressão máxima às 
próprias organizações. Como viver e sobreviver nesse cenário? A única certeza que temos atualmente 
é a de mudanças constantes. Na época de nossos avós, um trabalhador passava várias décadas em uma 
mesma empresa, o que era sinal de status, de trabalhador exemplar. No entanto, hoje um colaborador 
passa em média 2 anos em uma organização e já é absorvido por outra. 
 As organizações que antigamente exerciam todas as funções da cadeia produtiva, hoje se 
satisfazem em serem responsáveis por apenas uma dessas etapas. As demais etapas passaram a ser 
terceirizadas. Ora para outras empresas, ora para os seus próprios colaboradores.
De acordo com Schumpeter, empreender é um ato econômico, de transformação de recursos – 
sejam eles quais forem – em riquezas, típico da abordagem da economia. Se observarmos que o modelo 
econômico hegemônico é o capitalismo, certamente podemos inferir que o empreendedorismo em 
sua essência é uma resposta deste modelo à necessidade de desenvolvimento constante e geração 
e acumulação de riquezas. Diversos autores corroboram essa ideia, de que o empreendedor seja “o 
motor da economia”, um agente de mudanças.
Há, no entanto, abordagens do empreendedorismo mais ligadas ao comportamento do indivíduo, 
na chamada teoria comportamentalista, para a qual empreendedorismo:
 Significa a atitude psicológica materializada pelo desejo de iniciar, desenvolver e concretizar 
um projeto, um sonho. Significa ‘ser empreendedor’. Diante desta perspectiva, reafirmamos 
que o empreendedorismo é algo que transcende o campo dos negócios e da economia. 
(SOUZA NETO, 2003, p. 112 apud LEITE; MELO, 2008, p. 37).
Conforme Leite e Melo (2008) salientam, por esta teoria comportamentalista, o “empreendedor” 
é compreendido mais por seus atributos psicológicos do que por sua ação econômica. Estaria, dessa 
forma, o desejo de empreender ligado à motivação do indivíduo, seu desejo de realização e obtenção 
de sucesso. 
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
22
De acordo com Filion (1999), no entanto, o autor que realmente início às contribuições sobre as 
ciências do comportamento para o empreendedorismo foi David Clarence McClelland, um psicólogosocial norte-americano, que viveu durante quase todo o século XX, cujas teorias da “necessidade de 
realização” permeou seu trabalho. Porém, é bom que se frise que não necessariamente uma teoria é 
excludente à outra. Por vezes, é possível traçarmos paralelos e complementariedades entre elas, o que 
nos dá um cenário mais completo e informativo do ato de empreender. 
Outra corrente teórica que vem ganhando destaque nos últimos anos é a dos traços de 
personalidade, em que até mesmo características como gênero são levadas em consideração para 
buscar-se compreender a ação empreendedora. Podemos resumir as principais linhas de pensamento 
sobre empreendedorismo no Quadro 5, a seguir:
Quadro 5 - Empreendedorismo: principais linhas de pensamento
A visão dos 
economistas 
Existe concordância entre os pesquisadores do Empreendedorismo de que os pioneiros 
no assunto teriam sido os autores Cantillon(1755) e Jean-Baptiste Say (1803;1815;1816). 
Para Cantillon, o empreendedor(“entrepreneur”) era aquele que adquiria a matéria-prima 
por um determinado preço e revendia está a um preço incerto. Ele entendia que, se o em-
preendedor obtivesse lucro além do esperado, isto ocorrera porque ele teria inovado(Fi-
lion,1999). Desde o século XVIII já associava o empreendedor ao risco, à inovação e ao lu-
cro, ou seja, eles eram vistos como pessoas que buscavam aproveitar novas oportunidades, 
vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos riscos. Diversos economistas 
mais tarde associaram, de um modo mais contundente, o empreendedorismo à inovação e 
procuraram esclarecer sobre a influência do empreendedorismo no desenvolvimento eco-
nômico. 
A visão dos 
Behavioristas 
Na década de 50, os americanos observaram o crescimento do império soviético, o que 
incentivou David C. McClelland a buscar explicações a respeito da ascensão e declínio das 
civilizações. Os behavioristas (comportamentalistas) foram, assim, incentivadosa traçar um 
perfil da personalidade do empreendedor (Filion, 1999). O trabalho desenvolvido por Mc-
Clelland (1971) focalizava os gerentes de grandes empresas, mas não interligava claramente 
a necessidade de auto-realização com a decisão de iniciar um empreendimento e o sucesso 
desta possível ligação (Filion, 1999; Leite, 2000) 
A escola dos 
traços de per-
sonalidade 
Ainda que a pesquisa não tenha sido capaz de delimitar o conjunto de empreendedores 
e atribuir caracteristics certas a este, tem-se propiciado uma série de linhas mestras para 
futuros empreendedores, auxiliando-os na busca por aperfeiçoar aspectos específicos para 
obterem sucesso (Filion, 1991a). Dado o sucesso limitado e as dificuldades metodológicas 
inerentes à abordagem dos traços, uma orientação comportamental ou de processos tem 
recebido grande atenção recentemente.
Fonte: Adaptado de Filion (1999, apud Paiva Júnior e Cordeiro, 2002, p.3).
Perceba, pelo Quadro 1 apresentado, que as abordagens das teorias sobre empreendedorismo 
seguem linhas de tempo bastante específicas e, especialmente na atualidade, há um esforço em se 
associar ao empreendedorismo aos traços de personalidade do próprio empreendedor.
Se aprofundarmos a análise histórica do desenvolvimento do conceito de empreendedorismo, 
chegaremos a dois nomes importantíssimos: Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say. Estes dois 
personagens são, por definição, economistas, o que não surpreende, pois em suas respectivas épocas 
de vida ainda não havia um claro estabelecimento das chamadas ciências gerenciais. Cantillon - cuja 
família era originária da Normandia, França – viveu no final do século XVII e início do século XVIII, 
sendo um banqueiro ávido por lucros originários de negócios diversos. 
Fundamentos do empreendedorismo
23
Unidade
1
Para tanto, não se eximia de colocar seu próprio capital em risco, com o objetivo de obter 
rendimentos do capital investido. Segundo registros históricos, Cantillon era capaz de analisar uma 
oportunidade, identificando elementos já lucrativos e outros que poderiam ser no futuro. Apesar da 
palavra “empreendedorismo” já ter sido utilizada antes mesmo de Cantillon, é atribuído a ele o mérito por 
ser o primeiro a oferecer uma clara concepção da função empreendedora como um todo (FILION, 1999).
É atribuído a Cantillon o uso da palavra francesa entrepreneur (da qual se deriva, segundo vários 
autores, o termo “empreendedor”) para descrever um indivíduo que assume riscos.
Jean-Baptiste Say – também classificado como um economista, de origem francesa, que viveu 
entre o final do século XVIII e início do século XIX – interessava-se pela expansão da revolução 
industrial ocorrida na Grã-Bretanha, para que chegasse à França e, para possibilitar isso, preparou o 
arcabouço teórico que reunia os princípios que alavancaram a Revolução Industrial britânica com os 
pensamentos de Adam Smith, de quem era admirador. 
De acordo com Oliveira (2014), o empreendedorismo no Brasil, em sua maior parte, é baseado 
em micro, pequenos e médios negócios. De fato, o início de um novo negócio geralmente é de porte 
menor e, caso prospere, seguirá o caminho natural de crescimento e expansão. Porém, no Brasil muitos 
negócios permanecem pequenos, mesmo se passando muitos anos. Isto pode ser explicado, em parte, 
pelo fato de que esses empreendimentos permanecem com características de negócios familiares e 
tendem a não se perpetuar nas gerações que sucedem o fundador. Oliveira (2014) afirma que apenas 
cerca de 30% em média das empresas familiares sobrevivem à primeira geração.
Uma boa ferramenta para efeitos comparativos entre o nível de empreendedorismo entre países 
– o Brasil incluído nesse rol – são os estudos do GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Essa base 
comparativa é realizada com base no PIB, na renda per capita e quotas de exportação e formam 
basicamente 3 grupos de países, para efeitos de comparação, quais sejam:
• Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades com 
forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais;
• Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização e 
ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital;
• Países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos 
em conhecimento e pela expansão e modernização do setor de serviços (GEM, 2015, p. 20 
apud SEBRAE, 2016).
O Brasil está elencado no grupo de países impulsionados pela eficiência, sendo incluídos pelo 
GEM nesse rol comparativo, além do Brasil, a Argentina, Barbados, Chile, Colômbia, Equador, 
Guatemala, México, Panamá, Peru, Porto Rico e Uruguai, no recorte geográfico composto por 
América Latina e Caribe.
Os relatórios do GEM apontam três fatores considerados limitadores para as atividades 
empreendedoras no Brasil, conforme Ferreira, Santos e Serra (2010), salientam, a saber: 
1. Políticas governamentais;
2. Apoio financeiro; e
3. Programas de educação e capacitação.
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
24
O Portal Endeavor apresenta 8 mitos e verdades 
sobre o empreendedorismo no Brasil:
1. O Brasileiro sonha em empreender, mas isso não 
é tudo. Verdade!
2. Abrir uma empresa em qualquer lugar do Brasil é 
muito demorado. Verdade!
3. Falta dinheiro para empresas e empreendedores. Mito!
4. Pagar impostos é coisa para super-heróis! Verdade!
5. O Simples poderia ser ainda mais simples! Verdade!
6. Poucas empresas brasileiras crescem de verdade! Verdade!
7. As empresas brasileiras são muito inovadoras! Mito!
8. O empreendedor brasileiro tem muitas opções para se capacitar! Verdade!
Link: <https://endeavor.org.br/8-mitos-e-verdades-sobre-o-empreendedorismo-no-
brasil/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
A burocracia e a alta carga tributária, via de regra, sempre são citadas como fatores limitantes 
à atividade empreendedora nacional.As condições para o empreendedorismo (favoráveis ou 
desfavoráveis) são elencadas em um conjunto de nove categorias por Ferreira, Santos e Serra (2010), 
conforme podem ser visualizadas na Figura 1 a seguir:
Figura 1.1 - Condições nacionais para o empreendedorismo
 Fonte: Ferreira, Santos e Serra (2010)
Fundamentos do empreendedorismo
25
Unidade
1
 Prezado(a), acadêmico(a), a superação dos entraves e o enfrentamento das condições adversas, 
são essenciais para que o empreendedorismo no Brasil atinja os patamares que nossa econômica exige. 
Em que pese todas as dificuldades do ambiente empreendedor, somos brasileiros e não desistimos 
nunca! Uma das saídas para superarmos tais condições é, sem dúvida, a nossa garra e nosso potencial 
de inovação.
Empreendedorismo atrais 3 de cada 10 brasileiros!
Link: 
<http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/
pesquisa-gem-empreendedorismo-atrai-tres-em-cada-
dez-brasileiros,bd3848b50ca6c410VgnVCM2000003c7401
0aRCRD>. Acesso em 01 Dez. 2017.
5. INOVAÇÃO 
Prezado(a) aluno(a), desde a idade das cavernas o homem procurou superar os obstáculos a 
ele impostos pela natureza adversa. Na busca por sobrevivência inventou ferramentas de modo a 
facilitar sua segurança e a busca por alimentos. Nesse processo, o homem aprendeu a se utilizar da 
pedra, do fogo, dos metais e culminou com a invenção da roda. Quando nos referimos à inovação, 
provavelmente pensamos em invenção, criar algo novo, não é mesmo? Para inovar são necessárias 
tecnologias ou técnicas? O que distingue inovação de invenção?
Você concorda que esses termos, em um primeiro momento, nos causam dúvidas? Para 
esclarecermos, é importante compreendermos a diferenciação entre esses termos, conforme os 
conceitos apresentados por Tigre (2006):
Do ponto de vista conceitual, uma primeira distinção é usualmente feita entre tecnologias 
e técnicas. A tecnologia pode ser definida como conhecimento sobre técnicas, enquanto 
as técnicas envolvem aplicações desse conhecimento em produtos, processos e métodos 
organizacionais. Outra distinção importante é feita entre invenção e inovação. A invenção se 
refere à criação de um processo técnica ou produto inédito. Ela pode ser divulgada através de 
artigos técnicos e científicos, registrada em forma de patente, visualizada e simulada através 
de protótipos e plantas piloto sem, contudo, ter uma aplicação comercial efetiva. Já a inovação 
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção. (TIGRE, 2006, p. 72, grifo nosso).
Para Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 310), “a inovação é regida por dezenas de princípios e 
requisitos complexos que interagem e se complementam. Ações pontuais e isoladas definitivamente 
não transformarão uma organização em uma empresa inovadora”.
A inovação deve ser parte da cultura da empresa e permear todas as áreas da companhia. 
Algumas empresas criam seus departamentos de inovação e podem, em dados momentos, alcançar 
resultados significativos, acelerando processos e liderando mudanças. Entretanto, o ideal é que 
a cultura organizacional incorpore de tal forma o espírito de inovação que os profissionais de 
todas as áreas assumam a responsabilidade para inovar, seja nos laboratórios de P&D – Pesquisa e 
Desenvolvimento, seja no atendimento ao cliente, no departamento de crédito e cobrança, e assim por 
diante (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Freitas Filho (2013) enfatiza que, para se inovar, é fundamental a coexistência de três elementos: 
conhecimento, criatividade e empreendedorismo, conforme apresentado na figura 1:
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
26
Figura 1 – Elementos da inovação
 
 Fonte: Freitas Filho (2013, p. 12).
 Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em alguma fase da sua 
vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a necessidade é a mãe da imaginação”. 
Inovação pode ter início quando surgem questionamentos
 Fonte: Pixabay.
Nesse sentido, os elementos da inovação são descritos por Freitas Filho (2013) da seguinte forma:
Conhecimento: um dos elementos para a geração é o conhecimento. Não se inova se não 
houver conhecimento sobre o assunto. E esse é um ponto muito importante quando se vai 
rodar uma seção de geração de ideias. Nesse tipo de evento, a fase de preparação é fundamental 
e os conhecimentos sobre o assunto devem ser nivelados de alguma forma, ou especialistas 
sobre o assunto devem participar do processo.
Fundamentos do empreendedorismo
27
Unidade
1
Criatividade: a criatividade é o princípio da inovação. Sem criatividade, não se inova. Pessoas 
criativas são fundamentais em seções de geração de ideias, pois são elas que produzirão o 
maior número de propostas e farão as ligações e farão as ligações entre as ideias apresentadas.
Empreendedorismo: O empreendedorismo é o fazer acontecer, é pôr a ideia em prática, é 
implementá-la. Pessoas com este perfil são fundamentais para que haja inovação. São elas 
que irão tirar as ideias do papel e farão o caminho da ideia à realidade. (FREITAS FILHO, 
2013, p. 12).
 A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma forma que 
merece destaque no cenário atual, é a obtenção de diferencial competitivo por meio da cadeia de valor. 
A cadeia de valor é considerada uma importante ferramenta estratégica para identificar oportunidades 
de inovação em diversos níveis da organização, melhorando a performance do sistema, até o projeto 
de ofertas de produtos ou serviços inéditas.
O ato de inovar, na vida pessoal ou profissional, implica necessariamente em sair da zona de 
conforto, promover mudanças, fazer as coisas de um modo diferente, criar algo novo, transformar o 
meio à nossa volta. As pessoas normalmente associam inovação à invenção, o que é errado. Para ser 
inovador basta apenas mudar um processo ou um procedimento, tornando-o mais eficaz. A inovação 
se transformou em um imperativo organizacional. É importante para que a empresa obtenha um 
diferencial competitivo, ou vantagem competitiva, atraindo com isso a preferência do consumidor por 
meio de programas de inovação.
 Os programas inovadores desenvolvidos pelas organizações estão atrelados à uma estrutura 
organizacional voltada para inovação dentro de uma empresa.
A inovação faz a diferença – Como o Brasil pode tirar 
melhor proveito das pesquisas tecnológicas.
Porque as empresas e os países investem cada vez mais 
no conhecimento para gerar competitividade, emprego 
e renda. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tem baixo 
aproveitamento de pesquisas por empresas porque 
empresários e pesquisadores não trabalham de forma 
integrada.
Link: <http://ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id= 
1466:catid=28&Itemid=23>. Acesso em 01 Dez. 2017.
5.1. Estrutura organizacional para inovação
De acordo com Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 247), “os atuais gestores começam a olhar para 
a adoção de um modelo de inovação altamente colaborativo, a inovação aberta ou open innovation”. 
Este modelo pressupõe que o conhecimento para promover inovações é encontrado em qualquer 
lugar da rede de valor da organização e do mundo globalizado. Desta forma, qualquer empresa que 
queira se tornar inovadora deverá abrir as portas de sua organização para ideias que venham de fora; 
de centros de pesquisa, universidades, outras empresas, mesmo que concorrentes (RODRIGUEZ y 
RODRIGUEZ, 2010).
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
28
Nesse sentido, Freitas Filho (2013) destaca que, ao se criar um programa de inovação dentro 
de uma empresa, o sucesso vai depender de alguns fatores: é preciso que haja patrocínio do principal 
executivo da empresa; que se tenha uma pessoaque gerencie todo o processo, desde a geração de 
ideias até a análise dos resultados e os times que irão conduzir os projetos de inovação, além do 
suporte das diversas áreas da empresa, pode ser necessária também a figura do mentor de inovação, 
ou seja, do profissional treinado na metodologia e ferramentas de inovação que irá auxiliar os times a 
gerar e captar ideias e conduzir seus projetos.
Com relação à formação do Comitê Executivo, que é o grupo que irá definir as estratégias de 
inovação da empresa e que irá monitorar os resultados, Freitas Filho (2013, p. 69) descreve:
É normalmente formado pelos principais diretores e pelo gestor de inovação, que se reúnem 
mensalmente para avaliar o desenvolvimento do programa de inovação. O gestor de inovação 
tem um papel fundamental no comitê, pois ele é o responsável pelo repasse das informações 
sobre o andamento do programa e dos projetos, bem como pela análise preliminar dos 
resultados. No comitê são discutidos os projetos, analisados os indicadores e monitoradas as 
metas. As diretrizes de trabalho também estão a cargo do comitê.
De acordo com Tidd, Pavitt e Bessant (2008), a construção das organizações que sejam abertas 
à mudança, ou seja, capazes de aprendizado contínuo, é uma das principais tarefas da estratégia de 
inovação. P&D e outras funções relacionadas dentro da empresa são aspectos fundamentais dessa 
capacidade de aprendizado. No entanto, conforme a tabela 1, a natureza e o propósito das atividades 
tecnológicas das grandes empresas variam bastante. É possível comparar as atividades de P&D de 
interesse para diferentes áreas da empresa:
Nível empresarial: as perspectivas de tempo são longas, o feedback de aprendizagem é lento, 
as conexões internas são frágeis, as conexões com fontes externas de conhecimento são fortes, 
e os projetos são relativamente baratos.
Nível da unidade de negócios: as perspectivas de tempo são curtas, o feedback de 
aprendizagem é rápido, as conexões internas (com produção e marketing) são fortes, e os 
projetos são onerosos (TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008, p. 226)
Somos ruins em inovação porque em nosso país 
não existe confiança baseada em reciprocidade, 
em nível suficiente. Nossas tecnologias sociais 
para garantir isso são deficientes. Apenas 3% dos 
brasileiros acham seus compatriotas confiáveis. Na 
Suécia, são 60%.
Disponível em: <http://innovatrix.com.br/por-
que-o-brasil-e-ruim-de-inovacao/>. Acesso em 01 Jun. 2017.
Fundamentos do empreendedorismo
29
Unidade
1
Tabela 1 – A heterogeneidade das atividades tecnológicas das grandes empresas
Locus de
Interesse
Prazo de 
execução
(em anos)
Foco
Corporação como
um todo
~10 •	 Monitoração de avanços técnicos e científicos de 
vulto
•	 Construção do conhecimento
•	 Criação de novas opções
•	 Posicionamento tecnológico
•	 Desenvolvimento de recursos humanos e técnicos
Grupo/divisão ~5 •	 Exploração de sinergias através de diversas unida-
des de negócios
Unidade de
Negócio
~2-3 Implementação de objetivos comerciais em desenvolvi-
mento de produto:
•	 Custo
•	 Qualidade
•	 Tempo de desenvolvimento etc.
Fonte: Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p. 226).
Os mesmos autores enfatizam que o equilíbrio dessas várias atividades é uma tarefa extenuante 
que envolve escolhas entre (i) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhada em divisões 
operacionais e no laboratório empresarial; (ii) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhadas 
no país de origem da empresa e em países estrangeiros. Até pouco tempo atrás, um método prático 
bastante adotado para decidir as atividades de P&D deveriam ser desempenhadas era:
• P&D de suporte para negócios já existentes (como produtos, processos, divisões) deveria 
ser alocada em divisões estabelecidas.
• P&D de suporte para novos negócios (como produtos, processos, divisões) deveria, 
inicialmente, ser alocada em laboratórios centrais, e depois transferida para as divisões 
(estabelecidas ou recentemente criadas) para exploração.
• P&D de suporte à produção estrangeira deveria ser alocada perto daquela produção 
estrangeira e estar voltada, principalmente, para a adaptação de produtos e processos às 
condições locais. (TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008, pp. 226-227).
O gestor da inovação: é a peça principal do programa de inovação. É ele quem lidera o 
desenvolvimento, a implantação e o gerenciamento do programa de inovação. É o responsável em 
receber as diretrizes e metas da alta direção da empresa e transformá-las em projetos que gerem os 
resultados para que as metas sejam atingidas. O gestor de inovação também é a pessoa que vai puxar 
os times para geração e implementação dos projetos de inovação (FREITAS FILHO, 2013, p. 69).
Abaixo, seguem as principais atividades do gestor de inovação:
• Auxiliar o Comitê Executivo na elaboração do plano estratégico de inovação;
• Coordenar as reuniões do Comitê Executivo;
• Apresentar ao Comitê Executivo o andamento do programa de inovação, o cronograma dos 
projetos, os resultados alcançados e os planos de ações;
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
30
• Gerenciar o programa de inovação;
• Aplicar a política de reconhecimento e recompensa;
• Conduzir as seções criativas para geração de novas ideias;
• Treinar e dar suporte na competência inovação aos colaboradores que participam do 
programa;
• Buscar alterantivas de fomento junto aos órgãos do governo e aplicar os projetos aos editais;
• Gerenciar a criação e aplicação de patentes;
• Criar uma cultura de inovação na empresa. (FREITAS FILHO, 2013, p. 69-70).
Mentores da inovação: a implantação de um programa de inovação em uma empresa 
exige que os participantes se capacitem na competência da inovação. Dependendo do número de 
pessoas envolvidas, é necessário que, além do gestor de inovação, outras pessoas se capacitem nessa 
competência, que são os mentores da inovação. Eles receberão os treinamentos necessários e serão 
preparados para assumir parte das atividades do gestor, principalmente aquela de suporte aos times de 
projeto. Quanto mais pessoas capacitadas na competência, mais fácil se torna a criação de uma cultura 
de inovação, pois os mesmos mentores também serão os disseminadores da inovação na organização 
(FREITAS FILHO, 2013, p. 70).
Times de projetos de inovação: a formação de times de inovação vai depender muito de como 
o programa de inovação foi estruturado. Existem diversas atividades que precisam ser realizadas que 
vão desde a geração e captação de novas ideias até a implementação das mesmas. Os times de projeto 
podem ser formados já na fase de geração de ideias. Nesse caso é recomendável é que haja a participação 
de pessoas de todas as áreas da empresa. Isso irá permear a cultura corporativa de inovação. Cada 
pessoa que participa na geração de novas ideias torna-se um disseminador em potencial de inovação 
(FREITAS FILHO, 2013, p. 70).
5.2. Tipos de inovação e de inovadores
 De acordo com Tigre (2006, p. 73), “as mudança tecnológicas são usualmente diferenciadas 
por seu grau de inovação e pela extensão das mudanças em relação ao que havia antes”. 
 Ao se falar de inovação é natural se pensar em novos produtos. Existem diversos exemplos que 
ilustram esse tipo de inovação. Todos concordam quando se fala que o celular é uma grande inovação, 
pois ele trouxe a mobilidade e portabilidade à comunicação (FREITAS FILHO, 2013).
 Por meio da tabela 2, Tigre (2006) demonstra que a gama de inovações observadas na atividade 
econômica é classificada segundo seus impactos, exemplificando as diferentes trajetórias para o caso 
de inovações em processos:
Fundamentos do empreendedorismo
31
Unidade
1
Tabela 2 – taxonomia das mudanças tecnológicas
Tipo de mudança Características
Incremental Melhoramentos e modificações cotidianas
Radical Saltos descontínuos na tecnologia de produtose proces-
sos
Novo sistema tecnológico Mudanças abrangentes que afetam mais de um setor e 
dão origem a novas atividades econômicas
Novo paradigma tecnoeconômico Mudanças que afetam toda a economia envolvendo mu-
danças técnicas e organizacionais, alterando produtos e 
processos, criando novas indústrias e estabelecendo traje-
tórias de inovações por várias décadas.
Fonte: Tigre (2006, p. 74)
De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro tipos de inovação: 
de produto, de processo, organizacional e de marketing:
A inovação por produto: é caracterizada pela alteração significativa em características 
funcionais dos produtos (bens e sérvios). É aplicável tanta a produtos totalmente novos como 
aos casos de aperfeiçoamentos significativos nos já existentes. Como exemplo de inovação 
de produtos (bens manufaturados) é citado: o telefone celular, a câmera digital, a fralda 
descartável, o computador pessoal, o pen drive, o motos bicombustível. Já para serviços, é 
inovador o atendimento bancário através dos caixas eletrônicos, o serviço de vendas online 
pela internet, o sistema de logística reversa para coleta de embalagens de produtos. 
A inovação de processo: ocorre quando os métodos de produção e distribuição dos produtos 
passam por mudanças significativas, incorporando novas características. São exemplos de 
inovação de processos: uma linha de montagem, o sistema de manufatura auxiliado por 
computador (CAM), um novo processo de manutenção preditiva.
A inovação organizacional: é quando são implantados novos métodos organizacionais. 
Pode-se obter inovação organizacional em qualquer das áreas da gestão empresarial, tais 
como modelos de negócio, estrutura organizacional, gestão financeira, capacitação e gestão 
de desempenho de pessoal. Como exemplos de inovação organizacional têm-se o sistema de 
custeio baseado em atividades (ABC), os sistema de franquias, o sistema Balance Scorecard 
(BSC), o sistema matricial de liderança.
As inovações de marketing: estão relacionadas com a adoção de novos métodos associados ao 
design de produtos, na análise do comportamento do mercado, nas técnicas de promoção do 
produto, na fidelização do cliente, nos métodos de formação de preço de venda entre outros. 
Com exemplos de inovações em marketing, citam-se os cartões de fidelidade, exposição de 
carros conceito, produtos para gerar imagem da marca, uso de mídias sociais na internet. 
(OCDE, 1997 apud FREITAS FILHO, 2013, p. 15).
 Prezado(a) aluno(a), para que ocorram as mudanças tão requeridas em nossas vidas pessoais 
e profissionais, é essencial que procedamos a inovação. Esta pode ocorrer pela forma de realizarmos 
uma mesma tarefa por meios diferentes ou até mesmo a reinventarmos todo um processo. Não 
podemos, afinal, querermos que fatos diferentes ocorram se procedemos sempre da mesma maneira, 
não é mesmo? Precisamos sair um pouco da nossa zona de conforto, e fazermos aquilo que todos 
consideram impossível! Isso é inovação!
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
32
CONCLUSÃO
Caro(a) acadêmico(a), nessa unidade de estudos, foi possível compreendermos importantes 
aspectos acerca dos fundamentos do empreendedorismo. Foram abordados tópicos sobre o ambiente 
de competitividade a que todos os empreendedores estão submetidos. Tal espírito competitivo nos 
acompanha a todo momento, afinal, queremos ser os primeiros em tudo e sempre. A sociedade não 
reconhece e não dá valor aos que ficam em segundo lugar. Vimos que esse ambiente de competição é 
estendido a todas as áreas da nossa vida, inclusive no ambiente corporativo, onde quem não alcança 
o primeiro lugar está fadado a sair do mercado. Por esse motivo, as organizações buscam criar valor 
para o cliente e obter ganhos por meio da vantagem competitiva.
Estudamos sobre a mentalidade empreendedora, quanto tratamos sobre o ensino de 
empreendedorismo, que no Brasil ainda está na fase embrionária, nos Estados Unidos, as crianças 
são orientadas acerca do empreendedorismo para serem donas do próprio negócio. Foi possível 
percebermos que um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu tempo, 
pois enxerga oportunidades onde a maioria vê dificuldades.
Vimos que o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e não como um 
traço de personalidade. Por esse motivo, os indivíduos podem aprender a agir como empreendedores, 
utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las 
como oportunidade de negócios. Estudamos também que empreender é um processo dinâmico de 
criar riqueza por meio de indivíduos dispostos a assumirem riscos no tocante ao próprio patrimônio, 
tempo ou comprometimento com a carreira, que também empenham suas habilidades e esforços 
vislumbrando ter o próprio negócio, empreendimento ou empresa.
 Finalizamos nossa unidade abordando sobre o ambiente empreendedor, repleto de riscos e 
ameaças, o que necessariamente implica na elaboração de um estudo e um planejamento antes da 
abertura de um negócio. Estudamos também sobre a inovação, tão necessária para promovermos 
a mudança em todas as áreas da empresa. Vimos que o ambiente de negócios é cruel e não perdoa 
amadorismo, por esse motivo, precisamos sempre criar algo novo, fazermos a diferença e, desta forma, 
obtermos ganhos por meio da vantagem competitiva.
Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa efetivamente auxiliá-lo na busca de seus 
objetivos. Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES 
#LIVRO#
 Título: Gestão da inovação: teoria e prática para implantação
Autor: Fernando Luiz Freitas Filho
Editora: ATLAS EDITORA, 2013
Fundamentos do empreendedorismo
33
Unidade
1
Sinopse: A proposta deste livro é dar uma base aos profissionais que atuam na área para que 
consigam fazer uma análise crítica de suas empresas e estejam preparados para iniciar o processo de 
implantação de um sistema de gestão da inovação.
No primeiro capítulo são apresentados os fundamentos da inovação. Conceitos importantes 
são definidos, como ciência, tecnologia, criatividade e inovação. Este capítulo traz ainda alguns 
indicadores do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação que apresentam a situação do Brasil 
em relação a outros países nas questões relativas aos investimentos financeiros, recursos humanos e 
produção científica e tecnológica.
O capítulo seguinte trata de criatividade. É apresentada a relação entre criatividade e inovação 
e são discutidas diferentes maneiras de como aumentar a criatividade. O Capítulo 3 apresenta o 
processo de inovação nas empresas, desde o planejamento estratégico e indicadores até a implantação 
dos projetos de inovação.
O tema cultura de inovação está no Capítulo 4. São enfatizados o papel das pessoas e do ambiente 
para transformar as organizações em empresas inovadoras, bem como uma metodologia para fazer o 
gerenciamento da mudança.
Por fim, no Capítulo 5 há informações complementares sobre os temas abordados no livro. 
Além disso, são apresentados alguns sites interessantes com informações e curiosidades sobre o 
tema inovação.
Livro-texto para a disciplina Gestão da Inovação dos cursos de Engenharia e de Administração. 
Obra de referência para empresários, executivos e profissionais especializados das áreas de inovação, 
de desenvolvimento de produto, de administração e de marketing que queiram implantar um sistema 
de gestão em suas empresas ou conhecer melhor o assunto.
REFERÊNCIAS
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Learning, 2007.
COUTINHO, F.G. Comunicação integrada de marketing. Maringá, Pr: Unicesumar, 2016.
FERREIRA, M. P., SANTOS, J. C.; SERRA, F. R. (2010). Ser Empreendedor - Pensar, Criar e Moldar 
a Nova Empresa. 2ª ed.. Lisboa: Edições Sílabo.
FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentesde pequenos negócios. 
RAUSP – Revista de Administração da Universidade de São Paulo. SP, abril/jun.1999.
FREITAS FILHO, Fernando Luiz. Gestão da inovação: teoria e prática para implantação. São Paulo: 
Atlas, 2013.
LEITE, E.S; MELO, N.M. Uma nova noção de empresário: a naturalização do empreendedor. Revista 
de Sociologia e Política. V. 16, n. 31, p. 35-47, novembro/2008.
Unidade
1Fundamentos do empreendedorismo
34
MALHEIROS, R.C; FERLA, L.A; CUNHA, L.A. Viagem ao Mundo do Empreendedorismo. 
Florianópolis: IEA –– Instituto de Estudos Avançados. 2ªedição, 2005. 
OLIVEIRA, D.P. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para plano de 
negócios. São Paulo: Atlas 2014.
PAIVA Jr., F.G.; CORDEIRO, A.T. Empreendodorimo e o espírito empreendedor: uma análise da 
evolução dos estudos na produção acadêmica brasileira. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO 
NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD, 
XXVII, 2002, Salvador-BA. Anais...Salvador: 2002, 1 CD ROM.
PORTAL ENDEAVOR BRASIL. As características que todo investidos procura nos empreendedores, 
2011. Disponível em: <https://endeavor.org.br/growth-capital-como-acessar/>. Acesso em 01 Dez. 
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Disponível em: <https://endeavor.org.br/missao-visao-evalores/?gclid=CjwKCAiA07PRBRBJEiwAS2
0SIInSU3teg2J_0DzIpnGZt2v1ZS-8IFMXAHYFCn7e3vuzzVqZi3EC0BoCgTsQAvD_BwE>. Acesso 
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PORTAL SEBRAE. Pesquisa GEM revela taxa de empreendedorismo no país. 2016. Disponível em: 
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Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2010.
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SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre 
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TIGRE, Paulo B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2006.
Unidade
2
Objetivos de aprendizagem 
da unidade
• Apresentar técnicas que estimulam a criatividade
• Conhecer o processo de inovação, contemplando suas 
etapas e um perfil profissional para cada uma delas
• Apresentar a matriz de avaliação de valor, a curva de valor 
e o modelo das quatro ações
• Estudar as técnicas para identificação de oportunidades e 
o processo empreendedor na visão de J. Timmons
Professor Mestre Henrique Lacerda Nieddermeyer
CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E ANÁLISE 
DE OPORTUNIDADES
Unidade
2Criatividade, inovação e análise de oportunidades
36
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade abordaremos um assunto bastante interessante para o 
empreendedor, que é a criatividade, a inovação e a análise de oportunidades. É um tema bastante 
discutido no tocante à dificuldade atores envolvidos, haja vista a alegação de dificuldades na 
identificação de oportunidades. O empreender é uma arte, envolta em inúmeras variáveis dentre as 
quais as relacionadas às ideias e ao potencial criativo dos indivíduos e das organizações. Veremos 
algumas técnicas que estimulam a criatividade, a qual leva invariavelmente à inovação empresarial.
Abordaremos também sobre o fato de que não há uma técnica específica que resolva o problema 
da falta de criatividade no âmbito empresarial. O clima organizacional deve ser levado em consideração 
de modo a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente da técnica, 
o objetivo sempre é a inovação.
Conheceremos também o processo de inovação, contemplando suas etapas e um perfil profissional 
para cada uma delas: o idealizador, o refinador, o experimentador e o executor. Abordaremos também 
o benchmarking como uma importante ferramenta de inovação, por meio da observação das melhores 
técnicas praticados pelos líderes em seus segmentos.
Estudaremos acerca dos ambientes conhecidos como oceano vermelho e oceano azul e a 
estratégia de atuação das empresas nesse cenário de competição acirrada em busca da criação de 
valor para o cliente. Conheceremos ainda a matriz de avaliação de valor, a curva de valor e o modelo 
das quatro ações.
Para finalizar nossa unidade, estudaremos as técnicas para identificação de oportunidades e o 
processo empreendedor na visão de J. Timmons, além das fontes de oportunidades, complementados por 
alguns exercícios para estimular a identificação de oportunidades no mercado de competição acirrada.
Prezado(a) aluno(a), espero que você possa extrair o máximo de subsídios para sua jornada 
acadêmica. Bons estudos!
1. CRIATIVIDADE – VISÃO GERAL, EXERCÍCIOS 
DE CRIATIVIDADE
Prezado(a) aluno(a), quantas vezes estivemos diante de determinadas situações embaraçosas, 
que a princípio eram sem solução e, de repente, surge uma pessoa, com um toque de criatividade, e 
as resolve rápida e facilmente. Com certeza você já presenciou uma cena dessas, não é mesmo? No 
empreendedorismo, a criatividade está intrinsicamente relacionada, sendo impossível falar de um 
sem falar do outro. Existe até um velho ditado, que minha avó proferia com certa frequência, quando 
alegávamos que não sabíamos executar determinada tarefa: “a necessidade é a mãe da criatividade”. 
Desta forma, podemos criar nosso próprio conceito de criatividade, é a capacidade humana de 
gerar novas ideias. Uma ideia nova para resolver um problema antigo.
De acordo com Luecke (2007) o empreendedor necessita aliar análise, planejamento estratégico, 
capacidade de implementação e controle à sua organização, sendo tais elementos cruciais ao êxito dos 
Criatividade, inovação e análise de oportunidades
37
Unidade
2
 
Um estudo divulgado pelo  Martin Prosperity Institute 
apontou um  ranking de 139 países com maior índice 
de  criatividade e prosperidade  no mundo (GCI) em 
2015.  Feito com cerca de mil pessoas de cada dos 139 
países, o Brasil ficou em 29º lugar e, pela primeira vez, a 
Suécia não ficou no topo do ranking.
Link: <http://designconceitual.com.br/2016/04/08/
pesquisa-revela-paises-mais-criativos-do-mundo/>. 
 Acesso em 01 Dez. 2017.
inovadores empreendimentos. Nesse aspceto, ao começar um novo negócio o empreendedor deve 
estar ciente dos riscos e esforços necessários para o seu sucesso, assumindo responsabilidades para 
garantir a manutenção e prosperidade de sua criação, lidando com novos desafios. 
O empreendedor é definido por Luecke (2007, p. 29) como “aquele que combina recursos, 
trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é aquele que 
introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.
 De maneira instintiva, o termo criatividade sempre se associou à atividade artística. Mais 
recentemente, graças a exemplos empresariais como Apple e Google, a inovação ganhou espaço 
nos setores tecnológicos. Neste sentido, a nossa intuição não está errada, uma vez que criatividade e 
inovação são dois conceitos muito unidos (MANUAL DE CRIATIVIDADE EMPRESARIAL, 2010). 
De acordo com o mesmo manual,

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