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Inovação e Empreendedorismo

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INOVAÇÃO E 
EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA 
NIEDDERMEYER
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
AMBIENTE DE COMPETITIVIDADE 
MENTALIDADE EMPREENDEDORA
EMPREENDEDORISMO
AMBIENTE EMPREENDEDOR
INOVAÇÃO
CRIATIVIDADE
CRIATIVIDADE X INOVAÇÃO
MODELO DE TIMMONS
ANÁLISE DE PERSPECTIVAS
MERCADO E OPORTUNIDADES
GESTÃO DE TIMES
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
MODELO JOB TO BE DONE
PLANO DE NEGÓCIOS
MODELAGEM DE NEGÓCIOS CANVAS
TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE PROJETOS 
INOVADORES
05
10
13
19
24
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107
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), estudaremos neste material alguns aspectos importantes acerca 
da inovação e empreendedorismo.
Os capítulos 1, 2, 3 e 4 tratam dos ambientes coorporativos, competitivos bem como 
sobre o empreendedorismo.
São contemplados a partir do capítulo 4, inovação, criatividade, modelo de Timmons, 
entre outros assuntos. 
De modo geral, este livro lhe mostrará as boas práticas dentro do ambiente empreendedor. 
Desfrute a leitura!!
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
AULA 1
O AMBIENTE DE COMPETITIVIDADE
Prezado(a) aluno(a), no ambiente atual muito se fala em competitividade, quer seja entre 
países, estados, cidades, empresas e principalmente entre os indivíduos. Todos querem 
ser os primeiros, levar vantagem por chegar à frente. Os países querem ser os primeiros 
em determinado assunto, sendo os líderes como potência militar ou mesmo em riqueza. 
Constantemente vemos rankings sendo criados para que se exiba o primeiro lugar. Temos 
um tipo de ranking para cada área específica de interesse e um deles muito relacionado ao 
empreendedorismo é o ranking dos países com os maiores impostos do mundo. Há outros 
como o de melhor país para se investir, de melhor segurança, enfim, o objetivo sempre na 
elaboração de um indicador, é despertar a competição, natural do indivíduo, sempre querendo 
ser o melhor.
O espírito de competição entre os seres humanos apresenta seu principal registro na 
Bíblia, com Caim matando Abel, pois não se contentou com a preferência de Deus por 
seu irmão. Entre as nações, a história nos conta inúmeros conflitos e guerras de nações 
contra nações, cidades contra cidades, raças contra raças, sempre à busca da supremacia. 
O primeiro lugar massageia o ego da raça humana. A busca incessante ao topo não tem 
limites. Talvez, com um exame rápido de consciência, você se lembre de uma disputa com 
seu irmão ou algum parente próximo pela preferência do carinho dos pais, ou por algum 
brinquedo, não é mesmo? E na escola, quem era sempre o aluno de maior nota, ou aquele 
que tinha a melhor oratória da turma, enfim, nos lembramos sempre dos melhores. É uma 
tendência nos lembrarmos sempre dos primeiros ou dos melhores em determinado tema. 
Você por exemplo, em um rápido exercício mental, se lembraria da seleção de futebol que 
conquistou o terceiro lugar na copa do mundo de 2014? Talvez, com um pouco de esforço 
você até se recorde, no entanto, se nos fosse perguntado quem foi a seleção campeã daquela 
copa, com certeza a resposta seria bem mais rápida.
No ambiente corporativo a competição é escancarada e cruel, onde quem não alcança 
o primeiro lugar tem dificuldades em se manter no mercado. As empresas disputam cada 
espaço disponível com a concorrência. Alguns produtos inclusive chegam a ser idênticos, 
apresentando diferenciação apenas no serviço. Mal uma empresa lança um produto novo no 
mercado, com uma campanha de marketing inovadora, outra já lança algo muito parecido 
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
e às vezes com um preço mais acessível. Um exemplo de competitividade acirrada ocorre 
no mercado de telefonia celular, onde a maioria das operadoras têm aparelhos similares ou 
até o mesmo, pouquíssima variação nas tarifas, se diferenciando apenas na qualidade dos 
serviços. Quando determinada operadora lança um lançamento, imediatamente outra já lança 
algo para não ficar para trás. Esse é o atual cenário de competição entre empresas no Brasil. 
Prezado(a) aluno(a), diante dessa situação, de concorrência acirrada, desleal e cruel, 
você poderia refletir: “não é melhor arrumar um emprego e ficar sossegado ganhando meu 
salário?”. A resposta natural seria um estrondoso “sim”. No entanto o que move o mundo 
empreendedor é a curiosidade e a insatisfação. É justamente em meio às turbulências e 
adversidades que surgem os grandes líderes.
Para se tornar um líder, nesse ambiente de incertezas, não é necessário fazer nenhuma 
mágica, ser amigo do chefe, ter que ficar necessariamente um longo tempo em determinado 
cargo. Hoje é fundamental ter uma visão diferenciada, ver a situação de um ângulo diferente, 
sob um novo prisma. Onde os indivíduos normais vêm problema, o novo líder vê solução. É 
necessário que se analise determinada tarefa, atividade ou processo e se busque a execução 
de uma maneira diferente, isso é inovação! Superar obstáculos por meio das mudanças.
Para inserção de um novo empreendimento no mercado ou mesmo para sua manutenção 
é importante que o novo gestor adquira cada vez mais novos conhecimentos e conceitos 
acerca do seu ramo de atuação. É importante que o novo negócio não seja apenas mais 
um no mercado, mas sim que tenha vantagem competitiva e diferenciais visando despertar 
o interesse do público.
Prezado(a) aluno(a), você deve estar se perguntando o que é competitividade, certo? 
De modo bem simplificado, competitividade é a capacidade que uma empresa possui em 
cumprir sua missão e seus objetivos de uma forma mais assertiva que seus concorrentes, 
satisfazendo os anseios dos seus clientes. Uma organização ser competitiva, significa que tem 
uma rentabilidade igual, ou superior, aos seus concorrentes, provocando um encantamento 
nos clientes por produtos e serviços oferecidos.
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
PROF. ME. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER
Isto está na rede
O Brasil cai 18 posições em ranking de países mais competitivos.
 
Disponível em: <http://www.clp.org.br/Show/Brasil-cai-18-posicoes-em-ranking-de-
paises-mais-competitivos?=yP4aTOywd4HBg7Fr+aSIMA==>. Acesso em 01 Dez. 2017.
A questão principal do encantamento são os recursos humanos de alto nível, utilização de 
tecnologia avançada, no sentido de dar algo mais ao seu cliente, utilizando-se dos conceitos 
de cadeia de valor. O conceito de valor surge da relação entre a satisfação das necessidades 
e os recursos necessários para satisfazê-la. Mas afinal, o que vem a ser uma cadeia de 
valores? Em um contexto estratégico, Porter (1990, p. 31), destaca a importância da cadeia 
de valores para se buscar o diferencial competitivo de uma organização:
A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de 
relevância estratégica para que se possa compreender o comportamentodos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma 
empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades 
estrategicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor 
do que a concorrência PORTER (1990, p. 31).
http://www.clp.org.br/Show/Brasil-cai-18-posicoes-em-ranking-de-paises-mais-competitivos?=yP4aTOywd4HBg7Fr+aSIMA==
http://www.clp.org.br/Show/Brasil-cai-18-posicoes-em-ranking-de-paises-mais-competitivos?=yP4aTOywd4HBg7Fr+aSIMA==
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
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Caro(a) aluno(a), a definição da cadeia de valores de um processo objetiva definir quais as 
atividades que efetivamente agregarão valor ao cliente no momento da compra do serviço em 
uma empresa. A definição de Porter (1990) carece de complementação, pois não conceitua 
efetivamente cadeia de valores. Neste sentido, Shank & Govindarajan (1993), complementam 
o conceito de Porter (1990) desta forma:
A cadeia de valor para qualquer empresa, em qualquer negócio, é o 
conjunto interligado de todas as atividades que criam valor, desde 
uma fonte básica de matérias-primas, passando por fornecedores de 
componentes, até a entrega do produto final às mãos do consumidor 
(SHANK & GOVINDARAJAN,1993, p.13).
Uma gestão eficaz surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva, 
permitindo que o empreendedor, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua 
lucratividade, sem aumentar os preços, mas diminuindo seus custos. É óbvio que isso se 
dá por meio da articulação de todos os recursos necessários para o sucesso de um negócio. 
No processo empreendedor passa-se necessariamente pela fase de articulação de recursos 
(BARON; SHANE, 2007).
Neste contexto, Porter (1985, p. 62) conceitua vantagem competitiva:
Vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seu 
clientes em oposição ao custo que tem para cria-la, portanto a formulação 
de uma estratégia competitiva é essencial para a empresa, pois esta 
dificilmente poderá criar condições ao mesmo tempo, para responder 
a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, 
proporcionando à empresa, desta forma, criar uma posição única e 
valiosa (PORTER, 1985, p. 62).
Prezado(a) aluno(a), é importante no contexto de competição no ramo dos negócios, 
além de um bom planejamento, apresentar algo novo no mercado, de modo a garantir a 
sobrevivência do empreendimento por um longo tempo. Não existe mágica, nem varinha de 
condão. Um negócio somente sobrevive se apresentar diferenciais perante a concorrência 
de modo a se obter vantagem competitiva. Para isso a observação e acompanhamento da 
concorrência é fundamental. O mundo dos negócios se equipara a um tabuleiro de xadrez, 
além dos próprios movimentos serem pensados e amparados por dados estatísticos, os 
movimentos da concorrência merecem especial atenção. Nesse ambiente, não há espaço 
para amadores!
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
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Anote isso
Conheça as iniciativas do MBC – Movimento Brasil Competitivo!
Acesse o link: <http://www.mbc.org.br/portal/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
http://www.mbc.org.br/portal/
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
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AULA 2
MENTALIDADE EMPREENDEDORA
Caro(a) aluno(a), provavelmente em sua jornada você já deve ter percebido empreendedores 
que com muito pouco tiveram grande sucesso nos negócios e também aqueles que investiram 
grandes somas de dinheiro e não tiveram sequer o retorno do investimento. Alguns pensadores 
chegam a afirmar que o empreender já nasce com o indivíduo, outros afirmam que o indivíduo 
adquire o espírito empreendedor com o passar do tempo, adquirindo hábitos e observando 
procedimentos. Aqui cabe um exemplo bem característico acerca do ensino voltado ao 
empreendedorismo. Nos Estados Unidos, ainda no ensino fundamental, as crianças aprendem 
sobre o empreendedorismo. No Brasil, no último ano da faculdade, os formandos têm uma 
leve noção do que vem a ser empreendedorismo no último semestre do curso. Essa é a 
diferença! Aqui os pais orientam os filhos a terem bons empregos em empresas públicas, 
garantindo uma aposentadoria satisfatória. Lá, os jovens são orientados a terem seus próprios 
negócios. Em outras palavras, para causar um pouco de polêmica, nos Estados Unidos os 
jovens são formados para serem donos de empresas enquanto no Brasil, se forma a mão 
de obra para essas empresas.
 O conceito empreendedor passa pelo que Schumpeter (1982) definiu como uma nova 
combinação de recursos. Para esse autor, o empreendedor é aquele que combina fatores de 
produção, produtos ou mercados de novas maneiras. O agente de mudanças responsável por 
inovações é o empreendedor. A inovação é, portanto, fruto da atividade do empreendedor, não 
do mercado. Os estudos se desenvolveram depois foram influenciados, em maior ou menor 
grau, pelo legado schumpeteriano, que balizou o delineamento temático do campo. Muitos 
deles, ou seja, tradicionais, versaram de modo variado sobre o indivíduo empreendedor.
Face aos desafios impostos aos empreendedores no início das atividades empresariais, além 
de um mentalidade empreendedora, é importante que se tenha clareza das atividades a serem 
desenvolvidas. Ter o negócio próprio, provavelmente já tenha passado na cabeça de todos 
nós. Abrir um negócio requer além de planejamento, muita dedicação, persistência, pois os 
riscos existem e podem inviabilizar o empreendimento. Nesse cenário, há os empreendedores 
que planejam a abertura da empresa, viabilizam recursos e quando surge a oportunidade, 
iniciam o negócio em uma base sólida e segura, caracterizando o que denominamos de 
empreendedorismo de oportunidade. 
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
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No entanto, há aqueles que, por exemplo, ao perderem seus empregos, com dificuldade 
de recolocação no mercado, abrem de súbito uma empresa, sem qualquer planejamento 
e sem enxergar uma oportunidade de negócio, caracterizando o que denominamos de 
empreendedorismo por necessidade. Perceberam a diferença?
Isto está na rede
O empresário Abilio Diniz, em seu site, no tópico Mentalidade de Empreendedor, nos 
apresenta 5 dicas para quem deseja ser um empreendedor de sucesso.
Acesse o link: 
<http://abi l iodiniz.com.br/l ideranca/empreendedorismo/mental idade-de-
empreendedor/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
Uma boa ideia nem sempre é sinal de um empreendimento de sucesso. Você já deve ter 
ouvido aquele velho chavão: “de boas intenções o inferno está cheio”, não é mesmo? Todos 
nós já tivemos na família ou no rol de amizades, aquela pessoa que se dá bem onde põe a 
mão, ou seja, aquela pessoa que sempre dá certo, independentemente da área onde atua, 
devido à sua mentalidade empreendedora. 
Um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu tempo, 
conseguindo visualizar oportunidades onde a maioria enxerga dificuldades. Costumo dizer 
que onde as pessoas normais enxergam problemas, um empreendedor vê soluções. A mídia 
tenta nos vender uma ideia, ou um mantra, de que os empreendedores de sucesso, somente 
o são, devido à determinação, genialidade, timing correto, e sobretudo, um grande produto 
ou serviço. Nesse sentido, Ries (2012, p. 2) destaca:
No entanto, o mito da perseverança, do gênio criativo e do trabalho duro 
persiste. Por que essa crença é tão popular? Acho que há algo muito 
atraente a respeito dessa história moderna de começar na pobreza e 
enriquecer. Ela faz o sucesso parecer inevitável se você tem os predicados 
certos. Isso significa que os detalhes mundanos, a parte burocrática, 
as pequenas escolhas não têm importância. Se desenvolvermos um 
produto de fato, os consumidores virão. Quando fracassamos, como 
acontece com muitos de nós, temos uma desculpa pronta: não criamos 
a coisa certa. Não fomos visionários o suficiente, ou não estávamosno 
lugar certo na hora certa.
Em resumo, não há uma fórmula matemática que garanta o sucesso de um empreendimento, 
afinal, as variáveis que implicam no sucesso ou fracasso são múltiplas. Aquela velha máxima 
http://abiliodiniz.com.br/lideranca/empreendedorismo/mentalidade-de-empreendedor/
http://abiliodiniz.com.br/lideranca/empreendedorismo/mentalidade-de-empreendedor/
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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
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do copo com água pela metade talvez explique o ponto de vista de um empreendedor: o copo 
está meio vazio ou meio cheio? Em outros termos, a visão em função dessa enormidade 
de variáveis será otimista ou pessimista. É óbvio que um candidato a empresário com uma 
mentalidade empreendedora terá a visão otimista, entende? O empreendedor que pretende 
ter sucesso nos negócios necessita de características, tais como: coragem e paixão para 
desbravar o novo, e equilíbrio, racionalidade e facilidade em lidar com as mais variadas 
situações, já dentro do empreendimento.
Caro(a) aluno(a), se você fosse um investidor, em que tipo de empreendedor você apostaria 
suas fichas? De acordo com Portal Endeavor Brasil (2011), os olhos dos grandes investidores 
estão focados em empresas de alto crescimento! Os empreendedores que acessam fundos 
de growth capital não têm medo de atingir um novo patamar de negócios.
Segundo o Portal Endeavor Brasil (2011), os Fundos de Growth Capital tem os seus 
radares voltados para esse tipo de organização, que normalmente apresentam as seguintes 
características:
1. Empreendedores excepcionais à frente do negócio, querendo continuar 
no mesmo patamar e crescer mais;
2. Histórico de crescimento agressivo com potencial de atingir um novo 
patamar de organização;
3. Modelos que podem ser “escaláveis”, nacional e internacionalmente;
4. Inovação;
5. Empreendedores que querem dominar o mundo;
6. Necessidade da empresa e do empreendedor, não apenas de 
capital, mas de buscar competências de governança, gestão, rede de 
relacionamento e aconselhamento (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2011).
Nesse cenário, caro(a) acadêmico(a), você já percebeu que não há espaços para amadores, 
ou empreendedores com receio de saírem da zona de conforto, ou ainda aqueles com 
síndrome de Peter Pan (medo de crescer). A dinâmica imposta pelo mundo globalizado é a 
de movimentação constante, foco nos custos e no crescimento planejado. Portanto, bem 
vindo ao mundo do empreendedorismo!
Anote isso
O empreendedor brasileiro é bem diferente dos empreendedores de países desenvolvidos, 
pois ao contrário daqueles, ele tem a necessidade de empreender. 
Fonte: Fabiano Nagamatsu – Consultor do SEBRAE.
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AULA 3
EMPREENDEDORISMO 
Caro(a) aluno(a), o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e não 
como um traço de personalidade. Por essa razão, os indivíduos podem aprender a agir como 
empreendedores, utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, 
reagir a elas e explorá-las como oportunidade de negócios. 
Como resultado, uma cultura empreendedora pode gerar prosperidade econômica ao 
proporcionar altas taxas de criação de novas empresas. Por se tratar de um fenômeno 
social e cultural, existem famílias, cidades, regiões e países mais empreendedores que outros 
(MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005). 
O empreender é um processo dinâmico e criar riqueza por meio de indivíduos dispostos 
a assumirem riscos no tocante ao próprio patrimônio, tempo ou comprometimento com a 
carreira, que também empenham suas habilidades e esforços vislumbrando ter o próprio 
negócio, empreendimento ou empresa. Toda organização precisa planejar o seu negócio e o 
primeiro passo é o estabelecimento do planejamento organizacional, quando são definidos 
a missão, a visão, os objetivos, a análise do ambiente interno e externo, o desenvolvimento 
de estratégias, as formas de execução e também as medidas para controle e avaliação de 
todo o planejamento, do seu início até a conclusão. Nesse sentido, o plano de negócios é 
uma ferramenta essencial para cumprir esta finalidade: a abertura de um empreendimento.
Anote isso
Portal SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. É fundamental que 
todo empreendedor e candidato a empreendedor deve ter anotado esse link.
Link: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae>
Quando projetamos um novo empreendimento, devemos ter em mente a missão que esse 
negócio tem a cumprir. Todo negócio deve ter uma visão de futuro que o norteie e os valores 
que pretende perseguir. Isso precisa ficar muito claro para que todos os parceiros saibam 
exatamente o que fazer, como, quando e onde. Os conceitos de missão, visão, valores e 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae
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objetivos globais são essenciais para direcionar o negócio. Mas a tarefa de planejar é uma 
atividade fácil?
 
Figura 2 – Missão, visão e valores. Fonte: MARININI, 123RF. 
De acordo com o Portal Endeavor Brasil (2015), o trio missão, visão e valores é um 
recurso poderoso para que empreendedores consigam planejar negócios diferenciados, 
atrair colaboradores engajados e se orgulhar do seu trabalho:
Antes de colocar o barco na água e lançar o seu negócio, é preciso 
criar algumas diretrizes que garantem que estão todos navegando para 
a mesma direção. É assim que você define, desde o começo, qual é o 
jeito de pensar, ser e trabalhar da sua empresa, antecipando problemas, 
estabelecendo limites e minimizando os conflitos entre as pessoas que 
vão colocar sua empresa de pé (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
Prezado(a) aluno(a), a ferramenta missão, visão e valores tem como finalidade definir a 
direção estratégica da empresa e permite ao empreendedor uma reflexão acerca do papel 
do seu negócio na sociedade e sobre o futuro da empresa. Em um primeiro momento parece 
difícil para o empreendedor o rápido entendimento desses termos. Porém, para facilitar a 
diferenciação desse importantes conceitos, esclarecemos:
Missão é o que fazemos e o que não fazemos juntos. Normalmente 
ela é bastante inspiradora, mas, na prática, a missão descreve a nossa 
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razão de existir. E o mais importante, ela pode mudar sim com o tempo, 
se ajustando à realidade (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
A missão é desenvolvida com base na análise ambiental, nos stakeholders (partes 
interessadas), sempre pensando nos objetivos da empresa e qual a posição que ela quer 
passar para o seu público-alvo. O empreendedor deve também formular a sua declaração 
de missão. Nesse aspecto, Ferreira, Santos e Serra (2010, p.119) enfatizam:
A missão é a tradução da estratégia da empresa, que expressa o 
propósito da sua própria existência. Em outros termos, a missão reflete 
a resposta a três questões: “Quem somos?”, “O que fazemos?” e “Por 
que fazemos?”. Ou de outra forma, a missão expressa a finalidade (a 
razão de ser), a estratégia (objetivos e posicionamento no mercado), os 
valores (princípios éticos que orientam a atuação da empresa). A missão 
deve ser concisa, curta e facilmente memorizável.
Apresentamos a seguir, alguns bons exemplos de missão, de algumas organizações, para 
que você tenha uma ideia da importância dessa definição na fase preliminar do negócio:
Walmart – Nós economizamos o dinheiro das pessoas para que elas possam viver 
melhor!
Harley Davidson – Nós realizamos sonhos através da experiência de motociclismo.
Mary Kay – Dar oportunidades ilimitadas às mulheres.
Microsoft – Ajudar pessoas e empresas por todo o mundo a realizar todo seu 
potencial.
Quadro 1 – Exemplos de missão. Fonte: Portal Endeavor Brasil (2015)
Já os valores se diferenciam das regras, pois incidem nas convicções que fundamentam 
as escolhas por um modode conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização. 
Dessa forma, Coutinho (2016, p.151) nos apresenta sua definição de valor:
Os valores possuem uma base ideológica de como as pessoas devem 
agir dentro da organização, já as regras ou normas não são apenas 
orientações, mas procedimentos que devem ser seguidos pelos membros 
da organização com risco de algum tipo de punição caso não sejam 
cumpridas.
Os empreendedores também devem ter uma visão clara de em qual área do negócio a 
empresa atuará, considerando o seu posicionamento no mercado e no setor, os diferenciais, 
a sua estratégia e forma de atuação. Ferreira, Santos e Serra (2010, p.118) destacam que “é 
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preciso ter uma ideia clara de visão – a imagem que a empresa tem de si e do seu futuro 
(ou seja, aquilo que almeja ser, mais do que de fato é atualmente)”. A visão consiste na 
projeção futura da organização, ou seja, quais são seus objetivos e onde ela quer chegar. 
A visão define os planos da empresa, os rumos que deverá tomar. Dessa forma, é necessário 
pensar em ações concretas que possam ser alcançadas e que possam estar de acordo com 
as políticas e com o segmento no qual a empresa atua:
Se a visão é o que eu faço, valores é quem eu sou, a visão é o que 
eu quero atingir. Em essência, a visão é o destino final. E a frase que 
sintetiza a visão é o desenho de uma paisagem futura, considerando 
que você atingiu seu objetivo e chegou ao seu destino. Costuma ser 
um alvo em movimento, mas para funcionar, é preciso ser enxergada 
com foco. Dos três, a Visão é a que mais pode mudar com o tempo 
porque, assim que você alcançou o que pretendia, muda novamente para 
um alvo que está logo à frente, sem nunca parar de avançar (PORTAL 
ENDEAVOR BRASIL, 2015).
Dessa forma, prezado(a) aluno(a), é possível identificarmos a importância em se definir 
a missão, a visão e os valores de uma empresa, pois auxilia no alcance dos objetivos 
organizacionais sendo indicada a organizações de todos os portes, determinando a direção 
estratégica da empresa, desde a integração das operações até a estratégia global e da 
motivação da equipe. O empreendedor deverá dedicar a ela uma parcela de tempo suficiente 
para refletir sobre o papel do seu negócio na sociedade e também sobre o futuro que deseja 
para o seu empreendimento.
Isto acontece na prática
Prezado(a) aluno(a), provavelmente você já tenha conhecido uma empresa que caminha 
no fio da navalha, ou seja, se equilibra o tempo todo para não sair do mercado. É muito 
comum, ao visitar algumas empresas do meu rol de clientes, ver que algumas sequer 
tem o seu planejamento estratégico definido. Muitos gestores sequer sabem a missão, 
a visão e os valores da sua organização. E o mais incrível é perceber no simples fato 
de entrar na empresa, quando esta tem bem definida sua missão! A empresa é mais 
organizada e tem foco no cliente. Aquelas que não têm sua missão bem definida, 
infelizmente, nadam contra a correnteza. Parece que todos os esforços são para superar 
as dificuldades do dia, não tendo visão de futuro. Portanto, a missão, visão e valores, 
mais do que uma ferramenta de gestão, é primordial na empresa para que esta alcance 
seus objetivos com o mínimo de dificuldades no percurso.
Fonte: o autor
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Caro(a) acadêmico(a), não existe uma regra fixa para definir o grau de empreendedorismo 
nos indivíduos, afinal, somos diferentes, temos aspirações diferentes, condições econômicas 
diferentes e gostos bem distintos. Essa é a graça da raça humana! O Empreendedorismo 
se compõe de diferentes fatores, presentes em diferentes doses em cada empreendedor. 
Mesmo havendo muitas variações no perfil empreendedor, com algumas características 
comportamentais podemos prever a vocação empreendedora de uma pessoa. Embora existam 
testes online para serem realizados, apresentaremos a seguir um modelo, para aferir o seu 
grau de empreendedorismo:
 
Quadro 2 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 20).
Após ter preenchido os campos e somado o número de ocorrência, saberá se tem ou não 
características de empreendedor correndo nas suas veias. Para auxiliar em sua avaliação, 
observe em qual dos três níveis se encontra sua pontuação.
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AVALIAÇÃO
ALTO = 3 PONTOS MÉDIO = 2 PONTOS BAIXO = 1 PONTO
Quadro 3 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha, 2005, p. 21)
Observe suas características
De 0 a 27 
pontos
As características que você tem atualmente não são indicadas para o 
empreendimento de negócios próprios. Mas não desista! Identifique as 
suas características mais deficientes, procurando desenvolvê-las. Aceite o 
desafio de procurar superá-las sempre que enfrentar uma situação em que 
essas características sejam exigidas.
De 28 a 54 
pontos
Você tem grandes chances como empreendedor, mas precisa melhorar 
seu conhecimento e disposição. Cursos, leituras e visitas a feiras e eventos 
especializados podem ajuda-lo nesse desafio. Se tudo começa com um 
sonho, busque conquistar as condições ideais para realizá-lo.
De 55 a 81 
pontos
Parabéns! Você tem as características ótimas para alguém que deseja 
empreender um novo negócio. Apresenta capacidade de explorar novas 
oportunidades, independentemente dos recursos que tem à mão. 
Embora isso não seja garantia de sucesso, indica eu você tem espírito 
empreendedor. Aproveite-o e vá em busca da realização de seus sonhos.
 
Quadro 4 – Teste de perfil empreendedor. Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha, 2005, p. 20)
Prezado(a) aluno(a), esse teste pode ser aplicado também ao seu grupo de amigos e 
parentes, de modo a identificar um eventual sócio para o seu futuro empreendimento. Como 
você já percebeu, a chance de um negócio dar errado é grande e não existe uma fórmula 
garantidora do sucesso! É necessário sempre buscar novos conhecimentos e apoio de quem 
realmente entende do assunto, como o SEBRAE, por exemplo. São grande os desafios para 
entrarmos e garantirmos nossa permanência no ambiente empreendedor!
Isto está na rede
O Porta Endeavor Brasil apoia o empreendedor de alto impacto. Você sabia?
Link: <www.endeavor.org.br>. Acesso em 01 Dez. 2017.
http://www.endeavor.org.br
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AULA 4
AMBIENTE EMPREENDEDOR
Prezado(a) aluno(a), vivemos em um ambiente com foco na redução de custos, na máxima 
produtividade, de pressão máxima aos colaboradores das organizações e de pressão máxima 
às próprias organizações. Como viver e sobreviver nesse cenário? A única certeza que 
temos atualmente é a de mudanças constantes. Na época de nossos avós, um trabalhador 
passava várias décadas em uma mesma empresa, o que era sinal de status, de trabalhador 
exemplar. No entanto, hoje um colaborador passa em média 2 anos em uma organização 
e já é absorvido por outra. 
As organizações que antigamente exerciam todas as funções da cadeia produtiva, 
hoje se satisfazem em serem responsáveis por apenas uma dessas etapas. As demais 
etapas passaram a ser terceirizadas. Ora para outras empresas, ora para os seus próprios 
colaboradores.
De acordo com Schumpeter, empreender é um ato econômico, de transformação de recursos 
– sejam eles quais forem – em riquezas, típico da abordagem da economia. Se observarmos 
que o modelo econômico hegemônico é o capitalismo, certamente podemos inferir que 
o empreendedorismo em sua essência é uma resposta deste modelo à necessidade de 
desenvolvimento constante e geração e acumulação de riquezas. Diversos autores corroboram 
essa ideia, de que o empreendedor seja “o motor da economia”, um agente de mudanças.
Há, no entanto, abordagens do empreendedorismo mais ligadas ao comportamentodo 
indivíduo, na chamada teoria comportamentalista, para a qual empreendedorismo:
 
Significa a atitude psicológica materializada pelo desejo de iniciar, 
desenvolver e concretizar um projeto, um sonho. Significa ‘ser 
empreendedor’. Diante desta perspectiva, reafirmamos que o 
empreendedorismo é algo que transcende o campo dos negócios e da 
economia (SOUZA NETO, 2003, p. 112 apud LEITE e MELO, 2008, p. 37).
Conforme Leite e Melo (2008) salientam, por esta teoria comportamentalista, o 
“empreendedor” é compreendido mais por seus atributos psicológicos do que por sua ação 
econômica. Estaria, dessa forma, o desejo de empreender ligado à motivação do indivíduo, 
seu desejo de realização e obtenção de sucesso. 
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De acordo com Filion (1999), no entanto, o autor que realmente início às contribuições sobre 
as ciências do comportamento para o empreendedorismo foi David Clarence McClelland, um 
psicólogo social norte-americano, que viveu durante quase todo o século XX, cujas teorias 
da “necessidade de realização” permeou seu trabalho. Porém, é bom que se frise que não 
necessariamente uma teoria é excludente à outra. Por vezes, é possível traçarmos paralelos 
e complementariedades entre elas, o que nos dá um cenário mais completo e informativo 
do ato de empreender. 
Outra corrente teórica que vem ganhando destaque nos últimos anos é a dos traços de 
personalidade, em que até mesmo características como gênero são levadas em consideração 
para buscar-se compreender a ação empreendedora. Podemos resumir as principais linhas 
de pensamento sobre empreendedorismo no Quadro 5, a seguir:
 
Quadro 5 - Empreendedorismo: principais linhas de pensamento. Fonte: Filion (1999, apud Paiva Júnior e Cordeiro, 2002, p.3)
Perceba, pelo Quadro 1 apresentado, que as abordagens das teorias sobre empreendedorismo 
seguem linhas de tempo bastante específicas e, especialmente na atualidade, há um esforço 
em se associar ao empreendedorismo aos traços de personalidade do próprio empreendedor.
Se aprofundarmos a análise histórica do desenvolvimento do conceito de empreendedorismo, 
chegaremos a dois nomes importantíssimos: Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say. Estes dois 
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personagens são, por definição, economistas, o que não surpreende, pois em suas respectivas 
épocas de vida ainda não havia um claro estabelecimento das chamadas ciências gerenciais. 
Cantillon - cuja família era originária da Normandia, França – viveu no final do século XVII e 
início do século XVIII, sendo um banqueiro ávido por lucros originários de negócios diversos. 
Para tanto, não se eximia de colocar seu próprio capital em risco, com o objetivo de 
obter rendimentos do capital investido. Segundo registros históricos, Cantillon era capaz 
de analisar uma oportunidade, identificando elementos já lucrativos e outros que poderiam 
ser no futuro. Apesar da palavra “empreendedorismo” já ter sido utilizada antes mesmo de 
Cantillon, é atribuído a ele o mérito por ser o primeiro a oferecer uma clara concepção da 
função empreendedora como um todo (FILION, 1999).
É atribuído a Cantillon o uso da palavra francesa entrepreneur (da qual se deriva, segundo 
vários autores, o termo “empreendedor”) para descrever um indivíduo que assume riscos.
Jean-Baptiste Say – também classificado como um economista, de origem francesa, que 
viveu entre o final do século XVIII e início do século XIX – interessava-se pela expansão da 
revolução industrial ocorrida na Grã-Bretanha, para que chegasse à França e, para possibilitar 
isso, preparou o arcabouço teórico que reunia os princípios que alavancaram a Revolução 
Industrial britânica com os pensamentos de Adam Smith, de quem era admirador. 
De acordo com Oliveira (2014), o empreendedorismo no Brasil, em sua maior parte, é 
baseado em micro, pequenos e médios negócios. De fato, o início de um novo negócio 
geralmente é de porte menor e, caso prospere, seguirá o caminho natural de crescimento e 
expansão. Porém, no Brasil muitos negócios permanecem pequenos, mesmo se passando 
muitos anos. Isto pode ser explicado, em parte, pelo fato de que esses empreendimentos 
permanecem com características de negócios familiares e tendem a não se perpetuar nas 
gerações que sucedem o fundador. Oliveira (2014) afirma que apenas cerca de 30% em 
média das empresas familiares sobrevivem à primeira geração.
Uma boa ferramenta para efeitos comparativos entre o nível de empreendedorismo 
entre países – o Brasil incluído nesse rol – são os estudos do GEM (Global Entrepreneurship 
Monitor). Essa base comparativa é realizada com base no PIB, na renda per capita e quotas 
de exportação e formam basicamente 3 grupos de países, para efeitos de comparação, 
quais sejam:
• Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades 
com forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais;
• Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização 
e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital;
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• Países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos 
em conhecimento e pela expansão e modernização do setor de serviços (GEM, 2015, 
p. 20 apud SEBRAE, 2016).
O Brasil está elencado no grupo de países impulsionados pela eficiência, sendo incluídos 
pelo GEM nesse rol comparativo, além do Brasil, a Argentina, Barbados, Chile, Colômbia, 
Equador, Guatemala, México, Panamá, Peru, Porto Rico e Uruguai, no recorte geográfico 
composto por América Latina e Caribe.
Os relatórios do GEM apontam três fatores considerados limitadores para as atividades 
empreendedoras no Brasil, conforme Ferreira, Santos e Serra (2010), salientam, a saber: 
1. Políticas governamentais;
2. Apoio financeiro; e
3. Programas de educação e capacitação.
Anote isso
O Portal Endeavor apresenta 8 mitos e verdades sobre o empreendedorismo no Brasil:
1. O Brasileiro sonha em empreender, mas isso não é tudo. Verdade!
2. Abrir uma empresa em qualquer lugar do Brasil é muito demorado. Verdade!
3. Falta dinheiro para empresas e empreendedores. Mito!
4. Pagar impostos é coisa para super-heróis! Verdade!
5. O Simples poderia ser ainda mais simples! Verdade!
6. Poucas empresas brasileiras crescem de verdade! Verdade!
7. As empresas brasileiras são muito inovadoras! Mito!
8. O empreendedor brasileiro tem muitas opções para se capacitar! Verdade!
Link: <https://endeavor.org.br/8-mitos-e-verdades-sobre-o-empreendedorismo-no-
brasil/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
A burocracia e a alta carga tributária, via de regra, sempre são citadas como fatores 
limitantes à atividade empreendedora nacional. As condições para o empreendedorismo 
(favoráveis ou desfavoráveis) são elencadas em um conjunto de nove categorias por Ferreira, 
Santos e Serra (2010), conforme podem ser visualizadas na Figura 1 a seguir:
https://endeavor.org.br/8-mitos-e-verdades-sobre-o-empreendedorismo-no-brasil/
https://endeavor.org.br/8-mitos-e-verdades-sobre-o-empreendedorismo-no-brasil/
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Figura 1.1 - Condições nacionais para o empreendedorismo. Fonte: Ferreira, Santos e Serra (2010)
Prezado(a), acadêmico(a), a superação dos entraves e o enfrentamento das condições 
adversas, são essenciais para que o empreendedorismo no Brasil atinja os patamares que 
nossa econômica exige. Em que pese todas as dificuldades do ambiente empreendedor, 
somos brasileiros e não desistimos nunca! Uma das saídas para superarmos tais condições 
é, sem dúvida, a nossa garra e nosso potencial de inovação.
Isto está na rede
Empreendedorismo atrais 3 de cada 10 brasileiros!
Link: <http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/pesquisa-gem-empreendedorismo-atrai-tres-em-cada-dez-brasileiros,bd3848b50ca6c410VgnVCM2
000003c74010aRCRD>. Acesso em 01 Dez. 2017.
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/pesquisa-gem-empreendedorismo-atrai-tres-em-cada-dez-brasileiros,bd3848b50ca6c410VgnVCM2000003c74010aRCRD
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/pesquisa-gem-empreendedorismo-atrai-tres-em-cada-dez-brasileiros,bd3848b50ca6c410VgnVCM2000003c74010aRCRD
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/pesquisa-gem-empreendedorismo-atrai-tres-em-cada-dez-brasileiros,bd3848b50ca6c410VgnVCM2000003c74010aRCRD
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AULA 5
INOVAÇÃO 
 
Prezado(a) aluno(a), desde a idade das cavernas o homem procurou superar os obstáculos 
a ele impostos pela natureza adversa. Na busca por sobrevivência inventou ferramentas de 
modo a facilitar sua segurança e a busca por alimentos. Nesse processo, o homem aprendeu 
a se utilizar da pedra, do fogo, dos metais e culminou com a invenção da roda. Quando nos 
referimos à inovação, provavelmente pensamos em invenção, criar algo novo, não é mesmo? 
Para inovar são necessárias tecnologias ou técnicas? O que distingue inovação de invenção?
Você concorda que esses termos, em um primeiro momento, nos causam dúvidas? Para 
esclarecermos, é importante compreendermos a diferenciação entre esses termos, conforme 
os conceitos apresentados por Tigre (2006):
Do ponto de vista conceitual, uma primeira distinção é usualmente 
feita entre tecnologias e técnicas. A tecnologia pode ser definida como 
conhecimento sobre técnicas, enquanto as técnicas envolvem aplicações 
desse conhecimento em produtos, processos e métodos organizacionais. 
Outra distinção importante é feita entre invenção e inovação. A invenção 
se refere à criação de um processo técnica ou produto inédito. Ela pode 
ser divulgada através de artigos técnicos e científicos, registrada em 
forma de patente, visualizada e simulada através de protótipos e plantas 
piloto sem, contudo, ter uma aplicação comercial efetiva. Já a inovação 
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção (TIGRE, 2006, 
p. 72, grifo nosso).
Para Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 310), “a inovação é regida por dezenas de princípios 
e requisitos complexos que interagem e se complementam. Ações pontuais e isoladas 
definitivamente não transformarão uma organização em uma empresa inovadora”.
A inovação deve ser parte da cultura da empresa e permear todas as áreas da companhia. 
Algumas empresas criam seus departamentos de inovação e podem, em dados momentos, 
alcançar resultados significativos, acelerando processos e liderando mudanças. Entretanto, 
o ideal é que a cultura organizacional incorpore de tal forma o espírito de inovação que os 
profissionais de todas as áreas assumam a responsabilidade para inovar, seja nos laboratórios 
de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, seja no atendimento ao cliente, no departamento de 
crédito e cobrança, e assim por diante (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
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Freitas Filho (2013) enfatiza que, para se inovar, é fundamental a coexistência de três 
elementos: conhecimento, criatividade e empreendedorismo, conforme apresentado na figura 
1:
Figura 1 – Elementos da inovação. Fonte: Freitas Filho (2013, p. 12)
Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em alguma 
fase da sua vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a necessidade é a mãe da 
imaginação”. Nesse sentido, os elementos da inovação são descritos por Freitas Filho (2013) 
da seguinte forma:
Conhecimento: um dos elementos para a geração é o conhecimento. 
Não se inova se não houver conhecimento sobre o assunto. E esse é 
um ponto muito importante quando se vai rodar uma seção de geração 
de ideias. Nesse tipo de evento, a fase de preparação é fundamental 
e os conhecimentos sobre o assunto devem ser nivelados de alguma 
forma, ou especialistas sobre o assunto devem participar do processo.
Criatividade: a criatividade é o princípio da inovação. Sem criatividade, 
não se inova. Pessoas criativas são fundamentais em seções de geração 
de ideias, pois são elas que produzirão o maior número de propostas 
e farão as ligações e farão as ligações entre as ideias apresentadas.
Empreendedorismo: O empreendedorismo é o fazer acontecer, é 
pôr a ideia em prática, é implementá-la. Pessoas com este perfil são 
fundamentais para que haja inovação. São elas que irão tirar as ideias 
do papel e farão o caminho da ideia à realidade (FREITAS FILHO, 2013, 
p. 12).
A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma forma 
que merece destaque no cenário atual, é a obtenção de diferencial competitivo por meio 
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da cadeia de valor. A cadeia de valor é considerada uma importante ferramenta estratégica 
para identificar oportunidades de inovação em diversos níveis da organização, melhorando 
a performance do sistema, até o projeto de ofertas de produtos ou serviços inéditas.
O ato de inovar, na vida pessoal ou profissional, implica necessariamente em sair da zona 
de conforto, promover mudanças, fazer as coisas de um modo diferente, criar algo novo, 
transformar o meio à nossa volta. As pessoas normalmente associam inovação à invenção, 
o que é errado. Para ser inovador basta apenas mudar um processo ou um procedimento, 
tornando-o mais eficaz. A inovação se transformou em um imperativo organizacional. É 
importante para que a empresa obtenha um diferencial competitivo, ou vantagem competitiva, 
atraindo com isso a preferência do consumidor por meio de programas de inovação.
Os programas inovadores desenvolvidos pelas organizações estão atrelados à uma 
estrutura organizacional voltada para inovação dentro de uma empresa.
Isto está na rede
A inovação faz a diferença – Como o Brasil pode tirar melhor proveito das pesquisas 
tecnológicas.
Porque as empresas e os países investem cada vez mais no conhecimento para 
gerar competitividade, emprego e renda. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tem baixo 
aproveitamento de pesquisas por empresas porque empresários e pesquisadores não 
trabalham de forma integrada.
L i n k : < h t t p : / / i p e a . g o v . b r / d e s a f i o s / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
content&view=article&id=1466:catid=28&Itemid=23>. Acesso em 01 Dez. 2017.
5.1 Estrutura organizacional para inovação
De acordo com Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 247), “os atuais gestores começam a 
olhar para a adoção de um modelo de inovação altamente colaborativo, a inovação aberta 
ou open innovation”. 
Este modelo pressupõe que o conhecimento para promover inovações é encontrado em 
qualquer lugar da rede de valor da organização e do mundo globalizado. Desta forma, qualquer 
empresa que queira se tornar inovadora deverá abrir as portas de sua organização para ideias 
que venham de fora; de centros de pesquisa, universidades, outras empresas, mesmo que 
concorrentes (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
http://ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1466:catid=28&Itemid=23
http://ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1466:catid=28&Itemid=23
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Nesse sentido, Freitas Filho (2013) destaca que, ao se criar um programa de inovação 
dentro de uma empresa, o sucesso vai depender de alguns fatores: é preciso que haja 
patrocínio do principal executivo da empresa; que se tenha uma pessoa que gerencie todo 
o processo, desde a geração de ideias até a análise dos resultados e os times que irão 
conduzir os projetos de inovação, além do suporte das diversas áreas da empresa, pode 
ser necessária também a figura do mentor de inovação, ou seja, do profissional treinado na 
metodologiae ferramentas de inovação que irá auxiliar os times a gerar e captar ideias e 
conduzir seus projetos.
Com relação à formação do Comitê Executivo, que é o grupo que irá definir as estratégias 
de inovação da empresa e que irá monitorar os resultados, Freitas Filho (2013, p. 69) descreve:
É normalmente formado pelos principais diretores e pelo gestor de 
inovação, que se reúnem mensalmente para avaliar o desenvolvimento do 
programa de inovação. O gestor de inovação tem um papel fundamental 
no comitê, pois ele é o responsável pelo repasse das informações sobre o 
andamento do programa e dos projetos, bem como pela análise preliminar 
dos resultados. No comitê são discutidos os projetos, analisados os 
indicadores e monitoradas as metas. As diretrizes de trabalho também 
estão a cargo do comitê.
 
De acordo com Tidd, Pavitt e Bessant (2008), a construção das organizações que sejam 
abertas à mudança, ou seja, capazes de aprendizado contínuo, é uma das principais tarefas da 
estratégia de inovação. P&D e outras funções relacionadas dentro da empresa são aspectos 
fundamentais dessa capacidade de aprendizado. No entanto, conforme a tabela 1, a natureza 
e o propósito das atividades tecnológicas das grandes empresas variam bastante. É possível 
comparar as atividades de P&D de interesse para diferentes áreas da empresa:
Nível empresarial: as perspectivas de tempo são longas, o feedback de 
aprendizagem é lento, as conexões internas são frágeis, as conexões 
com fontes externas de conhecimento são fortes, e os projetos são 
relativamente baratos.
Nível da unidade de negócios: as perspectivas de tempo são curtas, o 
feedback de aprendizagem é rápido, as conexões internas (com produção 
e marketing) são fortes, e os projetos são onerosos (TIDD, BESSANT e 
PAVITT, 2008, p. 226)
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Anote isso
Somos ruins em inovação porque em nosso país não existe confiança baseada em 
reciprocidade, em nível suficiente. Nossas tecnologias sociais para garantir isso são 
deficientes. Apenas 3% dos brasileiros acham seus compatriotas confiáveis. Na Suécia, 
são 60%.
Disponível em: <http://innovatrix.com.br/por-que-o-brasil-e-ruim-de-inovacao/>. Acesso 
em 01 Jun. 2017.
Locus de Interesse Prazo de 
execução 
(em anos)
Foco
Corporação como 
um todo
~10 • Monitoração de avanços técnicos e científicos de 
vulto
• Construção do conhecimento
• Criação de novas opções
• Posicionamento tecnológico
• Desenvolvimento de recursos humanos e 
técnicos
Grupo/divisão ~5 • Exploração de sinergias através de diversas 
unidades de negócios
Unidade de Negócio ~2-3 Implementação de objetivos comerciais em 
desenvolvimento de produto:
• Custo
• Qualidade
• Tempo de desenvolvimento etc.
Tabela 1 – A heterogeneidade das atividades tecnológicas das grandes empresas. Fonte: Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p. 226)
Os mesmos autores enfatizam que o equilíbrio dessas várias atividades é uma tarefa 
extenuante que envolve escolhas entre (i) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhada 
em divisões operacionais e no laboratório empresarial; (ii) P&D (e outras atividades tecnológicas) 
desempenhadas no país de origem da empresa e em países estrangeiros. Até pouco tempo 
http://innovatrix.com.br/por-que-o-brasil-e-ruim-de-inovacao/
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atrás, um método prático bastante adotado para decidir as atividades de P&D deveriam ser 
desempenhadas era:
• P&D de suporte para negócios já existentes (como produtos, processos, 
divisões) deveria ser alocada em divisões estabelecidas.
• P&D de suporte para novos negócios (como produtos, processos, 
divisões) deveria, inicialmente, ser alocada em laboratórios centrais, 
e depois transferida para as divisões (estabelecidas ou recentemente 
criadas) para exploração.
• P&D de suporte à produção estrangeira deveria ser alocada perto 
daquela produção estrangeira e estar voltada, principalmente, para a 
adaptação de produtos e processos às condições locais (TIDD, BESSANT 
e PAVITT, 2008, pp. 226-227).
O gestor da inovação: é a peça principal do programa de inovação. É ele quem lidera o 
desenvolvimento, a implantação e o gerenciamento do programa de inovação. É o responsável 
em receber as diretrizes e metas da alta direção da empresa e transformá-las em projetos 
que gerem os resultados para que as metas sejam atingidas. O gestor de inovação também 
é a pessoa que vai puxar os times para geração e implementação dos projetos de inovação 
(FREITAS FILHO, 2013, p. 69).
Abaixo, seguem as principais atividades do gestor de inovação:
• Auxiliar o Comitê Executivo na elaboração do plano estratégico de 
inovação;
• Coordenar as reuniões do Comitê Executivo;
• Apresentar ao Comitê Executivo o andamento do programa de inovação, 
o cronograma dos projetos, os resultados alcançados e os planos de 
ações;
• Gerenciar o programa de inovação;
• Aplicar a política de reconhecimento e recompensa;
• Conduzir as seções criativas para geração de novas ideias;
• Treinar e dar suporte na competência inovação aos colaboradores que 
participam do programa;
• Buscar alterantivas de fomento junto aos órgãos do governo e aplicar 
os projetos aos editais;
• Gerenciar a criação e aplicação de patentes;
• Criar uma cultura de inovação na empresa (FREITAS FILHO, 2013, pp. 
69-70
Mentores da inovação: a implantação de um programa de inovação em uma empresa 
exige que os participantes se capacitem na competência da inovação. Dependendo do 
número de pessoas envolvidas, é necessário que, além do gestor de inovação, outras pessoas 
se capacitem nessa competência, que são os mentores da inovação. Eles receberão os 
treinamentos necessários e serão preparados para assumir parte das atividades do gestor, 
principalmente aquela de suporte aos times de projeto. Quanto mais pessoas capacitadas 
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na competência, mais fácil se torna a criação de uma cultura de inovação, pois os mesmos 
mentores também serão os disseminadores da inovação na organização (FREITAS FILHO, 
2013, p. 70).
Times de projetos de inovação: a formação de times de inovação vai depender muito de 
como o programa de inovação foi estruturado. Existem diversas atividades que precisam ser 
realizadas que vão desde a geração e captação de novas ideias até a implementação das 
mesmas. Os times de projeto podem ser formados já na fase de geração de ideias. Nesse 
caso é recomendável é que haja a participação de pessoas de todas as áreas da empresa. 
Isso irá permear a cultura corporativa de inovação. Cada pessoa que participa na geração 
de novas ideias torna-se um disseminador em potencial de inovação (FREITAS FILHO, 2013, 
p. 70).
5.2 Tipos de inovação e de inovadores
De acordo com Tigre (2006, p. 73), “as mudança tecnológicas são usualmente diferenciadas 
por seu grau de inovação e pela extensão das mudanças em relação ao que havia antes”. 
Ao se falar de inovação é natural se pensar em novos produtos. Existem diversos exemplos 
que ilustram esse tipo de inovação. Todos concordam quando se fala que o celular é uma 
grande inovação, pois ele trouxe a mobilidade e portabilidade à comunicação (FREITAS 
FILHO, 2013).
Por meio da tabela 2, Tigre (2006) demonstra que a gama de inovações observadas na 
atividade econômica é classificada segundo seus impactos, exemplificando as diferentes 
trajetórias para o caso de inovações em processos:
Tipo de mudança Características
Incremental Melhoramentos e modificações cotidianas
Radical Saltos descontínuos na tecnologia de produtos e processos
Novo sistema 
tecnológico
Mudanças abrangentes que afetam mais de um setor e dão 
origem a novas atividades econômicas
Novo paradigma 
tecnoeconômico
Mudanças que afetam toda a economia envolvendo mudanças 
técnicas e organizacionais, alterando produtos e processos, 
criandonovas indústrias e estabelecendo trajetórias de inovações 
por várias décadas.
Tabela 2 – taxonomia das mudanças tecnológicas. Fonte: Tigre (2006, p. 74)
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De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro tipos de 
inovação: de produto, de processo, organizacional e de marketing:
A inovação por produto: é caracterizada pela alteração significativa em 
características funcionais dos produtos (bens e sérvios). É aplicável tanta 
a produtos totalmente novos como aos casos de aperfeiçoamentos 
significativos nos já existentes. Como exemplo de inovação de produtos 
(bens manufaturados) é citado: o telefone celular, a câmera digital, a fralda 
descartável, o computador pessoal, o pen drive, o motos bicombustível. 
Já para serviços, é inovador o atendimento bancário através dos caixas 
eletrônicos, o serviço de vendas online pela internet, o sistema de logística 
reversa para coleta de embalagens de produtos. 
A inovação de processo: ocorre quando os métodos de produção 
e distribuição dos produtos passam por mudanças significativas, 
incorporando novas características. São exemplos de inovação de 
processos: uma linha de montagem, o sistema de manufatura auxiliado 
por computador (CAM), um novo processo de manutenção preditiva.
A inovação organizacional: é quando são implantados novos métodos 
organizacionais. Pode-se obter inovação organizacional em qualquer das 
áreas da gestão empresarial, tais como modelos de negócio, estrutura 
organizacional, gestão financeira, capacitação e gestão de desempenho 
de pessoal. Como exemplos de inovação organizacional têm-se o sistema 
de custeio baseado em atividades (ABC), os sistema de franquias, o 
sistema Balance Scorecard (BSC), o sistema matricial de liderança.
As inovações de marketing: estão relacionadas com a adoção de novos 
métodos associados ao design de produtos, na análise do comportamento 
do mercado, nas técnicas de promoção do produto, na fidelização do 
cliente, nos métodos de formação de preço de venda entre outros. Com 
exemplos de inovações em marketing, citam-se os cartões de fidelidade, 
exposição de carros conceito, produtos para gerar imagem da marca, 
uso de mídias sociais na internet (OCDE, 1997 apud FREITAS FILHO, 
2013, p. 15)
Prezado(a) aluno(a), para que ocorram as mudanças tão requeridas em nossas vidas 
pessoais e profissionais, é essencial que procedamos a inovação. Esta pode ocorrer pela forma 
de realizarmos uma mesma tarefa por meios diferentes ou até mesmo a reinventarmos todo 
um processo. Não podemos, afinal, querermos que fatos diferentes ocorram se procedemos 
sempre da mesma maneira, não é mesmo? Precisamos sair um pouco da nossa zona de 
conforto, e fazermos aquilo que todos consideram impossível! Isso é inovação!
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AULA 6
CRIATIVIDADE 
Prezado(a) aluno(a), quantas vezes estivemos diante de determinadas situações 
embaraçosas, que a princípio eram sem solução e, de repente, surge uma pessoa, com 
um toque de criatividade, e as resolve rápida e facilmente. Com certeza você já presenciou 
uma cena dessas, não é mesmo? No empreendedorismo, a criatividade está intrinsicamente 
relacionada, sendo impossível falar de um sem falar do outro. Existe até um velho ditado, que 
minha avó proferia com certa frequência, quando alegávamos que não sabíamos executar 
determinada tarefa: “a necessidade é a mãe da criatividade”. 
Desta forma, podemos criar nosso próprio conceito de criatividade, é a capacidade humana 
de gerar novas ideias. Uma ideia nova para resolver um problema antigo.
De acordo com Luecke (2007) o empreendedor necessita aliar análise, planejamento 
estratégico, capacidade de implementação e controle à sua organização, sendo tais elementos 
cruciais ao êxito dos inovadores empreendimentos. Nesse aspceto, ao começar um novo 
negócio o empreendedor deve estar ciente dos riscos e esforços necessários para o seu 
sucesso, assumindo responsabilidades para garantir a manutenção e prosperidade de sua 
criação, lidando com novos desafios. 
O empreendedor é definido por Luecke (2007, p. 29) como “aquele que combina recursos, 
trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é 
aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.
De maneira instintiva, o termo criatividade sempre se associou à atividade artística. Mais 
recentemente, graças a exemplos empresariais como Apple e Google, a inovação ganhou 
espaço nos setores tecnológicos. Neste sentido, a nossa intuição não está errada, uma vez 
que criatividade e inovação são dois conceitos muito unidos (MANUAL DE CRIATIVIDADE 
EMPRESARIAL, 2010). 
De acordo com o mesmo manual, a capacidade criativa pode ser definida como a habilidade 
para gerar ideias, alternativas e soluções a um determinado problema de forma fácil.
A criação de ideias, e a respectiva utilização sob a forma de inova- ção, segue um processo 
cuja análise e aplicação permite solucionar problemas e formular estratégias de mudança 
que permitam a adaptação a uma nova situação. O processo criativo segue um esquema 
simples constituído pelas seguintes fases:
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Figura 1 – O processo criativo de geração de ideias. Fonte: Manual de Criatividade Empresarial (2010, p. 7)
Isto está na rede
Um estudo divulgado pelo Martin Prosperity Institute apontou um ranking de 139 países 
com maior índice de criatividade e prosperidade no mundo (GCI) em 2015. Feito com 
cerca de mil pessoas de cada dos 139 países, o Brasil ficou em 29º lugar e, pela primeira 
vez, a Suécia não ficou no topo do ranking.
Link: <http://designconceitual.com.br/2016/04/08/pesquisa-revela-paises-mais-
criativos-do-mundo/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
Caulkins (2001), destaca que a criatividade nas questões empresariais está relacionada 
a novas formas de solução de problemas, envolvendo a combinação de ideias de diferentes 
áreas de conhecimento, com probabilidade de saltos de intuição. Para o autor, a criatividade 
está relacionada à agregação de valor às ideias, à invenção de produtos e à inovação. O 
autor afirma que a adequação de tais ideias aos objetivos propostos é o que diferencia a 
criatividade da divagação.
A criatividade leva invariavelmente à inovação empresarial. De acordo com Luecke (2003, 
p. 3) “a inovação é vista como a introdução de algo novo, quer seja um método, um produto, 
ou outro”. 
De acordo com Luecke (2003) destaca a importância da inovação, pois visam a redução 
dos custos de produção e salienta que há dois modelos de inovação:
http://designconceitual.com.br/2016/04/08/pesquisa-revela-paises-mais-criativos-do-mundo/
http://designconceitual.com.br/2016/04/08/pesquisa-revela-paises-mais-criativos-do-mundo/
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Inovações incrementais são aquelas que exploram formas, produtos, 
tecnologias, marcas, etc., já existentes; melhoram ou reconfiguram aquilo 
que já existe, para servir outro propósito no mercado. Para exemplificar, 
o autor apresenta a marca Intel, mais especificamente do processador 
Intel Pentium IV, que representa um aperfeiçoamento do seu antecessor, 
Intel Pentium III. 
A inovação radical, por outro lado, é algo que surge a partir de uma 
ideia já existente, mas que vai revolucionar por completo o mercado 
e o produto em si. Temos o caso das máquinas fotográficas digitais, 
que revolucionaram totalmente o conceito primórdio criado pela marca 
Kodac (LUECKE, 2003, p. 3, grifo nosso).
Prezado(a) aluno(a), é tarefa da gestão da empresa, promover e estimular a criatividade dos 
colaboradores. Algumas empresas promovem concurso de ideias, premiando o colaborador 
que deu a melhor ideia em determinado período. Nesse aspecto,Montana e Charnov apud 
Colossi (2004) destacam, por exemplo, a importância de três técnicas:
 
• O brainstorming: entendido como um ambiente de livre verbalização de 
idéias perante um problema delimitado. Quando as pessoas esgotarem 
suas ideias, uma longa lista de alternativas terá sido gerada; e então 
o grupo passará ao estágio de avaliação. Nesse ponto, muitas ideias 
diferentes podem ser consideradas, modificadas ou combinadas em 
uma solução sob medida e criativa para o problema. 
• A técnica do grupo nominal: similar ao brainstorming quanto à 
delimitação do problema, ela é diferente quanto à forma de execução, 
que neste caso, se dá de maneira individual e por escrito. Ao final de 
um determinado tempo, são listadas as soluções sugeridas, discutidas e 
criticadas. A principal vantagem nesse caso é a falta de críticas pessoais 
que impede que o indivíduo sinta-se inibido, uma vez que as críticas são 
feitas para a solução sugerida e não para o indivíduo. 
• A Técnica Delphi: consiste em enviar vários questionários a um grupo 
de voluntários que os responde, não se encontrando os participantes uns 
com os outros nem sabendo quem são. As respostas são tabuladas e 
devolvidas aos participantes, e estes devem responder novamente até 
chegar a um consenso. Essa técnica reduz a influência das personalidades 
na decisão.
 
É importante salientar que não há uma técnica específica que resolva o problema da falta 
de criatividade no âmbito empresarial. O clima organizacional deve ser levado em consideração 
de modo a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente 
da técnica, o objetivo sempre é a inovação.
Luecke (2003) aponta que a primeira etapa do processo de inovação - a geração de ideias. 
Para isso, são analisadas seis fontes de onde provêm as ideias inovadoras, detalhando cada 
uma delas:
 
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1) New Knowledge – muitas das inovações radicais são resultado desta fonte. Quando 
algo se desenvolve numa certa área, dando origem a um novo produto, dizemos que faz 
parte desta “categoria”. Apesar do poder e força que as inovações baseadas neste tipo 
de fonte possam ter, há um grande intervalo de tempo que separa o desenvolvimento da 
ideia a partir do New Knowledge até à sua transformação total em produto comercializável 
(exemplo do computador que terá demorado, aproximadamente, cinquenta anos até chegar 
aos mercados). Por outro lado, as recompensas que este tipo de inovação proporciona são 
enormes; 
2) Tapping the Ideas of Costumers – os clientes são os grandes criativos e aqueles que 
mais têm uma palavra a dizer; são eles que melhor podem apontar lacunas ou falhas que 
um produto possa ter. Há várias formas pelas quais os clientes podem dar a sua opinião, 
quer seja através de um livro de reclamações, inquéritos ou por sua própria espontaneidade; 
3) Lead Users – são empresas ou indivíduos cujas necessidades vão além daquilo que o 
mercado lhes oferece presentemente. Normalmente, as suas ideias inovadoras não servem 
o mercado, mas as suas próprias necessidades. No entanto, podem ser adaptadas para que, 
mais tarde, possam vir a ser comercializadas; 
4) Empathetic Design – é uma técnica de geração de ideias que consiste na observação, 
por parte dos criativos/inovadores, do modo como as pessoas usam produtos já existentes 
tendo em conta o ambiente que as rodeia. Dorothy Leonard e Jeffrey Rayport descreveram-
no como um processo com cinco etapas: 
a. Observação; 
b. Recolha de dados; 
c. Reflexão e análise. 
d. Brainstorm; 
e. Desenvolvimento de protótipos de soluções. 
5) Invention factories and skunkwords – muitas ideias inovadoras surgem através de 
uma pesquisa e desenvolvimento profundos por parte dos “fabricantes de inovações”. 
6) Open Market Innovation – nem todas as ideias têm que ser criadas dentro do seio 
da empresa. É uma mais-valia para qualquer empresa se conseguir novas ideias através 
de parcerias, licenciamento, alianças estratégicas ou, até mesmo, compra de uma ideia de 
outra empesa (LUECKE, 2003).
Nesse sentido, Luecke (2003, p. 14) nos apresenta a S-Curve, a qual representa o percurso 
de inovações tecnológicas bem-sucedidas. Tem como função descrever a evolução no tempo 
e a nível de investimentos da performance e custos da tecnologia. O que esta curva nos 
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mostra é que a tecnologia que está já estabelecida e estabilizada acaba sempre por se 
desenvolver e melhorar quando confrontada por uma rival:
 
Figura 2 – S-Curve. Fonte: Luecke (2003, p. 14)
Os indivíduos criativos são muito valorizados atualmente no mercado de trabalho. A 
criatividade é um dos valores em alta atualmente e está em alta nas organizações. Toda 
empresa quer contratar pessoas mais criativas e os empreendedores não ficam atrás: todos 
querem aumentar seus quadros de colaboradores altamente criativos.
Por meio do quadro 1, o Portal Nômades Digitais nos apresenta quatro exercícios simples, 
de modo a aumentarmos nos potencial criativo nas organizações:
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1. Usos alternativos
Essa técnica foi desenvolvida por J.P. Guilford em 1967, mas continua bastante atual. 
A ideia é simples: pensar em usos alternativos para objetos comuns do cotidiano. 
Pode ser uma cadeira, o seu computador ou um livro, por exemplo. Dedique um ou 
dois minutos para pensar em usos alternativos para cada palavra (é importante contar 
o tempo, pois a pressão ajuda você a pensar em soluções rápidas).
2. Palavras cruzadas
Para este exercício você também vai precisar de um relógio, além de uma palavra 
cruzada que ainda não tenha feito (vale usar a do jornal do dia, por exemplo. Para 
acompanhar, não esqueça de um lápis ou caneta e de uma folha em branco.
3. Noite e Dia
Uma boa maneira de exercitar a sua criatividade é pensando em soluções alternativas, 
da mesma forma que no exercício sobre usos alternativos para objetos do cotidiano. E 
esse exercício vai ajudá-lo nesta tarefa.
Comece criando uma lista de palavras comuns em um papel. Pode pensar em objetos 
que estão ao seu redor ou até mesmo em características do momento: noite, balcão, 
pimenta, garrafa, feliz, etc. Depois disso, escreva ao lado de cada palavra pelo menos 
quatro palavras que tenham sentido oposto ao inicial. Por exemplo:
Noite – dia, sol, branco, acordado
4. Telefone maluco
Sabe aquele seu amigo para quem você não telefona há anos? Ou o ex-colega com 
quem você não fala desde que saiu da escola? Esse exercício promete te colocar em 
contato com eles novamente. A ideia aqui é ligar para a pessoa de quem você está 
mais distante de toda a sua lista telefônica e tentar desenvolver uma conversa de pelo 
menos 5 minutos.
Pode parecer constrangedor, mas a ideia é exatamente essa: a pessoa para quem 
você ligar vai ficar tão embaraçada que você precisará usar toda a criatividade para 
manter a conversa fluindo.
 
Quadro 1 – Exercícios para estimular a criatividade. Fonte: Portal Nômades Digitais. Disponível em: < http://nomadesdigitais.com/4-exercicios-para-te-manter-mais-
criativo/ >. Acesso em 01 Dez. 2017.
http://nomadesdigitais.com/4-exercicios-para-te-manter-mais-criativo/
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AULA 7
CRIATIVIDADE X INOVAÇÃO
De acordo com o Manual de Criatividade Empresarial (2010), a criatividade, tal como foi 
definida acima, procura alternativas a uma situação existente ou a formulação de soluções 
que deem resposta a problemas que possam surgir. A predisposição para encontrar soluções 
e para a mudança (entendendo-a como positiva) implica também a existência de uma atitude 
criativa. A criatividade está relacionada com a utilizaçãode mecanismos e métodos que não 
respondem a esquemas e lógicas tradicionais. A cada vez mais complexa situação do meio 
e dos problemas a que nos enfrentamos exige novas ideias e, sobretudo, novos enfoques. 
Uma mente criativa é aquela que procura métodos diferentes e que é capaz de reinterpretar 
a realidade segundo novos parâmetros lógicos. Tudo com a finalidade de encontrar novas 
formas de interpretar a realidade e de dar respostas criativas e eficazes aos problemas que 
possam surgir. Em outros termos, ser criativo é ver o que todo mundo vê e pensar o que 
ninguém, até então, havia pensado. 
Segundo a OECD (2005), a inovação pode também melhorar o desempenho da empresa 
pois ela faz aumentar sua capacidade de inovar. Por exemplo, melhoramentos nos processos 
de produção podem permitir o desenvolvimento de um novo leque de produtos, e novas 
práticas organizacionais podem melhorar a capacidade empresarial de adquirir e criar novos 
conhecimentos que poderão ser usados para o desenvolvimento de outras inovações.
Para distinguir inovação de criatividade, os autores Foster e Kaplan (2002) nos apresentam 
um conceito esclarecedor:
Embora a inovação baseie-se em criatividade e invenção, o conceito é 
muito mais amplo. Uma invenção implica a “conversão da ideia criativa 
em uma forma comunicável e verificável, geralmente para atender a 
alguma necessidade ou realizar alguma tarefa”. A inovação é uma 
invenção que produziu valor econômico. Sem valor econômico não pode 
haver inovação. (FOSTER E KAPLAN, 2002, p. 158)
Kim e Mauborgne (2005) denominam inovação de valor, o fato das empresas, ao invés de 
se esforçarem para superar os concorrentes, concentraram o foco em tornar a concorrência 
irrelevante, oferecendo saltos no valor para os compradores e para as próprias empresas, 
que assim desbravaram novos espaços de mercado inexplorados:
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A inovação de valor é uma nova maneira de raciocinar sobre a execução 
da estratégia, que resulta na criação de um novo espaço de mercado e 
no rompimento com a concorrência. Muito importante, a inovação de 
valor desafia um dos dogmas mais comuns da estratégia baseada na 
concorrência – o trade-off valor-custo. Tradicionalmente, acredita-se 
que as empresas, quando comparadas aos concorrentes, devem ser 
capazes de criar mais valor para os clientes, a custo mais alto, ou de criar 
o mesmo valor para os clientes, a custo mais baixo. Assim, estratégia é 
escolher entre diferenciação e liderança de custos (KIM; MAUBORGNE, 
2005, p. 26).
 
 Podemos compreender que a inovação de valor é uma estratégia, na qual a empresa 
aproveita as condições favoráveis, sem um enfrentamento direto à concorrência.
7.1 Tipos de inovadores
Prezado(a) aluno(a), provavelmente você já se deparou com pessoas na sua vida pessoal ou 
no seu ambiente de trabalho que são algumas mais inovadoras e outras mais conservadoras. 
Há indivíduos ligados no “220 Volts”, com é a expressão que designa as pessoas inquietas, 
sempre dispostas a mudanças, a propor inovações. É importante observar que, segundo 
Dornelas (2008, p. 21) “são as inovações que determinam o início de uma nova história, de 
um novo paradigma. Às vezes são até simples, mas tão bem aceitas e assimiladas, que 
se tornam unanimidade”. Só para se ter uma ideia da importância das inovações, Dornelas 
(2008) nos apresenta, por meio do quadro 2, as principais inovações do século XX:
Exemplos de inovações do século XX
1903: Avião motorizado
1915: Teoria geral da relatividade de Einstein
1923: Aparelho televisor
1928: Penicilina
1937: Náilon
1943: Computador
1945: Bomba atômica
1947: Transistor
1953: Descoberta da estrutura do DNA abre caminha para a engenharia genética
1957: Sputnik, o primeiro satélite
1958: Laser
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1961: O homem vai ao espaço
1967: Transplante do coração
1969: O homem chega à Lua; início da internet; Boeing 747
1970: Microprocessador
1989: World Wide Web
1993: Clonagem de embriões humanos
1997: Primeiro animal clonada: ovelha Dolly
2000: Sequenciamento do genoma humano
Quadro 2 – Exemplos de inovações do século XX. Fonte: Dornelas (2008, p. 22)
Essas inovações não existiriam se não fosse os inovadores, os indivíduos arrojados, 
visionários, que enfrentaram todos os tipos de obstáculos, fizeram inúmeras experiências 
para hoje serem considerados “gênios” pela maioria das pessoas. De acordo com Freitas 
Filho (2013, p. 13) “quando se analisam os elementos de inovação, percebe-se que algumas 
características pessoais são fundamentais no processo de inovação”.
Nesse sentido, a figura 2 nos apresenta o processo de inovação e descreve os diferentes 
perfis de inovadores em cada etapa desse processo:
 
Figura 3 – Processo de inovação. Fonte: Freitas Filho (2013, p. 13)
De acordo com Freitas Filho (2013), o processo de inovação compreende quatro etapas 
e para cada uma delas um perfil de profissional diferente é requerido. Conhecer o perfil de 
cada pessoa é importante, principalmente na hora de formar times de projeto de inovação, 
de modo que os perfis se complementem:
Idealizador: é o perfil que se ajusta à primeira etapa do processo de inovação. Sua principal 
função é manter a empresa alinhada às demandas do mercado a partir de uma produção 
constante e generosa de ideias. Essa pessoa é criativa e normalmente muito bem informada 
sobre a empresa e o mercado. Outro ponto forte é o seu carisma e capacidade de lidar com 
pessoas de diferentes áreas e cultura, além de ser ótima para apresentações. Pode ser o 
agregador dos times de inovação. Como defeito, os idealizadores tendem a ser desorganizados 
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e nem sempre toleram bem as críticas que recebem. Isso é natural para quem se expõe e 
dá muitas ideias. Para o “dono” da ideia, ela é a melhor do mundo, até que alguém mostre 
suas limitações e as possibilidades de melhorias (FREITAS FILHO, 2013, p. 13).
Refinador: o refinador atua na etapa de conceituação. Sua principal função é buscar 
as inconsistências das ideias. É onde ocorre o primeiro filtro. Para isso envolve e mobiliza 
pessoas de outros setores. Diferentemente do idealizador, não tem a pretensão de ser o 
centro das atenções. Pelo contrário, é humilde e agregador, trabalha em equipe e de forma 
colaborativa, dando e recebendo todo tipo de feedback. Precisa ser também disciplinado 
para analisar todas as ideias e identificar oportunidades de melhorá-las. Como faz o papel 
de questionador, pode passar por chato e insatisfeito, porém não o faz por mal. O resultado 
do seu trabalho são ideias melhores e mais consistentes (FREITAS FILHO, 2013, p. 14).
Experimentador: O experimentador tem a função de testar a qualidade e o desempenho, 
solucionar falhas e direcionar o desenvolvimento dos novos produtos antes que os mesmos 
sejam lançados no mercado. Atua no momento de se testar na prática a ideia. Essa pessoa 
tem como qualidade a disciplina, a persistência, o apego ao método científico, capacidade de 
aprender e habilidade para gerar e compartilhar conhecimento. A função do experimentador é 
semelhante a de um pesquisador, e por isso precisa também ser muito criativo. Por trabalhar 
muitas vezes sozinho e como precisa estudar muito, pode ser visto por outras pessoas como 
um gênio solitário ou mesmo um nerd (FREITAS FILHO, 2013, p. 14).
Executor: é nessa etapa que se coloca a ideia em prática, transformando-a em um negócio 
concreto e lucrativo. Na realidade essa etapa está totalmente ligado ao gerenciamento de 
projeto. As características do executor são semelhantes às dos líderes de projeto. São 
pessoas que sabem estruturar um negócio, têm capacidade de mobiizar e gerir pessoas, 
foco no resultado e disciplina para cumprir prazos e metas. Como são muito focados na

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