Buscar

Desinfecção Solar da Água: Uma Alternativa Sustentável

Prévia do material em texto

Introdução
Anualmente a população mundial vem crescendo exageradamente tendo impacto diretamente nos recursos hídricos, entre outros. Segundo ANA (Agência Nacional de Águas) estima-se que 97,5% da água existente no mundo é salobra não podendo ser consumido e somente 2,5% de água doce e consumível, no entanto 69% onde se encontra em locais de difícil acesso, sendo que somente 1% é encontrado em rios e córregos. 
O Brasil possui aproximadamente 12% da disponibilidade de água doce do planeta, sendo aparentemente privilegiado, comparado a outros países. 
Mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada, na maioria das regiões que sofrem o problema de escassez possui uma qualidade imprópria devido a poluição hídrica, que pode ser caracterizada pela adição de substâncias ou de formas de energias que, diretamente, ou indiretamente, alteram a qualidade química, físicas ou biológicas da água. Sendo as principais poluições causadas pelo despejo de esgotos industriais (dejetos químicos) e os dejetos domésticos.
O consumo da água inapropriada pode ocasionar na população: diarreia, colera, febre tifóide, hepatite A , amebíase e disenteria bacilar e outras doenças diarréicas. A cada 4 bilhões de casos de diarréia causam 2.2 milhoões de mortes, principalmente em crianças abaixo de 5 anos. 
Existem várias tecnologias disponiveis que melhoram a qualidade da agua ou de efluentes, porém a maioria é cara e sofisticada, necessitando de grandes investimentos financeiros para implantação e operação, sendo assim não viavel para comunidades menos favorecidas em estrutura e recursos financeiros. 
Sendo assim, uma tecnica alternativa, sustentável, com fonte natural, perfeitamente aplicável em regiões com pouca estrutura e baixos recursos financeiros é a Desinfecção Solar da Água (SODIS). Um processo que utiliza a combinação da radiaçao solar UV-A, que é responsável pela modificação do DNA dos organismos, e a radiação infravermelha, responsável pela elevação da temperatura da água. 
O objetivo deste trabalho é comprovar a eficácia do metodo de desinfecção solar da água e aplicar na escola E.E Professor Elvira Parada Manga. 
Metodologia 
Para estudo do método, foi escolhido a água da Represa Paulo de Paiva castro, também conhecida como Represa do Juqueri, formada pela barragem localizada no rio juqueri, no município de Franco da Rocha.
FOTO DO MAPA DA CIDADE
Foi coletado 6 litros d’agua em garrafas plásticas transparente limpas do tipo PET (tereftalato de polietileno) com capacidade de dois litros, com turbidez aparentemente inferior a 30UT. 
Para realização do método foi colocado as duas garrafas PET no telhado, sem sombra, em cima de um papel aluminio, no dia 18 de abril, das 9 horas as 17 horas, um dia bastante ensolarado com poucas nuvens, alcançando a máxima de 32°C. 
FOTO DO PROCESSO
Sendo assim, analisamos os paramêtros de Coliformes fecais, turbidez, DBO e OD, a amostra in – natura (água bruta) e a amostra d’água após o tratamento no laboratório com os seguintes métodos: 
Coliformes Fecais: Método – Cartela Colilert 
O método Colilert consiste na quantificação dos coliformes totais e fecais presentes em uma dada amostra, através da mistura entre a amostra e o reagente Colilert patenteado, com posterior transferência da solução para uma cartela estéril (100 ml), a qual é selada e mantida incubada a 35±2ºC durante 24 horas (1º leitura) e 48 horas (2º leitura-confirmação). 
Os resultados são obtidos pela relação de valores positivos entre os quadrados maiores e menores da cartela, com aqueles verificados na tabela padrão para o teste Colilert. 
Para a aplicação do método foram utilizados:
· Seladora para cartelas Colilert;
· Autoclave vertical;
· Câmara escura equipada de radiação UV; 
· Incubadora termo-regulável (35±2ºC); 
· Balão de fundo chato (esterilizado*); e
· Proveta 100 ml.
O tempo de utilização em autoclave foi de 15 minutos, onde os frascos foram totalmente vedados com tampões (preparados com gases), papel alumínio e papel kraft (camada dupla).
Durante o procedimento de análise de coliformes fecais pelo método Colilert foram utilizados 50 ml de amostra de água residuária que passaram pelas etapas abaixo: 
· Transferiu-se o volume de amostra num balão volumétrico de 100 ml de fundo chato estéril para diluição pretendida, de modo que o volume final fosse de 100 ml; 
· Em cada amostra, adicionou-se uma cartela do reagente Colilert e agitou-se até a dissolução completa; 
· Transferiram-se os 100 ml finais para uma cartela Colilert estéril, colocando sobre o suporte da seladora e selando-se a mesma; 
· Manteve-se a cartela em incubadora termo-regulável a 35±2ºC; 
· Após 24h na incubadora, anotaram-se os valores positivos nos quadrados grandes (49 espaços) e pequenos (48 espaços). Os valores positivos foram aqueles nos quais uma coloração amarela forte se desenvolveu; 
· O mesmo procedimento foi realizado observando-se as cartelas em uma câmara escura equipada de luz UV, de modo que, para este caso, os quadrados grandes e pequenos a serem anotados foram aqueles que desenvolveram uma luminescência azul característica (figura 1); 
· Anotaram-se os valores registrados; e repetiu-se o procedimento após 48 horas para confirmação dos resultados; 
Figura 1 – Colônias características de E. coli em 4a e em 4b diferença de poços positivos e negativos de E. coli. (OLIVEIRA, 2013)
Cálculo do número mais provável de coliformes fecais 
Os resultados são obtidos a partir da cartela padrão do método que correlaciona os valores observados nos quadrados grandes com aqueles observados nos quadrados pequenos. Por exemplo, em uma análise que utilizou 50 ml de amostra foram observados 10 quadrados positivos grandes com 15 quadrados positivos pequenos para coliformes totais e 5 quadrados positivos grandes com 3 quadrados positivos pequenos para coliformes fecais (OLIVEIRA, 2013). 
Analise de DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
	Para o processo de analise da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) foi utilizado à metodologia desenvolvida pela SABESP, a partir da Norma NTS 003/97 para analise de DBO.
O método de análise descrito na norma NTS 003/97 é referente à DBO com período de incubação de 5 dias e na temperatura específica de 20 ± 1ºC, muito utilizada na nomenclatura como DBO5 20.
Ao realizar o teste, as amostras foram protegidas do ar de modo a prevenir a reareação na medida em que o nível de oxigênio dissolvido diminui. Além disso, por causa da limitada solubilidade do oxigênio na água, esgotos concentrados foram diluídos para níveis de demanda que não esgotassem todo o oxigênio dissolvido da amostra. 
Como é considerado um procedimento de bioensaio é extremamente importante que as condições ambientais durante todo o teste sejam favoráveis para os organismos vivos. Isto significa que o teste deve ser insento de substâncias tóxicas e que devam estar presentes todos os nutrientes necessários para o crescimento bacteriano, tais como, nitrogênio, fósforo e concentrações traços de certos elementos. Portanto é importante que uma população de organismos, comumente chamada de “semente”, esteja presente no teste. 
O teste de DBO5 20 pode ser considerado um procedimento de oxidação em meio líquido no qual os organismos vivos servem como meio para oxidar a matéria orgânica em dióxido de carbono e água.
Através desta oxidação foi possível interpretar o dado de DBO em termos de matéria orgânica, assim como a quantidade de oxigênio consumido durante a oxidação. Este conceito foi fundamental para entender a taxa na qual a DBO é exercida. As reações de oxidação envolvidas no teste de DBO são resultantes da atividade biológica e as taxas na quais estas ocorreram são governadas preponderantemente pela população de microrganismos pela temperatura. 
Os efeitos de temperatura são mantidos constantes em 20ºC, que é, de maneira aproximada, a temperatura média dos cursos d’água.
Preparação do Ensaio Químico da NTS 003
O procedimento de ensaio necessitou de compostos com alto grau de pureza (p.a.) para não haver divergência da analise.Sendo assim foi utilizada a seguinte lista de reagentes:
· Fosfato monobásico de potássio, KH2PO4;
· Fosfato dibásico de potássio, K2HPO4 p.a.;
· Fosfato dibásico de sódio heptahidratado, Na2HPO4 . 7H2O p.a.;
· Cloreto de amônio, NH4Cl p.a.;
· Sulfato de magnésio heptahidratado, MgSO4 . 7H2O p.a.;
· Cloreto de cálcio, CaCl2 anidro p.a.;
· Cloreto férrico hexahidratado FeCl3 . 6H2O p.a.;
· Hidróxido de sódio, NaOH p.a.;
· Ácido súlfurico, H2SO4 concentrado p.a.;
· Sulfito de sódio p.a., Na2SO3;
· Inibidor de nitrificação 2-cloro-6 (tricloro-metil) piridina, p.a;
· Dicromato de potássio p.a., K2Cr2O7: secando a 103°C por 2 horas;
· Hidróxido de sódio, NaOH p.a.;
· Ácido glutâmico C5H9NO4 p.a., seco previamente a 103ºC por 1 hora;
· Glicose p.a., C6H12O6, com secagem a 103ºC por 1 hora.
Com os reagentes tomou-se o cuidado de dissolver 8,5 g de KH2PO4 p.a., com 21,75 g de K2HPO4 p.a. Adicionando-se 33,4 g de Na2HPO4.7H2O e 1,7 g de NH4Cl p.a. em aproximadamente 500 ml de água deionizada e diluiu-se em 1000 ml. O pH da solução foi ajustado em 7,2; em seguida armazenou-se a solução em frasco âmbar; onde se dissolveu 22,5 g de MgSO4.7H2O p.a. em água deionizada e diluiu-se a 1000 ml, armazenando em frasco âmbar. Posteriormente dissolveu-se 27,5 g de CaCl2 anidro p.a. em água deionizada e diluiu-se a 1000 ml.
O procedimento continuou dissolvendo-se 0,25 g de FeCl3.6H2O em água deionizada e diluindo-se a 1000 ml, sendo armazenado em frasco âmbar. Dissolveu-se ainda 40 g de NaOH p.a. em água deionizada isenta de CO2 e diluiu-se a 1000 ml, armazenando-se em frasco plástico opaco. O H2SO4 concentrado p.a. foi diluído gradualmente num volume de 28 ml com água deionizada em 1000 ml e armazenado em frasco âmbar. 
Uma massa de 1,575 g de Na2SO3 foi dissolvida posteriormente a 1000 ml de água deionizada. Uma vez que essa solução é instável foi necessária à preparação diária da mesma.
Com a preparação adequada dos compostos reagentes, introduziu-se um volume de água desmineralizada num frasco de Mariot. Adicionando-se 1 ml de cada solução por litro de água, na seguinte sequência de ensaio: tampão de fosfatos, sulfato de magnésio, cloreto de cálcio e cloreto férrico. Deixou-se aerando durante tempo suficiente, para que a concentração de oxigênio dissolvido (OD) fosse saturação. Após este período, desligou-se o aerador e aguardou-se por 30 minutos.
Em seguida 150 mg de C5H9NO4 p.a. foram adicionados a 150 mg de C6H12O6 p.a. e diluiu-se a 1000 ml. A solução foi distribuída em frascos de diluição de leite até a marca de aferição e autoclavado a 120º C por 30 minutos. Mantendo-se os frascos graduados no escuro.
As amostras para determinação de DBO foram coletadas em frasco de vidro. Onde o volume necessário foi de 2000 ml. Homogeneizou-se a amostra e retirou-se uma porção em um béquer de 1000 ml; onde se acertou o pH com solução de ácido sulfúrico 0,5 M. Separou-se os frascos de DBO, identificando-os sequencialmente de acordo com o seu conteúdo. Como foi utilizado o método do oxímetro, para medição de oxigênio, foram utilizados 5 frascos, sendo 4 para amostras e 1 para controle.
Os frascos foram preparados seguindo-se a sequência abaixo:
· Frasco 1 (f1): V1 e completou-se o volume do frasco com água de diluição;
· Frasco 2 (f2): V2 e completou-se o volume do frasco com água de diluição;
· Frasco 3 (f3): V3 e completou-se o volume do frasco com água de diluição;
· Frasco 4 (f4): V4 e completou-se o volume do frasco com água de diluição;
· Frasco do branco (fb): preenche-se o frasco com água de diluição.
Os frascos foram tampados e completados com água deionizada, selados e levados à incubadora. Onde após 5 dias foram retirados da incubadora e mensurou-se a concentração de OD final.
Cálculo dos padrões – Formulação matemática
	Os padrões após toda a preparação sem medidos a partir da determinação das equações descritas abaixo:
	
	Equação 1 
Onde:
fn = frasco da amostra com as diluições (n de 1 a 4)
p = fração volumétrica decimal da amostra
Sendo ainda que a função “p” descrita na equação 1 é determinada pela relação abordada na equação 2, abaixo:
	
	Equação 2
Radiação Síncrotron com Reflexão Total ferramenta de detecção de metais
Na análise por reflexão total, deve-se retirar uma alíquota de 1 ml de água residuária de estudo e adicionado com uso de pipeta automática um padrão de Gálio de 100 µl (102,5 mg.L-1) usado como padrão interno, resultando em uma concentração de 9,32 mg.L-1 do padrão em cada amostra.
O padrão interno foi utilizado para eliminar a não uniformidade da alíquota no suporte, porque o filme fino formado sobre o substrato não possui geometria regular. Desta forma, a intensidade dos raios X obtida na irradiação da amostra depende da posição em que esta foi colocada no suporte. Com a adição do padrão interno, o resultado obtido será sempre em relação a este padrão, não importando, dessa forma, a posição da amostra (MELO JÚNIOR, 2007). 
Ao final do preparo 5,0 L da solução resultante foi então pipetada sob a placa de lúcite e secou-se com auxílio de uma lâmpada infravermelha a amostra, conforme figura 2.
Figura 2 – Suporte de lúcite utilizado para a deposição da amostra, acondicionado em Placas de Petri para armazenamento e transporte.
Instalações da Linha de Radiação Sincrotron – Técnica de Reflexão Total
A linha de radiação sincrotron para reflexão total destina-se à análise da composição química multielementar (Z ≥ 13) em aplicações científicas de determinação de elementos traços em ciências ambientais, biológicas e materiais, perfil de profundidade química de filmes finos e mapeamento químico. Ela opera com feixe de 4 a 23 KeV, na tabela 1 verifica-se outras características da linha (MELO JÚNIOR, 2007).
Tabela 1 - Características Gerais (Fonte: Laboratório Nacional de Luz Síncrotron).
	Fonte
	Ímã defletor D09B(15º), y = 0.222 mm, fluxo na amostra: 4 x 109 fótons/s a 8 keV.
	Monocromador
	Monocromador channel-cut.
	Cristais
	Si (111) (2d=6.217 Aº): 4-14 keV (E/E=2800); Si (220) (2d=3.84 Aº): 5-23 keV (E/E=15000).
	Detectores
	Detectores de estado sólido de Ge hiperpuro (resolução de 150 eV) e Si(Li) (resolução de 165 eV); fotodiodos e câmeras de ionização.
	Óptica
	Óptica capilar com 20 μm de resolução espacial.
	Manipulação de amostras
	Câmara de vácuo (2-10 mbar) com geometria de excitação convencional (45º - 45º). Estações para experiências a incidência rasante e mapeamento 2D, ambas com controle total de posicionamento de amostras.
Na figura 3 é apresentada a tubulação da linha DO9B – XRF, utilizada no experimento, por onde passa o feixe de luz síncrotron do anel para a estação experimental de fluorescência. 
Figura 3 – Foto da tubulação do anel para a linha DO9B – XRF do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, por onde passa o feixe de luz síncrotron.
Na estação experimental de fluorescência de raios X, para a detecção dos raios X foi utilizado um detector semicondutor de Ge hiperpuro, com janela de berílio de 8 m de espessura, uma área ativa de 30 mm2, acoplado a um módulo amplificador e com uma placa analisadora multicanal, inserida em microcomputador. A figura 4 mostra a estação D09B-XRF e uma visão parcial do anel de radiação.
Figura 4 – Estação experimental DO9B-XRF do LNLS com a instrumentação.
O arranjo experimental permite a rotação e a translação da amostra de forma a obter a condição para a reflexão total do feixe incidente sobre a amostra que está alocada na placa retangular de lúcite (Perspex) fixada no porta-amostra, permitindo a medida dos elementos químicos contidos na amostra.
A Figura 5 mostra em detalhe a amostra de água residuária da lagoa de estabilização (afluente e efluente) depositada sobre o refletor e o detector com o colimador.
Figura 5 – Arranjo experimental da SR-TXRF.
Método aplicável para analise de oxigênio dissolvido (O.D) 
	O método de determinação da concentração de oxigênio dissolvido (O.D) utilizado foi da norma NTS 012 da SABESP, denominado método eletrométrico. 
O método é muito usual para monitoramento contínuo em reservatórios e unidadesde tratamento de esgoto, podendo ser utilizado também em laboratório. 
Princípio funcional do método eletromético (NTS 012)
O método NTS 012 desenvolvido pela SABESP permite um processo apurado e de acuidade das concentrações de OD. No método, o medidor de oxigênio possui uma célula eletrolítica, com um cátodo de platina e um ânodo de prata. Ambos separados e imersos em um eletrólito, geralmente Sulfato de Sódio (NaSO4), e o conjunto isolado por membrana de polietileno ou PTFE, permeável a gases, especialmente o oxigênio molecular (NTS 012, 2011).
Para determinação do OD aplica-se uma diferença de potencial de polarização entre o ânodo e o cátodo. O oxigênio da amostra difunde-se através da membrana, reduzindo-se no cátodo e formando no ânodo o produto da oxidação. 
A corrente resultante é linear e proporcional à concentração de oxigênio. A unidade de concentração pode ser medida diretamente através de procedimento de calibração (NTS 012, 2011).
O consumo do oxigênio pela célula resulta da extração do oxigênio da solução nas proximidades da membrana. O oxigênio é então extraído por difusão, não permitindo a obtenção real da sensibilidade na leitura. Sendo assim, é necessário que se faça uma agitação na solução para que o oxigênio seja extraído tanto por difusão como por convecção, conseguindo-se com isso um acréscimo na taxa de sensibilidade (NTS 012, 2011). 
O método experimental utilizou:
· Analisador de oxigênio dissolvido e agitador;
· Frasco de DBO (300 ml) com tampa.
· Cloreto de Cobalto (CoCl2);
· Eletrólito específico;
· Sulfito de Sódio (Na2SO3).
As amostras de água de superfície foram retiradas através de imersão cautelosa do frasco de DBO para evitar borbulhamento. Tal preocupação se baseou de modo que não se ocorresse interferência oxidativa. Adotou-se o sistema de eletrodo coberto por membrana para minimiza os problemas relacionados a depósitos de impurezas, que poderiam causar perda de sensibilidade devida impregnação, isto porque a membrana plástica permeável ao oxigênio forma uma barreira contra estas impurezas (NTS 012, 2011).
Análise de Turbidez pelo método NTS 008
O método NTS 008 baseia-se na comparação da luz dispersa por materiais diversos em suspensão, contidos em uma amostra com um padrão de suspensão nas mesmas condições. A intensidade de luz dispersa é proporcional à turbidez. No método nefelométrico, uma célula detectora é colocada em ângulo reto com relação à fonte de luz para medir a luz espalhada pelas partículas.
Na analise de turbidez foram utilizados: Turbidímetro completo (com cubetas); Padrões de turbidez e Hexametilenotetramina [(CH2)6N4].
Para o ensaio foi utilizado água desmineralizada para diluição de padrões e amostras. Essas devem ter turbidez menor que 0,10 NTU para não afetar os resultados.
Padrão primário de turbidez – 4000 NTU 
	Foram preparadas duas soluções denominadas: solução I, solução II e solução padrão. 
	Para a solução I dissolveu-se 1,00 g de sulfato de hidrazina, (NH2)2.H2SO4, em água desmineralizada, transferindo-se para um balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume com água desmineralizada. 
	Já para a solução II foi dissolvido 10,00 g de Hexametilenotetramina (CH2)6N4, em água desmineralizada, e se transferiu o composto para um balão volumétrico de 100 mL e completou-se o volume com água desmineralizada. 
Para a solução Padrão foi utilizado um frasco limpo, onde foi misturada em volumes iguais a solução I com a solução II. Fechou-se o frasco e manteve-se em repouso por 24 horas em temperatura de 25°C ± 3°C. 
Tal composto foi utilizado como um padrão primário de turbidez de 4000 NTU.
Resultados:
RESULTADOS – amostra in natura
Abaixo é apresentada a Tabela 2 com os resultados obtidos para as análises de: Coliformes fecais; DBO e OD.
Tabela 2 - Concentrações dos parâmetros para amostra do rio.
	
Coliformes Fecais
(NMP)
	
Turbidez
(UNT)
	
DBO
(mg.L-1)
	
OD
(mg.L-1)
	35
	85,50
	9,50
	12,5
Na Tabela 3 são apresentados os elementos químicos detectados pela técnica de radiação sincrotron. Onde o processo permitiu detectar os seguintes elementos químicos em concentração mg.L-1: Fósforo (P); Enxofre (S); Cloro (Cl); Potássio (K); Cromo (Cr); Manganês; Ferro (Fe) e Zinco (Zn). 
Tabela 3 - Concentração (mg.L-1) dos elementos químicos presentes na água.
	Elemento Químico
	P
	S
	Cl
	K
	Cr
	Mn
	Fe
	Zn
	0,9
	1,7
	3,8
	101
	0,001
	0,22
	7,6
	0,19
RESULTADOS – amostra após tratamento
As Tabelas 4 e 5 apresentam os valores da amostra de água após o tratamento de desinfecção SODIS. 
Tabela 4 - Concentrações dos parâmetros para amostra do rio.
	
Coliformes Fecais
(NMP)
	
Turbidez
(UNT)
	
DBO
(mg.L-1)
	
OD
(mg.L-1)
	12
	83,80
	5,80
	14,7
Tabela 5 - Concentração (mg.L-1) dos elementos químicos presentes na água.
	Elemento Químico
	P
	S
	Cl
	K
	Cr
	Mn
	Fe
	Zn
	0,51
	1,3
	2,6
	98,5
	0,001
	0,11
	6,9
	0,12
Discussão:
Os valores obtidos na tabela 2 mostram que a amostra de água residuária, oriundo do rio pesquisado, tem caracteristicas de agua doce classe III, pela norma do CONAMA 357. De acordo com essa caracterista pode ser utilizada por águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de animais. V - classe 4: águas que podem ser destinadas: a) à navegação; e b) à harmonia paisagística.
Para análise da qualidade da água foi utlizado os parametros de Coliformes fecais, turbidez, DBO, OD e elementos químicos (em concentração mg.L-1: Fósforo (P); Enxofre (S); Cloro (Cl); Potássio (K); Cromo (Cr); Manganês; Ferro (Fe) e Zinco (Zn)), pois são esses alguns dos parametros utilizados pela CETESB para calcular no IQA, principal índice de qualidade da água utilizado no país, desenvolvido para avaliar a qualidade da água burta para o uso do abastecimento público, após o tratamento da mesma. Os parametros utlizados são, na maioria, indicadores de contaminação causados pelo lançamento de esgotos domésticos.
Coliformes Fecais: 
Os coliformes fecais é um dos principais parametros para avaliação da qualidade da água, pois são bacterias que estao presentes no intestino humano e em outros animais de sangue quente, sendo a maioria eliminados pelas fezes. A presença de coliformes na água indica poluição, com alto potencial de presença de organismos patogenicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera, sendo sua ausencia uma constatação de uma agua bacteriologicamente potável. 
O grupo coliforme é formado por um número de bactérias que inclui os generos Klebsiella, Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobactéria
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20)
“A Demanda Bioquímica de Oxigênio representa a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica presente na água através da decomposição microbiana aeróbia. A DBO5,20 é a quantidade de oxigênio consumido durante 5 dias em uma temperatura de 20°C.
Valores altos de DBO5,20, num corpo d'água são provocados geralmente causados pelo lançamento de cargas orgânicas, principalmente esgotos domésticos. A ocorrência de altos valores deste parâmetro causa uma diminuição dos valores de oxigênio dissolvido na água, o que pode provocar mortandades de peixes e eliminação de outros organismos aquáticos.”
[A DBO5,20 de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO5,20 é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20°C é freqüentemente usado e referido como DBO5,20.
Os maiores aumentos em termos de DBO5,20, num corpo d'água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânicapode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.
No campo do tratamento de esgotos, a DBO5,20 é um parâmetro importante no controle das eficiências das estações, tanto de tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios, bem como físicoquímicos (embora de fato ocorra demanda de oxigênio apenas nos processos aeróbios, a demanda “potencial” pode ser medida à entrada e à saída de qualquer tipo de tratamento). Na legislação do Estado de São Paulo, o Decreto Estadual n.º8468, a DBO5,20 de cinco dias é padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d’água, sendo exigidos ou uma DBO5,20 máxima de 60 mg/L ou uma eficiência global mínima do processo de tratamento na remoção de DBO5,20 igual a 80%. Este último critério favorece aos efluentes industriais concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO5,20 ainda altos, mesmo removida acima de 80%.] arquivo poli file:///D:/Dados%20Usuario/Downloads/VARI.pdf
Oxigênio Dissolvido (OD):
Oxigênio Dissolvido (OD) é um dos parâmetros mais significativos para expressar a qualidade de um ambiente aquático, pois muitos organismos, como peixes, precisam se oxigênio para respirar. As águas poluídas por esgotos apresentam baixa concentração de oxigênio dissolvido pois o mesmo é consumido no processo de decomposição da matéria orgânica. Por outro lado as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido mais elevadas, geralmente superiores a 5mg/L, exceto se houverem condições naturais que causem baixos valores deste parâmetro.
As águas eutrofizadas (ricas em nutrientes) podem apresentar concentrações de oxigênio superiores a 10 mg/L, situação conhecida como supersaturação. Isto ocorre principalmente em lagos e represas em que o excessivo crescimento das algas faz com que durante o dia, devido a fotossíntese, os valores de oxigênio fiquem mais elevados. Por outro lado, durante a noite não ocorre a fotossíntese, e a respiração dos organismos faz com que as concentrações de oxigênio diminuam bastante, podendo causar mortandades de peixes.
Turbidez:
Importante propriedade da água, a qual está diretamente relacionada à sua qualidade como água doce e potável. A turbidez representa a propriedade óptica de absorção e reflexão da luz, e serve como um importante parâmetro das condições adequadas para consumo da água. A turbidez é causada por partículas sólidas em suspensão, como argila e matéria orgânica, que formam coloides e interferem na propagação da luz pela água. A unidade matemática utilizada na medição da turbidez é o NTU, Os processos de redução da turbidez de uma amostra de água são de natureza física, e consistem na remoção dos resíduos sólidos em suspensão responsáveis pela mesma, como filtrações e decantações. Após o processamento, que também pode se dar por floculação e sedimentação, deve-se chegar a níveis de até 5 NTUs, de acordo com as normas internacionais de controle da água potável. Quando se utiliza de uma filtração adequada, podem-se alcançar níveis ainda menores, que chegam a 1NTU ou menos.
[O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às descargas de esgotos sanitários. Nestes, os detergentes superfosfatados empregados em larga escala domesticamente constituem a principal fonte, além da própria matéria fecal, que é rica em proteínas. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas naturais.
Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-nutrientes, por ser exigido também em grandes quantidades pelas células. Nesta qualidade, torna-se parâmetro imprescindível em programas de caracterização de efluentes industriais que se pretende tratar por processo biológico. Em processos aeróbios, como informado anteriormente, exige-se uma relação DBO5:N:P mínima de 100:5:1, enquanto que em processos anaeróbios tem-se exigido a relação DQO:N:P mínima de 350:7:1. Os esgotos sanitários no Brasil apresentam, tipicamente, concentração de fósforo total na faixa de 6 a 10 mgP/L, não exercendo efeito limitante sobre os tratamento biológicos. Alguns efluentes industriais, porém, não possuem fósforo em suas composições, ou apresentam concentrações muito baixas. Neste caso, deve-se adicionar artificialmente compostos contendo fósforo como o monoamôneo-fosfato (MAP) que, por ser usado em larga escala como fertilizante, apresenta custo relativamente baixo. Ainda por ser nutriente para processos biológicos, o excesso de fósforo em esgotos sanitários e efluentes industriais, por outro lado, conduz a processos de eutrofização das águas naturais.] arquivo poli file:///D:/Dados%20Usuario/Downloads/VARI.pdf
Cloro:
O cloreto influência nas caracteristicas dos ecossistemas aquáticos, pois provoca alteração na pressão osmótica em células em microorganimos. Em esgotos as concentrações de cloreto podem ultrapassar 15mg /L pois atraves da urina é expelido 6 gramas de cloreto por dia.
A alta concentração de cloreto causa sabor “salgado” na água. 
Potássio:
Potássio são encontrados em forma ionica e os sais são altamente solúveis. Em aguas naturais são encontrados em baixas concentrações, menores que 10 mg/L. Porem sais de potassio são usados em industrias e em fertilizantes na agricultura, sendo despejados por descargas industriais e lixiviação de terras agriculas. 
Cromo:
As concentrações de cromo em água doce são muito baixas, normalmente inferiores a 1 µg/L, utilizado em aplicações industriais e domesticos. Na forma hexavalente é tóxico e cancerígeno. Os limites máximos são estabelecidos basicamente em função do cromo hexavalente.
Manganes:
É muito usado na indústria do aço, na fabricação de ligas metálicas e baterias e na indústria química em tintas, vernizes, fogos de artifícios e fertilizantes, entre outros. 
A presença de manganes é responsavel pela coloração negra na água, , podendo-se se apresentar nos estados de oxidação Mn +2 (forma mais solúvel) e Mn +4 (forma menos solúvel). Concentrações menores que 0,05 são aceitaveis em mananciais, pois nessa faxa não ocorrem manifestações de manchas negras ou depositos de seu oxido nos sistemas de abastecimento. 
Em aguas superficiais raramente atingi concentrações de 1,0 mg/L, sendo normalmente menores que 0,2 mg/L. 
Ferro:
O ferro pode trazer diversos problemas no abastecimento publico da água, alterando a cor e sabor da água, machas em roupas e utenciolios sanitários, também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferrobactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição. Assim, de acordo com a Portaria 1469 do Ministério da Saúde, é estabelecido o limite de 0,3 mg/L de concentração para niveis de potabilidade. 
Zinco: 
O zinco é comum em águas naturais, sendo essencial para o crescimento, porem em concentrações acima de 5,0 mg/L pode afetar no sabor da água e tonalidade. Em quantidades adequadas o zinco é um elemento essencial e benefico para os humanos, sendo que a atividade da insulina e diversos compostos enzimáticos dependem da sua presença. Nos animais, sua deficiencia, pode causar atraso no crescimento. Em águas superficiais, normalmente as concentrações estão na faixa de <0,001 a 0,10 mg/L. É largamente utilizado na indústria e pode entrar no meio ambiente através de processos naturais e antropogênicos, entre os quais destacam-se a produção de zinco primário, combustão de madeira, incineração de resíduos, produção de ferro e aço, efluentes domésticos.	
A partir dos nossos resultados obtidos é possivel perceber a eficiencia do processo de desinfecção SODIS devidos a todos os parametros analisados uma diminuição e melhora na qualidade da água. Porém não se teve o resultado esperado que era zerar os coliformes.Para melhor eficiencia do SODIS era nescessário uma água de turbidez menor que 30 UNT, assim sendo nescessário um processo de filtração antes da desinfecção, da qual nao foi utilizado pois a olho nú estava aparentemente transparente.

Continue navegando