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PROVA 5 PERIODO - Lucca

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PROVA
5º PERÍODO
01/2020
Prof Ana Luiza Chalusnhak
		Aluno: Lucca Merny Arruda Gonçalves, 5MA.
ANALISE AS QUESTÕES ABAIXO E RESPONDA-AS DE FORMA FUNDAMENTADA, UTILIZANDO-SE DOS CONTEÚDOS EXPOSTOS EM SALA DE AULA (E AULAS ON-LINE), DA BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA E DE JURISPRUDÊNCIA. CADA QUESTÃO VALE 1,0 (UM PONTO). A PROVA É INDIVIDUAL E DEVERÁ SER PROTOCOLADA IMPRETERIVELMENTE ATÉ 11H59 DO DIA 20/04/2020. AO MEIO DIA NÃO SERÁ MAIS POSSÍVEL PROTOCOLAR A PROVA!
1. Recentemente foi editada a MP 928/2020 que impõe tratamento especial ao acesso à informação por conta da pandemia imposta pelo coronavirus. Analise a determinação do artigo 6-B e sua relação com os demais princípios constitucionais aplicáveis à Administração Púbica e ao final, posicione-se sobre sua constitucionalidade ou inconstitucionalidade, de forma fundamentada:
1
R: A Medida Provisória 928/2020 isere na Lei 13.979/20 o art. 6-B que impõe tratamento especial ao acesso à informação por conta da pandemia imposta pelo coronavirus vejo como inconstitucional, por abrir uma margem ao estado para a sua discrição quanto aos pedidos de acesso à informação, ferindo o princípio constitucional da publicidade e ao princípio da transparência bem como impondo restrições ao direito à informação. 
De acordo com o Conselho Federal Da OAB As restrições impostas pela Medida Provisória 928, como a suspensão dos prazos para apreciação de pedidos, a exigência de reiteração ao término do período de calamidade e a recusa do direito a recurso abrem margem para uma atuação discricionária do Estado e, ao negar ao cidadão meios de defesa contra uma negativa sem fundamento do seu pedido, ofende o princípio do devido processo legal.
2. Crie um exemplo demonstrando como uma escolha do Chefe do Executivo, mesmo não beneficiando a todos de forma direta, atende o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado:
R: um exemplo pode ser o do veto presidencial em que o Chefe Executivo discorde um projeto de lei aprovado pelas casas legislativas por entender que a a matéria é considerada contrária ao interesse público.
3. Considerando a Lei de Acesso à Informação - LAI, imagine que um Decreto publicado pelo Chefe do Executivo Federal venha a elastecer as possibilidades de se decretar sigilo sobre algumas informações previstas na LAI. Este Decreto estaria em desacordo com algum Princípio Constitucional da Administração Pública? Explique:
R: Sim, o Decreto estaria em desacordo com o Princípio da Publicidade, posto que estaria limitando o acesso a informação dos cidadãos as informações previstas sob a Lei de Acesso à informação.
4. Recentemente a Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal fez veicular um informe com o conteúdo abaixo. Analise a publicação abaixo e, à luz da Constituição Federal e dos Princípios aplicáveis à Administração Pública esclareça se tal publicação atende aos preceitos constitucionais:
R: Nos moldes da disposição constitucional, como o princípio da publicidade e da impessoalidade, a publicidade dos atos governamentais deve sempre ter um caráter educativo, informativo ou de orientação social, sendo absolutamente avesso ao referido preceito qualquer forma de publicidade que vise o benefício ou o proveito individual.
Ademais, de acordo com o Des. Élvio Schuch Pinto na Apelação Cível n.º 592131882 do TJRS a mera inclusão de conteúdo subliminar que possa identificar governante ou seu partido político já caracteriza publicidade pessoal ilícita. 
Ou seja, no instante que existe a menor possibilidade de reconhecimento ou identificação da origem pessoal ou partidária da publicidade há, o rompimento da lisura desejada pelo constituinte, até mesmo porque, qualquer margem de abertura nesse princípio poderia ensejar exceções que levariam a completa inutilidade do dispositivo.
Portanto, diante do explicado é possível verificar que publicação do enunciado fere os princípios apresentados, visto que é possível reconhecer a identificação do Governante, nesse caso o Presidente da República.
5. Uma autarquia estadual foi criada por lei, visando oferecer maior especialidade e independência ao tratamento de determinadas competências. Nomeou-se seu Superintendente, que ao desempenhar as competências legais da Autarquia, desagradou o Governador. Explique, considerando o caso, o tipo de controle que o Chefe do Executivo pode utilizar sobre a Autarquia.
R: A Autarquia não estará sujeita a hierarquia da administração central. O chefe executivo terá o controle nos limites da lei que determina o controle da administração direta sobre a Autarquia.
Porém o Chefe executivo, no caso o Governador, nomeia livremente seu dirigente, como pode também exonera-lo. Portanto, o Chefe executivo poderia exonerar o superintendente.
6. Uma empresa estatal prestadora de serviços públicos está com todo o orçamento comprometido e não dispõe de recursos para pagar seus fornecedores. É possível que os bens da empresa estatal sejam penhorados para garantir o pagamento destes credores? Fundamente:
R: a grande maioria da doutrina afirma que quando se tratar de empresa pública que presta serviços públicos seus bens são impenhoráveis.
O doutrinador Hely Lopes Meireles, nesse mesmo sentido, entende que as empresas estatais prestadora de serviços públicos tem seu patrimônio equiparado a bens públicos, portanto estariam sujeitos a regime especial, gravados de inalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade.
Também já houve decisão do Supremo Tribunal Federal em que decretou a impenhorabilidade dos bens da empresa públicafederal, por violação ao disposto no artigo 100 da CF e art. 730 do CC de 1973.
7. O Município de Curitiba resolveu criar uma Fundação Pública de Direito Privado. Explique como será o regime jurídico desta pessoa jurídica com relação aos bens, à forma de contratação de pessoal, às aquisições de materiais, à prestação de contas e à relação que manterá com o Chefe do Executivo.
R: Nas Fundações Públicas de direito privado, de acordo com o regime jurídico quase com todas as carácteristicas do direito privado, poderão ter seus bens penhorados. A Fundação em questão contrata empregados públicos, ou seja, servidores por meio de concurso, mas que tem um vínculo regido pela CLT. A aquisição de material deverá ser feita através de licitação, do mesmo modo das fundações públicas de direito público.
Com relação à prestação de contas, a Fundação pública de direito privado, nesse caso por ser municipal, deverá sempre prestar contar para o tribunal de contas estadual (exeto os municípios que tiverem tribunal de contas municipal).
A fundação não estará sujeita a hierarquia da administração central. O chefe executivo, no caso dessa o Prefeito, nomeara um gestor do fundo que seguirá as competências legais. O chefe executivo terá o controle nos limites da lei que determina o controle da administração direta sobre a fundação.
8. Os Municípios de Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, ambos do Estado do Paraná, são lindeiros ao Município de Ourinhos – SP e perceberam que possuem interesses em comum que poderiam ser resolvidos de forma consorciada. Analise essa questão e proponha como deverá ser o consórcio.
R: Como os municípios não estão localizados no mesmo Estado, para ser realizado o consórcio entre eles será necessário que além dos municípios em questão sejam incluídos os entes federados que comportam esses municípios, portanto o estado do Paraná e de São Paulo.
O consórcio precisa de um protocolo de intenções, esse protocolo preve que o consórcio deverá ter cláusulas que estabeleçam: um nome, ser identificados todos os entes da federação que estão participando; delimitar a área de atuação; informar qual será a personalidade jurídica; apresentar os critérios para autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação consorciados perante outras esferas de governo; normas de convocação e funcionamento da assembléia geral; a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para assuas deliberações; a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado; o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados do consórcio público; casos de contratação por tempo determinado para atender as necesidades temporárias; as condições do contrato de gestão ou termo de parceria; a autorização para a gestão associada de serviço público e o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplentes com as suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio público.
9. Analisando as Leis nº 9.637/98 e 9.790/99, apresente as principais distinções entre Organizações Sociais e Sociedade Civil de Interesse Público, demonstrando, antes, o quê essas pessoas têm em comum.
R: As Organizações Sociais (OS) e Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) tem em comum que ambas são regidas por leis específicas, sendo a lei 9.637/98 que rege as Organizações sociais e a Lei 9.790/99 rege a Organização Da Sociedade Civil de Interesse Público. As OS e as OCIP’s são títulos de qualificação oferecidos para “oganizações” que já existem. Essas “organizações” devem ter as seguintes caracteristicas: pessoa jurídica de direito privado; ser criado pela sociedade civil organizada; ter finalidade de interesse social e não ter fins lucrativos.
As organizações sociais tem caracteristicas próprias estipulados por seus requisitos. Um dos requisitos para se qualificar como OS é ter como atividades típicas o ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
 Outros requisitos, além da área de atuação qualificam como OS são, a finalidade não lucrativa e o compromisso de que haverá a incorporação de todo o pratrimônio dos legados ou doações destinados a OS deve ser destinado a benefício de outra OS em caso de extinção ou desquafificação.
Já a OSCIP tem uma forma diferente de funcionar comparado a OS. Uma OSCIP pode exercer um rol de atividades muito maior que as OS. Para se tornar uma OSCIP precisa ter uma existência de pelo menos 3 anos com uma das finalidades taxadas pelo atigo 3º da Lei 97.90/99( e detro dos requisitos aprsentados como “comuns” entre OS e OSCIP anteriormente), o que não é requisito nas OS.
O responsável pelas OSCIP é exclusivamente o Ministério da Justiça, apenas ele abre o edital para a escolha de OSCIP
Outro ponto de diferença entre OS e OSCIP é que enquanto a OS vai para a estrutura do estado e acaba se “misturando” com o estado a OSCIP continua no terceiro setor recebendo incentivo do estado.
10. Explique o regime jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil, autarquia profissional, citando jurisprudência do STF:
R: De todas as naturezas de classe a OAB tem uma natureza especial, pois além de ser um órgãm representativo de classe também exerce um papel na justiça brasileira, sendo também uma fiscalizadora do poder judiciário, como por exempo o Ministério público, Tribunal de contas, etc..Desse modo a OAB, dentre todas as entidades de classe tem uma natureza especial, sendo considerada uma reguladora da profissão mas com um regime mais privado.
Portando a OAB, por ter um aregime mais privado não precisa realizar concurso público para contratar; não precisa de licitação para compras e serviços; as contribuições pagas pelos advogados não possuem natureza tributária e também não se submete a fiscalização do tribunal de Contas.
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido.
(ADI 3026, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093)

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