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SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO 07 05 2020


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SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO
07/05/2020
TEXTOS DE HOJE
1) PALLARES-BURKE, Maria Lúcia Garcia. Entrevista com Zigmunt Bauman. Tempo soc. v.16 n.1 São Paulo jun. 2004
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ts/v16n1/v16n1a15.pdf acesso em 03/05/2020
2) BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2001. (Prefácio: Ser Leve e Líquido, p. 7-22).
 
 
ZYGMUNT BAUMAN
(1925-2017)
Sociólogo;
Nascido na Polônia;
Carreira acadêmica na Inglaterra;
Em meados dos anos 1980, fez a sua guinada rumo ao pós-moderno
PÓS-MODERNIDADE OU MODERNIDADE LÍQUIDA?
“Uma das razões pelas quais passei a falar em “modernidade líquida”(...) é que fiquei cansado de tentar esclarecer uma confusão semântica que não distingue sociologia pós-moderna de sociologia da pós-modernidade, “pós-modernismo” de “pós-modernidade”.” [...]...ser um sociólogo da pós-modernidade não significa ser pós-modernista, o que definitivamente não sou.” (pág. 321)
Assim, Bauman descreve a Modernidade Líquida
MODERNIDADE LÍQUIDA
MODERNIDADE LÍQUIDA
A modernidade teria nascido “fluida” desde sua concepção;
Na visão de Bauman, o estado “sólido” corresponderia à tradição, isto é, o sedimento ou resíduo do passado no presente, ao contrário da experiência contemporânea que é “líquida”;
Todos os valores, informações e identidades contemporâneas “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “transbordam”, “vazam”, “inundam”, “respingam”.
MODERNIDADE LÍQUIDA
Todas as metáforas da vida contemporânea remetem à ideia de mistura de tudo com tudo, de todas as tendências, estéticas e padrões (ecletismo), “geleia geral”. Ora, não é a maior propriedade de tudo que é líquido, diluir e misturar os sólidos
					
MODERNIDADE LÍQUIDA
Experiência do “derretimento” das tradições e de tudo o que é sólido, imóvel, rígido e monolítico. Ao mesmo tempo em que a sensação de fluidez pode ser prazerosa, ela é angustiante, pois nada pode deter o movimento dos líquidos e um erro de cálculo ou de estratégia pode ter consequências catastróficas. A mudança permanente causa confusão, esgotamento e vertigem. Muitas vezes nos sentimos assim vivendo neste “oceano” de computadores, vitrines, outdoors e luminosos, nessa “cascata” de informações, nesse “mar” de gente e carros que são as megalópoles pós-modernas e nesse “dilúvio” de possibilidades de existência e formas de vida que se descortinam diante de nós.
MODERNIDADE LÍQUIDA
Os conceitos se transformam, os valores são relativos, fluidos, assim como a noção de espaço/tempo, o trabalho, a comunidade. Em nome da emancipação e da individualidade, as relações podem ser reais ou virtuais e a história social e individual parecem se transformar num presente contínuo. Grupos sociais fixos e sólidos, como família, classe, bairro parecem se desintegrar diante de nossos olhos. A experiência da pós-modernidade é, portanto, a experiência da mais extraordinária e aterrorizante mobilidade.
VÁRIOS “DES”
Des – referencialização do real: com as sofisticadas técnicas de reprodução, perdemos a referência do que é original e do que é cópia;
Des – materialização da economia: a economia pós-industrial globalizada não se baseia mais na produção e sim na especulação de um mercado financeiro que é virtual;
Des – estetização da arte: fim de parâmetros e de um conjunto de valores norteadores da produção artística;
VÁRIOS “DES”
Des – construção da filosofia: fim dos grandes modelos explicativos, todas as ideias e conceitos são relativos;
Des – politização da sociedade: sujeitos se tornam individualistas, alheios às causas e interesses coletivos;
Des – substancialização do sujeito: a identidade dos sujeitos não é fixa, está sempre mudando.
EDUCAÇÃO
Da entrevista:
Qual seria sua mensagem para os jovens de hoje?
“...apesar de todas as tendências em contrário e de todas as pressões de fora, reter na consciência e na memória o valor da durabilidade, da constância, do compromisso. [...] Assim, o único sentido duradouro, o único significado que tem chance de deixar traços, rastos no mundo, de acrescentar algo ao mundo exterior, deve ser fruto do seu próprio esforço e trabalho.” (pág. 324)