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Ação Penal - Parte III

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PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR 
Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
AÇÃO PENAL 
01) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
Na ação penal pública incondicionada a atuação do Ministério Público 
não depende de manifestação de vontade da vítima do crime ou de 
terceiros. 
TITULARIDADE E PEÇA ACUSATÓRIA: O titular da ação penal 
pública incondicionada é o Ministério Público (art. 129, I, CF/88), que 
exerce seu direito de ação através da peça acusatória denominada 
“denúncia”. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA COMO REGRA 
GERAL: 
CP. Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei 
expressamente a declara privativa do ofendido. 
 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, 
dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou 
de requisição do Ministro da Justiça. 
A ação penal pública incondicionada é a regra no nosso ordenamento 
jurídico. Para que se possa saber a espécie de ação penal referente a 
determinado delito, deve-se analisar se o Código Penal ou se a lei 
especial dispõe em sentido contrário, pois se não o fizer tratar-se-á 
de hipótese de ação penal pública incondicionada. 
Quando o delito depende de representação costuma-se usar a 
expressão na lei: “somente se procede mediante representação”, 
quando o delito depende de requisição utiliza-se comumente a 
expressão: “somente se procede mediante requisição do Ministro da 
Justiça”, e, por último, quando se trata de delito de ação penal de 
iniciativa privada, normalmente costa na lei a expressão: “somente 
se procede mediante queixa”. 
PROCESSO JUDICIALIFORME: O processo judicialiforme era a 
possibilidade admitida antes da CF/88 de que o processo penal fosse 
iniciado pelo Auto de Prisão em Flagrante (APF) ou por uma portaria 
da própria autoridade judiciária (dispensando, assim, a atuação do 
Ministério Público), nas contravenções penais (art. 26, CPP) e nos 
crimes de lesão corporal culposa e homicídio culposo (Lei nº 
4.611/65). Apesar de o art. 26 do CPP não ter sido revogado, é 
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Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
posicionamento pacífico que o dispositivo não foi recepcionado pela 
CF/88, que, ao adotar o sistema acusatório em sua sistemática, não 
admite mais a possibilidade do processo judicialiforme. 
NÃO SUJEIÇÃO AO PRAZO DECADENCIAL: Diferentemente da 
ação penal privada, que está sujeita ao prazo decadencial de 06 
meses, a contar, em regra, da data de conhecimento da autoria, a 
ação penal pública pode ser proposta enquanto não tiver ocorrido a 
extinção da punibilidade. 
02) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
A ação penal pública condicionada é aquela de titularidade do 
Ministério Público, mas que depende do implemento de uma 
condição específica imposta pela lei, qual seja, a representação do 
ofendido ou a requisição do Ministério Público. 
RAZÃO DA DEFINIÇÃO DE UM DELITO COMO DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA CONDICIONADA: Segundo a doutrina, a definição de um 
crime pela lei penal como sendo de ação penal pública condicionada 
decorre das seguintes razões: 
01) “strepitus iudicii”: Escândalo do processo pelo ajuizamento 
da ação penal. Muitas vezes o processo judicial pode aumentar 
a repercussão social do delito, sendo assim a lei reserva ao 
ofendido a análise da conveniência de permitir a persecução 
penal. 
02) O fato afeta imediatamente uma vítima determinada e, 
apenas mediatamente, o interesse público ou coletivo. 
CUIDADO! Não é correto afirmar que a reduzida gravidade do crime 
é a razão para que a lei o defina como de ação penal pública 
condicionada. 
Prova disso é que o estupro, crime hediondo, é de ação penal 
pública condicionada, enquanto as contravenções penais são de 
ação penal pública incondicionada. 
A) REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO 
CONCEITO: É a manifestação de vontade da vítima no sentido de 
demonstrar interesse na persecução criminal do autor do delito. 
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Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA: O ofendido 
ou seu representante legal podem optar pelo oferecimento ou não da 
representação. 
NATUREZA JURÍDICA: Em regra funciona como condição 
específica da ação penal. 
No entanto, se o processo já estiver em andamento e lei nova passar 
a exigir a representação, esta terá a natureza jurídica de condição 
de prosseguibilidade da ação penal (foi o que aconteceu em 
decorrência do art. 91, da Lei dos Juizados Especiais). 
INFORMALISMO: Não há necessidade de forma especial para a 
representação. A jurisprudência dos tribunais superiores entende que 
é admissível como representação qualquer forma que demonstre de 
forma inequívoca a vontade da vítima de ver iniciada a persecução 
penal. Nesse sentido, já se admitiu a simples narração da violência 
sexual efetuada pela vítima à autoridade policial e reproduzida em 
juízo (STJ, 5ª Turma, HC 89.475/PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, j. 28/08/2008, DJe 22/09/2008). 
EFICÁCIA OBJETIVA DA REPRESENTAÇÃO: A representação feita 
pelo ofendido demonstra seu interesse na persecução penal do fato, 
abrangendo todos os autores/partícipes ainda que não expressos pelo 
representante. Não se admite, no entanto, a persecução criminal por 
fatos não abrangidos na representação (STF, 2ª Turma, HC 
98.237/SP). 
POSSIBILIDADE DE RENÚNCIA: O art. 104, quando se referiu à 
renúncia o fez apenas em relação ao direito de queixa. Portanto, não 
é possível a renúncia ao direito de representação. 
Entender de modo diverso seria acrescentar no ordenamento jurídico 
uma hipótese de extinção da punibilidade sem previsão legal. 
Exceção fica a cargo da Lei do Juizados, que prevê que, tratando-se 
de ação penal pública condicionada à representação, a homologação 
do acordo de composição dos danos civis acarreta renúncia ao direito 
de representação (Lei nº 9.099/95, art. 74, parágrafo único). 
DESTINATÁRIO DA REPRESENTAÇÃO: A representação pode ser 
feita ao juiz, ao MP ou à autoridade policial. 
PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR 
Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante 
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial. 
• Quando formulada à autoridade policial: o CPP determina 
que esta instaure o Inquérito Policial, ou, não sendo 
competente, remeta a representação à autoridade que for (art. 
39, §3º, CPP). 
 Art. 39. § 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a 
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, 
remetê-lo-á à autoridade que o for. 
Obs.: A doutrina faz uma ressalva ao dispositivo: antes de instaurar 
o IP a autoridade policial deve verificar a procedência das 
informações para não iniciar um procedimento leviano. 
• Quando formulada ao juiz: o CPP prevê duas possibilidades: 
 
i. Se, com a representação, forem fornecidos elementos que 
possibilitem a denúncia, deve o juiz abrir vistas ao MP (art. 
40, CPP); 
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes 
ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, 
remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos 
necessários ao oferecimento da denúncia. 
ii. Se, com a representação, não forem fornecidos elementos que 
possibilitem a apresentação da denúncia, o juiz deve 
remetê-la à autoridade policial para que proceda à 
instauração de IP (art. 39, §4º, CPP). 
Art. 39. § 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este 
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta 
proceda a inquérito. 
 
• Quando formulada ao MP: o MP poderá dispensar o IP, se 
com a representação forem oferecidos elementos que o 
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a 
denúncia no prazo de 15 dias (art. 39, §5º, CPP. Caso 
contrário, deve requisitara instauração de inquérito policial, 
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após o que poderá oferecer a denúncia ou promover seu 
arquivamento. 
 Art. 39. § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, 
se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem 
a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no 
prazo de quinze dias. 
LEGITIMIDADE PARA OFERECIMENTO DA REPRESENTAÇÃO 
01) Regra: ofendido for maior de 18 anos e não 
mentalmente enfermo ou retardado mental: 
A titularidade da representação é do ofendido, que pode representar 
através de procurador com poderes especiais. 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante 
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial. 
Obs.: O procurador a que se refere o art. 39 do CPP não precisa, 
necessariamente, ser um profissional da advocacia. 
02) Ofendido com menos de 18 anos ou mentalmente 
enfermo ou retardado mental: O direito de representação 
será exercido por ser representante legal. 
Obs.: A jurisprudência entende que, devido ao informalismo que 
impera em sede de representação, qualquer pessoa que, de alguma 
forma, seja responsável pelo menor, poderá oferecer a 
representação, tais como avós, pessoa de que dependa 
economicamente, entre outros. 
03) Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente 
enfermo ou retardado mental, que não tenha 
representante legal ou havendo conflito de interesses: 
Nessa situação o direito de queixa ou de representação 
poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício 
ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz 
competente para o processo penal (art. 33, CPP, por 
interpretação extensiva). Trata-se de hipótese de 
legitimação extraordinária, pois o curador especial age em 
nome próprio, na defesa de direito alheio. 
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Obs.: O Curador Especial não é obrigado a apresentar a 
representação ou oferecer a queixa, pois, se assim fosse, o juiz 
estaria promovendo a persecução penal. 
04) Pessoa jurídica: Serão representadas por quem os 
respectivos contratos ou estatutos designarem, ou, no silencia 
destes, pelos seus sócios-administradores (art. 37 do CPP, por 
interpretação extensiva). 
 
05) Ofendido maior de 16 e menor de 18 anos casado: 
Segundo a legislação civil, após os 16 anos, os menores podem 
se casar com autorização dos pais ou responsáveis legais, vindo 
a adquirir a capacidade civil plena. Apesar de adquirirem a 
capacidade civil, não possuem capacidade para oferecimento da 
representação ou da queixa. Há duas possibilidades para 
exercício do direito de representação: 1) nomeação de curador 
especial pelo juiz, na forma do art. 33, CPP; 2) aguardar até 
que se atinja 18 anos (nesse caso não há que se falar em 
decadência, pois o prazo decadencial não flui para quem não 
pode exercer o seu direito). 
 
06) Morte da vítima ou ausência declarada: Legitimação 
anômala dos sucessores: cônjuge, ascendentes, descendentes e 
irmãos (CADI). É o que se denomina de sucessão processual. 
Art. 24. § 1º. No caso de morte do ofendido ou quando declarado 
ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente 
por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na 
ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
Obs.1) Deve-se observar uma ordem de preferência: caso surjam 
mais de um interessado em promover a ação penal terá preferência o 
cônjuge, depois os ascendentes e assim por diante. 
Obs.2) Havendo divergência entre os sucessores, prevalece a 
vontade daquele que deseja dar início à persecução penal. 
Obs. 3) Na hipótese de sucessão processual na queixa-crime, 
havendo desistência de prosseguir na ação por parte de quem houver 
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exercido o direito de queixa, qualquer um dos sucessores poderá 
prosseguir no processo instaurado. 
Importante! Quanto à possibilidade de se inserir o companheiro na 
sucessão processual, há duas correntes: a primeira entende que é 
possível, por força do art. 226, §3º, CF/88, que reconhece a União 
Estável como entidade familiar, já a segunda corrente entende que 
não se pode incluir o companheiro nesse rol sob pena de incidência 
da analogia in malam partem. 
PRAZO DECADENCIAL PARA OFERECIMENTO DA 
REPRESENTAÇÃO OU QUEIXA 
ATENÇÃO! A requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a 
prazo decadencial, pode ser oferecida enquanto não estiver prescrito 
o delito. 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu 
representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, 
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no 
caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o 
oferecimento da denúncia. 
REGRA: 06 meses, contados do dia em que se sabe quem é o autor 
do delito. 
Obs.: Presume-se que o ofendido teve ciência da autoria na 
data do fato. Se a representação ou queixa se der após 6 meses do 
fato, recai sobre o autor da representação ou da queixa-crime o ônus 
de comprovar que só tomou conhecimento da autoria do delito em 
momento posterior, e em lapso temporal inferior a 6 meses, contados 
da queixa ou da representação, para trás (STJ, Corte Especial, Apn 
562/MS, Rel. Min. Felix Fisher, j. 02/06/2010). 
EXCEÇÕES: 
01) No caso da ação penal privada subsidiária da pública 
(art. 29, CPP), o prazo decadencial começa a fluir do dia que 
se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
 
02) No crime de induzimento a erro essencial ou 
ocultação de impedimento (art. 236, CP), o prazo 
decadencial para oferecimento da queixa só começa a ser 
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contado após o trânsito em jugado da sentença que anular o 
casamento, por motivo de erro ou impedimento. 
NATUREZA JURÍDICA DO PRAZO: Por gerar consequências no 
poder punitivo do Estado, trata-se de prazo de natureza material, a 
ser contado nos termos do art. 10, CP: “o dia do começo inclui-se no 
cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum”. 
Obs.: O prazo decadencial não se suspende e nem se interrompe. 
Também é fatal e improrrogável, ou seja, não admite prorrogações. 
DECADÊNCIA DA QUEIXA OU REPRESENTAÇÃO NA HIPÓTESE 
DE INÉRCIA DO REPRESENTANTE LEGAL DO MENOR DE 18 
ANOS, MENTALMENTE ENFERMO OU RETARDADO MENTAL: 
• 1ª Corrente: O prazo decadencial de 06 meses não flui para 
ele enquanto não cessar a incapacidade, já que não se pode 
falar em decadência de um direito que não pode ser exercido. 
Para essa corrente o prazo começaria a fluir a partir do dia que 
cessar a incapacidade. 
GUILHERME DE SOUZA NUCCI e JULIO FABBRINI MIRABETE. 
 
• 2ª Corrente: O prazo decadencial flui normalmente, pois o 
representante legal exerce na plenitude o direito de queixa ou 
de representação. 
EUGÊNIO PACCELI OLIVEIRA e RENATO BRASILEIRO DE LIMA. 
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a 
denúncia. 
Como desdobramento do princípio da oportunidade ou da 
conveniência, a lei prevê a possibilidade da retratação da 
representação, que só poderá ser feita enquanto não oferecida 
a denúncia. 
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NA LEI MARIA DA PENHA 
(art.16) 
É possível, nos crimes que dependam de representação. 
Requisitos: 
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• Retratação perante o juiz; 
• Audiência especialmente designada para essa finalidade. 
• Até o recebimentoda denúncia. 
ATENÇÃO! Em regra, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) não 
altera a natureza da ação penal dos delitos que configurem violência 
doméstica e familiar contra a mulher. No entanto, os crimes de lesão 
corporal leve e lesão corporal culposa, quando praticados no contexto 
da Lei Maria da Penha, passam a ser de ação penal pública 
incondicionada, pois no âmbito da violência doméstica e familiar 
contra a mulher não se aplicam as disposições da Lei dos Juizados 
Especiais. 
RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
Apesar da controvérsia, a doutrina majoritariamente entende que, 
mesmo após se retratar de representação anteriormente ofertada, 
poderá o ofendido oferecer nova representação, desde que o faça 
dentro do prazo decadencial de 6 meses, contados, em regra, do 
conhecimento da autoria. 
03) AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA 
A regra é a ação penal pública, no entanto, há situações em que a lei 
transfere a titularidade da ação penal à vítima do crime ou ao seu 
representante legal, a ele concedendo o jus persequendi in judicio. 
Quando o crime for de ação penal privada a lei dirá que ele “somente 
se procede mediante queixa”. 
Trata-se de uma hipótese de legitimação extraordinária (substituição 
processual). 
PARTES: 
• Querelante: É o autor da ação penal. 
• Querelado: É o acusado na ação penal. 
PEÇA ACUSATÓRIA: Queixa-crime. 
TENDÊNCIA CONTEXTUAL: Nos últimos anos, tem-se notado uma 
tendência em se restringir a quantidades de crimes submetidos à 
ação penal de iniciativa privada. Exemplos: Crimes sexuais e Injúria 
racial deixaram de ser de ação penal privada. 
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Tramita no Congresso Nacional o projeto de novo CPP, que extingue a 
hipótese de ação penal de iniciativa privada, a exceção fica por conta 
da ação penal privada subsidiária da pública. 
LEGITIMIDADE PARA OFERECIMENTO DA QUEIXA-CRIME: 
aplicam-se as mesmas disposições estudas em relação à 
representação. 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA: Para o ajuizamento da queixa-
crime é necessária a presença de profissional da advocacia 
devidamente habilitado na OAB, dotado de capacidade postulatória. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes 
especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais 
esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
Obs.: Na hipótese de ofendido pobre, onde não houver 
Defensoria Pública instituída, o juiz deve nomear advogado dativo 
para promover a ação penal. 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA 
• Ação Penal Exclusivamente Privada; 
• Ação Penal Privada Personalíssima; 
• Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. 
 
A) AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA 
Dentre as espécies de ação penal privada, a ação penal 
exclusivamente privada é a regra. 
A ação penal exclusivamente privada admite a sucessão processual 
(art. 31, CPP) em caso de morte ou ausência declarada da vítima e 
nisto se difere da ação penal privada personalíssima. 
B) AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA 
O direito de ação penal, na ação penal privada personalíssima, só 
pode ser exercido pelo ofendido. 
Não pode ser exercido pelo representante legal, nem é possível a 
sucessão processual. 
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Nesta situação a morte do ofendido irá produzir a extinção da 
punibilidade do delito, quer pela decadência (se a ação penal não 
tiver sido iniciada) ou pela perempção (se a ação penal tiver sido 
iniciada). 
VÍTIMA MENOR DE 18 ANOS: Deve-se esperar até que faça 18 
anos, pois a emancipação não produz efeitos no processo penal. Não 
flui o prazo decadencial. 
ÚNICA HIPÓTESE: Art. 236, CP (induzimento a erro essencial e 
ocultação de impedimento ao casamento). 
C) AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
SINÔNIMOS: Ação penal acidentalmente privada ou ação penal 
supletiva. 
Art. 5º, LIX, CF/88: “Será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal”. 
Trata-se de direito fundamental e cláusula pétrea. 
Funciona como importante forma de fiscalização do exercício da ação 
penal pelo ministério público. 
CABIMENTO DA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA 
Caberá a ação penal privada subsidiária da pública quando o 
Ministério Público for inerte, ou seja, não requisitar diligências, não 
requerer o arquivamento, não requerer a declinação de competência 
nem suscitar o conflito de competência. 
Importante! Não cabe a ação penal privada subsidiária da pública 
quando o MP requerer o arquivamento do IP (STF, Pleno, Inq 2.242 
AgR/DF, Rel. Min. Eros Grau, j. 07/06/2006, DJ 25/08/2006). 
Importante 02! Também não é possível a ação penal privada 
subsidiária quando o MP devolver o IP à autoridade policial para 
diligências imprescindíveis. 
NÃO CABE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
EM QUALQUER CRIME! Não é possível o exercício da ação penal 
privada subsidiária da pública quando o crime não possuir um vítima 
determinada. É o que acontece nos crimes vagos, por exemplo, 
onde a vítima não tem personalidade jurídica (ex.: porte ilegal de 
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arma de fogo). Exceções: Crimes contra as relações de consumo 
(CDC) e crimes falimentares (qualquer credor legalmente habilitado 
ou o administrador judicial pode oferecer a ação penal privada 
subsidiária da pública). 
PEÇA ACUSATÓRIA: Queixa-crime substitutiva ou Queixa-crime 
subsidiária. 
LEGITIMAÇÃO CONCORRENTE: Diante da inércia do MP, surge 
para o ofendido a possibilidade de ajuizamento da queixa 
substitutiva. No entanto, enquanto não ajuizada a queixa, o MP pode 
ajuizar a denúncia, pois o delito não deixa de ser de ação penal 
pública. Nesse intervalo de tempo, após vencido o prazo de 
oferecimento da denúncia e enquanto não ajuizada queixa temos a 
legitimação concorrente entre o MP e o ofendido. 
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE: O ofendido ou seu representante 
legal pode optar pelo oferecimento ou não da queixa substitutiva. 
DECADÊNCIA IMPRÓPRIA: A ação penal privada subsidiária da 
pública também está sujeita ao prazo decadencial de 06 meses, 
contados, não da ciência da autoria, mas sim do fim do prazo para 
oferecimento da denúncia pelo MP. No entanto, a decadência do 
direito de exercício da ação penal privada subsidiária da pública não 
acarreta a extinção da punibilidade, sendo por isso chamada de 
decadência imprópria. 
ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA AÇÃO PENAL PRIVADA 
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: 
O MP atua como verdadeiro interveniente adesivo obrigatório ou 
parte adjunta, devendo intervir em todos os termos do processo, 
sob pena de nulidade (art. 564, III, “d”, CPP). 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
 
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Poderes do MP na ação penal privada subsidiária da pública: 
01) Opinar pela rejeição da queixa-crime subsidiária: Se 
concluir pela presença de uma das três hipóteses do art. 395, 
CPP. 
02) Aditar a queixa-crime: 
• Na ação penal exclusivamente privada e na ação penal 
privada personalíssima o MP só tem legitimidade para 
proceder ao aditamento para corrigir aspectos formais, 
incluindo circunstâncias de tempo e de lugar. Não poderá 
fazê-lo para adicionar corréu ou novo fato delituoso, pois 
não possui legitimação para tanto. 
• Já em relação à ação penal privada subsidiária da pública, 
o MPpode aditar a queixa subsidiária tanto em seus 
aspectos acidentais como em seus aspectos 
essenciais (incluindo novos fatos delituosos e 
adicionando corréus). 
 
03) Intervir em todos os termos do processo: na ação penal 
privada subsidiária da pública, o MP deve intervir em todos os 
termos do processo, fornecer elementos de prova, assim como 
interpor recurso. 
 
04) Repudiar a queixa-crime subsidiária até o 
recebimento da peça acusatória: se apontar, 
fundamentadamente, que não houve inércia de sua parte. 
Nessa situação o MP deve oferecer a denúncia substitutiva. 
Obs.: Prevalece que o MP não pode, ao repudiar a queixa-crime, 
requerer o arquivamento do Inquérito Policial. 
05) Retomar o processo como parte principal: Se verificar 
inércia ou negligência do querelante. É A DENOMINADA 
AÇÃO PENAL INDIRETA. 
 
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04) EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
As hipóteses de extinção da punibilidade nos crimes de ação penal 
privada são as seguintes: 
 
• Decadência; 
• Renúncia; 
• Perdão; 
• Perempção. 
ATENÇÃO! Tais hipóteses não geram a extinção da punibilidade na 
ação penal privada subsidiária da pública. 
A) DECADÊNCIA 
CONCEITO: É a perda do direito de queixa ou de representação em 
virtude de seu não exercício no prazo legal. 
NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de causa extintiva da punibilidade 
(art. 107, IV, CP) nos crimes de ação penal privada. 
PRAZO PARA OFERECIMENTO DA QUEIXA OU DA 
REPRESENTAÇÃO: 
• REGRA: 06 MESES contados do dia em que se vier a saber 
quem é o autor do crime; 
Importante! Recai sobre o autor o ônus de comprovar que só tomou 
conhecimento da autoria do delito em momento posterior, e em lapso 
temporal inferior a 6 (seis) meses, contados da queixa para trás. 
(STJ, Corte Especial, Apn 562/MS, Rel. Min Felix Fisher, j. 
02/06/2010). 
• 06 MESES contados do dia em que se esgotar o prazo para o 
oferecimento da denúncia no caso da ação penal privada 
subsidiária da pública (DECADÊNCIA IMPRÓPRIA). 
• 06 MESES contados do trânsito em julgado da sentença que 
anular o casamento por motivo de erro ou impedimento, no 
caso do crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de 
impedimento ao casamento (art. 236, CP). 
• 06 MESES contados do dia em que se vier a saber quem é o 
autor do crime, sendo que até 30 dias após a homologação 
do laudo pericial, nos crimes contra a propriedade imaterial 
que deixem vestígios (art. 529, caput, CPP). 
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TRATA-SE DE PRAZO DE NATUREZA MATERIAL, FATAL E 
IMPRORROGÁVEL: 
• Material: Acarreta consequências no poder punitivo do Estado, 
logo conta-se na forma do art. 10, CP: “O dia do começo inclui-
se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, meses e os anos 
pelo calendário comum”. 
• Fatal: Não se interrompe nem se suspende. Importante! O 
pedido de instauração de inquérito policial não obsta o curso do 
prazo decadencial. Se o inquérito policial não tiver sido 
concluído no prazo de 6 meses da ciência da autoria cabe ao 
ofendido oferecer a queixa dispensando-o. 
• Improrrogável: Não admite prorrogações. 
EXTINÇÃO DO PRAZO DECADENCIAL: O prazo decadencial é 
extinto no momento do oferecimento da queixa-crime, nos crimes de 
ação penal privada, pouco importando a data do recebimento da peça 
acusatória! Já o prazo decadencial para a representação é extinto 
quando de seu oferecimento. 
DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA X DECADÊNCIA DO 
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO: Na ação penal pública 
condicionada a decadência é para o oferecimento da representação e 
não da ação penal. Assim, uma vez oferecida a representação, o fato 
pode ficar em investigação até a ocorrência de outra hipótese de 
extinção da punibilidade. Em se tratando de ação penal privada, a 
decadência é para o oferecimento da queixa crime, ou seja, não basta 
a notícia do fato à autoridade policial, deve a peça acusatória ser 
oferecida em juízo dentro do prazo decadencial. 
OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA PERANTE JUÍZO 
INCOMPETENTE: A decadência é evitada com o oferecimento da 
peça acusatória dentro do prazo legal, ainda que oferecida perante 
juízo incompetente, pois o que importa é a manifestação de vontade 
persecutória pelo ofendido. (STF, 2ª Turma, RHC 63.665/RS, Rel. 
Min. Djaci Falcão, j. 01/04/1986). 
B) RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA 
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Renúncia é a abdicação voluntária ao exercício do direito de queixa 
pelo legitimado a oferecer a ação penal privada. 
Natureza Jurídica: Trata-se de causa extintiva da punibilidade (art. 
107, V, CP) nos crimes de ação penal privada. 
Exceção! No caso da ação penal privada subsidiária da pública, a 
renúncia gera a extinção do direito de queixa subsidiária, mas não 
acarreta a extinção da punibilidade, pois o delito é de ação penal 
pública. 
RENÚNCIA E PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE: A renúncia é 
cabível antes do oferecimento da ação penal, ou seja, até o 
oferecimento da queixa. Por isso se diz que a renúncia é ato 
extraprocessual! 
NÃO CABIMENTO DE RENÚNCIA: 
• Não há que se falar em renúncia em crimes de ação penal 
pública, onde vigora o princípio da obrigatoriedade. 
• Também não há que se falar em renúncia ao direito de 
representação ou à requisição do Ministro da Justiça, tendo em 
vista que não há previsão legal nesse sentido. 
o Exceção: A composição dos danos civis acarreta a 
renúncia ao direito de representação (art. 74, Lei nº 
9.099/95). 
CARACTERÍSTICAS: 
• ATO UNILATERAL: A renúncia não depende da aceitação por 
parte do suposto autor do delito. 
• IRRETRATABILIDADE: A renúncia é irretratável. 
 FORMA: A renúncia pode ser expressa ou tácita. 
• A renúncia expressa é aquela feita por declaração inequívoca, 
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou por 
procurador com poderes especiais (art. 50, CPP). 
• Já a renúncia tácita ocorre quando a vítima pratica ato 
incompatível com a vontade de processar (art. 104, parágrafo 
único, CP). Ex.: Vítima que convida o autor para ser padrinho 
de seu filho. Obs.: A renúncia tácita poderá ser provada por 
todos os meios de prova. 
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Importante! O fato de o ofendido receber a indenização do dano 
causado pelo crime não implica em renúncia tácita (art. 104, 
parágrafo único, CP). Exceção cabe quando se tratar de composição 
dos danos civis (art. 74. Lei nº 9.099/95). 
RENÚNCIA E PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE: A renúncia 
concedida a um dos autores se estende aos demais (CPP, art. 49). É 
a chamada extensibilidade da renúncia. 
Obs.: A renúncia de uma vítima não produz qualquer consequência 
quanto à propositura da queixa pela outra vítima, pois se tratam de 
direitos autônomos. 
C) PERDÃO 
Consiste em um ato voluntário por meio do qual o querelante decide 
não prosseguir com a ação penal privada que já estava em 
andamento, perdoando o acusado. 
NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de causa extintiva da punibilidade 
(art. 107, V, CP) nos crimes de ação penal privada. 
MOMENTO: É um desdobramento do princípio da disponibilidade. 
Apenas pode ser oferecido após o oferecimento da queixa e até o 
trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 106, §2º, CP). 
ATENÇÃO! O perdão pode ser concedido no processo ou fora do 
processo (CP, art. 106)! 
FORMA: O perdão pode ser expresso ou tácito. 
• Perdão expresso é aquele feito por declaração inequívoca, 
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou por 
procurador com poderes especiais. 
• Já o perdão tácito ocorre quando a vítima pratica ato 
incompatível com a vontade de prosseguir na ação (art. 106, 
§1º, CP). 
ATO BILATERAL: O perdão depende da aceitação por parte do 
suposto autor do delito. A aceitação do perdão pode ser expressaou 
tácita. 
Ocorre aceitação tácita do perdão quando intimado para se 
manifestar sobre o perdão permanece silente no prazo de 03 dias 
(art. 58, CPP). 
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PERDÃO E PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE: O perdão 
oferecido a um dos querelados a todos se aproveita, mas não produz 
efeitos em relação aos que não aceitarem (art. 51, CPP c/c art. 106, 
I, CP). 
PERDÃO DO OFENDIDO X PERDÃO JUDICIAL: 
PERDÃO DO OFENDIDO PERDÃO JUDICIAL 
Causas extintivas da punibilidade. 
Cabível em todos os crimes de 
ação penal privada. 
Cabível nos casos previstos em 
lei, independentemente da ação 
penal. 
Ato do ofendido. Ato do juiz. 
 
D) PEREMPÇÃO 
É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada em virtude 
da desídia do querelante. 
NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de causa extintiva da punibilidade 
(art. 107, V, CP) nos crimes de ação penal privada. 
PEREMPÇÃO X DECADÊNCIA: a decadência é a perda do direito de 
iniciar a ação penal pelo não exercício no prazo legal. Já a decadência 
é a perda do direito de prosseguir na ação em virtude da desídia do 
querelante. 
HIPÓTESES DE PEREMPÇÃO (art. 60, CPP): 
i. Quando o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos. 
ii. Quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir 
no processo, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das 
pessoas a quem couber fazê-lo. 
iii. Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente. 
iv. Quando o querelante deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais; 
v. Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se 
extinguir sem deixar sucessor. 
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QUESTIONÁRIO 
01) O que é a ação penal pública incondicionada? 
 
02) Quem é o titular da ação penal pública 
incondicionada? Qual a peça acusatória utilizada para dar 
início ao processo penal? 
 
03) Se a lei não dispuser sobre qual a ação penal 
admitida em determinado delito, qual será a espécie de 
ação penal admitida? 
 
04) A ação penal pública incondicionada se sujeita ao 
prazo decadencial de 06 meses? 
 
05) O que é a ação penal pública condicionada? Qual 
seu titular e qual a peça acusatória utilizada para dar 
início ao processo? 
 
06) Quais razões levam o legislador a definir 
determinado crime como sendo de ação penal pública 
condicionada? É correto afirmar que a lei define os 
crimes como sendo de ação penal pública condicionada 
em razão da gravidade da conduta praticada? 
 
07) O que é a representação do ofendido? 
 
08) O ofendido é obrigado a oferecer a representação? 
 
09) Qual a natureza jurídica da representação do 
ofendido? 
 
 
10) O oferecimento da representação depende de forma 
específica? 
 
11) O que é a eficácia objetiva da representação? 
 
12) É possível renúncia ao direito de representação? 
 
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13) Quais são os destinatários possíveis da 
representação do ofendido? 
 
14) Quem tem legitimidade para oferecer a 
representação? 
 
15) Qual o prazo para oferecimento da representação? 
 
16) Qual a natureza jurídica desse prazo? 
 
17) É possível a retratação da representação? Até 
quando pode ser realizada? 
 
18) É possível a retratação da representação na Lei 
Maria da Penha? Quais os requisitos? 
 
19) É possível a retratação da retratação da 
representação? 
 
20) O que é a ação penal de iniciativa privada? 
21) Qual a peça acusatória utilizada para dar início a 
uma ação penal privada? 
 
22) É necessária a capacidade postulatória para o 
oferecimento de ação penal? 
 
23) Quais as espécies de ação penal privada? 
24) Qual a diferença entre a ação penal exclusivamente 
privada para a ação penal privada personalíssima? 
 
25) O que é a ação penal privada subsidiária da pública? 
Quais os seus sinônimos? 
 
26) Quando será possível o oferecimento de ação penal 
privada subsidiária da pública? 
 
27) É correto afirmar que é possível o oferecimento de 
ação penal privada subsidiária da pública em qualquer 
crime? 
 
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28) Qual a peça acusatória utilizada para iniciar o 
processo na ação penal privada subsidiária da pública? 
 
29) O que é a decadência imprópria? 
 
30) Como se dá a atuação do MP na ação penal privada 
subsidiária da pública? 
 
31) O que é a denúncia substitutiva? 
 
32) O que é a ação penal indireta? 
 
33) Quais são as causas de extinção da punibilidade na 
ação penal privada? Tais hipóteses não geram a extinção 
da punibilidade também na ação penal privada 
subsidiária da pública? 
 
34) O que é a decadência? 
 
35) Em qual prazo ocorre a extinção da punibilidade de 
um crime pela decadência? 
 
36) O oferecimento da peça acusatória perante juízo 
incompetente impede que se reconheça a decadência? 
 
37) O que é a renúncia? 
 
38) Quais são as características da renúncia? 
 
39) Quais são as formas de renúncia? 
 
40) O que é o perdão do ofendido? 
 
41) O perdão pode ser concedido no processo e fora 
dele? 
 
42) É possível perdão tácito? Ou obrigatoriamente deve 
ser expresso? 
 
43) O perdão é ato unilateral ou bilateral? O que isso 
significa? 
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44) Qual a diferença entre o perdão do ofendido e o 
perdão judicial? 
 
45) O que é a perempção? Em quais hipóteses o crime 
de ação penal privada terá extinta sua punibilidade em 
razão do reconhecimento da perempção?

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