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Conceito de projeto: Projetar, no sentido mais geral do termo, é apresentar soluções possíveis de ser implementadas para a resolução de determinados problemas. Para o projetista, a solução procurada visa atender a uma necessidade, um resultado desejado, um objetivo. Assim, por exemplo, "definir de que forma energia elétrica será conduzida da rede de distribuição ate os pontos de utilização em um determinado edifício", abrangendo todos os aspectos envolvidos, é o enunciado geral do problema que será o objeto de estudo do projetista de instalações elétricas prediais. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS É importante ter em mente que a solução não é única. Frequêntemente, existirão diversas alternativas de soluções possíveis. O projetista deverá examiná-las, avaliar as possibilidades de cada uma delas, e finalmente inclinar-se por aquela que julgar a mais adequada. Nem sempre esta escolha é tranquila, isto é, direta e inquestionável. A maioria das vezes ela envolve aspectos contraditórios, pois estarão sob o julgamento pessoal do projetista, as mediações entre o atendimento indispensável às normas técnicas, a segurança das instalações e dos usuários, a operacionalidade, a racionalidade, e os aspectos econômicos envolvidos na questão. Em uma palavra, projetar pressupõe capacidade de criação, para elaborar as soluções possíveis dentro de um determinado contexto, e capacidade de discernimento, para compará-las e selecioná-las. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS “O Projeto representa uma solução da engenharia para problemas da necessidade humana.” Portanto: o projetista é um solucionador de problemas, um criador de soluções. Os profissionais habilitados para as atividades de elaboração e execução de projetos de instalação de energia elétrica são os engenheiros e os técnicos de nível médio, conforme atribuições especificas definidas para cada categoria profissional. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Para o desempenho profissional de suas atividades, o Projetista devera obter habilitação especifica através de formação em centros educacionais especializados (universidades, faculdades de engenharia, centros de educação tecnológica, escolas técnicas ,etc.) e registro no respectivo Conselho Profissional. O registro profissional, no caso de cursos superiores e cursos técnicos da área de engenharia, junto ao CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, confere ao profissional a habilitação necessária, especificando as áreas e os limites de suas atribuições profissionais. Cada projeto terá o seu respectivo registro junto ao CREA, através de documento próprio intitulado ART- Anotação de Responsabilidade Técnica. Nesta ocasião, o Conselho verificara se profissional esta habilitado para aquela especialidade, fazendo a respectiva anotação que passara a constar do acervo técnico do profissional. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Competência profissional Os Profissionais habilitados para as atividades de elaboração e execução de projetos de instalação de energia elétrica são os Engenheiros e os Técnicos Industriais de Nível Médio, conforme atribuições especificas de cada categoria profissional. O exercício da profissão de Técnico Industrial de Nível Médio esta definido e regulamentado pela seguinte legislação: • Lei N- 5.524/68 -Publicado no D.O.U. de 06/11/68. Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Técnico Industrial de Nível Médio. • Decreto N- 90.922, de 06/02/85 - Publicado no D.O.U. de 07/02/85. Regulamentada Lei N° 5.524/68, que dispõe sobre o exercício da profissão de técnico industrial e técnico agrícola de nível médio. OBS: D.O.U. (diário oficial da união) PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Atribuições do Técnico Industrial de Nível Médio • Lei NS 5.524/68: Art. 2°: A atividade profissional do Técnico Industrial de Nível Médio efetiva-se no seguinte campo de realizações: I - Conduzir a execução técnica dos trabalhos de sua especialidade; II - Prestar assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas; III - Orientar e coordenar a execução dos serviços de manutenção de equipamentos e instalações; IV - Dar assistência técnica na compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados; V- Responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formação profissional. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Decreto N® 90.922, de 06.02.85: Art. 4º: As atribuições dos Técnicos Industriais de 2° Grau, em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em: I -Executar e conduzir a execução técnica de trabalhos profissionais, bem como orientar e coordenar equipes de execução de instalações, montagens, operações, reparos ou manutenção; II. - Prestar assistencia tecnica e assessoria no estudo de viabilidade e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de vistoria, pericia, avaliação, arbitramento e consultoria, exercendo, dentre outras, as seguintes atividades; 1. coleta de dados de natureza técnica; 2. desenho de detalhes e da representação gráfica de cálculos; 3. elaboração do orçamento de materiais e equipamentos, instala9oes e mão-de-obra; 4. detalhamento de programas de trabalho, observando as normas técnicas e de segurança; 5. aplicação de normas técnicas concernentes aos respectivos processos de trabalho; 6. execução de ensaios de rotina, registrando observações relativas ao controle de qualidade dos materiais, pegas e conjuntos; 7 - regulagem de maquinas, aparelhos e instrumentos técnicos. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Ill - Executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e reparo de equipamentos, instalações e arquivos técnicos específicos, bem como, conduzir e treinar as respectivas equipes; IV - Dar assistência técnica, na compra, venda e utilização de equipamentos e materiais especializados, assessorando, padronizando, mensurando e orçando; V - Responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formação profissional; VI - Ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos do ensino de 1° e 2° graus, desde que possua formação especifica, incluída a pedagógica, para o exercício do magistério, nesses dois níveis de ensino; § 1° - Os técnicos de 2- grau das áreas de Arquitetura e de Engenharia Civil, na modalidade Edificações, poderão projetar e dirigir edificações de ate 80 m2 de área construída, que não constituam conjuntos residenciais, bem como realizar reformas, desde que não impliquem em estruturas de concrete armado ou metálicas, e exercer a atividade de desenhista de sua especialidade; § 2° - Os técnicos em Eletrotécnica poderão projetar e dirigir instalações elétricas com demanda de energia de ate 800 kVA, bem como exercer a atividade de desenhista de sua especialidade. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Conceito Projetar uma instalação elétrica de um edifício consiste basicamente em: • quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia elétrica; • dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos; • dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção, de comando, de medição de energia elétrica e demais acessórios. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Objetivo O objetivo de um projeto de instalações elétricas e garantir a transferência de energia desde uma fonte, em geral a rede de distribuição da concessionaria ou geradores particulares, ate os pontos de utilização (pontos de luz, tomadas, motores, etc.). Para que isto se faça de maneira segura e eficaz é necessário que o projeto seja elaborado, observando as prescrições das diversas normas técnicas aplicáveis. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Partes componentes de um projeto Sendo a representação escritade uma instalação, o projeto consiste basicamente em desenhos e documentos. De uma maneira geral, em um projeto de instalações de edifícios de uso coletivo, temos as seguintes partes: PROJETO ELETRICO: ART Carta de Solicitação de Aprovação a Con cessionária Memorial Descritivo Memoria de Calculo: • Calculo da Demanda • Dimensionamento dos Condutores • Dimensionamento dos Condutos • Dimensionamento das Proteções Plantas: • Planta de Situação • Planta dos Pavimentos Esquemas Verticais (Plumadas): • Elétrica • Antena Coletiva • Porteiro Eletrônico •Outras Instalações Complementares (alarme, segurança, iluminação de emergência etc). PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Quadros • Quadros de Distribuição de Cargas • Diagramas Multifilares (ou unifilares) Detalhes: • Entrada de Serviço • Caixa Seccionadora • Centros de Medição • Para-raios • Caixas de Passagem • Aterramentos • Outros (conforme a necessidade) Convenções Especificações Lista de Materiais PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROJETO TELEFONICO: ART Carta de Solicitação de Aprovação a Conce ssionária Memorial Descritivo Plantas: • Planta de Situação • Plantas dos Pavimentos Esquemas Verticais (Prumadas): • tubulação •Redes Internas Tabela de Distribuição Secundaria Detalhes: • Caixa Subterrânea de Entrada • Distribuidor Geral • Caixas de Distribuição • Aterramentos Outros, conforme a necessidade. Convenções Especificações Lista de Materiais PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Normatização / simbologia Um projeto de instalações elétricas prediais de baixa tensão deve observar as seguintes normas técnicas: ABNT: • NBR 5410/90 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão; • NBR 5419/93 - Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas; • Outras normas especificas aplicáveis. Concessionaria Local: O projetista devera atentar para as normas técnicas da concessionaria do local em que será executado o projeto. Os símbolos gráficos utilizados nos projetos de instalações elétricas são padronizados pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, através das seguintes normas: • NBR-5444/86: Símbolos gráficos para instalações prediais. • NBR-5446/80: Símbolos gráficos de relacionamento usados na confecção de esquemas. • NBR-5453/85: Sinais e símbolos para eletricidade. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Normas Especificas Além destas normas, o projetista devera seguir as normas técnicas nacionais que se apliquem a itens específicos do projeto. Deve também inteirar-se das normas e regulamentações do Corpo de Bombeiros do local, visando o atendimento as normas referentes a segurança e combate a incêndios. Um projeto telefônico deve acompanhar as seguintes normas técnicas: Telebrás Norma 224-315-01/02: Tubulações Telefônicas em Edifícios. Concessionaria local As normas referentes a tubulações e rede telefônica interna de edifícios. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Critérios para a elaboração do Projeto de Instalações Elétricas Acessibilidade Todos os pontos de utilização projetados, bem como os dispositivos de manobra e proteção, deverão estar em locais perfeitamente acessíveis, que permitam manobra adequada e eventuais manutenções; Flexibilidade e Reserva de Carga A instalação deve ser projetada de forma a permitir uma certa reserva para acréscimos de cargas futuras e alguma flexibilidade para pequenas alterações; Confiabilidade As instalações devem ser projetadas em estreito atendimento as normas técnicas, visando garantir o perfeito funcionamento dos componentes do sistema e a integridade física dos seus usuários. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • A elaboração de qualquer projeto elétrico, seja ele residencial ou comercial, deve seguir o conjunto de normas vigentes que garantem o mínimo ideal de segurança tanto para as pessoas que utilizam as instalações como também para os animais que compartilham do mesmo ambiente. Isso evita acidentes com choques e queimaduras por parte dos usuários e garante a segurança patrimonial, ou seja, a integridade da construção, que pode ser incendiada ou ter seus equipamentos eletroeletrônicos queimados em função de curtos-circuitos ou um mau funcionamento da rede elétrica. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Uma instalação elétrica segura começa com a previsão adequada de cargas que serão utilizadas naquela edificação. O bom projetista estuda a fundo os potenciais de carga traçando o esboço ideal para os ocupantes de uma residência e em sintonia com que a indústria de eletroeletrônicos vem produzindo e oferecendo no mercado. • Num projeto, é importante prever todas as tendências e possibilidades futuras. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS No mais, componente essencial de um bom projeto é prever a proteção das instalações contra as seguintes situações: • a) choques elétricos, com o uso de condutor de proteção (fio terra), dispositivos DR e o devido sistema de aterramento; • b) sobrecargas e curtos-circuitos, com uso de fusíveis e disjuntores que evitam o sobreaquecimento da instalação e possíveis incêndios; • c) Sobretensões, com o uso de DPS, dispositivo que pode reduzir significativamente a chance de queima de equipamentos • d) proteção contra efeitos dos incêndios: com a utilização de cabos não halogenados, que são aqueles que, sob condições de incêndio, emitem baixa quantidade de fumaça e não emitem gases tóxicos e corrosivos. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Previsão de cargas conforme a NBR-5410/90 A Norma Brasileira NBR5410/90 estabelece as condições minímas que devem ser adotadas para a quantificação, localização e determinação das potências dos pontos de iluminação e Tomadas em habitações (casas, apartamentos, acomodações de hotéis e motéis, ou similares). Iluminação a) Condições para se estabelecer a quantidade mínima de pontos de luz: • Prever pelo menos um ponto de luz no teto para cada recinto, comandado por interruptor de parede; • Arandelas no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do boxe. b) Condições para se estabelecer a potência mínima de iluminação: • Para recintos com área igual ou inferior a 6 m2: atribuir um mínimo de 100 VA; • Para recintos com área superior a 6 m2 : atribuir um mínimo de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros. Nota: A NBR-5410/90 não estabelece critérios para iluminação de áreas externas em residências. Ai, a definição caberá ao projetista e ao cliente. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Tomadas a) Condições para se estabelecer a quantidade mínima de Tomadas de Uso Geral (TUG's): Tomadas de Uso Geral são as dedicadas a ligação de aparelhos portáteis de iluminação e de eletrodomésticos, tais como televisores, equipamentos de som, enceradeiras, ventiladores, aspiradores de pó, ferro de passar roupa, geladeiras, liquidificadores etc. • Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2 : no mínimo uma tomada; • Cômodos ou dependências com área superior a 6m2: no mínimo uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível; • Cozinhas, copas e copas-cozinhas: uma tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro, independente da área; • Banheiros; no mínimo uma tomada junto ao lavatório, com uma distância mínima de 60cm do boxe, indepen dente da área; • Subsolos, varandas, garagens ou sótãos: no mínimo uma tomada, independente da área. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS b) Condições para se estabelecer a potência mínima de Tomadas de Uso Geral(TUG'S): • Banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais Semelhantes: atribuir 600 VA por tomada, para as três primeiras tomadas, e 100 VA para cada uma das excedentes; • Demais cômodos ou dependências: atribuir 100 VA por tomada. c) Condições para se estabelecer a quantidade de Tomadas de Uso Especifico(TUE’S): Tomadas de uso especifico são aquelas destinadas a ligação de equipamentosfixos ou estacionários, como por exemplo chuveiros elétricos, torneiras elétricas, aparelhos de ar condicionado, secadoras e lavadoras de roupa, fornos de microondas, etc. A quantidade de tomadas de uso especifico (TUE's) e estabelecida de acordo com o numero de aparelhos de utilização. d) Condições para se estabelecer a potencia de Tomadas de Uso Especifico (TUE's): • Atribuir, para cada TUE, a potencia nominal do equipamento a ser alimentado. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Previsão de cargas especiais Será necessário fazer a previsão das diversas cargas especiais que atendem aos sistemas de utilidades dos edifícios. Podemos citar como exemplos os motores para elevadores, as bombas para recalque d'agua, bombas para drenagem de aguas pluviais e esgotos, bombas para combate a incêndio, sistemas de aquecimento central etc. Em geral, estas cargas são de uso comum, e portanto chamadas cargas do condomínio. A determinação da potência destas cargas depende de cada caso especifico, e, geralmente, é definida pelos fornecedores especializados dos diversos sistemas, cabendo ao projetista prever a potência solicitada pelos mesmos. Como exemplo, podemos citar as cargas especiais que seriam empregadas em um prédio típico de apartamentos, com subsolo, pavimento térreo e cinco pavimentos tipo, com dois apartamentos por andar. • Elevadores: 02 motores trifásicos de 7,5 CV; • Bombas para recalque d'agua: 02 motores trifásicos de 3 CV (um reserva); • Bombas para sistema de combate a incêndio: 02 motores de 5 CV (um reserva); • Bombas de drenagem de aguas pluviais: 02 motores de ICV (um reserva); • Portão da garagem: 01 motor de 0,5 CV. Projetos de instalações elétricas Previsão para cargas em áreas comerciais e de escritórios Muitas vezes, partes do pavimento térreo de um edifício residencial, ou pavimentos específicos (sobrelojas) são utilizados para fins comerciais. Para instalações comerciais e industriais. A NBR 5410/90 não estabelece critérios para previsão de cargas. Para isto, devemos levar em conta a utilização do ambiente e as necessidades do cliente. O calculo da iluminação para estas áreas e feito de modo diferente do processo utilizado para a determinação da iluminação em áreas residenciais. Aqui, dependendo do caso, para áreas de lojas escritórios, podemos empregar diversos métodos para determinar o tipo e a pot ência da iluminação adequada. Dentre estes métodos, destacamos o Método dos Lumens, o Método das Cavidades Zonais e o Método Ponto por Ponto. A Norma Brasileira NBR-5413/82 - Iluminação Interiores, define os critérios a serem seguidos, especificando o nível de iluminamento de acordo com a utilização do recinto. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Para a previsão de tomadas de uso geral em áreas comerciais e de escritórios, podemos adotar o seguinte critério: • Escritórios comerciais (ou análogos) com área igual ou inferior a 40 m2: 1 tomada para cada 3m, ou fração de perímetro; ou 1 tomada para cada 4m2, ou fração de área (adotar o que conduzir ao maior numero). • Escritórios comerciais (ou análogos) com área superior a 40 m2: 10 tomadas para os primeiros 40 m2 e 1 tomada para cada 10 m2, ou fração, de área restante; • Em lojas: 1 tomada para cada 30 m2, ou fração de área, não computadas as tomadas destinadas a vitrines e a demonstração de aparelhos; • A potencia das tomadas de uso geral em escritórios e lojas será 200 VA. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Demanda de Energia de uma Instalação Elétrica Se observarmos o funcionamento de uma instalação elétrica, seja ela residencial, comercial ou industrial, poderemos constatar que a potencia elétrica consumida pela mesma variável a cada instante. Tal fato ocorre porque as diversas cargas que compõem esta instalação não estarão todas em funcionamento simultâneo. A potência total solicitada pela instalação à rede a cada instante, será, portanto, função da quantidade de cargas em operação e da potência elétrica absorvida por cada uma delas. Desta forma, para a analise de uma instalação e a determinação da capacidade (dimensionamento) dos condutores elétricos que alimentam os quadros de distribuição e os quadros terminais, bem como o dimensionamento de seus respectivos dispositivos de proteção, não seria razoável do ponto de vista técnico e econômico que se considerasse a carga utilizada, como sendo a soma de todas as potencies instaladas. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Definições fundamentais Carga ou Potência Instalada É a soma das potências nominais de todos os aparelhos elétricos pertencentes a uma instalação ou sistema. Entende se por potência nominal aquela registrada na placa do aparelho ou maquina. Na ausência deste dado, será considerada como potencia nominal, a potencia atrib uída no projeto para aquele determinado ponto elétrico. Demanda É a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um aparelho ou por um sistema. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS • Demanda Média de um Consumidor ou Sistema É a potência elétrica média absorvida durante um intervalo de tempo determinado. Para este intervalo podem- se tomar 10 minutos, 15 minutos (mais comum), 30 minutos, etc., obtendo-se demandas de 10, 15, 30 minutos, etc. Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema é a maior de todas as demandas ocorridas em um período de tempo determinado. A demanda máxima representa, portanto, a maior media de todas as demandas (10, 15 ou 30 minutos) t/erificadas em um dado período (um dia, uma semana, um mês, um ano). Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda: É a demanda máxima da instalação. Este e o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção. Observação IMPORTANTE O valor da Provável Demanda, conforme veremos adiante, será utilizado para a classificação do tipo de consumidor e para a definição do seu padrão de atendimento, conforme a norma da concessionária local. Fator de Demanda: É a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada CONDUTORES E ELETRODUTOS, E SEU DIMENSIONAMENTO É através dos condutores elétricos que a corrente elétrica circula, dissipando uma quantidade de calor (efeito Joule). Esse efeito, apesar de não poder ser evitado, pode ser minimizado através da escolha correta do tipo e bitola do condutor. Fabricados com materiais condutores, entre os quais os mais utilizados são o cobre e o alumínio. Cada um desses materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização. Atualmente o condutor de cobre é o mais utilizado nas instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais, e o condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão pôr ser mais leves, gerando maior economia estrutural. Quando o condutor é constituído de apenas um fio é denominado de fio rígido, quando é constituído de vários fios , chama-se cabo e é bem mais flexível do que um fio de mesma seção, facilitando a instalação. A NBR5410/04 determinou que os fios e cabos: • Usem nova escala de seções padronizadas em mm2 • Empreguem materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60 ͦ C para 70 ͦ C. Materiais isolantes com resistência maior a temperatura permitem o aumento da densidade de corrente (ampères por mm2). isolação Para a proteção do condutor contra choques mecânicos, umidade e elementos corrosivos, é utilizada uma capa de material isolante denominada isolação, que tem como principal propriedade a separação entre os diversos condutores. A camada isolante deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra e às temperaturas elevadas. Alguns condutores possuem duas camadas de materiais diferentes, nesse caso, a camada interna (isolação) é constituída por um composto com propriedades de proteção elétricas, e a externa (cobertura) é constituídapor um material com características de proteção mecânicas elevadas. Abaixo tabela que mostra o limite de condução elétrica pelos condutores com relação ao diâmetro da seção. Proteção Como já se sabe, os condutores devem estar protegidos contra sobrecargas e curtos circuitos através de disjuntores adequados que também são dimensionados de acordo com sua capacidade de condução de corrente , especificada pelo fabricante. Seção mínima dos condutores A NBR 5410/04 estabelece as seções mínimas dos condutores de um circuito em função do uso e determina a unidade da seção em mm2. Para circuitos de iluminação, a seção mínima de um condutor de cobre é de 1,5mm2 e para circuitos de tomadas (TUE E TUG) a seção mínima de um condutor de cobre é de 2,5 mm2. Também especifica a seção mínima dos condutores neutro e de aterramento para circuitos monofásicos e bifásicos. Dimensionamento Para o dimensionamento dos condutores, a NBR 5410/04 estabelece dois métodos: • Dimensionamento pelo critério da máxima condução de corrente; • Dimensionamento pelo critério da queda de tensão admissível nos condutores. O critério da máxima condução de corrente, é o método mais utilizado em projetos elétricos prediais e residenciais. Segundo esse método deve-se : • Calcular a corrente elétrica de cada circuito (corrente de projeto); • Determinar o fator de agrupamento de cada circuito; • Calcular a corrente corrigida de cada circuito; • Determinar o condutor em função da máxima capacidade de condução de corrente Cálculo da corrente de projeto Como já foi citado a corrente de projeto (IB) é obtida dividindo-se a potência do circuito (em VA ou W) pela Tensão do circuito (em V) IB = P/V Por exemplo : uma máquina de lavar com Potência de 1100 w alimentado por uma tensão de 127V: IB = 1200/127 = 9,45 A Para um chuveiro de 5400W com 220V. IB = P/V = 5400/220 = 24,54A Fator de agrupamento A corrente de projeto indica a corrente elétrica que será transportada pelo condutor até o equipamento que está sendo alimentado pelo sistema elétrico. Essa corrente elétrica que passa pelo condutor localizado dentro do eletroduto provoca um aquecimento. Esse aquecimento é dissipado dentro do eletroduto e quanto maior for a quantidade de circuitos dentro do eletroduto, menor será a capacidade desse eletroduto de dissipar esse calor, o que causa o superaquecimento do circuito. Pôr causa desse aquecimento, os condutores ficam com sua capacidade de condução de corrente prejudicada. Para solucionar este problema, a NBR 5410/04 estabelece que seja feita a correção da corrente elétrica em função do número de circuitos agrupados no interior de cada eletroduto. Essa correção é feita utilizando-se um fator de agrupamento de condutores. O fator de agrupamento é um valor numérico estabelecido em função do agrupamento de circuitos no pior trecho do projeto. Para efetuar o cálculo, escolha um circuito, diga todo o caminho de ligação desse circuito para identificar em qual trecho há uma maior agrupamento de circuitos. Depois contar quantos circuitos se acumulam no trecho de maior densidade e consultar na tabela acima o fator de agrupamento que deverá ser utilizado. Cálculo da corrente corrigida A corrente corrigida de um circuito é o valor da corrente de projeto dividido pelo fator de agrupamento. Então, o valor da corrente corrigida (Ic) de um circuito é igual a : Ic = IB /f .Onde, Ic é a corrente corrigida; IB é a corrente de projeto e f é o fator de agrupamento. Exemplo: Numa residência, o circuito 2 alimenta o circuito de alimentação da área social com 800VA de potência elétrica. Ao acompanharmos o caminho que o circuito faz na instalação , notamos que num dado trecho, onde encontra-se a maior concentração, este circuito do projeto elétrico está instalado junto com dois outros circuitos no mesmo eletroduto. Temos que , a corrente corrigida deste circuito será de: Lembre-se primeiro de calcular a corrente de projeto (IB) IB = P/V = 800/127 = 6,30 A IB = 6,30 A Observando a tabela anterior, vemos que o fator de agrupamento para um circuito que encontra com outros dois é de f = 0,70. Pela fórmula de correção de corrente, tem-se : Ic = IB /f = 6,30/0,70 = 9 A Ic = 9A Capacidade de condução de corrente dos condutores Para o correto dimensionamento dos condutores que serão utilizados na instalação, não basta conhecer a corrente corrigida do projeto por circuito. É necessário conhecer qual é a maior corrente elétrica que o condutor suporta, sem que haja um sobreaquecimento capaz de danificar a sua isolação. A NBR 5410/04, estabelece os valores de corrente para os condutores em função do modo como serão instalados. Na tabela a seguir, os valores nominais de capacidade de condução de corrente, para condutores isolados, são fornecidos para os instalados no interior de eletrodutos plásticos, os embutidos em alvenaria ou para eletrodutos metálicos aparentes. Portanto, para determinar a correta seção do condutor basta respeitar a equação: IZ ≥ IC , isto é, o condutor escolhido deve possuir uma capacidade de condução de corrente maior ou igual à corrente corrigida. Nela, IC é a corrente corrigida e IZ é a capacidade de condução de corrente para uma dada seção. Exemplo : Para uma residência que possui um circuito de iluminação com potência 1100VA, tensão do circuito 127V; e acúmulo de 3 circuitos no trecho mais denso da instalação: O primeiro passo é calcular a corrente de projeto: IB = P/V = 1100/127 = 8,66 IB = 8,66 A Depois é necessário encontrar o fator de agrupamento deste circuito na tabela: Fator de agrupamento para 3 circuitos = 0,70 , f = 0,70 Aplicando a fórmula tem-se: Ic = IB /f = 8,66/0,70 = 12,37 Ic = 12,37A Pela NBR 5410/04, não é permitido utilizar num circuito de iluminação, um condutor com seção menor que 1,5mm2, que, pela tabela de capacidade de condução de corrente de condutores, suporta até 15,5A. Então, o condutor a ser utilizado é o de 1,5 mm2. Para facilitar os cálculos monte para cada um dos projetos , uma tabela semelhante a que vem a seguir: Dimensionamento de eletrodutos Para dimensionar corretamente os eletrodutos de uma instalação elétrica, é preciso determinara a taxa de ocupação do eletroduto, isto é o percentual máximo de área do eletroduto que pode ser ocupada pelos condutores. A taxa de ocupação varia entre 40% e 53%, e é determinada em função da quantidade de condutores que serão instalados. Quando são instalados 3 ou mais condutores no interior do eletroduto, a taxa utilizada é de 40%, portanto, essa é a taxa mais utilizada. Exemplo Qual o diâmetro do eletroduto que tem que comportar condutores fase e neutro de 1,5 mm2 e duas fases e um terra de 4mm2. Neste trecho de eletroduto passam cinco condutores e a seção do maior condutor é 4mm2. Consultando a tabela vemos que o eletroduto indicado é de 20mm.