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Síntese de um artigo sobre Adoção 2

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Nome: Luana de Souza Queiroz Turma: PS7943 RA: D26EID-9 Sem- 7º.
SÍNTESE DE ARTIGO CIENTÍFICO
REFERÊNCIAS:
Título do artigo: A Avaliação Psicossocial no Contexto da Adoção: Vivências das Famílias Adotantes.
Autores: Liana Fortunato Costa e Niva Maria Vasques Campos
Ano de publicação: 2003
Revista:
DESCRIÇÃO:
Tema Principal: O processo de adoção e a subjetividade das famílias adotantes.
Tema Secundário: Realizar uma analise sobre os aspectos psicossociais que envolvem a adoção, sentimentos, motivações, origem e preconceitos. 
Objetivo Geral: O objetivo da pesquisa é investigar como os aspectos subjetivos da adoção influenciam nos participantes, discutindo a desigualdade social no Brasil e como isso ainda afeta o processo judiciário.
Objetivos específicos: Coletar dados para obter uma visão ampla e com isso desenvolver uma problematização sobre falhas decorrentes do modelo tradicional que envolve uma fisionomia estética padrão e idade adequada dos adotados. 
População Alvo: Profissionais de psicologia jurídica, da assistência social e famílias que adotam.
ANÁLISE:
Apresentarei aqui os principais argumentos que os autores Costa e Campos, definiram durante a pesquisa que foi realizada em um Setor Psicossocial de uma Vara da Infância e Juventude (VIJ). Durante a pesquisa, há um enfoque em descobrir se existe uma família considerada ideal pelos técnicos, e qual seria a concepção que os adotantes têm dessa ideia, diante desse questionamento outros fatores psicossociais estão interligados durante o processo de adoção, esses aspectos serão discorridos aqui atrelados a estrevista que foi realizada com famílias de crianças adotadas legalmente. 
Crianças Abandonadas e Famílias Adotantes: Alguns Aspectos Teóricos.
Nesse tópico se relata algumas estatísticas que contradiz com os dados do saber social, onde mais da metade das famílias que adoraram já tinham filhos biológicos, ou seja, o que leva às pessoas a adoção nem sempre é o fato de não poderem ter a concepção, alguns dos primeiros motivos encontrados seria para se obter a paternidade/maternidade, para ajudar o próximo ou para um projeto de adotar, na maioria dos casos tem mais chances das famílias procurarem a adoção no momento em que seus filhos já se encontram na adolescência ou indo para a fase adulta. Em outra pesquisa realizada por Weber (1988), onde se procurava motivos em situações diferentes, como na de casais que ainda não tiveram filhos e estavam na faixa de 40 anos de idade, se encontrou o seguinte.
A motivação principal para adoção foi o desejo de ter filhos. Outras motivações evidenciadas foram: necessidade de preencher a solidão; proporcionar companhia a um filho único; escolher o sexo do próximo filho; substituir um filho natural falecido, entre outras. (WEBER, 1998 apud COSTA, CAMPOS 2003, p.222).
Há uma grande discussão em relação às crianças abandonadas, é possível atualmente que a mãe entregue a criança a uma família que deseje cuidar, caso essa mãe não possa realizar esse cuidado devido a fatores econômicos, sociais ou emocionais, sendo assim, agilizando o processo de adoção. A mãe que realiza tal ato é julgada socialmente por não ter responsabilidade ou por agir de forma incorreta, mas pensando como os autores, é interessante considerar que essa seja uma forma melhor de pensar, se tornando uma atitude consciente diante das situações que a criança enfrentaria com a mãe biológica. É necessário que os profissionais que trabalham no poder judiciário, mantenham a maior quantidade de dados sobre a criança e a da mãe biológica, para que esse vínculo possa se reestabelecer futuramente caso desejado.
Existe uma família idealizada na adoção?
No Brasil ainda se mantém os índices de casos de adoção em que o padrão da criança que consegue ser adotada é sendo de pele clara, recém-nascida ou tendo até três anos de idade, de preferência sem deficiências e do sexo feminino, o autor Casellato (1998) explica o motivo desses aspectos, sendo mais fácil para os pais educar o comportamento da criança quando ela ainda é bebê e a estética seria pelo fato de ser mais bem vista e aceita socialmente nos padrões brasileiros.
Pensamos que por trás da idealização da criança a ser adotada – um filho perfeito, sem problemas de saúde, semelhante fisicamente aos pais, recém-nascido, cujo comportamento acredita-se que poderá ser mais facilmente moldado pelos adotantes – pode estar o desejo de imitar ao máximo a situação biológica idealizada narcisicamente e/ou ainda encobrir os temores e receios com relação a história, origem e genética da criança (CASELLATO, 1998 apud COSTA,CAMPOS, 2003, p.224)
Metodologia
A vara da Infância foi o local onde ocorreram os questionamentos e estudos, os profissionais participantes foram seis psicólogas e sete assistentes socias, utilizando do método qualitativo de investigação foi realizada a respectiva pesquisa, com o objetivo de não finalizar esses dados como sendo únicos e interrogáveis, mas que a partir deles fundassem novos estudos, com isso se utilizou dos três princípios:
(1) o conhecimento é uma produção construtiva-interpretativa; (2) o processo de produção do conhecimento tem um caráter interativo e (3) a significação da singularidade como nível legítimo da produção do conhecimento. GONZÁLEZ-REY, 1999 apud COSTA, CAMPOS, 2003, p.224)
Durante o processo de adoção, é preciso preparar as famílias para as dúvidas e os conhecimentos que precisam estar cientes, no local escolhido para a pesquisa acontece um projeto nomeado Pré Natal da adoção, duas famílias que participavam desse grupo foram entrevistadas, sendo que nenhuma delas tinham filhos biológicos, mas já haviam adotado antes, os casais estavam na faixa etária de 35 a 45 anos. Utilizou-se de um gravador para posteriormente transcrever e analisar os dados, um entrevistador e dois observadores para analisar o comportamento não verbal dos participantes, de forma semiestruturada aconteceram às entrevistas e com quatro questões abertas. A pesquisa foi voltada para coleta de dados em grupo, dando abertura para os entrevistados disponibilizarem as informações para que a pesquisa pudesse ter caráter qualitativo.
Resultados e Discussões / Análise dos Resultados.
A avaliação das famílias sobre critérios no processo de adoção.
Durante o diálogo, as famílias puderem estabelecer alguns critérios que consideram importante durante este processo, foram citados cinco desses critérios sendo o primeiro a motivação, como já relatado este fato é primordial, já que especifica a finalidade da familiar querer adotar, os casais responderam que queriam um filho, e não apenas ajudar uma criança necessitada. O segundo critério citado por eles foram as condições materiais e econômicas, relataram mostrar importância para este fato, mas que não acreditam que deve ser considerado como o principal. O terceiro inclui o amor e o vínculo como aspectos prioritários, os pais contam que consideram como sendo filhos de coração e sentem grandes sentimentos, como o de uma mãe ou um pai com seu um filho. O quarto mostra importância para dar oportunidade para pais que não tem filhos e por último o quinto que é bastante ressaltado por eles, onde se deseja que o adotado seja esteticamente parecido com os adotantes, isso diminui chances futuras da criança sofrer preconceitos. “A busca pela semelhança é um empreendimento mútuo de pais e filhos adotivos numa tentativa de selar, definitivamente, a ligação parental.” (SCHETTINI, 1998 apud COSTA,CAMPOS, 2003 p.226)
A importância da verdade
Foi notável pelos entrevistadores que quando se deu abertura sobre esse tema na entrevista, identificaram-se medos futuros dos pais sobre contar à verdade, sobre seus filhos serem adotados ou destes descobrirem sozinhos. Neste momento se deu a importância do direito ao adotado saber a verdade sobre sua família biológica, sendo informado que seguindo as regras se torna mais fácil prevenir problemas, que poderiam surgir por revoltas do fato não ser revelado. 
Aspectos da dinâmica familiar
Esses aspectos foram indicados pelas famílias,com base no que eles acreditam ser levado em consideração no processo de adoção, incluindo a estabilidade conjugal e familiar, onde se analisa como o casal se encontra emocionalmente no andamento, que separações poderiam implicar na perda da criança e que isso é levado em conta pelo juizado. Outro fato seria a aceitação da criança pela família nuclear e extensa, onde os pais se mostraram preocupados com a hipótese da criança não ser amada ou aceita pelo restante da família por não ser de laço sanguíneo.
A vivência das famílias durante o processo de adoção
Neste momento foram descritos os sentimento que mais foram vivenciados pelos pais, a ansiedade e o temor x necessidade de segurança, nesses quesitos eles relataram se sentir muito inseguros em relação ao primeiro filho, pois, no momento em que estavam com a criança e estabeleceram um vínculo, veio o medo e a ansiedade de algo de errado ocorrer durante o processo e a criança precisar ser levada, já no segundo filho se mostraram mais tranquilizados por já conhecerem o processo. Os outros dois motivos foram a demora na conclusão do processo e o interrogatório que precisam enfrentar, incluindo a exposição que se é necessária para os técnicos comprovarem que a família é segura para a criança.
O papel do acaso e do divino
Alguns pais são religiosos e relatam que foi um presente do divido o momento em que conseguiram adotar e em que receberam a ligação da técnica sobre a criança estar pronta. Nesse tópico é possível ver que muito dos casos é atrelado à fé dos participantes, a esperança de que tudo irá ocorrer bem e conseguiram adotar. 
Confiança no estudo psicossocial
As famílias se mostram confiantes e crentes que o processo psicossocial é necessário para uma boa adoção, afirmam sobre a clareza das informações e a transparência que os pais precisam apresentar, é primordial para que os técnicos se sintam seguros para entregar a criança há uma família verdadeira que irá dar todo o apoio. 
Síntese das Considerações finais
Diante do que foi relatado durante a pesquisa percebe-se que ainda existe muitos padrões que ainda são seguidos durante o processo de adoção pelas adotantes, porém estão sendo feitos projetos e grupos para que esse assunto possa ser discuto e talvez repensado, a criança não deve ser selecionada e categorizada pelos seus aspectos. Por outra perspectiva as famílias entrevistadas se mostram dispostas a aceitar todo o caminhar que levará até a adoção, se mostram respeitosos ao trabalho psicossocial e enfatizam a importância de se conhecer muito bem a família que quer adotar, pensando pela segurança das crianças. 
O profissional que se especializará nesta área terá de enfrentar grandes desafios, já que se é preciso algumas mudanças e conhecimento aprofundado sobre o contexto social que se encontra o país é preciso entender e acolher a história de vida que as crianças carregam e o contexto em que vivem seus dias à espera de uma família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CASELLATO, G. (1998). Motivos relacionados a luto e fracasso que levam um casal à adoção: uma possibilidade psicoprofilática. Páginas Brasileiras de Adoção. Disponível: http://lexxa.com.br/PBA/index.htm em 15/12/2002.
GONZÁLEZ-REY, F. (1999). La investigación cualitativa en psicología: rumbos y desafíos. São Paulo: EDUC.
WEBER, L.N.D. (1999). Aspectos psicológicos da adoção. Curitiba: Juruá.
SCHETTIN, L.F. (1998a). Compreendendo o filho adotivo. Recife: Bagaço.

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