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ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
A ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS 
 
 
Por: Suely Cássia Câmara Fernandes 
 
Orientador: Professora Geni Lima 
 
 
Niterói 
2009 
 
 
 
 
 
2
 
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
 
A ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS 
 
 
 
 
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do 
Mestre – Universidade Candido Mendes como 
requisito parcial para obtenção do grau de 
especialista em Arteterapia em Educação e Saúde. 
 Por: Suely Cássia Câmara Fernandes 
 
 
 
 
 
 
3
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, meu Mestre e Senhor da minha vida, pelas inspirações. 
Aos meus pais, Nilson e Mercedes. 
A minha família, Julio Cesar, Vanessa e Clarissa pelo incentivo. 
A minha irmã Suzane pelo apoio incondicional. 
A minha sobrinha Letícia pelos ensinamentos sobre a arte. 
A Professora Geni Lima, pela orientação, pelo carinho e atenção dada. 
A todos os professores da Pós-Graduação que atuaram junto à turma N028 e 
em particular a Professora Maria Cristina Urrutigaray, pelo esclarecimento de 
como um arteterapeuta deve atuar e pela profundidade das suas aulas e 
também a Professora Marise Piloto que com simplicidade e sapiência ajudou 
na conclusão desta monografia. 
Aos colegas de turma, pelas trocas e incentivos. 
Aos padres de minha Paróquia, especialmente ao padre Akácio pela 
generosidade de seus ensinamentos e disponibilidade de seus livros. 
A minha amiga e professora Mariana pela paciência na procura e empréstimo 
de livros. 
Pelos alunos da evangelização, pelo muito que tenho apreendido com eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu marido, amigo e companheiro pela compreensão, apoio e ajuda em 
meus estudos. 
As minhas queridas filhas e amigas verdadeiras por me mostrar as alegrias nas 
pequenas coisas, e se colocarem como cobaias nos meus experimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
EPÍGRAFE 
Lapidar minha procura toda, trama lapidar o que o coração, com toda 
inspiração achou de nomear, 
Gritando: alma! 
Recriar cada momento belo já vivido e ir mais atravessar fronteiras do 
amanhecer e ao entardecer olhar com calma, então. 
Alma vai além de tudo o que o nosso mundo ousa perceber, 
Casa cheia de coragem, vida tira a mancha que há no meu ser, 
Te quero ver, te quero ser 
Alma! 
Viajar nessa procura toda de me lapidar 
Neste momento agora de meu recriar de me gratificar, 
Te busco, alma, eu sei. 
Casa aberta onde mora um mestre, o mago da luz, 
Onde se encontra o templo que inventa a cor, 
Animará o amor, onde se esquece a paz. 
Alma vai além de tudo o que o nosso mundo ousa perceber, 
Casa cheia de coragem, vida todo o afeto que há no meu ser, 
Te quero ver, te quero ser, 
Alma! 
Milton Nascimento - ANIMA 
 
 
 
 
6
RESUMO 
 
O presente trabalho constitui-se uma pesquisa bibliográfica a respeito da 
Arteterapia, que se serve do recurso expressivo a fim de estabelecer conexão 
entre os mundos internos e externos do indivíduo através da sua simbologia 
levando a autoexpressão. A arte é usada como auxiliar no ensino Evangélico, 
aqui tratando-se das Parábolas, englobando vivências e reflexões acerca da 
Doutrina Cristã. Diante dos apelos da Igreja de fazer uma catequese mais ativa 
e menos escolarizada, a Arteterapia vem nesse segmento tornar os encontros 
mais agradáveis permeado por dinâmicas. 
Pretende-se superar as diversas barreiras da comunicação, constituindo 
pontes, notada e particularmente em relação a evangelização, transformando 
esse encontro religioso num momento especialmente lúdico, participativo e 
interativo.O uso dos materiais arteterapêuticos são eminentemente elementos 
facilitadores no processo de ensino/aprendizagem. Conclui-se, assim, o 
presente trabalho na necessidade de uma proposta integradora, no 
fortalecimento da assimilação da Boa Nova Cristã. 
 
Palavras Chave: expressivo, conexão, simbologia, autoexpressão, arte, 
vivências, reflexões, comunicação, pontes, lúdico, facilitadores, aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
7
METODOLOGIA 
 
A metodologia utilizada deve-se a busca de diversos livros sobre 
evangelização de adolescentes, assim como dinâmicas e vivências acerca de 
temas propostos, no caso aqui, as Parábolas Cristãs. Usou-se também 
gravações em sala de aula discorrendo acerca da Arteterapia como auxiliar na 
aprendizagem e no autoconhecimento. 
 
Torna-se importante ressaltar que foi utilizada pesquisa junto aos padres da 
Paróquia de Itaipu – Niterói, fazendo-se necessário a utilização de periódicos, 
Bíblia e empregando também essas pesquisas junto aos adolescentes na 
intenção de fazê-los perceber a grandeza das Parábolas na vida de cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
SUMÁRIO 
 
Introdução 10 
Capítulo I 
A Arteterapia como instrumento facilitador na Evangelização 12 
Capítulo II 
As Parábolas de Jesus 19 
Capítulo III 
A arteterapia no ensino das Parábolas: 
As vivências e as Técnicas 28 
Conclusão 31 
Bibliografia 33 
Índice 35 
Folha de Avaliação 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Acho impossível que um indivíduo contemplando o céu possa dizer 
que não existe um Criador”. 
Abraham Lincoln 
 
 
 
 
10
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Neste trabalho pretende-se mostrar que é possível evangelizar 
adolescentes e adultos de uma forma mais dinâmica e participativa com o 
auxílio da arteterapia. De modo geral, a obra de arte tem como uma de suas 
peculiaridades a capacidade de romper a barreira do tempo, do espaço e do 
lugar, preservando uma impressionante atualidade. A arte sempre esteve 
presente na vida de todos, seja através de belas imagens ou esculturas, seja 
através do espaço – aqui referido como Igreja – seja através das mais belas 
parábolas deixadas pelo Mestre Jesus. Essa questão é o ponto de partida 
desta monografia, e é acerca desse tema – as parábolas – o qual intenta-se, 
aqui, reflexionar. Na verdade, apenas três das parábolas constantes do 
Evangelho serão abordadas no presente trabalho. 
Várias são as formas de conduzir os adolescentes a experienciar os 
ensinamentos de Jesus. Uma delas, partindo da premissa de contemplação da 
obra de arte mais bela e perfeita, ou seja, o ser humano em sua totalidade, 
com seus desejos e suas limitações, mas amado por Jesus que era o Mestre 
do Amor, porque considerava cada pessoa como um ser especial e não 
apenas como mais um número na multidão, como ressalta Cury (2006, p.52). 
Com maestria, Jesus contava e encantava a todos, pois abordava temas 
que eram considerados proibidos à sua época. Ele suscitava a curiosidade e a 
liberdade de expressão de cada indivíduo, levando-os a questionamentos 
acerca do verdadeiro amor com o próximo e consigo mesmo. O amor, e não o 
temor, era o tema de todas as suas parábolas. O uso da emoção ao contar as 
parábolas, com a genialidade e a perspicácia desse revolucionário, Jesus, 
fazia com que as mesmas penetrassem profundamente no coração de cada 
um que as ouvia. 
 
 
 
 
11
Destarte, proceder-se-á uma coleta de dados bibliográficos, periódicos e 
anotações em sala de aula, para esta monografia do Curso de Especialização 
Lato Sensu em Arteterapia em Educação e Saúde, no Instituto A Vez do 
Mestre. 
O presente trabalho encontra-se dividido em três partes. No primeiro 
capítulo, conceitua-se a arteterapia estabelecendo-se como instrumento 
facilitador na evangelização, e realizam-se considerações acerca do porquê da 
arte serterapêutica e a utilização da mesma na Igreja. Postula-se, no segundo 
capítulo, como Jesus usava sabiamente a arteterapia com seus discípulos e o 
caráter arteterapêutico das parábolas, tendo por fundamento que a contação 
das parábolas são pedagógicas e terapêuticas apontando sempre para 
possíveis mudanças. 
A vivência e a técnica da arteterapia usada com os adolescentes na 
crisma, ajudando-os a formar, informar, transmitir saberes, lições e amor, é 
abordada no terceiro capítulo. Este, o amor, deveria reger todos os 
relacionamentos saudáveis, pois, “muitos nem mesmo conseguem amar a si 
mesmos, quanto mais as pessoas de fora” (ibidem p.55). Com o auxílio 
indispensável das técnicas e vivências da arteterapia, deseja-se resgatar 
através da evangelização, valores de amizades, ética, respeito pelo próximo, 
atentando para estes ensinamentos e explorá-los da melhor forma possível, 
ajudando na construção de um mundo mais fraterno e justo. 
Assim sendo, usando a verdadeira dedicação ao projeto monográfico aqui 
posto em prática, espera-se o aprofundamento reflexivo acerca do tema 
proposto, buscando luzes e contribuições além daquelas utilizadas na 
referência bibliográfica, como também da sala de aula através dos excelsos 
mestres desta conceituada instituição. 
 
 
 
 
 
12
CAPÍTULO I 
 
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA 
EVANGELIZAÇÃO 
 
O CONCEITO 
 
 
Com o intuito de estabelecer a arteterapia como instrumento facilitador, 
faz-se necessário discorrer sobre a definição de arte e o caminho trilhado até a 
arteterapia, e de quando a mesma se transforma em elemento mediador no 
processo terapêutico do indivíduo em busca de sua autonomia, na família, na 
comunidade, nas instituições, em si mesmo. No que diz respeito às 
instituições, aqui, tem-se como objeto de estudo e pesquisa a evangelização 
de adolescentes e adultos na Crisma, na igreja católica, sendo permeada pela 
arteterapia. Estes são os temas sobre os quais versa esse primeiro capítulo. 
O que é arte? De acordo com a enciclopédia Larousse, arte é a 
expressão de um ideal de beleza nas obras humanas. Tolstoi (2002) afirma ser 
a arte a atividade humana através da qual o homem, conscientemente, 
comunica a outros os sentimentos que vivenciou, para que, assim, possa levá-
los a experienciar esses sentimentos, contaminando-os. De qualquer forma, a 
arte está sempre associada ao belo, ao divino, a uma necessidade de 
conexão, identificação, ou, ainda, rejeição, daquele que produz a arte (o 
artista) com o seu entorno. 
Arte (latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é 
entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, 
com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais 
espectadores; possui função transcendente. Como postulado pelo fundador da 
semiótica Peirce,(1878) manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas 
 
 
 
 
13
sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo 
percepção, emoção e raciocínio, os quais implicam na principal razão da arte. 
Segundo Philippini, (1995) no século 5 A.C. existem registros da arte 
sendo usada na Grécia, como um recurso terapêutico para promoção, 
manutenção e recuperação da saúde. Desde aquela época a arte era 
considerada como reveladora, transformadora e colaboradora na construção 
de seres mais criativos e saudáveis, desenvolvendo a sensibilidade, a 
criatividade; constituindo um diálogo entre o indivíduo e a sua vida interior. A 
arte como a expressão mais pura, é um dos caminhos possíveis para o 
autoconhecimento. 
A arteterapia constitui a arte pela arte, a qual pressupõe a análise do 
processo criativo, e não a criação em si. Assim, as diversas manifestações 
artísticas, quais sejam, desenho, pintura, escultura, artes cênicas, técnicas e 
dinâmicas compõem as possibilidades de expressão do indivíduo para seu 
bem estar. “A função do arteterapeuta, neste contexto, será a de um 
facilitador do processo, trazendo ao espaço terapêutico múltiplos materiais, 
para adequar-se à produção de cada indivíduo”, Philippini (1995). 
Os materiais utilizados, que possibilitam contato com o mundo interno 
de cada um e que provocam reações sensoriais, já devem ter sido 
vivenciados pelo arteterapeuta. Por isso reputá-lo facilitador, porque já tem 
um prévio conhecimento do material. Consequentemente, através da 
arteterapia, de suas múltiplas formas de expressão é possível estabelecer a 
ponte entre o arteterapeuta e o indivíduo submetido a essa forma de terapia. 
Assim, esse processo de arte e terapia, na verdade, promove o resgate, 
a percepção para elementos até então obscuros no universo do indivíduo. 
Ele traz para fora “coisas” guardadas no inconsciente, mostra o porquê de 
determinado comportamento, sentimentos de rejeição, menosvalia etc. A 
arteterapia mexe com o inconsciente, com o que estava latente, adormecido, 
esquecido em algum lugar. 
 
 
 
 
14
A prática dessa terapia é assim definida pela Associação Americana de 
Arteterapia : 
“Arteterapia é uma profissão de serviço humano que utiliza meios de 
arte, imagens, processo artístico criativo e respostas paciente/cliente 
para as produções criadas como reflexões do desenvolvimento, 
habilidades, personalidades, interesses, preocupações e conflitos de 
um indivíduo. A prática da arteterapia é baseada no conhecimento 
das teorias psicológicas e desenvolvimento humanos, as quais são 
implementadas no espectro completo de modelos de avaliação e 
tratamento incluindo o educacional, psicodinâmico, cognitivo, 
transpessoal e outros meios terapêuticos de reconciliar conflitos 
emocionais, promover autoconsciência, desenvolver habilidades 
sociais, conduzir comportamento, resolver problemas, reduzir 
ansiedade, auxiliar a orientação da realidade e aumentar a 
autoestima. (American Art Therapy Association, 1997)”. 
 
A arteterapia tem sua origem na Antroposofia de Rudolf Steiner, 
segundo o qual o homem é considerado um ser espiritual constituído de 
alma e corpo vivo, onde através dos elementos (cor, forma, volume, 
disposição espacial, etc.) na terapia artística, possibilita que a pessoa 
vivencie os arquétipos da criação, ou seja, re-conecte-se com as leis que 
são inerentes a sua natureza. 
Freud de 1906 a 1913 aponta a comunicação simbólica como função 
catártica. Jung na década de 20 começa a utilizar a arte como parte do 
tratamento psicoterápico. O recurso da arte aplicado à psicopatologia 
originou-se quando Jung passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma 
de atividade criativa e integradora da personalidade. “Arte é a expressão 
mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a 
liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”, (Olivier, 2007). 
Segundo a autora supracitada, a Arteterapia é uma Ciência 
fundamentada em Medicina, Psicologia e Artes em geral, que estuda e 
pratica os meios adequados para aliviar ou curar os indivíduos por meio da 
 
 
 
 
15
expressão da arte, trazendo à tona uma idéia, trauma, fobia etc., em uma 
catarse psicanalítica. O que a diferencia da Arte como Terapia é o fato de 
analisar o processo criativo em si e não a criação. 
A arte é um bálsamo, um remédio para a alma sofrida, pois através dela 
nos conectamos com o que há de mais belo ao nosso redor. Olhar as mais 
belas pinturas, esculturas nos remete ao artista, que com tanta criatividade 
presenteia a humanidade com belíssimas obras, haja vista, o Pensador de 
Rodin, Pietá de Michelangelo, A sesta de Van Gogh, Eros e Psique de Münch 
onde a dor e o trágico permeiam seus quadros. 
Movimentos artísticos como o Surrealismo e o Expressionismo vão 
buscar a arte como expressão mais direta do inconsciente, ou no caso dos 
expressionistas, na arte como expressão direta dos sentimentos (como em 
Münch, Nolde) e a produção artística como resultado de uma verdade interior(em Kandinsk). 
 
1.1. O porquê da arte ser terapêutica 
 
Urrutigaray, diz a respeito da arte ser terapêutica: 
“Fazer arte” num sentido literal envolve vários níveis humanos como o 
sensório-motor, o emocional, o cognitivo e o intuitivo. Através da 
atividade com arte o sujeito transforma a realidade e a si mesmo, 
promovendo o desabrochar da percepção, da organização e 
ordenação de seu pensamento, possibilitando a compreensão do 
momento circunstancial, bem como da dimensão de si mesmo. 
(Urrutigaray, 2006 p 37). 
 
A arte mexe com os afetos. Cria a percepção para aquilo que a pessoa 
está sentindo. Isso é um caminho para a saúde. Permitir voltar a entender 
quem realmente se é. “A arteterapia alcança sua meta como função 
 
 
 
 
16
terapêutica por permitir essa passagem de um conteúdo inconsciente, não 
assimilado, aumento da motivação, transmutado ou transformado em outro 
conscientizado”.(ibidem, p.25). A arte é terapêutica no momento em que 
desperta o interesse para solucionar os conflitos internos. Ela permite ao 
indivíduo se reestruturar, a buscar a individuação através dos materiais 
plásticos apresentados. 
Portanto, é possível tratar o paciente cujo objetivo é remeter a um 
determinado problema ou comportamento. Por meio da arte, apresenta-se a 
possibilidade de um caminhar terapêutico, processual, que tem a intenção de 
transformar as dificuldades manifestadas em exercícios que cheguem aos 
processos de mudanças, norteados sempre por um propósito de se buscar um 
bem estar, uma atitude interior positiva, recuperada. 
Desenvolvendo seu potencial, o homem torna-se capaz de descobrir 
modelos de superação para seus problemas. “Tal como um “escultor”, o 
trabalho realizado visa que sua subjetividade vá “esculpindo” suas escolhas, 
adquirindo sua liberdade, autoconfiança, sua individuação”... (ibidem, 2006). 
Facilitar o processo arteterapêutico através da consciência corporal, com 
exercícios de relaxamento das tensões e colocação da respiração em estágios 
lentos e profundos para facilitar desbloqueios, permitindo uma abertura à 
criatividade e a imaginação de cada um, fazendo surgir personagens e 
possibilidades antes desconhecidos. 
Urrutigaray (2006) discorre sobre como a criatividade da imaginação 
permite levantar hipóteses sobre certas configurações viáveis a serem 
materializadas, ou seja, um pensar específico intentando um fazer concreto. A 
autora postula a necessidade do exercício imaginativo, a inclusão de critérios 
formais de significação, o que corresponde à finalidade do trabalho com arte. O 
uso dos materiais, as artes cênicas, dança etc, permitem um equilíbrio e a 
harmonização interna do indivíduo. Consequentemente, esses são fatores os 
quais apontam e ratificam a razão do uso da arte como elemento 
eminentemente terapêutico. 
 
 
 
 
 
17
1.2. A arteterapia na Igreja 
 
A igreja aqui referida trata-se da Igreja de São Sebastião de Itaipu, em 
Niterói, Rio de Janeiro; cujos padres pertencem à Ordem Palotina (São Vicente 
Palloti). Segundo O Catecismo da Igreja Católica, a palavra Igreja ekklésia, 
(grego ekkaléin – chamar fora) significa convocação. E é dentro desse contexto 
que via de regra o templo convoca os seus fiéis para renovar os votos de fé, 
prestar culto, louvar e agradecer a Deus. Dessa forma, justifica-se o encontro 
para a Crisma, a qual constitui uma oportunidade para o aprofundamento e 
vivência do estudo da Doutrina Cristã. Nessa conjuntura, adolescentes e adultos 
são convidados à reflexão e aplicação dos ensinos evangélicos. 
Participar da realidade deste momento na vida dos adolescentes significa 
ouvir, dialogar, refletir e vivenciar o respeito, a amizade. Partindo dessa 
premissa, verifica-se que a catequese não pode ser um lugar para se decorar 
fórmulas de rezar. Através das parábolas de Jesus (estudo detalhado a ser feito 
no capítulo seguinte desta monografia) as quais remetem a uma história de 
transformação, permite-se captar a essência dos ensinos cristãos para a 
aplicação deles na vida dos crismandos. Destarte, utiliza-se a arteterapia como 
processo de aprendizagem catequética mais dinâmica para os jovens. 
“Pelo fato de ter lidado com religião, alquimia, espiritualidade e coisas 
semelhantes, alguns críticos qualificaram Jung de místico ao invés de 
cientista. No entanto, está bastante claro que a atitude de Jung foi 
sempre a de um investigador mais do que a de um crente ou 
discípulo. Ele via tais sistemas de crença como expressões 
importantes de ideais e aspirações humanas, como dados que não 
deveriam ser ignorados por qualquer pessoa que se interessasse por 
toda a amplitude do pensamento e do comportamento humanos”, 
(Fadiman & Frager,2006). 
Assim, a crença como elemento expressivo e relevante nas aspirações 
humanas, presta-se ao re-ligare que se constitui a ligação do indivíduo com 
Deus. A religião como meio catalisador de sentimentos, comportamentos, 
 
 
 
 
18
eminentemente cristãos, indo ao encontro das expectativas daqueles que 
promovem a educação moral (no sentido de que todos, evangelizandos e 
evangelizadores compartilham a oportunidade de aprendizagem conjunta) 
implica a vivência dos ensinos evangélicos e a sua divulgação pela 
exemplificação, ou seja, pela compreensão mais profunda da Doutrina Cristã 
que pressupõe a observância da Lei de Deus, contida, particularmente, no 
Decálogo (recebido por Moisés). 
Canalizar a energia dos adolescentes para dinâmicas e jogos que os 
levem a interpretar as parábolas e trazê-las para os dias atuais é uma das 
ferramentas da arteterapia. Ela vem sacudir, fazer pensar e atualizar os 
pensamentos, o comportamento diante do mundo que oferece tantas 
vantagens e seduções. Como educar num tempo em que a aparência vale 
mais do que a essência e a competição e o individualismo ditam regras dos 
relacionamentos? É aqui que a educação moral se faz presente, na busca pelo 
ser, em detrimento do ter. 
Aprender a contemplar o que é belo, a expressar-se enquanto indivíduo 
atuante na Igreja, na sociedade é o desejo de todo ser humano. Ao participar 
dos encontros da crisma, os adolescentes se sentem compelidos a 
questionarem, mas tendo sempre por base a Bíblia que reúne narrativas de 
diferentes gêneros literários. A ênfase é dada na exposição doutrinal, para 
aprofundar o conhecimento e amadurecimento da fé. 
“O aluno é criativo e tem experiências próprias, possui valores 
adquiridos em casa, na rua, na igreja, na própria escola, na vizinhança 
em que mora, e essa mistura de vivências vai formando seu caráter e 
desenhando seu perfil enquanto ser humano, enquanto indivíduo ativo 
e capaz. É preciso acreditar em seu poder transformador, em seu 
potencial para que possa crescer e tornar-se cidadão presente e ativo 
na formação da sociedade”. (Costa, 2006). 
 
 
 
 
19
CAPÍTULO II 
 
As Parábolas de Jesus 
 
Pretende-se, nesta seção, apreciar o ensino parabólico de Jesus como 
caminho para educação moral do indivíduo, apresentar as três parábolas 
selecionadas para o presente trabalho, as quais foram utilizadas, dentre 
outras, na evangelização, ressaltando o ensinamento a ser verificado em cada 
uma delas. 
Toda parábola tem uma ideia e uma comparação com um fato. A 
comparação está a serviço do sentido de vida e de uma proposta para a 
transformação da sociedade. Como Jesus usou as parábolas? Fez 
comparações a partir da realidade e da vida dos camponeses da Galiléia. 
Utilizou imagens da vida diária (normal) da realidade do povo. Todos entendem 
as parábolas? Parece que os ouvintes (o povo da época) compreenderam o 
sentido das parábolas superficialmente, sem acolher mais profundamente a 
mensagem. Isto exigiria uma mudança radical de vida. Uma parábola não 
contém uma só e determinada mensagem, como uma fórmula fechada. 
 A parábola é aberta, feita para provocar a reflexão e a tomada de atitude 
das pessoas. As parábolas são:um instrumento de diálogo, elaboradas a partir 
da experiência de vida, que tem a intenção de levar a conversão e a ação. 
Jesus, por três anos, falou muitas vezes aos homens: pronunciou palavras 
celestes, semeou-as por entre pessoas de “pouca inteligência”, anunciou um 
programa de paz, mas ofereceu o Seu patrimônio divino, de certo modo 
adaptando-se à mente de quem o ouvia, e as parábolas dão testemunho disso. 
 
 
 
 
20
Diz-nos Medeiros e Branco que “algumas civilizações antigas utilizavam 
os contos, as parábolas e as fábulas como meio de ensinamento às gerações 
mais jovens. Por meio da tradição de se contar histórias, tendiam a perpetuar 
por todas as outras gerações a vida de seus antepassados”.(2008, p.33). 
O Semeador – Lucas 8, 5-18 
“Saiu o semeador a semear sua semente. E ao semear, parte da 
semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. 
Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. Outra 
caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na. 
Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por 
um”.Dito isto, Jesus acrescentou alterando a voz: “Quem tem ouvidos para 
ouvir, ouça!” 
Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola. Ele 
respondeu: “A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas 
aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e 
ouvindo não entendam.” 
“Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus. Os 
que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o 
demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem. 
Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de 
Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo 
tempo, e na hora da provação a abandonam. A que caiu entre os espinhos, 
estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho são 
sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos 
não amadurecem. A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com 
coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança”. 
“Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo 
da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. Porque 
não há coisa oculta que não acabe por manifestar, nem secreta que não venha 
 
 
 
 
21
a ser descoberta. Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será 
dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”. 
Este texto reflete a preocupação de Jesus em fazer com que o ouvinte 
entendesse a parábola. Ele faz analogia com uma semente que quando 
plantada em terra adubada e preparada para o plantio e regada, brota e dá 
bons frutos. Essa terra é o coração, a mente das pessoas. Para receber a 
palavra teria que primeiro fazer um trabalho para que a parábola fosse 
assimilada e posta em prática. A atenção de Jesus era a transformação da 
pessoa moralmente, resgatar o ser humano e conscientizá-lo do seu valor. 
Parábola da ovelha perdida – Lucas 15,1-10 
Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-Lo. Os 
fariseus e os escribas murmuravam: “Este homem recebe e come com 
pessoas de má vida!” 
Então lhes propôs a seguinte parábola: “Quem de vós que, tendo cem 
ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai 
em busca da que se perdeu, até encontra-la? E depois de encontra-la, a põe 
nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, 
dizendo-lhes: regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. 
Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer 
penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de 
arrependimento”. 
Com esta pequena dissertação, Jesus alerta que o que interessava 
mesmo era o resgate dos pecadores, aqueles que viviam à margem da 
sociedade, os excluídos por sua condição social e comportamento. Aqueles 
que viviam sem moral, mas eram oprimidos, Jesus vinha para amá-los e fazê-
los refletir sobre seus hábitos. 
 
 
 
 
22
Parábola do filho pródigo – Lucas 15, 11-32 
Disse também: “Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu 
pai: Meu pai dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre 
eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu 
o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, 
vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região 
uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de 
um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos 
guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, 
mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há 
na casa de meu pai que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer 
de fome! Levantar-me-ei e ire a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o 
céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a 
um dos seus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava 
ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao 
encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu 
pai, pequei contra o céu e contra ti; já sou digno de ser chamado teu filho. Mas 
o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e 
ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho 
gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, 
e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais 
velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as 
danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: 
Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o 
reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai 
saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te 
sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito 
para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que 
gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho 
gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é 
teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e 
reviveu; tinha se perdido, e foi achado”. 
 
 
 
 
23
Esta parábola mostra a flexibilidade do pai para com o filho. Este por sua 
vez quer ir para o mundo, com sua herança, e gastar todo o dinheiro de acordo 
com sua vontade. Ele vendo que quando o dinheiro acaba as “amizades” 
também, reflete sobre a posição do ser humano e como o pai o tratava e 
também aos empregados. Decide voltar para casa quando é surpreendido com 
o amor do pai, sem cobranças, mas com verdadeira alegria a ponto de fazer 
festa para o filho que estava afastado e que retorna de acordo com sua 
vontade. Jesus nesta parábola não faz distinção daquele que estava afastado 
das Leis de Deus. Ele impele o indivíduo para que sua conduta seja plena, 
tranquila, que pudesse viver dignamente. 
 
2.1.O Grande Arteterapeuta: Jesus 
 
Cury disserta sobre Jesus: 
“O Mestre da Vida, Jesus Cristo, era profundamente apaixonado pela 
espécie humana. Dava uma atenção especial a cada pessoa 
indistintamente. Por onde transitava, seu objetivo era abrir os portais 
da mente de quem encontrava e aumentar sua compreensão sobre a 
vida. Não era uma tarefa fácil, pois as pessoas viviam engessadas 
dentro de si mesmas, tal como hoje muitas continuam travadas na 
arte de pensar”. (2006, p.17). 
 
E Jesus vem justamente mostrar que é possível transformar, mudar, 
melhorar o interior, o pensar, o agir. Ele trabalhava a mente das pessoas 
através do contato com a natureza, sensibilizando-as comparábolas, 
histórias contadas com amor, mas com firmeza no que estava dizendo, o que 
estava sentindo. Jesus orientava os pensamentos para que os que o 
seguissem fossem mais fraternos. Que tivessem a percepção de desenvolver 
os pensamentos usando o coração. 
 
 
 
 
24
“O homem Jesus perscrutava os comportamentos humanos e 
analisava as causas que os sustentavam. Percebeu que o ser 
humano estava doente em sua alma. Doente pela impaciência, 
rigidez, intolerância, dificuldade de contemplar o belo, incapacidade 
de se doar sem esperar a contrapartida do retorno”. (ibidem, p.44). 
 
Vive-se rígido envolto em problemas, doenças. A apatia e a paralisia 
afetiva tomou conta do mundo e a preocupação é tão somente com o ter. 
Jesus em sua época fazia uso muito inteligentemente da arteterapia com seus 
discípulos. Ele os fazia observar a si mesmos, as suas condutas, o seu falar e 
pensar. Não julgava, ao invés, contava histórias que os levassem às reflexões 
sobre seus comportamentos e acima de tudo, falava do amor. Educava as 
pessoas com amor. Amava-as apesar de haver tanta discriminação e 
preconceito, como corrobora Cury, “O Mestre do Amor se fez pequeno para 
tornar grandes os pequenos”. (ibidem, p.45) 
Jesus fazia jogo com as palavras, suscitava dúvidas, para que seus 
discípulos fizessem perguntas, Ele os deixava atônitos para depois fazer uso 
das parábolas. Cury assevera que, “Jesus usava a arte da dúvida para 
remover os preconceitos, depois falava sobre a fé” (ibidem, p.21). Nise da 
Silveira nos fala que Jung considerava que “a fé é um carisma não concedido a 
todos, mas o homem possui o dom do pensamento, que lhe permite lutar em 
busca das coisas mais altas”.(2007, p.128). Lutar pelo bem estar físico e pelo 
psíquico. Estar pleno para que possa se amar e ao próximo também. 
Cristo tinha palavras incomparáveis e revolucionárias, porém com 
capacidade suficiente para abrir os olhos e os sentidos de muitas pessoas. 
Segundo Cury, “Jesus desejava que o ser humano fosse autor da própria vida, 
capaz de exercer com consciência seu direito de decidir”. (ibidem, p.17). 
Esmiuçando as mentes, os corações, as almas tão sofridas, Ele 
estabelecia pontes entre razão e emoção na busca do equilíbrio, do bem estar, 
como analisa o autor supracitado, “Jesus tinha muito para ensinar a cada 
pessoa mas nunca as pressionava para que estivessem aos seus pés 
 
 
 
 
25
ouvindo-o”. O amor, e não o temor, era o perfume que esse fascinante mestre 
exalava para atrair as criaturas e faze-las verdadeiramente livres. 
“O mestre da Vida, independentemente da questão espiritual, foi a 
pessoa que mais soube preparar líderes. ...Seu alerta preparava os 
discípulos para reconhecer seus limites, supera-los e nunca desistir 
de suas metas. Ele lapidava a personalidade de pessoas difíceis. 
Treinava-as com suas ricas palavras e seus laboratórios de vida para 
serem líderes do próprio mundo”. (ibidem, p.69) 
 
O ato de se contar histórias ou parábolas já abre os ouvidos, desperta o 
inconsciente para que possamos estar atentos às captações de todos os 
sentidos, a criatividade é aguçada, assim somos levados pela imaginação 
através da história. Destarte, “as histórias ajudam a desenvolver o potencial 
criativo do indivíduo e seu intelecto, tornando claras suas emoções, 
possibilitando-o, assim, a enxergar o que antes lhe era difícil: a solução dos 
problemas”.(Medeiros e Branco 2008 p.35). 
O Mestre Jesus esculpia as emoções em seus discípulos através de 
parábolas, mas também trabalhando as zonas de tensão em suas mentes, ou 
bloqueios para determinados trabalhos. Nise da Silveira discorre acerca de 
Jung, quando fala sobre religião: “Jung usava a palavra religião no sentido de 
religio (re e ligare), tornar a ligar. Religar o consciente com certos fatores 
poderosos do inconsciente a fim de que sejam tomados em atenta 
consideração. Estes fatores caracterizam-se por suas fortíssimas cargas 
energéticas e intenso dinamismo”.(2007 p.126). 
O amor é que nos move. Ele é como um dínamo, ou seja, está sempre 
em movimento, vivo, latente, precisa apenas que seja conduzido de forma 
sábia essa energia que nos faz viver em comunhão plena com Deus e 
principalmente com nós mesmos. 
 
 
 
 
 
26
2.2. O caráter arteterapêutico das parábolas 
 
As parábolas são pedagógicas e terapêuticas no sentido que levam a 
descoberta de si mesmo, suas potencialidades, flexibilidades e sensibilidades. 
Cria um dinamismo, um estado de ânimo, como diz-nos Medeiros e Branco: 
“Este ato de contar histórias, como meio de afagar a alma, seja por 
meio de uma moral ou divertimento, geralmente apresentava uma 
figura significativa dentro da narração, o herói, que, em alguns 
momentos, era representado encarnando as forças da natureza e, em 
outros momentos, encarnando aspectos da condição humana – de 
acordo com os problemas a serem solucionados – e que faz parte do 
inconsciente coletivo, ou seja, faz parte da realidade vivida pelo 
homem”.(2008, p.33) 
Este efeito terapêutico só é possível quando a pessoa se dispõe a ouvir, 
quando não estabelece padrões de comportamentos para que possa 
transcender em suas emoções. Deste modo, “Jesus quebrava constantemente 
os próprios paradigmas. Não havia rotina. Seus gestos e comportamentos 
surpreendiam de tal modo seus discípulos, que, pouco a pouco, foram 
lapidando suas personalidades”(Cury, 2006 p.22). A intenção é vencer o 
engessamento que toma conta das mentes ganhando com isso uma qualidade 
de vida. Jesus respeitava a individualidade de cada um, queria quebrar a 
paralisia afetiva, vencer as barreiras da emoção. 
Urrutigaray disserta que “a arte, como função terapêutica e pedagógica 
tem muito a contribuir nessas mudanças de atitude e comportamento, 
favorecendo o desenvolvimento pessoal”. (2006 p.94). Assim, Jesus indicava 
nas parábolas que atitude deveria tomar para se libertar da escravidão, dos 
vícios e dos preconceitos. Ele usava uma linguagem muito clara, direta, a da 
emoção. Os discípulos “aprenderam a não ter medo de admitir as próprias 
fragilidades e de expressar seus sentimentos. Aprenderam a não ter medo de 
amar e chorar”. (Cury, 2006 p.63). Saber expressar os sentimentos, aprender a 
detectar o que está acontecendo, e exterioriza-los, era assim que Jesus queria 
 
 
 
 
27
que todos exercessem a sua condição de seres humanos com dignidade e 
amor por si mesmos. 
 
 
 
 
28
CAPÍTULO III 
 
A Arteterapia no Ensino das Parábolas: 
As Vivências e as Técnicas 
 
Pretende-se neste capítulo mostrar como se vivencia as parábolas e 
quais as técnicas utilizadas para sua apreensão. Nas reuniões com os 
crismandos, utiliza-se músicas que possam relaxar, e então são contadas as 
parábolas para que sejam assimiladas e postas em prática no dia a dia de 
cada adolescente. As emoções são canalizadas no sentido de aprender a 
interpretar as parábolas e direcioná-las em atividades artísticas específicas e 
onde elas poderão ser úteis na vida de cada participante. Com as vivências e 
as técnicas, visa-se estimular a aprendizagem de uma maneira lúdica, mais 
participativa, real e prazerosa. 
 
3.1.O Desenvolvimento das atividades 
Na primeira parábola sobre “O Semeador” foi utilizado um relaxamento 
antes de iniciar a contação da parábola. Os adolescentes ficaram em círculo e 
foi pedido que ao som da música se movimentassem pela sala. Antes do 
término da música foi solicitado que voltassem ao lugar e ficassem até o final 
com os olhos fechados e em silêncio. Ao término da mesma, foi indicado que 
trabalhassem a parte que mais foi tocada com a parábola, utilizando a técnica 
da colagem com diversas sementes, casca de árvores e folhas. 
 
 
 
 
29
Nesta atividade, busca-se nos materiais ideias que possam expressar e 
comunicar os sentimentos e emoções em relação ao tema proposto, ajudando 
na concentração e na estruturação da vida de cada um.A parábola da Ovelha Perdida foi iniciada com alongamento. Esticar o 
corpo, respirar calmamente, acordar para que possa ter um bom rendimento e 
conexão consigo mesmo. Após a sessão de alongamentos utilizamos o teatro 
como forma de expressão corporal e de vivenciar mais plenamente esta 
parábola. Após a encenação houve questões interrogativas acerca da parábola 
e o que ela representa na vida de cada um e o que podemos apreender com a 
história contada. 
A última parábola do Filho Pródigo foi proposto um relaxamento inicial 
utilizando a cadência da respiração, o alongamento do corpo, sentindo cada 
parte e abraçando-o. Após a expressão corporal, foi sugerido que cada 
participante pudesse sentar-se em uma posição confortável para a contação 
da história. Ao final da mesma, foi solicitado que cada um modelasse em argila 
algum objeto ou personagem que lhe tenha sensibilizado. Após a confecção, 
os trabalhos foram agrupados e, a partir dos objetos, foi criada uma história 
com esses personagens. 
O efeito da modelagem atua nas sensações físicas e viscerais, como 
também no sentimento e cognição. A argila age como transformadora de um 
estado de desencontro para um estado de equilíbrio. Por ser um material de 
fácil manuseio e maleabilidade plástica, possibilita a expressão artística. 
Favorece ao manipulador a libertação das tensões, fadigas e depressões, pois 
é um material vivo e de ação calmante. Trabalha também a coordenação 
motora. 
 
3.2.Os materiais para oficina e Resumo das Técnicas 
O conhecimento das possibilidades e recursos dos materiais são de 
grande ajuda ao arteterapeuta. O que irá definir a linguagem e a função 
 
 
 
 
30
terapêutica dos materiais são as associações dos mesmos, com as diferentes 
técnicas e recursos das artes que se pretende usar durante o encontro. As 
técnicas expressivas auxiliam no desenvolvimento cognitivo, possibilitando a 
criação de representações. Essas atividades também possibilitam o 
desenvolvimento do pensamento, da reflexão e da resolução dos conflitos 
internos do indivíduo, adquirindo este uma linguagem própria. 
Os materiais usados na primeira história foram sementes diversas, 
cascas de árvores e folhas colhidas no local, cola e papel A3, para a confecção 
de uma parte do texto que possa ter sensibilizado a pessoa. Utilizou-se 
também música para relaxamento. É chamada de colagem a técnica criativa 
que tem por procedimento juntar, na mesma superfície, duas ou mais imagens, 
cada uma de origem diferente da outra. É uma técnica descontraída, agradável 
que proporciona o silêncio, concentração e atenção para detalhes. Desenvolve 
a imaginação, que leva a viajar na figura, a trabalhar com cores e formas. 
Propôs-se uma peça teatral com base na segunda parábola. O roteiro foi 
idealizado pela turma com pesquisa sobre os costumes da época tendo 
também inserido figurino. Foram utilizados painéis com desenhos de 
montanhas, rochas e de ovelhas feitos pelos próprios crismandos para a peça. 
Apesar de ser uma forma muito prazerosa de treinar a memória, a 
desenvoltura e a expressão corporal, o teatro favorece o relacionamento social 
e a auto-expressão. 
Na última parábola foi utilizada a argila já que a mesma permite ser 
modelada e manipulada de várias maneiras, dando liberdade de novas 
possibilidades criativas. Trabalha o concreto, a realização tridimensional, a 
reflexão, a construção e a reconstrução, a ordem e o caos, o sujo e limpo. A 
argila desenvolve a coordenação motora, as habilidades, o equilíbrio. Faz-se 
também um exercício com as mãos, amassando a argila permite-se conectar 
com o interior, favorecendo uma catarse. Este material trabalha a musculatura, 
pois tem que amassar e puxar. É um ritual de tocar, sentir, dialogar com o 
mesmo. 
 
 
 
 
31
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
Pesquisou-se neste trabalho monográfico, a possibilidade de inserir a 
arteterapia como auxiliar no ensino evangélico, aqui tratando-se de parábolas 
cristãs. A necessidade de adaptação da contação e assimilação das histórias 
cresceu com a constante insatisfação dos jovens em relação aos ensinos que 
não poderiam ser didáticos, metódicos, visto que eles passam o dia em sala de 
aula, mas sim, dinâmicos e mais participativos, trazendo esses ensinamentos 
para os dias atuais sem deixar de ter o caráter da doutrina cristã. 
À luz dos ensinamentos deixados por Jesus que é o Mestre dos Mestres, 
aprendemos que amar significa, primeiro, se aceitar e buscar não ser vítima de 
problemas mal resolvidos. Como postula Cury, “o ser humano pode viver 
amordaçado dentro de si, ainda que sua língua esteja livre para falar. (...) 
Aprendemos que somos vítimas e vilões de nós mesmos”. (2008 p.47). 
Entende-se que arrogância e autoritarismo não combinam com amor, 
flexibilidade e brandura. 
 A contação e vivência das parábolas ensinam algo novo e essencial ao 
crescimento e amadurecimento dos adolescentes. E esse aprendizado só é 
possível quando há abertura do coração e mente para captação e exploração 
das sensações que se sobrepõem quando é levada a arte para sensibilizar 
esses jovens. Essa viagem ao inimaginável através da pintura, música, poesia, 
dança e também das cores, texturas, formas, manifestam a beleza, sendo 
agradável aos olhos e aos sentidos. 
Na arteterapia a preocupação não seria com a estética, mas sim, com o 
fazer arte no sentido de captar as emoções que estão aprisionadas no 
inconsciente. Cury relata que Jesus não era vítima das circunstâncias, por isso 
 
 
 
 
32
permanecia calmo mesmo quando o mundo parecia desabar sobre ele. (2006, 
p.52). Assim sendo, é possível trabalhar toda uma carga energética, não se 
deixar impregnar por coisas tão pequenas que podem tirar a paz, consolidando 
assim, uma ação terapêutica que é abrangente e holística. “Busca-se a 
individuação de cada um, onde se compreende as transições e transformações 
em direção a tornar-se um “in”-divíduo, aquele que não se divide face às 
pressões externas”. (In: Philippini, 2001). 
Conviver harmonicamente com as emoções e saber amar plenamente é a 
tônica dos ensinamentos deixados por Jesus e enfatizados pela arteterapia. 
Ela estimula a imaginação e criatividade, facilitando a expressão de 
sentimentos difíceis de verbalizar através de diversos materiais expressivos, 
permitindo, com isso, abrir os canais de comunicação. 
 
 
 
 
33
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BÍBILIA SAGRADA. Editora Ave-maria, 126a edição. 
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – Edição Típica Vaticana. SP: Edições 
Loyola. 2000. 
COSTA, Marília R. Maia. Valores, reflexões e práticas no dia-a-dia da sala de 
aula. RJ: WAK Editora. 2006. 
CURY, Augusto. O Mestre do Amor. RJ: Sextante. 2006 
_____________. O Código da Inteligência. RJ: Thomas Nelson Brasil/Ediouro. 
2008. 
DE OLIVIER, Lou. Psicopedagogia e Arteterapia. Teoria e prática na aplicação 
em clínicas e escolas. RJ: WAK Editora. 2007. 
FADIMAN e FRAGER, James e Robert. Teorias da Personalidade.SP: 
HARBRA. 2002. 
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. 1995. 
MEDEIROS e BRANCO, Adriana e Sonia. Contos de Fada, vivências e 
técnicas em Arteterapia. RJ: WAK Editora. 2008. 
MILITÃO, Albigenor e Rose. S.O.S.: Dinâmica de Grupo. R.J: Qualitymark 
Editora, 1999. 
OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 
1999. 
PHILIPPINI, Ângela. Mas o que é mesmo arteterapia? Revista Imagens da 
Transformação. RJ: Pomar, Volume 5, setembro, 1998. 
 
 
 
 
34
_____________ Cartografias da Coragem. RJ: Pomar, 2001. 
_____________ Universo Junguiano e Arteterapia. Coleção de Revistas de 
Arteterapia “Imagens da Transformação” – RJ: Pomar, Volume II, 1995. 
SILVEIRA, NISE DA. JUNG - Vida e Obra. SP: Editora Paz e Terra S/A, 2007. 
TOLSTOI, Leon. O que é Arte? A polêmica visão do autor de Guerra e Paz. 
SP: Ediouro, 2002. 
URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas 
imagens. RJ: WAK Editora.2006, 3a ed. 
______________ Interpretando Imagens, Transformando Emoções. RJ: WAK 
Editora. 2007. 
Gravação em sala de aula. 
 
 
 
 
 
 
 
35
 
ÍNDICE 
 
FOLHA DE ROSTO 2 
AGRADECIMENTOS 3 
DEDICATÓRIA 4 
EPÍGRAFE 5 
RESUMO 6 
METODOLOGIA 7 
SUMÁRIO 8 
INTRODUÇÃO 10 
CAPÍTULO I 
A arteterapia como instrumento facilitador na Evangelização 12 
1.1 – O porquê da arte ser terapêutica 15 
1.2 – A arteterapia na Igreja 17 
CAPÍTULO II 
As parábolas de Jesus 19 
2.1 – O grande arteterapeuta: Jesus 23 
2.2 – O caráter arteterapêutico das Parábolas 26 
CAPITULO III 
As vivências e as Técnicas nas Parábolas 28 
3.1 – O desenvolvimento das atividades 28 
3.2 – Os materiais para oficina e resumo das técnicas 29 
CONCLUSÃO 31 
BIBLIOGRAFIA 33 
ÍNDICE 35 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 36 
 
 
 
 
 
 
36
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
 
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
 
 
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR 
NA EVANGELIZAÇÃO 
 
 
ALUNA: SUELY CASSIA CAMARA FERNANDES 
 
DATA DA ENTREGA: 
 
AVALIADA POR: GENI LIMA 
 
CONCEITO: 
	AGRADECIMENTOS
	Milton Nascimento - ANIMA
	SUMÁRIO
	FOLHA DE ROSTO							 2
	AGRADECIMENTOS							 3
	FOLHA DE AVALIAÇÃO
	UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
	INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
	PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
	ALUNA: SUELY CASSIA CAMARA FERNANDES

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