Buscar

Aristóteles: Vida, Pensamento e Teorias

Prévia do material em texto

Aristóteles 
Aristóteles nasceu em Estagira na Macedônia em 384 a.C. O Estagirista abandonou 
sua cidade natal para se tornar discípulo de Platão em sua Academia entre 18 e 38 
anos de idade, tendo se tornado seu mais importante aprendiz e crítico. Abandonou-a 
após a morte de seu mestre (Platão) e veio a se tornar preceptor (quem acompanha e 
orienta a educação de uma criança) de Alexandre Magno, mantendo relação 
conflituosa com o jovem conquistador. 
Fundou o Liceu, centro de estudos que propunha a investigar novas ideias acerca do 
homem e das coisas que moviam o mundo, uma clara influência de Platão. 
Seu pensamento diferia significativamente da concepção platônica, principalmente 
quanto à afirmação de que é possível se alcançar o conhecimento apenas no mundo 
inteligível, pois declarava ser possível encontrar a verdade no mundo material. 
Compreendendo a filosofia como pesquisa dos princípios, das causas e da natureza 
dos seres, Aristóteles classifica as formas de conhecimento de acordo com a temática 
investigada, distinguindo as modalidades de saber filosófico em ciências teoréticas, 
ciências prática e ciências técnicas. 
Assim como Platão, Aristóteles também procurou se dedicar à superação da questão 
de Parmênides e Heráclito de uma maneira diferente daquela realizada por seu 
mestre. 
Ele ousou discordar de Platão à origem e à produção do conhecimento. Ele não 
conseguia compreender a necessidade de existir um mundo inteligível semelhante ao 
mundo sensível em que vivíamos. Acreditava que isso apenas duplicava os 
questionamentos existentes. 
Para Aristóteles o mundo das ideias afastava o filósofo do conhecimento, pois era 
constituído de hipóteses sem sustentação lógica. 
Desde que um determinado raciocínio seja conduzido adequadamente – segundo os 
preceitos da Lógica, garante-se que a conclusão a que ele chega será verdadeira. 
Silogismo (argumento) → conclusão. O silogismo, para Aristóteles, era a forma mais 
adequada de estrutura lógica e pensamento 
Silogismo: encadeamento de duas premissas (uma geral e outra particular) que levam 
a uma conclusão particular. 
Exemplos de silogismo: 
- Silogismo válido: 
• Os mamíferos (A) respiram (B). 
• O elefante (C) é um mamífero (A). 
• Logo, o elefante (C) respira (B). 
- Silogismo inválido: 
• Todo animal é perigoso. 
• O gato é um animal. 
• Logo, o gato é perigoso. 
Em suas reflexões no âmbito da lógica, Aristóteles procura delinear as formas de 
raciocínio que conduzem a conclusões válidas, necessárias e demonstradas de modo 
racional, desenvolvendo, então, sua clássica teoria do silogismo. 
De acordo com Aristóteles, é necessário compreender o ser a partir de suas 
particularidades para compreender sua especificidade. Tais particularidades são 
chamadas de termos ou categorias. Todo ser, por exemplo, apresenta substância, 
aquilo que o ser (a coisa) efetivamente é, sua essência, seu significado. 
Retomando a questão do ser, Aristóteles pretendeu resolver a contradição entre o 
caráter estático e permanente do ser em oposição ao movimento e à transitoriedade 
das coisas. 
Aristóteles propôs uma nova interpretação ontológica, segunda a qual em todo ser 
devemos distinguir: o ato e a potência. 
– Ato: a manifestação atual do ser, aquilo que já existe; 
– Potência: as possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que 
ainda não é mas pode vir a ser. 
Devemos, também, distinguir em todos os seres existentes: 
– A substância: aquilo que é estrutural e essencial do ser. 
– O acidente: aquilo que é atributo circunstancial e não-essencial do ser. 
Teoria das quatro causas: causalidade – a passagem da potência ao ato não se dá por 
acaso: ela é causada. 
- Causa: tudo aquilo que determina a realidade de um ser. 
A partir desta concepção, Aristóteles desenvolveu a teoria das causas identificadas em 
número de quatro pelo próprio filósofo: 
Tipos de causas fundamentais: 
– Causa material (aquilo de que o ser é feito) 
– Causa formal (a ideia que dá forma ao ser) 
– Causa eficiente (a força que promove a transformação da matéria na 
ideia concebida) 
– Causa final (a finalidade do movimento de transformação) 
No caso do conhecimento sobre o homem, a realização de sua felicidade só é possível 
se for entendido o fim de suas ações. Dai a preocupação com a ética e com o 
equilíbrio. 
De acordo com Aristóteles, o filósofo possui virtudes intelectuais, enquanto que o 
prudente afirma virtudes éticas. As virtudes intelectuais concernem à teoria, e as 
virtudes éticas, à prática. 
 Segundo Aristóteles a política é essencialmente unida à moral, porque o fim último do 
Estado é a virtude, isto é a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios 
necessários para isso. O Estado é um organismo moral. 
No governo da cidade, deveria existir uma relação entre ética e política, na qual o 
prudente legislaria e sempre levando em consideração os interesses comuns, o bem 
público. 
O ato de legislar corresponde a um ato de justiça. Assim prudência e justiça se 
equivalem nos campos da ética e da política. Aristóteles escreveu sua obra Política, na 
qual se dedica ao estudo do Estado (a cidade-estado, mais especificamente). 
Aristóteles faz uma classificação dos regimes políticos usando dois critérios: número 
de pessoas que participam da tomada de decisão e o segundo à sua excelência, 
assim ele afirmava que o governo podia ser exercido por uma pessoa, por alguns ou 
por muitos. Isso é: realeza, aristocrático, popular e constitucional. 
A partir disso, ele afirmava que um governo só poderia ser bom ou justo quando fosse 
exercido para o bem de todos. As formas de governo para Aristóteles podem ser 
legítimas ou não legítimas. 
São legítimas: 
• Monarquia (um governa para todos) 
• Aristocracia (os melhores governam para todos) 
• Politeía (república) 
• São não legítimas: 
• Tirania (um governa para si) 
• Oligarquia (ricos governam para eles) 
• Democracia (pobres governam para eles) 
Aristóteles chegou a afirmar que o desejável era a criação de um sistema político que 
envolvesse pobres e ricos, o povo e a aristocracia, como forma de exercício de um 
equilíbrio entre apetites (interesses particulares) que seria benéfico à coletividade. 
Assim, o sistema misto evitaria a corrupção e os desvios daquilo que era considerado 
o bem comum e, dessa forma, a justiça seria feita na pólis. A isso denominava-se 
politeía (regime de todos os homens livres, ricos e pobres, atuando para o bem).

Continue navegando

Outros materiais