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Aulas Completas: Jornalismo Impresso - Regina Zandomênico

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3p Jornalismo Impresso - Regina Zandomênico 
1 A importância da História
Heródoto “pensar o passado para compreender o presente e 
idealizar o futuro”.
Os primeiros registros da comunicação humana foram as pinturas 
rupestres: zoomórfico (animais), antropomórfico (homens) e símbolos 
(sem sentido aparente).
As pinturas rupestres representam muito mais do que apenas o 
cotidiano dos povos primitivos. Elas podem ser entendidas como uma 
forma de linguagem visual, que acabam contribuindo 
significativamente para a compreensão dos primeiros passos dados 
pelo ser humano em direção da comunicação.
A evolução da comunicação:
- pinturas rupestres;
- verbal;
- pictografia (egípcios);
- escrita (grego);
- de massa/impressão (Gutenberg);
- informática e multimídia.
Gutenberg percebeu a possibilidade de unir um tipo móvel a outros 
para formar as palavras e frases, criando assim um modelo com menor 
custo econômico e com mais eficiência.
O jornalismo impresso
O jornalismo, como o conhecemos atualmente, só surgiu com o 
movimento de ascensão da burguesia ao poder, bem como graças ao 
movimento de eliminação da censura, no século XVIII.
O primeiro registro do uso do termo jornal data de 5 de janeiro de 
1665 por Jean-Baptiste Colbert, chamado Journal des Sçavans.
O primeiro jornal diário do mundo foi o britânico The Daily Courant e 
utilizava somente a parte da frente de uma folha, no seu verso estavam 
anúncios.
Em 10 de setembro de 1808, iniciou-se a circulação da Gazeta do 
Rio de Janeiro, tratava-se da publicação oficial da Coroa.
O jornalismo, já naquela época, funcionava como estrutura de 
resistência ao modelo social imposto.
A imprensa de oposição existente na época era o jornal denominado 
Correio Braziliense ou Armazém Literário. Uma publicação produzida 
fora do Brasil, mas que chegava ao nosso país clandestinamente por 
navio. O jornal era editado por Hipólito da Costa, um português que 
estava exilado em Londres. A publicação fazia grande pressão pela 
liberdade de imprensa, sendo contrário ao domínio de Portugal sobre a 
Colônia.
Correio da Manhã, publicação do Rio de Janeiro criada por 
Edmundo Bittencourt, em junho de 1901.
Diário de Pernambuco, de Recife, Folha de São Paulo e Estado de 
São Paulo, ambos da capital do estado de São Paulo.
Era o meio pelo qual grande parte da sociedade se informava sobre 
os diversos acontecimentos.
2 Informação e Notícia
Para exercer sua função com responsabilidade social, o bom 
jornalista precisa entender a informação e saber como interpretá-la 
para o seu público. Essa interpretação nada mais é do que a 
transformação de um fato ou de uma informação em notícia.
A história do jornalismo impresso remonta a sua ligação com 
o publicismo, cuja principal característica era divulgar orientações e 
interpretações políticas de interesse comercial e político.
As pessoas costumam avaliar o jornalismo por um único critério. Ele 
será bom quando o que for relatado apontar uma interpretação 
favorável e mal quando isso não acontecer.
A vertente do jornalismo voltada ao sensacionalismo, diretamente 
ligado ao século XIX, começa a ser discutida quando na história da 
imprensa o jornal passa a preocupar-se com a emoção e a 
sensibilização. 
É no final do século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos, 
que um novo modelo de jornalismo nasce e prospera. Estabeleceu-se, a 
partir daí, que a informação jornalística passaria a trazer dados colhidos 
juntos às fontes, testemunhos de um fato e confrontados com outros, a 
fim de uma aproximação com a realidade.
Esse novo modelo é chamado de lei de três fontes por Nilson Lage 
(2001), isto é, uma mesma versão de um fato deve ser contada por três 
pessoas para ser tomada como verdadeira.
A informação no jornalismo primeiramente precisa sobreviver ao 
processo de filtragem jornalística para então, após confirmada sua 
veracidade ganhar uma versão que chegará até os leitores.
A informação tratada gerará a notícia que será consumida.
Notícia é uma compilação de fatos e eventos de interesse ou 
importância para os leitores do jornal que a publica (Neil MacNeil 
[1923-2008]).
Para isso, o jornalismo torna-se o principal difusor de informações e 
notícias.
3 Critérios de Noticiabilidade
É importante nos perguntarmos: o que torna um fato e/ou 
informação em uma notícia? Todos os acontecidos devem virar notícia? 
Há algum padrão para a escolha e seleção dos fatos noticiosos? Ou 
simplesmente é o jornal que escolhe o que quiser publicar?
Noticiabilidade
Conjunto critérios que julgam se determinado fato/acontecimento 
merece receber o tratamento jornalístico ou se possui valor como 
notícia. Uma notícia ganha valor porque ela precisa ter interesse do 
público, caso contrário não é lida e nem vendida.
Os jornalistas ou “profissionais da notícia” atuam como porteiros da 
informação, deixando passar algumas e barrando outras, na medida em 
que escolhem o que é notícia e o que não é. Esse profissional nós 
–
–
–
–
–
chamamos de gatekeeper.
4 Técnicas de Construção da Notícia
Nilson Lage, 2001, “Trata-se, portanto, da produção cultural 
intrinsecamente relacionada à concretização da História.”.
Diferente de outros tipos de linguagem, o estilo do texto jornalístico 
se pauta pela veracidade das informações, a ordem que os fatos são 
relatados e as informações complementares que dão credibilidade 
tanto ao texto quanto a quem o escreveu.
Métodos de desenvolvimento textual:
Boa apuração;
Objetividade, buscando a imparcialidade;
Proximidade com a temática;
Linguagem simples.
5 Gêneros e formatos jornalísticos
Perspectiva histórica dos gêneros e formatos jornalísticos
Em 1953, o francês Jacques Kayser realizou uma pesquisa pioneira 
sobre o jornalismo semanal comparado, a pesquisa foi intitulada Une 
semaine dans le monde, de acordo com a nossa tradução “Uma 
semana no mundo”.
Protagonistas na abertura dos caminhos em torno da observação 
do conteúdo e da formas dos jornais:
José Fernandes (Quito), fundador do Centro Internacional de 
–
–
–
–
Estudos Superiores de Jornalismo para a América Latina 
(CIESPAL), apoiado pela UNESCO;
Irene Tetelowska (Cracóvia) propôs uma classificação singular aos 
gêneros jornalísticos: informação pura, informativos e publicitários;
José Luís Martinez Albertos (Pamplona), difundiu a proposta de 
Kayser;
Luiz Beltrão (Recife), fundador do Instituto de Ciências da 
Informação na UNICAP, produzindo uma trilogia dos gêneros 
jornalísticos.
Gêneros e formatos
No Brasil, Luiz Beltrão foi o primeiro a dedicar-se à compreensão 
dos gêneros, categorizando em três: informativo (notícia), interpretativo 
(reportagem) e opinativo (editorial).
José Marques de Melo, aluno de Beltrão, publicou o livro Jornalismo 
Opinativo no ano de 1985 baseando-se em dois critérios para pensar a 
classificação da produção jornalística: a intencionalidade do relato feito 
no texto jornalístico; e a natureza da estrutura do texto.
Como furto de suas reflexões, Manuel Carlos Chaparro, 
pesquisador entusiasta de Melo, afirma que o jornalismo teria apenas 
dois gêneros: comentário e relato.
1.
–
–
–
A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da 
Comunicação, popularmente conhecida com Intercom, que realiza 
anualmente o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, criou 
em 2009, um Grupo de Pesquisa em Gêneros Jornalísticos, onde 
anualmente pessoas de diversas regiões do Brasil apresentam seus 
trabalhos e pesquisa sobre o tema.
Embora hajam muitos estudos e classificações, a mais utilizada pela 
doutrina é a de José Marques de Melo.
Gêneros e formatos jornalísticos classificados por José Marques:
Informativo: nota; notícia; reportagem; entrevista. É a articulação 
que existe, entre os acontecimentos cotidianos e reais da nossa 
sociedade e a produção jornalística sobre esses acontecimentos. 
Nota: relato de acontecimento cujas informações não são 
plenamente conhecidas;
Notícia: acontecimentos cotidianos e fatos recentes, seu elemento 
definidor é o relatodo jornalista respondendo as perguntas do 
lead;
Reportagem: aborda assuntos, diferentemente da notícia que trata 
de fatos. É um relato ampliado;
–
2.
3.
4.
5.
Entrevista: permite ao leitor conhecer opiniões privilegiando a 
versão de um ou mais protagonistas.
Opinativo: editorial; comentário; artigo; resenha; coluna; crônica; 
caricatura; carta.
Interpretativo: dossiê; perfil; enquete; cronologia
Utilitário: indicador; cotação; roteiro; serviço
Diversional: História de interesse humano; História colorida
6 Gêneros e formatos jornalísticos - Opinativo e 
Interpretativo
Opinativo
Todos nós somos constituídos a partir de um conjunto de diversas 
referências que de algum modo vão impactar em nosso processo de 
seleção e de organização das informações.
José Marques de Melo propõe oito formatos para o gênero 
opinativo:
1) Editorial, interesses do grupo mantenedor;
2) Comentário, conteúdo de responsabilidade de quem o produz;
3) Artigo, especializado em um tema;
4) Resenha, relacionada a produtos culturais;
5) Coluna, avalia repercussões reais ou fictícias;
6) Crônica, brasileira, relato poético do real;
7) Caricatura, opinião ilustrada;
8) Carta, espaço do leitor em veículo impresso.
Interpretativo
Se estabeleceu no Brasil, na década de 1960, quando foi criado o 
Departamento de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil, 
segundo informações de Paulo Roberto Leandro e Cremilda Medina.
A principal característica do gênero interpretativo é justamente o 
aprofundamento. 
Diante deste contexto, percebeu-se a necessidade da 
documentação, do arquivamento de jornais, para que essas 
publicações fossem usadas como fonte de pesquisa posteriormente.
Os formatos do jornalismo interpretativo seriam: 
1) Dossiê (mosaico de informações); 
2) Perfil (relato bibliográfico); 
3) Enquete; e 
4) Cronologia (reconstrução dos fluxos do acontecimento).
7 Gêneros e Formatos Jornalísticos - Utilitário e 
dimensional
Diversional
Preencher o momento de ócio das pessoas, não tem intensão 
factual: por interesse humano e histórias coloridas.
A história de interesse humano é um formato que constrói a 
narrativa a partir da exploração dos elementos da vida do personagem.
Segundo Marques de Melo (2006), é a “Narrativa que privilegia 
facetas particulares dos “agentes” noticiosos. Apesar da apropriação 
de recursos ficcionais, os relatos devem primar pela ‘verossimilhança’ 
sob o risco de perder a ‘credibilidade’. À flor da pele de João Valadares.
A história colorida é o formato que explora detalhes e cenários que 
envolvem o fato.
De acordo com Marques de Melo (2006), é constituída por “relatos 
de natureza pictórica, privilegiando tons e matizes na reconstituição 
dos cenários noticiosos. Não obstante a presença do repórter no 
cenário noticioso, ele se comporta como um ‘observador distante’, 
enxergando detalhes não perceptíveis a olho nu”.
O resgate das formas literárias de expressão que, em nome da 
objetividade, do distanciamento pessoal do jornalista, enfim, da 
padronização da informação de atualidade dentro da indústria cultural, 
foram relegadas a segundo plano, quando não completamente 
abandonadas, Marques de Melo, 2003.
A preocupação mais centrada no estilo, na narrativa, na linguagem e 
na forma de escrita que deve ser atrativa do que de fato na própria 
informação. 
Entre as discussões propostas por Francisco de Assis está, por 
exemplo, a explicação sobre nomenclaturas. Aliás, quando explicamos 
acima que a preocupação do jornalismo diversional é mais estética do 
que informativa você deve ter se perguntado: mas isso não é jornalismo 
literário? Francisco de Assis (2011) esclarece que: “às vezes, utilizados 
de modo equivocado – para a mesma prática, como “novo jornalismo”, 
“literatura da realidade”, “escrita criativa de não-ficção”, “literatura do 
fato”, “jornalismo narrativo”, “jornalismo de livros”, “jornalismo 
degustativo”, “narrativa jornalística”, “jornalismo informativo de criação”, 
“parajornalismo” e “jornalismo literário” [...], sendo esse último, muito 
provavelmente, o mais conhecido ou mais bem aceito.”
Gênero Utilitário
Ele cresce e se desenvolve com a sociedade atual para atender as 
necessidades dela. As pessoas querem respostas rápidas e precisas 
daquilo que precisam.
Segundo José Marques de Melo (2008), “o gênero utilitário tem 
marco no final do século XX, sua legitimação se dá com mais vigor nas 
sociedades povoadas pelos cidadãos consumidores”.
Espaços onde se pode encontrar determinado serviço, horário de 
atendimento, documentos necessários e demais informações 
instrucionais são sempre abordados pelo gênero utilitário que visa a 
facilitar o dia a dia do cidadão. Isso acontece de diversas formas, 
dentre elas: Guias, listas, conselhos, mapas e ainda como 
complementos de matérias informativas.
Formatos do jornalismo utilitário classificados por José Marques de 
Melo:
Indicador Dados fundamentais para a 
tomada de decisão cotidiana 
(cenários econômicos, 
meteorologia etc.).
Cotação Dados sobre a variação dos 
mercados: Monetário, indústrias, 
agrícolas, terciários.
Roteiro Dados indisponíveis ao consumo 
de bens simbólicos.
Serviço Informações destinadas a 
proteger os interesses dos 
usuários dos serviços públicos, 
bem como dos consumidores de 
produtos industriais ou de 
serviços privados.
Análise dos formatos do gênero utilitário na Folha de S. Paulo:
Indicador Corresponde aos indicadores 
econômicos e de mercado, 
também aparece como necrologia 
(avisos de mortes e missas de 7° 
dia), meteorologia, indicação de 
como deve funcionar o trânsito 
(rodízio de carros), entre outros 
exemplos.
Cotação Dados monetários, agrícolas, 
cotação de moedas no dia, 
cotação de filmes (número de 
estrelas) e demais cotações. 
Muito presente nas chamadas de 
capa, mas também nos cadernos 
de economia.
Roteiro A maioria das vezes é 
representado por informações 
sobre filmes que estreiam no 
cinema. Os roteiros são 
importantes para o leitor que 
busca futuramente consumir bens 
simbólicos. Mais representativo 
nos cadernos culturais.
Serviço Este formato se apresenta de 
diversas formas e em vários 
cadernos dos impressos 
estudados. Um dos exemplos é 
quando o jornal presta serviço ao 
leitor, levando a ele uma resposta 
de uma reclamação ou dúvida, 
geralmente relacionada a um 
órgão público. Mas também se 
nota o serviço em suplementos, 
quando o jornal oferece 
informações sobre as novidades 
do mercado, ajuda o consumidor 
na escolha de produtos, 
apresenta uma série de 
informações, preços, onde 
comprar ou como adquirir certo 
produto.
“Não raro, o gênero utilitário se manifesta em forma de nota, notícia, 
reportagem, e até mesmo em entrevista para expressar um conteúdo 
que vai além do informe, exerce função de orientar, aconselhar e 
prestar informação útil.” VAZ, 2013. O estagiário que entrevistava 
familiares para obituário e fez reportagem sobre uma violinista famosa 
internacionalmente.
Classificação de gêneros feita por José Marques de Melo (2010)
Informativo Nota; Notícia; Reportagem; 
Entrevista
Opinativo Editorial; Comentário; Artigo; 
Resenha; Coluna; Crônica; 
Caricatura; Carta
Interpretativo Dossiê; Perfil; Enquete; 
Cronologia
Utilitário Indicador; Cotação; Roteiro; 
Serviço
Diversional História de interesse humano; 
História colorida
8 Produção em jornalismo impresso
A pesquisa para a construção da notícia
É uma técnica primordial para a construção dos caminhos a serem 
seguidos na pauta. Trata-se, de uma maneira de entender o assunto, 
apontando informações prévias que facilitem a contextualização do fato 
e possibilite ao repórter argumentações suficientes para trabalhar no 
processo de apuração da notícia.
A pauta nada mais é do que um caminho ou roteiro para uma boa 
produção de textos jornalísticos, a fim de organizar as ideias e a 
estrutura da notícia. Essa técnica surgiu na Revista Time com a 
intenção de programar as matérias quanto aos fatos que seriam 
apurados em acordo com a linha de orientaçãodo texto.
No jornal, a pauta ganhou destaque por melhor estruturar o lead, 
coletando inicialmente as respostas para as seis perguntas básicas. O 
Diário Carioca causou uma revolução na imprensa justamente pelo uso 
dessas técnicas. Logo mais, O Jornal do Brasil trazia uma das primeiras 
pautas estruturadas e completas no início da década, fruto de uma 
reforma iniciada no Diário Carioca.
Pauta Quente São aquelas que surgem de 
imediato e precisam ser apuradas 
o quanto antes. Geralmente são 
os casos policiais, escândalos 
políticos, mortes de figuras 
públicas, anúncios econômicos, 
jogos de futebol etc.
Pauta Fria Geralmente, nascem de uma 
observação de quem a produz, ou 
que trabalham um tema que não 
necessariamente precisa ser 
veiculado. Podem também surgir 
como um desdobramento de 
alguma notícia factual. E mesmo 
que sejam trabalhadas de uma 
maneira diferente das pautas 
quentes, as frias não deixam de 
ser importantes. São exemplos de 
pautas frias: uma matéria sobre as 
pessoas que trocaram o carro por 
uma bicicleta; o micro 
empreendedorismo como uma 
nova forma de trabalho; o projeto 
social que reúne crianças de um 
determinado bairro para retirar o 
lixo dos rios.
O bom repórter sempre irá pensar e propor pautas, independente 
se a sua função for fazer a cobertura e a apuração dos fatos.
–
–
–
–
–
–
–
Inteligência artificial faz reportagens em 11 países, filmes e isso foi 
tema de doutorado. Fazer levantamento de projetos aprovados pela 
Câmara nos últimos 6 meses, a pauta de aprovação do dia. 
Atendimentos no PROCON.
Não há um modelo de pauta pré-estabelecido, mas geralmente traz 
os assuntos principais que serão abordados a respeito do tema 
escolhido. Não é necessariamente escrita e nem sempre premeditada.
Definição do tema;
Editoria a que a pauta se destina;
Contextualização do assunto (fundamento, panorama histórico);
Encaminhamento;
Sugestão de perguntas;
Fontes;
Recursos.
Para a construção de uma pauta, é importante se manter a par de 
todos os acontecimentos do dia, se informando em jornais 
concorrentes, programas noticiosos de rádio e TV, ou dando atenção às 
sugestões do público. As redes sociais digitais (Facebook, Instagram e 
Twitter, mais precisamente) também são boas fontes de informação. 
Geralmente, os acontecimentos surgem nestas plataformas e só 
depois, após uma apuração prévia, os meios de comunicação 
disseminam suas notícias.
A pauta é uma proposta, um projeto de cobertura com o objetivo de 
planejar a edição, facilitar a interpretação dos fatos e viabilizar a 
pesquisa prévia. Além desses objetivos, é importante mencionar que a 
pauta busca diminuir gastos e esforços, já que se organiza melhor o 
tempo, a apuração e assegura quais serão as fontes a participar da 
apuração.
Fonte jornalística
As matérias jornalísticas, em sua maioria, não apenas contêm 
informações fornecidas pela pesquisa e observação direta do repórter, 
como também apresenta um conteúdo implementado por instituições 
ou personagens que testemunham ou participam de eventos de 
interesse público.
Lembremos da lei de três fontes onde o fato de uma mesma versão 
contada por três pessoas pode ser tomado como verdadeira.
O professor Nilson Lage (2001) incrementa que é dever do jornalista 
selecionar e questionar suas fontes, justamente pelo seu interesse em 
colher dados e depoimentos para apurá-los de acordo com as técnicas 
jornalísticas.
É importante lembrarmos que a relação entre jornalista e fonte não 
pode ser de amizade. Ademais, essa relação será uma luta de poderes, 
já que muitas das fontes se articulam para divulgar uma informação que 
seja conveniente a elas. 
1.
De fato, o jornalista não deve julgar, e sim pautar a notícia de 
interesse público.
Da mesma forma, todo cidadão tem direito à privacidade e, no 
jornalismo, no exercício da sua profissão, suas fontes podem ser 
preservadas.
Essa proteção foi especificada na Constituição Federal de 1988 e 
no capítulo II do Código de Ética do Jornalista Brasileiro, o Art. 5º expõe 
que é direito do jornalista resguardar o sigilo da sua fonte e no Art. 6º, 
que especifica o dever do jornalista em não colocar em risco a 
integridade de sua fonte e, também, daqueles com quem trabalha.
9 Técnicas da redação jornalística
A linguagem jornalística
A simplicidade no texto jornalístico é um dos fatores primordiais 
para atividade do profissional na produção de notícias. O uso de 
adjetivos ou qualquer outra expressão que denote opinião e 
posicionamento do profissional que a escreve deve ser evitada.
A principal diferença entre a linguagem jornalística e a literária é a 
função e o objetivo de quem a escreve.
Os profissionais do jornalismo precisam estar atentos a três pontos 
específicos no que diz respeito à informação:
Imparcialidade, é algo impossível, mas o jornalismo se leva em 
consideração o equilíbrio dos assuntos tratados, propondo sempre 
ouvir os dois lados;
2.
3.
Objetividade, método de descrever os fatos da forma que eles 
aparecem, abandonando as interpretações;
Veracidade.
A pesquisa para a construção da notícia
O levantamento do maior número de informações possível assegura 
a qualidade do trabalho final.
O lide (lead), já abordado em nossas aulas anteriores, é 
considerado a principal técnica utilizada na produção de notícias, tendo 
em vista que ele se configura como o primeiro e/ou segundo parágrafo 
estruturado para apresentar o fato mais relevante da série de fatos que 
compõem a notícia.
Essa técnica é a essência do jornalismo impresso adotada e 
exportada pelos Estados Unidos e, aos poucos, incorporada pelos 
jornais brasileiros. Seu objetivo é justamente informar imediatamente o 
leitor, através das primeiras linhas, o detalhe mais importante da 
notícia.
A composição dos elementos textuais jornalísticos em veículos 
impressos
Todo texto jornalístico publicado em um jornal impresso começa na 
capa. São reunidos, nesse espaço, os conteúdos principais que o leitor 
não pode ficar sem consumir.
É um tipo de cartaz jornalístico, onde se chama atenção aos 
principais fatos e acontecimentos da publicação. Demonstra muito bem 
o posicionamento e a linha editorial do veículo.
Todos eles, em sua maioria, reúnem os mesmos elementos textuais 
como espaço de síntese, para facilitar a leitura e trazer informações 
que chamem a atenção do leitor.
A editoria trata-se de uma das seções, organizadas em equipes, 
que formam a redação do jornal. São responsáveis pela cobertura de 
fatos/assuntos/acontecimentos relacionados ao seu campo temático.
Manchete é a notícia principal do jornal e recebe o título mais 
importante logo na primeira página do veículo impresso.
Chapéu indica o assunto do texto que vem logo abaixo dele.
Linha fina é a frase ou período sem ponto final que complementa o 
título e/ou dá outras informações.
Chamada é o texto curto localizado na primeira página cuja função 
é resumir as principais notícias do dia.
Olho é o trecho do texto destacado propositalmente no meio da 
página. Geralmente esse trecho é uma declaração marcante de alguma 
fonte específica, ou uma informação que traz um assunto de destaque 
na mídia.
O título é mais um elemento importante para uma matéria 
jornalística. Na maioria das vezes, ele é dado pelo próprio jornalista que 
escreveu a matéria, mas é possível ser mudado pela responsável da 
edição final do jornal. Para tanto, o repórter precisa trabalhar em 
parceria com o diagramador, já que as imagens precisam fazer sentido 
e trazer complemento ao texto.
É importante entendermos que nem todos os veículos impressos 
seguem esse modelo. Muitos deles não utilizam algumas técnicas, 
como é o caso da linha fina. Em O Globo, especificamente, podemos 
notar que o chapéu não foi utilizado na página em questão, já que a 
editoria ‘Rio’ classifica e declara sobre o que se trata a matéria 
jornalística.
É uma prática jornalística colocar o verbo no presente para “dar um 
ar” de novidade, embora o acontecimento tenha sido no dia anterior.“Morre aos 87 anos” ou “Brasil vence”. Procurar verbos discentes.
A produção em jornais impressos
O jornalista Claudio Abramo (1923-1987) divide em dois grandes 
grupos de profissionais conforme as funções em que atuam nas 
redações. De um lado encontram-se os pauteiros, fotógrafos, chefia de 
reportagem, subeditores e estagiários. Do outro lado, restam os 
profissionais que recebem o material, fazem a organização do material 
recebido, seleciona, reescreve, titula e finaliza. Esses dois grupos se 
resumem em produção e edição.
A edição final do trabalho dos repórteres que saíram a campo para 
fazer a apuração das notícias pautadas é realizada, finalmente, pelos 
editores que se encontram nas redações.
Além disso, são relevantes na hora de avaliar títulos, legendas, 
composição textual e imagética da página.
Portanto, é importante que o repórter esteja atento às mudanças 
propostas para não deixar que nada passe despercebido.
Atualmente, por exemplo, as redações seguem cada vez mais 
enxutas. Os repórteres agora não só escrevem como também fazem as 
fotografias, titulam as matérias e participam das edições finais.
O tempo para filtrar, checar e avaliar informações tem diminuído e 
isso é fator de preocupação na credibilidade e responsabilidade social 
do jornalismo.
O release, enquanto subsídio das assessorias, é o material 
informativo de acordo com os interesses particulares das assessorias.
●
●
●
●
Levando em consideração a responsabilidade ética do jornalismo, 
as assessorias serviriam, portanto, como reforços para a produção e 
construção de notícias.
10 Técnicas de entrevista em jornalismo
A entrevista é um dos principais instrumentos usados pelos 
jornalistas para exercer a apuração das informações que são 
indispensáveis para a sua produção jornalística. É através dos dados 
obtidos nas entrevistas que o repórter constrói seu texto, seja com 
declarações citadas entre aspas ou em formato pingue-pongue, 
também conhecida como perguntas e respostas.
O conceito de entrevista
Em seu livro A imprensa informativa, Luiz Beltrão (1969) define a 
entrevista como a técnica de obter matérias de interesse 
jornalístico por meio de perguntas e respostas.
José Marques de Melo define entrevista, em sua obra Gêneros de 
Comunicação Massiva como um relato que privilegia a versão de 
um ou mais protagonistas dos acontecimentos.
Nilson Lage (2001), em seu clássico livro A reportagem: teoria e 
técnica de entrevista e pesquisa jornalística, argumenta que a 
palavra entrevista é ambígua, pois significa tanto diálogo com a 
fonte, como matéria publicada.
Luiz Amaral (1987) comenta que nos dois tipos de entrevista o 
jornalista funciona como um intermediário do leitor que tem 
interesse em ambas as abordagens. Diante do entrevistado, o 
jornalista é a própria representação do seu leitor, ou receptor, isso 
●
significa que o bom jornalista deve conhecer o seu público para 
que em ocasiões como a de realizar entrevistas faça perguntas 
que realmente representem o interesse da maioria. Trata-se de um 
exercício profissional trabalhoso. Muitas vezes, quanto maior é o 
interesse do jornal em conseguir a entrevista, menor o do 
entrevistado em concedê-la, e vice-versa., como matéria 
publicada.
As tipologias da entrevista
Diversos autores estruturaram propostas de tipologias para 
classificar entrevistas. Apresentaremos a seguir as principais.
A primeira tipologia que vamos estudar é a proposta por Edgar 
Morin (1986), que define a entrevista como uma comunicação pessoal, 
realizada com objetivo de informação e propõe a seguinte classificação:
Espetacularização Entrevista-rito, entrevista 
anedótica
Compreensão Entrevista diálogo, neoconfissões
Outra proposta de classificação é a desenvolvida por Cremilda 
http://simulado.estacio.br/alunos/template.asp?pagina=bdq_alunos_avaliacao_parcial.asp&nome_periodo=2020.1%20EAD#
Medina (1986), que entende a entrevista como uma técnica de 
obtenção de informações que recorre ao particular:
Espetacularização Perfil pitoresco, inusitado, da 
condenação e irônico
Compreensão Conceitual, enquete, investigativa, 
confrontação e humanizado
“Frank Sinatra está resfriado”, de 1965, é um perfil do cantor e uma 
referência neste modelo de entrevista.
Nilson Lage (2001) também propõe uma classificação. Para ele a 
entrevista é o procedimento clássico de apuração de informações em 
jornalismo. É uma expansão da consulta às fontes, objetivando, 
geralmente, a coleta de interpretações e a reconstituição de fatos. 
Vejamos a classificação proposta por ele:
Circunstâncias Ocasional, confronto, coletiva e 
diagonal
Objetivos Ritual, temática, testemunhal e 
em profundidade
Ocasional é a entrevista não programada, ou pelo menos, não 
combinada previamente com o entrevistado ou sua assessoria. O 
entrevistado pode dar respostas mais sinceras ou menos cautelosas do 
que tivesse se programado anteriormente.
Confronto o jornalista assume um papel quase que de inquisidor. 
Essa é uma tática comum em jornalismo panfletário, quando se 
pretende "ouvir o outro lado" sem lhe dar, na verdade, condições 
razoáveis de expor seus pontos de vista.
Coletiva é o momento em que um entrevistado é submetido a 
perguntas de vários repórteres, que por sua vez são oriundos de 
diferentes jornais. 
Dialogal são as entrevistas por excelência, pois são marcadas com 
antecedência, e reúnem entrevistados e entrevistador em um ambiente 
favorável para a realização da entrevista.
Ritual foco no que ele tem a dizer sobre determinado tema. Nilson 
Lage (2001) comenta que as declarações colhidas durante essas 
entrevistas ou são irrelevantes, ou esperadas, ou ainda mera 
formalidade a que, por algum motivo, se atribui dimensão simbólica.
Temática são as entrevistas que abordam uma temática específica, 
segundo Nilson Lage (2001), esse tipo de entrevista geralmente 
consiste na exposição de versões ou interpretações de 
acontecimentos.
Testemunhal de acordo com Nilson Lage (2001), esse tipo de 
entrevista funciona como um relato do entrevistado sobre algo de que 
ele participou ou assistiu.
Em profundidade não está em um tema específico, ou em um 
acontecimento em particular, o foco está centrado na figura do 
entrevistado. Nilson Lage (2001) afirma que a intenção deste tipo de 
entrevista é compreender a representação de mundo que o 
entrevistado constrói, uma atividade que desenvolve ou um viés de sua 
maneira de ser geralmente relacionada com outros aspectos de sua 
vida.
É sempre imprescindível que o jornalista tenha um repertório, ou 
seja, não fique restrito à informações de uma editoria específica, mas 
tenha um conhecimento mais abrangente sobre as demais áreas.

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