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FISIOTERAPIA_TOMO_II_17.09.2010 (1)

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Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tomo II 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
2 
 
Questão 1 
 
Questão 1.1 
O Capítulo da Saúde na Constituição Federal de 1988 afirma que a assistência à 
saúde deve abranger atividades curativas e, prioritariamente, atividades 
preventivas. Qual das diretrizes do SUS configura esta afirmação? 
A. Regionalização da assistência. 
B. Igualdade da assistência. 
C. Integralidade da assistência. 
D. Universalidade de acesso aos serviços de saúde. 
E. Hierarquização das ações de saúde. 
 
1. Introdução teórica 
 
Sistema Único de Saúde (SUS) 
 
A Constituição Federal garante a todos os cidadãos brasileiros ou 
moradores no País o direito à saúde. A garantia desse direito é responsabilidade 
do Poder Público nas esferas federal, estadual e municipal, por meio de 
políticas que visam reduzir o perigo de moléstias e que permitem a prática de 
ações e serviços de promoção, de proteção e de recuperação da saúde. A 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios assumem as tarefas de 
gerar a união e o intercâmbio dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), 
garantindo as ações e os serviços de saúde. 
O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquizado, em que 
cada parte (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exerce papéis e 
aptidões específicas; a ação conjunta desses agentes determina os níveis de 
gestão do SUS nas três esferas governamentais. 
Elaborado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei 
nº 8.080/90, admitida como a Lei Orgânica da Saúde, e pela Lei nº 8.142/90, 
 
1 Questão 17 - Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
3 
 
que aborda a participação da sociedade na gestão do sistema e das mudanças 
intergovernamentais de recursos financeiros, o SUS apresenta normas e 
regulamentos que obedecem às políticas e ações em cada subsistema. 
A sociedade, nos fins da Legislação, toma parte do programa por meio 
da participação nos Conselhos de Saúde, presentes na União, nos Estados e nos 
Municípios. 
O SUS apresenta como diretrizes a descentralização na gestão de 
serviços, a integralização das ações, a regionalização e a hierarquização das 
unidades prestadoras de serviços, a colaboração da sociedade (na formulação, 
no planejamento, no cumprimento e no balanço das ações de saúde) e o 
fortalecimento do papel do município. Fundamenta-se no propósito de que o 
acesso à saúde deve ser universal e gratuito, destacando, ainda, a obrigação de 
práticas mais humanizadas em saúde. 
Os gestores são as entidades incumbidas de fazer com que o SUS 
funcione adequadamente dentro das diretrizes e da lógica organizacional e que 
seja operacionalizado dentro dos preceitos estabelecidos. Existirão gestores nas 
esferas municipal, estadual e federal, cada esfera de atuação do SUS detendo 
um conjunto de funções. 
A esfera federal tem como gestor o Ministério da Saúde. Essa esfera é 
responsável pela formulação de políticas nacionais de saúde, pelo 
planejamento, pela normalização, pela avaliação e pelo controle do SUS em 
nível nacional. Também é responsável pelo financiamento das ações e dos 
serviços de saúde pela aplicação/distribuição de recursos públicos arrecadados. 
A esfera estadual de atuação do SUS é responsável pela descentralização 
para os municípios dos serviços e ações de saúde. O gestor é a Secretaria 
Estadual de Saúde. Suas metas envolvem a formulação da política estadual de 
saúde, a coordenação e o planejamento do SUS em nível estadual. Além disso, 
deve financiar as ações e os serviços de saúde por meio da aplicação e da 
distribuição de recursos públicos recolhidos. 
A esfera municipal de atuação do SUS tem como gestor a Secretaria 
Municipal de Saúde. Supre-se da formulação da política municipal de saúde e o 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
4 
 
fornecimento das ações e dos serviços de saúde, financiados com recursos 
próprios ou remanejados pelo gestor federal e/ou estadual do SUS. Ela controla 
e fiscaliza os serviços privados de saúde, além de realizar os serviços de 
vigilância epidemiológica e da saúde do trabalhador. 
É esperado que a população, por meio de suas entidades 
representativas, compartilhe do processo de formulação das políticas de saúde 
e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. 
Essa participação deve ser realizada por meio dos Conselhos de Saúde, com 
representação paritária de usuários, do governo, de profissionais de saúde e 
dos prestadores de serviço. Outra forma de participação são as conferências de 
saúde, periódicas, para decidir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. 
Pressupõe-se, também, que as instituições responsáveis enviem à população 
todas as informações indispensáveis. 
O Conselho Nacional de Saúde deve ser constituído por 50% de 
usuários, 25% de profissionais de saúde e 25% de gestores, prestadores e 
centros formadores, segundo a Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que 
determina a função de Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde. 
As ações e serviços de saúde, praticados pelos Estados, Municípios e 
Distrito Federal, são financiados com recursos da União, próprios e de outros 
programas suplementares de financiamento, todos devidamente observados no 
Orçamento da Seguridade Social. Os recursos têm origem nas transferências 
regulares e automáticas, no pagamento de serviços gerados, nos pagamentos 
efetuados pelos convênios e nos contratos de repasses. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 ABRASCO, CEBES, ABRES, Rede UNIDA, AMPASA. Fórum da Reforma 
Sanitária Brasileira: o SUS pra valer: Universal, Humanizado e de Qualidade. 
Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www4.ensp.fiocruz.br>. 
Acesso em: 08 jul. 2010. 
http://www4.ensp.fiocruz.br/
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
5 
 
 BRASIL. Ministério da Saúde. O ABC do SUS: Doutrinas e Princípios. Brasília. 
1990. 
 BRASIL. Ministério da Saúde. CNS: O Desenvolvimento do SUS: Avanços, 
Desafios e Reafirmação dos seus Princípios e Diretrizes. Brasília. 2002. 
[Série B, Textos Básicos de Saúde MS]. 
 PELLEGRINI, B. O discurso do gestor federal no processo de 
descentralização política: obstáculos à municipalização do SUS. Ciências e 
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, 2007. Disponível em: 
<http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. Disponível em: 
<http://www.geosc.ufsc.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. 
 PUPIN, V. M.; CARDOSO, C. L. Agentes Comunitários de Saúde e os sentidos 
de “ser agente”. Estudos de Psicologia, Natal, v. 13, n. 2, p.157-63, 2008. 
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. 
 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 1. 
A e E – Alternativas incorretas. 
JUSTIFICATIVA. As definições de regionalização e de hierarquização citadas nas 
alternativas (A) e (E) dizem respeito à organização dos serviços conforme a 
complexidade das ações desenvolvidas. Em um sistema hierarquizado de 
serviços de saúde, a sequência da assistência deve ser garantida especialmente 
pelo estabelecimento de um sistema de referência. As ações e os serviços de 
saúde de menor grau de complexidade são introduzidos à disposição do usuário 
em unidades de saúde situadas perto de sua residência. As ações 
especializadas ou de maior grau de complexidade são responsabilidade de 
determinados mecanismos de referência, organizados pelos gestores nas três 
esferas de governo. 
 
 
 
http://www.scielo.br/
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
6 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Equidade significa a garantia de ações e de serviços de todos 
os níveis, segundoa complexidade que cada caso solicite. Todo cidadão é 
idêntico diante o SUS e terá atendimento conforme suas necessidades até o 
limite possível ao sistema. O conceito de equidade difere do de igualdade 
porque, na primeira, está subentendida a ideia de prestar recursos que se 
adaptem às necessidades características, enquanto no conceito de igualdade 
está sugerida a ideia de prestar os mesmos recursos para quaisquer indivíduos. 
Em um país com proporções continentais como o nosso, é difícil acreditar que 
as necessidades e os recursos necessários para definir as condições de saúde 
em um local no cerrado sejam precisamente os mesmos da zona sul do Rio de 
Janeiro. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os princípios e diretrizes do SUS estão intimamente inter-
relacionados. O conjunto de ações e serviços, preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, em todos os níveis de complexidade, é dito como um 
direito de Integralidade da Assistência. Integralidade é o reconhecimento de 
que cada indivíduo é um todo indivisível e integrante de uma sociedade; as 
ações de promoção, de proteção, de prevenção e de recuperação da saúde 
constituem também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas; 
as unidades prestadoras de serviço, com seus vários graus de complexidade, 
formam também um todo indivisível configurando um sistema adequado de 
assistência total. O ser humano é um indivíduo total, bio-psico-social, e deverá 
ser cuidado por um sistema de saúde também total, voltado a promover, a 
proteger e a recuperar sua saúde. O processo de implantação do SUS tem sido 
caracterizado por duros debates motivados pela existência de interesses 
antagônicos em relação a sua concretização. As diretrizes do SUS apontam para 
um estatuto individualizado do campo da saúde. O cuidado com a organização 
e a administração de sistemas públicos nacionais de saúde deve reconhecer os 
determinantes sociais do processo saúde-doença. Essa forma de pensar, 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
7 
 
portanto, inclui práticas de distintas disciplinas relacionadas à promoção de 
saúde que extrapolam os tradicionais projetos de prevenção e cura. Por isso, 
essa afirmativa é correta. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A universalidade, decretada pela Constituição de 1988, 
assegura o acesso aos serviços de saúde no país com caráter universal. 
Portanto, a oferta desses serviços em unidades básicas assegura, à toda 
comunidade, ações voltadas à realidade da região, sem qualquer tipo de 
restrição e buscando sempre a equidade na sua prestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
8 
 
Questão 2 
 
Questão 2.2 
I. Uma mulher, após dar à luz seu primeiro filho de parto natural, vem 
apresentando, há seis meses, queixa de perda de urina, aos médios 
esforços como tossir e espirrar. Sobre esse caso, analise as afirmações a 
seguir. 
A situação apresentada por essa mulher pode levá-la a um quadro de 
sintomatologia depressiva e isolamento social. 
PORQUE 
II. A incontinência urinária pode ser resultante de lesão da fáscia e do 
estiramento da musculatura perineal em decorrência de dificuldades durante 
o parto natural e da elevada prevalência da depressão pós-parto em 
mulheres puérperas. 
Com base na leitura acima, conclui-se que 
A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E. as duas afirmações são falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Incontinência Urinária e Gestação 
 
A incontinência urinária (IU) é uma característica frequente entre 
mulheres de todas as idades. É responsável por causar danos físicos, 
psicológicos e sociais, refletindo de maneira significativa na qualidade de vida 
(QV). As consequências dessa condição constrangedora de perda involuntária 
de urina podem ser vexantes, pois causa, muitas vezes, afastamento social, 
 
2 Questão 29 - Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
9 
 
ameaça à autoconfiança, frustrações, interferência na vida sexual da mulher e, 
portanto, repercute de maneira negativa na QV. Há vários tipos de IU e, entre 
os mais importantes, está a incontinência urinária de esforço (IUE), considerada 
a queixa de perda involuntária de urina quando há esforço, exercício, espirro ou 
tosse. Entre os fatores de risco para a IUE estão a gestação, o parto, a 
menopausa, a obesidade e certas cirurgias ginecológicas, como a histerectomia. 
A gestação e o parto são os principais responsáveis por essa afecção. 
Há profissionais que consideram que o parto vaginal, apesar de ser uma 
característica fisiológica, pode gerar lesões dos músculos do assoalho pélvico e 
do nervo pudendo por estiramento dos tecidos e fáscias musculares, 
modificando o sistema de sustentação dos órgãos pélvicos. Em contrapartida, 
estudos epidemiológicos corroboram com a tese de que o parto cesáreo não 
protege o assoalho pélvico, pois, mesmo dando à luz somente por essa via de 
parto, algumas mulheres desenvolvem IU (LIMA, 2007). 
Dessa maneira, a gestação e a via de parto são fatores de risco para 
modificação da força muscular do assoalho pélvico. O aumento da massa 
corporal materna e o peso do útero gravídico elevam a pressão sobre a 
musculatura do assoalho pélvico na gestação. O aumento do índice de massa 
corpórea (IMC) na gestação, a multiparidade, o parto vaginal, o tempo 
espaçado do segundo período do parto e a episiotomia (incisão realizada na 
região do períneo, durante o parto normal) são fatores que reduzem a força 
dos músculos do assoalho pélvico. 
Durante a gestação, há elevação no suprimento de sangue para o 
sistema urinário, a fim de prover as necessidades do feto. Há aumento do 
tamanho e do peso dos rins e alargamento da pelve renal. A musculatura lisa 
das vias urinárias permanece ligeiramente hipotônica: as vias são um pouco 
alargadas, e também parecem se alongar para circundar o útero alargado. A 
consequência disso é a estagnação da urina, levando o sistema a infecções. 
Com o desenvolvimento da gestação, a bexiga urinária altera de posição para 
se tornar um órgão intra-abdominal, sendo comprimida acima e movida pelo 
útero. O ângulo uretrovesicular pode ser modificado e a pressão intra-
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
10 
 
abdominal aumentada. O músculo liso da uretra pode se tornar hipotônico e os 
componentes colágenos da superfície pélvica permanecem frouxos e elásticos. 
O parto vaginal gera diversos graus de lesão muscular, neuromuscular e 
ao tecido conectivo. Essas avarias podem derivar em IU e/ou prolapso genital. 
A episiotomia mediana eleva o risco de lacerações do períneo e a médio-lateral, 
quando aplicada frequentemente, não previne a IU. 
No trabalho de parto, o músculo levantador do ânus pode ser lesado por 
dois mecanismos: por trauma direto, causado pela lesão mecânica ou 
decorrente da distensão do próprio músculo, e por trauma indireto, causado 
pela lesão do nervo que o supre. Quando o músculo é estirado em mais da 
metade de seu comprimento total, pode sofrer lesão grave. Durante o parto, as 
fibras do músculo levantador do ânus podem se alongar cerca de metade do 
seu comprimento para contornar a cabeça do neonato. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 BARBOSA, A. M. P. et al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do 
assoalho pélvico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de 
Janeiro, v. 27, n. 11, p.677-82, 2005. Disponível em: 
<http://www.scielo.br>. Acesso em: 21 mai. 2010. 
 LIMA, J. L. D. A.; CARVALHO, G. M.; MARTINS, A. A. Contribuição da 
assistênciade enfermagem obstétrica pré-natal: educação para prevenção e 
correção da incontinência urinária de esforço. O Mundo da Saúde São Paulo, 
São Paulo, v. 31, n. 3, p.411-8, 2007. Disponível em: <www.saocamilo-
sp.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 MORAES, I. G. S. et al. Prevalência da depressão pós-parto e fatores 
associados. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 1, p.65-70, 2006. 
Disponível em: <http://www.scielosp.org>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 O’CONNOR, L. J.; STEPHENSON, R. G. Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e 
Obstetrícia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2004. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
11 
 
 OLIVEIRA, E. et al. Trato urinário, assoalho pélvico e ciclo gravídico-
puerperal. Femina. São Paulo, v. 35, n. 2, p.89-94, 2007. 
 POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. 2. ed. 
São Paulo: Santos, 1997. 
 
3. Análise das afirmativas 
 
Questão 2. 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As mulheres incontinentes sentem vergonha de sair de casa 
com receio de perderem urina nesse momento e se constrangerem devido ao 
cheiro provocado. Por isso, modificam seus comportamentos, a fim de evitar a 
perda urinária ou a percepção desta por outros. Esses casos causam 
complicações na execução de atividades da vida diária (AVDs) e a redução de 
contatos sociais, propiciando depressão, o isolamento e a impotência frente à 
situação. Por isso, essa afirmativa é verdadeira. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Há uma relação significante entre a paridade e a IU no 
puerpério. A prevalência de IU nas nulíparas gestantes é mais elevada do que 
nas não gestantes. Tanto a gestação quanto o parto são ocasiões de grandes 
alterações anatômicas e fisiológicas para o organismo materno, em especial, 
para o sistema urinário, podendo resultar em modificação na função, 
manifestada por IU de esforço. Está bem documentado que o parto vaginal 
resulta em lesões nas estruturas anatômicas e nervosas do assoalho pélvico. No 
entanto, o parto cesáreo não protege as lesões das estruturas, em especial nas 
parturientes que chegaram ao segundo período do parto (período expulsivo ou 
período pélvico), indicando que a gestação e o trabalho de parto podem lesar o 
assoalho pélvico. 
Sabe-se que a depressão pós-parto é um importante problema de saúde 
pública, afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
12 
 
(MORAES, 2006). O aparecimento desse quadro ocorre, na maioria dos casos, a 
partir das primeiras quatro semanas após o parto, atingindo comumente sua 
intensidade máxima nos seis primeiros meses. Menor escolaridade e baixo nível 
socioeconômico são os fatores mais habituais agregados com depressão pós-
parto. Entre os fatores psicossociais que mais oferecem associação ao quadro 
depressivo estão: baixo suporte social, história de doença psiquiátrica, angústia 
pós-parto, depressão pré-natal, baixa autoestima, ansiedade pré-natal, 
estresse, gestação não planejada, tentativa de cessar a gestação, desordem 
disfórica pré-menstrual e anseios negativos em relação ao neonato. Entretanto, 
a relação da IU e a elevada prevalência da depressão pós-parto apresentada na 
questão tornam a afirmativa incorreta. 
 
Alternativa correta: C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
13 
 
Questão 3 
 
Questão 3.3 
Acerca das técnicas utilizadas pela fisioterapia respiratória em pediatria, 
assinale a opção incorreta. 
A. As vibrações são mais efetivas na remoção de secreções quando a 
freqüência respiratória está elevada. 
B. A percussão torácica é bem tolerada e efetiva na criança jovem. 
C. A drenagem postural é realizada com as mesmas posturas utilizadas para 
adultos, devendo-se tomar cuidado, no entanto, com a presença de refluxo 
gastroesofágico. 
D. A aspiração nasofaríngea deve ser evitada, se a criança foi extubada 
recentemente. 
E. A tosse pode ser desencadeada em crianças com idade inferior a 18 meses 
por estímulo da fúrcula. 
 
1. Introdução teórica 
 
Fisioterapia em Pediatria 
 
A fisioterapia respiratória permitiu, ao longo do tempo, a observação de 
diferentes respostas dos clientes a uma mesma manobra, conforme a idade, o 
biótipo e o tipo de doença. Outras análises averiguaram, em alguns casos, 
efeitos opostos na aplicação de uma mesma técnica fisioterapêutica 
respiratória. Isso foi verificado mais rotineiramente nos recém-nascidos (RN), 
sobretudo nos prematuros, sugerindo, então, a avaliação e a execução 
especializada, conforme o cliente. Há uma propensão nos dias atuais a impedir 
manipulações habituais e/ou intensas principalmente no RN pré-termo, pelo 
perigo de efeitos contrários. 
 
 
3 Questão 34 – Enade 2004 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
14 
 
A principal função da fisioterapia respiratória em clientes pediátricos é 
cooperar na retirada de secreções traqueobrônquica. Também age no sentido 
de melhorar a expansão pulmonar, prevenir ou reverter atelectasias, e reduzir o 
perigo de infecções pulmonares. As técnicas fisioterapêuticas utilizadas em 
neonatos e crianças apresentam grande variabilidade. As mais usadas e 
apreciadas são as chamadas manobras de higiene brônquica: a 
vibração/vibrocompressão, a tapotagem (ou percussão), o posicionamento em 
posturas de drenagem, a aspiração de vias aéreas e endotraqueal e o estímulo 
de tosse. 
A vibração, geralmente associada à compressão, incide na aplicação de 
movimentos ritmados realizados na região torácica do cliente somente durante 
a fase expiratória, que eleva o nível do fluxo expiratório para se obter o 
movimento das secreções já soltas e alterar as características físicas do muco. 
As secreções são transportadas das vias aéreas de pequeno calibre para as de 
maior calibre, onde serão escarradas com facilidade por meio da tosse. 
A tapotagem gera ondas mecânicas que auxiliam no descolamento e no 
transporte do muco até as vias aéreas de maior diâmetro. A intenção da 
percussão torácica é mover secreção pulmonar viscosa, passando pela árvore 
bronquial e promovendo, com isso, sua eliminação. É uma técnica que visa à 
depuração de secreções das vias respiratórias por meio da transmissão de 
ondas, podendo ser executada manualmente por tapping na região torácica. 
Para gerar a reexpansão pulmonar, é empregada a técnica de drenagem 
postural: são adotadas posições específicas, dependendo do local do pulmão 
onde existe acúmulo de secreções, a fim de promover a drenagem dessas para 
vias aéreas mais centrais, com o auxílio da força da gravidade. 
As posições de drenagem postural e o grau de inclinação modificam 
conforme a posição da área pulmonar a ser drenada e adotam como base o 
ângulo ou o somatório das angulações formadas entre os segmentos 
broncopulmonares, devendo sempre ser levadas em consideração as situações 
clínicas do cliente. 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
15 
 
Em crianças, pela gravidade, as posições assistidas podem ser utilizadas 
da mesma forma, adotando-se alguns cuidados especialmente quando se trata 
da inclinação de cabeça para baixo (trendlemburg), que deve ser evitada em 
crianças com pressão craniana aumentada e em lactentes pré-termo que estão 
com perigo de hemorragia peri-intraventricular. Essa posição também deve ser 
evitada em lactentes e crianças com distensão abdominal, pois nesses locais o 
diafragma está em desvantagem mecânica. 
A aspiração é uma técnica usada para manter preservadas as vias 
aéreas, garantindo favorável oxigenação e ventilação, impedindo, assim, a 
intubação traqueal. A limpeza das secreções é executada por meio de um 
cateter estéril e flexível, pela aplicação de uma adequada pressão 
subatmosférica. A aspiração na partenasal da faringe torna-se necessária em 
crianças incapazes de executar uma tosse eficaz e que tenham acúmulo de 
secreções nas vias aéreas. 
A tosse é uma ação reflexa de defesa do organismo e sua função é a de 
retirar substâncias estranhas e secreções acumuladas na árvore bronquial. 
Consiste na parte mais essencial da terapia de higiene brônquica, já que a 
maioria das técnicas só auxilia a deslocar a secreção para as vias aéreas 
centrais. A tosse pode ser estimulada de diversas maneiras, sendo que, no caso 
de crianças com idades inferiores a dois anos e meio, é incomum a obtenção da 
tosse ativa e voluntária, sendo necessário, para tanto, o estímulo da fúrcula. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 FELCAR, J. M. et al. Fisioterapia pré-operatoria na prevenção das 
complicações pulmonares em cirurgia cardíaca pediátrica. Revista Brasileira 
de Cirurgia Cardiovascular, São José do Rio Preto, v. 23, n. 3, p.383-8, 
2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. 
 LUISI, F. O papel da fisioterapia respiratória na bronquiolite viral aguda. 
Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p.39-44, 2008. Disponível em: 
<http://revistaseletronicas.pucrs.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
16 
 
 NASCIMENTO, D. G.; RUAS, F. B.; FERREIRA, M. H. Manobras 
fisioterapêuticas no tratamento pediátrico da bronquiolite viral aguda (BVA). 
Jornal de Pneumologia, São Paulo, p. 301-5. 1995. Disponível em: 
<http://www.respirafisio.com.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. 
 NICOLAU, C. M.; LAHÓZ, A. L. Fisioterapia respiratória em terapia intensiva 
pediátrica e neonatal: uma revisão baseada em evidências. Pediatria, São 
Paulo, v. 29, n. 3, p.216-21, 2007. Disponível em: 
<http://www.pediatriasaopaulo.usp.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. 
 PRESTO, B. Fisioterapia respiratória: uma nova visão. 3. ed. Uberlândia: Di 
Livros Especialidade, 2007. 
 PUPIN, M. K. et al. Comparação dos efeitos de duas técnicas 
fisioterapêuticas respiratórias em parâmetros cardiorrespiratórios de 
lactentes com bronquiolite viral aguda. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 
São Paulo, p. 860-7. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso 
em: 20 jan. 2010. 
 SANTOS, A. G.; CERQUEIRA, M. L.; COSTA, A. C. S. M. Análise do impacto 
da fisioterapia respiratória em pacientes pediátricos com os sinais clínicos 
apresentados na pneumonia. Revista Inspirar, Curitiba, v. 1, n. 1, p.15-9, 
2009. Disponível em: <http://www.pontinho.com.br>. Acesso em: 20 jan. 
2010. 
 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 3. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A vibração é uma manobra manual da fisioterapia respiratória 
aplicada com muita constância por fazer distribuir, pela região torácica, ondas 
mecânicas com o intuito de deslocar as secreções, que já estão soltas, para as 
vias aéreas de maior calibre e por elevar o movimento mucociliar. Além disso, a 
frequência respiratória não favorece a técnica de vibração. Ocorre o oposto, 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
17 
 
não sendo aconselhável o uso da técnica em clientes com frequência 
respiratória elevada. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A alternativa refere-se a uma criança jovem que já apresenta a 
região torácica e pulmonar desenvolvida, podendo ser favorecida pela 
percussão torácica. A eficiência da manobra de percussão em RN é discutível. 
Isso porque, nessa idade, a região torácica é muito flexível, apresenta 
tamanhos diminuídos e, sendo assim, a eficiência mecânica da percussão 
torácica é consideravelmente menor do que em outras idades. Seria preciso, 
portanto, empregar força mais aguda do que a executada em adultos para 
acontecer o desprendimento das secreções brônquicas, o que apresentaria 
perigo, por vezes notado, de provocar dor e até fratura de costelas. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As posturas são as idênticas para crianças e adultos. Contudo, 
recomenda-se cautela no caso de crianças com história pregressa de refluxo 
gastroesofágico, pois algumas evidências indicam que essa posição pode piorar 
o refluxo e permitir a aspiração. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Não é indicada a execução da aspiração em horários pré-
determinados, aconselhando-se a retirada do excesso de secreções das vias 
aéreas nos momentos necessários e adequados a cada caso. Uma extubação 
pode causar algumas intercorrências, como, por exemplo, espasmos na laringe 
e nos brônquios. Dessa maneira, não é apropriada uma aspiração no caso de 
uma extubação recente, pois essa prática gera espasmos musculares. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As crianças têm reflexo da tosse imaturo e em 
desenvolvimento. Assim sendo, é conveniente empregar essa técnica de higiene 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
18 
 
brônquica antes de 18 meses de idade. Os achados para a tosse adquirida por 
excitação direta da fúrcula do RN e a dos lactentes são idênticos, sucedendo 
uma ligeira e abrupta elevação do aporte sanguíneo cerebral e da pressão 
intracraniana. Desse modo, a técnica deve ser aplicada apenas em lactentes 
crônicos e hipersecretivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
19 
 
Questão 4 
 
Questão 4.4 
Paciente de 38 anos, ao realizar uma sessão de exercícios, apresentou elevação 
de frequência cardíaca de 120 bpm para 160 bpm. A esse respeito, analise o 
gráfico a seguir. 
 
Avaliando o gráfico, pode-se afirmar que o aumento da frequência cardíaca 
A. aumenta a pós-carga. 
B. diminui a pré-carga. 
C. não altera o débito cardíaco. 
D. diminui o débito cardíaco. 
E. aumenta o débito cardíaco. 
 
 
1. Introdução teórica 
 
Atividade Mecânica do Coração 
 
O músculo cardíaco é chamado miocárdio, sendo estriado e involuntário. 
A mecânica muscular consiste em períodos alternados de sístole (contração 
muscular e “enchimento”) e de diástole (relaxamento muscular e 
“esvaziamento”) que são controlados pelo ciclo elétrico rítmico. O miocárdio é o 
 
4 Questão 32 – Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
20 
 
responsável pelo controle do fluxo sanguíneo que passa pelo coração. A 
mecânica básica à contração muscular do coração é regulada por quatro fatores 
distintos, ainda que inter-relacionados: 
1) pré-carga; 
2) pós-carga; 
3) contratilidade ou estado inotrópico do coração; 
4) frequência cardíaca ou frequência de contração. 
O débito cardíaco (DC) consiste no volume de sangue que o coração é 
capaz de expulsar por unidade de tempo: refere-se à quantidade de sangue 
bombeada pelo coração durante o período de 1 minuto. O valor máximo para o 
DC reflete a capacidade funcional da circulação em satisfazer as demandas da 
atividade física. O rendimento do coração depende da sua frequência cardíaca 
(FC) e da quantidade de sangue ejetada em cada volume de ejeção sistólica 
(VS), logo o DC pode ser determinado de acordo com a equação: DC=FCxVS. 
A contratilidade cardíaca é a capacidade de as fibras musculares 
diminuírem de tamanho (contraírem-se) sob o efeito de um estímulo, com isso 
produzindo mais força. No caso do músculo estriado cardíaco, esse estímulo 
(excitabilidade) é fornecido pelo nó sinoatrial (nodo de Keith-Flack) e 
transmitido para os ventrículos pelo nó atrioventricular (nodo de Aschoff-
Tawara). Quanto maior o estímulo produzido, maior será a força de contração 
do coração, resultando num maior volume de ejeção cardíaca. 
A pré-carga é a tensão desempenhada na parede do ventrículo antes da 
sístole ventricular. Tem fundamental influência na atuação da função do 
coração. Segundo a lei de Frank-Starling, dentro de certo limite, quanto maior 
for a pré-carga, maior será a força de contração ventriculare, 
consequentemente, o DC aumentará. A pré-carga, no coração intacto, é 
classificada como o volume diastólico final do ventrículo. Todavia, em 
circunstâncias clínicas, é difícil avaliar esse volume, fazendo-se, então, a 
analogia com a sua pressão diastólica final. 
A pós-carga é a força contrária à ejeção ventricular oferecida pela 
resistência vascular periférica e, portanto, influencia o DC de forma oposta. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
21 
 
Quanto maior a resistência contra a qual o coração deve impulsionar seu fluxo, 
maior deverá ser seu trabalho para manter o mesmo débito. Caso o coração 
não seja capaz de aumentar seu trabalho, o DC sofrerá redução. Portanto, o 
coração que tenha uma função ventricular danificada sofrerá maior influência 
da elevação da pós-carga sobre seu débito do que um coração normal. 
A FC é outro determinante da atuação cardíaca. A FC é definida pelo 
número de batimentos cardíacos por minuto, sendo acomodada de acordo com 
a ação e recebendo influência do sistema nervoso autônomo simpático e 
parassimpático. Intervém de maneira considerável no DC. Quando acontece 
bradicardia acentuada, o DC pode reduzir-se para níveis críticos, mesmo com 
um volume sistólico elevado, devido ao aumento do tempo diastólico e, por 
conseguinte, da pré-carga. A taquicardia acentuada também pode afetar o DC 
devido à sua intervenção no volume sistólico. Frequências cardíacas acima de 
150 batimentos por minuto induzem a um tempo de enchimento diastólico 
muito curto e, portanto, provocam redução acentuada da pré-carga e volume 
sistólico. 
 
2. Indicação bibliográfica 
 
 FEREZ, D. Fisiologia cardíaca e vascular. Disponível em: 
<http://www.unifesp.br/>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 4. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A pós-carga reduz-se no exercício físico devido ao 
remanejamento do fluxo sanguíneo e à liberação de acetilcolina, que leva à 
vasodilatação. Por isso, a alternativa é incorreta. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
22 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A pré-carga aumenta devido à elevação da excitabilidade 
cardíaca durante o exercício físico, que elevará a contratilidade cardíaca, assim 
como o aumento do retorno venoso. Por isso, a alternativa é incorreta. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O DC é resultante da frequência cardíaca e do volume sistólico 
e ambos estão aumentados. Por isso, a alternativa é incorreta. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O DC está aumentado para suprir a demanda de oxigênio 
pelos tecidos. Por isso, a alternativa é incorreta. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O DC aumenta proporcionalmente com a intensidade do 
exercício. Portanto, eleva-se graças ao aumento na FC. Existe uma relação 
linear entre a FC e a captação de oxigênio, e o DC é aumentado devido à 
necessidade de maior oxigenação dos tecidos durante o exercício físico. No 
gráfico, é observado que, quanto maior a pré-carga, maiores serão o DC e a 
contratilidade cardíaca, ou seja, no exercício físico existe um aumento na 
exigência de oxigênio pelos tecidos, logo o DC é aumentado para abastecer 
essa necessidade. Com o exercício físico, há um remanejamento do fluxo 
sanguíneo e, por conseguinte, uma redução na pós-carga, já que diminui a 
resistência vascular periférica. Por isso, a alternativa é correta. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
23 
 
Questão 5 
 
Questão 5.5 
I. A “Teoria das Comportas” vem sendo utilizada ao longo dos anos para 
explicar a ação do TENS no controle da dor. 
A esse respeito, analise as afirmações a seguir. 
A “Teoria das Comportas”, sozinha, não consegue esclarecer os mecanismos 
de analgesia da Estimulação Elétrica Transcutânea Nervosa (TENS). 
PORQUE 
II. Tem sido observado que frequências altas na programação do TENS causam 
analgesia por mecanismo diferente, como, por exemplo, a produção de 
opiáceos endógenos. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E. as duas afirmações são falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Teoria das Comportas 
 
 A eletroterapia consiste no emprego de corrente elétrica com fins 
terapêuticos. Nos últimos anos, houve grande desenvolvimento no 
conhecimento dos efeitos fisiológicos que as correntes elétricas e a aplicação 
dos agentes eletrofísicos provocam nos tecidos. A eletroterapia é uma técnica 
eficaz, não farmacológica e não invasiva, utilizada no alívio da dor. A 
eletroestimulação causa analgesia pela decorrência contrairritativa que promove 
na ativação do sistema supressor da dor, produzindo um efeito que interfere na 
 
5 Questão 18 – Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
24 
 
sua percepção. Esse efeito pode prosseguir por períodos extensos, causando o 
desaparecimento total da dor. 
 A TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation) é uma abreviação, 
em inglês, que significa estimulação elétrica nervosa transcutânea. Trata-se de 
uma modalidade terapêutica de fácil manuseio, que não gera efeitos colaterais 
ou interações com medicamentos, sendo empregada para o alívio da dor pela 
estimulação de nervos periféricos, empregando-se eletrodos no nível da pele. 
Fundamenta-se na liberação de opioides e na teoria do portão, também 
denominada teoria das comportas medulares de Melzack e Wall. 
 A teoria das comportas medulares tornou-se o alicerce para a 
compreensão da influência elétrica na modulação da dor. 
 
A transmissão de estímulos aferentes no sistema nervoso 
periférico acontece tanto por fibras do tipo A, quanto do tipo C, 
presentes em nervos que penetram na medula espinal pelo 
corno posterior, envolvendo as lâminas I, II e III da substância 
gelatinosa, e dirigindo-se para as células de transmissão 
(hipotéticas células T), na lâmina V. (...) [Sugere-se] que a 
substância gelatinosa funcionaria como um sistema de controle 
de comporta que modularia os padrões aferentes antes que 
eles pudessem ativar as células T (TRIBIOLI, 2003, p.26). 
 
Dessa forma, esse mecanismo permitiria a passagem apenas de uma 
transmissão, A ou C. 
 
Os efeitos da comporta para os estímulos evocados seriam 
determinados pelo número total de fibras nervosas ativas, pela 
frequência dos impulsos nervosos e pelo balanço da atividade 
entre fibras grossas e finas (TRIBIOLI, 2003, p. 26). 
 
Ainda que o número total de impulsos aferentes fosse um importante 
parâmetro de estímulo, os impulsos apresentariam efeitos diferenciados, 
dependendo das funções especializadas das fibras que os conduziriam, além 
das especializações anatômicas, que determinariam a localidade e a extensão 
das terminações centrais das fibras (TRIBIOLI, 2003). 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
25 
 
 Melzack e Wall também propuseram uma somação espacial e temporal, 
ou uma integração da comporta que aconteceria nas células T. O sinal que 
dispararia o sistema de ação responsável pela experiência de dor e a resposta 
aconteceria quando um “output” (saída) das células T alcançasse ou 
ultrapassasse um nível crítico, causado pela comporta aferente que, de fato, iria 
de encontro às células T, após ter tolerado modulação pela atividade da 
substância gelatinosa. Um “gatilho” de controle central causaria atividades 
cerebrais descendentes via fibras eferentes, que influenciariam a condução 
aferente junto aos níveis pré-sinápticos no sistema somestésico, ativando, de 
forma particular, seletivos processos cerebrais que desempenhariamcontrole 
sobre um “input” (entrada) sensorial. Dessa forma, seria possível para as 
atividades do sistema nervoso central (SNC) exercer atenção, emoção, e 
memória de experiências anteriores. Uma vez ultrapassado o nível crítico nas 
células T, o “disparo” ativaria uma série de respostas por um sistema de ação 
(TRIBIOLI, 2003). A figura 1 mostra um diagrama esquemático da Teoria do 
Controle das Comportas. 
 
Figura 1. Diagrama esquemático da Teoria do Controle das Comportas. 
Fonte: TRIBIOLI, Ricardo Alexandre. Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo 
parâmetros de estimulação para o controle da dor. Ribeirão Preto: Dissertação de 
Mestrado, 2003, p.26 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
26 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 BARBOSA, I. S.; CORRÊA, M. V. A eficácia da estimulação elétrica nervosa 
transcutânea no alívio da dor no pós-operatório de pacientes submetidos à 
cirurgia torácica. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso 
de Fisioterapia, Universidade da Amazônia, Belém, 2007. Disponível em: 
<www.unama.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 RAIMUNDO, A. K. S. et al. Dosagem da serotonina sistêmica após aplicação 
de eletroestimulação nervosa transcutânea. Fisioterapia em Movimento, 
Curitiba, v. 22, n. 3, p.365-74, 01 jan. 2009. Disponível em: 
<www2.pucpr.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 TRIBIOLI, R. A. Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo parâmetros 
de estimulação para o controle da dor. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso 
de Bioengenharia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003. 
Disponível em: <www.teses.usp.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. 
 
3. Análise das afirmativas 
 
Questão 5. 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Não são apenas os aspectos referentes à corrente elétrica 
aqueles que podem esclarecer os mecanismos de analgesia da TENS. Além 
desses aspectos, outros podem explicar a analgesia, tais como os mecanismos 
de contra corrente e a liberação de opiáceos. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A frequência da corrente está fortemente conexa ao seu 
mecanismo de ação. A TENS de alta frequência age na via sensorial, acionando 
o portão modulador da dor no nível da medula espinal, e a de baixa frequência 
atua na via motora, em razão da liberação de opioides endógenos, que são 
substâncias que acionam os mecanismos analgésicos, dificultando os sinais 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
27 
 
nociceptivos e fixando-se aos mesmos receptores que as endorfinas. A TENS, 
principalmente em baixas frequências, gera resultado analgésico, em parte, 
pela ativação desses opioides endógenos. 
 
Alternativa correta: C. 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
28 
 
Questão 6 
 
Questão 6.6 
Sr. João, 72 anos, viúvo, com sobrepeso, possui sinais radiológicos de lesões 
articulares indicativos de osteoartrose moderada no joelho direito, 
acompanhada de sintomatologia caracterizada por rigidez articular e dor 
localizada, que piora com atividade física e diminui com repouso. Na avaliação 
clínica, verificou-se ainda hipotrofia do quadríceps direito, crepitação, redução 
da amplitude articular e da percepção cinestésica, o que está promovendo 
insegurança para realizar atividades da vida diária. Considerando a 
fisiopatologia da osteoartrose e o quadro clínico desse paciente, são pertinentes 
as seguintes condutas de tratamento fisioterapêutico: 
I. fortalecimento da musculatura proximal através de exercícios isométricos e 
isotônicos; alongamento do quadríceps e dos isquiotibiais; recomendação de 
uso de bengala no lado contralateral à articulação afetada; 
II. uso de termoterapia na modalidade de calor profundo no joelho afetado; 
uso de órteses de imobilização articular em períodos agudos da doença; 
exercícios isométricos para o quadríceps; 
III. prescrição de exercícios de baixo impacto como a hidroginástica; 
recomendação de uso de calçados com solado adequado para absorção de 
impacto; uso de órteses para correção ou suporte biomecânico; 
IV. orientações ao paciente e à sua família sobre a evolução da osteoartrose e 
encaminhamento do paciente a uma nutricionista para controle do peso 
corporal; recomendação do uso de correntes analgésicas como alternativas 
para alívio da dor articular; 
V. recomendação de uso de órtese de suporte (bengala) homolateral à 
articulação afetada; utilização de técnicas de fortalecimento muscular do 
quadríceps baseadas em exercícios resistidos; uso de eletroterapia para 
alívio da sintomatologia dolorosa. 
Estão certas, apenas, as condutas 
 
6 Questão 34 – Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
29 
 
A. I e III. 
B. II e III. 
C. I, II e IV. 
D. I, III e IV. 
E. II, III e V. 
 
1. Introdução teórica 
 
Osteoartrose de Joelho 
 
A osteoartrite (OA) ou osteoartrose, como ainda é conhecida, é uma 
enfermidade articular degenerativa, sendo considerada a doença 
musculoesquelética mais frequente nos clientes com mais de 65 anos de idade, 
sendo um dos principais motivos de dor e de incapacidade física. Nos membros 
inferiores, a OA tem enorme impacto nos joelhos, já que essas articulações são 
essenciais para marcha, transposição de obstáculos e execução das atividades 
domésticas. A fraqueza dos músculos, provocada pela degeneração da 
articulação, modifica a biomecânica articular e muscular, constituindo-se em um 
dos principais fatores de risco que tendem ao aumento e à aceleração do 
processo degenerativo. 
A OA de joelho origina redução da amplitude de movimento (ADM), não 
somente na articulação envolvida, mas também no quadril homolateral e 
tornozelo. A limitação da amplitude de movimento acarreta instabilidade 
articular de todo o membro inferior, principalmente quando da execução de 
caminhada em superfícies irregulares e ao descer escadas. 
A redução da força nos membros inferiores (MMII), especialmente no 
músculo quadríceps femoral (músculo extensor do joelho), está habitualmente 
associada à enfermidade no joelho, implicando em dor e atrofia muscular 
devido à falta de uso, tanto da articulação afetada como da contralateral. 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
30 
 
O tratamento da OA deve envolver uma equipe multidisciplinar e visa à 
melhora nos âmbitos funcional, mecânico e clínico. A dor, a atrofia, a 
deficiência na ativação muscular voluntária do músculo quadríceps femoral e a 
natural redução da força criam considerável impacto funcional e queda na 
qualidade de vida, em razão da redução de suas capacidades para a realização 
das AVDs, como andar, vestir-se, fazer uso independente do banheiro e realizar 
tarefas domésticas. 
A cinesioterapia envolve diversos tipos de exercícios terapêuticos, como 
o alongamento e o exercício isotônico, isocinético, isométrico e aeróbio, que 
são as modalidades mais comuns no tratamento da OA de joelhos. Os 
exercícios terapêuticos são indicados, pois geram bem estar, aprimoramento da 
capacidade aeróbia, da força muscular, da ADM, da resistência e da 
flexibilidade. Também auxiliam na conservação da mineralização do osso e na 
obtenção de metas funcionais específicas (por exemplo, a elevação da 
capacidade de andar dos clientes). 
O calor, o frio, a pressão e a luz são modalidades físicas que resultam 
em efeitos terapêuticos satisfatórios, especialmente nos casos em que há 
necessidade de cicatrização de tecidos e de redução da dor. O calor, além de 
minimizar a dor, eleva a extensibilidade do tecido colágeno e reduz a rigidez 
articular. Os recursos da eletroterapia (como o ultrassom, as ondas curtas, as 
microondas e a corrente galvânica) são, também, vastamente usados como 
maneira de analgesia. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 ARANTES, P. M. M. Análise da cinemática e do padrão de ativação musculardurante a marcha de idosas assintomáticas e com osteoartrite de joelhos. 
Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas 
Gerais, 2006. Disponível em: <http://www.radarciencia.org>. Acesso em: 
08 fev. 2010. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
31 
 
 COIMBRA, I. B. et al. Consenso brasileiro para o tratamento da osteortrite. 
Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 42, n. 6, p.371-4, 2002. 
Disponível em: <http://www.cidmed.com.br>. Acesso em: 08 fev. 2010. 
 MARQUES, A. P.; KONDO, A. A fisioterapia na osteoartrose: uma revisão da 
literatura. Revista Brasileira de Reumatologia. São Paulo, v. 38, n. 2, p.83-
90, 1998. Disponível em: < http://www.unifra.br/professores>. Acesso em: 
08 fev. 2010. 
 MASCARIN, N. C. Uma abordagem fisioterapêutica no tratamanto de 
osteoartrite de joelho. 2008. 103 f. Dissertação de Mestrado (Pós-
graduação) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. 
Disponível em: < http://www.unicamp.br>. Acesso em: 08 fev. 2010. 
 
3. Análise das afirmativas 
 
Questão 6. 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os exercícios terapêuticos aprimoram e sustentam a força 
muscular, a mobilidade articular, o desempenho e a funcionalidade, elevam a 
densidade mineral óssea e reduzem a dor, pois aprimoram a biomecânica. Os 
exercícios isométricos e isotônicos progressivos são os mais eficientes para o 
fortalecimento muscular e o aperfeiçoamento da funcionalidade. A manutenção 
da mobilidade articular é muito importante para os clientes com OA, pois a 
diminuição de amplitude de movimento leva ao encurtamento, à contratura em 
músculos e estruturas capsulares, podendo atrapalhar a funcionalidade. Porém, 
a força do alongamento deve ser controlada em casos de inflamação, pois 
reduz a força tênsil do músculo. Por isso, essa afirmativa é correta. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A incorreção da alternativa diz respeito ao uso de órteses para 
imobilização em uma doença degenerativa, já que as órteses são indicadas em 
momentos específicos, mas não utilizadas frequentemente, pois aumentam a 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
32 
 
rigidez. Ainda, segundo alguns autores, a indicação de calor profundo poderia 
acelerar o processo degenerativo, de forma que deve ser evitada. O programa 
de exercícios isométricos consiste no melhor tratamento para a OA de joelho. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A prescrição de hidroginástica, no caso específico de OA, é 
comumente indicada para os clientes. Isso se deve às vantagens notadas 
durante essa intervenção: elevação da amplitude do movimento, diminuição de 
edema, alívio da dor e diminuição da carga na articulação afetada. A indicação 
de utilização de palmilhas antivaro, unidas à estabilização de tornozelo, é eficaz 
na melhora da dor e função na OA do compartimento medial do joelho. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A fisioterapia analisa força muscular, estabilidade articular, 
mobilidade, dor, amplitude de movimento e reflexos. A intervenção da 
reabilitação abrange três aspectos: prevenção, restauração e manutenção. Na 
reabilitação específica para a OA deve-se considerar: 1) o controle da dor, entre 
aguda e crônica; 2) a conservação da força e da amplitude de movimento, pois 
preservam a função e previnem dor e incapacidade; 3) as medidas de 
adaptações ou equipamentos para promover a movimentação; 4) a elevação da 
capacidade aeróbia e a redução da fadiga e 5) a educação do cliente e da 
família. 
 
V – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Exercícios de fortalecimento para o músculo quadríceps 
femoral podem melhorar a estabilidade das articulações dos joelhos e a 
proteção articular, reduzir o excessivo stress e esforço na cápsula articular e 
diminuir a dor durante o movimento. O uso de eletroterapia (por exemplo, por 
meio da TENS), associado à modalidade de exercícios isométricos, leva à 
redução da dor, à melhora da amplitude de movimento e da rigidez articular. 
Porém, o uso de bengala homolateral à articulação afetada não é uma boa 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
33 
 
medida devido à produção de cargas superiores nas articulações. O ideal 
consiste em utilizar a bengala contralateral à lesão, diminuindo as cargas 
concentradas na articulação. Esse procedimento deve ser indicado na fase 
inicial do tratamento, momento em que o cliente ainda não tem ganho de força 
muscular. 
 
Alternativa correta: D. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
34 
 
Questão 7 
 
Questão 7.7 
Os gráficos demonstram duas pressões do sistema respiratório. 
 
 
 
Analisando os gráficos, conclui-se que o Gráfico I representa as alterações de 
pressões durante a respiração às alterações de pressões durante a respiração: 
A. mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
B. mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que 
o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. 
C. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que 
o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. 
D. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
E. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão negativa, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
 
 
 
 
 
 
7 Questão 13 – Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
35 
 
 
1. Introdução teórica 
 
Ventilação 
 
A respiração é fundamental à manutenção da vida e pode ser explicada, 
de maneira simples, como uma troca de gases entre as células do organismo e 
a atmosfera. O campo da mecânica da ventilação compreende as forças que 
amparam e movem o pulmão e a região torácica. A ventilação normal é uma 
atividade cíclica que apresenta duas fases: inspiração e expiração. A inspiração 
é ativa e a expiração passiva. Durante cada ciclo, um volume de gás se 
movimenta para dentro e para fora do sistema respiratório. A ventilação 
acontece em resposta aos gradientes de pressão gerados pela expansão e pela 
contração da região torácica. Essas pressões comumente são mensuradas em 
centímetros de água (cmH2O). 
Na ventilação espontânea, antes que inspiração inicie, a pressão 
intrapleural é de -5 cmH2O, em virtude do retorno elástico dos pulmões. A 
pressão alveolar é zero (pressão atmosférica) porque, sem fluxo aéreo, não há 
nenhuma queda de pressão ao longo das vias aéreas. Contudo, para que o 
fluxo inspiratório aconteça, a pressão alveolar diminui, assim constituindo a 
pressão de impulso. Na realidade, a extensão da queda depende da taxa de 
fluxo e da resistência das vias aéreas. Em indivíduos normais, a modificação na 
pressão alveolar é de apenas 1 cmH2O mais ou menos. 
A pressão intrapleural diminui durante a inspiração por duas razões. 
Primeiro, à medida que o pulmão expande, o seu retorno elástico eleva, 
fazendo com que a pressão se torne mais negativa; em segundo, pela 
resistência proporcionada pelo sistema respiratório. Na expiração acontecem 
mudanças idênticas, e a pressão intrapleural é menos negativa do que ela seria 
na falta de resistência das vias aéreas, pois a pressão alveolar é positiva. 
Quando se usa ventilação mecânica por pressão positiva, há uma 
inversão de padrão respiratório comparado à ventilação espontânea. A pressão 
negativa é criada pela musculatura respiratória. Uma vez sob ventilação 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
36 
 
mecânica, a respiração se dará por pressão positiva, ou seja, ao invésdo ar ser 
“puxado” para dentro dos pulmões, ele será “empurrado”. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu, 2004. 
 PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. Fisioterapia para problemas respiratórios e 
cardíacos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 
 SCANLAN, C. L.; WILKINS, R. L.; STOLLER, J. K. Fundamentos da Terapia 
Respiratória de Egan. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000. 
 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 7. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O gráfico I trata da ventilação espontânea. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O gráfico I trata da ventilação espontânea. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O gráfico I refere-se à ventilação espontânea, e o II à 
respiração mecânica com pressão positiva, sendo que o traçado A representa a 
pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O traçado não é referente à pressão pleural, já que se inicia 
em zero e não em -5 cmH2O. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O gráfico II demonstra ser ventilação por pressão positiva. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
37 
 
Questão 8 
 
Questão 8.8 
Os indicadores demográficos projetados para o Brasil pelo IBGE, para o período 
de 1980 a 2020, são apresentados no quadro abaixo. 
 
Uma equipe de saúde fez uma análise dos dados acima para traçar políticas 
futuras. Infere-se dos dados apresentados que 
A. a quantidade de crianças na população, em futuro próximo, tende a 
aumentar, motivo pelo qual será necessário ampliar o número de escolas. 
B. o número de adultos permanecerá estável na próxima década, pois esses 
viverão mais tempo e formarão o contingente de idosos de 2020. 
C. a proporção de idosos na população crescerá nos próximos anos, mas 
haverá mais jovens na força de trabalho. 
D. o crescimento total da população no século XXI ocorrerá na mesma 
proporção do verificado nas últimas décadas do século XX. 
E. o aumento da proporção de adultos exigirá maior número de empregos, e o 
aumento da proporção de idosos aumentará a demanda por serviços de 
saúde. 
 
 
 
 
 
8 Questão 12 – Enade 2004 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
38 
 
1. Introdução teórica 
 
Crescimento Populacional 
 
 O rápido crescimento da população brasileira, que ascendeu dez vezes 
entre o início e o fim do século XX, assinalava para um futuro com graves 
situações sociais e econômicas internas, em que escasseariam mantimentos, 
habitação e infraestrutura para tantos indivíduos. 
 Porém, estudos demográficos revelam que as famílias estão tendo cada 
vez menos filhos: em 1960, a média era de seis filhos por mulher; essa média 
caiu para 2,89 em 1991 e, em 2000, para 2,39. Em 2023, a média deverá ser 
de 2,01 filhos por mulher, ou seja, será de mera reposição das gerações. A 
população continuará crescendo, mas de forma decrescente, quer dizer, a taxas 
cada vez menores: dos 3% ao ano entre 1950 e 1960, a taxa caiu para 1,44% 
ao ano em 2004, cairá para 0,24% em 2050 e, finalmente, se aproximará de 
zero em 2062, quando a população brasileira começará a se reduzir (IBGE). 
 A queda da fecundidade da mulher, a urbanização, o planejamento 
familiar, a utilização de métodos preventivos à gestação e a mudança ideológica 
da população são fatores que colaboraram para a diminuição do crescimento da 
população brasileira. A taxa de fecundidade é o fator que mais influencia na 
taxa de crescimento populacional de um país, juntamente com a taxa de 
mortalidade. 
 A taxa de fecundidade caiu devido às transformações ocorridas na família 
brasileira e à crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho. Perante 
os desafios cada vez elevados para vencer profissionalmente, e o tempo que o 
trabalho diário consome, muitas mulheres optam ter apenas um filho, ou abrir 
mão da maternidade. 
 Além disso, a queda da fecundidade da mulher pode ocorrer em função 
da popularização dos métodos anticoncepcionais, principalmente por causa das 
campanhas de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e de 
esclarecimento da população a respeito de meios contraceptivos, estratégias 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
39 
 
essas desenvolvidas pelos governos do país há quinze anos. Em meados da 
década de 90, eram distribuídos, por ano, pelo Ministério da Saúde, 5 milhões 
de cartelas de pílulas anticoncepcionais e 100 milhões de preservativos no 
território brasileiro. Hoje, são repassados à população, todo ano, 50 milhões de 
cartelas de pílula e 1 bilhão de preservativos. Esse material, assim como 
cartilhas de aclaramento sobre os meios contraceptivos, alcança os lugares 
mais distantes do país. A propensão à diminuição das famílias chegou às 
regiões rurais também pelos meios de comunicação. Os personagens de 
novelas tratam de sexo e prevenção da gestação, e nenhum deles costuma ter 
mais de dois filhos. A diminuição da taxa de fecundidade no campo indica que 
as mulheres brasileiras de todas as regiões e camadas sociais estão 
compromissadas em ter menos filhos. 
 A redução composta das taxas de fecundidade e mortalidade vem 
acarretando uma modificação na base etária, com a redução relativa da 
população mais jovem e a elevação proporcional dos idosos. Desde meados da 
década de 1940, a mortalidade infantil vem caindo no Brasil, devido às 
campanhas de vacinação em massa, ao derramamento dos antibióticos e, mais 
atualmente, aos exames pré-natais, às campanhas de aleitamento materno e 
aos agentes comunitários de saúde, entre outras medidas, governamentais ou 
não. 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 CARVALHO, J. A. M. Crescimento populacional e estrutura demográfica no 
Brasil. Belo Horizonte: Ufmg: Cedeplar, 2004. 
 NEIVA, P.; LIMA, R. A. Com a taxa de fecundidade em 1,8 filhos por mulher, 
a população brasileira cresce mais devagar: Isso melhora a renda e o 
padrão de vida no país. Veja, São Paulo, n. 2071, 30 jul. 2008. Julho. 
Editora Abril. Disponível em: 
<http://veja.abril.com.br/300708/p_094.shtml>. Acesso em: 14 set. 2010. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
40 
 
 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Brasil). Disponível em: 
<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 14 set. 2010. 
 BRASIL ESCOLA (Brasil). O crescimento da população brasileira. Disponível 
em: <http://www.brasilescola.com/brasil/o-crescimento-da-populacao-
brasileira.htm>. Acesso em: 14 set. 2010. 
 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 8. 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A quantidade de crianças que as mulheres dão à luz é capaz 
de exercer efeito direto na economia e na sociedade de um país. Casais de 
países ricos são mais propensos a formar famílias pequenas, sendo que a 
adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou à vida acadêmica é um 
dos motivos. Dessa maneira, o percentual da população estudante 
permanecerá estável em todas as faixas etárias. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A partir de 2020 apresentará crescimento nulo (em outras 
palavras, a população estará estacionada). A população entre 15 e 65 anos 
crescerá acima da média global, embora o ritmo desse aumento seja 
decrescente. Em contrapartida, a população idosa (parcela da população com 
idade acima de 65 anos) crescerá acima da média geral, e a taxas crescentes. 
Portanto, “entre 1990 e 2020, deverá haver uma diminuição significativa, em 
termos relativos, da população jovem abaixo de 15 anos, com queda de sua 
participação de 35,0 para 23,5% (um declínio de 33%). Por outro lado, 
aumentarão os pesos relativos da população adulta, de 61,2 para 68,8% 
(aumento de 12%) e da população idosa, de 4,8 para 7,7% (incremento de 
60%)” (CARVALHO, 2004, p. 11). 
 
 
Material Específico– Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
41 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Cidadãos que constituem a força de trabalho passarão para o 
contingente de idosos e não serão substituídos por outros mais jovens, em 
virtude da baixa natalidade no país. 
 
D – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A população continuará crescendo, embora a taxas cada vez 
menores. Em 2062, inclusive, as taxas decrescentes de crescimento poderão 
provocar a redução do contingente populacional (IBGE). 
 
E – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A força de trabalho pelo aumento da proporção de adultos 
exigirá a criação de mais empregos. Além disso, a elevação da proporção de 
idosos na pirâmide populacional, adicionada à sua maior longevidade, vai pesar 
nas contas públicas, especialmente na previdência social, e também no bolso 
dos cidadãos em idade produtiva. 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
42 
 
Questão 9 
 
Questão 9.9 
A História Natural da Doença é o conjunto de processos interativos que afetam 
desde o aparecimento da doença até o resultado final. Com base nessa 
informação, analise as afirmações a seguir. 
I. Uma fratura de quadril em um idoso tem etiologia multifatorial, e suas 
conseqüências no estado de saúde dependerão das condições clínicas pré-
existentes no momento da fratura e dos níveis secundário e terciário de 
atenção à saúde existentes na comunidade onde vive o idoso. 
PORQUE 
II. O homem participa em todas as etapas do processo da História Natural da 
Doença, sendo gerador das condições favoráveis ao aparecimento de 
estímulos patológicos e vítima do contexto de agressão à saúde por ele 
favorecido. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E. as duas afirmações são falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
História Natural da Doença 
 
A história natural das doenças é representada pelo modelo descritivo que 
associa os fatores envolvidos e as maneiras como atuam no processo da 
doença (tal como exemplificado na figura 1). Dessa forma, o modelo busca as 
 
9 Questão 14 - Enade 2007 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
43 
 
inter-relações entre o agente, o hospedeiro e o meio ambiente, tais como se 
ocorrem nas fases do referido processo. 
 Segundo Forattini (2004), os fatores determinantes incluem, de maneira 
inseparável, as causas necessárias e as suficientes. Dessa forma, esses fatores 
podem ser considerados sob dois grandes grupos, o dos endógenos, ou 
referentes ao organismo (herança genética, anatomia e fisiologia do organismo 
humano e estilo de vida), e o dos exógenos, ou concernentes ao ambiente 
(determinantes biológicos, físico-químicos e socioculturais). 
 Os fatores determinantes podem ser divididos em dois grandes períodos 
ou fases: pré-patogênico e patogênico. O pré-patogênico abrange a etapa que 
começa com o acometimento ao organismo e se desenvolve até o instante em 
que o organismo reage ao acometimento. O patogênico abrange a fase em que 
sucedem modificações físicas ou psíquicas, evoluindo para a cura 
(recuperação), incapacidade (defeito, sequela) ou morte. 
 
 
Figura 1. Representação esquemática do processo ecológico da doença ou 
agravo à saúde, no indivíduo e na população. 
Fonte: FORATTINI, Oswaldo Paulo. Ecologia, epidemiologia e sociedade. 2. ed. São 
Paulo: Artes Médicas, 2004, p. 395. 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
44 
 
 O planejamento da adoção de medidas preventivas ocorre após o 
conhecimento da causalidade múltipla ou os fatores de risco, depois de 
determinada a história natural da doença, e, posteriormente, ao 
desenvolvimento progressivo da doença, incapacidade ou morte. 
As medidas preventivas são divididas em três fases: primária, secundária 
e terciária. A prevenção primária é cumprida no período de pré-patogênese. A 
definição de promoção da saúde surge como um dos níveis da prevenção 
primária, definido como “medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. 
O segundo nível da prevenção primária é a proteção específica “contra 
agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do 
meio ambiente”. Podem-se utilizar vacinas, soros profiláticos, combate a 
vetores, abastecimento de água tratada e medidas de controle do ambiente de 
trabalho. Se a doença não for impedida no período pré-patogênico, será preciso 
agir no sentido de evitar sua evolução. A fase da prevenção secundária também 
ocorre em dois níveis: o primeiro corresponde ao diagnóstico e ao tratamento 
precoce e o segundo refere-se à limitação da invalidez. O diagnóstico e 
tratamento precoce são medidas prementes que compreendem diagnóstico 
clínico, laboratorial e terapêutico. A limitação da invalidez pode ser atingida 
evitando-se o progresso da doença e o surgimento da invalidez. Essa fase inclui 
o tratamento dos processos que não foram diagnosticados e tratados 
precocemente. 
Por fim, a prevenção terciária faz referências a medidas de reabilitação 
com o objetivo de prevenir a incapacidade total depois que as mudanças já se 
estabilizaram; ela inclui a integração do indivíduo em ocupações especiais, o 
uso de terapia ocupacional e a reeducação nos aspectos físico, psíquico e 
social. 
 Uma doença pode ser controlada, eliminada ou erradicada mediante 
situações de profilaxia de alcance populacional. O controle diminui a incidência 
da doença para níveis compatíveis com o estado de saúde da população. A 
eliminação diminui a incidência da doença para níveis desprezíveis, até que ela 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
45 
 
deixe de ser problema de saúde pública (ex: poliomielite). A erradicação 
suprime a doença e o agente casual (ex: varíola). 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 BELLUSCI, S. M. Epidemiologia. São Paulo: Senac, 7. ed., 2008. 
 CARVALHO, C. M. R. G.; FONSECA, C. C. C.; PEDROSA, J. I. Educação para 
a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: 
repercussões. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 20, p.719-
6, 2004. 
 FORATTINI, O. P. Ecologia, epidemiologia e sociedade. 2. ed. São Paulo: 
Artes Médicas, 2004. 
 FRANCO, L. J.; PASSOS, A. D. C. Fundamentos de epidemiologia. 2. ed. São 
Paulo: Manole, 2005. 
 LESER, W.; BARBOSA, V.; BARUZZI, R. G. Elementos de epidemiologia 
geral. São Paulo: Atheneu, 2002. 
 
 
3. Análise das afirmativas 
 
Questão 9. 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Uma fratura de quadril apresenta etiologia multifatorial 
caracterizada, principalmente pelo aumento do número de quedas 
acompanhado de maior prevalência de osteoporose. Dessa maneira, excedendo 
o período pré-patogênico, as medidas da fase de prevenção secundária podem 
ser empregáveis em dois níveis. O primeiro diagnóstico e o tratamento precoce 
têm em vista curar e impedir o processo da doença, evitar complicações e 
sequelas e reduzir o período de invalidez. O segundo nível de prevenção 
abrange as medidas (entre as quais se realça ainda o tratamento) empregáveis 
após a doença já ter atingido estágios mais avançados, visando à limitação da 
incapacidade. A fase de prevenção terciária compreende a reabilitação. Essa 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
46 
 
fase inclui: fornecimento de recursos hospitalares e comunitários, visando ao 
máximo bom emprego da capacidade restante; educação do público e dos 
empregadores para uso dos reabilitados; educação do público para extinção de 
preconceitos e tabus relativos a certas doenças e profissão seletiva. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA.Leavell e Clarck (1976) definiram o conceito natural das 
doenças como 
 
todas as inter-relações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente 
que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as 
primeiras forças que criam o estímulo patológico no ambiente ou em 
qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do 
homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, 
invalidez, recuperação ou morte (patogênese). 
 
 Por exemplo, o processo de urbanização e industrialização provocou 
grandes mudanças sociais. As condições de vida e de trabalho dos indivíduos 
ficaram deterioradas e foram acompanhadas de uma elevação do 
acontecimento de epidemias. Dessa maneira, aumentou a necessidade de 
adoção de recursos poderosos para prevenção de doença, incapacidade e 
morte por moléstias não transmissíveis ou crônicas degenerativas. Entre as 
medidas preventivas de moléstias crônicas degenerativas (como cardiopatia 
isquêmica, algumas formas de câncer e DPOC) estão os fatores casuais do 
ambiente (radiações, substâncias químicas tóxicas) e o estilo de vida (hábito de 
fumar, o consumo de alimentos gordurosos, a falta de atividade física e o abuso 
de álcool). 
 
As duas afirmativas estão corretas, mas a segunda não justifica a primeira. 
 
Alternativa correta: B. 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
47 
 
Questão 10 
 
Questão 10.10 
Valéria, uma garota com 8 anos de idade, apresenta diplegia espástica. Suas 
experiências de movimento anteriores incluem o engatinhar, o ficar de pé 
independente e o caminhar com órtese de pé e tornozelo, com uso de bengalas 
canadenses. Ela precisa desenvolver a habilidade de subir e descer escadas e a 
sua aprendizagem é principalmente verbal-cognitiva. Considerando esse caso 
clínico, julgue se os itens abaixo são VERDADEIROS (V) ou FALSOS (F). 
A. No programa fisioterapêutico de locomoção, Valéria precisará adaptar-se a 
subir e descer escadas usando corrimão. 
B. Para realizar a tarefa de subir escadas, Valéria irá requerer a atividade dos 
grandes grupos musculares, como o quadríceps e os extensores de quadril. 
C. Para o processamento de informações psicomotoras, Valéria deverá treinar a 
programação da resposta, para que a aprendizagem motora seja eficiente. 
D. A habilidade de subir e descer escadas, para a qual é desnecessário que 
Valéria treine o equilíbrio dinâmico, irá requerer o trabalho de força de 
membros superiores. 
E. Na fisioterapia, Valéria precisará desenvolver a estabilização pélvica e a 
movimentação ativa para propriocepção em tornozelos. 
 
1. Introdução teórica 
 
Diplegia Espástica 
 
A diplegia espástica (diparesia espástica) recebe essa denominação 
porque se desenvolve afetando os quatro membros (superiores e inferiores), 
mas danificando mais os membros inferiores. Essa forma de lesão espástica é 
resultado da qualidade do tônus a que se submetem os membros afetados, ou 
seja, tais membros apresentam características de tônus hipertônico. A criança 
 
10 Questão 28 – Enade 2004 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
48 
 
com esse tipo de lesão apresenta distúrbios de movimento, ocasionada pela 
rigidez dos músculos, demonstrando assim a espasticidade. A hipertonia dos 
músculos é de qualidade própria e contínua, mesmo o portador estando em 
repouso. 
A diplegia espástica abrange, primariamente, os membros inferiores, 
implicando distúrbios de marcha, como marcha em tesoura, hipertonia dos 
adutores da coxa e clônus de tornozelo. As síndromes genéticas possíveis de 
serem caracterizadas como disfunção motora nos membros inferiores durante a 
lactância e a infância precisam ser consideradas na avaliação da diplegia 
espástica. 
Na diplegia espástica, as crianças comumente apresentam adequado 
controle de cabeça e um comprometimento amenizado nos membros 
superiores. A fala, de regra, não é atingida. Outra característica é o estrabismo, 
que é evidente em certo número de crianças, sendo interpretado como a perda 
do paralelismo entre os olhos. Popularmente, os indivíduos com estrabismo são 
apelidadas de "vesgas". 
A reabilitação tem como fundamento científico a plasticidade neuronal 
que, por sua vez, atua na organização do sistema sensorial e do sistema 
nervoso. Ao admitir estímulos apropriados e corretos, o sistema nervoso tem a 
habilidade de aprender ou reaprender, traduzindo e integrando as informações. 
A criança deve ser tratada considerando-se sua etapa de 
desenvolvimento motor e utilizando-se de uma sequência de exercícios para 
aprimorar a estrutura do movimento e da força. O tratamento procura, como 
uma de suas metas, abranger a criança em todos os aspectos, 
independentemente deles apresentarem dificuldades ou não. Assim sendo, não 
apenas o enfoque motor necessita ser trabalhado, devendo-se, também, visar 
aos pontos sensoriais e emocionais. 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
49 
 
2. Indicações bibliográficas 
 
 DIAS, A. A. S. Revisão bibliográfica sobre o método Bobath - à luz da 
fisioterapia na encefalopatia crônica da infância do tipo diplegia espástica de 
0 (zero) a 3 anos. 53 f. Monografia (Graduação) - Curso de Fisioterapia, 
Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: < 
http://www.uva.br/>. Acesso em: 06 maio 2010. 
 MÉLO, T. R. Avaliação da sensibilidade em mãos de crianças portadoras de 
paralisia cerebral do tipo diplegia em idade escolar. 94 f. Monografia 
(Graduação) - Curso de Fisioterapia, Universidade Estadual do Oeste do 
Paraná, Cascavel, 2004. Disponível em:< http://www.unioeste.br>. Acesso 
em: 06 maio 2010. 
 LEITÃO, A. Paralisia cerebral: diagnóstico, terapia e reabilitação. 1. ed. São 
Paulo: Atheneu: 1983. 
 PALIGA, C. S. Orientações fisioterapêuticas aos cuidadores de crianças 
portadoras de paralisia cerebral. 61 f. Monografia (Graduação) - Curso de 
Fisioterapia, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2005. Disponível 
em: <http://www.upf.br>. Acesso em: 06 maio 2010. 
 PERES, L. W.; RUEDELL, A. M.; DIAMANTE, C. Influência do conceito 
neuroevolutivo Bobath no tônus e força muscular e atividades estáticas e 
dinâmicas em pacientes diparéticos espásticos após paralisia cerebral. 
Saúde, Santa Maria, v. 35, n. 1, p.28-33, 2009. Disponível em: 
<http://www.w3.ufsm.br>. Acesso em: 06 maio 2010. 
3. Análise das alternativas 
 
Questão 10. 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A diplegia espástica envolve o corpo inteiro, sendo que a 
metade inferior é mais comprometida que a metade superior. Os movimentos 
de controle da cabeça, dos braços e das mãos são pouco afetados. O objetivo é 
incentivar a criança a mover-se ativamente sem auxilio e ela só poderá fazer 
Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 
50 
 
isso se o fisioterapeuta tirar sua mão no momento certo e incentivá-la a se 
mover sozinha. Porém, Valéria consegue ficar de pé independente e caminha 
com órtese de pé e tornozelo, com uso de bengalas canadenses. Portanto, ela 
necessita adaptar-se a subir e descer escadas usando corrimão. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os grupos musculares nos diparéticos espásticos que têm 
espasticidade e contratura possuem sua ação principal no plano mediano, 
acarretando em padrões e marchas características. Os músculos mais afetados 
são o músculo psoas maior, o músculo bíceps femoral cabeça longa, o músculo 
semitendíneo, o músculo semimembranáceo, o músculo reto femoral e os 
músculos gastrocnêmios (medial e lateral). Portanto, Valéria irá requerer a 
atividade dos grandes grupos musculares. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Com relação à inteligência, cerca de 60% dos diplégicos 
possuem QI normal (superior a 80). Mas, a aprendizagem de Valéria é 
principalmente verbal-cognitiva. Então, deverá ser treinada a programação

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