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Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 1 CURSO DE FISIOTERAPIA MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO Tomo II Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 2 Questão 1 Questão 1.1 O Capítulo da Saúde na Constituição Federal de 1988 afirma que a assistência à saúde deve abranger atividades curativas e, prioritariamente, atividades preventivas. Qual das diretrizes do SUS configura esta afirmação? A. Regionalização da assistência. B. Igualdade da assistência. C. Integralidade da assistência. D. Universalidade de acesso aos serviços de saúde. E. Hierarquização das ações de saúde. 1. Introdução teórica Sistema Único de Saúde (SUS) A Constituição Federal garante a todos os cidadãos brasileiros ou moradores no País o direito à saúde. A garantia desse direito é responsabilidade do Poder Público nas esferas federal, estadual e municipal, por meio de políticas que visam reduzir o perigo de moléstias e que permitem a prática de ações e serviços de promoção, de proteção e de recuperação da saúde. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios assumem as tarefas de gerar a união e o intercâmbio dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo as ações e os serviços de saúde. O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquizado, em que cada parte (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exerce papéis e aptidões específicas; a ação conjunta desses agentes determina os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais. Elaborado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei nº 8.080/90, admitida como a Lei Orgânica da Saúde, e pela Lei nº 8.142/90, 1 Questão 17 - Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 3 que aborda a participação da sociedade na gestão do sistema e das mudanças intergovernamentais de recursos financeiros, o SUS apresenta normas e regulamentos que obedecem às políticas e ações em cada subsistema. A sociedade, nos fins da Legislação, toma parte do programa por meio da participação nos Conselhos de Saúde, presentes na União, nos Estados e nos Municípios. O SUS apresenta como diretrizes a descentralização na gestão de serviços, a integralização das ações, a regionalização e a hierarquização das unidades prestadoras de serviços, a colaboração da sociedade (na formulação, no planejamento, no cumprimento e no balanço das ações de saúde) e o fortalecimento do papel do município. Fundamenta-se no propósito de que o acesso à saúde deve ser universal e gratuito, destacando, ainda, a obrigação de práticas mais humanizadas em saúde. Os gestores são as entidades incumbidas de fazer com que o SUS funcione adequadamente dentro das diretrizes e da lógica organizacional e que seja operacionalizado dentro dos preceitos estabelecidos. Existirão gestores nas esferas municipal, estadual e federal, cada esfera de atuação do SUS detendo um conjunto de funções. A esfera federal tem como gestor o Ministério da Saúde. Essa esfera é responsável pela formulação de políticas nacionais de saúde, pelo planejamento, pela normalização, pela avaliação e pelo controle do SUS em nível nacional. Também é responsável pelo financiamento das ações e dos serviços de saúde pela aplicação/distribuição de recursos públicos arrecadados. A esfera estadual de atuação do SUS é responsável pela descentralização para os municípios dos serviços e ações de saúde. O gestor é a Secretaria Estadual de Saúde. Suas metas envolvem a formulação da política estadual de saúde, a coordenação e o planejamento do SUS em nível estadual. Além disso, deve financiar as ações e os serviços de saúde por meio da aplicação e da distribuição de recursos públicos recolhidos. A esfera municipal de atuação do SUS tem como gestor a Secretaria Municipal de Saúde. Supre-se da formulação da política municipal de saúde e o Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 4 fornecimento das ações e dos serviços de saúde, financiados com recursos próprios ou remanejados pelo gestor federal e/ou estadual do SUS. Ela controla e fiscaliza os serviços privados de saúde, além de realizar os serviços de vigilância epidemiológica e da saúde do trabalhador. É esperado que a população, por meio de suas entidades representativas, compartilhe do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação deve ser realizada por meio dos Conselhos de Saúde, com representação paritária de usuários, do governo, de profissionais de saúde e dos prestadores de serviço. Outra forma de participação são as conferências de saúde, periódicas, para decidir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. Pressupõe-se, também, que as instituições responsáveis enviem à população todas as informações indispensáveis. O Conselho Nacional de Saúde deve ser constituído por 50% de usuários, 25% de profissionais de saúde e 25% de gestores, prestadores e centros formadores, segundo a Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que determina a função de Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde. As ações e serviços de saúde, praticados pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, são financiados com recursos da União, próprios e de outros programas suplementares de financiamento, todos devidamente observados no Orçamento da Seguridade Social. Os recursos têm origem nas transferências regulares e automáticas, no pagamento de serviços gerados, nos pagamentos efetuados pelos convênios e nos contratos de repasses. 2. Indicações bibliográficas ABRASCO, CEBES, ABRES, Rede UNIDA, AMPASA. Fórum da Reforma Sanitária Brasileira: o SUS pra valer: Universal, Humanizado e de Qualidade. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www4.ensp.fiocruz.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. http://www4.ensp.fiocruz.br/ Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 5 BRASIL. Ministério da Saúde. O ABC do SUS: Doutrinas e Princípios. Brasília. 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. CNS: O Desenvolvimento do SUS: Avanços, Desafios e Reafirmação dos seus Princípios e Diretrizes. Brasília. 2002. [Série B, Textos Básicos de Saúde MS]. PELLEGRINI, B. O discurso do gestor federal no processo de descentralização política: obstáculos à municipalização do SUS. Ciências e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. Disponível em: <http://www.geosc.ufsc.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. PUPIN, V. M.; CARDOSO, C. L. Agentes Comunitários de Saúde e os sentidos de “ser agente”. Estudos de Psicologia, Natal, v. 13, n. 2, p.157-63, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 jul. 2010. 3. Análise das alternativas Questão 1. A e E – Alternativas incorretas. JUSTIFICATIVA. As definições de regionalização e de hierarquização citadas nas alternativas (A) e (E) dizem respeito à organização dos serviços conforme a complexidade das ações desenvolvidas. Em um sistema hierarquizado de serviços de saúde, a sequência da assistência deve ser garantida especialmente pelo estabelecimento de um sistema de referência. As ações e os serviços de saúde de menor grau de complexidade são introduzidos à disposição do usuário em unidades de saúde situadas perto de sua residência. As ações especializadas ou de maior grau de complexidade são responsabilidade de determinados mecanismos de referência, organizados pelos gestores nas três esferas de governo. http://www.scielo.br/ Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 6 B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Equidade significa a garantia de ações e de serviços de todos os níveis, segundoa complexidade que cada caso solicite. Todo cidadão é idêntico diante o SUS e terá atendimento conforme suas necessidades até o limite possível ao sistema. O conceito de equidade difere do de igualdade porque, na primeira, está subentendida a ideia de prestar recursos que se adaptem às necessidades características, enquanto no conceito de igualdade está sugerida a ideia de prestar os mesmos recursos para quaisquer indivíduos. Em um país com proporções continentais como o nosso, é difícil acreditar que as necessidades e os recursos necessários para definir as condições de saúde em um local no cerrado sejam precisamente os mesmos da zona sul do Rio de Janeiro. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Os princípios e diretrizes do SUS estão intimamente inter- relacionados. O conjunto de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e coletivos, em todos os níveis de complexidade, é dito como um direito de Integralidade da Assistência. Integralidade é o reconhecimento de que cada indivíduo é um todo indivisível e integrante de uma sociedade; as ações de promoção, de proteção, de prevenção e de recuperação da saúde constituem também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas; as unidades prestadoras de serviço, com seus vários graus de complexidade, formam também um todo indivisível configurando um sistema adequado de assistência total. O ser humano é um indivíduo total, bio-psico-social, e deverá ser cuidado por um sistema de saúde também total, voltado a promover, a proteger e a recuperar sua saúde. O processo de implantação do SUS tem sido caracterizado por duros debates motivados pela existência de interesses antagônicos em relação a sua concretização. As diretrizes do SUS apontam para um estatuto individualizado do campo da saúde. O cuidado com a organização e a administração de sistemas públicos nacionais de saúde deve reconhecer os determinantes sociais do processo saúde-doença. Essa forma de pensar, Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 7 portanto, inclui práticas de distintas disciplinas relacionadas à promoção de saúde que extrapolam os tradicionais projetos de prevenção e cura. Por isso, essa afirmativa é correta. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A universalidade, decretada pela Constituição de 1988, assegura o acesso aos serviços de saúde no país com caráter universal. Portanto, a oferta desses serviços em unidades básicas assegura, à toda comunidade, ações voltadas à realidade da região, sem qualquer tipo de restrição e buscando sempre a equidade na sua prestação. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 8 Questão 2 Questão 2.2 I. Uma mulher, após dar à luz seu primeiro filho de parto natural, vem apresentando, há seis meses, queixa de perda de urina, aos médios esforços como tossir e espirrar. Sobre esse caso, analise as afirmações a seguir. A situação apresentada por essa mulher pode levá-la a um quadro de sintomatologia depressiva e isolamento social. PORQUE II. A incontinência urinária pode ser resultante de lesão da fáscia e do estiramento da musculatura perineal em decorrência de dificuldades durante o parto natural e da elevada prevalência da depressão pós-parto em mulheres puérperas. Com base na leitura acima, conclui-se que A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E. as duas afirmações são falsas. 1. Introdução teórica Incontinência Urinária e Gestação A incontinência urinária (IU) é uma característica frequente entre mulheres de todas as idades. É responsável por causar danos físicos, psicológicos e sociais, refletindo de maneira significativa na qualidade de vida (QV). As consequências dessa condição constrangedora de perda involuntária de urina podem ser vexantes, pois causa, muitas vezes, afastamento social, 2 Questão 29 - Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 9 ameaça à autoconfiança, frustrações, interferência na vida sexual da mulher e, portanto, repercute de maneira negativa na QV. Há vários tipos de IU e, entre os mais importantes, está a incontinência urinária de esforço (IUE), considerada a queixa de perda involuntária de urina quando há esforço, exercício, espirro ou tosse. Entre os fatores de risco para a IUE estão a gestação, o parto, a menopausa, a obesidade e certas cirurgias ginecológicas, como a histerectomia. A gestação e o parto são os principais responsáveis por essa afecção. Há profissionais que consideram que o parto vaginal, apesar de ser uma característica fisiológica, pode gerar lesões dos músculos do assoalho pélvico e do nervo pudendo por estiramento dos tecidos e fáscias musculares, modificando o sistema de sustentação dos órgãos pélvicos. Em contrapartida, estudos epidemiológicos corroboram com a tese de que o parto cesáreo não protege o assoalho pélvico, pois, mesmo dando à luz somente por essa via de parto, algumas mulheres desenvolvem IU (LIMA, 2007). Dessa maneira, a gestação e a via de parto são fatores de risco para modificação da força muscular do assoalho pélvico. O aumento da massa corporal materna e o peso do útero gravídico elevam a pressão sobre a musculatura do assoalho pélvico na gestação. O aumento do índice de massa corpórea (IMC) na gestação, a multiparidade, o parto vaginal, o tempo espaçado do segundo período do parto e a episiotomia (incisão realizada na região do períneo, durante o parto normal) são fatores que reduzem a força dos músculos do assoalho pélvico. Durante a gestação, há elevação no suprimento de sangue para o sistema urinário, a fim de prover as necessidades do feto. Há aumento do tamanho e do peso dos rins e alargamento da pelve renal. A musculatura lisa das vias urinárias permanece ligeiramente hipotônica: as vias são um pouco alargadas, e também parecem se alongar para circundar o útero alargado. A consequência disso é a estagnação da urina, levando o sistema a infecções. Com o desenvolvimento da gestação, a bexiga urinária altera de posição para se tornar um órgão intra-abdominal, sendo comprimida acima e movida pelo útero. O ângulo uretrovesicular pode ser modificado e a pressão intra- Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 10 abdominal aumentada. O músculo liso da uretra pode se tornar hipotônico e os componentes colágenos da superfície pélvica permanecem frouxos e elásticos. O parto vaginal gera diversos graus de lesão muscular, neuromuscular e ao tecido conectivo. Essas avarias podem derivar em IU e/ou prolapso genital. A episiotomia mediana eleva o risco de lacerações do períneo e a médio-lateral, quando aplicada frequentemente, não previne a IU. No trabalho de parto, o músculo levantador do ânus pode ser lesado por dois mecanismos: por trauma direto, causado pela lesão mecânica ou decorrente da distensão do próprio músculo, e por trauma indireto, causado pela lesão do nervo que o supre. Quando o músculo é estirado em mais da metade de seu comprimento total, pode sofrer lesão grave. Durante o parto, as fibras do músculo levantador do ânus podem se alongar cerca de metade do seu comprimento para contornar a cabeça do neonato. 2. Indicações bibliográficas BARBOSA, A. M. P. et al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 27, n. 11, p.677-82, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 21 mai. 2010. LIMA, J. L. D. A.; CARVALHO, G. M.; MARTINS, A. A. Contribuição da assistênciade enfermagem obstétrica pré-natal: educação para prevenção e correção da incontinência urinária de esforço. O Mundo da Saúde São Paulo, São Paulo, v. 31, n. 3, p.411-8, 2007. Disponível em: <www.saocamilo- sp.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. MORAES, I. G. S. et al. Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 1, p.65-70, 2006. Disponível em: <http://www.scielosp.org>. Acesso em: 02 jun. 2010. O’CONNOR, L. J.; STEPHENSON, R. G. Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e Obstetrícia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2004. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 11 OLIVEIRA, E. et al. Trato urinário, assoalho pélvico e ciclo gravídico- puerperal. Femina. São Paulo, v. 35, n. 2, p.89-94, 2007. POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. 2. ed. São Paulo: Santos, 1997. 3. Análise das afirmativas Questão 2. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. As mulheres incontinentes sentem vergonha de sair de casa com receio de perderem urina nesse momento e se constrangerem devido ao cheiro provocado. Por isso, modificam seus comportamentos, a fim de evitar a perda urinária ou a percepção desta por outros. Esses casos causam complicações na execução de atividades da vida diária (AVDs) e a redução de contatos sociais, propiciando depressão, o isolamento e a impotência frente à situação. Por isso, essa afirmativa é verdadeira. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Há uma relação significante entre a paridade e a IU no puerpério. A prevalência de IU nas nulíparas gestantes é mais elevada do que nas não gestantes. Tanto a gestação quanto o parto são ocasiões de grandes alterações anatômicas e fisiológicas para o organismo materno, em especial, para o sistema urinário, podendo resultar em modificação na função, manifestada por IU de esforço. Está bem documentado que o parto vaginal resulta em lesões nas estruturas anatômicas e nervosas do assoalho pélvico. No entanto, o parto cesáreo não protege as lesões das estruturas, em especial nas parturientes que chegaram ao segundo período do parto (período expulsivo ou período pélvico), indicando que a gestação e o trabalho de parto podem lesar o assoalho pélvico. Sabe-se que a depressão pós-parto é um importante problema de saúde pública, afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 12 (MORAES, 2006). O aparecimento desse quadro ocorre, na maioria dos casos, a partir das primeiras quatro semanas após o parto, atingindo comumente sua intensidade máxima nos seis primeiros meses. Menor escolaridade e baixo nível socioeconômico são os fatores mais habituais agregados com depressão pós- parto. Entre os fatores psicossociais que mais oferecem associação ao quadro depressivo estão: baixo suporte social, história de doença psiquiátrica, angústia pós-parto, depressão pré-natal, baixa autoestima, ansiedade pré-natal, estresse, gestação não planejada, tentativa de cessar a gestação, desordem disfórica pré-menstrual e anseios negativos em relação ao neonato. Entretanto, a relação da IU e a elevada prevalência da depressão pós-parto apresentada na questão tornam a afirmativa incorreta. Alternativa correta: C. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 13 Questão 3 Questão 3.3 Acerca das técnicas utilizadas pela fisioterapia respiratória em pediatria, assinale a opção incorreta. A. As vibrações são mais efetivas na remoção de secreções quando a freqüência respiratória está elevada. B. A percussão torácica é bem tolerada e efetiva na criança jovem. C. A drenagem postural é realizada com as mesmas posturas utilizadas para adultos, devendo-se tomar cuidado, no entanto, com a presença de refluxo gastroesofágico. D. A aspiração nasofaríngea deve ser evitada, se a criança foi extubada recentemente. E. A tosse pode ser desencadeada em crianças com idade inferior a 18 meses por estímulo da fúrcula. 1. Introdução teórica Fisioterapia em Pediatria A fisioterapia respiratória permitiu, ao longo do tempo, a observação de diferentes respostas dos clientes a uma mesma manobra, conforme a idade, o biótipo e o tipo de doença. Outras análises averiguaram, em alguns casos, efeitos opostos na aplicação de uma mesma técnica fisioterapêutica respiratória. Isso foi verificado mais rotineiramente nos recém-nascidos (RN), sobretudo nos prematuros, sugerindo, então, a avaliação e a execução especializada, conforme o cliente. Há uma propensão nos dias atuais a impedir manipulações habituais e/ou intensas principalmente no RN pré-termo, pelo perigo de efeitos contrários. 3 Questão 34 – Enade 2004 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 14 A principal função da fisioterapia respiratória em clientes pediátricos é cooperar na retirada de secreções traqueobrônquica. Também age no sentido de melhorar a expansão pulmonar, prevenir ou reverter atelectasias, e reduzir o perigo de infecções pulmonares. As técnicas fisioterapêuticas utilizadas em neonatos e crianças apresentam grande variabilidade. As mais usadas e apreciadas são as chamadas manobras de higiene brônquica: a vibração/vibrocompressão, a tapotagem (ou percussão), o posicionamento em posturas de drenagem, a aspiração de vias aéreas e endotraqueal e o estímulo de tosse. A vibração, geralmente associada à compressão, incide na aplicação de movimentos ritmados realizados na região torácica do cliente somente durante a fase expiratória, que eleva o nível do fluxo expiratório para se obter o movimento das secreções já soltas e alterar as características físicas do muco. As secreções são transportadas das vias aéreas de pequeno calibre para as de maior calibre, onde serão escarradas com facilidade por meio da tosse. A tapotagem gera ondas mecânicas que auxiliam no descolamento e no transporte do muco até as vias aéreas de maior diâmetro. A intenção da percussão torácica é mover secreção pulmonar viscosa, passando pela árvore bronquial e promovendo, com isso, sua eliminação. É uma técnica que visa à depuração de secreções das vias respiratórias por meio da transmissão de ondas, podendo ser executada manualmente por tapping na região torácica. Para gerar a reexpansão pulmonar, é empregada a técnica de drenagem postural: são adotadas posições específicas, dependendo do local do pulmão onde existe acúmulo de secreções, a fim de promover a drenagem dessas para vias aéreas mais centrais, com o auxílio da força da gravidade. As posições de drenagem postural e o grau de inclinação modificam conforme a posição da área pulmonar a ser drenada e adotam como base o ângulo ou o somatório das angulações formadas entre os segmentos broncopulmonares, devendo sempre ser levadas em consideração as situações clínicas do cliente. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 15 Em crianças, pela gravidade, as posições assistidas podem ser utilizadas da mesma forma, adotando-se alguns cuidados especialmente quando se trata da inclinação de cabeça para baixo (trendlemburg), que deve ser evitada em crianças com pressão craniana aumentada e em lactentes pré-termo que estão com perigo de hemorragia peri-intraventricular. Essa posição também deve ser evitada em lactentes e crianças com distensão abdominal, pois nesses locais o diafragma está em desvantagem mecânica. A aspiração é uma técnica usada para manter preservadas as vias aéreas, garantindo favorável oxigenação e ventilação, impedindo, assim, a intubação traqueal. A limpeza das secreções é executada por meio de um cateter estéril e flexível, pela aplicação de uma adequada pressão subatmosférica. A aspiração na partenasal da faringe torna-se necessária em crianças incapazes de executar uma tosse eficaz e que tenham acúmulo de secreções nas vias aéreas. A tosse é uma ação reflexa de defesa do organismo e sua função é a de retirar substâncias estranhas e secreções acumuladas na árvore bronquial. Consiste na parte mais essencial da terapia de higiene brônquica, já que a maioria das técnicas só auxilia a deslocar a secreção para as vias aéreas centrais. A tosse pode ser estimulada de diversas maneiras, sendo que, no caso de crianças com idades inferiores a dois anos e meio, é incomum a obtenção da tosse ativa e voluntária, sendo necessário, para tanto, o estímulo da fúrcula. 2. Indicações bibliográficas FELCAR, J. M. et al. Fisioterapia pré-operatoria na prevenção das complicações pulmonares em cirurgia cardíaca pediátrica. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, São José do Rio Preto, v. 23, n. 3, p.383-8, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. LUISI, F. O papel da fisioterapia respiratória na bronquiolite viral aguda. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p.39-44, 2008. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 16 NASCIMENTO, D. G.; RUAS, F. B.; FERREIRA, M. H. Manobras fisioterapêuticas no tratamento pediátrico da bronquiolite viral aguda (BVA). Jornal de Pneumologia, São Paulo, p. 301-5. 1995. Disponível em: <http://www.respirafisio.com.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. NICOLAU, C. M.; LAHÓZ, A. L. Fisioterapia respiratória em terapia intensiva pediátrica e neonatal: uma revisão baseada em evidências. Pediatria, São Paulo, v. 29, n. 3, p.216-21, 2007. Disponível em: <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. PRESTO, B. Fisioterapia respiratória: uma nova visão. 3. ed. Uberlândia: Di Livros Especialidade, 2007. PUPIN, M. K. et al. Comparação dos efeitos de duas técnicas fisioterapêuticas respiratórias em parâmetros cardiorrespiratórios de lactentes com bronquiolite viral aguda. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, p. 860-7. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. SANTOS, A. G.; CERQUEIRA, M. L.; COSTA, A. C. S. M. Análise do impacto da fisioterapia respiratória em pacientes pediátricos com os sinais clínicos apresentados na pneumonia. Revista Inspirar, Curitiba, v. 1, n. 1, p.15-9, 2009. Disponível em: <http://www.pontinho.com.br>. Acesso em: 20 jan. 2010. 3. Análise das alternativas Questão 3. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A vibração é uma manobra manual da fisioterapia respiratória aplicada com muita constância por fazer distribuir, pela região torácica, ondas mecânicas com o intuito de deslocar as secreções, que já estão soltas, para as vias aéreas de maior calibre e por elevar o movimento mucociliar. Além disso, a frequência respiratória não favorece a técnica de vibração. Ocorre o oposto, Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 17 não sendo aconselhável o uso da técnica em clientes com frequência respiratória elevada. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A alternativa refere-se a uma criança jovem que já apresenta a região torácica e pulmonar desenvolvida, podendo ser favorecida pela percussão torácica. A eficiência da manobra de percussão em RN é discutível. Isso porque, nessa idade, a região torácica é muito flexível, apresenta tamanhos diminuídos e, sendo assim, a eficiência mecânica da percussão torácica é consideravelmente menor do que em outras idades. Seria preciso, portanto, empregar força mais aguda do que a executada em adultos para acontecer o desprendimento das secreções brônquicas, o que apresentaria perigo, por vezes notado, de provocar dor e até fratura de costelas. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. As posturas são as idênticas para crianças e adultos. Contudo, recomenda-se cautela no caso de crianças com história pregressa de refluxo gastroesofágico, pois algumas evidências indicam que essa posição pode piorar o refluxo e permitir a aspiração. D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Não é indicada a execução da aspiração em horários pré- determinados, aconselhando-se a retirada do excesso de secreções das vias aéreas nos momentos necessários e adequados a cada caso. Uma extubação pode causar algumas intercorrências, como, por exemplo, espasmos na laringe e nos brônquios. Dessa maneira, não é apropriada uma aspiração no caso de uma extubação recente, pois essa prática gera espasmos musculares. E – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. As crianças têm reflexo da tosse imaturo e em desenvolvimento. Assim sendo, é conveniente empregar essa técnica de higiene Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 18 brônquica antes de 18 meses de idade. Os achados para a tosse adquirida por excitação direta da fúrcula do RN e a dos lactentes são idênticos, sucedendo uma ligeira e abrupta elevação do aporte sanguíneo cerebral e da pressão intracraniana. Desse modo, a técnica deve ser aplicada apenas em lactentes crônicos e hipersecretivos. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 19 Questão 4 Questão 4.4 Paciente de 38 anos, ao realizar uma sessão de exercícios, apresentou elevação de frequência cardíaca de 120 bpm para 160 bpm. A esse respeito, analise o gráfico a seguir. Avaliando o gráfico, pode-se afirmar que o aumento da frequência cardíaca A. aumenta a pós-carga. B. diminui a pré-carga. C. não altera o débito cardíaco. D. diminui o débito cardíaco. E. aumenta o débito cardíaco. 1. Introdução teórica Atividade Mecânica do Coração O músculo cardíaco é chamado miocárdio, sendo estriado e involuntário. A mecânica muscular consiste em períodos alternados de sístole (contração muscular e “enchimento”) e de diástole (relaxamento muscular e “esvaziamento”) que são controlados pelo ciclo elétrico rítmico. O miocárdio é o 4 Questão 32 – Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 20 responsável pelo controle do fluxo sanguíneo que passa pelo coração. A mecânica básica à contração muscular do coração é regulada por quatro fatores distintos, ainda que inter-relacionados: 1) pré-carga; 2) pós-carga; 3) contratilidade ou estado inotrópico do coração; 4) frequência cardíaca ou frequência de contração. O débito cardíaco (DC) consiste no volume de sangue que o coração é capaz de expulsar por unidade de tempo: refere-se à quantidade de sangue bombeada pelo coração durante o período de 1 minuto. O valor máximo para o DC reflete a capacidade funcional da circulação em satisfazer as demandas da atividade física. O rendimento do coração depende da sua frequência cardíaca (FC) e da quantidade de sangue ejetada em cada volume de ejeção sistólica (VS), logo o DC pode ser determinado de acordo com a equação: DC=FCxVS. A contratilidade cardíaca é a capacidade de as fibras musculares diminuírem de tamanho (contraírem-se) sob o efeito de um estímulo, com isso produzindo mais força. No caso do músculo estriado cardíaco, esse estímulo (excitabilidade) é fornecido pelo nó sinoatrial (nodo de Keith-Flack) e transmitido para os ventrículos pelo nó atrioventricular (nodo de Aschoff- Tawara). Quanto maior o estímulo produzido, maior será a força de contração do coração, resultando num maior volume de ejeção cardíaca. A pré-carga é a tensão desempenhada na parede do ventrículo antes da sístole ventricular. Tem fundamental influência na atuação da função do coração. Segundo a lei de Frank-Starling, dentro de certo limite, quanto maior for a pré-carga, maior será a força de contração ventriculare, consequentemente, o DC aumentará. A pré-carga, no coração intacto, é classificada como o volume diastólico final do ventrículo. Todavia, em circunstâncias clínicas, é difícil avaliar esse volume, fazendo-se, então, a analogia com a sua pressão diastólica final. A pós-carga é a força contrária à ejeção ventricular oferecida pela resistência vascular periférica e, portanto, influencia o DC de forma oposta. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 21 Quanto maior a resistência contra a qual o coração deve impulsionar seu fluxo, maior deverá ser seu trabalho para manter o mesmo débito. Caso o coração não seja capaz de aumentar seu trabalho, o DC sofrerá redução. Portanto, o coração que tenha uma função ventricular danificada sofrerá maior influência da elevação da pós-carga sobre seu débito do que um coração normal. A FC é outro determinante da atuação cardíaca. A FC é definida pelo número de batimentos cardíacos por minuto, sendo acomodada de acordo com a ação e recebendo influência do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. Intervém de maneira considerável no DC. Quando acontece bradicardia acentuada, o DC pode reduzir-se para níveis críticos, mesmo com um volume sistólico elevado, devido ao aumento do tempo diastólico e, por conseguinte, da pré-carga. A taquicardia acentuada também pode afetar o DC devido à sua intervenção no volume sistólico. Frequências cardíacas acima de 150 batimentos por minuto induzem a um tempo de enchimento diastólico muito curto e, portanto, provocam redução acentuada da pré-carga e volume sistólico. 2. Indicação bibliográfica FEREZ, D. Fisiologia cardíaca e vascular. Disponível em: <http://www.unifesp.br/>. Acesso em: 02 jun. 2010. 3. Análise das alternativas Questão 4. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A pós-carga reduz-se no exercício físico devido ao remanejamento do fluxo sanguíneo e à liberação de acetilcolina, que leva à vasodilatação. Por isso, a alternativa é incorreta. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 22 B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A pré-carga aumenta devido à elevação da excitabilidade cardíaca durante o exercício físico, que elevará a contratilidade cardíaca, assim como o aumento do retorno venoso. Por isso, a alternativa é incorreta. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O DC é resultante da frequência cardíaca e do volume sistólico e ambos estão aumentados. Por isso, a alternativa é incorreta. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O DC está aumentado para suprir a demanda de oxigênio pelos tecidos. Por isso, a alternativa é incorreta. E – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O DC aumenta proporcionalmente com a intensidade do exercício. Portanto, eleva-se graças ao aumento na FC. Existe uma relação linear entre a FC e a captação de oxigênio, e o DC é aumentado devido à necessidade de maior oxigenação dos tecidos durante o exercício físico. No gráfico, é observado que, quanto maior a pré-carga, maiores serão o DC e a contratilidade cardíaca, ou seja, no exercício físico existe um aumento na exigência de oxigênio pelos tecidos, logo o DC é aumentado para abastecer essa necessidade. Com o exercício físico, há um remanejamento do fluxo sanguíneo e, por conseguinte, uma redução na pós-carga, já que diminui a resistência vascular periférica. Por isso, a alternativa é correta. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 23 Questão 5 Questão 5.5 I. A “Teoria das Comportas” vem sendo utilizada ao longo dos anos para explicar a ação do TENS no controle da dor. A esse respeito, analise as afirmações a seguir. A “Teoria das Comportas”, sozinha, não consegue esclarecer os mecanismos de analgesia da Estimulação Elétrica Transcutânea Nervosa (TENS). PORQUE II. Tem sido observado que frequências altas na programação do TENS causam analgesia por mecanismo diferente, como, por exemplo, a produção de opiáceos endógenos. Analisando as afirmações acima, conclui-se que A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E. as duas afirmações são falsas. 1. Introdução teórica Teoria das Comportas A eletroterapia consiste no emprego de corrente elétrica com fins terapêuticos. Nos últimos anos, houve grande desenvolvimento no conhecimento dos efeitos fisiológicos que as correntes elétricas e a aplicação dos agentes eletrofísicos provocam nos tecidos. A eletroterapia é uma técnica eficaz, não farmacológica e não invasiva, utilizada no alívio da dor. A eletroestimulação causa analgesia pela decorrência contrairritativa que promove na ativação do sistema supressor da dor, produzindo um efeito que interfere na 5 Questão 18 – Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 24 sua percepção. Esse efeito pode prosseguir por períodos extensos, causando o desaparecimento total da dor. A TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation) é uma abreviação, em inglês, que significa estimulação elétrica nervosa transcutânea. Trata-se de uma modalidade terapêutica de fácil manuseio, que não gera efeitos colaterais ou interações com medicamentos, sendo empregada para o alívio da dor pela estimulação de nervos periféricos, empregando-se eletrodos no nível da pele. Fundamenta-se na liberação de opioides e na teoria do portão, também denominada teoria das comportas medulares de Melzack e Wall. A teoria das comportas medulares tornou-se o alicerce para a compreensão da influência elétrica na modulação da dor. A transmissão de estímulos aferentes no sistema nervoso periférico acontece tanto por fibras do tipo A, quanto do tipo C, presentes em nervos que penetram na medula espinal pelo corno posterior, envolvendo as lâminas I, II e III da substância gelatinosa, e dirigindo-se para as células de transmissão (hipotéticas células T), na lâmina V. (...) [Sugere-se] que a substância gelatinosa funcionaria como um sistema de controle de comporta que modularia os padrões aferentes antes que eles pudessem ativar as células T (TRIBIOLI, 2003, p.26). Dessa forma, esse mecanismo permitiria a passagem apenas de uma transmissão, A ou C. Os efeitos da comporta para os estímulos evocados seriam determinados pelo número total de fibras nervosas ativas, pela frequência dos impulsos nervosos e pelo balanço da atividade entre fibras grossas e finas (TRIBIOLI, 2003, p. 26). Ainda que o número total de impulsos aferentes fosse um importante parâmetro de estímulo, os impulsos apresentariam efeitos diferenciados, dependendo das funções especializadas das fibras que os conduziriam, além das especializações anatômicas, que determinariam a localidade e a extensão das terminações centrais das fibras (TRIBIOLI, 2003). Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 25 Melzack e Wall também propuseram uma somação espacial e temporal, ou uma integração da comporta que aconteceria nas células T. O sinal que dispararia o sistema de ação responsável pela experiência de dor e a resposta aconteceria quando um “output” (saída) das células T alcançasse ou ultrapassasse um nível crítico, causado pela comporta aferente que, de fato, iria de encontro às células T, após ter tolerado modulação pela atividade da substância gelatinosa. Um “gatilho” de controle central causaria atividades cerebrais descendentes via fibras eferentes, que influenciariam a condução aferente junto aos níveis pré-sinápticos no sistema somestésico, ativando, de forma particular, seletivos processos cerebrais que desempenhariamcontrole sobre um “input” (entrada) sensorial. Dessa forma, seria possível para as atividades do sistema nervoso central (SNC) exercer atenção, emoção, e memória de experiências anteriores. Uma vez ultrapassado o nível crítico nas células T, o “disparo” ativaria uma série de respostas por um sistema de ação (TRIBIOLI, 2003). A figura 1 mostra um diagrama esquemático da Teoria do Controle das Comportas. Figura 1. Diagrama esquemático da Teoria do Controle das Comportas. Fonte: TRIBIOLI, Ricardo Alexandre. Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo parâmetros de estimulação para o controle da dor. Ribeirão Preto: Dissertação de Mestrado, 2003, p.26 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 26 2. Indicações bibliográficas BARBOSA, I. S.; CORRÊA, M. V. A eficácia da estimulação elétrica nervosa transcutânea no alívio da dor no pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia torácica. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Universidade da Amazônia, Belém, 2007. Disponível em: <www.unama.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. RAIMUNDO, A. K. S. et al. Dosagem da serotonina sistêmica após aplicação de eletroestimulação nervosa transcutânea. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 22, n. 3, p.365-74, 01 jan. 2009. Disponível em: <www2.pucpr.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. TRIBIOLI, R. A. Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo parâmetros de estimulação para o controle da dor. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Bioengenharia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003. Disponível em: <www.teses.usp.br>. Acesso em: 02 jun. 2010. 3. Análise das afirmativas Questão 5. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Não são apenas os aspectos referentes à corrente elétrica aqueles que podem esclarecer os mecanismos de analgesia da TENS. Além desses aspectos, outros podem explicar a analgesia, tais como os mecanismos de contra corrente e a liberação de opiáceos. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A frequência da corrente está fortemente conexa ao seu mecanismo de ação. A TENS de alta frequência age na via sensorial, acionando o portão modulador da dor no nível da medula espinal, e a de baixa frequência atua na via motora, em razão da liberação de opioides endógenos, que são substâncias que acionam os mecanismos analgésicos, dificultando os sinais Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 27 nociceptivos e fixando-se aos mesmos receptores que as endorfinas. A TENS, principalmente em baixas frequências, gera resultado analgésico, em parte, pela ativação desses opioides endógenos. Alternativa correta: C. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 28 Questão 6 Questão 6.6 Sr. João, 72 anos, viúvo, com sobrepeso, possui sinais radiológicos de lesões articulares indicativos de osteoartrose moderada no joelho direito, acompanhada de sintomatologia caracterizada por rigidez articular e dor localizada, que piora com atividade física e diminui com repouso. Na avaliação clínica, verificou-se ainda hipotrofia do quadríceps direito, crepitação, redução da amplitude articular e da percepção cinestésica, o que está promovendo insegurança para realizar atividades da vida diária. Considerando a fisiopatologia da osteoartrose e o quadro clínico desse paciente, são pertinentes as seguintes condutas de tratamento fisioterapêutico: I. fortalecimento da musculatura proximal através de exercícios isométricos e isotônicos; alongamento do quadríceps e dos isquiotibiais; recomendação de uso de bengala no lado contralateral à articulação afetada; II. uso de termoterapia na modalidade de calor profundo no joelho afetado; uso de órteses de imobilização articular em períodos agudos da doença; exercícios isométricos para o quadríceps; III. prescrição de exercícios de baixo impacto como a hidroginástica; recomendação de uso de calçados com solado adequado para absorção de impacto; uso de órteses para correção ou suporte biomecânico; IV. orientações ao paciente e à sua família sobre a evolução da osteoartrose e encaminhamento do paciente a uma nutricionista para controle do peso corporal; recomendação do uso de correntes analgésicas como alternativas para alívio da dor articular; V. recomendação de uso de órtese de suporte (bengala) homolateral à articulação afetada; utilização de técnicas de fortalecimento muscular do quadríceps baseadas em exercícios resistidos; uso de eletroterapia para alívio da sintomatologia dolorosa. Estão certas, apenas, as condutas 6 Questão 34 – Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 29 A. I e III. B. II e III. C. I, II e IV. D. I, III e IV. E. II, III e V. 1. Introdução teórica Osteoartrose de Joelho A osteoartrite (OA) ou osteoartrose, como ainda é conhecida, é uma enfermidade articular degenerativa, sendo considerada a doença musculoesquelética mais frequente nos clientes com mais de 65 anos de idade, sendo um dos principais motivos de dor e de incapacidade física. Nos membros inferiores, a OA tem enorme impacto nos joelhos, já que essas articulações são essenciais para marcha, transposição de obstáculos e execução das atividades domésticas. A fraqueza dos músculos, provocada pela degeneração da articulação, modifica a biomecânica articular e muscular, constituindo-se em um dos principais fatores de risco que tendem ao aumento e à aceleração do processo degenerativo. A OA de joelho origina redução da amplitude de movimento (ADM), não somente na articulação envolvida, mas também no quadril homolateral e tornozelo. A limitação da amplitude de movimento acarreta instabilidade articular de todo o membro inferior, principalmente quando da execução de caminhada em superfícies irregulares e ao descer escadas. A redução da força nos membros inferiores (MMII), especialmente no músculo quadríceps femoral (músculo extensor do joelho), está habitualmente associada à enfermidade no joelho, implicando em dor e atrofia muscular devido à falta de uso, tanto da articulação afetada como da contralateral. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 30 O tratamento da OA deve envolver uma equipe multidisciplinar e visa à melhora nos âmbitos funcional, mecânico e clínico. A dor, a atrofia, a deficiência na ativação muscular voluntária do músculo quadríceps femoral e a natural redução da força criam considerável impacto funcional e queda na qualidade de vida, em razão da redução de suas capacidades para a realização das AVDs, como andar, vestir-se, fazer uso independente do banheiro e realizar tarefas domésticas. A cinesioterapia envolve diversos tipos de exercícios terapêuticos, como o alongamento e o exercício isotônico, isocinético, isométrico e aeróbio, que são as modalidades mais comuns no tratamento da OA de joelhos. Os exercícios terapêuticos são indicados, pois geram bem estar, aprimoramento da capacidade aeróbia, da força muscular, da ADM, da resistência e da flexibilidade. Também auxiliam na conservação da mineralização do osso e na obtenção de metas funcionais específicas (por exemplo, a elevação da capacidade de andar dos clientes). O calor, o frio, a pressão e a luz são modalidades físicas que resultam em efeitos terapêuticos satisfatórios, especialmente nos casos em que há necessidade de cicatrização de tecidos e de redução da dor. O calor, além de minimizar a dor, eleva a extensibilidade do tecido colágeno e reduz a rigidez articular. Os recursos da eletroterapia (como o ultrassom, as ondas curtas, as microondas e a corrente galvânica) são, também, vastamente usados como maneira de analgesia. 2. Indicações bibliográficas ARANTES, P. M. M. Análise da cinemática e do padrão de ativação musculardurante a marcha de idosas assintomáticas e com osteoartrite de joelhos. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2006. Disponível em: <http://www.radarciencia.org>. Acesso em: 08 fev. 2010. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 31 COIMBRA, I. B. et al. Consenso brasileiro para o tratamento da osteortrite. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 42, n. 6, p.371-4, 2002. Disponível em: <http://www.cidmed.com.br>. Acesso em: 08 fev. 2010. MARQUES, A. P.; KONDO, A. A fisioterapia na osteoartrose: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Reumatologia. São Paulo, v. 38, n. 2, p.83- 90, 1998. Disponível em: < http://www.unifra.br/professores>. Acesso em: 08 fev. 2010. MASCARIN, N. C. Uma abordagem fisioterapêutica no tratamanto de osteoartrite de joelho. 2008. 103 f. Dissertação de Mestrado (Pós- graduação) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. Disponível em: < http://www.unicamp.br>. Acesso em: 08 fev. 2010. 3. Análise das afirmativas Questão 6. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os exercícios terapêuticos aprimoram e sustentam a força muscular, a mobilidade articular, o desempenho e a funcionalidade, elevam a densidade mineral óssea e reduzem a dor, pois aprimoram a biomecânica. Os exercícios isométricos e isotônicos progressivos são os mais eficientes para o fortalecimento muscular e o aperfeiçoamento da funcionalidade. A manutenção da mobilidade articular é muito importante para os clientes com OA, pois a diminuição de amplitude de movimento leva ao encurtamento, à contratura em músculos e estruturas capsulares, podendo atrapalhar a funcionalidade. Porém, a força do alongamento deve ser controlada em casos de inflamação, pois reduz a força tênsil do músculo. Por isso, essa afirmativa é correta. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A incorreção da alternativa diz respeito ao uso de órteses para imobilização em uma doença degenerativa, já que as órteses são indicadas em momentos específicos, mas não utilizadas frequentemente, pois aumentam a Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 32 rigidez. Ainda, segundo alguns autores, a indicação de calor profundo poderia acelerar o processo degenerativo, de forma que deve ser evitada. O programa de exercícios isométricos consiste no melhor tratamento para a OA de joelho. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A prescrição de hidroginástica, no caso específico de OA, é comumente indicada para os clientes. Isso se deve às vantagens notadas durante essa intervenção: elevação da amplitude do movimento, diminuição de edema, alívio da dor e diminuição da carga na articulação afetada. A indicação de utilização de palmilhas antivaro, unidas à estabilização de tornozelo, é eficaz na melhora da dor e função na OA do compartimento medial do joelho. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A fisioterapia analisa força muscular, estabilidade articular, mobilidade, dor, amplitude de movimento e reflexos. A intervenção da reabilitação abrange três aspectos: prevenção, restauração e manutenção. Na reabilitação específica para a OA deve-se considerar: 1) o controle da dor, entre aguda e crônica; 2) a conservação da força e da amplitude de movimento, pois preservam a função e previnem dor e incapacidade; 3) as medidas de adaptações ou equipamentos para promover a movimentação; 4) a elevação da capacidade aeróbia e a redução da fadiga e 5) a educação do cliente e da família. V – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Exercícios de fortalecimento para o músculo quadríceps femoral podem melhorar a estabilidade das articulações dos joelhos e a proteção articular, reduzir o excessivo stress e esforço na cápsula articular e diminuir a dor durante o movimento. O uso de eletroterapia (por exemplo, por meio da TENS), associado à modalidade de exercícios isométricos, leva à redução da dor, à melhora da amplitude de movimento e da rigidez articular. Porém, o uso de bengala homolateral à articulação afetada não é uma boa Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 33 medida devido à produção de cargas superiores nas articulações. O ideal consiste em utilizar a bengala contralateral à lesão, diminuindo as cargas concentradas na articulação. Esse procedimento deve ser indicado na fase inicial do tratamento, momento em que o cliente ainda não tem ganho de força muscular. Alternativa correta: D. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 34 Questão 7 Questão 7.7 Os gráficos demonstram duas pressões do sistema respiratório. Analisando os gráficos, conclui-se que o Gráfico I representa as alterações de pressões durante a respiração às alterações de pressões durante a respiração: A. mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. B. mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. C. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. D. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. E. espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão negativa, sendo que o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 7 Questão 13 – Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 35 1. Introdução teórica Ventilação A respiração é fundamental à manutenção da vida e pode ser explicada, de maneira simples, como uma troca de gases entre as células do organismo e a atmosfera. O campo da mecânica da ventilação compreende as forças que amparam e movem o pulmão e a região torácica. A ventilação normal é uma atividade cíclica que apresenta duas fases: inspiração e expiração. A inspiração é ativa e a expiração passiva. Durante cada ciclo, um volume de gás se movimenta para dentro e para fora do sistema respiratório. A ventilação acontece em resposta aos gradientes de pressão gerados pela expansão e pela contração da região torácica. Essas pressões comumente são mensuradas em centímetros de água (cmH2O). Na ventilação espontânea, antes que inspiração inicie, a pressão intrapleural é de -5 cmH2O, em virtude do retorno elástico dos pulmões. A pressão alveolar é zero (pressão atmosférica) porque, sem fluxo aéreo, não há nenhuma queda de pressão ao longo das vias aéreas. Contudo, para que o fluxo inspiratório aconteça, a pressão alveolar diminui, assim constituindo a pressão de impulso. Na realidade, a extensão da queda depende da taxa de fluxo e da resistência das vias aéreas. Em indivíduos normais, a modificação na pressão alveolar é de apenas 1 cmH2O mais ou menos. A pressão intrapleural diminui durante a inspiração por duas razões. Primeiro, à medida que o pulmão expande, o seu retorno elástico eleva, fazendo com que a pressão se torne mais negativa; em segundo, pela resistência proporcionada pelo sistema respiratório. Na expiração acontecem mudanças idênticas, e a pressão intrapleural é menos negativa do que ela seria na falta de resistência das vias aéreas, pois a pressão alveolar é positiva. Quando se usa ventilação mecânica por pressão positiva, há uma inversão de padrão respiratório comparado à ventilação espontânea. A pressão negativa é criada pela musculatura respiratória. Uma vez sob ventilação Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 36 mecânica, a respiração se dará por pressão positiva, ou seja, ao invésdo ar ser “puxado” para dentro dos pulmões, ele será “empurrado”. 2. Indicações bibliográficas COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu, 2004. PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SCANLAN, C. L.; WILKINS, R. L.; STOLLER, J. K. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000. 3. Análise das alternativas Questão 7. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O gráfico I trata da ventilação espontânea. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O gráfico I trata da ventilação espontânea. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O gráfico I refere-se à ventilação espontânea, e o II à respiração mecânica com pressão positiva, sendo que o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O traçado não é referente à pressão pleural, já que se inicia em zero e não em -5 cmH2O. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O gráfico II demonstra ser ventilação por pressão positiva. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 37 Questão 8 Questão 8.8 Os indicadores demográficos projetados para o Brasil pelo IBGE, para o período de 1980 a 2020, são apresentados no quadro abaixo. Uma equipe de saúde fez uma análise dos dados acima para traçar políticas futuras. Infere-se dos dados apresentados que A. a quantidade de crianças na população, em futuro próximo, tende a aumentar, motivo pelo qual será necessário ampliar o número de escolas. B. o número de adultos permanecerá estável na próxima década, pois esses viverão mais tempo e formarão o contingente de idosos de 2020. C. a proporção de idosos na população crescerá nos próximos anos, mas haverá mais jovens na força de trabalho. D. o crescimento total da população no século XXI ocorrerá na mesma proporção do verificado nas últimas décadas do século XX. E. o aumento da proporção de adultos exigirá maior número de empregos, e o aumento da proporção de idosos aumentará a demanda por serviços de saúde. 8 Questão 12 – Enade 2004 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 38 1. Introdução teórica Crescimento Populacional O rápido crescimento da população brasileira, que ascendeu dez vezes entre o início e o fim do século XX, assinalava para um futuro com graves situações sociais e econômicas internas, em que escasseariam mantimentos, habitação e infraestrutura para tantos indivíduos. Porém, estudos demográficos revelam que as famílias estão tendo cada vez menos filhos: em 1960, a média era de seis filhos por mulher; essa média caiu para 2,89 em 1991 e, em 2000, para 2,39. Em 2023, a média deverá ser de 2,01 filhos por mulher, ou seja, será de mera reposição das gerações. A população continuará crescendo, mas de forma decrescente, quer dizer, a taxas cada vez menores: dos 3% ao ano entre 1950 e 1960, a taxa caiu para 1,44% ao ano em 2004, cairá para 0,24% em 2050 e, finalmente, se aproximará de zero em 2062, quando a população brasileira começará a se reduzir (IBGE). A queda da fecundidade da mulher, a urbanização, o planejamento familiar, a utilização de métodos preventivos à gestação e a mudança ideológica da população são fatores que colaboraram para a diminuição do crescimento da população brasileira. A taxa de fecundidade é o fator que mais influencia na taxa de crescimento populacional de um país, juntamente com a taxa de mortalidade. A taxa de fecundidade caiu devido às transformações ocorridas na família brasileira e à crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho. Perante os desafios cada vez elevados para vencer profissionalmente, e o tempo que o trabalho diário consome, muitas mulheres optam ter apenas um filho, ou abrir mão da maternidade. Além disso, a queda da fecundidade da mulher pode ocorrer em função da popularização dos métodos anticoncepcionais, principalmente por causa das campanhas de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e de esclarecimento da população a respeito de meios contraceptivos, estratégias Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 39 essas desenvolvidas pelos governos do país há quinze anos. Em meados da década de 90, eram distribuídos, por ano, pelo Ministério da Saúde, 5 milhões de cartelas de pílulas anticoncepcionais e 100 milhões de preservativos no território brasileiro. Hoje, são repassados à população, todo ano, 50 milhões de cartelas de pílula e 1 bilhão de preservativos. Esse material, assim como cartilhas de aclaramento sobre os meios contraceptivos, alcança os lugares mais distantes do país. A propensão à diminuição das famílias chegou às regiões rurais também pelos meios de comunicação. Os personagens de novelas tratam de sexo e prevenção da gestação, e nenhum deles costuma ter mais de dois filhos. A diminuição da taxa de fecundidade no campo indica que as mulheres brasileiras de todas as regiões e camadas sociais estão compromissadas em ter menos filhos. A redução composta das taxas de fecundidade e mortalidade vem acarretando uma modificação na base etária, com a redução relativa da população mais jovem e a elevação proporcional dos idosos. Desde meados da década de 1940, a mortalidade infantil vem caindo no Brasil, devido às campanhas de vacinação em massa, ao derramamento dos antibióticos e, mais atualmente, aos exames pré-natais, às campanhas de aleitamento materno e aos agentes comunitários de saúde, entre outras medidas, governamentais ou não. 2. Indicações bibliográficas CARVALHO, J. A. M. Crescimento populacional e estrutura demográfica no Brasil. Belo Horizonte: Ufmg: Cedeplar, 2004. NEIVA, P.; LIMA, R. A. Com a taxa de fecundidade em 1,8 filhos por mulher, a população brasileira cresce mais devagar: Isso melhora a renda e o padrão de vida no país. Veja, São Paulo, n. 2071, 30 jul. 2008. Julho. Editora Abril. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/300708/p_094.shtml>. Acesso em: 14 set. 2010. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 40 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Brasil). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 14 set. 2010. BRASIL ESCOLA (Brasil). O crescimento da população brasileira. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/brasil/o-crescimento-da-populacao- brasileira.htm>. Acesso em: 14 set. 2010. 3. Análise das alternativas Questão 8. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A quantidade de crianças que as mulheres dão à luz é capaz de exercer efeito direto na economia e na sociedade de um país. Casais de países ricos são mais propensos a formar famílias pequenas, sendo que a adesão das mulheres à competitividade no trabalho ou à vida acadêmica é um dos motivos. Dessa maneira, o percentual da população estudante permanecerá estável em todas as faixas etárias. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A partir de 2020 apresentará crescimento nulo (em outras palavras, a população estará estacionada). A população entre 15 e 65 anos crescerá acima da média global, embora o ritmo desse aumento seja decrescente. Em contrapartida, a população idosa (parcela da população com idade acima de 65 anos) crescerá acima da média geral, e a taxas crescentes. Portanto, “entre 1990 e 2020, deverá haver uma diminuição significativa, em termos relativos, da população jovem abaixo de 15 anos, com queda de sua participação de 35,0 para 23,5% (um declínio de 33%). Por outro lado, aumentarão os pesos relativos da população adulta, de 61,2 para 68,8% (aumento de 12%) e da população idosa, de 4,8 para 7,7% (incremento de 60%)” (CARVALHO, 2004, p. 11). Material Específico– Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 41 C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Cidadãos que constituem a força de trabalho passarão para o contingente de idosos e não serão substituídos por outros mais jovens, em virtude da baixa natalidade no país. D – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A população continuará crescendo, embora a taxas cada vez menores. Em 2062, inclusive, as taxas decrescentes de crescimento poderão provocar a redução do contingente populacional (IBGE). E – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A força de trabalho pelo aumento da proporção de adultos exigirá a criação de mais empregos. Além disso, a elevação da proporção de idosos na pirâmide populacional, adicionada à sua maior longevidade, vai pesar nas contas públicas, especialmente na previdência social, e também no bolso dos cidadãos em idade produtiva. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 42 Questão 9 Questão 9.9 A História Natural da Doença é o conjunto de processos interativos que afetam desde o aparecimento da doença até o resultado final. Com base nessa informação, analise as afirmações a seguir. I. Uma fratura de quadril em um idoso tem etiologia multifatorial, e suas conseqüências no estado de saúde dependerão das condições clínicas pré- existentes no momento da fratura e dos níveis secundário e terciário de atenção à saúde existentes na comunidade onde vive o idoso. PORQUE II. O homem participa em todas as etapas do processo da História Natural da Doença, sendo gerador das condições favoráveis ao aparecimento de estímulos patológicos e vítima do contexto de agressão à saúde por ele favorecido. Analisando as afirmações acima, conclui-se que A. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. B. as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. C. a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. D. a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. E. as duas afirmações são falsas. 1. Introdução teórica História Natural da Doença A história natural das doenças é representada pelo modelo descritivo que associa os fatores envolvidos e as maneiras como atuam no processo da doença (tal como exemplificado na figura 1). Dessa forma, o modelo busca as 9 Questão 14 - Enade 2007 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 43 inter-relações entre o agente, o hospedeiro e o meio ambiente, tais como se ocorrem nas fases do referido processo. Segundo Forattini (2004), os fatores determinantes incluem, de maneira inseparável, as causas necessárias e as suficientes. Dessa forma, esses fatores podem ser considerados sob dois grandes grupos, o dos endógenos, ou referentes ao organismo (herança genética, anatomia e fisiologia do organismo humano e estilo de vida), e o dos exógenos, ou concernentes ao ambiente (determinantes biológicos, físico-químicos e socioculturais). Os fatores determinantes podem ser divididos em dois grandes períodos ou fases: pré-patogênico e patogênico. O pré-patogênico abrange a etapa que começa com o acometimento ao organismo e se desenvolve até o instante em que o organismo reage ao acometimento. O patogênico abrange a fase em que sucedem modificações físicas ou psíquicas, evoluindo para a cura (recuperação), incapacidade (defeito, sequela) ou morte. Figura 1. Representação esquemática do processo ecológico da doença ou agravo à saúde, no indivíduo e na população. Fonte: FORATTINI, Oswaldo Paulo. Ecologia, epidemiologia e sociedade. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2004, p. 395. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 44 O planejamento da adoção de medidas preventivas ocorre após o conhecimento da causalidade múltipla ou os fatores de risco, depois de determinada a história natural da doença, e, posteriormente, ao desenvolvimento progressivo da doença, incapacidade ou morte. As medidas preventivas são divididas em três fases: primária, secundária e terciária. A prevenção primária é cumprida no período de pré-patogênese. A definição de promoção da saúde surge como um dos níveis da prevenção primária, definido como “medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. O segundo nível da prevenção primária é a proteção específica “contra agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente”. Podem-se utilizar vacinas, soros profiláticos, combate a vetores, abastecimento de água tratada e medidas de controle do ambiente de trabalho. Se a doença não for impedida no período pré-patogênico, será preciso agir no sentido de evitar sua evolução. A fase da prevenção secundária também ocorre em dois níveis: o primeiro corresponde ao diagnóstico e ao tratamento precoce e o segundo refere-se à limitação da invalidez. O diagnóstico e tratamento precoce são medidas prementes que compreendem diagnóstico clínico, laboratorial e terapêutico. A limitação da invalidez pode ser atingida evitando-se o progresso da doença e o surgimento da invalidez. Essa fase inclui o tratamento dos processos que não foram diagnosticados e tratados precocemente. Por fim, a prevenção terciária faz referências a medidas de reabilitação com o objetivo de prevenir a incapacidade total depois que as mudanças já se estabilizaram; ela inclui a integração do indivíduo em ocupações especiais, o uso de terapia ocupacional e a reeducação nos aspectos físico, psíquico e social. Uma doença pode ser controlada, eliminada ou erradicada mediante situações de profilaxia de alcance populacional. O controle diminui a incidência da doença para níveis compatíveis com o estado de saúde da população. A eliminação diminui a incidência da doença para níveis desprezíveis, até que ela Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 45 deixe de ser problema de saúde pública (ex: poliomielite). A erradicação suprime a doença e o agente casual (ex: varíola). 2. Indicações bibliográficas BELLUSCI, S. M. Epidemiologia. São Paulo: Senac, 7. ed., 2008. CARVALHO, C. M. R. G.; FONSECA, C. C. C.; PEDROSA, J. I. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um programa universitário: repercussões. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 20, p.719- 6, 2004. FORATTINI, O. P. Ecologia, epidemiologia e sociedade. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2004. FRANCO, L. J.; PASSOS, A. D. C. Fundamentos de epidemiologia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2005. LESER, W.; BARBOSA, V.; BARUZZI, R. G. Elementos de epidemiologia geral. São Paulo: Atheneu, 2002. 3. Análise das afirmativas Questão 9. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Uma fratura de quadril apresenta etiologia multifatorial caracterizada, principalmente pelo aumento do número de quedas acompanhado de maior prevalência de osteoporose. Dessa maneira, excedendo o período pré-patogênico, as medidas da fase de prevenção secundária podem ser empregáveis em dois níveis. O primeiro diagnóstico e o tratamento precoce têm em vista curar e impedir o processo da doença, evitar complicações e sequelas e reduzir o período de invalidez. O segundo nível de prevenção abrange as medidas (entre as quais se realça ainda o tratamento) empregáveis após a doença já ter atingido estágios mais avançados, visando à limitação da incapacidade. A fase de prevenção terciária compreende a reabilitação. Essa Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 46 fase inclui: fornecimento de recursos hospitalares e comunitários, visando ao máximo bom emprego da capacidade restante; educação do público e dos empregadores para uso dos reabilitados; educação do público para extinção de preconceitos e tabus relativos a certas doenças e profissão seletiva. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA.Leavell e Clarck (1976) definiram o conceito natural das doenças como todas as inter-relações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no ambiente ou em qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte (patogênese). Por exemplo, o processo de urbanização e industrialização provocou grandes mudanças sociais. As condições de vida e de trabalho dos indivíduos ficaram deterioradas e foram acompanhadas de uma elevação do acontecimento de epidemias. Dessa maneira, aumentou a necessidade de adoção de recursos poderosos para prevenção de doença, incapacidade e morte por moléstias não transmissíveis ou crônicas degenerativas. Entre as medidas preventivas de moléstias crônicas degenerativas (como cardiopatia isquêmica, algumas formas de câncer e DPOC) estão os fatores casuais do ambiente (radiações, substâncias químicas tóxicas) e o estilo de vida (hábito de fumar, o consumo de alimentos gordurosos, a falta de atividade física e o abuso de álcool). As duas afirmativas estão corretas, mas a segunda não justifica a primeira. Alternativa correta: B. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 47 Questão 10 Questão 10.10 Valéria, uma garota com 8 anos de idade, apresenta diplegia espástica. Suas experiências de movimento anteriores incluem o engatinhar, o ficar de pé independente e o caminhar com órtese de pé e tornozelo, com uso de bengalas canadenses. Ela precisa desenvolver a habilidade de subir e descer escadas e a sua aprendizagem é principalmente verbal-cognitiva. Considerando esse caso clínico, julgue se os itens abaixo são VERDADEIROS (V) ou FALSOS (F). A. No programa fisioterapêutico de locomoção, Valéria precisará adaptar-se a subir e descer escadas usando corrimão. B. Para realizar a tarefa de subir escadas, Valéria irá requerer a atividade dos grandes grupos musculares, como o quadríceps e os extensores de quadril. C. Para o processamento de informações psicomotoras, Valéria deverá treinar a programação da resposta, para que a aprendizagem motora seja eficiente. D. A habilidade de subir e descer escadas, para a qual é desnecessário que Valéria treine o equilíbrio dinâmico, irá requerer o trabalho de força de membros superiores. E. Na fisioterapia, Valéria precisará desenvolver a estabilização pélvica e a movimentação ativa para propriocepção em tornozelos. 1. Introdução teórica Diplegia Espástica A diplegia espástica (diparesia espástica) recebe essa denominação porque se desenvolve afetando os quatro membros (superiores e inferiores), mas danificando mais os membros inferiores. Essa forma de lesão espástica é resultado da qualidade do tônus a que se submetem os membros afetados, ou seja, tais membros apresentam características de tônus hipertônico. A criança 10 Questão 28 – Enade 2004 Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 48 com esse tipo de lesão apresenta distúrbios de movimento, ocasionada pela rigidez dos músculos, demonstrando assim a espasticidade. A hipertonia dos músculos é de qualidade própria e contínua, mesmo o portador estando em repouso. A diplegia espástica abrange, primariamente, os membros inferiores, implicando distúrbios de marcha, como marcha em tesoura, hipertonia dos adutores da coxa e clônus de tornozelo. As síndromes genéticas possíveis de serem caracterizadas como disfunção motora nos membros inferiores durante a lactância e a infância precisam ser consideradas na avaliação da diplegia espástica. Na diplegia espástica, as crianças comumente apresentam adequado controle de cabeça e um comprometimento amenizado nos membros superiores. A fala, de regra, não é atingida. Outra característica é o estrabismo, que é evidente em certo número de crianças, sendo interpretado como a perda do paralelismo entre os olhos. Popularmente, os indivíduos com estrabismo são apelidadas de "vesgas". A reabilitação tem como fundamento científico a plasticidade neuronal que, por sua vez, atua na organização do sistema sensorial e do sistema nervoso. Ao admitir estímulos apropriados e corretos, o sistema nervoso tem a habilidade de aprender ou reaprender, traduzindo e integrando as informações. A criança deve ser tratada considerando-se sua etapa de desenvolvimento motor e utilizando-se de uma sequência de exercícios para aprimorar a estrutura do movimento e da força. O tratamento procura, como uma de suas metas, abranger a criança em todos os aspectos, independentemente deles apresentarem dificuldades ou não. Assim sendo, não apenas o enfoque motor necessita ser trabalhado, devendo-se, também, visar aos pontos sensoriais e emocionais. Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 49 2. Indicações bibliográficas DIAS, A. A. S. Revisão bibliográfica sobre o método Bobath - à luz da fisioterapia na encefalopatia crônica da infância do tipo diplegia espástica de 0 (zero) a 3 anos. 53 f. Monografia (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: < http://www.uva.br/>. Acesso em: 06 maio 2010. MÉLO, T. R. Avaliação da sensibilidade em mãos de crianças portadoras de paralisia cerebral do tipo diplegia em idade escolar. 94 f. Monografia (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2004. Disponível em:< http://www.unioeste.br>. Acesso em: 06 maio 2010. LEITÃO, A. Paralisia cerebral: diagnóstico, terapia e reabilitação. 1. ed. São Paulo: Atheneu: 1983. PALIGA, C. S. Orientações fisioterapêuticas aos cuidadores de crianças portadoras de paralisia cerebral. 61 f. Monografia (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2005. Disponível em: <http://www.upf.br>. Acesso em: 06 maio 2010. PERES, L. W.; RUEDELL, A. M.; DIAMANTE, C. Influência do conceito neuroevolutivo Bobath no tônus e força muscular e atividades estáticas e dinâmicas em pacientes diparéticos espásticos após paralisia cerebral. Saúde, Santa Maria, v. 35, n. 1, p.28-33, 2009. Disponível em: <http://www.w3.ufsm.br>. Acesso em: 06 maio 2010. 3. Análise das alternativas Questão 10. A – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A diplegia espástica envolve o corpo inteiro, sendo que a metade inferior é mais comprometida que a metade superior. Os movimentos de controle da cabeça, dos braços e das mãos são pouco afetados. O objetivo é incentivar a criança a mover-se ativamente sem auxilio e ela só poderá fazer Material Específico – Fisioterapia – Tomo II – CQA/UNIP 50 isso se o fisioterapeuta tirar sua mão no momento certo e incentivá-la a se mover sozinha. Porém, Valéria consegue ficar de pé independente e caminha com órtese de pé e tornozelo, com uso de bengalas canadenses. Portanto, ela necessita adaptar-se a subir e descer escadas usando corrimão. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Os grupos musculares nos diparéticos espásticos que têm espasticidade e contratura possuem sua ação principal no plano mediano, acarretando em padrões e marchas características. Os músculos mais afetados são o músculo psoas maior, o músculo bíceps femoral cabeça longa, o músculo semitendíneo, o músculo semimembranáceo, o músculo reto femoral e os músculos gastrocnêmios (medial e lateral). Portanto, Valéria irá requerer a atividade dos grandes grupos musculares. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Com relação à inteligência, cerca de 60% dos diplégicos possuem QI normal (superior a 80). Mas, a aprendizagem de Valéria é principalmente verbal-cognitiva. Então, deverá ser treinada a programação
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