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A LOGISTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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LOGÍSTICA PÚBLICA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. John Jackson Buettgen 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A intenção desta aula é homogeneizar conhecimentos básicos acerca dos 
fundamentos conceituais que abordam a logística. Diferentes termos têm 
diferentes significados, e o mundo nos mostra que muitas vezes são 
interpretados como se sinônimos fossem. 
Outra intencionalidade que perpassa esta aula é demonstrar as principais 
especificidades da logística pública e a razão delas. A bibliografia da área 
sempre tem foco na área empresarial, contudo, a sua aplicação na área pública 
difere consideravelmente. Cabe ao futuro gestor público compreender e se 
aproveitar dessas diferenças para apresentar os melhores resultados para a 
sociedade. 
Essas diferenças estão amparadas nos princípios constitucionais que 
regem a administração pública e na legislação aplicável. Esses dois elementos 
também serão abordados de forma genérica, com aprofundamento nas demais 
aulas da disciplina e em outras disciplinas do curso. 
Portanto, aproveite essa aula e dissemine esses conceitos entre as 
pessoas com as quais se relaciona. Afinal de contas, de que serve estudar se 
não for para mudar para melhor você mesmo e aqueles que convivem com você? 
TEMA 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO E FUNDAMENTOS 
Desde os primórdios da industrialização, o principal objetivo sempre foi 
aumentar a capacidade de fornecimento das operações, com vistas a atender 
mercados cada vez maiores e mais exigentes. Sem pensar muito, há dois 
caminhos para isso: fazer mais daquilo que você já está fazendo, ou fazer melhor 
aquilo que você está fazendo. A segunda alternativa passa pela melhoria da 
capacidade competitiva. 
Nesse processo evolutivo, as operações passaram por momentos 
diversos, sempre buscando uma maior capacidade competitiva. Num primeiro 
momento, o foco eram os “produtos”, que deveriam ser melhores do que os 
ofertados pelos concorrentes. Missão clara da área de Produção. 
Num segundo momento as operações se aperceberem que o “cliente” é o 
elemento-chave na obtenção do resultado. Daí em diante a busca da vantagem 
competitiva passa pelo “entendimento dos desejos e necessidades dos clientes”. 
Missão da área Comercial. 
 
 
3 
Nos dias atuais, em mais um ajuste nessa busca pela competitividade, as 
empresas se aperceberam que não basta ter um produto de qualidade e que 
atenda os desejos e necessidades dos clientes. É preciso fazer isso de forma 
correta, aproveitando bem os recursos disponíveis e reduzindo o “tempo” que 
esse produto leva para atravessar a cadeia produtiva. Quem faz isso? A função 
Logística, que, assim, é a “bola da vez” (Slack, 2008). 
Mas para compreender como a logística pode ajudar é necessário 
compreender o que ela faz. Para tanto vamos esclarecer conceitos que, em 
muitas situações, são utilizados incorretamente. Para entender melhor vamos 
nos utilizar da Figura 1. 
Figura 1 – A evolução da logística para cadeia de suprimentos 
Fonte: Ballou (2006, p. 30). 
Ballou (2006) ensina que até os anos 1960 havia dois grandes grupos de 
atividades ligados à Logística. O primeiro relacionado a 
“Compras/gerenciamento de materiais”, e um segundo voltado às atividades de 
“Distribuição Física”. As atividades de armazenagem, manuseio de materiais e 
embalagem eram pertinentes aos dois grupos. Na prática, o primeiro grupo era 
responsável por abastecer a empresa e o segundo por fazer chegar ao mercado 
o produto final. Essas duas áreas eram geridas separadamente. 
Depois dos anos 1960 o modelo de gestão passou a demandar um olhar 
mais corporativo e a gestão da Logística passa a ser o formato predominante. 
 
 
4 
Em outras palavras, uma gestão que coordene as entradas e saídas da 
organização (Ballou, 2006). 
Nesse momento histórico, as empresas se apercebem de que não basta 
gerir suprimento ou distribuição e esquecer que esses materiais precisam 
atravessar a operação da melhor maneira possível, de forma a agregar o máximo 
valor, maximizando assim os resultados obtidos pelas empresas. 
Tal visão tem relação direta com a grande disseminação do conceito de 
Just In Time ocorrida nos anos 1960 e 1970, que levou as organizações para a 
busca do estoque mínimo. Para tal, a perfeita integração entre todas as 
atividades é a única saída para conseguir minimizar estoques, uma vez que 
estoques em excesso acabam ocultando falhas de planejamento e execução 
(Slack, 2008). 
Contudo, ao longo do tempo se percebeu que havia um grande volume de 
interações com outras áreas da organização, como planejamento estratégico, 
informações, marketing e finanças, que impactavam diretamente nos resultados 
obtidos. Surge o conceito de “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos” (CS)1, 
que engloba a logística e essas áreas correlatas. 
Em essência, percebeu-se a necessidade de dar celeridade ao processo 
de agregação de valor, que é induzido pelo processo de transformação. Em 
outras palavras, tempo é dinheiro. Quanto mais rápido materiais forem 
transformados em produto de maior valor, mais rapidamente são transformados 
em faturamento. 
Na Figura 2 é possível ver que diferentes partes (canal de suprimento, 
canal de distribuição e logística reversa) se integram de forma a criar essa 
Cadeia de Suprimentos. 
Basicamente, esses três canais têm funções muito claras: 
• Canal de suprimentos (ou fornecimento): tem a missão de abastecer a 
operação com os recursos de que esta necessita; 
• Canal de distribuição: faz chegar ao mercado o resultado do processo de 
transformação operado pela empresa; 
 
1 Em algumas publicações são usados os termos Supply Chain Management ou Cadeia de Valor. 
 
 
5 
• Logística reversa: traz de volta para a operação produtos que já estão no 
mercado.2 
Figura 2 – Cadeia de Suprimentos imediata da operação 
 
Fonte: Adaptado de Ballou, 2006, p. 30. 
Esses são conceitos básicos da área de estudo da disciplina. A seguir, 
vamos compreender o que há de diferente no setor público. 
TEMA 2 – OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E SEU IMPACTO NA 
LOGÍSTICA 
O que são os princípios constitucionais? Sylvia Di Pietro (2010) afirma que 
são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam as ações e 
atitudes subsequentes. A Constituição de 1988 ofereceu um olhar especial para 
a Administração Pública, demonstrado no capítulo VII. O capítulo, em seu art. 
37, estabelece princípios constitucionais de observação obrigatória, que são: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Vamos recorrer a Paludo (2013) para saber do que trata cada um desses 
princípios. 
 
2 Trata basicamente de materiais em final de vida útil, devoluções de pedidos (por cancelamento, problemas de qualidade 
etc.) ou cuja destinação final é legalmente atribuída à empresa (ex.: pilhas, baterias, pneus, lixo eletrônico etc.), além 
dos produtos que devem retornar para assistência técnica. 
 
 
6 
• Legalidade: Esse princípio determina que a Administração Pública, em 
qualquer esfera (federal, estadual ou municipal), prende-se ao que 
determina a lei, sob pena de que os atos sejam declarados inválidos e os 
autores responsabilizados pelos danos ou prejuízos advindos da ação. O 
administrador público só pode fazer aquilo que a lei permite. Sem uma 
legislação de amparo nada se faz; 
• Impessoalidade: Segundo esse princípio, o administrador público é um 
mero executor da vontade do Estado. Em outras palavras as realizações 
não são do agente político, mas da entidade pública em nome da qual ele 
atua. “O agente público, ao praticar o ato, deve ser imparcial. Buscar 
somente o fim público pretendido pela lei, sem privilégios ou 
discriminações de qualquer natureza” (Paludo, 2013, p. 28); 
• Moralidade: As decisões dos agentes públicos devem estar atreladas à 
moral jurídica, entendida como um conjunto de regras de conduta 
estabelecidas na legislação. Não se trata apenasda moral comum. Ele 
precisa decidir entre o honesto e o desonesto. O agente público deve ser 
ético na sua conduta; 
• Publicidade: Os atos dos agentes públicos devem ser publicados para que 
possam produzir os efeitos que deles se espera, além de ser um requisito 
de eficácia e moralidade. É dever do ente público manter a transparência 
de todos os seus comportamentos, dando conhecimento público de seus 
atos e ações, de modo que possam surtir o efeito desejado; 
• Eficiência: Inserido na CF pela emenda Constitucional n. 19 (1998), define 
o direcionamento das atividades e serviços públicos à efetividade do bem 
comum. De forma muito simplista, é possível dizer que o princípio busca 
o melhor aproveitamento possível dos recursos, evitando desperdícios e 
garantindo a maior rentabilidade social. Meirelles (2007) complementa 
afirmando que esse princípio exige que o agente público execute os 
serviços com absoluta perfeição e presteza, com o máximo rendimento 
funcional. 
 
 
 
7 
Figura 3 – Os princípios constitucionais 
 
Fonte: Paludo, 2013. 
2.1 Os princípios constitucionais e a Logística Pública 
Mas qual seria a repercussão desses princípios na atividade de logística? 
Para responder a essa pergunta, vamos nos valer do conhecimento comum 
advindo do acompanhamento diário que você faz do noticiário. É notícia 
frequente em todos os meios de comunicação a descoberta de corrupção 
ocorrida nas ações de entes públicos. No caso da Logística Pública, o fato de ter 
entre suas responsabilidades abastecer os entes públicos dos insumos 
necessários ao desempenho de sua atividade, ou contratar terceiros para a 
realização dos projetos aprovados pelo poder público, gera uma aproximação 
“perigosa” dos interessados. 
A capacidade de compra do Poder Público é expressa em números 
vultuosos, capazes de despertar interesses diversos, nem sempre republicanos. 
TEMA 3 – A ADEQUAÇÃO DA LOGÍSTICA AO CONTEXTO PÚBLICO 
A grande busca do gestor é fazer essa cadeia oferecer competitividade, 
que no caso da administração pública significa fazer mais, melhor, em menos 
tempo, com menos dispêndio de recursos e com melhor qualidade de informação 
para o contribuinte. 
Como vimos, as operações empresariais buscam garantir os suprimentos 
e a celeridade dos processos, de forma a maximizar a sua capacidade 
competitiva. Uma característica das operações que se utilizam apenas dos 
 
 
8 
conceitos de logística é a busca da otimização dos resultados com ação nas 
atividades internas na organização. O grande salto conceitual trazido pelo 
conceito de CS é justamente o fato de que as operações passam a ser 
orientadas para o mercado. 
Para Christopher (2011), não se trata apenas de “centrar” as atividades 
no cliente, mas sim projetar a Cadeia de Suprimentos em torno das 
necessidades do cliente. 
Esse fato cria a conexão ideal com a gestão pública, cuja 
responsabilidade central é o interesse público. Ao prover recursos materiais, de 
serviços ou de informação, o ente público deve considerar a maximização do 
impacto positivo para o cidadão. 
Para Vaz e Lotta (2011), o advento da Constituição Federal de 1988 fez 
com que o Estado brasileiro repensasse o seu funcionamento com base numa 
nova democracia que estava sendo reconstruída e no aumento substancial da 
influência dos movimentos sociais nas decisões do governo. 
Ainda segundo Vaz e Lotta (2011), três forças induziram a evolução do 
serviço público no Brasil: 
1) A racionalização dos recursos, cada vez mais escassos; 
2) A busca de um novo patamar de qualidade dos serviços prestados pelos 
entes públicos; 
3) A pressão da sociedade por participação, transparência e controle sobre 
as ações dos agentes públicos. 
Como resultado óbvio para essa pressão, em 21 de junho de 1993 foi 
publicada a Lei n. 8.666, com o objetivo de regulamentar o art. 37 da CF, que 
em seu inciso XXI institui normas para licitações e contratos com a Administração 
Pública. Essa lei, desde então, tem sido o regramento básico para as licitações 
no Brasil. 
Obviamente, ao longo do tempo se percebeu que ela não atendia 
adequadamente todas as necessidades da Administração Pública, e legislações 
complementares foram criadas. Podemos exemplificar com algumas: 
• Lei n. 10.520 (17/07/2002): institui, no âmbito da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de 
bens e serviços comuns; 
 
 
9 
• Lei n. 12.232 (29/04/2010): dispõe sobre as normas gerais para licitação 
e contratação pela administração pública de serviços de publicidade 
prestados por intermédio de agências de propaganda; 
• Lei n. 12.598 (21/03/2012): estabelece normas especiais para as 
compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e de sistemas 
de defesa e dispõe sobre regras de incentivo à área estratégica de defesa. 
A Administração Pública, por meio de seus órgãos, também emitiu uma 
infinidade de regramentos na forma de leis, decretos, normas, regulamentos e 
instruções normativas, dentre outros instrumentos legais para a realização das 
atividades logísticas que atendem às necessidades do poder público. 
O fato é que, diferentemente do setor privado, na Administração Pública 
a atividade de logística deve ser desempenhada no estrito cumprimento da 
legislação. Se não houver uma legislação que regule uma determinada atividade, 
ela não deve ser feita. 
Outra característica é que, dadas das características do serviço público, 
nem todas as atividades que compõem o espectro da logística (veja a Figura 1). 
TEMA 4 – O SISTEMA DE SERVIÇOS GERAIS (SISG) 
4.1 O Sistema de Serviços Gerais (SISG) 
O Decreto-Lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967, concretizou uma grande 
reforma administrativa no Estado brasileiro, que buscou implementar os 
princípios do planejamento, coordenação, descentralização, de legação de 
competências e controle. Tal reforma até hoje é reconhecida como um grande 
avanço para modernização e profissionalização da atividade estatal. O decreto 
já previa, em seu art. 30, a criação de uma organização centralizada sob forma 
de um sistema que pudesse coordenar de forma mais eficiente, padronizada e 
transparente, sempre buscando menores custos para a Administração. 
No ano de 1994, com o Decreto n. 1.094, finalmente surge o Sistema de 
Serviços Gerais – SISG, como parte do sistema orgânico que abarca toda a 
Administração Pública Federal. A ideia central é possibilitar a coordenação das 
atividades da logística pública, buscando a maior eficiência possível. Isso é feito 
por uma ferramenta denominada Sistema Integrado de Administração de 
Serviços Gerais (SIASG), auxiliar do SISG, destinada à informatização e 
operacionalização, com a finalidade de integrar e dotar os órgãos da 
 
 
10 
administração direta, autárquica e fundacional de instrumento de modernização, 
em todos os níveis. 
Figura 4 – Representação do Sistema de Serviços Gerais 
 
Fonte: Brasil (2019). 
O Portal de Compras do Governo Federal (Brasil, 2019) apresenta de 
forma sintética as finalidades do SISG: 
Fomentar contratações públicas sustentáveis e o uso racional e 
eficiente dos recursos, visando ao desenvolvimento nacional 
sustentável. 
Propiciar modelagem básica dos processos de logística publica, 
visando sua padronização, controle e gestão. 
Disponibilizar dados relativos às atividades de logística pública, com o 
objetivo de dotar os órgãos e entidades de informações gerenciais para 
tomada de decisão. 
Fomentar o uso compartilhado de soluções, técnicas, metodologias, 
dentre outros, visando à maior interação entre usuários para o 
desenvolvimento integrados das atividades. 
Estimular a promoção, capacitação e o desenvolvimento dos 
servidores que atuam em atividades de logística pública. 
Promover a articulação com os órgãos setoriais e seccionais com o 
objetivo de contribuirpara a interação sistêmica do SISG. (Brasil, 2019) 
A mesma fonte governamental ainda informa como está organizado o 
SISG: 
 
 
11 
De acordo com o art. 2º do Decreto n. 1.094, de 1994, o SISG está 
organizado em: 
Órgão central: responsável pela formulação de diretrizes, orientação, 
planejamento e coordenação, supervisão e controle dos assuntos 
relativos a Serviços Gerais; 
Órgãos setoriais: unidades incumbidas regimentalmente da execução 
das atividades concernentes ao SISG, nos Ministérios e órgãos 
integrantes da Presidência da República; 
Órgãos seccionais: unidades incumbidas regimentalmente da 
execução das atividades do SISG, nas autarquias e fundações 
públicas. (Brasil, 2019) 
O SISG é integrado por alguns sistemas autônomos. São eles: 
• SCDP: regulamentado pelo art. 12-A do Decreto n. 5.992, de 19 de 
dezembro de 2006, que regula as diárias dos servidores públicos da 
administração federal direta, autarquias e fundações, operacionalizando 
e autorizando tudo que for necessário para o afastamento do servidor da 
sua base funcional; 
• PEN: instituído pelo Decreto n. 8.539, de 8 de outubro de 2015, dispõe 
sobre o uso do meio eletrônico para a realização do processo 
administrativo no âmbito dos órgãos e das entidades. O intuito é construir 
uma infraestrutura pública de processos e documentos administrativos 
eletrônicos, objetivando a melhoria no desempenho dos processos do 
setor público, com ganhos em agilidade, produtividade, transparência, 
satisfação do usuário e redução de custos; 
• SEI: ferramenta desenvolvida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª 
Região (TRF4) e cedido gratuitamente para instituições públicas por meio 
de Acordos de Cooperação Técnica. Tem a missão de instrumentalizar a 
gestão de documentos e de processos eletrônicos administrativos, 
garantindo segurança, transparência e economicidade. 
TEMA 5 – A INSTRUÇÃO NORMATIVA 205/1988 
5.1 O que é uma Instrução Normativa (IN)? 
Toda sociedade tem, a cada tempo e lugar, a necessidade de criar 
regramentos jurídicos que disciplinem a convivência das pessoas. Esse 
regramento orienta, disciplina, coíbe, limita ou mesmo dirime conflitos entre 
pessoa físicas e jurídicas. 
 
 
12 
Contudo, esse regramento precisa ter uma hierarquia reconhecida por 
todos, à qual as leis devem se submeter. Essa hierarquia evita conflitos no 
momento da aplicação da lei. 
No caso brasileiro, a Constituição Federal representa a Lei maior, seguida 
de Tratados Internacionais, Leis Complementares, Leis Ordinárias e, finalmente, 
Decretos, Decretos Legislativos e Resoluções. 
Como é possível perceber, Instruções Normativas não têm força de lei. 
São atos puramente administrativos, ou seja, normas administrativas. A sua 
missão é detalhar a operacionalização de uma legislação específica; portanto, 
ela não pode inovar, apenas explicar o que foi definido pela legislação. 
Uma Instrução Normativa não pode colidir com a Legislação. Ela deve 
guardar consonância com ela. Portanto, segui-la manterá você nos trilhos da 
legalidade. 
Para Acquaviva (1999), a IN sempre é expedida pelos superiores dos 
órgãos que devem se submeter a uma determinada legislação. Dessa forma, as 
IN orientam os agentes públicos daquele órgão sobre como devem agir para que 
determinada legislação tenha o efeito esperado pelo legislador ou ocupante 
máximo do Executivo que emitiu a referida legislação. 
5.2 A IN 205/88 e sua missão 
O escopo da IN 205/88 define: 
o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de material 
no âmbito do SISG através de técnicas modernas que atualizam e 
enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de 
operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades. 
Em outras palavras, a IN 205/88 dá detalhes acerca do regramento para 
a obtenção, guarda e consumo de materiais no âmbito da Administração Pública. 
Fundamentalmente, ela dá detalhes operacionais para os seguintes tópicos: 
a) Conceituação do que é material; 
b) Aquisição; 
c) Recebimento e aceitação; 
d) Documentos hábeis para recebimento; 
e) Armazenagem; 
f) Requisição e distribuição; 
g) Carga e descarga; 
 
 
13 
h) Saneamento de material; 
i) Tipos de controle; 
j) Renovação de estoque; 
k) Movimentação e controle; 
l) Inventários físicos; 
m) Guarda. 
Como você pode perceber, a Instrução Normativa é essencial para o dia 
a dia da administração pública, pois é lá que está o “como fazer”. 
NA PRÁTICA 
Tente imaginar uma empresa presente em todo o território nacional, com 
5.895 agências próprias, 6.749 agências terceirizadas, 10.052 unidades 
operacionais, 118.537 funcionários e aproximadamente 36,5 milhões de objetos 
triados e entregues por dia. Essa empresa existe, é pública e está no Brasil. 
Estamos falando da ECT – Empresa de Correios e Telégrafos. 
A essência da operação dos Correios, ou seja, o seu core business, é a 
logística. Como deixamos claro ao longo da aula, a eficiência nas operações é 
diferencial competitivo quando se fala em logística. O case apresentado mostra 
a busca da equipe do CTC3 Santo André, responsável por toda a logística na 
captação e na entrega das correspondências em todas as cidades que formam 
o ABC paulista, por formas de aumentar a eficiência. 
O CTC em Santo André recebe as correspondências, faz a triagem e a 
expedição conforme os padrões de qualidade estabelecidos pela empresa. Para 
atender essa demanda, tem cerca de 140 colaboradores (Rodrigues et al., 2013, 
p. 7). 
No exemplo, um dos principais custos da operação dos Correios é a mão 
de obra. De ineficiências a custos com afastamentos por doenças do trabalho, 
os gastos com pessoal precisavam diminuir. 
Aqui entra uma primeira conexão com o que vimos ao longo desta aula. 
Como os gestores identificaram esse problema? A resposta vem fácil quando 
relembramos o que estudamos: sistemas. Sistemas informatizados geram dados 
importantes e analisáveis. 
 
3 CTC: Centro de Tratamento de Cartas 
 
 
14 
Uma vez identificado o problema, os gestores devem trabalhar na 
solução. Nesse caso específico, foi indicada uma mudança no processo de carga 
e descarga, com a utilização de alongadores nos garfos das empilhadeiras. 
Numa análise superficial, você poderia imaginar que isso é processo, portanto, 
função da área de Operações, não da Logística. Mas um detalhe não pode 
passar despercebido. A operação de carga e descarga é terceirizada, o que leva 
à uma mudança no modelo de contratação de serviços. Quem supre a operação 
de serviços? A Logística. 
Saiba mais 
O case exemplifica de forma bastante coerente diversos dos assuntos 
tratados nesta aula. Conheça mais detalhes lendo todo o material. Disponível 
em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/46518540.pdf>. Acesso em: 
12 fev. 2020. 
FINALIZANDO 
A essência desta aula era buscar uma equalização conceitual. A 
terminologia presente na literatura pode (e acredite: é) mal interpretada. Cabe a 
você, como futuro gestor público, impedir que falhas de compreensão 
atrapalhem os resultados que são exigidos da Administração Pública. 
Procuramos demonstrar a diferença entre a logística empresarial e a 
pública, dando ênfase a dois aspectos de importância visceral para a logística 
pública: a vinculação aos princípios constitucionais e a necessidade de uso 
adequado dos recursos públicos. 
Aproveitamos para mostrar a uniformidade de atuação buscada pelo uso 
do SISG e da Instrução Normativa 205/88. O seu uso assegura o cumprimento 
dos ditames legais e evita problemas para o gestor público. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ACQUAVIVA, M. C. Dicionário acadêmico de direito. São Paulo: Jurídica 
Brasileira, 1999. 
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística 
empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. 
BRASIL. Departamento de Normas e Sistemas de Logística. Ministério do 
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Ed.). O que é o Sistema de 
Serviços Gerais. 2019.Disponível em: 
<https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/sisg>. Acesso em: 12 
fev. 2020. 
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento na cadeia de suprimentos. 
São Paulo: Cengage Learning, 2011. 
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2010. 
MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 
2007. 
PALUDO, A. V. Administração geral e pública para AFRF e AFT. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2013. 
RODRIGUES, E. F. et al. Análise do processo logístico em uma unidade dos 
correios no Estado de São Paulo. In: Seget – Simpósio De Excelência Em 
Gestão E Tecnologia. Anais... Resende: AEDB, 2013. 
SLACK, N. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas 
de impacto estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2008. 
VAZ, J. C.; LOTTA, G. S. A contribuição da logística integrada às decisões de 
gestão das políticas públicas no Brasil. Revista de Administração Pública, Rio 
de Janeiro, v. 1, n. 45, p.107-139, jan./fev., 2011.

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