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Gabarito questionário - Princípios aplicáveis aos contratos 2020

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Gabarito questionário.
1 - Gabarito: Letra E. 
 
Sobre as regras dos contratos em geral, previstas no Código Civil Brasileiro. Assinale a alternativa INCORRETA:
a)  Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. CORRETA.
 
É o que prevê o artigo 435 do CC: 
 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
 
b)  Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. CORRETA.
 
A assertiva reproduz o artigo 424 do CC:
 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
c)  Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. CORRETA.
 
É o que estabelece o artigo 422 do CC: 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
d)  Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. CORRETA.
 
A assertiva reproduz o artigo 426 do CC: 
 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
e)  Não é lícito às partes estipular contratos atípicos. INCORRETA. 
 
As partes podem estipular contratos atípicos, isto é, aqueles que não têm regramento próprio previsto no CC: 
 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
2 - Gabarito: Letra E. 
 
João iria vender um imóvel de sua propriedade a Antônio e já estavam conversando a respeito, porém João desistiu de formalizar o negócio.
Considerando a responsabilidade civil de indenizar de João a Antônio, assinale a alternativa correta.
a)  Sempre que houver um rompimento pré-contratual, atingindo a boa-fé objetiva, faz surgir o dever de indenizar. INCORRETA. 
 
Quando há rompimento pré-contratual, atingindo a boa-fé objetiva, é possível se cogitar do dever de indenizar. 
 
A assertiva usou a palavra "sempre", o que fragiliza a afirmação, se bem que, a meu ver, não está errada. Mas como se trata da fase pré-contratual, deverão ser analisadas circunstâncias do caso concreto para verificação da efetiva violação da boa-fé objetiva e do consequente cabimento ou não da indenização. 
 
Nesse sentido, a alternativa "e" parece deixar mais claro que houve uma hipótese de rompimento da boa-fé objetiva (provocou na parte expectativa razoável de contratação), devendo ser assinalada. 
b)  No caso, tratando-se de responsabilidade contratual, não importa a fase negocial, impondo-se o dever de conduta às partes e o dever de indenizar. INCORRETA. 
 
Não se trata de responsabilidade contratual, pois o contrato não foi formalizado, tendo havido apenas conversas entre as partes, caracterizando a fase de negociações preliminares (vide comentário da letra "e"). 
c)  Se alguém se propôs a vender um bem, pode simplesmente recusar a venda a alguém sem nenhum motivo justificado. INCORRETA. 
 
A boa-fé objetiva, que impõe dever de lealdade, honestidade e ética, aplica-se também na fase de negociações preliminares, razão pela qual alguém não pode, deliberadamente, depois de ter criado séria expectativa no outro de contratação, desistir sem justificativa (vide comentário da letra "e").
d)  O Direito brasileiro não reconhece nenhum direito relativo à fase pré-contratual, podendo a parte desistir do negócio a qualquer tempo até formalizar algum compromisso. INCORRETA. 
 
O direito brasileiro reconhece a aplicação da boa-fé objetiva na fase pré-contratual (vide comentário da letra "e").
e)  Não é o rompimento de qualquer negociação, mas daquela que já tinha provocado na parte a expectativa razoável de contratação que gera a possível indenização. CORRETA. 
 
A mera conversa a respeito do negócio caracteriza a fase de negociações preliminares, que não impõe, em regra, a vinculação das partes à formalização do negócio. Portanto, sendo apenas uma manifestação das partes de formalizar negócio futuro, não acarreta a responsabilização daquele que desistiu. 
 
Contudo, tendo sido criada real expectativa no outro contratante de formalização do negócio, é possível se falar em indenização indenização, com fundamento na violação da boa-fé objetiva, que se aplica também na fase pré-contratual, conforme esclarece o Enunciado 170 das Jornadas de Direito Civil: 
 
Enunciado 170: A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
3 - Gabarito: Letra E. 
 
Segundo o Código Civil, os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de:
 
a)  Respeito ao direito adquirido e à legitimidade; INCORRETA. 
 
A assertiva não retrata os princípios aplicáveis aos contratos conforme previsão do art. 422 do CC, cuja literalidade foi cobrada pela assertiva. 
 
b)  Liberdade e segurança jurídica; INCORRETA. 
 
A assertiva cobrou a literalidade do art. 422 do CC (vide comentário da letra "e"). 
 
De qualquer forma, vale registrar que a liberdade é princípio aplicável aos contratos, desde que exercida nos limites da função social, nos termos do art. 421 do CC:
 
Art. 421.  A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. 
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. 
 
c)  Ampla defesa e contraditório; INCORRETA. 
 
Ampla defesa e contraditório são princípios processuais. 
 
d)  Inviolabilidade de pensamentos e legalidade; INCORRETA. 
 
A assertiva não traz os princípios arrolados pelo CC e relacionados ao contrato (vide comentário da letra "e"). 
 
e)  Probidade e boa-fé. CORRETA. 
 
A assertiva cobrou os princípios da probidade (honestidade, retidão, integridade) e boa-fé, que devem ser respeitados pelos contratantes em todas as fases do negócio jurídico, nos termos do art. 422 do CC: 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
4 - Gabarito: Letra C. 
 
Em matéria de teoria geral dos contratos, tendo em vista os princípios que a norteiam, em especial a boa-fé objetiva e a função social do contrato, é correto afirmar que:
a)  não é lícito às partes estipular contratos atípicos, afora os tipos contratuais previstos na legislação; INCORRETA.
 
A assertiva contraria o artigo 425 do CC:
 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
 
b)  pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva; INCORRETA. 
 
A assertiva contraria o artigo 426 do CC:
 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
c)  nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio; CORRETA. 
 
É o que estabelece o artigo 424 do CC: 
 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
d)  quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação menos favorável ao aderente; INCORRETA. 
 
Art. 423.  Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à sua interpretação, será adotada a mais favorável ao aderente.     (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
Parágrafo único.  Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver disposição específica em lei, a dúvida na interpretação beneficia a parte que não redigiu a cláusula controvertida.      (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
 
Atente que ao tempo da questão estava em vigor a redação original do dispositivo (antes da MP 881/2019): 
 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretaçãomais favorável ao aderente.
e)  a liberdade de contratar poderá ultrapassar os limites da função social do contrato. INCORRETA. 
 
A assertiva contraria o artigo 421 do CC:
 
Art. 421.  A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica.     (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
Parágrafo único.  Nas relações contratuais privadas, prevalecerá o princípio da intervenção mínima do Estado, por qualquer dos seus poderes, e a revisão contratual determinada de forma externa às partes será excepcional.   (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
 
Atente que ao tempo da questão estava em vigor a redação original do dispositivo (antes da MP 881/2019): 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
5 - Gabarito: Letra A.
 
A empresa Alegria Ltda., visando parceria comercial com a empresa Felicidade Ltda. na comercialização de produtos para festas, iniciou tratativas pré-contratuais, exigindo da segunda que comprasse equipamento para a produção desses produtos. O negócio não foi concluído, razão pela qual a empresa Felicidade Ltda., entendendo ter sofrido prejuízo, ingressou com ação de reparação de danos morais, materiais e lucros cessantes, assim como na obrigação de contratar, ante a expectativa criada pela empresa Alegria Ltda. Diante deste caso hipotético, assinale a alternativa correta.
 
a)  A boa-fé a ser observada na responsabilidade pré-contratual é a objetiva, haja vista que esta diz respeito ao dever de conduta que as partes possuem, podendo a empresa desistente arcar com a reparação dos danos, se comprovados, sem qualquer obrigação de contratar. CORRETA. 
 
A aplicação da boa-fé é a objetiva, conforme decorre do art. 422 do CC, que se aplica nas fases contratual e pré-contratual, conforme esclarece o Enunciado 25 das Jornadas de Direito Civil: 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 
Enunciado 25: O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.
 
A observância da boa-fé objetiva significa que os contratantes, inclusive na fase que antecede o contrato, devem se comportar de maneira leal, proba e honesta, não podendo frustar reais expectativa da outra parte, sob pena de arcar com indenização. 
 
b)  Quem negocia com outrem para conclusão de um contrato deve proceder segundo as regras da boa-fé, sob pena de responder apenas pelos danos que dolosamente causar à outra parte. INCORRETA. 
 
A responsabilidade é objetiva, cabendo indenização independentemente de dolo ou culpa (vide comentário da letra "a"). 
 
c)  Em razão de conveniência e oportunidade, podem as contratantes desistir do negócio, por qualquer razão, considerando o princípio da liberdade contratual, o qual assegura às partes a desistência, motivo pelo qual não há que se falar em indenização. INCORRETA. 
 
Se houver frustração de legítima expectativa da outra parte na contratação, não é possível simplesmente desistir do contrato, sob pena de responsabilização por violação da boa-fé objetiva (vide comentário da letra "a"). 
 
d)  Não existe no direito brasileiro uma cláusula geral que discipline a responsabilidade pré-contratual, de modo que não há que se falar em quebra de expectativa, vigorando o princípio da livre contratação. INCORRETA. 
 
O art. 422 do CC trata da boa-fé objetiva e se aplica à fase pré-contratual (vide comentário da letra "a"). 
 
e)  É assegurado o direito à contratação, em razão da boa-fé objetiva, e deverá a empresa que pretendia desistir arcar com os danos comprovados, mas em razão da contratação, estes poderão ser mitigados, principalmente quanto aos lucros cessantes. INCORRETA.
 
Na fase de negociação não é assegurado o direito à contratação, mas a desistência pode gerar o dever de reparar pela frustração da expectativa de contratar gerada na outra parte (vide comentário da letra "a").   
 6 - Gabarito: Letra C. 
 
A alternativa correta, de acordo com os novos princípios contratuais, é:
a)  A boa-fé objetiva é um preceito que, embora previsto no Código Civil, pode ser afastado pela vontade das partes, desde que expressamente convencionado. INCORRETA. 
 
A boa-fé, cláusula geral dos contratos, é obrigatória, nos termos do artigo 422 do CC, não podendo ser afastada pelas partes:  
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
b)  Ao revogarem os princípios clássicos, os novos princípios exigem uma relação contratual mais clara, transparente e equilibrada, com a tutela da parte mais fraca. INCORRETA. 
 
Os novos princípios contratuais relativizaram certos princípios clássicos ou deram-lhes nova perspectiva, ao subordinarem os contratos à função social (artigo 421 do CC) e à boa-fé objetiva (artigo 422), mas não os revogaram. Continuam válidos, por exemplo, os clássicos princípios da autonomia da vontade e da força obrigatória (pacta sunt servanda), os quais, no entanto, devem ser aplicados de forma integrada com os novos princípios trazidos pelo Código Civil de 2002. 
 
Os Enunciados 22 e 23 das Jornadas de Direito Civil esclarecem: 
 
Enunciado 22. Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas.
 
Enunciado 23. Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
c)  A função social dos contratos possui, segundo posição majoritária da doutrina e jurisprudência, dois principais efeitos: mitiga a autonomia da vontade e atenua o princípio da relatividade dos efeitos dos contratos. CORRETA. 
 
É o que esclarecem os Enunciados 21 e 23 das Jornadas de Direito Civil: 
 
Enunciado 21. Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do crédito.
 
Enunciado 23. Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
d)  O princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos impede qualquer mínimo desequilíbrio porventura existente nas relações contratuais, criando, assim, um equilíbrio objetivo no tráfego jurídico de massas.  INCORRETA. 
 
Apesar de o princípio do equilíbrio econômico-financeiro ter sido prestigiado pelo Código Civil, que estabelece mecanismos para afastar desequilíbrios que comprometam o contrato, como se vê nos artigos 317 e 478, não há que se cogitar de um equilíbrio objetivo, que impeça qualquer mínimo desequilíbrio, pois isso é inerente à sociedade de massa. Tanto assim, que os referidos artigos estabelecem certos requisitos para a revisão/resolução do contrato, que não pode se dar diante de qualquer desequilíbrio: 
 
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Osefeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
e)  É possível que as partes, a qualquer momento, desistam das negociações preliminares, ainda que se tenha criado a legítima expectativa na outra parte de que o contrato seria celebrado, independentemente de perdas e danos.  INCORRETA. 
 
A boa-fé objetiva deve ser observada também na fase pré-contratual, conforme Enunciado 25 das Jornadas de Direito Civil. Por isso, não é admitida a desistência pelas partes quando já criada a legítima expectativa de que o contrato seria celebrado. 
 
Enunciado 25. Art. 422: O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.
7 - Gabarito: Letra C
 
Paulo, Pedro e João não podem firmar contrato estabelecendo distribuição de herança de seu pai que está vivo, uma vez que o art. 426 CC consagra o pacto sucessório ou pacta corvina, pelo qual a herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato, havendo nulidade absoluta implícita no caso, segundo Flávio Tartuce.
 
"Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva."
 
"Como exemplo de nulidade implícita ou virtual, vale citar a previsão do art. 426 do CC/2002, pelo qual não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (vedação do pacto sucessório ou pacta corvina). O comando legal, no último caso, apenas veda o ato, não prevendo a sanção, que, no caso, é a nulidade absoluta virtual." (TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Volume Único, 6ª Ed., 2016).
8 - Segundo Flávio Tartuce, "a boa-fé objetiva, conceituada como sendo exigência de conduta leal dos contratantes, está relacionada com os deveres anexos ou laterais de conduta, que são insitos a qualquer negócio jurídico" (TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Método. p. 502).
 
Por deveres anexos, dentre outros, entendemos:
 
- Dever de informação;
 
- Dever de respeito;
 
- Dever de lealdade e probidade;
 
- Dever de agir conforme à confiança despertada;
 
- Dever de colaboração;
 
- Dever de honestidade.
 
Trata-se de deveres inerentes a todos os negócios jurídicos que possuem aplicação até mesmo nas fases pré e pós-contratual.
 
Assim, concluímos que a questão está CORRETA.
9 - Gabarito: Letra A
 
O contrato celebrado entre Fernanda e a entidade bancária é o típico contrato de adesão, que é aquele já previamente elaborado por uma das partes (no caso, a entidade bancária), com cláusulas já estabelecidas e que serão aplicadas indistintamente a futuras relações contratuais.
 
Esses tipos de contratos existem devido a grande demanda nas relações de consumo, em uma sociedade altamente industrializada que, por questões de economia, segurança e celeridade, requer que as empresas pré-redijam o complexo uniforme de cláusulas a serem aplicadas a todos os contratantes. 
 
O Código Civil prevê que, em caso de cláusulas ambíguas ou contraditórias em contrato de adesão, deverá ser adotada a interpretação mais favorável ao ADERENTE (que no caso é Fernanda). Vejamos:
 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
10 - Inicialmente, é bom lembrar aos alunos que contrato preliminar, na estrutura do atual Código Civil, é espécie de contrato, conforme se observa:
"Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado."
Nesse linear, não há de se falar em responsabilidade pré-contratual nos contratos preliminares, mas sim em responsabilidade contratual, apta a gerar, por exemplo, indenização por perdas e danos, na forma do art. 465:
"Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos."
Quanto a responsabilidade pré-contratual, é de ser registrada que a doutrina e jurisprudência de fato declinam-se a aplicar a exigência do respeito a boa-fé e probidade nas tratativas anteriores à formalização do pacto contratual, aplicando por analogia o enunciado do art. 422 do CC/02, que dispõe:
"Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé."
Sendo assim, diante dos apontamentos pertinentes, conclui-se que a questão está CORRETA.

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