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Primeira Guerra Mundial (Salvo Automaticamente)

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Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi o resultado dos atritos permanentes provocados pelo imperialismo das grandes potências europeias.
Resumo
A Grande Guerra, como era denominada antes de acontecer a Segunda Guerra Mundial, foi um conflito em escala global. Começou na Europa e envolveu os território coloniais. Dois blocos enfrentaram-se: a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Áustria e Itália, e a Tríplice Entente formada pela França, Inglaterra e Rússia.A contenda envolveu 17 países dos cinco continentes como: Alemanha, Brasil, Áustria-Hungria, Estados Unidos, França, Império Britânico, Império Turco-Otomano, Itália, Japão, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino da Romênia, Reino da Sérvia, Rússia, Austrália e China. A guerra deixou 10 milhões de soldados mortos e outros 21 milhões ficaram feridos. Também 13 milhões de civis perderam a vida.
 Em rosa, países da Entente; em amarelo, a Tríplice Aliança e em verde, países neutros
Causas da Primeira Guerra Mundial
Vários fatores desencadearam a Primeira Guerra Mundial. Desde o final do século XIX o mundo vivia em tensão. O extraordinário crescimento industrial possibilitou a Corrida Armamentista, ou seja: a produção de armas numa quantidade jamais imaginada.
O expansionismo do Império Alemão e sua transformação na maior potência industrial da Europa fizeram brotar uma enorme desconfiança entre a Alemanha e França, Inglaterra e Rússia.
Antecedentes
Acrescentamos as antigas rivalidades entre França e Alemanha, Rússia e Alemanha, e Reino Unido e Alemanha. Também os desentendimentos quanto às questões de limite nas colônias gerados pela Conferência de Berlim (1880).
O antigermanismo francês se desenvolveu como consequência da Guerra Franco-Prussiana. A derrotada França foi obrigada a entregar aos alemães as regiões de Alsácia e Lorena, esta rica em minério de ferro.
A rivalidade russo-germânica foi causada pela pretensão alemã de construir uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá. Além de passar por regiões ricas em petróleo onde os russos pretendiam aumentar sua influência.
O antigermanismo inglês se explica pela concorrência industrial alemã. Às vésperas da guerra os produtos alemães concorriam em mercados que eram dominados pela Inglaterra.
Todas essas questões tornaram o conflito inevitável a medida que acirravam os choques de interesse econômico e político entre as potências industrializadas.
Estopim
A rede de alianças era uma bomba armada pronta para explodir.
Em 1908, a Áustria anunciou a anexação da Bósnia-Herzegovina, contrariando os interesses sérvios e russos.
A fim de mostrar uma boa relação entre os novos súditos, o herdeiro do trono Austríaco, Francisco Ferdinando, fez uma visita à região junto com sua esposa.
No dia 28 de junho de 1914, um estudante bósnio assassinou o herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando e sua esposa, em Sarajevo, capital da Bósnia.
Esse duplo assassinato foi o pretexto para a explosão da Primeira Guerra Mundial que durou até 11 de novembro de 1918.
Ilustração do assassinato de Francisco Ferdinando e sua esposa
Fases da Primeira Guerra Mundial
No começo do conflito, as forças se equilibravam, em número de soldados, diferentes eram os equipamentos e os recursos.
A Tríplice Entente não tinha canhão de longo alcance, mas dominava os mares, graças ao poderio inglês.
Os tanques de guerra, os encouraçados, os submarinos, os obuses de grosso calibre e a aviação, entre outras inovações tecnológicas da época, constituíram artefatos bélicos de grande poder de destruição.
Com artilharia pesada e 78 divisões, os alemães passaram pela Bélgica, violando a neutralidade deste país. Venceram os franceses na fronteira e rumaram para Paris.
O governo francês transferiu-se para Bordeaux e na Batalha de Marne, conteve os alemães, que recuaram.
Depois, franceses e alemães firmaram posições cavando trincheira ao longo de toda a frente ocidental. Protegidos por arame farpado, os exércitos se enterravam em trincheira, onde a lama, o frio, os ratos e o tifo mataram tanto quanto as metralhadoras e canhões. Este momento é chamado de Guerra de Trincheiras.
Em 1917, os Estados Unidos, que se mantivera fora da guerra, apesar de emprestar capitais e vender armas aos países da Entente, principalmente à Inglaterra, entra no conflito.
Declarou guerra à Alemanha, por temer seu poderio imperialista e industrial.
Nesse mesmo ano a Rússia, saiu do conflito, por conta da Revolução de 1917, que derrubou o czar e implantou o regime socialista.
Consequências
Embora a Alemanha continuasse sofrendo sucessivas derrotas, seus aliados tivessem se rendido, o governo alemão continuava na guerra. Esfomeado e cansado, o povo alemão se revoltou e os soldados e operários forçaram o kaiser (imperador) a abdicar.Formou-se um governo provisório e foi proclamada a República de Weimar. No dia 11 de novembro de 1918, o novo governo assinou a rendição alemã. A Primeira Guerra chegava ao fim, mas a paz geral só foi firmada em 1919, com a assinatura do Tratado de Versalhes.As reações aos efeitos do tratado estão entre as principais consequências da Primeira Guerra Mundial.
Sendo assim, em 1939, pouco mais de 20 anos depois, provocaram a Segunda Guerra Mundial.A Grande Guerra deixou profundas consequências para todo o mundo. Podemos destacar:
· redesenhou o mapa político da Europa e do Oriente Médio;
· marcou a queda do capitalismo liberal;
· motivou a criação da Liga das Nações;
· permitiu a ascensão econômica e política dos Estados Unidos.
Brasil na Primeira Guerra Mundial
Em abril de 1917, os alemães afundaram no canal da Mancha o navio mercante brasileiro Paraná. Em represália, o Brasil rompe relações com os agressores.
Em outubro, outro navio brasileiro, o Macau, é atacado. No final de 1917, desembarca na Europa uma equipe médica e soldados para auxiliar a Entente.
Revolução Russa (1917)
A Revolução Russa de 1917 foi um levante popular ocorrido na Rússia contra o governo do czar Nicolau II em plena Primeira Guerra Mundial.
Os revolucionários aboliram a monarquia e implantaram um regime de governo baseado em ideias socialistas.
Causas da Revolução Russa
Na Rússia, durante o século XIX, a falta de liberdade era quase absoluta. No meio rural, os camponeses viviam submetidos à nobreza latifundiária, classe social teoricamente livre, porém que vivia subjugada pelo czar (imperador).
No campo reinava uma forte tensão social com a permanência de um sistema de produção feudal, que retardava a modernidade do país.
O czar Nicolau II posa com seus filhos e oficiais da guarda cossaca em 1916
As reformas promovidas pelo czar Alexandre II (1855-1881) com a abolição da servidão em 1861, e a reforma agrária, pouco adiantaram para aliviar as tensões.
O regime czarista reprimia todo tipo de oposição. A Ochrana, polícia política, controlava o ensino secundário, as universidades, a imprensa e os tribunais.
Milhares de pessoas eram enviadas ao exílio na Sibéria condenadas por crimes políticos. Capitalistas e latifundiários mantinham o domínio sobre os trabalhadores urbanos e rurais.
No governo do czar Nicolau II (1894-1917), a Rússia acelerou seu processo de industrialização aliada ao capital estrangeiro. Os operários concentraram-se em grandes centros industriais como Moscou e Petrogrado.
Apesar disso, as condições de vida pioraram, com a fome, o desemprego e a diminuição dos salários. A burguesia também não era beneficiada, pois o capital estava concentrado nas mãos dos banqueiros e dos grandes empresários.
A oposição ao governo crescia. Os partidos perseguidos iam para a clandestinidade, como o Partido Social Democrata. Seus líderes, Plekhanov e Lenin, tinham que viver fora da Rússia para fugir das perseguições políticas.
As divergências de opinião fragmentaram o partido, que se dividiu em duas tendências:
· Bolcheviques (maioria, em russo), liderados por Lenin, defendiam a ideia revolucionária da luta armada para chegar ao poder.
· Mencheviques (minoria, em russo),liderados por Plekhanov, defendiam a ideia evolucionista de se chegar ao poder através de vias normais e pacíficas como, por exemplo, as eleições.
Revolução de 1917: Resumo
Em janeiro de 1905, um grupo de operários participava de um protesto pacífico em frente ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, uma das sedes do governo. O objetivo era entregar um abaixo assinado ao czar.
A guarda do palácio, assustada com a multidão, abriu fogo matando mais de mil pessoas. O episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento e provocou uma onda de protestos em todo o país.
Aspecto do tiroteio cometido pelas tropas czaristas aos manifestantes
Diante da pressão revolucionária, o czar promulgou uma Constituição e permitiu a convocação de eleições para a Duma (Parlamento).
A Rússia tornava-se assim uma monarquia constitucional, embora o czar ainda concentrasse grande poder, e o Parlamento tivesse uma atuação limitada.
Na realidade, o governo ganhou tempo e organizou as reações contra as agitações sociais e os sovietes, o que levou ao fracasso a revolução de 1905.
Atuação da Rússia na Primeira Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, como membro da Tríplice Entente, a Rússia lutou junto com a Inglaterra e a França, contra a Alemanha e a Áustria-Hungria. Com as sucessivas derrotas, a Rússia estava militarmente aniquilada e economicamente desorganizada.
Em março, o movimento revolucionário foi deflagrado. Os movimentos grevistas iniciados em Petrogrado espalharam-se por vários centros industriais e os camponeses se rebelaram.
A maior parte dos militares aderiu aos revolucionários e forçaram a abdicação do czar Nicolau II, em fevereiro de 1917.
Consequências da Revolução de 1917
Lenin discursa para um grupo de soldados
Com a deposição do czar Nicolau II, formou-se um Governo Provisório, que passou para uma fase socialista, sob a chefia de Kerensky.Sofrendo pressões dos sovietes, o governo concedeu anistia aos prisioneiros e exilados políticos. De volta à Rússia, os bolcheviques, liderados por Lenin e Trotsky, organizaram um congresso onde defendiam lemas como: “Paz, terra e pão” e “Todo o poder aos sovietes”.
No dia 6 de novembro, a massa operária e os camponeses, sob a liderança de Lenin, tomaram o poder. Os bolcheviques distribuíram as terras entre os camponeses e estatizaram os bancos, as estradas de ferro e as indústrias, que passaram para o controle dos operários.
Igualmente, para evitar qualquer tentativa de restauração monárquica, o czar Nicolau II e sua família foram assassinados sem qualquer tipo de julgamento em julho de 1918.
A Rússia se Retira da Primeira Guerra
O primeiro ato importante do novo governo foi retirar a Rússia guerra. Para isso, em fevereiro de 1918, foi assinado com as Potências Centrais, o Tratado de Brest-Litovsk.
Este determinava a entrega da Finlândia, Países Bálticos, Polônia, Ucrânia e Bielorrússia, além de distritos no Império Otomano e na região da Geórgia.
Guerra Civil na Rússia
Os quatro primeiros anos de governo bolchevique foram marcados por uma guerra civil que abalou profundamente a Rússia.
O Exército Vermelho, criado por Leon Trotsky, derrotou o Exército Branco e garantiu a permanência dos Bolcheviques no poder. A revolução estava salva, mas a paralisação econômica era quase total.
Para restaurar a confiança no governo, foi criada a NEP (Nova Política Econômica), que permitia a entrada de capital estrangeiro.
A aplicação da NEP resultou no crescimento industrial e agrícola da Rússia. Em 1922 foi estabelecida a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Conclusão
Após a morte de Lenin, em 1924, iniciou-se uma luta pelo poder entre Trotsky e Stalin.
Derrotado, Trotsky foi expulso do país e, em 1940 foi morto na cidade do México, por um assassino a serviço de Stalin. Com Stalin no poder, a URSS conheceu uma das mais violentas ditaduras da história.
Durante a II Guerra Mundial, o país seria um dos principais inimigos do nazismo e aliado dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Após o conflito, seria alçada a condição de segunda potência mundial.
Filmes sobre a Revolução Russa
· O Encouraçado Potemkin, de Sergei M. Eisenstein, 1925.
· Nicholas e Alexandra, de Franklin J. Schaffner, 1971.
· O Assassinato de Trotsky, Joseph Losey, 1972
· Reds, de Warren Beatty, 1981.
Crise de 1929 (Grande Depressão)
A Crise de 1929, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior crise do capitalismo financeiro.
O colapso econômico teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e se espalhou por todo o mundo capitalista.Seus efeitos duraram por uma década, com desdobramentos sociais e políticos.
Causas da Crise de 29
Um investidor oferece seu carro por 100 dólares em dinheiro, pois perdeu tudo na Bolsa de Valores
As principais causas da Crise de 1929 estão ligadas à falta de regulamentação da economia e à oferta de créditos baratos.
Igualmente, a produção industrial seguia um ritmo acelerado, mas a capacidade de consumo da população não absorvia esse crescimento, gerando grandes estoques de produtos a fim de esperar melhores preços.
A Europa, que tinha se recuperado da destruição da Primeira Guerra, não precisava mais dos créditos e produtos americanos.
Com os juros baixos, os investidores passaram a colocar seu dinheiro na Bolsa de Valores e não nos setores produtivos.
Ao perceber a diminuição do consumo, o setor produtivo passou a investir e produzir menos, compensando seus déficits com a demissão de funcionários.
Um filme que se passa nessa época é Tempos modernos, de Charles Chaplin.
Crash da Bolsa de Nova York
Com tanta especulação, as ações começam a se desvalorizar, o que gera o "crash" ou o "crack" da Bolsa de Nova York, no dia 24 de outubro de 1929. Este dia seria conhecido como a "Quinta-feira Negra".
O resultado óbvio foi o desemprego (generalizado) ou a redução salarial. O ciclo vicioso se completou quando, devido à falta de renda, o consumo caiu ainda mais, forçando uma diminuição nos preços.
Muitos bancos que emprestaram dinheiro faliram por não serem pagos, diminuindo assim a oferta de crédito. Com isso, muitos empresários fecharam as portas agravando ainda mais o desemprego.
Os países mais atingidos pela Quebra da Bolsa de Nova York foram as economias capitalistas mais desenvolvidas, dentre elas os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e o Reino Unido. Em alguns destes países, os efeitos da crise econômica fomentaram a ascensão de regimes totalitários.
Na União Soviética, onde a economia em vigor era socialista, pouco foi afetada.
Crise de 1929 na América Latina
O crack da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu em todo mundo.
Nos países em processo de industrialização, como os da América Latina, a economia agroexportadora foi a mais prejudicada pela redução das exportações de matérias-primas.
Ao longo da década de 30, contudo, estas nações puderam assistir um incremento em suas indústrias, devido à diversificação de investimentos neste setor.
Crise de 1929 no Brasil
A crise econômica nos Estados Unidos atingiu em cheio o Brasil.
Neste momento, o país exportava praticamente apenas um produto, o café, e as boas colheitas já tinham feito que o preço do produto tivesse uma queda.
Além do mais, como não era um produto de primeira necessidade, vários importadores diminuíram as compras significativamente.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema econômico, a saca de café era cotada a 200 mil réis, em janeiro de 1929. Um ano depois, seu preço era 21 mil réis.
A Crise de 1929, no Brasil, enfraqueceu as oligarquias rurais que dominavam o cenário político e abriu caminho para a chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930.
Contexto Histórico da Crise de 1929
Após a Primeira Guerra, o mundo viveu um momento de euforia, conhecido como a Belle Époque.No Estados Unidos, principalmente, o otimismo é palpável e se consolida o chamado American Way of Life, onde o consumo é o principal fator de felicidade.
O jazz é um dos símbolos dos anos de prosperidade americana
Terminada a Primeira Guerra Mundial, em 1918, os parques industriais e a agriculturana Europa estavam destruídos, permitindo aos EUA exportarem em larga escala para o mercado europeu.
Os Estados Unidos também se transformaram no principal credor dos países europeus. Essa relação gerou interdependência comercial, que foi se alterando na medida em que a economia europeia se recuperava e passava a importar menos.
Somado a isso, o Banco Central americano autoriza aos bancos a emprestarem dinheiro a juros baixos. O objetivo era fomentar ainda mais o consumo, mas este dinheiro acabou indo parar na Bolsa de Valores.
Desta maneira, em meados da década de 1920, os investimentos em ações da bolsa de valores também aumentam, uma vez que estas ações eram artificialmente valorizadas para parecerem vantajosas. Contudo, como se tratava de especulação, as ações não possuíam cobertura financeira.
Como agravante, o governo dos EUA inicia uma política monetária para reduzir a inflação (aumento de preços), quando deveria combater uma crise econômica provocada pela deflação econômica (queda nos preços).
Primeiramente, a economia norte-americana, principal credora internacional, passa a reivindicar a repatriação de seus bens, emprestados às economias europeias durante a guerra e reconstrução.
Este fator, somado à retração nas importações dos EUA (principalmente de produtos europeus), torna difícil o pagamento das dívidas, levando assim a crise aos outros continentes.
Esta crise já era perceptível em 1928 quando houve uma queda brusca e generalizada nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional.
Quebra da Bolsa de Nova York
Dezenas de clientes fazem fila para tirar seus depósitos em julho de 1930
Em 24 outubro de 1929, uma quinta-feira, havia mais ações que compradores e o preço baixou vertiginosamente. Por isso, milhões de investidores norte-americanos que puseram seu dinheiro na Bolsa de Valores de Nova York faliram quando a “bolha de crédito” estourou.
Isso provocou um efeito em cadeia, derrubando as bolsas de Tóquio, Londres e Berlim na sequência. O prejuízo foi milionário e sem precedentes históricos.
Na sequência, estoura a crise financeira, visto que as pessoas, em pânico, sacaram todos seus valores depositados nos bancos, o que provocou seu colapso imediato. Assim, de 1929 até 1933, a crise só se agravou.
Todavia, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. Imediatamente, Roosevelt incia um plano econômico denominado (propositalmente) "New Deal" ou seja, o “Novo Acordo”, caracterizado pela intervenção do Estado na economia.
Como legado, a Crise de 1929 deixou-nos a lição da necessidade do intervencionismo e do planejamento estatal da economia. Da mesma forma, a obrigação do Estado em prover assistência social e econômica aos mais afetados pelo decrescimento do capitalismo.
Consequências da Crise de 1929: New Deal
O plano econômico do New Deal foi o principal responsável pela recuperação econômica dos EUA, sendo adotado como modelo por outras economias em crise.
Na prática, este programa do governo previa a intervenção do Estado na economia, controlando a produção industrial e agrícola.
Concomitantemente, projetos federais de obras públicas foram realizados com foco na construção de estradas, ferrovias, praças, escolas, aeroportos, portos, hidroelétricas, casas populares. Assim, foram criados milhões de empregos, fomentando a economia pelo consumo.
Mesmo assim, em 1940 a taxa de desempregados estadunidenses era de 15%. Esta situação foi finalmente resolvida com a Segunda Guerra Mundial, quando a economia capitalista mundial se recupera.
Ao fim da guerra, apenas 1% dos norte-americanos produtivos estavam desempregados e a economia estava a pleno vapor.
Regimes Totalitários na Europa
Os regimes totalitários estão baseados num Estado centralizador, antidemocrático e autoritário.
Esses governos surgiram após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em diversos países da Europa a partir da crise do capitalismo e do liberalismo.
Resumo
O totalitarismo foi uma reação conservadora à democracia e ao liberalismo político e econômico. Assim, depois do desastre da Primeira Guerra Mundial, surgiu a ideia de que os governos deveriam ser fortes para serem eficientes.
Caberia aos cidadãos seguirem os passos de um chefe carismático que se encarregaria de conduzir a política nacional. Os partidos políticos não deveriam existir, pois eram a expressão da discórdia.
Essas ideias foram defendidas pela direita, mas Josef Stalin, na União Soviética, utilizou o totalitarismo a fim de implantar o socialismo.
No regime totalitário é preciso controlar as mentes de toda a população pela força e pela propaganda
As características do totalitarismo são:
· Governo centralizado
· Nacionalismo extremado
· Anti-liberalismo
· Militarismo
· Organizações militaristas para a juventude
· Culto ao líder
· Partido único
· Expansionismo territorial
Principais Regimes
Eis os principais regimes totalitários que surgiram na Europa no século XX:
Stalinismo Soviético
Com a revolução russa de 1917 e após a morte de Lenin, iniciou-se o stalinismo na URSS com o poder concentrado nas mãos de Josef Stalin.
Stalin eliminou seus adversários e foi galgando posições até chegar a ser a figura mais importante da União Soviética. Foi um dos regimes totalitários de esquerda que perdurou de 1927 a 1953 acabando com a liberdade civil no país.
Stalin transformou a União Soviética de um país agrário para uma potência industrial em uma década. No entanto, isto foi feito a base de coletivizações forçadas e do trabalho forçado dos dissidentes no Gulag, uma prisão especial para os que cometessem crimes políticos.
Fascismo
O fascismo italiano iniciou com Benito Mussolini em 1919, com a fundação do Partido Nacional Fascista (PNF).
De inspiração anticomunista e antidemocrática, os fascistas entraram no governo italiano após a A Marcha sobre Roma, em 1922. Diante da numerosa multidão que o apoiava, Mussolini foi convidado a ser chefe do governo pelo rei Vítor Emanuel III.
Mussolini foi incorporando gradualmente o partido fascista ao governo, nomeando ministros dos membros fascistas, reformando a educação e captando adeptos entre os marginalizados.
O governo fascista de Mussolini foi o primeiro regime totalitário de direita que surgiu na Europa e só terminou com a Segunda Guerra Mundial.
Nazismo
Hitler foi a figura máxima do regime nazista que se instaurou na Alemanha a partir de 1933. Inspirado no fascismo italiano, o nazismo ainda acrescentou no seu programa a superioridade da raça ariana sobre às demais.
O governo nazista promoveu ideias antissemitas, perseguindo e exterminando principalmente judeus. No entanto, também eliminou fisicamente deficientes físicos e intelectuais, comunistas, religiosos.
Para contar com o apoio do Exército alemão, o nazismo propagou a ideia de "espaço vital". Inicialmente, este compreendia os povos germânicos como austríacos e alemães que viviam na Tchecoslováquia. Depois, seria ampliado para o leste europeu e acabaria por iniciar a Segunda Guerra Mundial.
O nazismo terminou em 1945 com o suicídio de Adolf Hitler e o fim da Segunda Guerra Mundial.
Salazarismo
O salazarismo foi um regime ditatorial inspirado nos ideais fascistas que vigorou em Portugal sob liderança de Antônio de Oliveira Salazar a partir da Nova Constituição, estabelecida em 1933.
Denominado de “Estado Novo”, o salazarismo tinha por lema “Deus, Pátria e Família” e foi uma das mais longas ditaduras do século XX. A população elegia o presidente da República, geralmente em eleições fraudulentas, porém Salazar era o todo-poderoso presidente do Conselho de Ministros.
A política de Salazar isolou Portugal do cenário internacional, acabou com a liberdade de expressão e continuou com o colonialismo na África.
O regime somente terminou com a Revolução de 25 de Abril de 1974, denominada de Revolução dos Cravos.
Franquismo
O general Francisco Franco, a partir de inspirações fascistas, se rebelou contra o governo democrático de Manuel Azaña Díaz e mergulhou a Espanha Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Os republicanos foram derrotadose muitos partiram para o exílio na França e no México. Enquanto isso, Franco instaura na Espanha um regime antidemocrático que engloba todos os aspectos da sociedade e privilegia a religião a católica no seu governo.
Ao final do seu governo, já enfraquecido, o regime franquista passaria para a democracia liderada pelo então príncipe Juan Carlos que articulou com as lideranças no exílio a volta da democracia.
O regime franquista só terminaria com a morte de Franco, em 1975.
Regime Totalitário na Atualidade
Atualmente, o único regime totalitário que sobrevive é o do Coreia do Norte que reúne as mesmas características citadas acima.
Há Estados que possuem aspectos ditatoriais como Cuba, Venezuela e China, porém não podem ser considerados totalitários.
Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade no século XX, ocorrido entre 1939 e 1945.
As operações militares envolveram 72 nações, resultaram em 45 milhões de mortes, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos.
Calcula-se que o custo total da Segunda Guerra Mundial chegou a 1 trilhão e 385 milhões de dólares.
Causas da Segunda Guerra Mundial
Entre os fatores que culminaram com a 2ª Guerra Mundial está o descontentamento da Alemanha com o desfecho da Primeira Guerra Mundial.
A Alemanha perdeu parte do território e foi obrigada a retificar o Tratado de Versalhes e a pagar os dados civis resultantes da 1ª Guerra Mundial .A realidade alemã era marcada pela fragilidade econômica, alta inflação e acúmulo de problemas sociais.
A ascensão do Nazismo, partido fundado por Hitler, contribuiu para a retomada do aparelhamento militar e difusão do nacionalismo.
Essa está entre as justificativas para o chamado Holocausto, que foi o assassinato em escala industrial de judeus. Igualmente foram assassinados descapacitados mentais e físicos, comunistas, homossexuais, religiosos e ciganos.
Início da Guerra
O conflito foi dividido em três fases:
· As vitórias do Eixo (1939-1941);
· O equilíbrio das forças (1941-1943);
· A vitória dos Aliados (1943-1945).
A 2ª Guerra Mundial, se iniciou com a invasão da Polônia pela Alemanha no dia 1º de setembro de 1939. Ela terminou com a rendição da Alemanha em 8 de maio de 1945.
No Pacífico, as batalhas continuariam até a capitulação do Japão em 2 de setembro de 1945.
As principais frentes de batalha eram formadas pelas:
· As nações do Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão);
· As nações Aliadas (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos).
Vitórias do Eixo
A primeira fase da 2ª Guerra Mundial ocorreu com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.
Essa fase foi classificada como Sitzkrieg, que significa guerra de mentira.
Na tentativa de barrar as incursões do chanceler alemão Adolf Hitler (1889 - 1945), os governos de França e Grã-Bretanha impuseram bloqueios econômicos à Alemanha. No entanto, não chegaram ao conflito direto.
Eficaz no campo de batalha, a Alemanha realizou em 1940, uma operação em que combinou ataques terrestres, aéreos e navais para ocupar a Dinamarca. Assim, a Sitzkrieg passou a ser chamada de Blitzkrieg, que significa guerra relâmpago.
O exército alemão também tomou a Noruega como forma de salvaguardar a proteção do comércio de aço com a Suécia e marcar posição contra a Grã-Bretanha. Para tanto, foi ocupado o porto norueguês de Narvik.
Ainda em 1940, Hitler ordenou a invasão da Holanda, o que ocorreu em maio daquele ano. A Alemanha invadiu, ainda, a Bélgica e as tropas francesas e inglesas foram cercadas em Dunquenque, uma cidade portuária francesa.
Invasão da França
Hitler passeia em Paris acompanhado de seus colaboradores.
A reação das forças francesas e inglesas não impediram que o exército alemão rompesse a linha Maginot e invadisse a França. A linha Maginot era constituída por um sistema de trincheiras na divisa com a Alemanha.
Como resposta ao ataque, a França assinou o armistício com a Alemanha e em 14 de junho, Paris foi declarada cidade aberta.Dividida em duas áreas, a França viveria até 1944, o chamado governo de Vichy, sob influência nazista. Dias antes, a Itália, aliada da Alemanha, declarava guerra à França.
Batalha da Inglaterra
Ainda em 1940, no dia 8 de agosto, a Alemanha bombardeou as cidades britânicas e o parque industrial inglês com a Luftwaffe, a força aérea alemã. Assim começou a batalha contra a Grã-Bretanha, que durou até 27 de setembro.
O exército inglês conseguiu neutralizar as forças alemãs, principalmente pelas ações da força aérea.Além do êxito em seu próprio território, o governo da Grã-Bretanha ordenou incursões em solo alemão. Isto levou Adolf Hitler adiar os planos de invasão na chamada Operação Leão do Mar.A despeito do fracasso, a Alemanha ainda prosseguiu com a missão de isolar a Grã-Bretanha. Em 1941, o exército de Hitler chegou à Líbia, com objetivo de conquistar o canal de Suez.
Esse período foi marcado pelo fracasso da Itália na África Central e a adesão ao Eixo pelos governos da Romênia, Hungria e Bulgária.Em maio de 1941, foram ocupadas a Iugoslávia e a Grécia, resultando no esperado isolamento da Grã-Bretanha.
Equilíbrio de Forças
Com a vitória soviética em Stalingrado, os nazistas não conquistaram mais nenhum território.
O chamado equilíbrio das forças caracteriza a fase intermediária da Segunda Guerra Mundial, 1941.
Esta etapa se inicia com a invasão da União Soviética, liderada por Stalin, pelos alemães, e termina em 1943, com a capitulação da Itália.
A invasão da União Soviética é denominada "Operação Barborosa" e tinha como finalidade a conquista de Leningrado (hoje São Petersburgo), Moscou, Ucrânia e Cáucaso.
A entrada do exército alemão ocorreu pela Ucrânia e, posteriormente, pela chegada à Leningrado.
Quando as forças de Hitler chegaram a Moscou, em dezembro de 1941, foram contidas pela contraofensiva do Exército Vermelho.
Batalhas no Pacífico
Paralelo ao conflito na Europa, as forças do Japão e dos Estados Unidos tinham as relações estremecidas.
Em 1941, o Japão invadiu a Indochina francesa. Como consequência, em novembro daquele ano, os EUA decretaram o embargo comercial ao Japão, exigindo a desocupação da China e Indochina.
Em meio a negociações diplomáticas entre EUA e Japão, o segundo bombardeou a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, e prosseguiu em ofensiva contra a Ásia meridional e no Pacífico.
Os japoneses invadiram a Malásia Britânica, o porto de Cingapura, a Birmânia, a Indonésia e as Filipinas. Além disso, a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos.
No meio da tensão, o Japão ocupou o porto de Hong Kong e ilhas no Oceano Pacífico que pertenciam à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos.
Até janeiro de 1942, a ofensiva japonesa resultou na conquista de 4 milhões de quilômetros quadrados e o comando de uma população de 125 milhões de habitantes.
A cenário geral da Segunda Guerra Mundial começa a mudar ao final de 1942, quando os Aliados passam a ter êxito contra os ataques do Eixo. A Batalha de Stalingrado marca essa fase, alterando o curso do conflito.
O Japão sofre importantes derrotas no Pacífico, sendo impedido de conquistar a Austrália e o Havaí.
As forças britânicas e americanas também tem êxito na Líbia e Tunísia. A partir do Norte da África, os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália, em 1943.
Fim da Guerra: vitória dos aliados
O desembarque das tropas americanas e britânicas nas costas da Fraça foi o começo da liberação do país.
A partir da capitulação da Itália, a Segunda Guerra Mundial entra na terceira fase, que termina com a rendição do Japão em 1945.
Na Itália, o governo de Benito Mussolini (1883-1945) é destituído pelo rei Vítor Emanuel III em julho de 1943.
No mês de setembro do mesmo ano, após firmar o armistício com os Aliados, a Itália é retirada do conflito.
Após esse ponto, a Itália declara guerra à Alemanha em outubro de 1943. Em abril de 1945, após a captura das forças nazistas na Itália, Mussolini tenta uma fuga para a Suíça, mas termina por ser fuzilado pela resistência.
O cerco à Alemanha foi fechado, justamente, com a queda da Itália.Em paralelo, em 1944, os soviéticos libertaram a Romênia, a Hungria, a Bulgária e a Tcheco-Eslováquia.
Em 6 de junho daquele ano ocorreu o Dia D. Nesse momento, o exército dos Aliados desembarca na Normandia, norte da França, resultando no recuo dos alemães e a libertação da França.
Ainda na Europa, o Exército Vermelho liberta a Polônia em janeiro de 1945, conquista a Alemanha e derrota o III Reich. Em maio, o conflito termina na Europa.
Do outro lado do mundo, no Pacífico, os Estados Unidos fecham o cerco contra o Japão e no fim de 1944, conquistam as ilhas Marshall, Carolinas, Marianas e Filipinas. A Birmânia é conquistada em 1945 e os EUA ocupam a ilha de Okinawa.
Sob intenso bombardeio, o Japão sofre a pior ofensiva bélica da Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos jogam uma bomba atômica sobre Hiroshima.
Em 9 de agosto fazem o mesmo em Nagasaki. A rendição do Japão é assinada em 2 de setembro de 1945, pondo fim ao conflito.
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
O Brasil só entrou no conflito ao fim, em 1944, permanecendo em combate durante sete meses.
A participação ficou a cargo da FEB (Força Expedicionária Brasileira), formada em 9 de agosto de 1943 e integrada por um contingente de 25.445 soldados. Três mil soldados ficaram feridos no conflito e 450 morreram.
Guerra Fria
A Guerra Fria foi uma luta ideológica entre o comunismo versus capitalismo. A fim de disputar a liderança mundial, ela foi representada pela União Soviética e os Estados Unidos .
Esta conflagração teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e ficou assim conhecida porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito em seus territórios.
Início da Guerra Fria
Charge ironizando o mundo dividido entre Estados Unidos e União Soviética
Ao fim das negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou dividida em duas partes. Estas correspondiam ao limite do avanço de tropas soviéticas e americanas durante a guerra.
A parte oriental, ocupada pelos soviéticos, tornou-se área de influência da União Soviética.
Em pouco tempo, os partidos comunistas locais, apoiados pela URSS, passaram a exercer o poder nesses países. Estabeleceram as chamadas democracias populares na Albânia, Romênia, Bulgária, Hungria, Polônia e Checoslováquia.
Somente a Iugoslávia estabeleceu um regime socialista independente da União Soviética.
A parte ocidental, ocupada por tropas principalmente inglesas e norte-americanas, ficou sob a influência dos Estados Unidos. Nessa área consolidavam-se democracias liberais, com exceção das ditaduras na Espanha e em Portugal.
As duas superpotências buscavam ampliar suas áreas de influência no mundo, intervindo direta ou indiretamente nos assuntos internos dos diferentes países.
A Consolidação da Guerra Fria
Em 1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente americano Harry Truman proferiu um discurso no Congresso.
Nele, afirmava que os Estados Unidos se posicionariam a favor das nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação.
No mesmo ano, o secretário de Estado americano, George Marshall, lançou o Plano Marshall, que propunha a ajuda econômica aos países da Europa Ocidental.
Afinal, os partidos de esquerda cresciam devido ao desemprego e a crise generalizada e os Estados Unidos temiam perdê-los para a URSS.
Como resposta, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de conseguir a união dos principais partidos comunistas europeus.
Também era sua tarefa afastar da supremacia norte-americana os países sob sua influência, gerando o bloco da “cortina de ferro”.
Foi criado também, em 1949, o Comecon, uma cópia do Plano Marshall para os países socialistas.
OTAN e o Pacto de Varsóvia
A Guerra Fria foi também responsável pela formação, em 1949, de dois novos blocos de alianças politico-militares:
· a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
· o Pacto de Varsóvia.
A OTAN era composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e Itália,
Mais tarde juntaram-se Alemanha Ocidental, Grécia e Turquia, opondo toda a Europa Ocidental à União Soviética.
Em 1955, em represália, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir o avanço capitalista na sua área de influência.
Ambos tinham, entre si, um compromisso de mútua proteção, pois entendiam que a agressão a um deles atingiria a todos.
O Pacto de Varsóvia desapareceu entre 1990 e 1991, em consequência do fim dos regimes socialista do Leste europeu. Como consequência, a OTAN perdeu o significado que lhe deu origem.
Para saber mais leia também: Corrida Armamentista.
O Muro de Berlim e a Crise dos Mísseis
Charge ilustrando Nikita Khrushchev (URSS), à esq., e Jonh Kennedy (EUA) travando uma queda de braço durante a década de 60 para saber qual país era mais forte
No início dos anos 60, dois fatores provocaram o aumento das tensões internacionais provocadas pela Guerra Fria:
· a construção do Muro de Berlim, em 1961;
· e a crise dos mísseis, em 1962.
O muro dividiu a cidade de Berlim entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental.
O objetivo era impedir a saída de profissionais e trabalhadores qualificados que deixavam a socialista Alemanha Oriental em busca de melhores condições de vida na capitalista Alemanha Ocidental.
Crise dos Mísseis
Por outra parte, a crise dos mísseis teve origem na pretensão soviética de instalar bases e lançamento de mísseis em Cuba. Isto seria uma ameaça constante para os Estados Unidos.
A reação americana se fez imediata, através de um bloqueio naval sobre Cuba, o único país da América que havia adotado o regime socialista. O mundo conteve a respiração, pois nesse momento, as chances de uma terceira guerra mundial eram reais.
Corrida Espacial
Outra característica da Guerra Fria foi a Corrida Espacial.
Muito dinheiro, tempo e estudo foram investidos pela URSS e pelos EUA para saber quem dominaria também a órbita terrestre.
Os soviéticos saíram na frente, em 1957, com os satélites Sputinik, mas os americanos os alcançaram e fizeram o primeiro homem caminhar em solo lunar, em 1969.
A corrida espacial não incluía somente o objetivo de levar pessoas ao espaço. Também fazia parte do projeto desenvolver armas de longo alcance, como mísseis intercontinentais e escudos espaciais.
O Fim da Guerra Fria
A Guerra Fria chegou ao fim em novembro de 1989, com as negociações estabelecidas por Ronald Reagan e Mikahil Gorbachev, depois de um período de 42 anos determinando as relações internacionais.
A queda do Muro de Berlim foi um marco que simbolizou a morte dos regimes socialistas no Leste europeu. Em outubro de 1990 as duas Alemanhas foram finalmente unificadas.
Igualmente, a desintegração da União Soviética inaugurou um novo período na história mundial.

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