Buscar

protocolo medicamentoso em cirurgia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROTOCOLO MEDICAMENTOSO EM CIRURGIA 
ODONTOLÓGIA
1. FASE PRÉ-OPERATÓRIA 
a. Profilaxia 
 Inflamação:
A profilaxia na odontologia tem o intuito de evitar que doenças odontológicas se instalem e tornem mais 
difícil o tratamento odontológico. A profilaxia anti-inflamatória é indicada para procedimentos que possam gerar 
inflamação do tipo moderada à intensa, exemplo disso seria uma exodontia complicada de um terceiro molar 
impactado em que o procedimento cirúrgico traumatiza bastante o tecido. Para a profilaxia da inflamação, segundo 
o protocolo da Clínica Escola – UNILEÃO:
- Dexametasona 4mg, 2 comprimidos, 1 hora antes do procedimento.
 Infecção:
Devido a uma ampla relação dos procedimentos cirúrgicos com as bacteremias, surge, em alguns casos a 
necessidade de prevenir o paciente de uma passagem transitória de microrganismos para corrente sanguínea, o que 
pode levar a uma complicação sistêmica. No caso de pacientes saudáveis as próprias células de defesa na corrente 
sanguínea conseguem debelar as bactérias presentes no sangue, porém em pacientes de moderado a alto risco de 
infecção, como exemplo a endocardite, esta atuação pode não mais existir ou ser ineficaz para o processo de 
eliminação dos microrganismos invasores. Por este motivo, é necessária uma boa anamnese para constatar a 
necessidade de uma profilaxia antibiótica ou descartar este processo, visto que, com os avanços da automedicação 
ou medicações desnecessárias vem-se contribuindo para resistência bacteriana o que não é bom para um futuro 
tratamento antibiótico deste paciente, pois com a resistência bacteriana o espectro de ação do fármaco torna-se 
prejudicado, consequentemente o tratamento será ineficaz. Valendo lembrar que, em casos de dúvidas sobre o 
histórico de saúde do paciente deve-se entrar em contato com o médico responsável. Na necessidade de uma 
profilaxia para endocardite bacteriana, prescreve-se:
- Amoxicilina 500mg, 4 cápsulas. Tomar em dose única 1 hora antes do procedimento.
- Alérgicos a amoxicilina: Clindamicina 300mg, 2 comprimidos. Tomar 1 hora antes do procedimento.
b. Antissepsia
Para que se garanta a realização de algum procedimento odontológico, é de enorme importância que se 
execute a antissepsia. Uma das etapas de biossegurança que visa remover ou impedir a proliferação de 
microrganismos presentes nos pacientes através de substâncias químicas, como bactericidas ou bacteriostáticos, 
tornando mais segura à realização do procedimento.
 Intra-oral: clorexidina a 0,12%. Realizar o bochecho durante 1 minuto (30 minutos após a 
escovação dental), estendendo a sua utilização 2 vezes ao dia, durante 14 dias após o 
procedimento. 
 Para alérgicos a clorexidina: água oxigenada a 10%, diluir em uma quantidade proporcional a 
da água 1:1. Estender o bochecho de 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 dias. 
 Extra-oral: solução de álcool iodado | clorexidina 2% a 4% degermante (aplicar na face do 
paciente com abrangência da região cervical até o início dos rebordos orbitários em 
movimentos do centro para a periferia).
c. Sedação
Na prática clínica, existem muitas crianças imaturas e ansiosas ou pacientes com comportamento físico e/ou 
metal que não cooperam durante o tratamento odontológico. Como alternativa para o manejo desses pacientes 
utiliza-se a sedação consciente através da pré-medicação. Os candidatos selecionados para a sedação pré-operatória 
são: paciente com história de ansiedade ou fobia dentária, pacientes que precisam passar por procedimentos 
traumáticos, pacientes com doenças que podem se agravar com o estresse, com demências ou patologias 
neurológicas, com disfunções motoras (Parkinson) e crianças não cooperativas.
- Diazepam 10mg, 1 comprimido. Tomar meio comprimido na noite anterior ao procedimento e a outra metade uma 
hora antes do procedimento.
- Midazolam 15mg, 1 comprimido. Tomar 1 comprimido em dose única, 30 minutos antes do procedimento.
Contraindicações: Insuficientes respiratórios graves, problemas musculares (miastenia grave), gestantes de 1º 
semestre, comprometimento físico e mental, apneia do sono, alcoólatras, hipersensibilidade aos benzodiazepínicos 
e pacientes que já fazem uso de medicações depressoras do sistema nervoso central.
2. FASE OPERATÓRIA
a. Anestesia
Para a realização de procedimentos de curta e de média duração odontológicos é necessário a intervenção 
com anestésicos, possibilitando um tratamento cirúrgico mais invasivo sem dor para o paciente. Algumas bases 
anestésicas são mais utilizadas considerando o tempo de duração, a sua potência e os efeitos adversos que podem 
causar ou não. Cada um deles, possui uma dose máxima, uma duração de ação e meia-vida, que vão fazer a 
diferença no momento de sua escolha para cada procedimento em específico. A toxicidade e a contraindicação 
também devem ser observadas e são de extrema relevância para evitar problemas durante e após os processos 
odontológicos. A lidocaína com vasoconstritor é um dos anestésicos mais utilizados na Odontologia, considerada 
¨padrão ouro¨ na área, por apresentar um rápido início de ação, entre 2 a 3 minutos; duração de ação suficiente 
para a maioria dos procedimentos mais comuns e ainda; com menos efeitos adversos.
-Lidocaína (anestésico padrão) a 2% + adrenalina 1:100.000
Duração na polpa: 1 hora/ nos tecidos moles: 3 a 5 horas.
-Mepivacaína a 2% + adrenalina 1:100.000
Duração na polpa: 20 minutos/ nos tecidos moles: 2 horas.
Contra-indicação: Risco para gestante classe C, pois metaboliza mais lentamente que a lidocaína no fígado fetal.
-Prilocaína a 4% + felipressina
Duração na polpa: 60 a 90 minutos/ 2h30 a 8 horas
Indicação: a felipressina é um vasoconstrictor alternativo para paciente com problemas cardíacos e diabetes 
descompensados e paciente que usam antidepressivos e drogas que estimulam o snc.
Contra-indicação: pacientes com oxigenação deficiente, pois possui o metabólito orto-toluidina, que pode causar a 
metahemoglobinemia; pacientes com hipotireoidismo; anêmicos e; gestantes, podendo causar cianose fetal ou 
parto prematuro.
-Articaína a 4% + adrenalina 1:100.000
Duração na polpa: 60 a 75 minutos/ nos tecidos moles: 2h30 a 6 horas.
Contra-indicação: asmáticos, devido o radical sufilto; hepatopatas e ICC, pois possui metabólitos cardiodepressivos; 
crianças menores de 4 anos (não há estudos específicos que expliquem essa contra-indicação).
-Bupivacaína (longa duração) 0,5% + adrenalina 1:200.000
Duração na polpa: 1h30 a 3 horas/ tecidos moles: 4 horas a 9 horas.
Contra-indicação: risco C para gestantes, pois pode causar cardiotoxicidade; crianças pequenas.
-Benzocaína (uso tópico) de 0,5 gramas até 2 gramas (dose máxima).
Contra-indicação: pacientes com hipersensibilidade a benzocaína e anestésicos do tipo éster.
b. Hemostasia
Hemorragia é um extravasamento abundante e anormal de sangue, que pode ser precipitado por fatores 
locais ou enfermidades sistêmicas como a hipertensão arterial não controlada e discrasias sanguíneas como a 
hemofilia, trombocitopenias, anemias ou leucemias, entre outras. Nos casos de hemorragia bucal, a anamnese 
direcionada ao problema é de suma importância para se estabelecer a causa. Na história médica, o paciente pode ter 
relatado algum tipo de problema hematológico ou discrasia sanguínea, que de acordo com a gravidade pode obrigar 
o dentista a referenciá-lo para atendimento em ambiente hospitalar, aos cuidados médicos ou de cirurgião 
bucomaxilofacial. 
No consultório, as hemorragias decorrentes de traumatismos acidentais ou cirurgia bucal recente são tratadas com 
medidas de ordem local. Muito usados no passado, os medicamentos coagulantes de uso sistêmico têm pouca ou 
nenhuma indicação em odontologia. Alguns métodos podem ser usados:
- A própria anestesia com vasoconstrictor é uma alternativa para tentar reverter o quadro, para realização da 
conduta em que pode-se remover a sutura, caso existente, e fazer compressões no local com gaze estéril.
- Uso de esponja gelatinosa absorvível(Gelfoam®) ou cera óssea.
3. FASE PÓS-OPERATÓRIA 
a. Tratamento
 Dor:
DOR LEVE A MODERADA
- Dipirona 500mg, 8 comprimidos. Tomar 1 comprimido, de 6 em 6 horas, durante 2 dias.
- Alérgicos: Paracetamol 750mg, 8 comprimidos. Tomar 1 comprimido, de 6 em 6 horas, durante 2 dias
DOR INTENSA
- Codeína 30mg, 8 comprimidos. Tomar 1 comprimido, de 6 em 6 horas, durante 2 dias.
 - Tramadol 50mg, 6 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8 em 8 horas, durante 2 dias.
- Codeína 30mg + Paracetamol 300mg [Tylex], 8 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 6 em 6horas durante 2 dias. 
 Inflamação:
- Nimesulida 100mg, 6 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 12 em 12 horas, durante 3 dias.
- Ibuprofeno 300mg, 9 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8 em 8 horas, durante 3 dias.
- Alérgicos: Dexametasona 4mg, 9 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8em 8 horas, durante 3 dias.
 Infecção:
- Amoxicilina 500mg, 21 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8 em 8 horas, durante 7 dias.
- alérgicos: *Clindamicina 300mg, 21 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8 em 8 horas, durante 7 dias. | 
*Azitromicina 500mg, 3 comprimidos. Tomar 1 comprimido a cada 24 horas, durante 3 dias. 
- betalactamases resistentes ou cirurgias com envolvimento do seio maxilar: Amoxicilina 500mg com Clavulonato de 
Potássio 125mg, 21 comprimidos. Tomar 1 comprimido de 8 em 8 horas, durante 7 dias. 
- infecções anaeróbias predominates: Amoxicilina 500mg, 21 cápsulas. Tomar 1 cápsula de 8 em 8 horas, durante 7 
dias. Metronidazol 400mg, 21 comprimidos a cada 8 horas, durante 7 dias. (o tratamento deve ser efetivo com o uso 
dos dois antibiótico, sendo tomados de preferência no mesmo momento).
4. COMPLICAÇÕES
a. Alveolite: complicação que pode decorrer da exodontia, caracterizada pela desintegração do coágulo 
sanguíneo, que deixa o alvéolo dentário vazio, recoberto por uma camada amarelo-acinzentada 
constituída por detritos e tecido necrótico. 
 TRATAMENTO: Bloqueio regional (bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000), irrigação 
(soro fisiológico estéril), curetagem, segunda irrigação (digluconato de clorexidina 0,12%) e 
prescrição de analgésico (dipirona, 500mg a 1g, 4/4hrs, durante 24 horas).
 Quando a dor não é suprimida pelo primeiro tratamento, pode-se aplicar uma pasta 
medicamentosa manipulada (lidocaína 2% + metronidazol 10% + essência de menta + 
lanolina ou carboximetilcelulose).
 Na presença de exsudato purulento associado a sinais de disseminação local ou 
manifestações sistêmicas do processo, prescrever antibiótico (amoxicilina + metronidazol 
por 3 a 5 dias; clindamicina)
b. Enfisema Tecidual: introdução inadvertida de ar dentro dos tecidos sob a pele ou membranas 
mucosas, proveniente das peças de mão de alta rotação, seringa de ar ou dispositivos para profilaxia 
dentária com uso de abrasivos. O ar é forçado para dentro do sulco gengival ou pode penetrar 
através de uma ferida cirúrgica ou de lacerações da mucosa.
 TRATAMENTO: antibioticoterapia e eventual uso de analgésicos.
REFERÊNCIAS
 ANDRADE, Eduardo Dias De, Terapêutica Medicamentosa em Odontologia: procedimentos clínicos e uso de 
medicamentos nas principais situações da prática odontológica.2ºed. Artes Médicas: São Paulo, 1998.2.
 MARQUES, Fabio Vidal: Protocolo clínico para anestesiologia local em Odontologia. Outubro 2010.3.
 Serviços Odontológicos Prevenção e Controle de Risco. Anvisa 2006. Pág.1004.
 BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC nº 185, de 22 de outubro de 2001. 
Registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos médicos na Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária. ANVISA Publicações Eletrônicas. 2001. Website:http://e-
legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=22426&word= Alterada por: Resolução RDC nº 207, de 17 
de novembro de 2006. Diário Oficial da União - Ministério da Saúde, Brasília, DF, Brasil, de 24/10/2001. 
Acesso em:22/08/2009.
 PARIZI et al. Protocolo Terapêutico Medicamentoso; Faculdade de Odontologia de Presidente Prudente- SP; 
Universidade do Oeste Paulista- UNOESTE. Acesso eletrônico: 
http://www.unoeste.br/Areas/Graduacao/Content/documentos/3/Downloads/protocolo-
medicamentoso.pdf.

Continue navegando