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A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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A BÍBLIA 
ENTRE OS 
DOIS 
TESTAMENTOS 
 
RESUMO HISTÓRICO DO PERÍODO QUE 
COMPREENDEM OS QUATRO SÉCULOS 
ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS BÍBLICOS 
 
 
EZEQUIEL CAMILO DA SILVA 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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FICHA TÉCNICA 
© 2011 Ezequiel Camilo da Silva 
CAPA: ILUSTRAÇÃO ENCONTRADA NA INTERNET 
DIREITOS AUTORAIS: As fotos são de domínio publico 
Textos – Textos históricos com respectivos créditos registrados 
em notas de rodapé e bibliografia. 
Todos os diretos reservados ao autor 
Copyright 2011 – Louveira – SP – Brasil 
 
1ª edição – 1ª impressão 
© 2012 Bubok Publishing S.L. 
ISBN: 
Impresso em Portugal / Printed in Portugal 
Impresso pela Bubok 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR 
 
 
 
Ezequiel Camilo da Silva 
É professor atualmente aposentado, licenciado pela 
Faculdade de Belas Artes de São Paulo, com Mestrado em 
História Econômica e Regional. Atuou mais de quarenta anos 
na área educacional nas escolas públicas estaduais, 
municipais e particulares da grande São Paulo. 
Tem uma longa experiência como coordenador de 
Turismo, Viagens, Roteiros Culturais e Projetos Turísticos 
Ecológicos; é autor dos livros “A Conquista da Amazônia”, “Que 
País é Esse?”, “Os Povos Bíblicos”, “Arqueologia Bíblica e As 
grandes Descobertas”, “Uma Jornada no Livro de Jó”, “O Bom 
Samaritano”, “Poemas e Poesias”, “A Montanha”, “A Grande 
Mentira”, “Fugindo e Viajando com Jonas”, “Estou Aposentado 
e Agora?”, “Ser Escritor. . . Um Sonho”, “As Mulheres Bíblicas”, 
“Dicionário Brasileiro de Nomes”, “Brasáfrica”, “Viagem a 
Manaus – Impressões”, “Sonhos & Desejos”, “Aventuras na 
Austrália e Nova Zelandia” e outros 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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“Certamente o Senhor DEUS não fará coisa 
alguma, sem ter revelado o seu segredo aos 
seus servos, os profetas.” Amós 3:7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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ÍNDICE 
 
 1 – INTRODUÇAO – UMA SÍNTESE HISTÓRICA ....... 09 
 2 - A IMPORTÂNCIA DO RETORNO DOS JUDEUS DO 
CATIVEIRO BABILÔNICO .......................................15 
 3 - A IMPORTANCIA DO PERÍODO ENTRE OS DOIS 
TESTAMENTOS .................................................. 17 
 4 - OS PERSAS DOMINADORES E PARCEIROS DOS 
JUDEUS ..............................................................19 
 5 - AS INFLUÊNCIAS DE ALEXANDRE E A CULTURA 
GREGA .............................................................. 22 
 6 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NA ANTIGUIDADE .. 23 
 7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA ...................... 29 
 8 - A DESTRUIÇÃO DA BIBLIOT. DE ALEXANDRIA ....36 
 9 - OS MACABEUS – O MUNDO GREGO –
SEPTUAGINTA......................................................37 
10 - RESUMO CRONOLÓGICO – ―REVOLTA DOS 
MACABEUS‖ ........................................................45 
11 - AS INFLUÊNCIAS HELÊNICAS ENTRE JUDEUS .. 51 
12 – OS ROMANOS ............................................. 56 
13 - HERODES ―O GRANDE‖...................................59 
14 – AS SEITAS JUDAICAS ....................................60 
15 – OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO ............... 66 
16 – O ADVENTO DE CRISTO .................................75 
17 – FLAVIO JOSEFO ........................................... 77 
18 - BIOGRAFIA DE FLAVIO JOSEFO .......................79 
19 – AS PROFECIAS DE DANIEL PREVIRAM OS 
GRANDES IMPÉRIOS ............................................87 
20 - ISAAC NEWTON E AS PROFECIAS DE DANIEL. 107 
21 – CONCLUSÃO .............................................. 113 
22 – BIBLIOGRAFIA ........................................... 114 
 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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1 - INTRODUÇÃO – UMA SÍNTESE HISTÓRICA 
 
 Ao longo dos quatrocentos anos que 
separam os registros deixados pelo Velho 
Testamento da Bíblia Sagrada edição canônica, 
que é considerada e aceita como inspirada, até os 
relatos do Novo Testamento, temos um vácuo 
histórico que abre em nossas mentes uma grande 
interrogação. 
 
 Este período compreende os eventos que 
desenrolaram entre o fim do Antigo Testamento e 
o início do Novo Testamento. As datas mais 
precisas ou aproximadas são de 424 a.C. até o 
ano 5 a.C. 
 Afinal, ocorreram quatro longos séculos, o 
mundo não dormiu no final do Livro de Malaquias 
e acordou de repente no início do Evangelho de 
Mateus! 
 
 Os judeus, como sendo remanescente do 
Povo de Israel, foram subjugados pelas potencias 
estrangeiras, primeiro os persas, depois os gregos 
e finalmente os romanos. Passaram por uma fase 
muito difícil, porque no meio de tantas 
dificuldades eles não tiveram profetas para dar as 
orientações precisas, as instruções necessárias e a 
condução segura. Neste período, eles ficaram 
como ovelhas sem um pastor. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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 Mesmo assim, sendo os guardiões dos 
livros sagrados, possuíam todas as instruções 
divinas apropriadas para cada situação e 
circunstancias. Contudo, quando estavam diante 
das grandes adversidades, um grupo fiel deste 
povo manteve a fidelidade nos relatos sagradas e 
a crença que Deus enviaria um messias, de acordo 
com as profecias, que deveria vir como grande e 
poderoso rei libertador e vingar todo o tipo de 
atrocidades que eles haviam sofrido e suportado 
neste longo período. 
 
 Estes quatrocentos anos foram deveras 
importantes e porque não dizer, cruciais para que 
o curso natural da história do mundo e dos judeus 
tivesse uma continuidade e um desfecho favorável 
até o nascimento de Jesus. 
 
 Todavia, não houve uma calmaria ao longo 
destes anos neste cenário que compreendeu o 
cotidiano da vida na Palestina, nem tampouco os 
judeus foram agraciados com um período de paz 
duradouro, pelo contrário, atravessaram tempos 
difíceis intermeados com períodos de relativa 
calma com momentos terríveis nos quais foram 
perseguidos e até deportados. 
 
 Estes acontecimentos que tiveram seu 
principal palco a Palestina, ainda o impacto 
marcante do retorno do cativeiro babilônico com a 
reconstrução de Jerusalém, de suas muralhas e o 
templo do Senhor, foram determinantes e 
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moldaram uma e nova e distinta etapa na história 
deste povo. 
 
 Logo após a chegada do cativeiro babilônico, 
apesar dos judeus terem a importante tutela dos 
persas que promoveram o seu retorno sob o 
patrocínio de Ciro o Grande,1 para que se 
cumprissem as profecias. Notamos que este 
retorno era parte do grande plano divino para 
preparar o nascimento do Messias. 
 
 Este povo enfrentouuma enorme 
dificuldade em se readaptarem a sua terra que já 
não lhe pertenciam mais, agora a Judeia havia se 
transformado numa simples província persa, que 
deixara os judeus sem liberdade politica e 
econômica, apenas gozavam do direito de se 
instalarem, cumprir as leis dos seus dominadores. 
 
 Entretanto, tinham todos os direitos 
religiosos preservados e assegurados pelas leis 
 
1
 - Temos dois textos bíblicos que registram as profecias que 
prediziam a atuação de Ciro Reis da Persa como patrocinador do 
retorno dos judeus e da reconstrução de Jerusalém. “Que digo de 
Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo 
também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás 
fundado. Isaías 44:28. No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para 
que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), 
despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez 
passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, 
dizendo: Esdras 1:1” 
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dos persas, coisa que em outras épocas não lhe 
foram permitidos. 
 
 Nestes tempos difíceis logo após o retorno, 
as dificuldades foram acrescidas com a oposição 
dos samaritanos, além da dispersão de muitos dos 
judeus, como resultado do cativeiro babilônico, 
dos quais a grande maioria não conseguira 
retornar por vários motivos, devido a isso estavam 
vivendo em outras nações e partes do mundo 
conhecido. 
 
 Esta dispersão acarretou outras influencias 
entre o povo judeu que estavam longe da 
Palestina, entre estas estava, a assimilação de 
novos costumes, outras línguas, que trouxeram 
vários problemas para a preservação da unidade 
do povo para que então, permanecessem fiéis aos 
mesmos princípios religiosos. 
 
 Com a reconstrução do templo houve o 
fortalecimento desta unidade em torno da mesma 
fé. Esta regra de obediência e fidelidade em um 
único Deus, somada a observância das leis e de 
todas as regras estabelecidas, mais a esperança 
em torno da vinda de um messias era a essência e 
a viga mestra da nova ordem judaica. 
 
 Após a superação de muitas dificuldades, a 
vida entrou numa rotina na sua readaptação na 
Palestina debaixo das mãos dos dominadores, 
novos costumes foram incorporados; criaram-se 
novas ordens religiosas, entre elas estavam em 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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destaque os fariseus, os saduceus e mais tarde 
surgiram os zelotes. 
 
 Entretanto, com o passar dos anos, ocorreu 
gradualmente o enfraquecimento e a queda 
gradual do poderoso império persa, levantou se 
uma nova potencia com um novo domínio, eram 
os gregos que tomaram o poder. 
 
 Por breve tempo, houve certa tolerância, 
porém com a morte prematura de Alexandre o 
Grande, resultou na divisão do grande império, os 
judeus sofreram também estas mudanças; 
atravessou um período tenebroso, primeiro com os 
ptolomeus seus novos dominadores, depois vieram 
os selêucidas também gregos, mas intolerantes e 
intransigentes com os dominados, impuseram aos 
judeus os mais cruéis tratamentos e severos 
castigos. 
 
 As guerras, as lutas, as perseguições, o 
sofrimento, as incertezas, a morte, as deportações 
foram cruéis com os judeus. 
 
 É neste período crucial desta história entre 
os dois testamentos que surgem os Macabeus, 
uma família de linhagem sacerdotal que pelas 
circunstancias adversas transformaram se em 
heróis que auxiliaram esta nação a atravessar esta 
fase tão delicada que pôs em risco até a existência 
deste povo. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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 Grandes barbaridades e terríveis crueldades, 
verdadeiras atrocidades foram praticadas pelos 
selêucidas contra os judeus, que chegou ao limite 
de proibir suas práticas religiosas, os relatos nos 
dois livros de Macabeus2 nos dão uma ideia destes 
acontecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
 - Os Livros dos Macabeus estão na versão da Bíblia Vulgata Latina, 
são livros apócrifos, não inspirados, mas apresenta um valor histórico 
e nos ajuda a entender os acontecimentos neste período difícil da 
existência do povo judeu. 
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2 - A IMPORTÂNCIA DO RETORNO DOS 
JUDEUS DO CATIVEIRO BABILÔNICO 
 
 Ao reportarmos sobre esta ocorrência de 
grande dimensão e significado, não poderíamos 
deixar de citar nesta obra esta personagem norte 
americana, que se destacou pelo seu trabalho 
realizado como educadora e também sobre as 
suas considerações e referencias que abordam de 
maneira sábia e oportuna a saga dos judeus no 
seu retorno do cativeiro babilônico. 
 
 Mary Ellen Chase - foi uma das mais 
importantes escritoras cristãs americanas e 
educadora do seu tempo, respeitada e admirada 
pelo seu trabalho, escreveu e publicou mais de 30 
livros. Como cientista e educadora, numa de suas 
importantes afirmações em 1926, declarou que “a 
humanidade de hoje deve a estes judeus como 
destemidos e intrépidos, que enfrentaram todo o 
tipo de adversidade para retornarem do cativeiro 
babilônico à Jerusalém”. 
 
 Sendo eles os judeus fiéis guardiões das 
Escrituras Sagradas, portanto, a existência e a 
divulgação deste livro, trouxe uma crença num 
único e verdadeiro Deus, um cristianismo, uma 
esperança e a formação de uma cultura ocidental, 
como referenciais pautados e fundamentados na 
ética e moral. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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 Complementando estas afirmações sobre 
este marcante acontecimento como parte dos 
cumprimentos das profecias e também do grande 
plano divino para redenção da humanidade. 
 
 
 
Mary Ellen Chase 
 24 de fevereiro de 1887 a julho de 1973 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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3 - A IMPORTANCIA DO PERÍODO ENTRE OS 
DOIS TESTAMENTOS 
 
 Entre o final do Antigo Testamento e o 
início do Novo Testamento há uma lacuna de 400 
anos sem a manifestação de um profeta de Deus. 
Durante esse longo período ocorreu eventos 
marcantes, guerras e o surgimento de diversos 
grupos que estão presentes nas páginas do Novo 
Testamento. Qual a característica desses grupos? 
O que idealizavam? Nesse artigo procuramos 
destacar, no formato esboço, uma coletânea de 
eventos ocorridos entre o Período Persa, Período 
Grego e o Período Romano, os quais envolveram a 
nação do povo de Israel, os judeus. 
 
 Este importante período histórico, entre os 
Testamentos, de define como uma longa etapa 
histórica recheada de eventos significativos. Os 
estudiosos deparam com algumas dificuldades 
para encontrar as fontes de informações extra 
bíblicas. 
 
 Por isso, muitos são as razões e motivos 
históricos, que justificam esta busca, como uma 
forma de explicar os resultados de quatro séculos 
de existência que atravessou o povo judeu: A 
seguir temos uma relação destes motivos e 
razões: 
 
 1 - "Razões Históricas" que explicam os 
acontecimentos "de fundo" do Novo Testamento.; 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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 2 - "Razões Culturais"que explicam a 
origem e desenvolvimento dos costumes, 
instituições e vida espiritual do povo judaico do 
período do NT; 
 
 3 - "Razões Messiânicas" que demonstram 
como Deus preparou o mundo para o Seu 
Advento. 
 
As Divisões do Período Inter bíblico 
 
 Entre as datas marcadas para este estudo, 
muitos eventos passaram que não teremos 
oportunidade de reconhecer. 
 
 Estamos assinalando e dando uma atenção 
especial ao fim do Antigo Testamento, este 
período em que os judeus estiveram dominados 
pelas potencias estrangeiras, destacando em 
especial, entre estes, o tempo de Alexandre, as 
"Guerras dos Macabeus" e Herodes. Estas são a 
seguir, as divisões deste período histórico: 
 
1. Período da dominação persa (536-331); 
2. Período do domínio grego (331-167); 
 a-Período Grego – Alexandre “O Grande” 
(331-323); 
 b-Período Egípcio - Ptolomeus (323-198); 
 c-Período Sírio – Selêceucidas (198-167); 
3. Período dos Macabeus (167-63); 
4. Período da dominação romana (63-5). 
 
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4 - OS PERSAS DOMINADORES E PARCEIROS 
DOS JUDEUS 
 
 Apesar de tudo, podia se notar que as 
profecias bíblicas estavam se cumprindo, o retorno 
dos judeus à Jerusalém, a retomada ainda que de 
forma precária de suas propriedades, com a 
restauração das muralhas e a reconstrução do 
templo, foram vitais para dar uma base de 
sustentação nesta árdua tarefa de reiniciar a vida 
na Judéia subjugada. 
 
 Eram os sinais visíveis de que Deus estava 
conduzindo tudo isto e que o grande plano de 
Deus preparando o mundo para o nascimento do 
Messias estava sendo conduzido. 
 
 Entretanto, os persas, apesar de serem os 
dominadores, foram parcimoniosos, complacentes 
e até parceiros judeus nesta tarefa de manter a 
unidade religiosa em torno dos princípios 
sagrados. 
 
 Neste período pouco se sabe a respeito dos 
acontecimentos, mas é importante registrar 
algumas descobertas arqueológicas que estão 
inseridas neste trabalho, que nos forneceram uma 
ideia mais concreta desta situação e nos dão 
algumas respostas pertinentes a estas questões. 
 
 Os persas não só permitiram, mas também 
apoiaram os líderes judeus, para que impusessem 
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a obrigatoriedade da obediência de suas leis, tanto 
foi assim que os relatos confirmam no livro de 
Esdras 7: 23 a 26.3 
 
 Complementando estas afirmações em 1905 
nas escavações arqueológicas realizadas em 
Elefantina, uma ilha do Nilo junto à primeira 
catarata, nas proximidades da represa de Assuã, 
ocorreu uma surpreendente descoberta. 
 
 Neste local foram achados três documentos 
em papiros, escritos em aramaico datados de 419 
ªC, um deles era uma carta pascal de Dario II, na 
qual havia instruções sobre a maneira de celebrar 
 
3
 - 23-Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do céu, 
prontamente se faça para a casa do Deus dos céus; pois, para que 
haveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? 24- Também 
vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, 
porteiros, servidores do templo e ministros desta casa de Deus, que 
não será lícito impor-lhes, nem tributo, nem contribuição, nem 
renda.25-E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, 
nomeia magistrados e juízes, que julguem a todo o povo que está 
dalém do rio, a todos os que sabem as leis do teu Deus; e ao que não 
as sabe, lhe ensinarás. 26-E todo aquele que não observar a lei do teu 
Deus e a lei do rei, seja julgado prontamente; quer seja morte, quer 
desterro, quer multa sobre os seus bens, quer prisão. 27 - Bendito seja 
o SENHOR Deus de nossos pais, que tal inspirou ao coração do rei, 
para ornar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém. 28 - E que 
estendeu para mim a sua benignidade perante o rei e os seus 
conselheiros e todos os príncipes poderosos do rei. Assim me animei, 
segundo a mão do SENHOR meu Deus sobre mim, e ajuntei dentre 
Israel alguns chefes para subirem comigo. Esdras 7:23-28 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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corretamente a festa da Páscoa, assinada por 
Hananja, encarregado dos assuntos judeus na 
corte do governador persa no Egito. 
 
 Sobre a comunidade judaica que se 
estabeleceu nesta ilha, formada principalmente 
por soldados mercenários judeus que haviam 
fugido de Jerusalém após a invasão dos caldeus. 
Estes judeus chegaram a construir um templo em 
Elefantina, chegaram até oferecer sacrifícios e 
concederam as mulheres um nível maior de 
liberdade. Este templo foi destruído pelos próprios 
judeus obedecendo às ordens do sumo sacerdote 
em Jerusalém assim que chegou ao seu 
conhecimento. 
 
 Esta determinação foi cumprida com o apoio 
das autoridades persas, era uma espécie de 
corretivo, para que toda a adoração à Deus 
deveria ser em um único templo, aquele que esta 
em Jerusalém, entretanto foram permitidas a 
implantação das sinagogas que foram construídas 
nas cidades que haviam um considerável grupo de 
judeus. 
 
 Os privilégios dos judeus se estenderam 
pela grande extensão do império persa, 
consolidado até quase o final desta supremacia, 
com o casamento do rei Assuero (Xerxes) com 
uma linda jovem judia, a rainha Ester. 
 
 Esta notável monarca judia deixou uma 
interessante história do seu povo no exílio, 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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registrada no livro que recebeu o nome da rainha 
que é de autoria judaica desconhecida, escrito 
possivelmente no século IV a.C. na cidade de 
Susã, local em que os judeus permaneceram 
numa considerável tranquilidade em sua colônia 
até a queda de império persa por volta de 331 ªC. 
até a conquista de Alexandre O Grande.4 
 
 
5 - AS INFLUÊNCIAS DE ALEXANDRE E A 
CULTURA GREGA 
 
 Com as conquistas de Alexandre, as 
influências da cultura grega se espalharam em 
quase todo o mundo conhecido, do qual havia sido 
subjugado, sendo assim de grande abrangência. 
 
 Além do alto nível de conhecimento 
filosófico, os gregos dominavam uma avançada 
tecnologia na arte e na arquitetura. Por isso, estas 
influências foram bem marcantes por toda a 
extensão territorial em que eles permaneceram. 
 
 Nestas áreas dominadas estabeleceu 
centros de comércio e cultura, que se intensificou 
em toda a extensão do seu império; 
 
 Com a imposição da cultura grega, e a 
assimilação pelos povos dominados, as 
 
4
 - SILVA, Ezequiel Camilo da. ARQUEOLOGIA BÍBLICA – As 
Grandes Descobertas. Editora Bubok, Portugal. 2011. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
23 
 
superstições que faziam parte das crenças 
orientais, cederam à liberdade do pensamento 
grego, na filosofia, arquitetura, seus deuses, 
religiosidade, atletismo (primeira olímpiada em 
776 a.C). 
 
 Surgiram as bibliotecas e universidades em 
Alexandria e Tarso como em outros lugares. 
Preparou-se assim o campo para que nos gregos 
impusessem uma religião universal. 
 
 Por outro lado com o incremento dessa 
cultura, foi de grande importância a disseminação 
da língua grega, criando a possibilidade da 
pregação do evangelho fazendo uso de uma língua 
universal e a criação de uma Bíblia legível neste 
idioma, abrangendo todaa extensão da bacia do 
Mediterrâneo. Este avassalador domínio grego 
propiciou a realização das grandes obras da 
antiguidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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6 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NA 
ANTIGUIDADE 
 
 Em 332 a.C., o Egito estava sob domínio 
persa. Nesse mesmo ano, Alexandre, o Grande 
entrou triunfalmente como vencedor do rei persa 
Dario III e os egípcios aceitaram-no, aclamando-o 
como libertador. 
 
 Um dos motivos que provocou esta efusiva 
acolhida foi com certeza a considerável colônia de 
gregos que haviam se instalados há muitos anos 
antes. Estas colônias gregas estavam de certa 
forma incorporada à sociedade egípcia, portanto, 
os gregos não eram mais considerados como 
estrangeiros. 
 
 Apenas um ano após a chegada de Alexandre 
a cidade que levaria o seu nome foi fundada num 
local privilegiado no delta do Nilo, a partir de um 
antigo povoado chamado Rakotis habitado por 
pescadores. 
 
 A escolha deste local foi muito afortunada, 
pois estava ao abrigo das variações que o rio Nilo 
apresentava, e, por outro lado, suficientemente 
perto do rio para que se pudesse chegar através 
das suas águas às mercadorias destinadas ao 
porto, através de um canal que unia o rio com o 
lago Mareotis e o porto. 
 
 Este local que foi escolhido estava em frente 
a uma ilha chamada Faros, que com o tempo e as 
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25 
 
múltiplas melhorias que se fariam ficaria unida por 
um longo dique à cidade de Alexandre. 
 
 O arquiteto que realizou esta obra chamava-
se Dinócrates de Rodes. O dique tinha um 
comprimento de sete estádios (185 m é a medida 
de um estádio), pelo que se lhe chamou 
Heptastadio (Επταστάδιο). 
 
 A construção do dique formou dois portos, 
de ambos os lados: o Grande Porto, a leste, o 
mais importante; e o Porto do Bom Regresso 
(Εύνοστος), a oeste, que é o que ainda hoje se 
usa. 
 
 Nos amplos cais do Grande Porto atracavam 
barcos que navegavam pelo mar Mediterrâneo e 
as costas do oceano Atlântico. Traziam 
mercadorias que se empilhavam nos cais: lingotes 
de bronze da Hispânia, além de barras de estanho 
da Bretanha, algodão das Índias, sedas da China. 
 
 O famoso farol construído na ilha de Faros 
por Sostral de Cnido, em 280 a. C., dispunha no 
alto do seu topo uma grande chama um fogo 
permanentemente alimentado que guiava os 
navegantes, até o ano de 1340, quando foi 
destruído. 
 
 O arquiteto Dinócrates preparou e planejou 
o traçado da cidade e fez segundo um plano 
hipodâmico, sistema que vinha utilizando desde o 
século V a.C., era composto de uma grande 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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praça, uma rua maior com trinta metros de 
largura e seis quilômetros de comprimento que 
atravessava a cidade, com ruas paralelas e 
perpendiculares, cruzando-se sempre em ângulo 
reto. 
 
 Seu planejamento urbano era constituído 
por bairros com traçados compostos por quadras. 
As ruas tinham condutores para facilitar o 
escoamento das águas de chuva para evitar a 
inundações. 
 
 Administrativamente a cidade era dividida 
em cinco distritos, cada um dos quais tinha como 
nome uma das cinco primeiras letras do alfabeto 
grego. 
 
 Quando Alexandre saiu do Egito para 
continuar as suas lutas contra os persas deixou 
como administrador de Alexandria Cleómenes de 
Naucratis. 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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Uma ilustração do Farol de Alexandria disponível 
na Internet 
 
 Desde sua fundação a Cidade de Alexandria 
transformou se na mais rica e opulenta cidade do 
seu tempo no mundo. 
 
 Os Ptolomeus construíram um palácio de 
mármore com um grande jardim no qual havia 
fontes e estátuas. Do outro lado desse jardim 
havia outro edifício construído em mármore a que 
se chamava Museu. 
 
 Foi uma inovação do rei Ptolomeu I ―Sóter‖ 
e nele se reunia toda a cultura da época. O museu 
tinha uma grande biblioteca. Perto deste edifício 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
28 
 
erguia-se o templo de Serápis, a nova divindade 
greco-egípcia. 
 
 Na parte central da cidade encontravam-se 
a Assembleia, as praças, os mercados, as 
basílicas, os banhos, os ginásios, os estádios e 
demais edifícios públicos necessários para os 
costumes da época. 
 
 Os habitantes desta magnífica cidade eram 
na sua maioria gregos de todas as procedências. 
Alexandria transformou se no esplendor da cultura 
grega em pleno Egito. 
 
 Também havia uma colônia judaica que 
tornou tão numerosa, que chegou a haver mais 
judeus em Alexandria do que na própria cidade de 
Jerusalém. Enquanto que um bairro egípcio, de 
pescadores, era o mais pobre e abandonado da 
grande metrópole. De imediato a cidade de 
Alexandria se converteu no centro mundial da 
cultura grega na época helenística e contribuiu 
para promover a helenização do resto do país de 
tal maneira que quando os romanos conquistaram 
este país, todo o Egito era bilíngue. 
 
 Somente a arte e a arquitetura 
permaneceram como as áreas genuinamente 
egípcias. Tão importante, que chegou pela sua 
grandiosidade a chamarem de Alexandria ad 
Aegyptum, ou seja, "Alexandria que está perto do 
Egito", perdendo importância o resto do país. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
29 
 
7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA 
 
 A Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga 
Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores 
bibliotecas do mundo antigo. Ela floresceu sob o 
patrocínio da dinastia ptolemaica e existiu até a 
Idade Média, quando foi totalmente destruída por 
um incêndio casual. 
 
 Acredita-se que a biblioteca foi fundada no 
início do século III a.C., concebida e aberta 
durante o reinado do faraó Ptolemeu I Sóter ou 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
30 
 
durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco nas 
suas obras fez referencias a esta biblioteca.5 
 
 Durante sua visita a Alexandria em 48 a.C., 
Júlio César queimou acidentalmente a biblioteca 
quando ele incendiou seus próprios navios para 
frustrar a tentativa de Achillas de limitar a sua 
capacidade de comunicação por via marítima. De 
acordo com Plutarco, o incêndio se espalhou para 
as docas e daí à biblioteca. 
 
 No entanto, esta versão dos 
acontecimentos não é confirmada na 
 
5
 - Plutarco de Queroneia (46 a 126 d.C.), filósofo e prosador grego do 
período greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada por 
Platão). Ele foi um discípulo de Ammonius de Lamprae, um filósofo 
peripatético com profundo conhecimento de religião. Viajou pela Ásia 
e Egito, viveu em Roma e foi sacerdote de Apolo em Delfos em 95 
d.C. O seu enorme prestígio valeu-lhe deter direitos de cidadão em 
Delfos, Atenas e mesmo em Roma (Mestrius Plutarchus). A sua ética 
baseia-se na convicção de que para alcançar a felicidade e a paz, é 
preciso controlar os impulsos das paixões. Escreveu sobre Platão, 
sobre os estóicos e os epicuristas, e estudou a inteligência dos animais 
comparando-a à dos humanos. É dele um pequeno ensaio, onde expõe 
a habilidade no uso da astúcia com ética, Como tirar proveitodo 
inimigo. Segundo a tradição, Plutarco escreveu mais de 200 livros. 
Chegaram até nós cerca de 50 biografias de gregos (entre elas a "Vida 
de Licurgo") e romanos ilustres em que ambas são comparadas, 
conhecidas como as Vidas Paralelas e dezenas de outros escritos sobre 
os mais variados tópicos, designadas genericamente por Obras Morais 
("Moralia"), sobre Filosofia, Religião, Moral, Crítica literária e 
Pedagogia. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
31 
 
contemporaneidade. Atualmente, tem sido 
estabelecido que a biblioteca, ou pelo menos 
segmentos de sua coleção, foram destruídos em 
várias ocasiões, antes e após o século I a.C.. 
 
 
 
Fragmento da Septuaginta, traduzida do hebraico 
para o grego koiné, entre os séculos III a.C. e I 
a.C. em Alexandria. 
 
 Considera-se que tenha sido fundada no 
início do século III a.C., durante o reinado de 
Ptolomeu II, após seu pai ter construído o Templo 
das Musas (Museum). É atribuída a Demétrio de 
Faleros sua organização inicial. Uma nova 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
32 
 
biblioteca foi inaugurada em 2002, próximo ao 
sítio da antiga. 
 
 Complementando os relatos sobre as 
aventuras de Júlio Cesar em Alexandria. Conta-se 
que num destes incêndios da histórica biblioteca 
foi provocado por César. Em caçada a Pompeu, o 
seu inimigo de Triunvirato (formado por Pompeu, 
Crasso e ele), César deparou-se com a cidade de 
Alexandria, governada na época por Ptolomeu XII, 
irmão de Cleópatra. 
 
 Pompeu foi decapitado por um dos tutores 
do jovem Ptolomeu, e sua cabeça foi entregue a 
César juntamente com o seu anel. Diz-se que ao 
ver a cabeça do inimigo César pôs-se a chorar. 
 
 A narrativa prossegue afirmando que ao 
apaixonar-se perdidamente por Cleópatra, César 
conseguiu colocá-la no poder através da força. Os 
tutores do jovem faraó foram mortos, mas um 
conseguiu escapar. 
 
 Temendo que o homem pudesse fugir de 
navio mandou incendiar todos, inclusive os seus. 
Como decorrência desta estúpida iniciativa, o 
incêndio alastrou-se e atingiu uma parte da 
famosa biblioteca. 
 
 A instituição da antiga biblioteca de 
Alexandria tinha como o principal objetivo 
preservar e divulgar a cultura grega e do mundo 
conhecido. Continha livros que foram levados de 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
33 
 
Atenas. Existiram também matemáticos ligados à 
biblioteca, como por exemplo, Euclides de 
Alexandria. Ela se tornou um grande centro de 
comércio e fabricação de papiros. 
 
 De fato, existiram duas grandes Bibliotecas 
de Alexandria. A Biblioteca Mãe e a Filha. De início 
a Filha era usada apenas como complemento da 
primeira, mas com o incêndio acidental (por Júlio 
César), no século I, da Biblioteca Mãe, a Filha 
ganhou uma nova importância. 
 
 Os sábios viam de todo o mundo para 
Alexandria e debatiam os mais variados temas. 
Em 272 d.C., durante a guerra entre o imperador 
Aureliano e a rainha Zenóbia,6 a Biblioteca Filha, 
foi provavelmente destruída, quando as legiões de 
Aureliano tomaram a cidade de assalto. 
 
 A lista dos grandes pensadores que 
frequentaram a biblioteca e o museu de 
Alexandria inclui nomes de grandes gênios do 
passado. Importantes obras sobre geometria, 
trigonometria e astronomia, bem como sobre 
idiomas, literatura e medicina, são creditados a 
eruditos de Alexandria. 
 
 
6
 - Zenóbia (Tibur - hoje Tívoli -, 274), foi uma rainha de Palmira 
(Síria). Depois da morte do marido (Odenato), reinou em nome do 
filho (Vabalato) e fez de Palmira uma brilhante capital no Oriente 
Médio. Foi vencida e reduzida ao cativeiro, pelo imperador romano 
Aureliano (273). 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
34 
 
 Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos 
judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o 
grego, produzindo assim a famosa Septuaginta. 
 
 
Os grandes nomes da Alexandria antiga 
 
 Euclides: matemático do século IV a.C.. O 
pai da geometria e o pioneiro no estudo da óptica. 
Sua obra Os Elementos foi usada como padrão da 
geometria até o século XIX. 
 
 Aristarco de Samos: astrônomo do século 
III a.C.. O primeiro a presumir que os planetas 
giram em torno do Sol. Usou a trigonometria na 
tentativa de calcular a distância do Sol e da Lua, e 
o tamanho deles. 
 
 Arquimedes: matemático e inventor do 
século III a.C.. Realizou diversas descobertas e fez 
os primeiros esforços científicos para determinar o 
valor do pi (π). 
 
 Calímaco (c. 305–c. 240 a.C.): poeta e 
bibliotecário grego, compilou o primeiro catálogo 
da Biblioteca de Alexandria, um marco na história 
do controle bibliográfico, o que possibilitou a 
criação da relação oficial (cânon) da literatura 
grega clássica. Seu catálogo ocupava 120 rolos de 
papiro. 
 
 Eratóstenes: polímata (conhecedor de 
muitas ciências) e um dos primeiros bibliotecários 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
35 
 
de Alexandria, do terceiro século a.C.. Calculou a 
circunferência da Terra com razoável exatidão. 
 
 Galeno: médico do século II d.C.. Seus 15 
livros sobre a ciência da medicina tornaram-se 
padrão por mais de 12 séculos. 
 
 Hipátia: astrônoma, matemática e filósofa 
do século III d.C.. Uma das maiores matemáticas, 
diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pagã, 
foi assassinada durante um motim de cristãos. 
 
 Herófilo: médico, considerado o fundador 
do método científico, o primeiro a sugerir que a 
inteligência e as emoções faziam parte do cérebro 
e não do coração. 
 
 Ptolomeu: astrônomo do século II d.C.. Os 
escritos geográficos e astronômicos eram aceitos 
como padrão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
36 
 
 
8 - A DESTRUIÇÃO DA BIBLIOTECA DE 
ALEXANDRIA 
 
 A destruição da biblioteca é um lamentável 
evento que divide os historiadores pelo menos 
desde o século XVIII. Há uma versão que é mais 
comum e mais citada pelos historiadores, pelo 
menos entre os apreciadores da história antiga, é 
a de que a biblioteca foi destruída por ordem de 
Amr ibn al-As,7 governador provincial do Egito em 
nome do califa Rashidun Omar ibn al-Khattab, 
pouco depois da conquista do Egito comandada 
por Amr em 642, mas desde o século XVIII que 
diversos estudiosos questionam a veracidade 
dessa versão da história. 
 
 Foi um período difícil para a cultura ocidental 
que esteve ameaçada pelo surgimento do 
islamismo, que por sua vez impôs aos vencidos 
uma nova ordem política e religiosa e um 
fanatismo que dominou e transformou uma 
considerável parte do mundo conhecido. 
 
 
7
 - Amr ibn al-` Como 'Amru ibn al-'As; c. 573 - 06 de janeiro, 664) 
foi um Árabe militar comandante que foi mais conhecido por liderar a 
conquista muçulmana do Egito em 640. Um contemporâneo de 
Maomé, e um dos Sahaba ("Companheiros"), que subiu rapidamente 
na hierarquia muçulmana após sua conversão ao Islam no ano 8 AH 
(629). Ele fundou a egípcia capital da Fustat , e construiu a Mesquita 
de Amr ibn al-As no seu centro - a primeira mesquita no continente da 
África. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS EzequielCamilo da Silva 
37 
 
 
9 - OS MACABEUS – O MUNDO GREGO – A 
SEPTUAGINTA 
 
 Por dois séculos, sob o domínio e a 
tolerância dos persas, os judeus puderam se 
refazer, fortalecendo se em torno da unidade 
religiosa no templo restaurado, embora bem 
aquém do outrora e glorioso templo construído por 
Salomão, agora, para alguns que já de idade 
avançada, recordavam a glória do majestoso e 
magnífico templo construído pelo Rei Salomão, via 
somente que o novo templo, não passava de 
apenas uma caricatura do anterior. 
 
 Entretanto, o templo passou a representar 
um grande símbolo e o emblema maior da fé 
judaica. Aglutinava e acolhia os judeus vindos de 
várias partes do mundo conhecido. 
 
 Os serviços foram novamente restaurados, 
anualmente judeus peregrinos de outras partes 
afluíam para as festas e cerimônias, 
principalmente na época da Páscoa. 
 
 Havia uma determinação que deveria ser 
cumprida ao pé letra, consistia numa regra de fé e 
sobrevivência da unidade judaica, que 
praticamente obrigava a todos os judeus, não 
importando onde ou qual lugar estivesse 
estabelecido no mundo conhecido. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
38 
 
 O importante era que tinham que 
comparecer ao menos uma vez ao templo em cada 
ano, sob o risco de não serem mais reconhecidos 
como participante deste povo ou de serem 
banidos. 
 
 Este período somado mais os anos do 
cativeiro foram propícios para a compilação e 
transcrição dos seus livros sagrados escritos no 
antigo hebraico e traduzidos para o aramaico, que 
resultou posteriormente na composição das 
Escrituras Sagradas, mas para chegar até lá, 
muita coisa aconteceu. 
 
 O aramaico se tornou a língua comum e 
popular entre os vários povos e grupos étnicos que 
habitavam as províncias da palestina subjugada. 
 
 Ainda no século IV ªC.; iniciava a influência 
da cultura grega e começava a tomar corpo e 
ocupar espaços entre os judeus, já era percebida 
nos principais centros comerciais e aos poucos a 
sua língua se tornava conhecida. 
 
 Além disso, as influencias dos costumes 
sociais e nas práticas esportivas com o culto ao 
físico atraíram muitos judeus a participarem deste 
novo estilo de vida. 
 
 O poderoso império persa dava sinais de 
decadência e enfraquecimento com a 
independência de suas províncias mais 
importantes, uma delas foi o Egito. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
39 
 
 
 Os gregos de forma avassaladora a partir do 
mar e por terra iniciaram um período de intensas 
guerras contra os persas, em várias batalhas, os 
persas se enfraqueceram e perderam aos poucos 
seus domínios, seus territórios e sua hegemonia. 
 
 Entrou em cena, na Macedônia um grande 
líder militar, dotada de uma inteligência para as 
artes militares até então inigualável, jovem 
macedônio, temível guerreiro e conquistador 
chamado Alexandre, que comandando um 
poderoso e bem treinado exército com suas 
falanges, em guerras relâmpagos conseguiu tornar 
o senhor de todas as cidades gregas. 
 
 Unificou toda a Grécia, sob o seu domínio, 
senhor pleno do poder, adotando novas táticas 
militares, com sua engenhosidade, equipado com 
grandes máquinas mortíferas de guerra. 
 
 Seus exércitos construíram torres de assalto 
de até cinquenta metros de altura, com vinte 
andares, quando colocadas ao lado das muralhas 
inimigas, permitia que o seus soldados, arqueiros 
e lanceiros, atingissem com facilidade seus alvos e 
punham abaixo toda a resistência da cidade 
atacada. 
 
 Usando estes fantásticos aparatos bélicos, 
expandiu suas conquistas para além das fronteiras 
gregas. As grandes cidades, que eram bem 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
40 
 
protegidas e guardadas por poderosas forças 
militares não resistiram. 
 
 Depois de sete cercos, conseguem infligir 
uma pesada derrota aos fenícios e destruir a até 
então a toda poderosa e inexpugnável cidade 
fortaleza de Tiro. 
 
 Alexandre comandou seus vitoriosos 
exércitos percorrendo longas distancias, era 
temível perante seus inimigos. Enfrentou em duras 
e sangrentas batalhas, infligindo pesadas derrotas 
aos grandes numerosos exércitos persas. 
 
 Consolidou o seu domínio, conquistando 
finalmente o Egito em 332 e 331, cuja população 
recebeu e foi aclamado um herói libertador. Em 
poucos anos era senhor do mundo conhecido. 
 
 No ponto mais saliente do delta do Nilo 
junto ao litoral do Mediterrâneo, fundou em sua 
própria homenagem a cidade de Alexandria,8 não 
havia mais nada pra conquistar. 
 
 Dez anos depois quando Alexandre 
regressava para Babilônia de uma campanha 
militar da distante Índia contraiu uma doença, 
cuja enfermidade o levou à morte. 
 
 
8
 - Em poucos anos a cidade de Alexandria transformou na principal e 
mais importante cidade do mundo do seu tempo. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
41 
 
 Nesta que foi a gloriosa cidade, agora era o 
palco que presenciava o fim de sua breve vida que 
chegou ao fim em 13 de junho de 323 ªC, após 
contrair uma misteriosa febre que até os dias 
atuais é ainda motivo de polêmica, morreu aos 33 
anos, Alexandre o Grande. 
 
 Seu imenso império abrangia todos os 
povos e nações daquele mundo conhecido, 
estendia desde o Egito, Grécia até as 
proximidades do Himalaia. 
 
 Após sua morte seus principais generais 
entraram em confronto e o grande reino foi 
fragmentado. Ptolomeu um dos seus principais 
líderes militares manteve sob o seu poder o Egito 
e a Palestina.9 
 
 Naquela ocasião, nos primeiro anos de seu 
governo, a Judéia estava com uma 
superpovoação, então Ptolomeu autorizou a 
imigração em massa daquela província para o 
Egito, ocorreu que Alexandria recebeu uma grande 
quantidade de judeus e tornou o maior centro 
judaico fora de Jerusalém. 
 
 Segundo o historiador judeu Josefo, o que 
houve na realidade foi uma grande deportação em 
massa de judeus, ocorrida em pleno sábado 
 
9
 - O general Ptolomeu assume o governo do Egito como Faraó e dá 
inicio a uma longa dinastia grega no comando do Egito acerca de três 
séculos. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
42 
 
aproveitando o descanso do dia sagrado, esta 
versão parece verdadeira, pois fazia parte desta 
deportação até um sacerdote chamado Ezequias 
que era tesoureiro do templo. 
 
 
 
Os textos em manuscritos em aramaico foram 
traduzidos para o grego. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
43 
 
 A SEPTUAGINTA - No reinado de 
Philadelpho rei do Egito, intitulado Faraó Ptolomeu 
II (285-246), por sua iniciativa pacífica, segundo a 
tradição que registra, ele fez um pedido ao sumo 
sacerdote de Jerusalém, para que desse uma 
autorização para a tradução dos livros sagrados 
judaicos, escritos em aramaico para o grego. 
 
 O Rei Ptolomeu II nesta tarefa com o 
objetivo de incrementar a cultura no seu reino 
empenhou se em montar uma grande biblioteca, 
que mais tarde se tornaria a lendária biblioteca de 
Alexandria com as obras contendo a cultura 
literária de todas as nações do mundo conhecido.Ocorreu que o sumo sacerdote autorizou 
com a condição de nomear uma grande comitiva 
formada por setenta e dois sábios escribas, que se 
dirigiram a Alexandria e passaram vários meses 
internos num grande palácio, em quartos 
individuais, realizando a tradução desses livros do 
aramaico para o grego. 
 
 Ao cabo de vários meses quando chegaram 
ao término desta grande missão, eles fizeram uma 
confrontação entre os resultados obtidos nesta 
enorme tarefa, a conclusão foi que todos 
chegaram ao um mesmo resultado comum, isto é 
todas as setenta e duas traduções estavam 
absolutamente iguais! 
 
 Milagre? Tudo indica que sim, Deus tinha 
um propósito de revelar sua palavra ao mundo 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
44 
 
conhecido daquela época, e para que este objetivo 
fosse atingido, estava pronta a tradução das 
Sagradas Escrituras10 para o grego, exatamente o 
Velho Testamento da Bíblia, da mesma Bíblia que 
estudamos hoje, que inicia no Livro de Gênesis até 
ao livro profético de Malaquias. 
 
 Naquele período o idioma mais popular e 
mais falado e escrito já era o grego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 - Esta era a Bíblia da época de Cristo quando ele deu a seguinte 
instrução: João 5:39 ―Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas a 
vida eterna e são elas que de mim testificam‖. Paulo também 
recomendou na Epístola de II Timóteo 3:16 Toda Escritura é 
divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para 
corrigir, para instruir em justiça‖. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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10 - RESUMO CRONOLÓGICO – “REVOLTA 
DOS MACABEUS” 
 
 Um dos personagens que marcou bem a vida 
dos judeus foi Antíoco Epifânio. 
 
 Antíoco significa "Opositor" (grego). Foi este 
o nome de treze reis da "Dinastia Selêucida". 
Estabeleceram-se após a morte de Alexandre, o 
Grande, em 323 a.C. 
 
 
OS REIS 
 
1. Antíoco I ―Soter‖ - (324 a 261); 
2. Antíoco II ―Theos‖ - (286 a 246); 
3. Antíoco III ―O Grande‖ - (242 a 187); 
4. Antíoco IV ―Epifânio‖ - (170 a 169); 
5. Antíoco V ―Eupator‖ - (173 a 162). 
 
Eventos Relacionados com Alexandre e com 
Antíoco 
 
1. Após a morte de Alexandre, ocorreram as lutas, 
guerras e disputas militares pelo controle do 
império; 
 
2. Em 301 a.C, na batalha de Ipso, a divisão se 
definiu efetuando-se em quatro partes; 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
46 
 
3. O Egito e a Palestina ficaram com Ptolomeu 
Soter (Lagos) e a Síria do Norte e Ásia Menor com 
Seleuco; 
 
4. Os Ptolomeus dominaram a Palestina até 198 
quando os sírios com Seleuco anexaram a Terra 
Santa ao seu domínio; 
 
5. Antíoco III, o Grande, que conquistou a 
Palestina, morreu e cedeu lugar a seu filho, 
Seleuco Filopater (187–175) que foi envenenado, 
abrindo caminho para a sucessão de seu irmão 
Antíoco Epifânio (IV). 
 
Os Atos de Antíoco Epifânio (175–164) 
 
1. Epifânio (nome que deu a si mesmo) significa 
―deus manifesto‖; 
 
2. O sumo sacerdote, Onias III, liderou os 
nacionalistas; Jasom, seu irmão dirigiu os 
helenistas.11 Jasom ofereceu grande soma de 
dinheiro a Antíoco por ser apontado sumo 
sacerdote no lugar do seu irmão. Prometeu 
 
11
 - Estes helenistas atraíram para si um considerável número de 
judeus, eles eram adeptos fervorosos da cultura e dos costumes 
gregos, embora diziam ser observadores das leis judaicas, 
provocaram uma guerra civil e deram origem aos saduceus. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
47 
 
também helenizar12 Jerusalém. Quando assim foi 
apontado, tornou o povo cidadãos da capital da 
Síria (Antioquia), erigiu um ginásio grego logo em 
baixo o Templo e os jovens judeus começaram 
tomar parte nos jogos gregos. Jasom criou um 
altar, até mandou ofertas às festas de Hércules, 
em Tiro. Os nacionalistas são os antecedentes dos 
Fariseus, helenistas dos Saduceus; 
 
3. Antíoco fez várias expedições para o Egito. 
Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo 
que provocou grande regozijo entre os judeus. Ao 
ouvir isto, Antíoco massacrou 40.000 judeus num 
só dia. Muitos judeus foram escravizados e o 
Templo roubado; 
 
4- Numa campanha seguinte, os romanos 
forçaram sua desistência no Egito. Em face desta 
derrota, derramou sua grande ira sobre 
Jerusalém. No Sábado matou muitos, escravizou 
outros e destruiu partes da cidade. Mandou 
erradicar a religião judaica. 
 
 Quem possuía cópia da Lei (Torah), ou 
tivesse circuncidado a criança, seria morto. 
Finalmente converteu o Templo em "templo de 
Zeus". Profanou o Templo, em cujo altar, ofereceu 
uma porca em sacrifício. 
 
 
12
 - Helenizar é um verbo que deriva da palavra ―heleno‖, tem o 
mesmo significado do adjetivo pátrio grego. Portanto, helenizar é o 
mesmo que adotar os costumes ou a cultura grega. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
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 Destruiu cópias das Escrituras, vendeu 
milhares de judias para o cativeiro e recorreu a 
toda espécie imaginável de tortura para forçar os 
judeus a renunciar sua religião. Estas atrocidades 
provocaram naquela ocasião à "Revolta dos 
Macabeus", umas das mais heróicas façanhas da 
história. 
 
 
A Revolta dos Macabeus (167–63) 
 
 
 
 A revolta começou com Matatias, sacerdote 
em Modim (167). Período de Independência, 
também chamado de Hasmoneano. Matatias, era 
sacerdote patriota e de imensa coragem, furioso 
com a tentativa de Antioco Epifânio de destruir os 
judeus e sua religião, reuniu um grupo de leais 
compatriotas judeus e ergueu a bandeira da 
revolta. 
 
 Essa revolta foi deflagrada quando Matatias, 
sendo obrigado por um agente de Antioco a 
oferecer um sacrifício pagão, este recusou 
matando-o, e fugiu na companhia dos cinco filhos, 
refugiando num região montanhosa. 
 
 Seus filhos eram: Judas, Jônatas, Simão, 
João e Eleazar. Essa família era chamada de 
"Hasmoneanos", por causa de Hasmom, bisavô de 
Matatias, e também de "Macabeus", devido ao 
apelido Macabeu (Martelo) conferido a Judas, um 
dos filhos de Matatias; 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
49 
 
 Judas Macabeus encabeçou uma campanha 
de guerrilhas de extraordinário sucesso, até que 
os judeus se viram capazes de derrotar os sírios 
em campo de batalha regular. 
 
 Na revolta dos Macabeus, havia entretanto 
disputas internas que enfraquecia a nação, foi na 
realidade uma guerra civil deflagrada entre os 
judeus pró-helenistas e anti–helenistas; 
 
 Judas conseguiu entrar em Jerusalém e 
restaurar o Templo. Houve uma trégua e os 
judeus recuperaram a liberdade religiosa, sendo 
esta a origem da Festa da Dedicação (João 
10:22), entre 165 e 164 a.C; 
 
 Este ato teve um importante significado 
sobre a opressão síria e a revolta dos macabeus: 
Promoveu a restauração da nação da decadência 
política e religiosa, com esta iniciativa, foi 
fortalecido o espírito nacionalista que unificou a 
nação e com bravura. 
 
 Renovou e motivou os ideais do judaísmo 
com um novo impulso, revigorando o zelo às leis e 
a esperança na vinda de um messias. 
 
 Entretanto, foi Intensificado ao longo deste 
período o desenvolvimentodos dois movimentos 
que se transformaram em grupos distintos: Os 
Fariseus e os Saduceus. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
50 
 
 Os Fariseus surgiram e de destacando como 
um grupo purista e nacionalista e o saduceus 
como um grupo simpático e aliado aos 
dominadores estrangeiros.13 
 
 Deu maior ímpeto ao movimento da 
Dispersão, com muitos judeus querendo se 
ausentar durante as terríveis perseguições de 
Antíoco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13
 - Os saduceus tiveram suas origens na dominação grega e 
permaneceram também fieis à dominação romana, como aliados de 
Roma tiraram grandes proveitos na política e também nas vantagens 
econômicas, por isso se transformaram no grupo de judeus que 
detiveram as riquezas e eram os grandes proprietários. Dominavam o 
sinédrio e ordenaram a morte de Jesus. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
51 
 
 
11 - AS INFLUÊNCIAS HELÊNICAS ENTRE OS 
JUDEUS 
 
 Por outro lado as influências helênicas 
marcaram determinantemente a vida e o cotidiano 
de muitos judeus, temos como exemplo os relatos 
nos livros apócrifos dos Macabeus, aceitos por 
uma boa parte da comunidade científica como 
relatos históricos. 
 
 Nestes registros consta que alguns dos 
judeus influenciados pela cultura grega, chegaram 
até a dissimular os sinais da circuncisão para 
participar dos jogos olímpicos nus. (I Macabeus 
1:15)14 
 
 A bíblia relata no livro Atos dos Apóstolos, 
comprovando a existência da Cidade de Alexandria 
e ainda registra um judeu com o nome de uma 
divindade grega, que afirma a influência 
helenística sobre os judeus. Atos 18:24, “Ora 
veio à Éfeso um judeu, chamado Apolo, 
natural de Alexandria, homem eloquente, 
versado nas Escrituras”.15 
 
 
14
 - Foi edificado em Jerusalém um ginásio como os gentios, 
dissimularam os sinais da circuncisão, afastaram-se da aliança com 
Deus, para se unirem aos estrangeiros e venderam-se ao pecado. 
15
 - Apolo foi um dos baluartes na pregação do evangelho no período 
de Paulo, apesar de ter nome grego era judeu. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
52 
 
 A Judéia passou por um período agitado, 
com as guerras de disputas territoriais entre o 
Egito dos Ptolomeus e os Selêucidas, trouxeram 
grandes distúrbios à Judéia e afligiram 
diretamente os judeus. 
 
 Os registros nos livros dos Macabeus 
relatam a dramaticidade destes acontecimentos, 
principalmente quando os gregos profanaram o 
templo, oferecendo porcos no altar de sacrifícios, 
um animal imundo para os judeus, além de 
colocar no templo a estátua da principal divindade 
o deus grego Zeus. 
 
 Nestes fatos ocorridos surgem alguns heróis, 
entre eles o sacerdote Matatias Macabeus e seus 
filhos, com destaque os irmãos Judas e Jônatas 
Macabeus que tentam organizar a resistência para 
a independência da Judéia do jugo grego, embora 
tenham conseguido com muitas perdas por alguns 
anos. 
 
 Todavia nesta tentativa fracassada, a 
realidade fora cruel aos revoltosos e como 
consequência muitas vidas foram sacrificadas em 
vão nesta luta inglória. 
 
 Neste período de grandes incertezas que foi 
marcado pelas guerras e disputas, um perigo 
maior rondou aquela região e a soberania grega 
estava ameaçada, era o avanço das poderosas 
legiões romanas, cuja expansão daquele império, 
com suas avassaladoras campanhas militares, 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
53 
 
impôs se um pesado jugo a todas as nações e 
reinos conquistados. 
 
 O império grego entrou em declínio e 
preparava para seu colapso total, por este motivo 
a grande preocupação dos exércitos de Antíoco IV 
foi concentrar todas suas forças e últimas reservas 
militares para defender seus territórios. 
 
 Nesta trégua no ano de 135 a.C, por estas 
circunstancias, ocorreu um breve período de paz 
para a Judéia, então João Hircano, não perdeu a 
oportunidade e se autodeclarou rei e sacerdote em 
Jerusalém. 
 
 Ele apesar de ser acusado de corrupto e 
oportunista, iniciou um curto período de total 
independência ao povo judeu com uma nova 
dinastia. 
 
 No ano de 128 a.C o rei Antíoco IV morreu 
em combate numa campanha militar contra os 
exércitos romanos. Este fato proporcionou algo 
inédito, agraciou aos judeus com algo 
extraordinário, uma Palestina com a Judéia 
momentaneamente livre e sem a dominação 
estrangeira. 
 
 Eles não perderam tempo, restauraram os 
rituais de sacrifícios e cerimoniais do templo, 
prenunciava uma nova fase para o povo judeu. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
54 
 
 Houve um grande esforço para reunificar as 
ideias em torno de uma doutrina judaica, numa 
dispersão de seis séculos de diáspora havia criado 
várias versões conflitantes pela transmissão das 
leis oralmente. 
 
 Este período inédito na história judaica foi 
chamado de ―hasmoneu‖, derivado da ―Casa de 
Hasmon‖, como foi denominada esta dinastia 
iniciada por João Hircano e mais três filhos seus 
sucessores, governaram a Palestina entre 135 a 
47 a.C., cunharam até moedas com a Judéia 
independente. 
 
 
 Elementos Gregos – As influências da 
filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, 
com uma clara tendência para a imortalidade da 
alma, dava bastante ênfase sobre a consciência e 
dignidade humana e liberalismo de pensamento, 
notoriamente destacada na arte de fazer a política 
que já era chamado de democracia. 
 
 A língua grega ganhou corpo e abrangeu 
praticamente o mundo conhecido, com a tradução 
do Antigo Testamento para o grego, foi de 
fundamental importância para a pregação do 
evangelho. 
 
 A língua grega foi também muito importante 
para os discípulos e apóstolos que escreveram o 
Novo Testamento, junto com os termos adotados 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
55 
 
por Paulo e outros pregadores do Novo 
Testamento para explicar o evangelho. 
 
 No primeiro século os romanos cultos já 
conheciam tanto o grego e também latim. O 
dialeto grego usado no quinto século a.C, na 
época da glória de Atenas, tornou-se o dialeto 
―Koiné‖ (comum) do primeiro século. 
 
 O dialeto da literatura clássica de Atenas foi 
modificado e enriquecido pelas mudanças que 
sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no 
período entre 338 e 146 a.C. O Novo Testamento 
foi escrito nesse dialeto "comum". 
 
 As influências exercidas pela cultura 
helenística em geral com seu espírito cosmopolita, 
superou todas as barreiras, o judeu helenizado 
que serviria como ponte entre o judeu e gentio e a 
busca da salvação do mundo romano; 
 
 Por um lado a filosofia grega trouxe uma 
marcante e positiva contribuição, destacando e 
revelando o melhor que o homem poderia fazer na 
busca de Deus pelo intelecto. 
 
 Entretanto, também pode contribuir 
negativamente, pois, nunca trouxe uma resposta 
aos reclamos dos corações e deixou de aproximar 
o homem a seu Deus como seu criador e seu 
salvador pessoal. 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
56 
 
 
12 - OS ROMANOS 
 
 Após esta etapa no ano63 a.C. iniciou o 
domínio dos romanos, com a ocupação vitoriosa 
pelo poderoso exército romano comandado pelo 
imponente general Pompeu, dez anos depois 
Herodes Antipas, que recebeu o título de Herodes 
―O Grande‖ e foi constituído rei pelos novos 
dominadores. 
 
 A imposição de uma paz relativa ocorreu na 
Palestina, sob a égide desta nova potência tão 
poderosa e avassaladora. 
 
 Este grande império denominado de ferro, 
oriundo da península itálica chamado de Roma, 
com os seus exércitos compostos pelas temíveis 
legiões, derrotaram os gregos e tornaram 
senhores do mundo conhecido de então. 
 
 Esta campanha vitoriosa romana teve seu 
ápice no ano de 63 ªC, quando o general romano 
Pompeu general Damasco em seguida invadiu a 
Judéia e sitiou Jerusalém, derrubou seus muros 
com as máquinas de guerra, profanou o templo, 
penetrando no lugar santíssimo e o incendiou. 
 
 Os judeus tentaram em vão uma resistência, 
mas foram impotentes diante de tão grande 
poderio e doze mil judeus foram massacrados 
pelos romanos, com outra multidão de judeus 
sendo sumariamente deportada para Roma como 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
57 
 
escravos, então a Judéia passou as mãos de mais 
uma potencia estrangeira e foi definitiva anexada, 
se transformou em província romana. 
 
 Enquanto, que em Roma no seio do poder, 
houve uma disputa determinante que definiu para 
quem iria tomar as rédeas da direção do império 
romano, na qual a participação de alguns 
personagens se tornou decisiva, ocorreram até 
disputas amorosas, muitas lutas que resultaram 
em guerras, batalhas cruciais e intrigas políticas, 
entre Júlio César, Cássio, Brutus, Otávio e Marco 
Antonio e a formosa rainha egípcia Cleópatra. 
 
 Estes fatos culminaram com o assassinato 
de Julio César pelo seu filho adotivo Brutus, numa 
conspiração e cilada urdida em pleno senado 
romano, a vitória de Otávio sobre Marco Antonio 
em batalha naval, que por sua vez é atraído e se 
apaixona por Cleópatra. 
 
 Finalmente esta rainha do Egito que foi 
subjugado pelos exércitos romanos, deu cabo com 
sua própria vida, deixando se picar por uma 
víbora. 
 
 Lembrando que Otávio vitorioso nestas 
campanhas tornou se o grande ditador de Roma, 
em 27 ªC., consolidado no poder, se autodeclarou 
com o título de César Augusto, foi aclamado o 
todo poderoso imperador de Roma e governou 
este império desde este período até o nascimento 
de Jesus Cristo e parte de sua vida terrestre. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
58 
 
 
 Os Romanos e a Sua Política - Cristo veio 
ao mundo na época em que o império romano 
dominava o mundo conhecido. Todas as nações e 
reinos estavam subjugados e todas as leis e 
regras emanavam de um único centro de poder 
que era Roma. 
 
 Era possível obter cidadania romana, ainda 
que a pessoa não fosse romana. O Império 
Romano mostrou as tendências de unificar os 
povos de raças diferentes sob o comando de uma 
única organização política e um único poder, o 
romano. 
 
 Havia uma relativa paz na terra quando 
Cristo nasceu. Os soldados romanos asseguravam 
esta paz nas estradas da Ásia, África e Europa. 
 
 Construíram excelentes estradas ligando 
Roma a todas as partes do Império. As estradas 
principais foram construídas com pavimentação de 
pedras e concreto. 
 
 As estradas romanas forneceram conforto e 
segurança nos transportes, tinham uma ótima 
infraestrutura para atender estas cidades em 
pontos estratégicos que estavam localizadas nos 
caminhos, por isso foram indispensáveis para a 
evangelização do mundo no primeiro século. 
 
 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
59 
 
 
13 - HERODES “O GRANDE” 
 
 Neste período no início do domínio romano 
na Palestina com o apoio das autoridades desse 
império, desde 37 a.C. Herodes denominado o 
Grande que era Idumeu,16 se intitulou rei dos 
judeus. Contudo, para muitos dos principais 
líderes judeus, no entanto, o considerava um 
impostor. 
 
 Dotado de muitos recursos porque possuía 
uma enorme fortuna, erigiu o seu suntuoso palácio 
em Jerusalém no local onde fora a outrora 
cidadela de Davi. 
 
 Para agradar os judeus reconstruiu o templo 
ampliando suas dependências, demonstrando 
respeito pelos seus lugares sagrados, trouxe 
especialistas de Alexandria que ensinaram os 
próprios sacerdotes a trabalharem nesta 
construção. 
 
 Apesar de obedecer todos os detalhes da 
planta do templo de Salomão, este templo tinha 
as linhas arquitetônicas helenísticas, isto é, sua 
fachada era de estilo grego. 
 
 
16
 - Herodes ―O Grande‖, era um homem riquíssimo e seu poder 
estava fundamentado em sua riqueza, não era judeu, mas idumeu, 
tinha grande influencia entre os dominadores e era homem de 
confiança dos romanos. 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
60 
 
 Depois de oito anos de trabalho no templo a 
grande obra ficou concluída no ano 10 ªC e pronto 
para o culto. O templo tornou o orgulho dos 
judeus, sua cúpula revestida de ouro podia ser 
contemplada a longa distância de Jerusalém. 
 
 Os historiadores descrevem o brilho da 
cúpula de ouro do templo, refletida pelos raios 
solares como uma imensa bola de fogo que atraía 
a atenção de todos. 
 
 
14 - AS SEITAS JUDAICAS 
 
 Nestes quatrocentos anos, houve uma 
grande concentração de esforços em torno da 
obediência as leis mosaicas e da observância de 
todos os preceitos e regras estabelecidas no Torá. 
 
 As duras lições aprendidas após os terríveis 
períodos de cativeiros, motivados pela 
desobediência e pela apostasia religiosa, havia 
sido colocados como a grande consequência que 
resumia todos os males que haviam pairados 
sobre este povo. 
 
 Devido a isto, como resultado deste estremo 
zelo pela guarda de todos estes preceitos, formou 
se os grupos de pessoas que se aglutinaram em 
torno de crenças e objetivos comuns. 
 
 Já relatamos alguns conceitos e registramos 
alguns fatos sobre estes grupos, contudo, a seguir 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
61 
 
iremos complementar mais algumas interessantes 
informações sobre este tema. 
 
 Muito desses grupos como os fariseus 
atingiram o máximo do fanatismo. E passaram a 
exercer de forma impecável e intransigente as 
ordenanças legais. 
 
 1. Os Fariseus – Esta seita arraigada entre 
os judeus, que exercitavam com estremo zelo a 
observância dos preceitos de suas leis, teve a sua 
origem desde seus antecedentes que foram os 
primeiros reformadores ainda dos tempos de 
Esdras e Neemias; Quando Matatias revoltou-se 
contra os esforços de Antíoco, os Hasidim (―Os 
Piedosos‖), o apoiaram e se ligaram a ele; Mais 
tarde os Hasidim foram denominados Perushim 
(―Os Separados‖) 
 
 Fariseus - Constituíram o núcleo da 
aristocracia religiosa e acadêmica. 
 
 Entre suas crenças, ensinavam que a alma 
era imortal, que havia uma ressurreição corporal e 
julgamento futuro com galardão ou castigo. 
 
 Acreditavam na existência de anjos e 
espíritos bons e maus. 
 
 Predestinatários, mas aceitaram que o 
homem tinha livre arbítrio e responsável 
moralmente; 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
62Eram radicais no cumprimento dos 
preceitos e normas, coordenaram a tradição e a 
Lei escrita num conjunto de regras de fé e a 
prática, evoluindo com os tempos. 
 
 2. Os Saduceus - O nome possivelmente 
vem de Zadoque, o sumo sacerdote dos tempos 
de Davi (II Sm 8:17 e 15:24); Eles aparecem na 
história na mesma época que os Fariseus; 
 
 Enquanto os Fariseus eram nacionalistas, a 
tendência dos saduceus era na direção da filosofia 
grega com a cultura grega; serem politicamente 
corretos com os dominadores para tirarem 
vantagens econômicas e preservarem seus 
patrimônios, pois eram os detentores do poder 
econômico e das grandes propriedades. 
 
 Sendo eles um partido político de tendências 
sacerdotais e aristocráticas, tinham pouca 
influência com o povo comum. 
 
 Os saduceus formava o núcleo da 
aristocracia sacerdotal, política e social; 
 
 Ensinaram que não há nem galardão nem 
castigo, por incrível que pareça, apesar de se 
apossarem dos serviços sacerdotais do tempo, 
eram mais materialistas do que espirituais; 
 
 Influenciados pela cultura e filosofia grega, 
negaram até a existência de espíritos e anjos; 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
63 
 
 Enfatizaram a liberdade da vontade 
humana, rejeitando o determinismo e o azar; 
 
 Mantinham que a Torah era única fonte 
infalível de fé e prática. 
 
 Os saduceus, representados pelos 
sacerdotes que atuavam no templo, no tempo de 
Jesus, foram determinantes na política, eram em 
maior número no sinédrio e decidiram pela prisão 
e morte de Cristo. 
 
 
4. Os Essênios 
 
 Não há registro algum sobre os essênios no 
Novo Testamento, mas segundo os historiadores, 
afirmava se que havia 4.000 ou mais essênios, 
que eram participantes de uma seita ascética com 
sede na beira ocidental do mar morto. Calculava 
se que muitos dos essênios viviam nas vilas e 
cidades espalhadas pela Palestina. 
 
 Eram austeros na vida em comum, 
seguiram o conceito de comunidade na 
distribuição e aquisição de bens, abstinência, 
meditação, trabalho zeloso e o celibato. 
 
5. Os Herodianos 
 
 Eram os partidários desta dinastia, formada 
pelos Herodes, estas pessoas que faziam parte 
deste partido político que não estava ligado a 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
64 
 
nenhuma religião; Esperaram que estes reis 
cumprissem a realização da esperança da nação. 
 
6. Os Zelotes 
 
 Legalistas, fiéis pietistas, messianistas 
nacionalistas, intolerantes dos judeus impiedosos 
e de Israel na subjugação aos romanos. 
 
 Quem foram os Zelotes?! - Foi um grupo 
de judeus radicais em sua oposição à Roma que 
dominava a Palestina e subjugava o povo de Deus. 
 
 Os zelotes estimulavam e agitavam o povo 
conduzindo os a revolta contra os romanos, o que 
provocou a utópica Guerra judia (anos 66-70), que 
terminou com a destruição de Jerusalém e do 
templo por obra de Tito Flávio. 
 
 Nos evangelhos eles não são nomeados, 
embora a um dos doze, Simão, seja dado o 
apelido de Zelotes (Luc 6,15 - Mateus e Tomé; 
Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado 
Zelote; 
 
 Zelotes ou "fervorosos". Este movimento 
unia o fervor religioso com o compromisso social. 
Segundo eles, os sacerdotes e os demais líderes 
religiosos estavam preocupados demais com o 
poder e não faziam nada para libertar a terra 
prometida da dominação dos romanos. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
65 
 
 Os zelotes defendiam a guerra santa e 
pretendiam alcançar a libertação da Palestina 
através da violência. A luta deles visava combater 
os impostos que esmagavam o povo, a idolatria do 
Imperador romano que exigia ser adorado como 
um Deus, e a má distribuição da terra. 
 
 A terra, na opinião do movimento, era 
propriedade de Javé e os romanos não tinham o 
direito de ocupá-la e exigir imposto dos 
camponeses. 
 
 Apesar de lutar pela justiça, os zelotes 
também tinham um forte preconceito em relação 
aos pobres. Como os fariseus e os saduceus, 
achavam que os pobres não tinham condições de 
seguir a Lei e que não eram úteis na luta de 
libertação. 
 
 Os saduceus eram os "ritualistas", os 
fariseus os "legalistas" e os zelotes os 
"revolucionários". 
 
 Embora no seu ministério terrestre, Jesus 
questionasse a proposta religiosa destes três 
movimentos, ainda hoje, temos em nossas 
comunidades religiosas, pessoas que convivem 
com a fé em Cristo, mas são semelhantes aos 
saduceus: frequentando as reuniões, porém, 
desinteressando-se totalmente com a miséria e o 
sofrimento dos "pequeninos" de Deus; como os 
fariseus: respeitando todas as Leis da Igreja mas 
separados do povo e cheios de preconceitos em 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
66 
 
relação aos pobres e aos fiéis de outras religiões 
ou Igrejas; como os zelotes: idealizando a 
violência e desvalorizando a cultura e a 
religiosidade popular. 
 
A Esperança Messiânica dos Judeus 
 
 1. No surgimento no Período Inter bíblico 
 
 Na época da restauração, e com o 
desaparecimento dos profetas, houve pouca 
ênfase na esperança messiânica. O interesse do 
povo era a observação da Lei. 
 
 Neemias 8 1 a 3 -E chegado o sétimo 
mês, e estando os filhos de Israel nas suas 
cidades, todo o povo se ajuntou como um só 
homem, na praça, diante da porta das águas; 
e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse 
o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha 
ordenado a Israel. 
 E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei 
perante a congregação, tanto de homens 
como de mulheres, e todos os que podiam 
ouvir com entendimento, no primeiro dia do 
sétimo mês. 
 E leu no livro diante da praça, que está 
diante da porta das águas, desde a alva até 
ao meio dia, perante homens e mulheres, e 
os que podiam entender; e os ouvidos de 
todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 
Neemias 8:1-3 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
67 
 
 
15 - OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO 
 
 Os Pergaminhos do Mar Morto, ou 
manuscritos do Mar Morto são uma coleção de 
cerca de 800 documentos em pergaminho, 
incluindo textos da Bíblia Hebraica Antigo 
Testamento, que foram descobertos entre 1947 e 
1956 em 11 cavernas próximas de Qumran, uma 
fortaleza a noroeste do Mar Morto, em Israel, que 
foi uma região pertencente à Judéia. 
 
 Eles foram escritos em Hebraico, Aramaico e 
grego, entre o século II a.C. e no primeiro século 
depois de Cristo. 
 
 Foram encontrados mais de oitocentos 
textos, representando vários pontos de vista, 
incluindo as crenças dos Essênios e outras seitas. 
 
 O mapa mostra o lugar no qual se localizam 
as cavernas que foram encontradas os rolos do 
Mar Morto. 
 
 Estes textos são importantes porque eles 
confirmam a veracidade da Bíblia e por serem 
praticamente os únicos documentos bíblicos 
judaicos hoje existentes relativos a este período e 
porque eles podem explicar muito sobre o 
contexto político e religioso nos tempos do 
nascimento do cristianismo. 
 
A BÍBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva 
68 
 
 Estes pergaminhos contêm pelo menos um 
fragmento de todos os livros do das escrituras 
hebraicas, exceto o livro de Ester. 
 
 Além de fragmentos

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