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RESENHA CRÍTICA DE CASO DIREITO ADMINISTRATIVO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO EM DIREITO
CAMPUS NITERÓI III
Resenha Crítica de Caso 
MARCOS ANTÔNIO DE ALMEIDA REGUFE
Matricula:201602781745
Trabalho da disciplina Direito Processual Civil IV
 Prof. ESTEFANIA FREITAS CORTES
Niterói
2020
2
Características da execução no processo civil 
Referencia: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/historia-e-perspectivas-da-execucao-civel-no-direito-brasileiro/
Para que haja a perfeita compreensão dos instrumentos que busca a satisfação de uma obrigação descumprida (especialmente, mas não só, obrigação de pagar), necessária se faz uma breve incursão na evolução histórica do tema.
O código de Processo Civil prevê dois instrumentos para resolução ou composição de conflitos: Processo de conhecimento (livro I da parte especial do CPC/2015) e processo de execução (livro II da parte especial do CPC/2015).
No Âmbito do CPC/1973, esse dos processos, até a década de 2000, era claramente distinto. A lei nº 11.232/2005 alterou esse panorama, com importantes modificações no processo de execução.
	Do ponto de vista clássico no processo de conhecimento há duvidas quando ao titular do direito (há a chamada crise de certeza), aí passo que, no processo executivo, não há duvidas quanto ao direito, mas sim o descumprimento do referido direito (portanto, há crise de inadimplemento).
Nesse sentido, o processo de execução não tem por objetivo discutir se há o direto em debate, mas sim o adimplemento de determinado direito já previamente estabelecido, porém não cumprido.
	Daí se percebe que a finalidade do processo de execução é a satisfação do direito do autor (que, na execução, recebe o nome de exequente – ou, de forma menos técnica, credor).
Inicialmente, o CPC/1973 tratava o processo de execução como um processo distinto do processo de conhecimento: somente seria possível iniciar a execução com um título executivo judicial (ex. sentença) ou extrajudicial (ex. título de credito). Portanto, no caso de título executivo judicial (constituído em processo de conhecimento), era necessário dar início a outro processo, de execução, inclusive com nova citação.
A partir da lei 11.232/2005, a execução de uma sentença passou a se dar como uma “fase final” do processo de conhecimento, não mais como um processo autônomo. Esta fase é denominada na lei como cumprimento de sentença.
O CPC/2015 reproduziu esse sistema como poucas alterações.
Assim a parte final do processo de conhecimento regula o cumprimento de sentença (que o adimplemento do título judicial), ao passo que o processo de execução é tratado em outro livro do código.
Apesar de estarem em livros distintos, existem inúmeras semelhanças entre o cumprimento de sentença e execução.
A fase de cumprimento de sentença, inserida no final do processo de conhecimento (Título II do Livro I da parte especial do CPC/2015), regula a atividade jurisdicional a ser desempenhada perante o inadimplemento de uma obrigação decorrente de uma decisão judicial (ou, de forma mais ampla, de um título executivo judicial). Por sua vez, o processo de execução (livro II da parte especial do CPCP/2015) regula a atividade jurisdicional em face do inadimplemento de uma obrigação decorrente de um título executivo extrajudicial.
Essas são as premissas para compreender a atividade executiva no processo civil brasileiro a ser observado no processo de execução é o mesmo relativo à fase de cumprimento de sentença. O primeiro requisito da execução é um título líquido, certo e exigível.
· Obrigação certa: obrigação determinada a respeito da sua qualidade, quantidade e extensão. Não há, assim, controvérsia sobre a existência da obrigação e sobre seu conteúdo, extensão e qualidade, não há dúvidas sobre o an debeatur;
· Obrigação líquida: é uma obrigação na qual se identifica a quantia devida, portanto não há controvérsia sobre o quantum debeatur;
· Obrigação exigível: não há dúvida sobre a impontualidade, sobre o fato de a obrigação estar vencida, sobre não ter sido cumprida.
Assim, a liquidez, a certeza e a exigibilidade não são requisitos de título, mas requisitos da obrigação. Essa obrigação, no entanto, deve estar escrita, materializada num título.
Quando a obrigação não é liquida, fruto, portanto, de um pedido genérico, haverá a necessidade de liquidação, que se desenvolverá na fase intercalar de liquidação. Assim, a liquidação é um mecanismo processual para aferir a quantia devida.
Só se pode cogitar de falta de liquidez em títulos executivos judiciais. Não existe liquidação de títulos executivos extrajudiciais. Se o título for extrajudicial e não for líquido, deve ser proposta uma ação de conhecimento e, na sequência, cumprimento de sentença para aquela decisão.
Assim, se for estabelecido em um contrato um percentual X sobre o faturamento, esse título não é líquido e ele não se submete a liquidação, pois nenhum título executivo extrajudicial é liquidável. Só se fala em liquidação de decisão (sentença ou decisão interlocutória).
Antes de a obrigação estar vencida, não há interesse processual na execução. Se houver, portanto, uma execução de um título executivo ainda inexigível, haverá a extinção da execução sem resolução do mérito por falta de interesse processual.
No sistema processual brasileiro, as partes, por livre manifestação de vontade, não podem conferir força executiva a um documento que, pela letra da lei, não o tenha. Ex.: Não é possível que dois contratantes digam, por meio de uma clausula contratual, que aquele contrato, mesmo que não subscrito por duas testemunhas e mesmo não preenchendo os requisitos de um título executivo extrajudicial, tenha força executiva.
O que é um título executivo? É um documento que se constitui em condição necessária e suficiente a que o Estado (Poder Judiciário) invada o patrimônio do devedor e de lá retire tantos bens quantos sejam necessários à satisfação do credor, ou seja, o título executivo é um documento, previsto em lei, que aparelha a execução, que autoriza a atuação do Estado.
Assim, não há execução sem título (nulla executio sine titulo), bem como não há título sem lei (princípio da legalidade estrita).
Fonte: 
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2764/A-Lei-11232-05-e-o-novo-regime-de-cumprimento-de-sentencas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm

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