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Trabalho de Movimentos Sociais - Compensação de faltas

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Aline Victório Vieira - 1873293-3
RESUMO DO CAPÍTULO 3 DO LIVRO: 
ESTADO, CLASSE E MOVIMENTO SOCIAL
“Os movimentos sociais: sujeitos, projetos e espaços das lutas sociais”
Turma / Curso: 5ºB - Serviço Social
Disciplina: Serviço Social e 
Movimentos Sociais 
Campus: São Miguel
Professora: Elisangela Mazuelos
Período: Noturno
Universidade Cruzeiro do Sul
São Paulo
 2020
Resumo 
O presente trabalho faz um breve histórico dos principais momentos que marcaram o surgimento, no mundo, das primeiras formas de organizações de classes para a defesa de interesses comuns de trabalhadores. Cada momento, deixa um legado de experiências árduas, porém necessárias ao nascimento do embrião que mais tarde dariam origem às organizações sindicais.  Com a evolução de uma sociedade que necessita cada vez mais de organizações sindicais que cumpram o papel representativo, estas carecem de sempre renovar-se para que possam acompanhar o acelerado desenvolvimento tecnológico e das relações sociais no mundo.  Um momento importante é o do Fórum Nacional do Trabalho em que autoridades de diversos seguimentos  debateram a tão esperada reforma sindical no Brasil. No trabalho,  expôs-se a atual estrutura sindical    e propôs-se um modelo ideal de sindicato, principalmente com a não obrigatoriedade do sindicato único.
Palavras-Chaves: história, organizações, sindicais.
Introdução
A palavra sindicato tem raízes no latim e no grego. No latim, “sindicus” denominava o “procurador escolhido para defender os direitos de uma corporação”; no grego, “syn-dicos” é aquele que defende a justiça.
           O Sindicato está sempre associado à noção de defesa com justiça de uma determinada coletividade. É uma associação estável e permanente de trabalhadores que se unem a partir da constatação e resolução de problemas e necessidades comuns.
         A matriz histórica da organização sindical atual surgiu sintonizada com o desenvolvimento industrial, que tem por base a “Revolução Industrial” na Inglaterra no final do século XVIII e começo do século XIX. Ali nascia o capitalismo atual, ali nasceu o sindicalismo. Mas se o berço do sindicalismo é industrial, isso não foi limitação à sua expansão para outros setores da economia. Pode-se dizer que o sindicalismo é o sistema de organização político-social dos trabalhadores, tanto urbano-industrial como rurais e de serviços.
          Em seus duzentos anos de história, o sindicalismo foi impactado por diferentes concepções ideológicas e teorias de ação, o que permitiu a construção de uma tipologia reformista, comunista, populista etc. O importante, no entanto, é que, ao longo dos anos, o movimento sindical – traduzido num conjunto de práticas sociais dos sindicatos com características próprias de cada país, adquiriu um peso social e uma força decisiva nos contextos nacionais.
           Como movimento social, o sindicalismo não é estático, está constantemente transformando-se e criando novas formas de organização e ação. Nas sociedades atuais dos países em industrialização, a teoria e a ação sindical estão diante de significativos e novos desafios devido à emergência rápida de novos atores sociais, tanto no campo como nas cidades, e as transformações da economia e das instituições.
Os movimentos sociais: sujeitos, projetos e espaços das lutas sociais
“Os sindicatos representaram, nos primeiros tempos do desenvolvimento do capitalismo, um progresso gigantesco da classe operária, pois propiciaram a passagem da dispersão e da impotência dos operários aos rudimentos da união de classe.” (Lênin).
A sociedade capitalista encontrou em meados do século XVIII plenas condições para a sua expansão. O intenso desenvolvimento das máquinas, substituindo a produção artesanal e manufatureira, consolidou o capitalismo, que agora ingressava na fase industrial.  O produto criado pelo trabalho do operário passou a ser apropriado pelo capitalista.  Os sindicatos nasceram dos esforços da classe operária na sua luta contra o despotismo e a dominação do capital. Esta é a função primeira dos sindicatos: impedir que o operário se veja obrigado a aceitar um salário inferior ao mínimo indispensável para o seu sustento e o da sua família.
Se a história das organizações sindicais inglesas teve momentos de derrotas e vitórias, é inegável que elas constituíram a primeira tentativa efetiva dos trabalhadores  organizarem-se na luta contra os capitalistas.
“Ao conseguirem abater a concorrência existente entre os operários unindo-os e tornando-os solidários em sua luta, ao se utilizarem das greves como principal arma contra os capitalistas, os operários conseguiram dar os primeiros passos na luta pela emancipação de toda a classe operária.” (Lênin).
                Lei votada em 1824 pelo Parlamento inglês permitiu a livre associação dos operários, o que era restrito às classes dominantes. Trade-unions significam uniões de sindicais.  As trade-unions passaram então a fixar os salários para toda a categoria, evitando com isso que o operário atuasse isoladamente na luta por melhores salários. Passaram também a regulamentar o salário em função do lucro, obtendo aumentos que acompanhavam a produtividade industrial e nivelando-se a toda categoria. Em 1830 se constitui uma associação geral dos operários ingleses: a “Associação Nacional para a Proteção do Trabalho”, que tinha o  objetivo  de  atuar como  central  de  todos  os  sindicatos.   Por essa época, na Inglaterra, atuava Robert Owen, industrial precursor do socialismo utópico. A evolução do sindicalismo e suas várias concepções: trade-unionista, anarquista, reformista, cristã, corporativista e comunista. 
 O Surgimento de Diversas Concepções do Sindicalismo
· O trade-unionismo aspirava a reivindicações predominantemente econômicas. 
· Corrente anarquista: O autor coloca como precursor do anarquismo a corrente do sindicalismo revolucionário, que surgiu principalmente na França e na Itália. Os sindicalistas revolucionários acreditavam que somente a greve geral poderia levar à transformação radical da sociedade.
Os sindicalistas anarquistas, que, coincidindo com os sindicalistas revolucionários, também negavam a luta política e enfatizavam a importância e a exclusividade dos sindicatos no processo de emancipação da sociedade. Além do sindicalismo revolucionário, precursor do anarquismo, existe o sindicalismo anarquista. Este último, semelhante ao revolucionário, além de negar a luta política, defendia a exclusividade dos sindicatos no processo de emancipação da sociedade, na construção da sociedade anarquista baseada na autogestão e na negação de qualquer forma de administração estatal. 
Lênin faz críticas aos anarquistas, mostrando alguns fundamentos de sua ideologia individualista e pequeno-burguesa: a defesa da pequena propriedade, a negação da força unificadora e organizadora do poder (os anarquistas propugnavam a abolição do Estado antes mesmo da supressão das classes antagônicas) e a incompreensão da verdadeira dimensão política da luta de classe do proletariado. Tudo isto acarretou a subordinação da classe operária à ideologia burguesa, sob a falsa aparência de negação da política, apregoada pelos anarquistas.
· A corrente reformista, com origem no trade-unionismo inglês, se opõe à atuação revolucionária do proletariado. Pretende uma simples melhora da situação dos trabalhadores. O maior exemplo dessa corrente é o sindicalismo norte-americano. Nega a luta de classes e se limita a uma estreita defesa dos interesses corporativos. 
· O sindicalismo cristão, sem romper com a concepção reformista, se inspira na encíclica Rerum Novarum de Leão XIII, de 1891.  Atribui ao capitalismo a necessidade de desenvolver sua função social, tornando-o um sistema justo e equitativo.  Importante lembrar que na mencionada encíclica o papa Leão XIII trata de questões levantadas  durante  a  revolução  industrial  e  as sociedades democráticas no final do século XIX. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores de formarem  sindicatos, mas rejeitava o socialismo e defendia osdireitos à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja.
· O corporativismo nasce nas primeiras décadas do século XX, durante a vigência do fascismo. Em 1927 Mussolini decretou a Carta del Lavoro, que organizou os sindicatos italianos nos moldes corporativistas em que as corporações tornaram-se subordinadas e dependentes do Estado fascista. Expressava a política da paz social, da colaboração entre as classes, conciliando o trabalho ao capital, negando a existência da luta de classes, com o nítido objetivo de garantir a acumulação capitalista em larga escala e com um alto grau de exploração da classe operária.
· A concepção comunista de sindicalismo ressalta a importância da atuação dos comunistas dentro dos sindicatos para transformar a luta trade-unionista numa luta mais ampla pelo fim do sistema capitalista, aproveitando os vislumbres de consciência política que a atuação econômica introduz no operário e elevando esta consciência ao nível de uma consciência revolucionária. 
 Os Limites do Sindicalismo e o Papel do Partido Político
Marx, Engels e Lênin sempre enfatizaram a importância da luta econômica como ponto de partida para o despertar da consciência da classe operária e a necessidade de transformá-la em uma luta política, onde, além de se reivindicar maiores vantagens no terreno econômico, pretende-se a conquista do poder político e o fim do sistema capitalista de produção.
As greves ensinam aos trabalhadores o seu poder e a necessidade da união. Greves são escolas de guerra, onde os operários aprendem a desencadear a guerra contra seus inimigos pela emancipação de todo o povo e de todos os trabalhadores do jugo do governo e do capital.  Porém, a “escola de guerra” não é ainda a própria guerra... As greves são um dos meios da classe operária para sua emancipação, porém não o único, e se os operários não prestam atenção aos outros meios de luta, com isso demoram o desenvolvimento e os êxitos da classe operária. A luta sindical é uma luta contra os “efeitos do capitalismo e não contra as suas causas”.
 O Sindicalismo no Brasil
A origem da classe operária brasileira remonta aos últimos anos do século XIX e está vinculada ao processo de transformação na nossa economia, cujo centro agrário-exportador cafeeiro ainda era predominante.
           As Primeiras formas de organização dos operários brasileiros são as Sociedades de Socorro  e  Auxílio  Mútuo, que  visavam   a  auxiliar  materialmente  os   operários   nos momentos mais difíceis. Sucederam-nas as Uniões Operárias, que, com o advento da indústria, passaram a se organizar por ramos de atividades, dando origem aos sindicatos.
A primeira greve aconteceu em 1858 com os tipógrafos do Rio de Janeiro.
Em 1892 realizou-se o I Congresso Socialista Brasileiro, que não atingiu o objetivo de criar o Partido Socialista. Por essa época, as idéias de Marx e Engels penetravam no Brasil.
Em 1906 Primeiro Congresso Operário Brasileiro lançou as bases para a Confederação Operária Brasileira (COB).
Existiam duas tendências no movimento operário brasileiro: a anarco-sindicalista, que negava a importância da luta política, privilegiando exclusivamente a luta dentro da fábrica através da ação direta. Repudiava a constituição de partido para a classe operária e via nos sindicatos o modelo de organização para a sociedade anarquista. O “socialismo reformista” buscava a transformação gradativa da sociedade capitalista, lutava pela criação de uma organização partidária dos trabalhadores e utilizava a luta parlamentar.
Desde essa época, o governo procurava controlar o movimento sindical brasileiro. Por exemplo, um “Congresso Operário” de 1912 teve como presidente honorário Mário Hermes, filho de Hermes da Fonseca, Presidente da República.
· Após a I Guerra, crise de produção e vertiginosa queda dos salários impulsiona uma onda de greves de massas.
· A Greve geral de 1917 em São Paulo, iniciada numa fábrica de tecidos, que recebeu solidariedade e adesão de todo o setor têxtil, seguindo-se as demais categorias. Paralisação total, inclusive no interior do estado.
· Em 1922 foi fundado o Partido Comunista. O PCB edita em seguida a revista Movimento Comunista, ainda em 1922. Em 1925 inicia a publicação do jornal “A Classe Operária”.
Astrogildo Pereira, militante anarquista que posteriormente foi uma das lideranças dos comunistas, tendo participado da fundação do Partido Comunista, em “A Formação do PCB” se refere às greves da época:
“Não há dúvida que muitas das reivindicações pelas quais lutavam as massas trabalhadores forma alcançadas, total ou parcialmente. Mas é um fato que a natureza e o volume das vitórias alcançadas não estavam em proporção com o vulto e a extensão do movimento geral. Mais ainda, as reivindicações, formuladas por aumento de salários,  por melhores condições de trabalho etc., constituíam como que um fim em si mesmo, e não um ponto de partida para reivindicações crescentes de nível propriamente político. É que a realidade se tratava de lutas mais ou menos espontâneas, isoladas umas das outras, sucedendo-se por forças de uma estado de espírito extremamente combativo que se generalizou entre as massas”
É dessa época a famosa frase do Presidente Washington Luís: “a questão social é simples caso de polícia”.
· Em 1930 Getúlio Vargas entra no comando do Estado.
· A Revolução de 1930 marcou um momento importante na transição de uma economia agrário-exportadora para uma economia industrializante.
· O Estado varguista procurou controlar o movimento sindical e operário, levando-o para dentro do aparelho de Estado.
Uma das primeiras medidas de Vargas foi a criação do Ministério do Trabalho, em 1930, com o nítido objetivo de elaborar uma política sindical visando conter a classe operária nos limites do Estado e formular uma política de conciliação entre o capital e o trabalho. Lindolfo Collor foi o primeiro Ministro do Trabalho, que na apresentação da Lei de Sindicalização, de 1931, criava os pilares do sindicalismo no Brasil, disse o seguinte: “sindicatos ou associações de classe serão os pára-choques destas tendências antagônicas. Os salários mínimos, os regimes e as horas de trabalho serão assuntos de sua prerrogativa imediata, sob as vistas cautelosas do Estado”.
O decreto estabelecia o controle financeiro do Ministério do Trabalho sobre os recursos dos sindicatos, proibindo a sua utilização pelos operários durante as greves, e definia o sindicato como órgão de colaboração e cooperação com o Estado. Permitia aos delegados do Ministério do Trabalho o direito de participar das assembleias operárias, proibia o desenvolvimento de atividades políticas e ideológicas dentro dos sindicatos, vetava sua filiação a organizações sindicais internacionais, negava o direito de sindicalização aos funcionários públicos e limitava a participação de operários estrangeiros nos sindicatos, visto que boa parte da liderança operária combativa era ainda, naqueles tempos, de origem estrangeira. Pode-se dizer que o único ponto favorável para a classe operária nesta lei foi garantir o sindicato único por categoria. De resto atrelava as entidades sindicais ao Estado.
Parcelas significativas do operariado resistiram aos chamamentos dessa legislação sindical e não se sujeitaram às normas oficiais.
Movimento grevista foi intenso nesse período, e os trabalhadores conquistaram inúmeras vantagens trabalhistas, como lei das férias, descanso semanal remunerado, jornada de 8 horas, regulamentação do trabalho da mulher e do menor etc.
· 1935: fundada a Aliança Nacional Libertadora, frente popular antiimperialista dirigida pelo PC, já com Luís Carlos Prestes em suas fileiras.
            Governo, prevendo o avanço popular, iniciou ação repressiva. Em abril de 1935, cinco dias após o primeiro comício da ANL, decretou a Lei de Segurança Nacional, que proibia  o  direito  de  greve e dissolvia a Confederação Sindical Unitária. Grandes ações
de perseguição e repressão ao movimento sindical, que foi derrotado e perdeu suaautonomia.
A partir de então, o campo sindical ficou ainda mais aberto às associações “amarelas” (colaboracionistas, precursores dos pelegos) já existentes desde as décadas anteriores e intensificou-se o processo de controle e cooptação de dirigentes sindicais por parte do Ministério do Trabalho.
· Em 1939 são instituídos a Comissão de Enquadramento Sindical e o Imposto Sindical.
Estava constituída a estrutura sindical brasileira, vertical e subordinada ao Estado. Mas foi dentro desta mesma estrutura e apesar de toda sua rigidez que a classe operária procurou criar as suas organizações sindicais mais representativas.
 O ressurgimento das lutas sindicais no Brasil no período de 1945-64
Nos anos finais do Estado Novo, já na década de 40, existiam duas tendências oposicionistas. Uma liberal e burguesa, cujos interesses econômicos estavam vinculados ao imperialismo, e era constituída pelas classes dominantes, que temiam o projeto nacionalista de Vargas, e a nacional e popular, que buscava a constituição de uma democracia com a participação efetiva das classes populares, e era liderada pelas organizações populares, como o PC, que viam no nacionalismo de Vargas um possível aliado para a resolução dos problemas nacionais.
Depois de uma fase extremamente repressiva para o movimento sindical, iniciou-se um trabalho de substituição das lideranças pelegas por lideranças autênticas e representativas da classe operária.
Em 1945 é criado o Movimento Unificado dos Trabalhadores (MUT), organismo intersindical de caráter horizontal que rompia com a estrutura vertical e que proclamava, em Manifesto assinado por mais de 300 líderes sindicais representantes de 13 Estados, a luta da classe operária, “imediatamente, pela mais completa liberdade sindical, rompendo com as injustificáveis restrições e interferências na vida dos nossos órgãos de classe”.
· Em 1946 foi criada, sob influência dos comunistas, a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil.
· O Governo Dutra proibiu, em 1946, o MUT, decretou a intervenção e a suspensão das eleições sindicais e, em 1947, determinou a ilegalidade do PC.
· No início dos anos 50, sob o último Governo de Vargas, o movimento sindical atingiu novamente grande dimensão. Foram anos de avanço da organização da classe operária.
· O avanço das lutas operárias atingiu, no início dos anos 60, o seu ápice quando, após imensas manifestações grevistas, realizou-se o III Congresso Sindical Nacional, onde os trabalhadores brasileiros aglutinaram suas forças sob uma única organização nacional de coordenação da luta sindical: o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
· Concomitantemente, o campo também já fora atingido pelo avanço das lutas populares.
· Em 1955 surge a primeira Liga Camponesa.
· No início dos anos 60, através das Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião e os Sindicatos Rurais dirigidos pelo Partido Comunista, intensificou-se a mobilização rural, tendo como bandeira principal a reforma agrária.
Foi durante o período 1945-64 que o movimento operário atingiu sua fase de maior amplitude. Se, de um lado, a legislação sindical permanecia intacta, mantendo suas características de tendência corporativista, na prática fazia-se letra morta a esta legislação, avançando na tentativa de romper com a estrutura sindical. Quando mais se caminhava nesse processo, foi desfechado o golpe militar, cujo objetivo foi barrar os avanços até então atingidos pela classe operária, iniciando-se uma fase extremamente penosa. O medo da implantação da “República Sindicalista” durante o Governo de João Goulart fez com que uma violenta repressão fosse desencadeada.
Os anos 80 foram marcados por significativas transformações no movimento sindical em nosso país. Destaque para a criação da Central Única dos Trabalhadores, fundada em 1983.
Na década de 80 vivenciou nos países de capitalismo avançado, profundas transformações no mundo do trabalho, com repercussões diretas nas suas formas tradicionais de representação, dadas pelos sindicatos e partidos. Foi a mais aguda crise deste século, que atingiu de maneira avassaladora o mundo da materialidade e da subjetividade do ser que vive do trabalho. 
  Reforma Sindical
                 Atualmente, os sindicatos, quanto ao nível de organização, são constituídos para representarem uma categoria profissional ou econômica, numa determinada base territorial. Sua criação independe de autorização prévia, eis que a Constituição veda ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical, ressalvado o registro no órgão competente. A categoria é o conjunto de pessoas que exercem sua atividade em setores industriais e comerciais que, por sua vez, se subdividem em indústrias alimentícias, metalúrgicas, comércio hoteleiro, de materiais de construção, etc. Designa-se categoria profissional aquela constituída pelos trabalhadores e fala-se em categoria econômica para designar seus empregadores. Profissão e categoria, porém, são conceitos diferentes. A profissão é o meio que a pessoa escolheu para prover sua subsistência. Já categoria é o setor em que ela exerce sua profissão. A pessoa que exerce a advocacia (profissão) como empregada de banco é bancário (categoria). Os sindicatos representam as pessoas de uma categoria, independentemente de sua profissão. Em consequência, o sindicato dos bancários representará os trabalhadores do banco que exercem as funções de gerente, advogado, economista, fiscal, porteiro, ascensorista, etc.
Em síntese, existem, hoje, os sindicatos por categoria, que são os dos trabalhadores. Existem os sindicatos de categoria profissional diferenciada, que reúnem os trabalhadores de uma mesma profissão. Existem os sindicatos de categoria econômica, que congregam os empregadores. Existem, enfim, os sindicatos de trabalhadores autônomos e os sindicatos de profissionais liberais. 
 Conclusão
Pudemos observar no artigo desenvolvido que a partir do momento que homem envolve-se numa relação de trabalho, onde de um lado há um trabalhador que oferece a sua força de trabalho e de outro lado há uma pessoa física ou jurídica que absorve essa força na forma de recurso humano. Para essa relação que desde a era primitiva é conturbada face ao poder exagerado daquele que detém o poder de mando quer seja pelo privilégio da liderança do grupo ou fácil acesso ao recurso econômico.
 Desde que a revolução industrial reuniu os trabalhadores em volta da  máquina arrebatando-os do trabalho artesanal, os mesmos se deram conta de que com  o trabalho mecanizado era possível produzir um volume maior de produtos e serviços, mas  também,  constataram  diversos problemas e necessidades comuns. Na defesa de interesses surgem as primeiras formas de organizações sindicais que visam acima de tudo a defesa de uma determinada coletividade.  O modelo de sindicato desenvolvido no  mundo, ao longo de toda a história recebe influências dos regimes capitalista, socialista, comunista, traduzindo-se por correntes anarquistas, reformistas, cristã, corporativista, comunista.
 No Brasil as primeiras formas de organização dos operários brasileiros, a exemplo das sociedades de Socorro e Auxílio Mútuo, que visavam a auxiliar materialmente os operários nos momentos mais difíceis foram sucedidas pelas Uniões Operárias, que, com o advento da indústria, passaram a se organizarem por ramos de atividades, dando origem aos sindicatos. A revolução de 1930, no Brasil, marcou a transição de uma economia agrário-exportadora para uma economia industrializante.  
 Daí em diante foram constantes as transformações a que ficaram sujeitas as instituições de representação de classes trabalhadoras na busca de defender os interesses de uma sociedade cada vez mais exigente e ciente de seus direitos. 
Referências Bibliográficas
MONTAÑO, Carlos, DURIGUETO, Maria Lúcia. Estado, Classe e Movimento Social. Biblioteca Básica do Serviço Social, v. 5. São Paulo, Cortez: 2010.

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