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APOSTILA - INTRODUÃ_Ã_O AO ESTUDO DO DIREITO (1)

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DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
 _____________________________________________________________ 
1 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO 
ESTUDO DO DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
 _____________________________________________________________ 
2 
 
APOSTILA 1. 
 
 
 APRESENTAÇÃO. 
 CONTEÚDO DOS ESTUDOS DE INTRODUÇÃO AO 
ESTUDO DO DIREITO. 
 DOGMATICA JURIDICA. 
 PRINCIPIOS DE GNOSIOLOGIA E EPISTEMOLOGIA 
JURIDICA. 
 ZETÉTICA JURIDICA. 
 INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA. 
 TEORIA DOS DIREITOS SUBJETIVOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
 _____________________________________________________________ 
3 
 
1- APRESENTAÇÃO. 
 
A introdução ao estudo do Direito tem como objeto primordial atender ao 
estudo de todos os temas de suma essencialidade que orientam a todas áreas do 
direito. O fundamento da introdução ao estudo do direito e de concentrar subsídios 
para que toda a área do conhecimento jurídico se retrata de forma clara e 
transparente ao seu valor real. 
Alguns doutrinadores pacificam como sendo a ciência, a norma, a 
faculdade, a forma justa, a ciência e o fato social, atender uma sociedade de forma 
justa e eficaz. 
 
2- CONTEÚDO DOS ESTUDOS DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO. 
Esta disciplina está voltada a dispensar meios fundamentais para tratar 
na essência de cada área e com sua aplicação dentro de uma sociedade em todos 
requintes de estudo. Ou melhor tratar de cada passo da disciplina em sua 
divergência ou convergência em dos tópicos a serem discutidos por toda norma 
jurídica. 
Este estudo é apresentado pelos seguintes pontos, de suma importância 
para registrar dentro desta seara o valor de cada discutibilidade jurídica. 
 
3- DOGMATICA JURIDICA. 
Está envolvida por preceitos para valorização do Direito, em sua 
apresentação diante do cidadão, sociedade e o Estado. 
É conhecimento ampla para sustentar o saber das mais variadas meias 
sócias, ou melhor, validar discutibilidade diante de qualquer doutrina ou sistema que 
se apresenta dentro dos grandes ramos do Direito. 
São normas com efeitos distintos, pois estão revestidas pela norma maior 
“a lei “. E como assim, temos os seus fundamentas como verdade a priori. 
 
DEFINIÇÃO DE DIREITO: 
É o conjunto de normas que atende uma sociedade em seu direito de 
norma, de faculdade, de justiça, de ciência e de fato social 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
 _____________________________________________________________ 
4 
 
Neste tópico podemos verificar a construção do direito para edificar e 
valorizar todo o conhecimento jurídico. 
 
4- PRINCÍPIO DE GNOSIOLOGIA E EPISTEMOLOGIA JURIDICA. 
 
Neste tópico estaremos falando do conhecimento, em sua forma essencial 
tratando da forma de apresentação em meio ao sistema jurídico. 
A Gnosiologia, pode ser tratada como “ideal do conhecimento”, enquanto 
A Epistemologia, é a “pensamento especifico do conhecimento”. 
Será trazido vários meios em que o direito poderá ser apresentado, em 
sua dedução, indução e intuição. 
 
5- ZETÉTICA JURÍDICA. 
 
Podemos entender que o melhor significado para, o tópico ZETÉTICA 
JURÍDICA, de melhor approach é caminho para o conhecimento de todas áreas. Em 
outras palavras é o melhor pensamento para finalizar ou criar uma idealização de 
uma norma para o caso em discutibildade. 
No que tange a norma podemos preceituar a pesquisa sobre a existência 
de sua vigência, validade e eficácia. 
Em final, para encontrar o caminho para a norma jurídica possa supra o 
fato em questão a ser discutido e finalizar a lesão sofrida. 
A maioria de nossa doutrina, nos reporta: 
“O conhecimento e a força do saber e a solução dos que buscam”. 
 
6- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 
 
É o caminho para levar a toda fonte de conhecimento, em suas mais 
variadas técnicas de apresentação e permitir a interpretação de forma transparente 
e objetiva. 
O Direito deverá ser sempre ovacionado com valor diante de cada área, 
ou seja, a cada ausência, devera a norma consolidar preceitos construtivos em sua 
forma de apresentação, não para sanar o que impede, mas para validar e conhecer 
os meios de integração do nosso sistema jurídico. 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
 _____________________________________________________________ 
5 
 
O direito não leva ao duelo e uma regra social obrigatória, para definir a 
norma. 
A nossa doutrina apresentada por André Franco, que a forma de maior 
valor para validar a sua Interpretação é mostrada pela Norma, Faculdade, Justiça, 
Ciência e Fato Social. 
 
 
7- TEORIA DOS DIREITOS SUBJETIVOS. 
Esta pautada na concentração de interesses dos indivíduos, ou seja, a 
validação do meio jurídico em que trata os valores dos indivíduos diante da lei. As 
normas jurídicas estarão sempre prontas para atender a relação jurídica. 
Com base na sua finalidade, os direitos subjetivos podem ser divididos 
em duas especiais, que é o direito –interesse e o direito-função, como: 
 
a) – direito interesse - é o que atende ao próprio titular, como o direito à vida, à 
liberdade, ao nome, o de propriedade etc. 
 
b) – direito função - é aquele que representa outros, como os direitos de pai em 
relação ao filho (pátrio poder), com uma finalidade social. 
 
Podemos pacificar que é o direito conferido ao cidadão ou individuo, para 
cumprir aquilo que é determinado em lei 
Neste caso, também, o direito de legislar ou de punir, de que o Estado é 
titular, o pátrio-poder do chefe de família. Cada um desses direitos é uma 
prerrogativa ou faculdade de agir. Uma facultas agendi, em oposição ao direito-lei, 
que é uma norma agendi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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APOSTILA 2. 
 DOGMATICA JURIDICA. 
 NOTAS PRELIMINARES. 
 NORMA JURIDICA. 
 DIREITO NATURAL. 
 DIREITO POSITIVO. 
 DIREITO OBJETIVO 
 DIREITO SUBJETIVO. 
 SISTEMA JURIDICO. 
 DIREITO ESTATAL. 
 DIREITO NÃO ESTATAL. 
 MONISMO JURIDICO. 
 PLURALISMO JURIDICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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7 
 
DOGMATICA JURIDICA. 
Conceituação de toda forma de agir e concentração do direito e suas 
formas procedimentais. 
Qualidade do Direito. 
Na forma de nossa escrita, ou seja, sob aspecto linguístico o direito deriva 
directum, rectum, em latim significa “direito”, “reto”, com utilização na Roma Antiga, 
para se referir as regras a de conduta. 
Segundo, Tercio Sampaio Ferraz júnior o direito demonstra, como: 
 
“O direito, com a Revolução Francesa, tornar-se uma criação 
ab ovo. Com isso, ele instrumentaliza-se, marcando-se mais 
uma vez a passagem de uma prudência prática para uma 
técnica poética. Ou seja, para usar uma distinção aristotélica 
(Ética a Nicômaco, 1094 a 21), o direito passa a ser concebido 
como poiesis, uma atividade que se exterioriza nas coisas 
externas ao agente (por exemplo, com madeira fabricar uma 
mesa) e que por isso exige técnica, isto é, uma espécie de 
know-how, um saber-fazer, para que um resultado seja obtido. 
Deixa, pois, de ser concebido, como fora desde a Antiguidade, 
como uma práxis, uma atividade que não tinha um 
adimplemento exterior a ela mesma e ao agente; ela não visava 
senão ao bem agir (ético) do próprio agente, sua eupraxia. Está 
aí o núcleo do fenômeno da positivação do direito em seu 
sentido social”. 
 
Também, na posição do doutrinar André Franco Montoro (Montoro, André 
Franco, Introdução à ciência do Direito. São Paulo: Editora RT, 2013, p.58e ss.) 
dentro de toda inspiração a formação do direito construtiva dentro de vários meios, 
como: 
a) Direito norma: quando é relacionado à norma jurídica; 
b) Direito faculdade: quando é relacionado com a possibilidade de exercício de um 
Direito previsto em lei; 
c) Direito justo: quando o Direito é tratado como instrumento de busca de justiça; 
d) Direito ciência: quando se ressalta o aspecto científico do Direito; 
e) Direito fato social: quando o Direito é compreendido pelas relações sociais que 
regulamenta. 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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NORMA JURIDICA: 
É definida como regra de conduta que regula a vida em sociedade, sob 
pena de sanção ou punição. Caráter sancionatório que, em linhas gerais, diferencia 
uma norma jurídica de uma norma social. 
As regras de direito, ao contrário de uma regra atendida pelas ciências 
naturais, não possuem o fim de relatar um fenômeno tal como é observado na 
natureza. Isto também não primado como santificação de causa e consequência, 
como transcorre na efetivação dos fenômenos sociais. 
E consagrado de meio por salutar observância obrigatória em virtude da 
imputação de uma punição a uma conduta demonstrada pela norma jurídica, a ser 
cumprida de modo coercitivo com amparo do Estado, visto como Estrutura. Ou 
melhor, sempre como deve ser. 
O que dever ser visto que a posição da norma jurídica, sempre teremos 
divergências sobre a sua existência no mundo jurídico. Porém, toda ideia em 
existência a sua dispensa estará constante com o contexto do direito. Em forças de 
materialidade estará sempre voltada para a força do direito. 
 
Entre as principais características da norma jurídica podemos citar: 
a) COERCIBILIDADE: é a possibilidade de a conduta transgressora sofrer coerção, 
isto é, repressão, uso da força. As normas jurídicas distinguem-se pelo tato de 
contagem com as forças coercitivas do Estado para impor-se sobre as pessoas. O 
mesmo já não ocorre nas regras extrajurídicas (que estão fora do mundo jurídico). 
Assim, se alguém desrespeita uma norma religiosa (exemplo: o católico que não vai 
à missa), sua conduta ofende apenas aos ensinamentos de sua religião. O estado 
não reage as está ofensa, já que, no Brasil vivemos num regime de liberdade de 
crenças e convicções. A norma religiosa não possui coercibilidade. Entretanto, se 
uma pessoa mata alguém, sua conduta fere uma conduta prevista no código penal, 
e essa conduta tipificada provocará a reação punitiva do estado. Em resumo: 
resguardando o direito, existe a coerção (força) potencial do estado, que se 
concretiza com alguma forma de sanção (punição). A sanção deve ser aplicada à 
pessoa ou instituição que transgrediu a norma jurídica. Caracterizando-se somente 
em sanções nos casos de desobediência ou transgressão do dever jurídico. 
b) SISTEMA IMPERATIVO ATRIBUITIVO: em decorrência da coercibilidade, a 
norma jurídica assume uma característica imperativa e atributiva. Imperativa, porque 
tem o poder de imperar, a impor a uma parte o cumprimento de um dever. Atributiva, 
porque atribuí à outra parte o direito de exigir o cumprimento do dever imposto pela 
norma. E por isso que se costuma dizer: “o direito de um, é o dever do outro”. 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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c) PROMOÇÃO DA JUSTIÇA: conteúdo da norma jurídica deve ter como finalidade 
estabelecer justiça entre os homens. Justiça é a virtude de dar a cada um o que é 
seu, solucionando de modo equilibrado os interesses em conflito. A prática da justiça 
é a alimentação pelos ideais de ordem e segurança, poder e paz, cooperação e 
solidariedade. No plano teórico, costuma-se reconhecer que a normas jurídicas 
tendem a realizar os ideais da justiça. Ou seja, a justiça seria o objeto que dá sentido 
à existência na norma jurídica. Do contrário, ela não seria uma norma legítima, e sim 
arbitrária. 
Em termos práticos, entretanto, sabemos que a forma jurídica e o 
processo judicial que visa a sua aplicação ainda estão distantes de realizar, a 
contento, os ideais de justiça. 
DIREITO NATURAL X DIREITO POSITIVO: 
A Filosofia do Direito tem como tema recorrente o estudo do Direito 
Natural, assim como do Direito Positivo. Neste caso, um retrospecto histórico é muito 
importante para que possamos entender o caráter cíclico, permanente e eterno do 
Direito Natural andando junto com o fenômeno jurídico positivo. 
Deve-se observar também que o jus naturalismo possui função de ordenar 
e sustentar o positivismo, já que este não é autossuficiente, necessitando de 
legitimidade, e está legitimidade encontra-se aparente no Direito Natural. 
 Enquanto isso, o Direito Positivo é o que estabelece as ações a serem 
cumpridas, indiferentemente do conhecimento de cada indivíduo, as ações são 
reguladas através das normas e por este motivo devem ser desempenhadas do 
modo prescrito na norma. 
Porém, para os naturalistas, o Direito Natural pode ser considerado uma 
base do direito, ou seja, o critério para se determinar o que é justo, e seguindo este 
pensamento podemos considerar que o Direito Natural é permanente e eternamente 
válido, independente da legislação, já que o mesmo surge da necessidade de 
princípios gerais que possam valer para qualquer povo em qualquer tempo e 
território. 
Em explicação ao Direito seria a razão, porém o fundamental no Direito 
Natural eram as leis infundidas por Deus no coração do homem, assim sendo, o 
homem teria liberdade de seguir essas leis ou não, o que ocasionaria inúmeros 
conflitos posteriores já que as leis naturais seriam cumpridas de acordo com a 
vontade humana e não poderiam intimidar o homem com castigos reais, apenas sua 
moral seria atingida. 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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Das distinções ora apresentadas temos que são dois os critérios para 
distinguir o Direito Positivo (jus civile) do Direito Natural (jus gentium): 
O primeiro limita-se a um determinado povo, ao passo que o segundo não 
tem limites; O primeiro é posto pelo povo (isto é, por uma entidade social criada pelos 
homens), enquanto o segundo é posto pela naturalis ratio. 
O Direito Positivo é mutável, portanto, imperfeito, já que as normas e leis 
estão todas sujeitas ao desgaste com a evolução 
 
DIREITO OBJETIVO: 
É considerado como direito objetivo, "o conjunto de regras jurídicas 
obrigatórias, em vigor no país, numa dada época" (José Cretella Júnior). Em outras 
palavras, o direito objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser 
obedecidas rigorosamente por todos os homens (cidadãos) que vivem na sociedade 
que adota essas leis. O descumprimento dá origem a sanções. 
 
DIREITO SUBJETIVO: 
O direito subjetivo pode ser definido como "a faculdade ou possibilidade 
que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada 
num interesse." (José Cretella Júnior). Ou, "o interesse protegido pela lei, mediante 
o recolhimento da vontade individual." (Ilhering). 
 
- SISTEMA JURIDICO: 
É um conjunto de normas jurídicas em vigência em determinado Estado. 
Com toda importância de aplicação diante de cada caso em estudo. 
Como pode ser a ciência do direito, por outro lado, é um sistema nomo 
empírico, teorético ou declarativo, que utiliza linguagem científica. Tal ciência se 
baseia em um axioma que lhe serve de base, possibilitando o seu desenvolvimento, 
que é a norma fundamental descrita por Hans Kelsen. 
 
DIREITO ESTATAL X NÃO ESTATAL: 
A ordem jurídica é formada por dois níveis fundamentais que coexistem e 
se complementam, denominados direito Estatal e direito Não-Estatal. O primeiro é 
composto das regras gerais formalmente produzidaspelo poder público, isto é, pela 
grande estrutura institucional, política e jurídica, denominada Estado. O direito não-
estatal é composto pela regulamentação dos variados grupos e seguimentos sociais, 
que definem regras internas de comportamento e funcionamento. Essas regras são 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Kelsen
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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subordinadas as Estatais, havendo uma hierarquia entre as duas, por isso o direito 
não-estatal está proibido de contrariar as regras do direito estatal. 
Exemplos de regras do direito não-estatal são as regras de cada 
condomínio, empresa, igreja, etc. 
 
MONISMO JURIDICO: 
Para o monismo jurídico estatal o direito deve coincidir unicamente como 
direito positivo do Estado não considerando a existência de um direito natural. 
Só reconhece as leis emanada do Estado. No que diz respeito ao 
monismo jurídico estatal, pode-se afirmar que ele se consubstancia como o produto 
histórico da formação dos grandes Estados na Era Moderna, nascidos sobre a 
dissolução da sociedade medieval 
É vista como a validade e a estrutura de norma que faz garantir a um 
Estado em suas concepções de valor e de concentração de respeito diante uma 
sociedade. Com atribuições das leis dispensadas por cada ente público em suas 
necessidades de atuações, para garantir e fazer valer o direito social como fonte de 
conduta e norma jurídica. 
O valor está presente pelo Estado, como suporte de garantia de uma 
proteção social ampla e coerciva. Ou melhor, segurança jurídica para garantir o 
direito em todos os seus meios. 
 
PLURALISMO JURÍDICO: 
 
O pluralismo jurídico pode ser definido como a existência de mais de um 
ordenamento jurídico válido nas limitações de um mesmo Estado. 
As situações de pluralismo jurídico sempre aludem a uma dicotomia 
econômica, ou seja, a uma luta de classes. 
Temos como admitir regras criadas por grupos sociais particulares e em 
relações contratuais. 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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APOSTILA 3. 
 
 
 FONTES DO DIREITO. 
 DIVISÃO DAS FONTES DO DIREITO. 
 FONTE MATERIAL. 
 FONTES FORMAIS. 
 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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FONTES DO DIREITO. 
É uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos 
componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto 
sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da 
realidade social de um estado. Em outras palavras, fontes são as origens do direito, 
a matéria prima da qual nasce o direito. 
Podemos entender, como nascente, ou melhor origem de um discurso 
jurídico. 
 
DIVISÃO DAS FONTES DO DIREITO. 
As fontes do direito estão divididas em fontes materiais e formais, para 
atender a concepção do sistema jurídico. 
 
FONTE MATERIAL. 
Está relacionado ao organismo dotado de poderes para a elaboração de 
leis. Por exemplo, o artigo 22, I, da constituição federal estabelece que a união é a 
fonte de produção do direito penal, o que quer dizer que os estados e os municípios 
não detêm o poder de legislar sobre a matéria. 
 
FONTES FORMAIS. 
São aquelas pela qual o direito se manifesta. As fontes formais imediatas 
são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como por exemplo, 
as normas legais. As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais 
do direito, a jurisprudência e a doutrina. No artigo 4º. da Lei de Introdução ao Código 
Civil temos que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES. 
Grandes doutrinadores defendem outras classificações das fontes do 
direito. 
Passamos citar o de melhor de cada exposição como assim segue: 
André Franco Montoro (Introdução à ciência do direito. 30º ed. São Paulo: 
RT,2013. 375) divide as fontes do direito em fontes históricas e sociológicas (vontade 
http://www.infoescola.com/direito/fontes-do-direito/
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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social preponderante ou realidade social) e fontes imediatas ou técnicas (lei, costume 
jurídico, jurisprudência e doutrina). 
Hans Kelsen (Teoria pura do direito 6. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2003) entende que apenas a lei emanada pelo O Estado é fonte formal do Direito, 
que só passa a existir a partir do momento em que é definido por meio de 
determinado comando legal. 
Maria Helena Diniz (Compêndio de Introdução à ciência do 
direito.18.ed.São Paulo: Saraiva,2006) classificação as fontes em materiais e 
formais, subdividindo estas em estatais (legislação, produção jurisprudencial) e não 
estatais (prática consuetudinária, atividade cientifico-jurídico, poder negocial e poder 
normativo dos grupos sociais). 
 
 
 Relações sociais 
Materiais 
 Valor Moral. 
 
Fontes do Direito Imediatas ou Primarias – Lei e Costume 
 
 Formais 
 
Mediata ou Secundárias - Jurisprudência e 
Doutrina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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APOSTILA 4. 
 
 
 LEI 
 ELEMENTO DA LEI 
 ELEMENTO MATERIAL 
 ELEMENTO FOMAL 
 ELEMENTO INSTRUMENTAL 
 ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO. 
- INICIATIVA; 
- DEBATES; 
- APROVAÇÃO; 
- SANÇÃO OU VETO; 
- PROMULGAÇÃO; 
- PUBLICAÇÃO; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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1-LEI. 
É função essencial do estado para estabelecer regras de condutas de vida 
em sociedade por concentração dos poderes, o legislativo, que cria as leis, o 
executivo que pacifica a sua materialização e judiciário que fiscaliza a conduta do 
Estado em relação aos mais variados aspectos. 
 
2-ELEMENTO DA LEI. 
Este possui uma composição abraçada por três elementos de suma 
importância que atende à necessidade de sua manifestação, como: 
 
3 - ELEMENTO MATERIAL. 
É constituída por três preceitos que assim segue: 
GERAL - porque obriga a todos os jurisdicionados indistintamente, a atender o que 
o Estado determina. 
ABSTRATO- porque prevê casos em tese, ou seja, abarcam variadas situações da 
vida social. 
PERMANENTE- porque, uma vez validamente inserida no ordenamento jurídico, tem 
vocação de perdurar no tempo, observadas as regras de vigência e revogação da 
norma jurídica. 
 
4- ELEMENTO FORMAL. 
A lei, para que passa integrar o ordenamento jurídico deve obedecer a 
determinadas formalidades, ou melhor, e necessário submeter a processo de 
criação. 
Passar ao processo legislativo de cada casa correspondente. 
 
5- ELEMENTO INSTRUMENTAL. 
A lei, por ser um comando que obriga a todos sob pena de sanção deve 
ser escrita para que possa atender e ser de conhecimento de todos. 
Se faz, claro no artigo 3º da LINDB (decreto-lei 4657/42): 
“Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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6- ARTIGOS, PARÁGRAFOS, INCISOS E ALINEAS: 
Demonstram a forma de existência e procedimento da lei, ou melhor,seu 
comando. 
a) O artigo deve se referir a apenas um tema que, trazendo a ideia central de 
norma ou conduta, que passa a ser chamada de Caput, que é a ideia central. 
b) Os parágrafos são usados para expandir, restringir ou detalhar a ideia 
enunciada no caput do artigo. 
c) Os incisos são usados para exprimir enumerações relacionadas ao caput do 
artigo ou ao parágrafo. 
d) As alíneas e itens também são meios de enumerações que se submetem, 
igualmente, à seguinte ordem hierárquica: 
 
 
PROCESSO LEGISLATIVO: 
 
O termo processo legislativo pode ser compreendido em duplo sentido 
– jurídico e sociológico. 
Jurídico: consiste no conjunto coordenado de disposições que disciplinam o 
procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e 
atos normativos que derivam diretamente da própria Constituição. 
Sociológico: conjunto de fatores reais que impulsionam e direcionam os 
legisladores a exercitarem suas tarefas. 
É sequência de atos que visam a formação das espécies normativas 
previstas no art. 59 da CF. 
Art. 59 - O processo legislativo compreende a elaboração de: 
 
I. Emendas à Constituição; 
II. Leis complementares; 
III. Leis ordinárias; 
IV. Leis delegadas; 
V. Medidas provisórias; 
VI. Decretos legislativos; 
VII. Resoluções. 
Parágrafo único - Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração 
e consolidação das leis. 
 
 
 DIREITO E JUSTIÇA 
 
PROFESSOR JOCEMAR CARNEIRO DOS SANTOS 
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É o desrespeito às normas do processo legislativo constitucionalmente 
previstas acarretam a inconstitucionalidade formal da lei ou ato normativo, 
possibilitando o controle repressivo de constitucionalidade por parte do Poder 
Judiciário. 
 A CF/88 aboliu o instrumento do decurso de prazo. 
 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 
 Possui as seguintes fases: introdutória, constitutiva e complementar. 
 
A. Fase Introdutória 
Iniciativa de lei – faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão 
para apresentar projetos de lei ao Legislativo, podendo ser parlamentar, 
extraparlamentar e concorrente ou exclusiva. 
Parlamentar: prerrogativa que a Constituição confere a todos os membros do 
Congresso Nacional de apresentação de projetos de lei. 
Extraparlamentar: conferida ao Chefe do Poder Executivo, aos Tribunais 
Superiores, ao Ministério Público e aos cidadãos (iniciativa popular). 
Concorrente: é aquela pertencente a vários legitimados de uma só vez 
(parlamentares e Presidente da República), enquanto iniciativa exclusiva é aquela 
reservada a determinado cargo ou órgão (art. 61, §1.º). 
 Serve a iniciativa para saber-se qual das Casas legislativas analisará 
primeiramente o assunto, e qual será a revisora. A discussão e votação dos projetos 
de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos 
Tribunais Superiores e dos cidadãos, terão início na Câmara dos Deputados (arts. 
61, §2.º e 64, caput da Constituição Federal). 
 
B. Fase constitutiva 
 I - Deliberação Parlamentar: o projeto seguirá na respectiva Casa Legislativa, 
para a fase de instrução, nas comissões, onde inicialmente será analisada a sua 
constitucionalidade e posteriormente seu mérito, nas chamadas, 
respectivamente, Comissão de Constituição e Justiça e Comissões Temáticas. Tal 
análise será procedida tanto na Câmara dos Deputados (Comissão de Constituição, 
 
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Justiça e de Redação) como no Senado (Comissão de Constituição, Justiça e 
cidadania), cabendo-lhe, precipuamente, a análise dos aspectos constitucionais, 
legais, jurídicos, regimentais ou de técnica legislativa dos projetos etc. 
 Posteriormente, em plenário, presente a maioria absoluta, aprovar-se-á o 
projeto pela maioria simples. 
 
 II - Deliberação executiva: 
 Sanção: é a aquiescência do Presidente da República aos termos de um projeto 
de lei devidamente aprovado pelo Congresso Nacional. Pode ser expresso (quando 
se manifesta favoravelmente, no prazo de 15 dias úteis) ou tácito (quando silencia 
nesse mesmo prazo). 
Pode ser também: total ou parcial. 
Veto: é a manifestação de discordância do Presidente da República com o projeto 
de lei aprovado pelo Legislativo, no prazo de 15 dias úteis (o dia inicial não se conta, 
mas sim o dia final). 
A discordância poderá ser em razão do aspecto 
formal (inconstitucionalidade) ou em razão do aspecto material (contrário ao 
interesse público). 
 
ESPÉCIES NORMATIVAS 
 A Constituição Federal estabelece as seguintes espécies 
normativas: emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis 
delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; resoluções. 
 
I - Emendas Constitucionais 
 Seguindo a tradição, nossa Constituição é rígida, excetuando a Carta de 
1937. 
Antes de aprovadas, as emendas são atos infraconstitucionais; com a 
aprovação, passam a ser preceito constitucional. 
Mesmo assim, é possível a incidência do Controle de 
Constitucionalidade. 
 
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A revisão serve para alterar a Constituição, não para muda-la. O 
Congresso Nacional, no exercício do Poder Constituinte Reformador, submete-se 
às limitações constitucionais. 
 
LIMITAÇÕES DO PODER REFORMADOR 
Emendas constitucionais LIMITAÇÕES 
 Limitações expressas 
 
A) Materiais 
 São as cláusulas pétreas; não somente os direitos e garantias individuais 
constantes do art. 5 da CF., como também, por exemplo, o art. 150, III, 
“b” da CF. Art. 60, §4.º da CF. 
 
B) Circunstanciais 
 Pretendem evitar modificações na Constituição em certas ocasiões anormais 
e excepcionais do país, evitando a perturbação na liberdade e independência dos 
órgãos incumbidos da reforma. §1.º do art. 60 CF – “a Constituição não poderá 
ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de 
estado de sítio. ” 
 
C) Procedimentais ou formais 
 Referem-se as disposições especiais, em relação ao processo legislativo 
ordinário, que o legislador constituinte estabeleceu para permitir a alteração da 
Constituição Federal. Incisos I, II e III, §§2.º, 3.º e 5.º do art. 60 da CF.: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
 
 
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§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. 
 C.a) Fase introdutória 
 A respeito da iniciativa, alternando-se segundo os incisos I, II e III do art. 60 
da CF. 
 C.b) Fase constitutiva 
1. Deliberação parlamentar 
A emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, sendo aprovada por 3/5 dos votos dos 
respectivos membros. 
 
2. Deliberação executiva 
O Presidente da República não participa da fase constitutiva do 
processo legislativo de uma emenda constitucional, pois o titular do Poder 
Constituinte derivado reformador é o Poder Legislativo. Não há necessidade 
de sanção ou veto.A emenda constitucional aprovada pelas duas Casas do Congresso 
Nacional seguirá diretamente à fase complementar, para promulgação e 
publicação. 
 
C.c) Fase complementar 
A promulgação será realizada, conjuntamente, pelas Mesas do Senado 
Federal e Câmara dos Deputados. 
Apesar do texto constitucional silenciar, entende-se que a publicação é 
competência do Congresso Nacional. 
 
 
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OBS: o art. 3.º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias previa um 
procedimento diferenciado para alteração da Constituição, através de revisão, 
iniciando-se 5 anos a contar da promulgação da Constituição Federal, pelo voto da 
maioria absoluta dos Membros, em sessão unicameral – promulgou-
se seis emendas constitucionais de revisão – inadmissível utilizar-se novamente 
do processo de revisão. 
 
 Limitações implícitas 
 O próprio art. 60 da CF. assegura-se em norma implícita, a não alteração 
do Poder Constituinte Reformador, para não afrontar a Separação dos Poderes 
da República. 
 
II – Lei Complementar – art. 59 da CF. 
Sua diferença está no processo legislativo diferenciado. 
A Constituição Federal reserva determinadas matérias cuja 
regulamentação será obrigatoriamente realizada por lei complementar. 
O legislador constituinte entendeu que algumas matérias não deveriam 
ser regulamentadas pela própria Constituição Federal, para não se dificultar futuras 
alterações, mas, ao mesmo tempo, não poderiam sujeitar-se as alterações 
constantes de um processo legislativo ordinário. 
 
Diferenças entre lei complementar e lei ordinária 
São duas as diferenças: 
 
a) Material – somente será objeto de lei complementar a matéria taxativamente 
prevista na CF. Todas as demais, por sua vez, deverão ser objeto de lei 
ordinária. Ex. (lei complementar) art. 7.º, I da CF.; art. 14, §9.º CF.; art. 18 §2.º, 
CF. etc. 
b) Formal – diz respeito ao processo legislativo, na fase de votação. O quórum 
para aprovação de lei ordinária é de maioria simples (art. 47); já o quórum para 
aprovação de lei complementar é de maioria absoluta (art. 69). 
 
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 Hierarquia entre lei complementar e lei ordinária 
 III. Medida provisória e decreto-lei 
O decreto-lei não mais existe em nosso ordenamento jurídico. 
No concernente aos pressupostos de expedição do decreto-lei, estes 
eram apresentados alternativamente – “em casos de urgência ou de interesse 
público relevante”. 
Quanto aos pressupostos da medida provisória, a apresentação é 
cumulativa – “em casos de relevância e urgência”. 
O decreto-lei estava subordinado a condição de inocorrência de aumento 
de despesas, sendo que eram apontadas as matérias que seriam objeto. 
A medida provisória, por sua vez, não depende de nenhuma condição 
financeira, podendo versar, em princípio, sobre toda e qualquer matéria, ressalvado 
o artigo 246 da Constituição Federal – “É vedada a adoção de medida provisória na 
regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio 
de emenda promulgada a partir de 1995” - e as limitações implícitas, decorrentes do 
princípio da reserva legal. 
O decreto-lei podia ser aprovado por decurso de prazo, caso o Congresso 
Nacional não se manifestasse. A medida provisória, ao contrário, para ser convertida 
em lei, necessita de aprovação expressa do Congresso Nacional. 
Os atos praticados durante a vigência do decreto-lei, não jaziam nulos em 
caso de rejeição. A medida provisória, se rejeitada, não tem eficácia desde a edição. 
O decreto-lei somente poderia ser aprovado “in totum”; a medida 
provisória, por sua vez, pode sofrer emendas, desde que não destoem da temática 
principal. 
IV – Lei delegada – art. 68 da CF. 
Art. 68 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do 
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
 
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§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do 
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, 
este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. 
 
Segundo ALEXANDRE DE MORAES, “lei delegada é ato normativo 
elaborado e editado pelo Presidente da República, em razão de autorização do 
Poder Legislativo, e nos limites postos por este, constituindo-se verdadeira 
delegação externa da função legiferante e aceita modernamente, desde que com 
limitações, como mecanismo necessário para possibilitar a eficiência do Estado e 
sua necessidade de maior agilidade e celeridade. ” 
Trata-se de espécie de ato normativo primário, derivado de pronto da 
Constituição. 
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, o 
qual deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional; trata-se de iniciativa 
exclusiva e discricionária exercida pelo Chefe do Poder Executivo, denominada 
de iniciativa solicitadora. 
A solicitação deve indicar o assunto, pois não serão todas as matérias 
passíveis de objeto de delegação: os atos de competência exclusiva do 
Congresso, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal, matéria reservada a lei complementar, legislação sobre o 
Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e garantias de seus 
membros, nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais 
e planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
Encaminhada a solicitação ao Congresso, a mesma será submetida a 
votação pelas respectivas Casas, em sessão conjunta ou separadamente. 
Sendo aprovada por maioria simples, passará a forma de resolução, 
especificando obrigatoriamente as regras sobre seu conteúdo e os termos de seu 
exercício. Na resolução será fixado o prazo para a delegação. 
O Presidente da República elaborará o texto normativo, promulgando-
o e determinando a sua publicação. Poderá ser exigida ratificação parlamentar; se 
essa não ocorrer, o processo legislativo esgotar-se-á no interior do Poder Executivo 
(delegação típica ou própria). Caso a resolução mencione o retorno do projeto ao 
Legislativo, para apreciação em sessão única, vedada estará a apresentação de 
qualquer emenda (delegação atípica ou imprópria). 
 
IV.a Sustação de lei delegada- art. 49,V,CF 
 
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 Art. 49 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; 
 Se o Presidente da República extrapolar os limites de 
delegação fixados na resolução, o Congresso Nacional poderá sustar a referida 
lei delegada através da aprovação de decreto legislativo, paralisando seus efeitos 
normais. A sustação não será retroativa, mas sim, operar-se-á a partir da 
publicação do decreto legislativo (“ex nunc”), pois se trata de sustação, e não de 
anulação. 
 
V – Decreto legislativo – art. 49 da CF. 
 É a espécie normativa destinada a veicular matérias decompetência exclusiva 
do Congresso Nacional (art. 49 da CF., Resolução n. º01/89 do Congresso 
Nacional, e a regulamentação exigida no art. 62, parágrafo único da CF.); trata-
se também, de atos normativos primários veiculadores da competência exclusiva 
do Congresso, cujo procedimento não é regulado pela Constituição Federal, 
mas sim, pelo próprio Congresso Nacional. 
 Os decretos legislativos serão instruídos, discutidos e votados em ambas as 
casas legislativas (sistema bicameral); se aprovados, serão promulgados pelo 
Presidente do Senado Federal, na qualidade de Presidente do Congresso 
Nacional, o qual determinará sua publicação. 
 Não haverá participação do Presidente da República. 
 
VI – Resolução 
Resolução é ato do Congresso Nacional ou de qualquer de suas 
casas, o qual objetiva regular matéria de competência do Congresso Nacional 
ou privativa de suas casas; em regra possui efeitos internos. Excepcionalmente, 
terá efeitos externos – Ex. delegação legislativa. 
O processo legislativo da resolução não é tratado na Constituição 
Federal, cabendo ao regimento interno de cada uma das casas, discipliná-lo. 
Não haverá participação do Presidente da República. 
 
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APOSTILA 5. 
 
 
 
 
 COSTUME JURÍDICO. 
 ELEMNTOS DOS COSTUMES JURIDICO. 
- ELEMENTO OBJETIVO. 
- ELEMENTOS SUBJETIVO. 
 CLASSSIFICAÇÃO DO COSTUME JURÍDICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COSTUME JURIDICO. 
Conceito segundo o dicionário Aurélio: Costume significa “uso, hábito ou 
prática geralmente observada”. 
Na dinâmica Jurídica, as normas passam a ser estudadas em conjunto, 
em ordenamento, porque normas revogam outras normas, normas validam outras 
normas que foram criadas, etc. 
Sendo assim, a dinâmica jurídica se incumbe de explicar o surgimento, a 
vida útil e o perecimento das normas, com foco nas fontes do direito. 
 
 
Características do Costume: 
 Prática Repetida 
 Aceita pela sociedade 
 Espontânea 
 Resultante de acontecimentos sociais 
 Lapso temporal continuo (condicionante) 
 
BASE PRIMORDIAL. 
a) Valores Morais 
b) Bom senso 
c) Ideais de Justiça 
 
O Costume é fonte destemida, ou seja, supletiva para os sistemas 
jurídicos 
 
 
CONCEITO DE COSTUME. 
 
Costume Jurídico é a prática de uma forma de conduta, repetida de 
maneira uniforme e constante pelos membros de uma comunidade, acompanhada 
da convicção de sua obrigatoriedade. 
 
O Costume por si só, significa, prática social repetida, cuja quebra gera a 
reprovação social. 
 
 
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O Costume Jurídico, significa, a prática social repetida e sua violação 
acarreta responsabilidade jurídica. 
 
O Direito Costumeiro tem grande importância na Inglaterra, EUA e outros 
países filiados a tradição britânica do Common Law. 
Common Law é uma coletânea de decisões judiciais que passam a 
constituir modelo obrigatório para a decisão dos demais casos idênticos. 
HÁBITO – É o agir repetitivo individual 
 
USOS – Seriam um conjunto de atos e condutas, usualmente observados, reiterados 
em um meio social que só se transformam em costume quando houver a 
obrigatoriedade da conduta – a repetição coletiva. 
 
PREVISÃO LEGAL. 
 
LINDB– art. 4º e a CLT – art.8 
Determinam que os juízes decidam (também) pelos costumes, em hipóteses de 
omissão das leis. 
- CPC – Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
 
O costume emprega 3 funções ao direito: 
 
a) De INSPIRAR o legislador a normatização as condutas; 
b) De SUPRIR as lacunas da lei; 
c) De SERVIR DE PARÂMETRO para a interpretação da lei. 
 
ELEMENTOS DOS COSTUMES JURIDICO. 
- ELEMENTO OBJETIVO- é o uso reiterado de determinado costume. Não há, 
atualmente, previsão de tempo para ser considerar um costume como fonte válida 
do Direito, que na Lei da Boa Razão, segundo o qual o costume só era considerado 
como fonte do direito se fosse praticado por amis 100 nos. 
- ELEMENTO SUBJETIVO – é a consciência social de que o costume é necessário 
ao interesse da sociedade, tornando sua observância obrigatória em determinados 
casos (opinio iuris= opinião do direito). 
 
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CLASSSIFICAÇÃO DO COSTUME JURÍDICO. 
a) SECUNDUM LEGEM – Segundo a lei; 
b) PRAETER LEGEM – Na falta da lei; 
c) CONTRA LEGEM – Contra a lei. 
 
A). Secundum Legem - é aquele que, embora não contido no preceito legal, é 
previsto, reconhecido e admitido como obrigatório pela lei. 
- Ex. art.569, II, CC 2002 – “O locatário é obrigado: (…) 
- a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, 
segundo o costume do lugar” 
 
B). Praeter Legem - é aquele que intervém na falta ou omissão da lei apresentando 
caráter supletivo. Surge do silêncio da lei sobre determinado assunto, preenchendo 
as lacunas. 
Está consagrado no art. 4º LINDB - “Quando a lei for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do 
direito”. 
 
C) - Contra Legem – é aquele que contraria dispositivo da lei. Se dá pelo desuso. 
Também chamado de costume ab-rogatório, por estar implicitamente revogando 
dispositivos legais. 
“A Revolta dos fatos contra os códigos” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA 6. 
 
 
 
 
 JURISPRUDÊNCIA. 
 PROCEDIMENTOS IMPORTANTES. 
 SÚMULAS. 
 SÚMULAS VINCULANTES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JURISPRUDÊNCIA. 
O termo jurisprudência descende do latim iuris prudentia, e faz 
referência a todas as decisões judiciais e a doutrina que elas contêm. O termo 
também pode ser usado para se referir ao julgamento de uma questão jurídica que 
foi estabelecida por julgamentos anteriores e a ciência do direito em geral. 
A lei é uma fonte de direito, composto por ações passadas que levaram à 
criação ou modificação dessa lei. Então, às vezes, diz-se que um determinado 
evento “estabeleceu jurisprudência” para o tribunal de um país. 
Os juízes, em muitos casos, devem basear as suas decisões levando em 
conta uma revisão de falhas anteriores. Isto significa que a revisão da jurisprudência 
é feita. 
A importância da jurisprudência na área de direito é fundamental. Porque 
graças a ela pode-se contornar as imperfeições que tem o sistema jurídico, criando 
o que seria o conteúdo legal para casos futuros que podem ter uma similaridade 
substancial. 
Entre as várias funções que são atribuídas a jurisprudência podemos 
estabelecer que, talvez, a mais importante e significativa, seja a interpretadora. 
No entanto, também é necessária enfatizar a sua função integradora. Sob 
essa designação a jurisprudência tem como tarefa cobrir as lacunas ou deficiências 
que existem no direito, onde não há lei que aborde um problema particular. 
A Jurisprudência assim é responsável por supervisionar o progresso e 
adaptar-se ao que seriam as demandas históricas da sociedade em todos os 
momentos. 
Ao estudar as diversas alterações da lei ao longo da história, é possível 
conhecer a evolução das leis. Há momentos em que as reformas não se aplicam aos 
reais interesses de um povo, portanto, dentro daperspectiva da jurisprudência se 
procurará saber a verdadeira história e a aplicação da justiça mais pertinente a 
determinado momento histórico. 
É importante notar, entretanto, que o valor, importância ou eficácia da 
jurisprudência muda de acordo com a legislação de cada país. Em países como os 
Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, em que prevalece uma tradição do direito 
anglo saxônico, o direito é todo baseado em jurisprudência. Em países alinhados a 
uma tradição de direito romano, como Brasil e Portugal, a obediência a jurisprudência 
é menos comum. 
 
 
 
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32 
 
SÚMULAS. 
Definição - A súmula é uma construção jurisprudencial, criada a partir do 
dinamismo das relações de direito. 
A palavra súmula tem significação de “sumário” ou “resumo” e origina-se 
do latim summula, refere-se ao teor reduzido ou abreviado de um julgado ou 
enunciado jurisprudencial que reflete entendimento pacífico de determinado tribunal. 
Nesse sentido Streck define a súmula como: 
“[...] o resultado da jurisprudência predominante de um tribunal superior 
brasileiro, autorizado pelo Código de Processo Civil. ” 
Aqui, segundo o doutrinador, Streck, para prever a emissão de súmulas, 
objetiva o legislador “proporcionar maior estabilidade à jurisprudência e simplificar o 
julgamento das questões mais frequentes perante o Judiciário”. 
Entretanto, segundo o doutrinador Accioly Filho as leis já carecem de 
flexibilização, de modo que endurecer sua interpretação, através de proposituras 
dificilmente afastáveis, seria abrir mão do pouco deixado pelo sistema para a 
modelação do direito positivo de acordo com cada caso concreto. 
No mesmo sentido, Carlos Maximiliano: 
“Em virtude da lei do menor esforço e também para assegurar os 
advogados o êxito a aos juízes inferiores a manutenção de suas sentenças, do que 
muito se vangloriam, preferem, causídicos e magistrados, às exposições 
sistemáticas da doutrina jurídica os repositórios da jurisprudência. ” 
Com muita propriedade o doutrinador, Alfredo Buzaid oferece uma 
significativa definição de súmula traçando um paralelo com a lei: 
“Uma coisa é a lei; outra, é a súmula. A lei emana do poder legislativo. A 
súmula é uma apreciação do poder judiciário, que interpreta a lei em sua aplicação 
aos casos concretos. Por isso a súmula pressupõe sempre a existência da lei e a 
diversidade de sua exegese. A lei tem caráter obrigatório; a súmula revela-lhe o seu 
alcance, o sentido e o significado, quando ao seu respeito se manifestam 
simultaneamente dois ou mais entendimentos. Ambas têm caráter geral. Mas o que 
distingue a lei da súmula é que esta tem caráter jurisdicional e interpretativo. É 
jurisdicional, porque emana do Poder Judiciário; é interpretativo, porque revela o 
sentido da lei; cinge-se a aplicá-la, o que significa que é a própria voz do legislador. 
Se não entender assim, se a interpretação refulgir ao sentido real da lei, 
cabe ao legislador dar-lhe interpretação autêntica. 
 
 
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A súmula não comporta interpretação analógica”. 
. Conclusão 
Indiferente a divergentes posicionamentos doutrinários, temos que as 
súmulas, sobre os operadores do direito, possuem forte influência, beirando o próprio 
poder normativo. Faria cria o termo “ controlabilidade difusa” para descrever a 
característica da atividade Jurisdicional de exercer ascendência aos futuros 
julgadores, e é essa própria ascendência que motiva a criação e a utilização das 
súmulas, tanto pelos operadores originários do direito – advogados – quanto pelos 
magistrados em suas decisões, uma vez que o escopo do instituto, como já 
salientado, visa a uniformização das decisões, buscando uma prestação jurisdicional 
mais justa para com os seus jurisdicionados por assim dizer. 
 
SÚMULAS VINCULANTES. 
Desde o final de 2007, o Supremo Tribunal Federal – STF, vem editando 
enunciados para as chamadas Súmulas Vinculantes, cuja previsão legal é a Emenda 
Constitucional nº 45/04, que prevê, em seu art. 103-A, caput, a possibilidade de uma 
súmula ter eficácia vinculante sobre decisões futuras. 
De acordo com a legislação apontada, "o Supremo Tribunal Federal 
poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula 
que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação 
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei". 
O objetivo é tentar assegurar o princípio da igualdade, evitando que uma 
mesma norma seja interpretada de formas distintas para situações fáticas idênticas, 
criando distorções inaceitáveis, bem como "desafogar" o STF do atoleiro de 
processos em que se encontra, gerado pela repetição exaustiva de casos cujo 
desfecho decisório já é de notório conhecimento. 
Claro que existem argumentações que vão contra a criação e aplicação 
de Súmulas Vinculantes (que são de competência exclusiva do STF), porém, há que 
se esclarecer que elas visam a nortear os julgamentos de casos semelhantes, 
reduzindo o volume de processos no Judiciário. Trata-se, como dito, de uma tentativa 
de "desafogar" a Suprema Corte, observando-se que para aprová-las, revê-las ou 
cancelá-las, dois requisitos estampados na EC nº 45/04 devem ser cuidadosamente 
observados: 
- Quanto à origem, são emanadas unicamente pelo o STF, de ofício ou mediante 
provocação; 
 
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 - Quórum mínimo de dois terços dos membros do tribunal; 
 - Somente matéria constitucional, após reiteradas decisões, poderá ser objeto da 
súmula vinculante, ficando afastadas questões de outra natureza. 
- Para se tornar vinculante, deve ser publicada na Imprensa Oficial. 
 
MEDIDA DE GRANDE IMPORTÂNCIA: 
Os juízes a quo podem deixar de aplicar a súmula vinculante em suas 
decisões, desde que o façam de modo fundamentado, em casos que divergem 
substancialmente das circunstâncias previstas em tais sumulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA 7. 
 
 
 
 DOUTRINA 
 DOUTRINA COMO FONTE DO DIREITO. 
 DOUTRINADORES. 
 TEORIA DO TRIDIMENSIONALISMO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOUTRINA. 
Doutrina é definida como um conjunto de princípios que servem de 
base a um sistema, que pode ser literário, filosófico, político e religioso. Doutrina 
também pode ser uma fonte do direito. 
 
É formada pela atividade dos juristas quando ensina, proferem pareceres, 
enfim, quando emitem opiniões , relacionando proposições jurídicas , conferindo-lhes 
caráter de verdade ou próximo do real. 
 
Doutrina está sempre relacionado à disciplina, a Qualquer coisa que seja 
objeto de ensino, e pode ser propagada de várias maneiras, através de pregações, 
opinião de pessoas conhecidas, ensinamentos, textos de obras, psicologia, 
sociologia, religiosa, adotadas pelos grandes pensadoras em suas obras. 
Doutrina também está presente nas ciências jurídicas, onde também é 
chamada de direito científico, que são estudos desenvolvidos por juristas, com o 
objetivo de compreender os tópicos relativos ao Direito, como normas e institutos. 
 
DOUTRINA COMO FONTE DE DIREITO. 
Grandes autoresnegam o caráter de fonte de direito da doutrina, 
afirmando que, por mais que deva ser respeitada a opinião de um jurisconsulto , ela 
nunca teria autoridade de observância obrigatória. 
Podemos observar quando passamos a ter novas leis se abrochando no 
sistema jurídico começamos a ver a chegada de várias doutrinas expondo o 
pensamento da norma em vigência. 
 
DOUTRINADORES. 
Não há como negar o poder de criação do Direito aos modelos de 
pensamento advindos da doutrina (REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 
27. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 176). 
Como também o destaque de Direito-norma (MONTORO, André Franco, 
introdução à ciência do direito.30.ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2013, p.58). 
 
 
 
 
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TEORIA DO TRIDIMENSIONALISMO. 
 
TORIA TREDIMENSIONAL DO DIREITO – MIGUEL REALE. 
 
É UMA CONTROPOSIÇÃO A TEÓRIA de HANS KELSEN. 
 
TRANCEDE OS LIMITES JUSPOSTIVISTAS: MORMATIVISMO X 
CULTURALISMO. 
 
- Direito+ realidade social mais valores. 
Mundo do ser: realidade social. 
Mundo do dever-ser: modelo social almejado. 
Fato + valor + norma – adiciona a questão do valor. 
HANS KELSEN – já desprezava o positivismo jurídico, pois prezava por uma 
realidade mais exata, ou seja, como a matemática. Distante da lógica da norma. 
Miguel Reale, adota existência a presença do ser humano, para atender a norma 
social. 
O correto é que ninguém pratique ilícito, ou melhor, o desejável é que ninguém 
pratique o ilícito (social, penal, civil...) 
 
VISÂO TRIDIMENSIONAL – EQUILIBRIO – INTERAÇÃO REAL DE FATO, 
NORMA E VALOR, numa dinâmica processual de mutua implicação. 
Valores se desenvolvem de relações históricas concretas, mas não se 
esgotam numa identidade de origem e fins com a própria realidade social, pois são 
inexauríveis; 
Fatos compõem o direito como realidade compreendida devendo ser 
abarcadas por valores; 
Portanto o fato social se atribui a um valor que origina de forma clara em 
uma norma. 
Todo o fato social deve ser primado pela visão axiológica, como também 
da moralidade. 
 
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É bom lembrar que nem tudo moral é direito. Pois sempre visto o valor em 
sua existência. 
 
Ex. Um cidadão desvia da conduta normal. Terá que ser aplicado a norma pela sua 
conduta. 
 
MIGUEL REALE – Trata do equilíbrio entre POSITIVISMO E 
JUSNATURALISMO, para atender – FATO SOCIAL, VALOR E NORMA. 
 
As normas judicias não resultam da mera vontade do legislador, há 
processo de formação a partir da junção de um complexo de valores com um 
complexo fático. 
Para Reale, o fenômeno jurídico se apresenta como um fenômeno 
cultural, e a integração de fato, valor e norma e o meio maior desse culturalismo que 
se distância do tecnicismo estrito do normativo, mas não reduz o direito a uma 
sociologia, nem uma filosofia moral. 
A norma representa de certa maneira as concepções culturais. 
A concepção jurídica é respeitada diante de cada meio a estrutura, ou 
seja, cada Estado. 
O fenômeno jurídico se apresenta como fenômeno cultural. 
Miguel Reale, afirma que o direito não é conduzido para uma forma 
Sociológica. Ou melhor, não reduzido a Estrutura Sociológica. 
 
JUSNATURALISMO E JUSPOSITIVISMO. 
 
O homem sempre seguiu regras, seja social, moral ou jurídica, ele sempre 
se guiou através de regras de condutas, hoje vamos falar das duas correntes em que 
o direito se divide que são elas: a corrente do jus naturalismo e a corrente do jus 
positivismo. 
A corrente do jus naturalismo defende que o direito é independente da 
vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, 
para os jus naturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores 
do ser humano, e busca sempre um ideal de justiça. 
 
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O direito natural é universal, imutável e inviolável, é a lei imposta pela 
natureza a todos aqueles que se encontram em um estado de natureza. 
Ao contrário do que defende a corrente jus naturalista (jus naturalismo), a corrente 
juspositivista (juspositivismo) acredita que só pode existir o direito e 
consequentemente a justiça através de normas positivadas, ou seja, normas 
emanadas pelo Estado com poder coercivo, podemos dizer que são todas as normas 
escritas, criadas pelos homens por intermédio do Estado. 
O direito positivo é aquele que o Estado impõe à coletividade, e que deve 
estar adaptado aos princípios fundamentais do direito natural. 
Veja as principais diferenças entre o jus naturalismo e o jus positivismo: 
 
JUSNATURALISMO 
 
Leis superiores 
Direito como produto de ideias (Metafísico 
Pressuposto: Valores 
Existência deles naturais 
 
 
JUSPOSITIVISMO 
 
Leis impostas 
Leis como produto da ação humana (empírico-cultural) 
Pressuposto: o próprio ordenamento positivo 
Existência de leis formais. 
 
 
E para finalizar esse posicionamento devo dizer que a corrente 
predominante atualmente é a corrente do jus positivismo. A corrente do 
jusnaturalismo defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe 
antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os jusnaturalistas o direito 
é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA 8. 
 
 
 
 
 SISTEMAS JURIDICOS. 
 RAMOS DO DIREITO. 
 ZETÉTICA JURICA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMAS JURIDICOS. 
 
Na seara jurídica contemporânea, se observam cinco sistemas jurídicos, 
o Direito Romano-Germânico (Civil Law ou Continental Law), a Common Law, o 
Direito Consuetudinário, o Direito Muçulmano, e o Sistema Jurídico Misto (Common 
Law aliada à Civil Law); sendo, os portadores de maior destaque e de maior 
aplicação, a Common Law e a Civil Law. Ad initio, faz-se mister diferenciar estes 
grandes sistemas jurídicos. A Common Law se fundamenta na lei não escrita, no 
direito jurisprudencial e nos costumes; enquanto que a Civil Law se alicerça na lei 
devidamente positivada e codificada. 
O Direito foi, durante um vasto lapso temporal, fundamentado em 
costumes e usos comuns às sociedades na qual se instaurava; advindo daí o sistema 
jurídico denominado Common Law, se iniciou no fixar jurídico dos costumes que se 
apresentavam no tecido social de um povo, mediante o reconhecimento de tais 
costumes como normas de conduta pelos tribunais; sendo, de uma forma simplista, 
a fixação dos costumes como elementos de direito, por meio dos quais o cidadão 
deveria se pautar, dado que detinham força normativa para a sociedade em que se 
inseriam. O reconhecimento destes direitos baseados nos costumes, por parte dos 
tribunais, gerou um entendimento jurisprudencial que tem, neste sistema jurídico, o 
caráter de lei; uma vez que os tribunais se pautam por tais entendimentos, sobretudo 
de julgados anteriores, para exarar e fundamentar sentenças, criando o direito por 
meio de sua declaração – muito embora existam diversos entendimentos e 
posicionamentos, não havendo um consenso doutrinário acerca deste fato, posto 
que Blackstone (1979, v. 1, p. 69) defende que o direito é meramente declarado, e 
Bentham e Austin apud MacCormick (1966, p. 204) alegam ser o direito criado pelos 
juízes – havendo, contudo, na Common Law, um respeito obrigatório aos 
precedentes. Embora este reconhecimento doscostumes fosse algo notado desde 
a antiguidade, o sistema da Common Law, nos contornos conhecidos na 
contemporaneidade advém do sistema inquisitório inglês dos séculos XII e XIII, e, 
sobretudo, do reinado de Henrique II, em 1154, onde se implantou o stare decisis, 
que é a obediência aos precedentes. Nota-se que o clamor social também influi no 
Common Law, como, e.g. no assassinato de Thomas Becket, que levou a certo 
retrocesso deste sistema jurídico, e, mais ainda, com o implantar do 
parlamentarismo, que impôs limites aos costumes e precedentes, ao codificar alguns 
costumes na forma de lei. 
Com os romanos, observa-se um maior desenvolvimento da prerrogativa 
de escrever, sistematizar e codificar os costumes; muito embora a aplicação de 
elementos costumeiros não positivados fosse passível de acontecer. É em 
decorrência desta forma de Direito, mormente denominada Civil Law, que se tem um 
sistema jurídico fundamentado em leis escritas e codificadas, que englobam de 
forma geral e genérica, os casos particulares; cuja característica principal, além de 
ter como lastro a norma escrita, é apresentar um número extenuante mente maior 
de leis positivadas, em comparação com o Common Law; posto que os operadores 
 
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do Direito, ao se depararem com um caso concreto, podem e devem recorrer às leis 
codificadas, analisando a que melhor se adequa, para que esta seja aplicada, sendo 
que os princípios do Direito, neste sistema, são elementos objetivos advindos da lei, 
aplicada com o intuito de assegurar um direito subjetivo. 
O Civil Law teve sua gênese primal, na forma como presentemente se 
nota nos ordenamentos jurídicos das nações, sob os auspícios do paradigma jurídico 
do Estado Liberal, respaldado pelo advento dos ideais desfraldados pela Revolução 
Francesa, levada a efeito pela Burguesia no ano de 1789, e que se sobrepôs ao 
Absolutismo e deu início ao denominado Constitucionalismo. Dado o momento 
histórico em que se vivia, em que a sociedade visava, sobretudo, impedir o 
absolutismo, limitando o poder estatal, surgiu a necessidade de se instituir um 
formalismo jurídico onde as normas legais fossem fixadas de forma indubitável, e 
onde a hermenêutica interpretativa do texto legal não fosse passível de desvirtuá-lo, 
sob pena de um autoritarismo político e/ou jurídico se impusesse à sociedade. 
Deste modo, o Sistema Jurídico do Civil Law caracteriza-se pelo fato de 
as leis serem a pedra primal da igualdade e da liberdade, posto que objetivava proibir 
o juiz de lançar interpretação sobre a letra da lei, fornecendo, para tanto, o que se 
considerava como sendo uma legislação clara e completa; onde, ao magistrado, 
caberia apenas proceder à subsunção da norma, solucionando, assim, os litígios, 
sem que haja uma necessidade premente de se estender ou restringir o alcance da 
lei, e sem que exista a ausência ou conflito de normas. Deste modo, ao se manter o 
juiz atado ao escrito na lei, se obteria a segurança jurídica, sendo este um elemento 
indispensável às decisões judiciais. Tal segurança seria originária na própria lei que 
mitiga a capacidade interpretativa do juiz, de modo que este não favorecesse a um 
dos litigantes e prejudicasse o outro. Nota-se aí, um ideal de fraternidade – um dos 
ideais apregoados pela Revolução Francesa – posto que a norma jurídica positivada 
também não favorece a um dos contendores em detrimento do outro, por ser 
isonômica e equânime, sendo igual para ambos, independentemente do polo em que 
se encontram na lide, e da condição social que detêm. Assim, o sistema da Civil Law, 
não apenas idealizou de forma fantasiosa que o magistrado apenas atuaria a 
vontade da norma, como presumiu que o cidadão seria detentor de segurança 
jurídica e previsibilidade no tocante às relações sociais, originárias na segurança de 
ter o juiz togado como mero aplicador subserviente das leis positivadas e codificadas. 
Esta restrição do juiz togado, concedida pela lei, se mostra em 
consonância com o princípio da tipicidade das formas processuais vigente no Estado 
Liberal, sendo, conforme Chiovenda (1901) apud Denti (1993), as formas do 
processo, uma “garantia das liberdades” dos jurisdicionados contra o arbítrio do 
magistrado; uma vez que existe uma “estreita ligação entre a liberdade individual e 
o rigor das formas processuais”. Nesta acepção, ao se aferir o poder de atuação do 
magistrado pelo texto da lei, exercer-se-ia um controle da atividade jurisdicional, 
assegurando às partes que o juiz não haveria de exceder os ditames e confins das 
praxes processuais; sendo, neste feito, a lei, uma forma de ‘conter’ o Poder Judiciário 
 
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Conclusão: O ordenamento jurídico brasileiro segue o sistema jurídico romano-
germânico, também denominado Civil Law, tendo por característica uma hipertrofia 
legislativa, onde impera um grande número de normas positivadas, que visam tutelar 
de forma genérica e abstrata os direitos dos quais os cidadãos são detentores, 
partindo da norma abstrata em direção ao caso concreto. Tais normas geram uma 
obrigatoriedade, onde o Poder Judiciário se encontra vinculado aos dispositivos 
legais, devendo se pautar por eles, e não detendo legitimidade para ‘inovar’ a matéria 
previamente legislada. Observa-se, todavia, um evoluir deste posicionamento – 
ainda que tímido – ante a incorporação de características típicas do Common Law, 
como a inserção da faculdade de complementação da lei por meio do considerar dos 
costumes nos casos em que a lei é omissa, bem como com a capacidade de se 
julgar, ante a ausência legislativa, pela analogia, os costumes, e os princípios gerais 
de direito. 
O sistema jurídico anglo-saxão – Common Law –, que tem permeado na 
ordem jurídica brasileira, contando com afinidades e diferenças com relação a esta, 
apresenta como característica a criação das normas jurídicas tendo por lastro os 
precedentes fixados nos julgados anteriores, e no considerar dos costumes 
vigorantes no meio social, partindo do caso concreto para se fixar uma norma 
genérica abstrata. 
 
RAMOS DO DIREITO. 
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO 
 
O DIREITO É UNO E INDIVISÍVEL, contudo sua divisão em direito público 
e privado é aceita por ser útil e necessária, não só sob o prisma da ciência do direito, 
mas também do ponto de vista didático. 
 
NÃO É ABSOLUTA ESTA SEPARAÇÃO = OS RAMOS SE 
INTERCOMUNICAM. 
 
Esta divisão dicotômica vem desde o Direito Romano. 
Atualmente, com os novos direitos sociais, que ultrapassam a mera 
individualidade, mas que não se tornam direito público, como o direito ambiental e o 
direito do consumidor, criou-se uma divisão tricotômica em direito público, direito 
privado e direito difuso. 
 
ATUALMENTE: 
 
- DIREITO PÚBLICO; 
- DIREITO PRIVADO; 
- DIREITO DIFUSO. 
 
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 Direito Público Direito Privado 
Conteúdo ou objeto da 
relação jurídica 
 
Interesse Geral Interesse Particular 
Forma da relação Relação de 
Subordinação 
Relação de Coordenação 
 
 
 
DIREITO PUBLICO: 
 
a) Normas Jurídicas que tem como matéria o Estado, suas funções e organização, 
a ordem e segurança interna, com a tutela do interesse público, tendo em vista a paz 
social; 
 
b) As relações entre os Estados (DIREITO INTERNACIONAL); 
 
DIREITO PRIVADO: 
 
Normas Jurídicas que tem como matéria os particulares e as relações 
entre eles estabelecidas, cujos interesses são privados, tendo por fim a perspectiva 
individual. 
 
DIREITO DIFUSO: 
 
São os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares 
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias defato. Ex. O direito de respirar 
o ar puro, o direito de não termos publicidade enganosa. 
 
 
DIREITO PÚBLICO 
 
A) INTERNO 
 
1. D. Constitucional; 
2. D. Administrativo; 
3. D. Tributário; 
4. D. Financeiro; 
5. D. Processual; 
6. D. Penal; 
7. D. Previdenciário 
 
 
 
 
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B) EXTERNO 
 
1. Direito Internacional Público; 
2. Direito Internacional Privado 
 
 
DIREITO PRIVADO: 
 
1. Direito Civil; 
2. Direito Comercial; 
3. Direito do Trabalho; 
4. Direito do Consumidor. 
 
 
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO 
 
1) DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
O DIREITO CONSTITUCIONAL engloba as normas jurídicas 
constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à CONSTITUIÇÃO FEDERAL, dentre 
as quais: 
 
a) FORMA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO; 
b) REGIME POLÍTICO; 
c) COMPETÊNCIA E FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS ESTATAIS ESTABELECIDOS; 
d) DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
 
Todos os demais ramos do direito centralizam, como ponto de apoio, no 
direito constitucional. As normas de direito público, privado ou difuso, NÃO PODEM 
CONTRARIAR O COMANDO CONSTITUCIONAL, sob pena de 
INCONSTITUCIONALIDADE. 
 
As demais normas devem se adequar as NORMAS CONSTITUCIONAIS. 
 
Todos os RAMOS DO DIREITO (Administrativo, Tributário, Financeiro, 
Penal, Processual Civil, Processual Penal, Trabalho, etc.), mantém LIGAÇÕES 
CONCRETAS COM O DIREITO CONSTITUCIONAL. 
 
 
2) DIREITO ADMINISTRATIVO: 
 
É um conjunto de normas concernentes a ação governamental, à 
organização e realização de serviços públicos destinados a satisfazer um interesse 
estatal, à instituição dos órgãos que os executam, à capacidade das pessoas 
administrativas, a competência no exercício das funções públicas, ás relações da 
 
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administração com os administrados e à proteção recursal às garantias outorgadas 
aos cidadãos para a defesa de seus direitos (Maria Helena Diniz). 
 
Administração Direta, Administração Indireta (Autarquias, Sociedades de 
Economia Mista, Empresas Públicas, etc.), Órgãos Públicos, Serviços Públicos, 
Poder de Polícia, Ato Administrativo, Licitações, Bens Públicos, Intervenção na 
Propriedade Privada pelo Poder Público, entre outros, são assuntos tratados pelo D. 
Administrativo. 
 
3) DIREITO TRIBUTÁRIO: 
 
Conceito: “Ramo do Direito que ocupa das relações entre o FISCO e as 
PESSOAS SUJEITAS A IMPOSIÇÕES TRIBUTÁRIAS DE QUALQUER ESPÉCIE, 
limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder” 
(Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário). 
 
É o ramo que está ligado com a instituição, arrecadação e fiscalização de 
tributos (impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios). 
 
PRINCIPAL NORMA: Código Tributário Nacional, Constituição Federal e 
demais normas esparsas. 
 
 
4) DIREITO FINANCEIRO: 
 
É o ramo que se preocupa com a atividade financeira do estado, 
regulando a despesa e a receita pública. Arrecadar e gastar 
 
 
5) DIREITO PROCESSUAL (ADJETIVO): 
 
Regular o processo judicial (procedimento) e a organização judiciária; 
disciplina as atividades dos juízes, dos tribunais ou órgãos encarregados da justiça. 
 
Definição: é o ramo do direito público interno que rege a organização e as funções 
do poder judiciário e o processo, isto é, a operação por meio da qual se obtém a 
composição do litígio. O direito processual pode ser civil, penal e do trabalho: 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL: regula as situações relativas à órbita civil, 
comercial, fiscal, administrativa, do consumidor, etc. seu principal instrumento é o 
CPC (código de processo civil). 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: regula as situações relativas à órbita penal, ou 
seja, rege o modo como o estado soluciona as lides oriundas das infrações da lei 
 
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penal. Instrumentos: CPP, lei das execuções penais e a lei dos juizados especiais 
criminais (lei 9.099/95 e10.259/01) 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: regula as situações relativas à órbita 
trabalhista. Sua base principal é a CLT – consolidação das leis do trabalho e o código 
de processo civil. 
 
 
6) DIREITO ELEITORAL: conjunto de normas jurídicas que estabelecem os 
critérios e as condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como 
as datas das eleições, as formas de apurações, o número de candidatos a serem 
eleitos, fixando as bases para criação e o funcionamento dos partidos políticos, etc. 
 
7) DIREITO MILITAR: é aquele que regula as normas que afetam os militares. 
Temos o código penal militar e o código de processo penal militar. 
 
 
8) DIREITO PREVIDENCIÁRIO: 
 
Maria Helena Diniz classifica como ramo do direito público, ao contrário 
de Rizzatto, para quem é direto difuso ramos do direito público externo 
 
1) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: é um conjunto de normas 
consuetudinárias (surge do costume) e convencionais que regem as relações, 
diretas ou indiretas, entre estados e organismos internacionais (ONU, UNESCO, 
OIT, OMS), que as consideram obrigatórias. Aqui, as relações são de coordenação 
e não de subordinação. 
 
Ex.: tratados e convenções 
 
 
2) DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: Maria Helena Diniz elenca o Direito 
privado como ramo do direito público ao passo que Rizzato Nunes, classifica como 
direito difuso. 
 
 
RAMOS DO DIREITO PRIVADO 
 
1) DIREITO CIVIL- ramo do direito privado destinado a reger relações familiares, 
patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, 
ou seja, enquanto membros da sociedade trata: 
 
a) capacidade e o estado da pessoa; 
b) o nascimento, o fim, o nome, a maioridade, etc.; 
 
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c) as relações familiares – casamento, separação, divórcio, relações de parentesco, 
pátrio poder, etc; 
d) as relações patrimoniais e obrigacionais – direitos reais e pessoais, posse, 
propriedade, compra e venda, contratos; 
e) sucessão hereditária – divisão, espólio, meação, testamentos, etc. 
 
PRINCIPAL DIPLOMA: CÓDIGO CIVIL (2002) QUE REVOGOU O CC DE 1916. 
TEMOS TAMBÉM LEIS ESPARSAS. 
 
 
2) DIREITO COMERCIAL OU EMPRESARIAL- normas que regulam a atividade 
comercial ou empresarial. É um direito voltado a disciplina da atividade econômica 
organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços. Trataremos no 
Direito Comercial, além dos entes comerciais (sociedades e firmas individuais), dos 
títulos de crédito (cheque, nota promissória, duplicata, letra de câmbio, etc.), 
recuperação empresarial e falência. 
 
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS LEGAIS: 
CÓDIGO CIVIL, CÓDIGO COMERCIAL (1850) E LEIS ESPARSAS (LEI DE 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS, LEI DAS S/A, etc.). 
 
Maria Helena Diniz elenca como do ramo privado, o direito do trabalho e 
do consumidor, que Rizzatto entende como sendo difuso. 
 
 
RAMOS DO DIREITO DIFUSO: 
 
1.DIREITO DO TRABALHO - há uma forte corrente, que classifica o Direito do 
Trabalho como ramo do direito privado, pois disciplina o contrato de trabalho entre 
particulares (patrão e empregado). Porém é forte a intervenção do Estado nos 
contratos de trabalho. Normas jurídicas que regulam as relações entre empregado e 
empregador (patrão), compreendendo o contrato de trabalho, o registro do 
empregado, a rescisão, a despedida, as verbas trabalhistas, os salários e seus 
reajustes, a duração da jornada de trabalho etc. 
 
Também, tratamos do Direito Coletivo do Trabalho, quando temos os 
acordos coletivos de trabalho, organização sindical, direito de greve, etc. 
 
PRINCIPAL DIPLOMA: CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

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