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Artigo - Direito Empresarial - Órgãos da falência

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UNIÃO LATINO-AMERICANA DE TECNOLOGIA 1 
 
 
 
 
 
ANA CARLA ALVES COELHO 
SUELI DE ANDRADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÓRGÃOS DA FALÊNCIA: ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES, 
COMITÊ DE CREDORES E ADMINISTRADOR JUDICIAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JAGUARIAÍVA 
2020 
 
2 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho objetiva o estudo dos órgãos da falência, sendo eles: Comitê 
de Credores, Administrador Judicial e Assembleia Geral de Credores. A legislação a ser 
discutida é denominada Lei de Falências e Recuperação empresarial, que compreende a 
Recuperação Judicial, Especial, Extraordinária e Extrajudicial, trazendo inovações às 
empresas em crise, seja ela econômica, patrimonial ou financeira. Esta lei proporciona a 
possibilidade de participação dos credores nas decisões, para que deste modo não haja 
decisões prejudiciais. 
 
 
 
 
 
Palavra-chave: Falência. Órgãos. Comitê de Credores. Assembleia Geral de Credores. 
Administrador Judicial. Remuneração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The present work aims to study the bankruptcy bodies, which are Creditors 
Committee, Judicial Administrator and Creditors' General Meeting. The legislation to be 
discussed is called Bankruptcy and Corporate Recovery Law, which comprises Judicial, 
Special, Extraordinary and Extrajudicial Recovery, bringing innovations to companies in 
crisis, whether economic, patrimonial or financial. This law provides the possibility for 
creditors to participate in decisions, so that there are no harmful decisions. 
 
 
 
 
 
Keyword: Bankruptcy. Organs. Creditors Committee. Creditors' General Meeting. 
Judicial Administrator. Remuneration. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Antes de abordar o assunto, faz se necessário o entendimento da figura dos 
personagens envolvidos no processo de falência. O empresário, “o empresário é 
aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção 
ou a circulação de bens ou de serviços” (art.966/CC). Neste contexto é preciso 
também conceituar o que é falência, segundo J. C. SAMPAIO DE LACERDA: 
 
“Falência é, pois, a condição daquele que, havendo recebido uma 
prestação a crédito, não tenha à disposição, para execução da 
contraprestação, um valor suficiente, realizável no momento da 
contraprestação. A falência é por isso um estado de desequilíbrio entre os 
valores realizáveis e as prestações exigidas”. 
 
 
A figura do magistrado (juiz competente) é aquela encarregada por realizar a 
fiscalização da atuação dos órgãos, cabendo a este decidir por algumas questões de 
grande relevância. Podendo citar como exemplo desta, a escolha do administrador 
judicial e sua destituição de ofício. 
Em referência a Assembleia Geral dos Credores, concretiza-se que esta é 
considerada pelos estudiosos um órgão deliberativo, que tem como 
responsabilidade examinar, debater e refletir sobre questões acerca de sua 
competência. 
Quanto ao órgão conhecido como Comitê de Credores, é considerado 
inovador pela lei vigente, é constituído por intermédio de uma deliberação de 
qualquer classe de credores na Assembleia. 
 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
A metodologia utilizada para o pleno desenvolvimento deste trabalho 
constitui em pesquisa realizada e terá como base principal a Lei nº 11.101, de 9 de 
fevereiro de 2005 (Lei de falência e recuperação judicial e extrajudicial), bem como 
consultas aos livros dos doutrinadores Fabio Ulhôa Coelho, José Candido Sampaio 
de Lacerda e a estudiosa Anna Christina Gonçalves de Poli, para que haja através 
destes um entendimento propicio ao tema debatido. 
5 
 
 
 
3 DESENVOLVIMENTO 
 
 
3.1 ÓRGÃOS DA FALÊNCIA 
 
Primeiramente para início dos estudos do tema tratado, devem-se apontar 
os três órgãos da falência a serem debatidos no decorrer da pesquisa, sendo estes, 
Administrador Judicial, Assembleia Geral de Credores e por fim o Comitê de 
Credores. 
 
 
3.1.1 Assembleia dos credores 
Conhecida também como “Assembleia geral de credores” pode-se dizer que 
esta é considerada um órgão deliberativo, cuja responsabilidade é manifestar 
interesse entre aqueles que são titulares do crédito sobre aquela sociedade 
empresária, ou seja, sua função é examinar, debater e decidir matérias referentes à 
sua competência. Para melhor entendimento do assunto tratado, analisa-se o art.35, 
inciso II, da Lei 11.101/05 – Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e de 
Falência1. 
Á vista disso podemos analisar que a assembleia de credores possui 
poderes e atribuições maiores atualmente, desta depende a realização de 
aprovação, modificação ou rejeição especificada no plano de recuperação judicial. 
Outro ponto de grande relevância desta nova lei, é que o perspectivo órgão 
delibera sob dois institutos de grande destaque, sendo estes, recuperação judicial e 
falência. 
 
3.1.1.1. Quanto à estrutura ou representação da assembleia geral de credores. 
A lei especifica que a Assembleia Geral de Credores é composta por classes 
de credores, sendo eles: 
 
1Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: II – Na falência: 
a) (VETADO); b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua 
substituição; c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta 
Lei; d) qualquer outra matéria que possa afetar o interesse dos credores. 
 
6 
 
 
 
I. Os titulares de créditos que são derivados da legislação trabalhista ou 
aquelas que decorrem de acidentes de trabalho; 
II. Titulares de créditos que possuem garantias reais; 
III. Titulares de crédito quirografários, possuindo um privilégio especial, 
com privilégio geral ou subordinado; 
IV. Os que são titulares de crédito especificados como empresa de 
pequeno porte e microempresa. 
Seguindo essa linha de estudo, o administrador é enquadrado como 
presidente, cabendo a este, especificar quais dos credores será o secretário. 
Em convocação da Assembleia Geral dos Credores, cuja deliberação verse 
sobre afastamento do administrador judicial, ou outros assuntos que haja 
incompatibilidade deste, o órgão é presidido pelo credor que se faz presente e que 
seja titular do maior crédito. 
Referindo-se sobre a possibilidade de participação da assembleia, deve o 
interessado assinar a lista de presença, sendo encerrada no momento de sua 
instalação. 
Em conformidade com os estudos do tema, é visível a possibilidade de 
participação do credor por intermédio de representante mandatário ou representante 
legal, devendo cumprir o requisito de entregar ao administrador judicial em até 24 
(vinte e quatro) horas antes da data que é prevista no aviso de convocação, outro 
requisito imprescindível é o documento hábil comprovando os poderes ou até 
indicação de folhas dos autos do processo que esteja o documento. 
Outro ponto relevante dessa representação é a possibilidade de o sindicato 
representar associados titulares de créditos que são derivados do ordenamento 
trabalhista ou de acidentes de trabalho, devendo estes, para que haja essa 
possibilidade, não comparecer ou representar através de procurador na assembleia. 
De acordo com tais fatos expostos, deve o sindicato apresentar ao 
administrador judicial uma relação de quem irá representar, tendo um prazo de até 
10 dias antes da assembleia. 
Nos casos de trabalhadores que conste em mais de um sindicato tem o 
prazo de até 24 horas antes da assembleia para esclarecer, concretizando qual 
sindicato lhe representa, sob pena de não ter a possibilidade de representação por 
nenhum dos sindicatos. 
7 
 
 
 
A finalidade desse entendimento é proporcionar um suporte ao trabalhador 
que em certos casos, não tem entendimento do modo de como funciona o processo 
falimentar, e acabaria até por concordarcom ações que lhe prejudicariam. 
Por fim, pode-se considerar que esta medida é a mais adequada por 
proporcionar aos trabalhadores a oportunidade de obtenção de voz nas 
assembleias, sendo que estes na maioria das vezes não poderiam comparecer 
pessoalmente ou indicar procuradores, e com tal representação através de sindicato 
garantem essa possibilidade. O voto do sindicato deve ser computado levando em 
conta o valor de crédito de cada um dos trabalhadores. 
 
 
3.1.1.2 Quanto à convocação e deliberação 
A pesquisa sobre o tema tratado aponta que a convocação da assembleia 
será feita pelo magistrado, também pode ser feito pelo Comitê de Credores ou até 
pelos credores que possuem como requisito 25% do total dos créditos de uma 
classe. Em caso de convocação pelo juiz, quem paga as despesas dessa 
convocação é o devedor ou a massa falida, mas as convocações realizadas por 
parte do Comitê ou credores, as despesas devem ser ressarcidas pelos credores. 
Conforme citado anteriormente, se a convocação for feita pelo juiz, dar-se- a 
por intermédio de edital publicado em órgãos oficiais e jornais de grande circulação, 
devendo estes, ainda, estar situado na sede de suas respectivas filiais, respeitando 
o prazo de no mínimo 15 dias de antecedência. 
Quanto ao edital, este deve conter algumas características, sendo elas: o 
local, a data e a hora da assembleia em primeira convocação. A segunda 
convocação não pode ser realizada com um intervalo menor que cinco dias da data 
da primeira convocação, também deve haver a ordem do dia, e por último o local 
aonde permite que os credores possam obter cópia do plano de recuperação, se 
este for o caso. 
Quando falamos em deliberações, cabe ressaltar que o voto do credor deve 
ser proporcional ao valor do seu crédito, apontando que os credores da relação de 
trabalho realizam seus votos com a classe I, com o total de seu crédito, 
independentemente do valor, já os credores da classe II votam com esta classe até 
o montante do valor gravado, e a classe III pelo restante do valor de seu crédito. 
8 
 
 
 
As classes de titulares de créditos derivados da legislação trabalhista ou 
decorrentes dos acidentes de trabalho, e os titulares de créditos que são 
microempresários ou empresas de pequeno porte, a proposta pode ser aprovada 
pela maioria simples dos credores que estejam presentes, não levando o valor do 
seu crédito. 
Transcorrido assembleia é lavrado uma ata que deve conter o resultado da 
votação, devendo apresentar os nomes de todos os presentes, bem como as 
assinaturas do Presidente e de mais dois membros das classes votantes. A ata deve 
ser entregue ao juiz no prazo de 48 após a sessão. 
 
 
3.1.1.3 Quanto à instalação 
Com o intuito de precaver procrastinações nas deliberações, a legislação 
dispõe que o órgão seja instalado na presença de mais da metade dos créditos de 
cada uma das classes, são deste modo, computados pelo valor, dispondo que este 
caso é em primeira instância. Já na segunda instância a convocação é realizada 
com qualquer número, prevendo com a mesma finalidade de se acautelar com 
atrasos e morosidades, o ordenamento traz a previsão que o credor deve assinar a 
lista de presença que é encerrada no momento da instalação. 
 
 
4 COMITÊ DE CREDORES 
 
O Comitê de Credores é um órgão considerado como inovador na Lei de 
Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial, mas ela já era descrita na lei 
anterior. 
Considerado um órgão facultativo da falência, e da recuperação judicial, 
sendo constituído por uma deliberação independentemente de classe de credores 
na Assembleia Geral, mas para isso depende da necessidade do processo. 
Seu funcionamento mostra que o objetivo é destinar efeitos de grande 
expressão, ou seja, o fator econômico justifica sua criação. Caso criado o Comitê em 
situações inexpressivas acarreta ônus considerados impossíveis para ser suportado 
pelo montante da massa insolvente. As atribuições são exercidas pelo administrador 
9 
 
 
 
judicial e no que se refere à administração da massa falida pode ser exercido de 
forma eventual pelo juiz. 
 
 
4.1 QUANTO A ESTRUTURA E REPRESENTAÇÃO DO COMITÊ DE 
CREDORES 
 
Nos estudos realizados acerca do tema, cita a existência de classes de 
credores, ou seja, três representantes de cada respectiva classe possuindo cada 
uma, dois suplentes. Para entendimento da pesquisa citam-se o art. 26, da lei nº 
11.101/05 - Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e de Falência2. 
Seguindo tal contexto, o Comitê pode ter seu funcionamento normal com a 
representação de até duas classes de credores, em um momento posterior se 
houver interesse da classe que estiver faltante, pode requerer de forma direta ao 
magistrado, não dependendo de realização da Assembleia Geral para nomear 
representantes e suplentes. 
O representante é escolhido entre os três membros mencionados, em caso 
de empate na votação é solucionado pelo administrador e em casos de 
incompatibilidade se dá pelo juiz. 
Em conformidade com as compreensões, o Comitê de Credores tem como 
atribuição fiscalizar e verificar irregularidades que devem ser informadas ao 
magistrado, tendo juntamente legitimidade para emprazar a Assembleia Geral dos 
Credores. Examinemos tais atribuições: 
I. Realizar a fiscalização das atividades e exames das contas do 
administrador judicial; 
II. Zelar pelo bom andamento do perspectivo processo e conjuntamente 
pelo cumprimento da lei, podendo optar por diversas medidas que garanta direitos 
de credores e classe que representa; 
 
2Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores 
na assembleia-geral e terá a seguinte composição: 
I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; 
II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou 
privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; 
III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, 
com 2 (dois) suplentes. 
IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e 
empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. 
10 
 
 
 
III. Comunicação do juiz em casos de violação de direitos ou até prejuízos 
aos interesses dos credores; 
IV. Apuração e emissão sobre reclamações dos considerados 
interessados; 
V. Requerimento ao juiz, para convocação da Assembleia Geral de 
Credores; 
VI. Manifestação em casos prevista na lei. 
No que tange as decisões do órgão tomadas por maioria, são consignadas 
em livros de atas, que devem ser rubricados pelo juízo, tendo amplo acesso o 
administrador judicial, devedor e os credores, e havendo impasse cabe ao 
administrador judicial e o juiz solucionar. 
 
 
4.2 QUANTO A REMUNERAÇÃO E RESPONSABILIDADE DOS MEMBROS DO 
COMITÊ DE CREDORES 
 
A respeito da remuneração dos membros do comitê, é compreendido que 
não pode ser pago pelo devedor ou pela massa falida, é tido esse entendimento 
porque o órgão atua em favor dos credores, devendo deste modo ser remunerado 
pelos credores, e não pelo devedor que não é representado por este, e menos pela 
massa falida que é representada pelo administrador judicial. 
Nesse contexto é possível pontuar que a função dos respectivos membros 
pertencentes ao comitê pode ser remunerada ou não, dependendo tão somente da 
deliberação da Assembleia dos Credores. 
Caso seja descrito que tal função é gratuita, e não houver interesse de 
exercer devidas tais condições, deve apenas não aceitar essa proposta para compor 
no órgão. Ao contrário em casos de aprovação pela Assembleia dos Credores de 
determinada remuneração aos membros desse órgão, deve ela também decidir 
sobre o valor e quem deverá custear. Sendo proibido na lei que o custeio seja pago 
pelo devedor ou massa falida.Devendo os credores se cotizar para levantamento 
deste recurso para realizar o pagamento aprovado pela Assembleia dos Credores. 
Em hipóteses em que o credor é voto vencido, é obrigatório entrar com sua 
parte, a exceção é em situações que o valor aprovado não seja considerado 
11 
 
 
 
razoável, levando em conta a importância do passivo ou trabalho dos membros 
deste órgão. 
A Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial dispõe que as 
despesas comprovadas e juntamente autorizadas pelo magistrado podem ser 
ressarcidas, desde que atendendo certos requisitos, sendo, disponibilidade de caixa, 
de massa e pôr fim a do devedor. 
Quanto aos atos praticados pelo comitê, traz uma responsabilidade a seus 
membros, devendo aquele que está dissidente fazer com que esteja descrito em sua 
dissidência sua não responsabilização por determinado ato do comitê. 
 
 
4.3 QUANTO AOS IMPEDIMENTOS, SUBSTITUIÇÕES E DESTITUIÇÕES 
 
No que se refere aos impedimentos aplicados aos membros, são 
exatamente os mesmos aplicados aqueles que são administrador judicial. Podendo 
ponderar para conhecimento concreto dos impedidos o art. 30 e seus parágrafos da 
Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial 3. 
Nos casos citados, pode requerer ao juiz troca de membro do órgão sendo 
qualquer credor ou Ministério Público. Pode o magistrado de ofício ou mediante 
requerimento do interessado, destituir aquele que seja membro e que tenha agido de 
forma contrária ao que dispõe a lei, como exemplo deste descumprimento dos 
deveres, omissão, agido de forma negligente, ou até praticado ato lesivo ás 
atividades daquele considerado como devedor ou terceiros. 
 
 
 
 
3Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos 
últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em 
falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos 
legais ou teve a prestação de contas desaprovada. 
§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem 
tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, 
controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. 
§ 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do 
administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta 
Lei. 
 
12 
 
 
 
5 ADMINISTRADOR JUDICIAL 
 
A Lei de Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial trouxe inovação, 
que é o Administrador Judicial, que substituiu o Síndico na falência, ressaltando que 
as funções são distintas. Algumas das imprescindíveis modificações são: redução da 
autonomia do renomado administrador judicial e a simplificação e racionalização do 
procedimento optado. 
O administrador judicial é considerado um fiscalizador do falido, e não 
administrador, somente atua como administrador quando o administrador do falido 
tiver sido afastado dos negócios, exercendo tal função até que a assembleia nomeie 
um gestor judicial. 
Alguns doutrinadores dizem que o administrador é um auxiliar do 
magistrado, não representando os credores e nem substitui o devedor considerado 
falido. Este deve cumprir com as funções descritas na legislação. Outros precursores 
têm como entendimento que o administrador judicial é representante da comunhão 
de interesses dos credores, ou seja, a massa falida. 
Quando falamos dos fins penais, o administrador judicial é tido como 
funcionário público. Já para os demais, como exemplo, no plano do direito civil e 
administrativo, é considerado agente externo que colabora com a justiça, sendo de 
confiança do magistrado que o investiu nesta função. 
Este profissional deve ter condições técnicas e com experiência para 
desenvolver essa função, ou seja, pessoa com experiência e conhecimento acerca 
de administração de empresas do porte devedora. 
 
 
5.1 DOS REQUISITOS E IMPEDIMENTOS DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
 
A presente lei não dispõe de modo especificado os requisitos necessários 
para exercer a função de administrador judicial, trazendo apenas que a pessoa física 
seja um profissional idôneo, de preferência advogado, economista, administrador, 
contador, e em casos de pessoa jurídica, deve indicar o responsável pela condução 
13 
 
 
 
do processo. Nesse contexto é valido citar o art. 21, da Lei de Falências e 
Recuperações Judiciais e Extrajudiciais4. 
Alguns estudiosos entendem que os únicos requisitos trazidos são a 
idoneidade e habitação profissional, e que tais profissões citadas não têm caráter 
obrigatório, e sim preferencial. 
Conclui deste modo que em comparação com as demais legislações 
estrangeiras, ela é considerada mais omissa no que se refere a requisitos do 
administrador judicial. 
Quanto aos impedimentos, estes são repetidos ao da lei anterior que tratava 
o tema debatido, acrescentou apenas o lapso temporal, correspondente a 5 anos 
para aqueles que foram afastado de sua função de administrador judicial ou membro 
do comitê em falência. 
 
 
5.2 DAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS AO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
 
A legislação nomeia as atribuições do administrador judicial, comuns a 
falência e recuperação judicial, sendo elas: 
a. Envio de correspondência aos credores, neste comunica a data do 
pedido de recuperação judicial ou decretação da falência, juntamente sua natureza, 
valor e classificação de seus créditos; 
b. Ciência dos acontecimentos ocorridos no processo para fornecimento 
aos credores interessados em informações solicitados, de forma rápida e eficaz; 
c. Dar extratos dos respectivos livros do devedor, que merecem fé de 
ofício, servindo para fundamentar habilitações de crédito ou impugnações; 
d. Exigir dos credores informações necessárias ao desenrolar do 
processo, devendo definir os créditos que farão parte da relação de credores e após 
para consolidar o quadro geral de credores; 
e. Requerer convocação da Assembleia geral de Credores para deliberar 
sobre assuntos que a lei exige ou que entenda necessária; 
 
4 Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, 
administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. 
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de 
que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de 
falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. 
14 
 
 
 
f. Contratar profissionais que sejam especializados, com autorização 
judicial, para que estes auxiliem no exercício de suas funções; 
g. Se manifestar quando a lei prevê. 
O legislador também se preocupou em especificar as atribuições que são 
destinadas apenas a falência, pois nesta a clareza dos atos e das informações é tida 
como uma exigência dos credores, deste modo vale citar essas atribuições: 
I. Aviso pelo órgão oficial, o receptivo lugar, hora, que diariamente os 
credores terão disposição aos livros e documentos do falido; 
II. Análise da escrituração do devedor; 
III. Colacionar os processos da massa falida e assumir a representação 
judicial; 
IV. Recebimento e abertura de correspondência do devedor, o que não for 
de interesse da massa deve ser entregue a ele; 
V. Apresentar no prazo de 40 dias, sendo contado da assinatura do termo 
de compromisso, podendo ser prorrogável por igual período, o relatório referente as 
causas e circunstâncias que conduzem a situação da falência, devendo apontar a 
responsabilidade civil e penal daqueles que estão envolvidos; 
VI. Arrecadar bens e documentos do devedor, devendo elaborar os autosde arrecadação; 
VII. Avaliação dos bens arrecadados; 
VIII. Contratação de avaliadores, cuja preferência é oficial, devendo ter 
autorização judicial, para tal avaliação; 
IX. Atuar sobre a realização do ativo e pagamento do passivo; 
X. Requerimento ao magistrado da venda de bens perecíveis, 
deterioráveis ou até aqueles que estejam sujeitos a desvalorização ou conservação 
arriscada; 
XI. Atuar em defesa de interesse da massa falida, cobrando deste modo 
dívidas e dando a quitação; 
XII. Remir os bens apenhados, penhorados ou que estejam legalmente 
retidos; 
XIII. Representar massa falida em juízo, tendo a possibilidade de contratar 
advogado caso seja necessário, devendo ter autorização judicial; 
XIV. Requerer medidas e diligências necessárias para cumprimento da lei; 
15 
 
 
 
XV. Apresentar ao juiz para a juntada dos autos, mensalmente conta 
demonstrativa da administração; 
XVI. Em casos em que seja substituído, deve entregar todos documentos e 
bens da massa falida que estiverem sob seu poder; 
XVII. Prestar contas quando o processo tiver seu fim, ou quando destituído, 
substituído, ou quando houver renúncia ao cargo. 
 
 
5.3 DA REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
 
Ao falarmos em remuneração do administrador judicial, este é fixado pelo 
Juiz da causa, juntamente irá concretizar a forma de pagamento desta remuneração, 
levando em conta a capacidade de pagamento do devedor, grau de complexidade 
do trabalho, valores praticados no mercado em atividades semelhantes. 
Vale citar que a remuneração não pode exceder o correspondente de 5% do 
montante, a ser pago aos credores do valor da venda dos respectivos bens na 
falência. 
A remuneração na falência deve refletir na ponderação de quatro fatores, 
sendo o primeiro referente a diligência demonstrada pelo administrador judicial e 
qualidade do trabalho devotado ao processo, o segundo diz sobre a importância da 
massa, sendo este o valor do passivo, levando em conta a quantidade de credores, 
o terceiro dispõe sobre valores praticados no mercado de trabalho que seja 
equivalente, o quarto fator é o limite máximo da lei, fixando o percentual de 5% 
sobre o valor de venda dos bens. 
Acerca deste tema, pontua que é reservado 40% do montante devido ao 
administrador judicial, esse valor é pago após apresentação e julgamento das contas 
do administrador. 
Em questões de substituição do administrador judicial, é remunerado de 
acordo com sua proporção do trabalho realizado. Em controvérsia, não é 
remunerado se injustificadamente renunciar ou destituído por desídia, culpa, dolo e 
descumprimento de obrigações estipuladas na legislação, e até em casos de contas 
não aprovadas. 
A questão a ser especificada também, é a respeito da remuneração dos 
auxiliares do Administrador Judicial, essas são fixadas seu valor pelo magistrado e 
16 
 
 
 
deve conter autorização judicial, tendo como termo para tal fixação, a complexidade 
do trabalho desenvolvido e valores praticados no mercado. 
 
 
5.4 DA SUBSTITUIÇÃO E DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
 
É possível citar hipóteses em que o juiz poderá nomear um substituto para o 
administrador, podendo citar como exemplo: 
1. Casos em que o Administrador Judicial não assinar o termo de 
nomeação; 
2. Quando não aceitar o cargo; 
3. Hipóteses de renúncia ao cargo; 
4. Casos de falecimento; 
5. Situações em que for interditado. 
No entendimento do estudo, cabe a Assembleia Geral de Credores 
deliberarem em situações de substituição do administrador, mas em casos 
destituição, cabe ao Juiz de ofício ou requerimento do Ministério Público e de 
qualquer credor ou do próprio devedor para esta destituição. Ressalvando que o juiz 
realiza a destituição ouvindo ou não, o fundamento desta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Dito e feito passamos as considerações finais sobre o tema. É notório 
que há importância de cada um dos órgãos citados, e suas mudanças com a 
legislação vigente, onde o juiz tem caráter obrigatório e com função de regente da 
falência, e pode ser considerado indispensável pelo exposto da condução dos 
processos do devedor que esteja em crise. 
Ao se referenciar mais explicitamente dos órgãos cabe concluir que uma 
assembleia geral de credores é considerada um órgão deliberativo, que tem a 
responsabilidade em manifestar interesse entre os titulares do crédito sobre uma 
sociedade empresária, cuja função é examinar, debater e decidir matérias referentes 
à sua competência. Enquanto que o Comitê de Credores é um órgão facultativo da 
falência e da recuperação judicial, constituído por uma deliberação 
independentemente de classe de credores na Assembleia Geral, mas para isso 
depende da necessidade do processo. 
 Estudamos ainda sobre o administrador judicial que é um agente 
fiscalizador da instituição falida, e não administrador desta, é considerado um 
auxiliar do magistrado e não representante dos credores, tão pouco substitui o 
devedor considerado falido. 
 Todos estes mecanismos de estudo contribuem na garantia da segurança 
jurídica entre os envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de direito Comercial.23ed. São Paulo: Saraiva. 
2011. 
 
 
DE POLI, Anna Christina Gonçalves. Os órgãos da falência e de recuperação de 
empresas. 2015. 
 
 
LACERDA, J. C. Sampaio de. Manual de Direito Falimentar. 12ª Ed. Rio de 
Janeiro. Livraria Freitas Bastos. 1985. 
 
 
PLANALTO. LEI Nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso 
em 18 de mar. 2020. 
 
 
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 9 ed. São Paulo: Método, 2019. 
 
 
VADE MECUM. Vade Mecum Saraiva/obra coletiva de autoria da Editora Saraiva 
com colaboração de Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. – 25. Ed. Atual. e 
ampl. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

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