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9 - Incontiência Fecal e Constipação InItestinal

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INCONTINÊNCIA FECAL E 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Prof. Ana Eulina Araújo
aeasfisio@gmail.com
PRINCIPAIS COMPONENTES DO TRATO 
GASTROINTESTINAL
o Boca
o Esôfago (Aprox. 25 cm)
o Estomago
o Intestino delgado (Aprox. 6 m)
o Duodeno (Aprox. 25 cm)
o Jejuno (Aprox. 2,5 m)
o Ìleo (Aprox. 3,5 m)
o Intestino grosso (Aprox. 1,5 a 1,8 m)
o Ano/reto – MAP
PRINCIPAIS COMPONENTES DO TRATO 
GASTROINTESTINAL
o Cólons
1) Absorção de água, eletrólitos e formação das fezes
2) Crescimento de microrganismos
3) Prover a base para uma evacuação normal
o Intestino grosso (Aprox. 1,5 a 1,8 m)
o Ceco (Aprox. 5 a 8 cm)
o Cólon Ascendente (Aprox. 15 a 20 cm)
o Cólon Transverso (Aprox. 30 a 60 cm)
o Cólon Descendente (Aprox. 20 a 25 cm)
o Cólon Sigmóide (Aprox. 30 a 40 cm )
o Reto e Canal anal (Aprox. 13 a 20 cm)
PRINCIPAIS COMPONENTES DO TRATO 
GASTROINTESTINAL
Motilidade colônica
o Tipos de contrações propagativas: 
o Baixa amplitude 
o Alta amplitude
o Reflexos gastrocolônico e ortócolico
Mobilidade ocorre em média 6 X em 24 horas, propagando-se no 
sentido distal em 95% das vezes
A motilidade colônica possui um ritmo circadiano, com máxima
atividade durante o dia e mínima durante a noite
ANATOMIA DA CONTINÊNCIA ANAL
o Reto: tubo muscular oco de armazenamento do 
material fecal – Aprox. 13 cm de comprimento
o Canal anal: tubo muscular de 2,5 a 4 cm de 
comprimento que termina no ânus
o Complexo do esfíncter anal (interno 
(N.entérico) e externo (N. Pudendo)): Responsáveis 
pela pressão sobre o comprimento do canal anal
o MAP (M. Puborretal e M. elevador do ânus): 
anatomicamente entorno da parte inferior do 
reto, geram apoio estrutural e auxílio na 
contenção do canal anal
STOKES et al., 2018
MAP
Músculo Elevador do Ânus
 M.Pubococcígeo
 M. Ílioccígeo
 M. Puborretal - Forma um U, atrás da
junção anorretal e relaciona-se
fortemente com o EAE
Via reflexa autonômica 
(N.Esplêncico pélvico)
Gera contração da 
musculatura retal e 
relaxamento do EAI depois 
de expelir as fezes
Reflexo de estiramento 
ativos por via de impulso 
aferente para a medula 
espinhal, e em seguida 
para o córtex
N. Esplênico pélvico
N. Pudendo e N. elevador do anûs
A consciência do desejo, 
relaciona-se com os estímulos 
visuais e auditivos, além de 
memória e hábito, faz com que o 
indivíduo procure o sanitário e se 
adeque aos ajustes necessários
Contração voluntária do EAE e M.Elevador do 
ânus (via pudendo e nervos elevadores do anûs) 
afim de manter a continência até o momento 
apropriado para a expulsão das fezes
M. Elevador do ânus
EAI
EAE
STOKES et al., 2018
o Ângulo anorretal (AAR) de repouso – 80 a 90°
 CONTINÊNCIA
o Após passar do cólon Sigmóide para o
reto, a parede retal relaxa pela ação do
reflexo inibitório reto-anal, simultâneo com
a contração reflexa do EAE
o Ao perceber o preenchimento retal,
(reflexo e amostragem (sampling)–
percepção e discriminação do conteúdo)
o Inibição ou evacuação  Decisão do
indivíduo
o Inibição  contração EAE
o Evacuação  relaxamento esfincteriano
KEMSEKE, 2014; STOKES et al., 2018
STOKES et al., 2018
o Ângulo anoretal na evacuação - 100 a 110°
o O relaxamento dos esfíncteres anal minimiza a
oclusão do canal anal, enquanto o relaxamento
do PR permite que a AR torne- se maior
o Aumento da pressão abdominal por contração
da cinta abdominal (esforço de empurrar) +
impulso diafragmático + a contração colônica
propulsora (movimento de impulsão intestinal)
o Expulsão do material fecal 
KEMSEKE, 2014; STOKES et al., 2018
EM RESUMO NA 
EVACUAÇÃO....
o Integridade dos sistemas:
o Sistema nervoso
o Trato gastrointestinal
o Esfíncter anal
o Músculos do Assoalho Pélvico
STOKES et al., 2018
INTEGRIDADE DA CONTINÊNCIA ANAL
FATORES QUE INTERFEREM NA EVACUAÇÃO
o Dieta
o Postura adequada durante a evacuação
o Ativação da prensa abdominal
o Atividade física
o Fator emocional (estresse, ansiedade…)
o Distúrbios psiquiátricos
o Medicamentos
o Tempo disponível para evacuar
INCONTINÊNCIA
FECAL
CONTINÊNCIA X EVACUAÇÃO
CONTINÊNCIA: 
“Capacidade de impedir a perda fecal, de uma evacuação não 
desejada e não programada”
EVACUAÇÃO:
“Expulsão de fezes pelo reto, representando um ato consciente de 
esvaziar o reto”
MACHADO, 2005
INCONTINÊNCIA ANAL
o International Continence Society (ICS) e a International Urogynecological
Association (IUGA) – 2016:
“Perda involuntária de fezes ou gases”
INCONTINÊNCIA ANAL
o“É a perda do controle esfincteriano ou a inabilidade de se postergar
uma evacuação resultando na perda inesperada de gás, fezes líquidas
ou sólidas, em indivíduos acima de 4 anos”
o“Eliminação involuntária de fezes, líquidos ou gases através do trato
anorretal”
OLIVEIRA, 2006; HENSCHER, 2007
INCONTIÊNCIA ANAL
o Incapacidade de reter as fezes/gases e eliminá-las em momento e local 
adequados
o Distúrbio de etiologia multifatorial com repercussão significativa na qualidade 
de vida 
o Transtorno físico e psicológico 
o Isolamento progressivo
INCONTINÊNCIA FECAL
o Perda involuntária de fezes sólidas ou líquidas 
o Incontinência passiva, quando há pequena perda (soiling) sem sensação ou 
aviso (insuficiência EAI)
o Perda durante o coito com penetração vaginal
o Urgência fecal ou retal quando há desejo súbito e urgente de defecar, difícil de 
ser adiado
o Incontinência de urgência fecal ou a gases: perda involuntária de fezes ou 
gases associada ao sintoma de urgência
INCONTINÊNCIA FECAL
o Prevalência  11% a 15% e aumenta com a idade
o Mais comum em mulheres e idosos
o Mulheres: constipação intestinal crônica, fatores obstétricos, 
alterações hormonais
o Idosos: deterioração de mecanismos da continência anal, doenças 
sistêmicas, idosos institucionalizados (estimado em 33%)
STOKES et al., 2018
MECANISMOS DA INCONTINÊNCIA 
ANAL
o Fezes liquefeitas (diarreias) – Pode acometer indivíduos continentes
oRedução da capacidade retal (incontinentes)
oBaixa complacência retal  urgência e IF
oDoenças do SN central ou periférico  sensibilidade retal
Pode afetar a sensação de plenitude retal e acarretar impactação fecal ou IF. Pacientes 
não percebem a chegada de fezes no reto.
MECANISMOS DA INCONTINÊNCIA 
ANAL
o Comprometimento Nervoso SNC e SNP (diabetes, neuropatia periférica, AVE, demência, etc.)
o Pode afetar a sensação de plenitude retal e acarretar impactação fecal ou IF (não tem a 
percepção da chegada de fezes no reto)
o RIRA e sensibilidade anal alterados (partos vaginais, síndrome do períneo descido, 
mucosectomia transanal, etc.)
o EAI, EAE e PR  Pressão de repouso e contração máxima mais baixas (mulheres e idosos)
Aumento da Pressão intra-abdominal ou distensão retal  contração reflexa ou voluntária do EEA e do PR (máx. 
50 segundos para fadiga)
ETIOLOGIA DA INCONTÊNCIA ANAL
oQualquer alteração nos mecanismos mantedores da continência anal
oMecanismo anatômico ou funcional
o Anatômico: efeitos relacionados com infecção, trauma, operações e anomalias 
congênitas no AP
o Funcional: estruturas anatomicamente intactas, mas não funcionam 
adequadamente
DIAGNÓSTICO
oManometria anorretal
o Diminuição do tônus de base
oDefecografia
o Aumento do ângulo anorretal
GRADUAÇÃO DA IF
o Escore de Jorge e Wexner para IF:
Nunca <1/mês <1/sem. e
>1/mês
<1/dia e
>1/sem.
>1/dia
Fezes Sólidas 0 1 2 3 4
Fezes Líquidas 0 1 2 3 4
Gases 0 1 2 3 4
Uso de Absorventes 0 1 2 3 4
Interferência Vida Social 0 1 2 3 4
Leve (< 5), moderada (6 < 10) e severa (> 10)
CONSTIPAÇÃO
INSTESTINAL
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
oConstipare (latim) = amontoar, ajuntar
oConsiderada um sintoma complexo e multifatorial, utilizado para 
descrever uma evacuação não satisfatória: infrequente, difícil e 
dolorosa
o Prevalência de 2-30%
o Mais comum em idosos/crianças e mulheres
o Aspectos comportamentais
CRITÉRIOS DE ROMA IV
o Apresentar durante 3 meses, no transcurso de seis meses, pelo menos 25% 
das evacuações com nomínimo 2 queixas:
1. Freqüência < 3 x/semana 
2. Esforço para evacuar
3. Fezes endurecidas ou ressecadas
4. Sensação de obstrução anorretal
5. Sensação de evacuação incompleta
6. Manobras manuais para facilitar a evacuação
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTIPAÇÃO
• Primária ou funcional
• Origem funcional
• Anormalidade na função motora do segmento colorretal
• Constipação de tempo lento (inércia colônica - dor* abdominal, flatulência, urgência)
• Constipação de tempo normal (fezes endurecidas ou insatisfação na evacuação)
• Constipação retal – Síndrome da defecação obstruída (SDO)
• Anatômica
• Funcional
Inércia 
Colônica
Inércia 
Colônica distal
Obstrução de 
saída
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTIPAÇÃO
oSecundária ou orgânica
o Causa bem definida
o Afecção no cólon, reto, canal anal ou períneo
oDoenças sistêmicas, metabólicas ou neuromusculares
oMedicamentos de efeito constipante (Constipação Iatrogênica)
ANISMO
CONCEITO
• Inabilidade de esvaziar o reto durante esforço evacuatório sem que haja obstrução 
mecânica
• Contração involuntária dos músculos do AP e canal anal no momento do esforço de 
evacuação
• Evacuação obstruída, obstrução de saída, anismus, disquesia, contração paradoxal do 
músculo puborretal, dissinergia ou disfunção do AP
FATORES DE RISCO
o Alterações dietéticas e comportamentais
o Alimentação inadequada
o Tempo para realizar as refeições
o Vontade de evacuar em momentos ou locais inadequados
o Postura para evacuar
o Desconcentração no ato de evacuar
o Fator psicológico
o Alterações posturais → hipertonia e formação de trigger points
ETIOLOGIA
oSensibilidade retal reduzida
oAusência de relaxamento do músculo puborretal
oDissinergia abdominopélvica
oHipertonia esfincteriana
SINTOMAS
• Menor frequência evacuatória
• Fezes de volume reduzido ou menor 
calibre ou endurecidas
• Sensação de impactação fecal
• Excessivo esforço para evacuar
• Evacuação prolongada
• Sensação de esvaziamento 
incompleto do reto
• Uso de manobras manuais para 
auxiliar a evacuação
• Dor retal
• Mulheres → sensação de peso na 
vagina
ATIVIDADE PARA ENTREGAR 
PRÓXIMA AULA
• Defina os principais mecanismos da IF e da Constipação 
intestinal e qual a diferença desta para o anismo?
• Diante do conteúdo visto hoje, estime 4 objetivos de 
tratamento para esse perfil de paciente
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