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PSICOLOGIA INFANTIL (1)

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FACULDADE ANHANGUERA – CAMPUS SOROCABA
PSICOLOGIA INFANTIL
SOROCABA-SP
2017
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2.ENTREVISTA...........................................................................................................7
3.BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................23
4.ANEXOS
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por finalidade abordar a atuação do Psicólogo Infantil e compreender de forma específica a atuação do profissional desta área.
A Psicologia Infantil é a área da Psicologia responsável por compreender e estudar os efeitos psíquicos nas crianças e adolescentes incluindo características cognitivas, físicas, sociais, emocionais, perceptivas, entre outras. A psicologia individual e a psicanálise exercem um papel importante na psicologia infantil. 
 Segundo Gregório Maranón e suas teorias a psicologia infantil é a mais complexa do que parece por isso é essencial compreender quais necessidades se escondem por trás de determinados comportamentos com o mundo emocional das crianças é regido e como o cérebro amadurecem em cada fase do desenvolvimento.
 Cada criança e cada adolescente são únicos e cada dia surgem um novo desafio, um comportamento desafiador, uma insegurança, um atraso no aprendizado ou, inclusive uma dúvida às vezes constante, mas sempre positivo que nos faz perguntar: “Será que estou agindo corretamente?”
 Segundo Daniel Goleman (2009), a inteligência emocional começa a se desenvolver nos primeiros anos de vida,  todos os intercâmbios sociais que as crianças vivenciam com seus pais, professores e entre elas mesmo,  carregam mensagens emocionais.
 Atualmente a maioria das pessoas já sabem que a inteligência emocional,(IE)  é o segredo para fortalecer nosso bem-estar. Por sua vez esse tipo de inteligência oferece uma abordagem inigualável para educar nossas crianças, integrar desde cedo determinadas orientações , aprendizados e habilidades baseadas na compreensão e no controle emocional, vai permitir no presente e no futuro, que a criança se relacione melhor com outra pessoa. (Linda Lantieri e Daniel Goleman,2009) 
Segundo Freud ao observar seu neto Ernest, brincando com carretel pensou sobre a possibilidade de a criança elaborar angústias depressivas através do brinquedo. Para  elaborar o afastamento de sua mãe, o pequenino transformava a ansiedade de separação vivida de forma passiva Em algo ativo por meio de sua brincadeira. Simbolicamente  o carretel significava sua mãe, e ele tinha o “poder” de Colocar lá longe (fort) perto dele minimizando assim sua angústia e impotência frente a separação, por meio da capacidade simbólica. Esta  criança não chora com a partida da mãe, pelo contrário, transforma essa experiência em jogo. Assim Freud descreve o menino brincando: Esse bom menino, contudo, tinha o hábito ocasional e perturbador de apanhar quaisquer objetos que pudesse agarrar e atirar os longe, para um canto,  sobre a cama, de maneira que procurar seus brinquedos e apanhá-los quase sempre dá um bom trabalho, em procedia assim, emitir um longo e arrastado “o-o-o”, acompanhado por expressão de interesses satisfação(...) o que ele fazia era segurar o carretel pelo cordão e com muita perícia arremessava por sobre a borda de sua caminhada encortinada, de maneira que ele desaparecia por entre as cortinas, ao mesmo tempo que o menino proferia seu expressivo “o-o-o”. Puxava  então o carretel para fora da cama novamente, por meio do cordão, e saudável seu reaparecimento com um alegre “da”(ali). Essa, então era a brincadeira completa: desaparecimento e retorno. (Freud,1976- 1920).
Essa observação é a pedra inaugural do entendimento do brincar infantil como elemento básico para a  compreensão ansiedades da criança.
Mais  tarde, em 1909  a análise do pequeno Hans, de cinco anos, foi conduzida pelo seu pai, supervisionado por Freud, que orientava quanto às intervenções em relação a fobia do menino. Esse foi um modelo de psicoterapia infantil (Castro,2004).
 A Psicologia Infantil é a área responsável por investigar e estudar as manifestações psíquicas da criança e adolescentes incluindo características cognitivas, físicas, linguística, perceptivas, emocionais, sociais, entre outras.
 A Psicanálise e a psicologia individual exercem um importante papel na psicologia infantil.
 Psicologia infantil ou psicologia do desenvolvimento tem como base três grandes autores: Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.. Segundo Kay e Tasman (2002) a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget consiste de quatro principais estágios:
· Estágio Sensório-Motor (do nascimento aos 2 anos)
Nessa fase os recém-nascidos aprendem por meio de associações e procuram estimulações para interagir com seus pais. Entre 2 e 3 semanas de idade é demonstrada a capacidade de imitar a expressão facial. Os bebês passam a reconhecer características inalteráveis dos estímulos perceptivos associado com a capacidade de interpretar estas mesmas características por meio de modalidades sensoriais. Os bebês também conseguem diferenciar de maneira inata a voz humana de outros sons. Perto dos 3 meses de idade, os bebês começam a aprender por condicionamento. Aos 6 meses de idade, a criança faz associações entre “meios” e “fins” e começa a entender que um objeto não deixa de existir quando é escondido. Essa etapa evolui até o fim do primeiro ano, quando os bebês se tornam capazes de sequenciar acontecimentos passados corretamente.
· Estágio Pré-Operacional (2 a 6 anos)
Aqui ocorre o desenvolvimento da linguagem e a criança é capaz de raciocinar de forma simbólica ao invés de motora, como acontecia no estágio sensório-motor. A capacidade de desenvolvimento da linguagem é determinada geneticamente, mas pode ser ampliada pela sensibilidade dos pais as habilidades da criança. Nessa fase a criança ainda não é capaz de raciocinar de maneira lógica ou dedutiva. O raciocínio acontece de forma transdutiva, os julgamentos são dominados por percepções imediatistas, e há uma tendência em concentrar-se em um atributo perceptivo de cada vez. O pensamento é, em grande parte, egocêntrico e a criança não consegue observar eventos e experiências a partir de outro ponto de vista que não seja o seu. Brincadeiras de faz-de-conta e fantasias são comuns nessa fase, não sendo raros a aparição de amigos imaginários e bichos de estimação que falam.
· Operações Concretas (6 a 11 anos)
Nesse estágio a criança adquire o conceito de conservação de volume e quantidade, ela não está mais limitada por percepções imediatas, pode aplicar o raciocínio e pode apreciar a reversibilidade de eventos e ideias. A criança agora pode avaliar a perspectivas dos outros.
Com isso ela é capaz de estabelecer um diálogo lógico e consegue compreender causa e efeito.
· Operações Formais (11 anos a Idade Adulta)
O início da adolescência é marcado pelas novas capacidades de abstração e conceitualização. A criança agora pode manipular ideias e conceitos, não apenas objetos. Pode-se usar hipóteses, experimentar, fazer deduções, raciocinar a partir do específico para o geral e resolver problemas de modos mais sofisticados.
A última transição importante permite o adolescente “pensar sobre o pensamento”. É a capacidade metacognitiva que permite compreender e empatizar com as diferentes perspectivas de outras pessoas. Esse último estágio do desenvolvimento cognitivo não é atingido por todas as pessoas.
Apesar das semelhanças com a teoria de Piaget, Vygotsky deu uma importante contribuição para o estudo da aprendizagem ao inserir o contexto da ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal). Como o próprio Vygotsky aborda em seu livro (1978) um aspecto importante de sua teoria é a ideia da existência de uma área potencial de desenvolvimento cognitivo, que ele define como sendo a distância entre o nível atual de desenvolvimento da criança, determinado pela capacidade que ela tem de resolverproblemas sozinha, e o que ele chama de nível de desenvolvimento potencial, que é a capacidade que a criança tem de resolver problemas com a orientação de alguém com um nível de desenvolvimento maior que o dela.
Em Mind in Society, Vygotsky diz que o processo de desenvolvimento difere do processo de aprendizagem. Dessa diferença decorre a ZDP, que nada mais é do que uma área de dissonância cognitiva que corresponde ao potencial do aprendiz.
Wallon segue a mesma linha de Piaget ao propor uma série de estágios do desenvolvimento, mas não se limita apenas ao aspecto cognitivo. Segundo Almeida e Mahoney (2007) a afetividade tem um importante papel no desenvolvimento do bebê ao adulto, que se divide em seis estágios:
· Estágio Impulsivo-Emocional (0 a 1 ano)
A demonstração de afeto se dá através de movimentos desordenados para satisfazer as necessidades básicas da criança. Acontece em resposta a sensibilidades corporais dos músculos, das vísceras e do mundo externo.
· Estágio Sensório-Motor e Projetivo (1 ano a 3 anos)
Nessa fase a criança já dispõe da marcha e da fala, começa a explorar os objetos e as pessoas do seu contexto, voltando-se para seu mundo externo.
· Estágio Personalismo (3 anos a 6 anos)
Esse estágio é dividido em 3 fases: oposição, sedução e imitação. É quando a criança começa a se descobrir diferente das outras crianças e do adulto.
· Estágio Categorial (6 anos a 11 anos)
Nessa fase a criança tem uma visão mais nítida entre ela e o outro, começa a ter capacidade de abstração e consegue agrupar, classificar e categorizar o mundo externo.
· Estágio Puberdade e Adolescência (11 anos em diante)
Essa fase permite um maior nível de abstração. O adolescente começa uma busca de si mesmo, através do confronto, autoafirmação, questionamento e um forte debate sobre valores.
· Idade Adulta
O adulto consegue pensar em si ao mesmo tempo que pensa no outro. Reconhece suas necessidades, possibilidades e limitações e faz escolhas baseado em seus valores. Também é capaz de olhar para trás e reconhecer que apesar de toda transformação que sofreu ao longo da vida, ainda é o mesmo e único ser.
2. ENTREVISTA
Adma: Bom dia, estamos aqui com a Psicóloga Marília, que é graduada em Psicologia e nós viemos fazer uma entrevista com ela.
Meu nome é Adma, sou graduanda no curso de psicologia da faculdade Anhanguera e temos um prazer muito grande de conhecer de perto uma profissional que trabalha com a psicologia infantil. Tudo bem Marília?
Marília: Tudo jóia!
Adma: Então tá bom. Porque que você escolheu a psicologia como profissão?
Marília: Então olha, eu escolhi a psicologia, é… porque assim  lá no começo né, no início talvez não fosse pelos motivos que eu vou te dizer hoje, então no início eu pensava que eu gostava muito de ouvir as pessoas falarem sobre elas né, e de ajudar as pessoas, mais hoje eu vejo que assim, é… é como se fosse a minha parte de contribuir com um mundo melhor porque cada pessoa que eu consigo ajudar, que essa pessoa ela tenha uma vida de qualidade melhor e em volta dela ela promova isso as pessoas que tão em volta dela também vão conseguir fazer isso na vida delas e isso é como uma onda né que vai expandindo e vai se ampliando é… em volta dessas pessoas então é como se fosse a minha parte no mundo assim de contribuir para um mundo melhor.
Adma: Muito bem. E que abordagem você escolheu pra trabalhar dentro da psicologia?
Marília: Então é, faz 18 anos que eu atendo no consultório, então eu já atendi em algumas abordagens, né, é… hoje eu to atendendo na, na abordagem comportamental cognitiva. Eu, a, teve um período, eu, a, na minha primeira especialização foi psicodrama então quando eu me formei eu fiz psicodrama fiz especialização em psicodrama, estudei um bom tempo fiz vários grupos de estudo por muitos anos em psicanalise, Jung né estudei bastante essa parte e de alguns anos pra cá fui vendo uma necessidade de... de uma abordagem que trouxesse algumas questões um pouco mais é… pontuais, um pouco mais, de ações um pouco mais práticas no dia a dia e, e mais imediata, logo no início da terapia né, porque as vezes as pessoas procuram e elas precisam de, elas estão muito perdidas e com prejuizos na vida diária que até que a gente chegue é… em questões mais profundas demora um tempo, e isso, essa vida ela taria acontecendo, numa velocidade hoje, que… as vezes demora pra que a gente atinja o que a gente precisa então eu fui buscar uma abordagem que pra mim achei que completou né, essa questão da velocidade do tempo hoje e da gente hoje a gente conseguir trabalhar com questões um pouco mais imediatas, então eu tenho trabalhado mais na abordagem cognitiva hoje.
Adma: Muito bem. Você atua só na clinica ou em demais lugares?
Marília: Hoje eu atua só na clínica, trabalhei 11 anos com psicologia escolar, mas hoje eu to na clínica só.
Adma: Por que que você escolheu o público infantil?
Marília: Então né, é… eu comecei com a psicologia escolar junto com o consultório né, é… então até pela própria formação que acabou indo nesse sentido né de… de especializando mais dentro do desenvolvimento e dos aspectos infantis né, é… mais eu acabei é… abrindo esse… essa… mais pra essa psicologia infantil acho que pela própria vivencia e experiência da psicologia escolar mesmo né, e hoje trabalho muito com a orientação de pais dentro da… da, do atendimento infantil né, que eu acho que é um trabalho preventivo e que ele tem uma ação muito boa né acho que o trabalho do atendimento infantil não é só a criança a gente tem que cuidar da família tem que olhar pra essa família porque não a gente não tem o resultado que a gente precisa. 
Adma: Ok. E quais as queixas que você mais recebe?
Marília: Então acho que a principal queixa é colocação de limites, né acho que as famílias tem dificuldades hoje com colocação de limites, regras em geral, e… e organização… é… da, do dia a dia, então tem um ponto que  vindo muito né, que é a questão dos eletrônicos né de como lidar com os, o tempo de internet, com o tempo de televisão, com o tempo de… o quanto as crianças hoje apelam pras mídias querendo celular, querendo os tablets e tudo mais então é uma coisa que vem aparecendo mais, com a dificuldade dos pais em colocar limites Acho que é colocação de limites e e assim enquanto os pai às vezes não conseguem achar o ponto de equilíbrio para colocar esse limite Os dois estão de acordo os dois falam a mesma linguagem né e a criança vai sempre aproveitado divergência entre os pais então é muito importante o trabalho com os pais nesse sentido
Adma: E como que você faz abordagem com os pais?
Marília: Então né normalmente é… o primeiro atendimento é feito com os pais. Então nesse atendimento eu vou explicar como trabalho vai acontecer né, é...acolhendo a queixa e tudo mais né... eu costumo fazer como se fosse um mapa da vida da criança, assim de cada área da vida da criança, como ta todos os aspectos da vida dela, entendendo É vamos dizer assim se a gente vai olhar aos pactos da Saúde a gente vai olhar alimentação sono atividade física né E com isso a gente também vai olhar esses aspectos de alguma forma na vida dos Pais porque as crianças sim O que eu trago muito dos pais aqui não basta o que a gente fala para criança a criança não aprende pelo que a gente diz as crianças aprende pelo modelo né então não adianta a gente querer que criança se alimente direito né que ela durma tenha um sono de qualidade que ela faz atividade física se ela tá numa família que ninguém faz nada disso porque aí ela não tem essa referência Então a hora que a gente faz o mapeamento da vida da criança das áreas da vida dela então lazer saúde e relações familiares autoestima a gente também vai olhar um pouco pra vida dessa família como esses aspectos estão. E isso eu faço com a criança mas eu faço com os pais também sobre a criança então a gente faz um mapeamento para dar entender quais são as dificuldades Quais são as estratégias as metas que que a gente vai buscar em cima da queixa que essa família trouxe.
Adma: Ok. E quais são as técnicas e Instrumentosque você mais utiliza?
Marília:  então isso depende muito mede cada caso e da idade Mariana é uma criança menor eu uso Tem uma parte que então eu uso a parte lúdica então eu uso bastante a questão de teatro né de então tenho cinco teatros né com fantoches né que a gente utiliza personagens de desenho e tudo mais mas eu te ligo dessa outra parte também de organização da semana de entender como tá a vizinha dessa criança dessa parte de de mapear as dificuldades de traçar alguns objetivos de mostrar dir trabalhando com a criança quais os pontos que ela percebe que está difícil na vida dela que precisa melhorar e que incomoda né mesmo usando os teatros Vai fazendo os dedos desse trabalho às vezes a criança faz uma história daí eu faço outra história modificando um pouco para ela perceber Quais são as outras possibilidades que essa história poderia ter se não fosse assim qual outro jeito poderia ser nem tão flexibilizando um pouco às vezes os pensamentos as alternativas que ela tem então um pouco nesse sentido.
Adma: E pra você o trabalho psicológico ele é preventivo?
Marília:  ele é preventivo desde que com o movimento da família né então eu acredito muito né no trabalho da criança sendo um trabalho em conjunto com a família para mim assim é o trabalho com a criança onde a família não se envolve onde a família não adere ao que precisa ele é um trabalho mais e fortalecer essa criança  para as dificuldades da própria dinâmica que não se modificam né Mas a partir da hora que a família dele que a família compreende participar disso ativamente aí a gente cria um trabalho preventivo para várias questões ainda adolescência e do futuro.
Adma: É, Você já atendeu casos que necessitou encaminhar para outros profissionais?
Marilia: assim vários casos né então assim tem casos que a gente percebe que tenham que tem questões que precisa de uma intervenção então assim Precisa ter uma avaliação psiquiátrica precisa ter uma avaliação mais multidisciplinar então precisa fazer uma avaliação neuropsicológica precisa de uma avaliação de fono, né, ou precisa de um trabalho multidisciplinar mesmo né Tem pacientes que têm Que a gente faz o seu trabalho em conjunto E que daí é seu resultado é bem mais interessante porque tem aspectos que não são psicológicos nesse às vezes é o que aparece de psicológico é como se fosse um sintoma né como uma febre a febre não há doença, ela é um sintoma da doença então às vezes aquela criança ela ta mais irritada, ela ta com a autoestima mais baixa ela não ta tão bem. Não é exatamente porque tem um aspecto psicológico de fato envolvido nessa questão mas às vezes assim essa criança Ela tenha nenhuma déficit atenção ela tem uma dislexia ou ela tem outras questões né de aprendizagem que que tem uma dificuldade que vai além da capacidade dela sozinha dar conta e que não adianta você ficar trabalhando só os aspectos psicológicos porque ela não vai dar conta e que a partir da hora que você entra com os outros profissionais e com os recursos que ela precisa aí sim ela vai conseguir recuperar e deixar de apresentar nos aspectos psicológicos as questões que vinham sendo manifestados Por que a origem disso não era psicológica então isso a gente tem que ter um olhar bem bem focado né para entender que é psicológico que pode não ser psicológico de checar as questões antes de ficar imaginando né, e...e pressupondo que é psicológico ou não. Adma: Bom dia, estamos aqui com a Psicóloga Marília, que é graduada em Psicologia e nós viemos fazer uma entrevista com ela.
Meu nome é Adma, sou graduanda no curso de psicologia da faculdade Anhanguera e temos um prazer muito grande de conhecer de perto uma profissional que trabalha com a psicologia infantil. Tudo bem Marília?
Marília: Tudo jóia!
Adma: Então tá bom. Porque que você escolheu a psicologia como profissão?
Marília: Então olha, eu escolhi a psicologia, é… porque assim  lá no começo né, no início talvez não fosse pelos motivos que eu vou te dizer hoje, então no início eu pensava que eu gostava muito de ouvir as pessoas falarem sobre elas né, e de ajudar as pessoas, mais hoje eu vejo que assim, é… é como se fosse a minha parte de contribuir com um mundo melhor porque cada pessoa que eu consigo ajudar, que essa pessoa ela tenha uma vida de qualidade melhor e em volta dela ela promova isso as pessoas que tão em volta dela também vão conseguir fazer isso na vida delas e isso é como uma onda né que vai expandindo e vai se ampliando é… em volta dessas pessoas então é como se fosse a minha parte no mundo assim de contribuir praum mundo melhor.
Adma: Muito bem. E que abordagem você escolheu pra trabalhar dentro da psicologia?
Marília: Então é, faz 18 anos que eu atendo no consultório, então eu já atendi em algumas abordagens, né, é… hoje eu to atendendo na, na abordagem comportamental cognitiva. Eu, a, teve um período, eu, a, na minha primeira especialização foi psicodrama então quando eu me formei eu fiz psicodrama fiz especialização em psicodrama, estudei um bom tempo fiz vários grupos de estudo por muitos anos em psicanalise, Jung né estudei bastante essa parte e de alguns anos pra cá fui vendo uma necessidade de... de uma abordagem que trouxesse algumas questões um pouco mais é… pontuais, um pouco mais, de ações um pouco mais práticas no dia a dia e, e mais imediata, logo no início da terapia né, porque as vezes as pessoas procuram e elas precisam de, elas estão muito perdidas e com prejuizos na vida diária que até que a gente chegue é… em questões mais profundas demora um tempo, e isso, essa vida ela taria acontecendo, numa velocidade hoje, que… as vezes demora pra que a gente atinja o que a gente precisa então eu fui buscar uma abordagem que pra mim achei que completou né, essa questão da velocidade do tempo hoje e da gente hoje a gente conseguir trabalhar com questões um pouco mais imediatas, então eu tenho trabalhado mais na abordagem cognitiva hoje.
Adma: Muito bem. Você atua só na clinica ou em demais lugares?
Marília: Hoje eu atua só na clínica, trabalhei 11 anos com psicologia escolar, mas hoje eu estou na clínica só.
Adma: Por que que você escolheu o público infantil?
Marília: Então né, é… eu comecei com a psicologia escolar junto com o consultório né, é… então até pela própria formação que acabou indo nesse sentido né de… de especializando mais dentro do desenvolvimento e dos aspectos infantis né, é… mais eu acabei é… abrindo esse… essa… mais pra essa psicologia infantil acho que pela própria vivencia e experiência da psicologia escolar mesmo né, e hoje trabalho muito com a orientação de pais dentro da… da, do atendimento infantil né, que eu acho que é um trabalho preventivo e que ele tem uma ação muito boa né acho que o trabalho do atendimento infantil não é só a criança a gente tem que cuidar da família tem que olhar pra essa família porque não a gente não tem o resultado que a gente precisa. 
Adma: Ok. E quais as queixas que você mais recebe?
Marília: Então acho que a principal queixa é colocação de limites, né acho que as famílias tem dificuldades hoje com colocação de limites, regras em geral, e… e organização… é… da, do dia a dia, então tem um ponto que  vindo muito né, que é a questão dos eletrônicos né de como lidar com os, o tempo de internet, com o tempo de televisão, com o tempo de… o quanto as crianças hoje apelam pras mídias querendo celular, querendo os tablets e tudo mais então é uma coisa que vem aparecendo mais, com a dificuldade dos pais em colocar limites Acho que é colocação de limites e e assim enquanto os pai às vezes não conseguem achar o ponto de equilíbrio para colocar esse limite Os dois estão de acordo os dois falam a mesma linguagem né e a criança vai sempre aproveitado divergência entre os pais então é muito importante o trabalho com os pais nesse sentido
Adma: E como que você faz abordagem com os pais?
Marília: Então né normalmente é… o primeiro atendimento é feito com os pais. Então nesse atendimento eu vou explicar como trabalho vai acontecer né, é...acolhendo a queixa e tudo mais né... eu costumo fazer como se fosse ummapa da vida da criança, assim de cada área da vida da criança, como ta todos os aspectos da vida dela, entendendo É vamos dizer assim se a gente vai olhar aos pactos da Saúde a gente vai olhar alimentação sono atividade física né E com isso a gente também vai olhar esses aspectos de alguma forma na vida dos Pais porque as crianças sim O que eu trago muito dos pais aqui não basta o que a gente fala para criança a criança não aprende pelo que a gente diz as crianças aprende pelo modelo né então não adianta a gente querer que criança se alimente direito né que ela durma tenha um sono de qualidade que ela faz atividade física se ela tá numa família que ninguém faz nada disso porque aí ela não tem essa referência Então a hora que a gente faz o mapeamento da vida da criança das áreas da vida dela então lazer saúde e relações familiares autoestima a gente também vai olhar um pouco pra vida dessa família como esses aspectos estão. E… e isso eu faço com a criança mas eu faço com os pais também sobre a criança então a gente faz um mapeamento para dar entender quais são as dificuldades Quais são as estratégias as metas que que a gente vai buscar em cima da queixa que essa família trouxe.
Adma: Ok. E quais são as técnicas e Instrumentos que você mais utiliza?
Marília:  então isso depende muito mede cada caso e da idade Mariana é uma criança menor eu uso Tem uma parte que então eu uso a parte lúdica então eu uso bastante a questão de teatro né de então tenho cinco teatros né com dedoches né que a gente utiliza personagens de desenho e tudo mais mas eu te ligo dessa outra parte também de organização da semana de entender como tá a vizinha dessa criança dessa parte de de mapear as dificuldades de traçar alguns objetivos de mostrar ir trabalhando com a criança quais os pontos que ela percebe que está difícil na vida dela que precisa melhorar e que incomoda né mesmo usando os teatros Vai fazendo os dedos desse trabalho às vezes a criança faz uma história daí eu faço outra história modificando um pouco para ela perceber Quais são as outras possibilidades que essa história poderia ter se não fosse assim qual outro jeito poderia ser nem tão flexibilizando um pouco às vezes os pensamentos as alternativas que ela tem então um pouco nesse sentido.
Adma: E pra você o trabalho psicológico ele é preventivo?
Marília:  ele é preventivo desde que com o movimento da família né então eu acredito muito né no trabalho da criança sendo um trabalho em conjunto com a família para mim assim é o trabalho com a criança onde a família não se envolve onde a família não adere ao que precisa ele é um trabalho mais e fortalecer essa criança  para as dificuldades da própria dinâmica que não se modificam né Mas a partir da hora que a família dele que a família compreende participar disso ativamente aí a gente cria um trabalho preventivo para várias questões ainda adolescência e do futuro.
Adma:É, Você já atendeu casos que necessitou encaminhar para outros profissionais?
Marilia: assim vários casos né então assim tem casos que a gente percebe que tenham que tem questões que precisa de uma intervenção então assim Precisa ter uma avaliação psiquiátrica precisa ter uma avaliação mais multidisciplinar então precisa fazer uma avaliação neuropsicológica precisa de uma avaliação de fono, né, ou precisa de um trabalho multidisciplinar mesmo né Tem pacientes que têm Que a gente faz o seu trabalho em conjunto E que daí é seu resultado é bem mais interessante porque tem aspectos que não são psicológicos nesse às vezes é o que aparece de psicológico é como se fosse um sintoma né como uma febre a febre não há doença, ela é um sintoma da doença então às vezes aquela criança ela ta mais irritada, ela ta com a auto-estima mais baixa ela não ta tão bem. Não é exatamente porque tem um aspecto psicológico de fato envolvido nessa questão mas às vezes assim essa criança Ela tenha nenhuma déficit atenção ela tem uma dislexia ou ela tem outras questões né de aprendizagem que que tem uma dificuldade que vai além da capacidade dela sozinha dar conta e que não adianta você ficar trabalhando só os aspectos psicológicos porque ela não vai dar conta e que a partir da hora que você entra com os outros profissionais e com os recursos que ela precisa aí sim ela vai conseguir recuperar e deixar de apresentar nos aspectos psicológicos as questões que vinham sendo manifestados Por que a origem disso não era psicológica então isso a gente tem que ter um olhar bem bem focado né para entender que é psicológico que pode não ser psicológico de checar as questões antes de ficar imaginando né, e...e pressupondo que é psicológico ou não. 
Adma: Ta. A partir de que idade você tem de Marília?
Marília:  olha Depende muito da situação né Eu já atende crianças de menos de dois anos que mal falavam né com uma  situação foi a menor criança que eu atendi situação específica que tinha sofrido um assalto na casa e essa criança ficou no colo da mãe dançando de costa para os perdidos então como a mãe ficou de costas ela ficou de frente então era um caso específico que era uma criança que assim ela nem falava direito ainda né ela era muito pequena mas ela começou a falar muito assim é demonstrar muito medo e trazer muitas coisas e função daquela cena E aí então ela veio para terapia e a mãe entrava junto Porque ela era tão pequena que eu realmente não consegui entender nada do que ela dizia então só a mãe que entendia o que ela falava né então a mãe entrava junto E a gente foi fazendo as sessões então pegar na casinha e ela fazia a cena do assalto e ela pegava a linha e ela pegava as coisas e fazer a cena né 
Adma: A partir de que idade você atende Marília?
Marília:  olha Depende muito da situação né Eu já atende crianças de menos de dois anos que mal falavam né com uma  situação foi a menor criança que eu atendi situação específica que tinha sofrido um assalto na casa e essa criança ficou no colo da mãe dançando de costa para os perdidos então como a mãe ficou de costas ela ficou de frente então era um caso específico que era uma criança que assim ela nem falava direito ainda né ela era muito pequena mas ela começou a falar muito assim é demonstrar muito medo e trazer muitas coisas e função daquela cena E aí então ela veio para terapia e a mãe entrava junto Porque ela era tão pequena que eu realmente não consegui entender nada do que ela dizia então só a mãe que entendia o que ela falava né então a mãe entrava junto E a gente foi fazendo as sessões então pegar na casinha e ela fazia a cena do assalto e ela pegava a linha e ela pegava as coisas e fazer a cena né... até que aquelas cenas foi se diluindo e aquilo foi passando e o momento foi passando e ficou tudo bem, né então esse é um caso de uma criança muito pequena que veio pra uma coisa pontual específica né, porque eu vejo assim crianças muito pequenas ou elas têm uma questão pontual de alguma coisa de vivenciada, ou questão não ta na criança né, uma criança muito pequena ou tem uma questão como essa, é uma questão que ela vivenciou mesmo, ou a questão não ta na criança né então às vezes vem criança com problemas de adaptação, na escola eu vou atender essa criança, eu vou atender porque de alguma forma essa criança de alguma forma ela ta vivenciando esse sofrimento, mais como que eu olho para isso né, é... uma parte grande dessa dificuldade que ela ta vivendo provavelmente vem de uma dificuldade que esses pais são tão tendo nessa adaptação... de medos, de ansiedade, de crenças que eles trazem da vida, que tão dificultando essa adaptação, então essa criança vai ser acolhida no processo terapêutico para dar conta, até das ansiedades e das angústias que ela ta absorvendo e que ela tá tendo que lidar desse processo de adaptação, mais pra que esses pais venham pro trabalho, que eles precisam né, porque muitas vezes se eles trazem essa criança a gente fala assim “olha essa criança não precisa vir, venham só vocês eles não entendem o quanto eles que precisam vir né, e a criança também está em sofrimento nessa adaptação, mas o trabalho ele é muitomais efetivo com os pais nessa idade de muito pequenos né, é… vamos dizer assim de 3, 4 anos é um trabalho muito mais efetivo do que a gente vai orientando os pais, do que..
Adma: É um trabalho em conjunto.
Marília: É, é em conjunto, é….
Adma: Pra que tenha um resultado….
Marília: É, sim….
Adma: Positivo.
Marília: Sim, então atendo crianças bem pequenas mas com esse… é importante deixar, claro né, é… que o atendimento tem esse foco com crianças muito pequenas.
Adma: Ta. E em média quanto tempo dura uma psicoterapia infantil?
Marília: Então também depende muito da necessidade, do que ta vindo né, mais assim, é… eu vejo resultados bem interessantes ai em um ano, né, de uma forma geral, acho que a gente… que as crianças respondem bem, respondem mais rápido, é… agora crianças um pouco maiores as vezes se tem questões já ligadas à aspectos mais… que pode ter ai uma interferência genética né, vamos dizer assim: à tem uma maior, tem, é… características de, de, de… é…. algumas crenças já mais…. de se sentir uma autoestima mais baixa, um pouco mais... olhando pra realidade de uma forma mais catastrófica, mais negativa daí as vezes ai precisa de um pouco mais, depende um pouco de cada, de cada… paciente né, não da pra dizer ao certo assim. Tem crianças que vem seis meses ficam muito bem né, eu não consigo… é… te dizer que assim, menos de seis meses eu não acho que é um tempo que eu vejo um resultado eficiente porque você tem que fazer todo um trabalho com os pais também nesse período né.
Adma: Então você acredita que pelo menos seis meses.
Marília: É pelo menos.
Adma: Pelo menos. É… você acha que a demanda do atendimento infantil tem aumentado? Porque que isso tem acontecido?
Marília: Eu acho que tem aumentado, porque eu acho que tem uma consciência hoje maior preventiva, né, acho que os pais tem mais consciência de que assim se eu olhar os aspectos antes, se eu olhar o que ta antes, se eu buscar ajuda antes, a gente vai ter menos problemas la na frente, então isso tem feito com que tenha aumentado essa procura eu acho que as escolas tem tido mais abertura pros encaminhamentos, porque antigamente tinha uma resistência, porque assim se a escola encaminhasse os pais trocavam de escola, isso era uma coisa que assim, eu via quando eu me formei, ainda era assim né, tinha uma resistência muito grande se eu mudasse, se eu encaminhasse, se eu dissesse alguma coisa os pais resistiram e mudavam de escola então a escola tinha o medo de encaminhar, hoje tem uma abertura bem maior, acho que os pais aceitam mais, entendem mais, isso faz com  que a escola também consiga, é… se posicionar nesse aspecto ante, e os pais procuram também mais cedo.
Adma: Ta… Você faz atualização continuamente?
Marília: Sim, continuamente, sempre… a gente sempre ta em atualização, né, ou fazendo especialização, ou alguma coisa que, nos congressos né é… tanto dentro da psicologia como ligados assim, é...a psiquiatria infantil, pensando nesses aspectos das outras áreas em conjunto, então acho que tem, é… tem conhecimentos que a gente também tem que buscar, que vai além só da nossa formação né… até também pra poder conversar com os médicos, com mais conhecimento pra poder é… antecipar alguns diagnósticos e fazer alguns encaminhamentos porque se você não tem um conhecimento, algum conhecimento das outras áreas você não consegue as vezes também perceber que você precisa encaminhar pra aquele profissional, então você tem que ter o conhecimento pra poder perceber que você tem que fazer o encaminhamento.
Adma: Então é o conhecimento multidisciplinar.
Marília: É!
Adma: Você atua desde a sua formação? À quanto tempo você atua?
Marília: Sim, eu atuo faz 18 anos na clínica desde que eu terminei a faculdade né, eu terminei a faculdade no final do ano, assim que saiu o CRP, a carteirinha já comecei a atender né, hoje eu olho e falo assim “Meu Deus” né, eu era louca né, como que a pessoa acaba de se formar e sai atendendo, mas assim, eu acho que tem que ser assim, igual tirar carta: se você não vai de cara, você não faz mais. Né, e claro que assim, é… eu falo isso né, mas na verdade assim, eu fazia isso mas fazendo supervisão, fazendo terapia sempre, então eu comecei de cara mas com todo o respaldo que precisa pra começar né, que eu acho que isso também é importante.
Adma: Teve medo?
Marília: É claro, nossa morria de medo no começo né, morria de medo… cada vez que marcava um paciente novo dava, dava dor de barriga falava “Meu Deus do céu, essa pessoa vai vir com um universo que eu não faço idéia do que é, que que eu vou fazer, e ai eu lembro que eu pensava assim no começo “Bom se eu não souber o que fazer é melhor não fazer nada do que fazer bobagem” que pelo menos se eu não fizer nada se não atrapalha né, se não ajudar se não atrapalha, e.... porque da, claro que da medo no começo. 21:44 minutos 
Adma: E você buscava estudar bastante se aprofundar logo no início fazer curso também?
Marília: Sim, Sim! Ha sempre! Sempre fiz cursos desde sempre. E no começo assim: A terapia eu fazia desde a faculdade, fazia, sempre fiz né, é uma coisa que agente tem que fazer sempre.
Chegou uma época que eu lembro que eu ficava nisso de fazer mais curso e fazer curso e fazia terapia e ai eu lembro que, que eu naquela época eu fazia terapia eu fazia psicanálise dai eu lembro que ele falou assim para mim né (eu querendo fazer mais curso) ele falou assim: Viu você já faz muito curso calma, faz menos e faz mais terapia porque o bom psicólogo ele não precisa de tanto curso assim, precisa de bastante curso mas precisa ter feito muita terapia. então investe muito na terapia, porque este é o principal foco né.
E realmente eu acho que temos que fazer os cursos, fazer congressos, fazer pós, mais a terapia ela é o principal para sermos um bom profissional. A gente tem que se conhecer muito, a gente tem que trabalhar muito as nossas crenças, a gente tem que estar muito em dia com a nossa faxina mental para não misturar nada né,  acho que esse é o grande foco, acho que nos primeiros anos fazer bastante supervisão. Acho que isso também é bem importante.
Adma: Bem importante! Você continua fazendo terapia? 
Marília: Sim, continuo fazendo terapia, não paro, às vezes paro uns meses e depois volto, Até porque também, 20 anos, mais de 20 anos fazendo terapia né? Então, as vezes assim eu tiro umas férias de uns 6 meses dai volto, mais ai volto e faço uns 3 anos e tiro mais uns 6 meses de férias ai volto. Então agora eu estou em um período que estou fazendo já faz uns 2 anos que estou fazendo a terapia sem pausa, e…. e então assim a supervisão que… que eu fiz por muitos anos, né? E… e… e ai agora não faço mais né, as vezes até dou supervisão para algumas pessoas que estão começando né, e…. pois a supervisão é uma coisa mais usada quando você ainda está começando ou tem uma questão maior no caso… mas não porque não faria né, vamos dizer assim se viesse algum caso que eu sentisse alguma necessidade claro que eu faria, mas não tem tido a necessidade.
Adma: Muito bem! Você acredita que a tecnologia, ela tem influenciado no comportamento infantil? 
Marília: Eu acredito! Eu acho que ela tem uma parte positiva que ela traz, é.... o desenvolvimento de algumas habilidades que a gente não tinha né, ela traz conhecimentos positivos desde que a criança acesse coisas de qualidade, mas por outro lado ela traz uma outra questão né, que é a criança, ta estimulando o tempo todo é... uma área do cérebro específica, por mais que estimule outras áreas dependendo do que ela está acessando, mas assim: a questão principal eu acho que é a frustração pois ela tem hoje as coisas de forma muito imediata tendo acesso a tudo o que ela quer, na hora que ela quer. Tem uma aceleração pelo estímulo muito grande, tem uma diminuição das atividades físicas. Mas o prejuízo eu acredito que aconteça se a criança ela é permitida ficar nesta exposição. Eu não acho que a tecnologia não é prejudicial em si, eu acho que ela é ruim se ela não é controlada.
Adma: se você não souber administrar.
Marília: É, essa é a grande questão. Ela dá trabalhopara os pais e a tecnologia se torna uma grande babá, então muitas vezes ela é conveniente pra gente, deixar  os nossos filhos livres, com tablet, com celular, com a televisão, com o computador, porque daí nós não teremos que cuidar uma vez que eles não iram sair dali mesmo e não poderão fazer nada de “perigoso” porque tem coisas perigosas ali também e nós por sua vez também podemos ficar com nossos celulares. Para mim esta é a grande questão, pois vemos os pais muito preocupados com essa questão, mais quando vamos olhar aonde esses pais estão? Também estão com o celular, tablet e televisão. É preciso avaliarmos e entendermos que ela é útil, importante, mas com a consciência do quanto ela faz bem quando na medida certa e o quando ela pode ser prejudicial não só para as crianças, mas para todos nós.
Adma: É importante então encontrar o equilíbrio.
Marília: E esta busca deve ser constante.
Adma: Sim, Sim!
Qual o comprometimento dos pais com a terapia dos filhos?
Marília: Eu vejo que vem sendo cada vez maior. Depende muito do perfil da família. Tem família que aderem muito bem. Tem aquelas que desejam que arrumemos seus filhos sem que eu tenha que fazer nada. E assim, eu tenho um posicionamento que é meu, que eu sou muito clara quando eu vejo que a família tem este perfil. Eu deixou claro para a família que eu posso fazer um trabalho com a criança que vai até um ponto, mas não será possível chegar nesses resultados se vocês não fizerem a parte de vocês.
Adma: Você se sente realizada aonde atua ou você pretende mudar o público que você atende? 
Marília: Eu me sinto realizada dentro da psicologia clínica, eu não atendo só crianças e trabalho bastante com a parte da orientação de pais. Eu acredito que a orientação de pais é mais preventiva do que o trabalho com a criança em si. Esta é uma área que eu tenho desenvolvido mais, pois acredito que isso colabora muito com o desenvolvimento da criança, mas o atendimento da criança faz parte deste pacote da família e também traz gratificação quando você vê as conquistas, a quebra das crenças disfuncionais e vão deixando de ser construída quando você trabalha desde pequenininho tornando-se um adulto mais saudável.
Adma: Então nós sabemos que a psicologia é muito ampla. Em que frase você definiria a psicologia?
Marília: Para mim a psicologia seria como um guia utilizado pelo psicólogo para que cada um consiga escrever seu próprio manual. Brincando com os pacientes eu falo assim, às vezes com adolescentes: Você vai comprar um carro ele vem com um manual enorme explicando para que serve todas as coisas que estão ali. Que se você usar de uma forma indevida ele não vai funcionar direito, ele vai quebrar, danificar peças. E nós não temos nenhum manual. Nós não viemos com manual nem para ser pais, nem para existir e assim nós vamos nos usando da forma que dá e muitas vezes esta forma que dá com a idade, a forma que dá para ser criança, ser mãe e pai, mais existem outras formas mais adequadas e  melhores que podem fazer com que nós duremos mais, tenhamos mais qualidade, um rendimento melhor. Então, para mim a psicologia ela não deixa de ser um auxílio para que possamos escrever e traduzir este manual e ter acesso às informações que precisamos ter sobre nós mesmos e que não conseguimos para vivermos mais felizes. 
Adma: O que você gostaria deixar de mensagem para os alunos que estão começando a psicologia?
Marília: A mensagem que eu posso deixar para vocês é que tenham a consciência de que o que fazemos é muito sério. É um tesouro que temos nas mãos o poder iluminar o caminho das pessoas para que elas possam encontrar e escrever esse manual delas, ajustar essas lentes da câmera para ver melhor a realidade e entender melhor a vida e serem mais felizes. Mas essas mesmas mãos que podem ajustar essas lentes, elas podem distorcer e colocar no lugar errado. Então o que fazemos é muito sério e para podermos fazer o que fazemos bem feito tem que ter muita clareza do que estamos fazendo tendo muita consciência da seriedade do que estamos fazendo. Para isso é preciso amor pelo que fazemos, acreditar no que fazemos, ter consciência da responsabilidade que temos e com isso estudar, investir na nossa formação, fazer terapia, supervisão. Pois nenhum paciente vai saber se você faz terapia e supervisão, se você vai no congresso ou faz curso. Só que o que se pode fazer de melhor para ele e o de pior é a consciência que vai lhe dizer. É preciso colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila sabendo que eu estou fazendo o melhor que eu posso fazer. Isso também vai fazer o seu nome e sua carreira. 
As pessoas que não fazem o que elas precisam fazer, pensam que ninguém vai saber e ver, mas o resultado do seu trabalho quando não feito da melhor forma ele vai aparecer também e da mesma forma você também não irá colher seus frutos, porque o dinheiro e o resultado financeiro eles veem, não é que nós corremos atrás do dinheiro, ele vem como resultado de tudo isso que fazemos e se não fizermos toda essa parte ele também não virá. É preciso olhar com a importância do que fazemos, temos nas nossas mãos e escolhemos fazer de nossas vidas.
Adma: Agradecimentos em nome do grupo de estudo de psicologia da faculdade Anhanguera sua entrevista foi de uma enorme contribuição para o nosso aprendizado, para o nosso crescimento enquanto ser humano e como profissionais que seremos.
3. BIBLIOGRAFIA
Almeida, L. R., Mahoney A. A. Afetividade e aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola; 2007
Castro, Kern,M..D.G Sturner, Colaboradores A,E(04/2011) Crianças e adolescentes em Psicoterapia
Gregório Marañon y Pasadilha y Pasadilha Médico, Cientista, Hsitoriador, Escritor e Filósofo espanhol. Recebeu o doutoramento em Honóris causa da Universidade de Coimbra em 1960
Linda Lantieri y Daniel Goleman (2009) “Inteligências emocional infantl y juvenil, Ejercícios para cultivar la fortaleza interior” Madri Aguilar
KAY, J., TASMAN A. Psiquiatria: Ciência comportamental e fundamentos clínicos. São Paulo: Manole; 2002
Vygotsky, L. S. Mind in Society - The Development of Higher Psychological Process. Cambridge MA: Havard University Press; 1978
4.ANEXO

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