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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CAMPUS GUAIBA PSICOLOGIA JURÍDICA FERNANDA DE O. LACERDA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA A paternidade socioafetiva consiste em um vínculo criado através de uma relação afetiva entre um homem e uma criança, como se realmente fossem pai e filho, mesmo não havendo o vínculo sanguíneo ou a adoção de fato. Sendo reconhecida somente no ano de 2013 pelo Código Civil. Dois critérios são essenciais para que se reconheça a paternidade socioafetiva, quais sejam: • Que o pai socioafetivo tenha consciência da situação, e sob hipótese alguma tenha sido enganado; • Que o pai socioafetivo trate a criança como se fosse de fato seu filho, sendo visto pela sociedade como o verdadeiro pai. Em caso de conflito entre o pai biológico e o pai socioafetivo não é possível determinar a prevalência de um dos dois sobre a criança, devendo ser analisado o caso concreto conforme seus interesses e peculiaridades, devendo sempre prevalecer o que melhor acolha a criança e suas necessidades, tendo em vista que a condição paterna ultrapassa a mera geração biológica, é necessário todo o envolvimento afetivo. A jurisprudência majoritária entende que não cabe o duplo registro de paternidade, também chamado de multiparentalidade. Ou seja, não pode a atribuição dos mesmos direitos e deveres a dois pais, o socioafetivo e o biológico. Caso o reconhecimento precise ser feito através da justiça, uma das possibilidades é a ação judicial de reconhecimento de parentalidade socioafetiva, que na maioria das vezes, é necessário provar o vínculo. As provas mais comuns e bem vistas são cartões confeccionados pelas crianças de dias dos pais e até mesmo desenhos retratando sua família. Diante disso, cabe salientar que o pai socioafetivo possui os meios direitos do pai biológico, possuindo também deveres equivalentes, como o sustento, alimentação e educação.