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0 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA DA PESQUISA 
UNIDADE II: EPISTEMOLOGIA 
 
1 
 
UNIDADE II: EPISTEMOLOGIA 
 
 
Conteúdo Programático 
 
 Natureza, os limites e os problemas do conhecimento científico; 
 Tipos de conhecimento: senso comum, filosófico, teológico e científico; 
 A verdade em ciência: objetividade e subjetividade; 
 Critérios de cientificidade; 
 Espírito científico: a função da curiosidade; 
 Evolução e divisão das ciências; 
 Visão moderna da ciência: análise sistêmica ou holística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
UNIDADE II: EPISTEMOLOGIA 
 
 
Objetivos 
 
Ao final desta unidade o aluno será capaz de: 
 
 identificar a natureza, os limites e os problemas do conhecimento 
científico; 
• diferenciar os variados tipos de conhecimento: senso comum, filosófico, 
teológico e científico; 
• conceituar “verdade” em ciência dentro dos critérios de objetividade e 
subjetividade; 
• compreender os critérios de cientificidade, espírito científico: a função da 
curiosidade dentro da Metodologia Científica; 
• compreender o processo de evolução e divisão das ciências; 
• compreender a visão moderna da ciência sob as análises sistêmica ou 
holística. 
 
Natureza, os limites e os problemas do conhecimento 
científico 
 
É próprio do homem produzir conhecimento. Este conhecimento constitui o 
patrimônio histórico-cultural da humanidade, resultante de um processo 
cumulativo, decorrente de toda a história da vida humana. De fato, o homem vem, 
incessantemente, construindo conhecimento, produzindo arte, ciência e tecnologia, 
organizando o espaço físico e social. 
 
 
Todavia, para que a sociedade possa caminhar e desenvolver-se, é imprescindível 
O domínio do conhecimento possibilita ao homem 
não só conhecer o mundo, mas também compreender, 
explicar e transformar sua própria realidade. 
 
 
3 
 
que todos tenham acesso a esse conhecimento, cuja apropriação pode dar-se de 
diversas maneiras. 
 
O conhecimento possui dois elementos básicos: um sujeito e um objeto. O sujeito 
é o homem, o ser racional e cognoscente1; o objeto é a realidade na qual vive. 
Existe relação estreita entre o sujeito e objeto; o homem só é sujeito quando está 
conhecendo o objeto, e a realidade só se torna objeto quando é conhecida pelo 
sujeito. 
 
 
Tipos de conhecimento: senso comum, teológico (religioso), 
filosófico e científico 
 
Entre os conhecimentos que o homem produz na tentativa de explicar e 
compreender o mundo, dar sentido para as coisas, destacam-se: 
 
 o senso comum, 
 o teológico (religioso), 
 o conhecimento filosófico e 
 o conhecimento científico. 
 
Senso comum: é o modo espontâneo e pré-crítico de conhecer. Todo homem, no 
percurso de sua existência, acumula conhecimentos e experiências daquilo que 
viveu, viu e ouviu de outras pessoas, interiorizando as tradições da sociedade. 
 
Assim, o senso comum refere-se a opiniões individuais e subjetivas das pessoas 
sobre as coisas e os acontecimentos, como resultado de suas próprias experiências. 
É um conhecimento que se adquire independentemente de estudos ou pesquisas, 
entendido como sendo aquele que aborda os fatos sem lhes investigar as causas, 
sem recorrer à fundamentação técnica, sistemática ou objetiva. 
Também chamado de “vulgar”, “popular” e “empírico” é o 
conhecimento do dia-a-dia, do cotidiano, da vida das 
pessoas (...) Faz parte da tradição de uma comunidade e 
resulta de simples transmissão de uma geração a outra. 
(BARBOSA, 2006, p. 45) 
 
 
1 1 Cognoscente é o homem em processo de construção do conhecimento. (SILVA, 
1998, p.29). 
 
4 
 
Tais características, entretanto, não devem fazer supor que este tipo de 
conhecimento seja desprezível ou desprovido de significação. O senso comum: 
 
(. . .) é a primeira compreensão do mundo resultante da 
herança fecunda de um grupo social e das experiências atuais 
que continuam sendo efetuadas. Pelo senso comum, fazemos 
julgamentos, estabelecemos projetos de vida adquirimos 
convicções e confiança para agir. (ARANHA; MARTINS, 1992, 
p.56). 
 
 
Apesar do senso comum não poder ser desprezado, pois é a partir dele que o 
indivíduo acumula conhecimento e experiências de vida, ele é muito subjetivo e 
pessoal. Uma opinião pessoal não pode ser considerada como verdade, a 
menos que seja demonstrada cientificamente. 
 
Já os conhecimentos teológico (religioso) e filosófico são inexperimentáveis, 
pois dependem do exercício do pensamento e advém da necessidade de 
transcendência que o homem possui; é um exercício de pensar os acontecimentos 
além de suas aparências. 
 
Conhecimento Teológico (religioso): é a crença em divindades, forças 
superiores, manifestações divinas. Esse tipo de conhecimento não admite 
questionamentos, não se baseia na razão e sim, na Fé. A “verdade” surge da 
revelação. 
 
Conhecimento filosófico: busca respostas na reflexão dos homens sobre si 
mesmos e sobre a realidade. Os temas de reflexão filosóficos mudam na medida 
em que o contexto histórico se transforma. 
 
Quanto ao objeto de conhecimento da filosofia, pode-se 
indicá-lo como sendo o tudo. Procura-se conhecer o ser e o 
não ser, o bem e o mal, o mundo dos seres, dos homens. As 
proposições filosóficas são situadas em um contexto cultural 
que considera o homem inserido na história. 
A filosofia é, pois, uma reflexão crítica também da 
sociedade, da política, do direito e da educação, e é o seu 
fundamento. (BARROS; LEHFELD, 2000, p.35) 
 
 
 
 
 
5 
 
Pode-se pensar filosoficamente a ciência, a arte, a religião, o homem etc. e quando 
assim se procede, procura-se conhecer as causas primeiras dos fenômenos, 
contrariamente ao que sucede com o conhecimento científico, que fica restrito às 
causas próximas, às suas particularidades. 
 
Ao mesmo tempo em que produz conhecimentos, o homem interroga-se a respeito 
de sua validade: o que é a verdade? Pode-se confiar na capacidade cognitiva do ser 
humano? Quando os conhecimentos advindos dela podem ser considerados 
verdadeiros? 
 
Historicamente, desde os primeiros filósofos até os nossos dias, debate-se o 
problema: a verdade está no objeto ou na relação do sujeito com o objeto? Este 
debate é fecundo, fazendo com que surjam diversas interpretações sobre a questão 
da verdade e da validade do conhecimento. Cada pensador, cada corrente 
filosófica, cada cientista responde a essas questões de maneira diferente. 
 
 
 
 
E é até bom que não seja assim, para que os conceitos e achados científicos sejam 
exaustivamente testados, comprovados, reduzindo as margens de erros. 
 
Toda essa polêmica, tratada aqui de maneira bastante ligeira, na medida em que 
desafia o espírito humano e provoca divergências aparentemente inconciliáveis, é 
benéfica e só tem estimulado o aprofundamento de questões ligadas à 
epistemologia e à filosofia da ciência. 
 
 
Nem todos os pensadores e cientistas chegam às 
mesmas conclusões sobre as questões que 
envolvem as “verdades”. 
 
 
6 
 
Conhecimento científico: o conhecimento científico, ao contrário do 
conhecimento comum: 
 
Busca compreender a realidade de maneira racional, 
descobrindo relações universais e necessárias entre os 
fenômenos, o que permite prever acontecimentos e, 
conseqüentemente, também agir sobre a natureza (ARANHA; 
MARTINS, 1992, p.89) 
 
O conhecimento científico não atinge simplesmente os fenômenos em sua 
manifestação global, mas investiga sua causa, sua constituição íntima, 
caracterizando-se, desta forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de 
desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer eventos 
futuros. 
 
 
A “verdade” em ciência: objetividade e subjetividade 
 
Ao contrário do uso pouco rigoroso que o homem comum faz da palavra ciênciaem seu cotidiano, no meio acadêmico, esta palavra é tomada no seu sentido 
estrito: trata-se de uma forma de conhecimento sistemático dos fenômenos 
naturais, sociais, biológicos, matemáticos, físicos e químicos, pelos quais se pode 
chegar a um conjunto de conclusões lógicas, demonstráveis por meio de pesquisas. 
 
(...) a ciência busca um ideal de comunicação universal: a 
linguagem científica comunica informação a quem quer que 
possa entende-la, mercê de um treinamento anterior (...) a 
comunicação dos resultados e das técnicas da ciência serve 
não apenas para divulgar, mas também para multiplicar as 
possibilidades da confirmação ou refutação do conhecimento 
que está sendo comunicado por parte da comunidade 
científica (...)” (MOREIRA, 2004, p. 10) 
 
 
Por mais que a mensagem, ou a ciência seja "objetiva", não devemos esquecer 
que, no momento exato em que a pessoa - o sujeito - toma consciência de sua 
existência, esta se torna também, "subjetiva". 
 
Cada ser possui sua própria visão de realidade, seu modo de guardar informações, 
baseado em sua experiência de vida. Ou seja, todos os esforços buscando a 
objetividade e caráter universal do conhecimento tornam-se nulos no momento em 
que atingem seu objetivo, a divulgação. Isso ocorre, pois, milhares de pessoas 
 
7 
 
com milhares de experiências de vida diferentes irão criar interpretações pessoais 
das mais variadas categorias. 
 
Assim, as verdades científicas são provisórias, pois são datadas, ou seja, com as 
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais nos diferentes contextos 
históricos, as ciências se transformam e, consequentemente, as verdades também 
sofrem alterações. 
 
 
Critérios de cientificidade 
 
Um dos requisitos primordiais para um assunto ou fato estudado alcançar o 
estatuto da ciência é a utilização de métodos científicos2. O entendimento do 
método passou a ser condição necessária ao estabelecimento de limites, na 
demarcação do que se considera científico ou não. 
 
Nos dias de hoje, muitas áreas da ciência se sobrepõem de 
tal forma que estudiosos de áreas diferentes podem se 
dedicar a um mesmo tipo de problema, com pontos de 
vistas distintas (OLIVEIRA, 1997, p.48). 
 
 
Se diversos são os enfoques, diversos também os modos de se levantar fatos e de 
se produzir idéias. Ou seja, as formas de procedimentos técnico e lógico do 
raciocínio científico são variadas, como vários são os métodos3 para o 
desenvolvimento da ciência. O método guia o trabalho intelectual (produção das 
idéias, experimentos e teorias) e avalia os resultados obtidos. 
 
No processo de produção do conhecimento, o pesquisador elege o método que lhe 
parece mais apropriado à natureza do assunto que vai estudar. Método e conteúdo 
devem estar relacionados, uma vez que, tão importante quanto o conhecimento, é 
a maneira como se chegou a ele. 
 
 
 
2 Os diferentes métodos científicos serão estudados na Unidade Instrucional III. 
3 O método é constituído por um conjunto de procedimentos que devem ser 
observados na busca do conhecimento e transformação da realidade. Em resumo: “em 
seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes 
processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado” (CERVO; 
BERVIAN, 1996, p.23). 
 
8 
 
 
 
 
 
 
O estudante pesquisador deve compreender que se existem diversos métodos para 
a realização de pesquisas que buscam contribuir para o desenvolvimento das 
ciências, algumas questões são fundamentais e devem ser respondidas para uma 
maior compreensão do que é ciência e da importância da ciência, tais como: 
 
 Afinal, quais são os critérios de cientificidade? 
 O que diferencia teorias científicas de outros tipos de teoria (teorias 
metafísicas e especulativas)? 
 O que leva cientistas a considerar uma teoria melhor do que a outra, quando 
ambas se propõem a explicar os mesmos fenômenos? 
 
Para responder estes dilemas, a própria comunidade científica / acadêmica 
estabelece critérios para que uma teoria, estudo ou descoberta tenha valor 
científico, tais como: coerência, consistência, originalidade e objetividade, 
aplicabilidade, replicabilidade, além de se submeter, necessariamente, à apreciação 
crítica da comunidade científica, após sua imprescindível divulgação. 
 
 
 
 
 
 
Todo trabalho científico, seja de natureza teórico-
conceitual ou de natureza empírica, deve esclarecer o 
caminho percorrido para sua efetivação. 
 
 
 
9 
 
Espírito científico: a função da curiosidade 
 
 
A história humana é a história das lutas pelo conhecimento 
da natureza para interpretá-la e para dominá-la. Cada 
geração recebe um mundo interpretado por gerações 
anteriores. Esta história está constituída por interpretações 
místicas, proféticas, filosóficas, científicas, enfim, por 
ideologias. Cada indivíduo que vem ao mundo já o encontra 
pensado, pronto: regras morais estabelecidas, sociedade 
organizada, religiões estruturadas, leis codificadas, 
classificações preparadas. No entanto, tal estruturação do 
mundo não justifica a alguém se sentir dispensado de 
repensar este mundo, porque caso contrário tem-se o lugar 
comum, a mediocridade e, o que é pior, a alienação. 
(BASTOS; KELLER, 2000, p.54) 
 
 
 
 
A ciência experimental surgiu e desenvolveu-se no início do século XVII, sempre 
imersa nas discussões filosóficas que tratavam sobre os limites do raciocínio 
científico, sobre o que a ciência considerava como verdade e questionava a 
capacidade do homem em conhecer o universo através dos seus falhos 
instrumentos pessoais. Havia uma urgente necessidade de aperfeiçoar os sentidos 
físicos: visão, audição e tato, bem como amplificar o poder por meio das máquinas. 
 
O espírito humano, sempre curioso e duvidando de tudo, tentava se apoiar nas 
variadas filosofias, na tentativa de encontrar soluções para os problemas 
humanos. Apesar de todos os avanços nos campos das ciências, foi somente no 
século XX que a filosofia científica ganhou autonomia como disciplina. A ciência 
passou a ser um fator de história e de cultura entrelaçando-se com concepções de 
ordem moral, política e ética. 
 
 
10 
 
 
 
 
 
A evolução constante do homem, por meio do conhecimento científico tem 
aumentado a longevidade, solucionado problemas seculares e, conseqüentemente, 
levará a humanidade a padrões de vida cada vez melhores. Pelo menos é este o 
objetivo da ciência. 
 
O ser humano vive em constantes questionamentos sobre a própria existência e 
deseja ansiosamente encontrar respostas e, para isso, cria representações da 
realidade que percebe e a isso chama de conhecimento. Esse conhecimento 
sistematizado, comprovado por outras pessoas, chama-se conhecimento 
científico. 
 
O conhecimento científico é aquele que resulta da investigação científica, seus 
métodos e técnicas. Deriva da necessidade de achar soluções para os diversos 
problemas do dia-a-dia e também de explicar de modo sistematizado e comprovado, 
teorias capazes de replicação, testagem e de comprovação empírica. 
 
Desta forma, o conhecimento científico surge não apenas da necessidade de 
encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, mas do desejo 
de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas por meio 
 
A curiosidade passa a ter função especial para o 
cientista, uma vez que é fundamental para o 
desenvolvimento da própria ciência obter o perfeito 
entendimento de determinada teoria, estabelecendo-
se por vezes o confronto com outras teorias no 
passado ou no presente. 
 
 
11 
 
de provas empíricas. 
 
Essa busca do ser humano para achar solução para os seus problemas levou ao 
desenvolvimento do conhecimento científico, que ajuda na solução dos problemas. 
Paradoxalmente, muitos homens têm criado problemas no uso de muitasdescobertas e invenções. Mas é o mau uso que traz conseqüências indesejáveis. 
Certamente o bom uso das descobertas e criações humanas traz bem-estar, saúde 
e conforto. Dê uma olhada ao seu redor: a luz elétrica, o celular, o computador, o 
avião, a Internet, não são boas soluções? 
 
A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos 
existentes originários, quer do senso comum, quer do corpo de conhecimentos 
existentes na ciência, são insuficientes para explicar os problemas surgidos. O 
conhecimento prévio que nos lança a um problema pode ser tanto do conhecimento 
ordinário quanto do científico. 
 
Quando o homem sai de uma posição meramente passiva, de testemunha dos 
fenômenos, sem poder de ação ou controle dos mesmos, para uma atitude 
racionalista e lógica, que busca entender o mundo por meio de questionamentos, é 
que surge a necessidade de se propor um conjunto de métodos que funcionem como 
uma ferramenta adequada para essa investigação e compreensão do mundo que o 
cerca. O homem quer ir além da realidade imediatamente percebida e lançar 
princípios explicativos que sirvam de base para a organização e classificação que 
caracteriza o conhecimento. 
 
Por meio desses métodos se obtêm enunciados, teorias, leis, que explicam as 
condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a um 
problema, sendo possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir um 
corpo de novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na verificação 
dessas predições, e na correspondência desses enunciados com a realidade 
fenomenal. 
 
A ciência se vale da crítica persistente que persegue a localização dos erros, por 
meio de procedimentos rigorosos de testagem que a própria comunidade científica 
reavalia e aperfeiçoa constantemente. Esse método crítico de constante 
identificação de dificuldades, contradições e erros de uma teoria, garante à ciência 
uma confiabilidade. 
 
 
12 
 
O que se opõe ao espírito científico é o dogma4, que bloqueia a crítica por se julgar 
auto-suficiente e clarividente na sua compreensão do mundo, e acaba por impedir 
eventuais correções e aperfeiçoamentos, muitas vezes induzindo ao erro, fraudes, 
ignorância e comportamento intolerante. É, portanto, errôneo achar que a 
dogmatização de um conhecimento é superior só porque é imutável. 
 
 
A curiosidade que leva ao desenvolvimento do espírito científico é uma busca 
permanente da verdade, com consciência da necessidade dessa busca, expondo as 
suas hipóteses à constante crítica, livre de crenças e interesses pessoais, conclusões 
precipitadas e preconceitos. 
 
Embora não se possam alcançar todas as respostas, o esforço por conhecer e a 
busca da verdade continuam a ser as razões mais fortes da investigação científica. 
 
4 Dogmas são doutrinas que nos são apresentadas como inquestionáveis e 
indiscutíveis. 
 
FIM DA UNIDADE II 
Realize todas as atividades propostas para a 
unidade. Em caso de dúvidas, entre em contato com 
seu tutor. 
 
O verdadeiro espírito científico consiste, justamente, 
em não dogmatizar os resultados de uma pesquisa, 
mas em tratá-los como eternas hipóteses que 
merecem constante investigação. 
 
 
13 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000. 
 
BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo: 
Expressão & Arte, 2006. 
 
BARROS, Aidil Jesus da Silveira.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. 
Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. São 
Paulo: Pearson Makron Books, 2000. 
 
BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à 
metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
BITTAR, Eduardo C. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia 
para os cursos de direito. São Paulo: Saraiva, 2001. 
 
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre:UFMG, 2004. 
 
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
GALLIANO, A . C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 
 
GIL, A . C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1989. 
 
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003. 
 
JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 
1978. 
 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12ª Ed. Petrópolis: Vozes, 
1997. 
 
KUHM, T. S. A Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991. 
 
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002. 
 
MOREIRA, Daniel A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2004. 
 
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
 
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21ª Ed. São Paulo: 
Cortez, 2000. 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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