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0423_2359_npj_trabalho_contestacao

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Prezados alunos, boa tarde! 
A atividade desta semana consiste na realização de uma peça prática, a resposta do 
réu. A meu ver, o ato processual mais importante do réu no processo. 
O direito de resposta do réu encontra seu principal fundamento de validade na CF, 
consubstanciando-se nos princípios do devido processo legal (art. 5º, LV), da 
inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV), do contraditório e da ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV). 
O momento para apresentação da resposta do réu é até a audiência, conforme 
estabelece o art. 847 da CLT: 
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, 
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo 
judicial eletrônico até a audiência. 
 
Estrutura da peça: 
 
Endereçamento 
Na contestação, o endereçamento da peça deve ser feito ao juízo em que está 
tramitando a ação, como no exemplo abaixo: 
Ao Juízo da ___ Vara do Trabalho de ___________________. 
 
Qualificação 
Apesar de o Reclamado já estar qualificado na inicial, a contestação é a sua primeira 
manifestação nos autos, de modo que deve trazer sua qualificação. Caso o problema 
não forneça os dados, não invente. Coloque entre vírgulas, “qualificação e endereço 
completos”. Na hipótese de o problema fornecer os dados apenas de forma parcial, 
indique os fornecidos pela prova e acrescente “qualificação e endereço completos”. 
Dispensa-se a qualificação completa do Reclamante, a qual será substituída pela 
expressão “já qualificado nos autos em epígrafe”. 
Ainda, na qualificação, deverá ser inserido o fundamento legal da peça processual. A 
contestação, no Processo do Trabalho, está positivada no artigo 847 da CLT, in verbis: 
Art. 847 da CLT. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua 
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as 
partes. 
 
O verbo utilizado é APRESENTAR ou OFERECER 
 
NOME DO RECLAMADO, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde 
recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 847 da CLT, OFERECER 
CONTESTAÇÃO à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO RECLAMANTE, já 
qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
Ou 
NOME DA RECLAMADA (completo, sem abreviações e em caixa alta), pessoa jurídica de 
direito privado (pessoa física; fundação pública ou privada etc.), inscrita no CNPJ sob o 
no, usuário do endereço eletrônico ..., estabelecida no 
endereço completo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermé
dio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório 
profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro 
no art igo 847 da CLT, OFERECER CONTESTAÇÃO à Reclamatória Trabalhista que lhe 
move NOME DO RECLAMANTE, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de 
fato e pelos fundamentos de direito a seguir expostos. 
 
Preliminares 
A preliminar da contestação versa sobre os aspectos processuais, trata-se de defesa 
processual. 
Art. 337 do CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
• 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
• 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma 
causa de pedir e o mesmo pedido. 
• 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
• 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão 
transitada em julgado. 
• 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz 
conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. 
• 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma 
prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao 
juízo arbitral. 
Art. 852-B da CLT. 
Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e 
endereço do reclamado; 
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do 
seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o 
movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
• 1º. O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste 
artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento 
de custas sobre o valor da causa. 
• 2º. As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço 
ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas 
ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
Encontrada a hipótese no artigo 337 do CPC ou no artigo 852-B, incisos I e II, da CLT, é 
certo que haverá preliminar, resta, portanto, saber o que pedir. 
As preliminares de mérito classificam-se em dilatórias e peremptórias. Enquanto as 
dilatórias não visam à extinção do processo; as peremptórias possuem esse objetivo. 
Aquelas são a maioria. 
Tratam de exceções dilatórias a conexão e continência (art. 337, VIII, do CPC) e a 
incapacidade de parte ou irregularidade de representação (art. 337, IX, do CPC). O 
artigo 337, VIII, do CPC refere-se apenas à conexão, entretanto, esta compreende 
também a continência. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for 
comum o objeto ou a causa de pedir (art. 55 do CPC). Dá-se a continência entre duas 
ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o 
objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras (art. 56 do CPC). Nestes 
casos, demanda-se a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam 
decididas simultaneamente. 
As preliminares de mérito levam à extinção do processo sem resolução do mérito, nos 
termos do artigo 485 do CPC: 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a 
causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e 
regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição 
legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
• 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
• 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as 
custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das 
despesas e dos honorários de advogado. 
• 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V,VI e IX, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em 
julgado. 
• 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
• 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
• 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo 
autor depende de requerimento do réu. 
• 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste 
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
Prejudiciais de mérito 
São prejudiciais de mérito: 
• Prescrição; 
• Decadência. 
A prescrição e a decadência devem ser tratadas na contestação, no tópico das 
Prejudiciais de Mérito, devendo o Reclamado postular SEMPRE a extinção do processo 
COM resolução do mérito, de acordo com o artigo 487, II, do CPC. 
Art. 487 do CPC. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
III – homologar: 
1. a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
2. b) a transação; 
3. c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do §1º do art. 332, a prescrição e a decadência 
não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de 
manifestar-se. 
 
Mérito 
Ultrapassadas as questões preliminares e prejudiciais, é o momento de elaborar o 
mérito da contestação. 
O mérito da contestação deve atacar todos os pedidos invocados na exordial. O 
Reclamado deve abordar toda a matéria de defesa, impugnando um a um todos os 
fatos apresentados pelo autor, conforme o disposto nos artigos 336 e 341 do CPC, em 
respeito aos princípios da eventualidade e da impugnação especificada, 
respectivamente. 
Art. 336 do CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, 
expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e 
especificando as provas que pretende produzir. 
Art. 341 do CPC. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as 
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas, salvo se: 
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato; 
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao 
defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 
Reconvenção 
A reconvenção consiste na pretensão do réu contra o autor, proposta no mesmo feito 
em que está sendo demandado. 
A lei impõe alguns requisitos para que seja admissível a reconvenção: 
– o juízo da causa principal seja competente para apreciar a demanda reconvencional; 
– legitimidade ativa e passiva; 
– conexão entre reconvenção e a ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 
343, caput, do CPC). 
A reconvenção está prevista no artigo 343 do CPC, aplicado subsidiariamente ao 
Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT. 
Art. 343 do CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
• 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, 
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
• 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o 
exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à 
reconvenção. 
• 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
• 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
• 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular 
de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face 
do autor, também na qualidade de substituto processual. 
• 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer 
contestação. 
O artigo 343, § 2º, do CPC expõe uma característica importante da reconvenção: a 
autonomia. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o 
exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à 
reconvenção. 
A reconvenção deve ser proposta na contestação (art. 343, caput, CPC), observada a 
seguinte estrutura: 
1 – Requisitos da reconvenção: para destacar o cabimento da reconvenção 
(competência, legitimidade e conexão). 
2 – Fato, fundamento e pedido. 
3 – Valor à causa. 
 
Requerimentos Finais 
Se houver preliminares, o acolhimento das preliminares de mérito. 
Se houver prejudiciais, o acolhimento das prejudiciais de mérito. 
No mérito, a improcedência dos pedidos formulados pelo reclamante, a condenação 
no pagamento das custas e demais despesas processuais, além dos honorários 
sucumbenciais. 
Se houver reconvenção, a procedência do pedido reconvencional. 
 
Fechamento 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n.º 
 
 
 
CASO PRÁTICO: 
Processo n.: 0001490-76.2019.5.03.0147 
Reclamante : José da Silva, já qualificado na peça inicial 
Reclamada : Obra Certa Materiais de Construção- ME 
CNPJ: 00.555.444/0001-00 / Endereço: Rua Vital Brasil, n. 100, Jardim das Acácias, CEP: 
37.410-000, Três Corações/MG. 
 
O reclamante ingressou com uma ação contra a reclamada na data de 30/07/19, sendo 
distribuída à VT de Três Corações/MG. Alega o ex-empregado que trabalhou como 
vendedor para a reclamada no período de 01/01/2005 a 30/11/2017 e salário a base 
de comissões, 5% sobre vendas, o que resultava na média mensal de R$ 2.400,00. 
Alega que sua atividade era predominantemente externa, e consistia basicamente em 
visitar os clientes e realizar as vendas. Alega que sua jornada de trabalho média era de 
2ª a 6ª feira das 6 às 18 horas, com 01 hora de intervalo intrajornada. Alega que nunca 
recebeu as horas extras prestadas. Pleiteia 11 horas extras semanais acrescidas de 
50%, por todo período trabalhado – dando valor a este pedido de R$ 115.000,00, além 
dos reflexos das horas extras no aviso prévio indenizado, DSR, 13º salários, férias + 1/3 
e FGTS + 40%, dando valor a este pedido de R$ 38.000,00. Valor da causa de R$ 
153.000,00, rito ordinário. 
Como advogado(a) da empresa Obra Certa Materiais de Construção, faça uma 
contestação. 
 
 
 
AO JUÍZO DA ____ VARA DE TRABALHO DE TRÊS CORAÇÕES-MG 
 
 
PROCESSO Nº: 0001490-76.2019.5.03.0147 
Reclamante: José da Silva 
Reclamada: Obra Certa Materiais de Construção - ME 
 
 
 
OBRA CERTA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO-ME, pessoa jurídica de direito 
privado, inscrita no CNPJ: 00.555.444/0001-00, com sede estabelecida à Rua Vital Brasil, 
n. 100, Jardim das Acácias, CEP: 37.410-000, Três Corações/MG, usuário do endereço 
eletrônico, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio 
de seu advogado infra-assinado (procuração anexa), com escritório profissional no 
endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no art. 847 da 
CLT, OFERECER CONTESTAÇÃO à Reclamatória Trabalhista que lhe move JOSÉ 
DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e pelos 
fundamentos de direito a seguir expostos. 
 
PRELIMINARMENTE 
 
Urge ressaltar, que a presente demanda não pode ter seu mérito apreciado, uma vez que 
falta ao Autor o pressuposto processual insculpido no art. 625-D da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
 
Com efeito, conforme demonstra a documentação em anexo, os sindicatos representativos 
das partes formalizaram e instituíram a Comissão de Conciliação Prévia, nos termos da 
Lei nº 9.958/00. 
 
Entretanto, o Autor afrontando o dispositivo legal, não submeteu seus pleitos ao crivo da 
Comissão, faltando-lhe, portanto, pressuposto para o ajuizamento do presente feito. 
 
O Egrégio Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, vem, reiteradamente,corroborando este entendimento, in verbis: 
 
 
COMISSÃO PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO. Não comprovado com a inicial que a parte 
tenha levado sua demanda, primeiramente, ao crivo das Constituições Prévias de 
Conciliações, mister extinguir o feito, sem julgamento do mérito (artigo 267, IV), em face 
da ausência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do 
processo. (TRT 3ª R. - 3T - RO/0991/01 Rel. Juiz Paulo Maurício Ribeiro Pires - DJMG 
27/03/2001 P.16). 
 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO - POSSIBILIDADE 
- ART. 625-D/CLT - LEI 9958/00 (COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA) - 
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E DIREITO DE AÇÃO - 
INEXISTÊNCIA - COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL - A extinção do 
processo sem julgamento de mérito, em quaisquer das hipóteses legalmente previstas no 
CPC (art. 267), de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, não significa que o 
julgador furtou-se a realizar a prestação jurisdicional. Isto porque, a decisão de extinção 
do processo sem julgamento de mérito também sentença, restringindo-se a atividade 
jurisdicional ao exame de matéria preliminar que, se não ultrapassada, prejudica o exame 
de mérito da ação. (TRT 3ª R. - 1T - RO/0246/01 Rel. Juiz José Eduardo de Resende 
Chaves Júnior - DJMG 30/03/2001 P.06). 
 
 
EMENTA: COMISSÕES PRÉVIAS DE CONCILIAÇÃO. O artigo 625-A da CLT 
faculta a instituição de Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária com 
representantes dos empregados e dos empregadores, com a finalidade de tentar a 
conciliação dos conflitos individuais do trabalho. No entanto, entendo que, uma vez 
instituída, na localidade da prestação de serviço, a Comissão Prévia de Conciliação, 
qualquer demanda de natureza trabalhista deverá submeter-se a ela, salvo motivo 
relevante devidamente comprovado, sob pena de extinção do processo sem julgamento 
do mérito por ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e 
regular do processo. o que se infere do artigo 625-D da CLT e seu § 3º. Assim, a 
conciliação prévia constitui, como, aliás, já ocorre nos dissídios coletivos, um pré-
requisito da ação, não se podendo deixar de enfatizar a sua importância como meio de 
solução pacífica dos conflitos individuais. 
(TRT 3ª R. - 2T - ROPS/1546/01 Rel. Juíza Cristiana Maria Valadares Fenelon - DJMG 
22/05/2001 P.06). 
 
 
EMENTA: COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. OBRIGATORIEDADE. 
PRESSUPOSTO PROCESSUAL. Tem-se que o artigo 625-D, da CLT, contém norma de 
cunho imperativo, ou seja, existindo a Comissão de Conciliação, e não sendo esta de uso 
facultativo pelas normas que lhe instituíram, constitui-se em pressuposto processual a 
prévia tentativa de conciliação junto à referida Comissão. Tal não ocorrendo, correta a 
extinção do processo, sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, IV, do CPC. 
(TRT 3ª R 5T RO/12478/01 Rel. Juiz Emerson José Alves Lage DJMG 24/11/2001 P.17). 
 
 
 
Pelo exposto, requer a extinção deste processo, com fulcro no art. 267, IV, do Código de 
Processo Civil, condenando o Autor ao pagamento de custas processuais. 
 
 
 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
 
Do Pacto Laboral 
 
 
O Autor foi admitido na Reclamada em de 01/01/2005 e teve seu contrato rescindido em 
30/11/2017, conforme documentação em anexo. 
 
Recebeu correta e tempestivamente todas as parcelas rescisórias, conforme comprova o 
TRCT em anexo. 
 
 
 
 
Da real jornada de trabalho – Horas Extras 
 
A jornada de trabalho do reclamante era a seguinte: 
 
De 2ª a 6ª feira: de 06:00 às 18:00 horas, com 01:00 hora de almoço, conforme comprova 
o Contrato de Trabalho. 
 
Entretanto, o Reclamante exercia trabalho externo, fora das dependências da empresa e 
sem fiscalização, fazendo instalações telefônicas nas ruas, nos termos do art. 62 da CLT, 
o que acarreta a improcedência do pedido de horas-extras. 
 
 
Pertinente ressaltar o entendimento jurisprudencial, in verbis: 
 
“EMENTA: Tratando-se de serviço externo, sem controle pelo empregador da jornada, 
não há que se falar em horas extras” (TRT 03ª R. – 3T- RO/0169/86 – Rel. Juiz Ney 
Proença Doyle – DJMG 06/06/86) 
 
 
“Executando o empregado, serviço essencialmente externo, surge a impossibilidade 
material da efetiva fiscalização e controle, bem como a aferição do tempo realmente 
dedicado às atividades da empresa, sendo indevidas horas extras.” (TRT, 02ª Região, 02ª 
Turma, 02930331440, in DOE-SP de 11-01-95, p.67) 
 
 
Tribunal Regional do Trabalho - 3ª Região. 
Primeira Turma 
RO/7437/90 
Rel. Juiz Aguinaldo Paoliello 
DJMG 14/06/1991 P. ) 
EMENTA: HORAS EXTRAS-INTERVALO PARA REFEIÇÕES - SERVIÇO 
EXTERNO O intervalo para refeições se presume, principalmente em serviço externo, 
longe do controle efetivo do empregador, que somente anotava horas de início e término 
da jornada. A prova de que não havia intervalo, em função de tarefas excessivas, do 
empregado, em tais casos. Recurso ordinário provido parcialmente. 
 
 
Tribunal Regional do Trabalho - 3ª Região. 
Primeira Turma 
RO/11370/91 
Rel. Juiz Renato Moreira Figueiredo 
DJMG 25/09/1992 P. ) 
EMENTA: horas extras - jornadas em serviço externo - em serviço não fiscalizado nem 
fiscalizável não há falar em horas extras. A possibilidade de horas extras em serviço 
externo depende de prova de que as tarefas atribuídas ao empregado não poderiam ser 
desempenhadas em horário normal. 
 
 
O Colendo Tribunal Superior do Trabalho, em caso semelhante ao em tela, assim se 
manifestou, in verbis: 
 
 
Origem: TST 
Decisão: 06/12/1999 
Tipo: ERR num: 303642 ano: 1996 região: 09 
Embargos em recurso de Revista 
Órgão julgador: Subseção Especializada em Dissídios Individuais 
Fonte: DJ 04/02/2000 PÁG. 73 
Relator: Ministro Rider Nogueira de Brito 
Ementa: Horas Extras – trabalho em atividade externa 
A inexistência de controle da jornada de trabalho do empregado que trabalha em atividade 
externa, afasta o direito a horas extras, em face da dificuldade de se apurar o quantitativo 
dessas horas extraordinárias, independente de haver sido cumprida a determinação 
constante do inciso I, do artigo 62 da CLT, qual seja, a anotação dessa condição na CTPS 
e no registro do empregado. 
 
 
 
Desta forma, MM. Julgador, o reclamante não laborou extraordinariamente, pois, se 
eventualmente ultrapassou o horário normal de trabalho, as horas realizadas foram 
devidamente compensadas no horário normal, utilizando-se das hipóteses previstas nas 
cláusulas terceira e quarta da Convenção Coletiva de Trabalho denominada 
“Compensação e/ou Prorrogação de Jornada de Trabalho e Do Banco de Horas”. 
 
Outrossim, se eventualmente trabalharam em sábados ou domingos, estes dias foram 
devidamente compensados com folgas durante a semana. 
 
 
Do ônus da prova 
 
Mais uma vez ressaltemos a Consolidação que dispõe no art. 818: 
 
“A prova das alegações incumbe a parte que as fizer” 
 
O Mestre Valentin Carrion ensina categoricamente in Comentários à CLT: 
 
“O trabalho em horário extraordinário é fato constitutivo” 
 
Mais uma vez os Autores não se desincumbiram de provar a sua absurda alegação de 
trabalho extraordinário, o que demonstra a sua improcedência. 
 
Ademais, é uníssono o entendimento de que cabe ao Autor provar indubitavelmente a 
existência de horas extras, vejamos a manifestação do Colendo Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
HORAS EXTRAS - COMPROVAÇÃO - ÔNUS DA PROVA 
“Horas extras - Apresentação de cartões de ponto. O entendimento desta Corte é no 
sentido de que a obrigação de comprovar as horas extras é do empregado, não gerando 
presunção de veracidade da jornada alegada na inicial o fato da empresa não ter juntado 
aos autos espontaneamente os cartões de ponto. Revista improvida ( Acórdão unânime da 
1ª Turma do TST - RR 198.605/95.5 - 2ªR - Rel. Min. Regina Rezende Ezequiel - 
j.16.10.96 - Recte.Termomecânica São Paulo S/A; Recda: Ana Rosa Zanini - DJU 1 
29.11.96, p. 47.449 - ementa oficial) - grifos nossos 
 
No mesmo entendimento o Egrégio Tribunal Regional do Trabalhode Minas Gerais, in 
verbis: 
 
Processo: ro/8411/92 
Turma: 4t 
Relator/revisor:Juiz Israel kuperman 
Data alteração: 24/02/95 
Ementa: horas extras - prova - a prova da existência de horas extraordinárias, cujo ônus 
cabe ao empregado, deve ser robusta e concludente não permitindo qualquer duvida. 
Quando ele não se desincumbe desse ônus, impõe o indeferimento de sua pretensão. 
(grifos acrescidos) 
 
 
Destarte, improcedentes os pedidos da exordial. 
 
 
 
Das Férias, 13º salários, FGTS, saldo de salários 
 
Todas as parcelas rescisórias e salariais foram corretas e tempestivamente pagas, bem 
como, as férias, 13º salários e os recolhimentos de FGTS, tudo conforme documentação 
em anexo. 
 
Destarte, improcedentes os pedidos da exordial. 
 
 
 
DOS PEDIDOS 
 
Pelo exposto, já impugnados todos os pleitos especificadamente, requer à Vossa 
Excelência que julgue IMPROCEDENTES todos os pedidos da exordial. 
 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
requerendo desde já o depoimento pessoal dos Autores, novas provas documentais e 
testemunhais. 
 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Três Corações, 20 de Abril de 2020. 
 
 
 
Advogado 
OAB

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