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TCC_Jovens Universitários e Participação Política_20_09_13

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUÁRIAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
O MARKETING POLÍTICO E OS JOVENS ELEITORES UNIVERSITÁRIOS: Um estudo exploratório sobre a percepção das principais ferramentas promocionais
TALITA BARROSO SOUSA
São Paulo – SP
2013
TALITA BARROSO SOUSA
O MARKETING POLÍTICO E OS JOVENS ELEITORES UNIVERSITÁRIOS: Um estudo exploratório sobre a percepção das principais ferramentas promocionais
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração, do Departamento de Administração, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Administração, orientado pela Professora Dra. Carmen Lídia Ramuski
São Paulo –SP
2013
AVALIAÇÃO:...............................................................................................
ASSINATURA DO ORIENTADOR:.............................................................
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me amou primeiro e me proporcionou a oportunidade de chegar até aqui, pois nos momentos que pensei em desistir, a fé que tenho Nele me sustentou e iluminou o meu caminho.
A minha mãe, Ana, e irmãos, Tamara e Filipe que com muito amor e carinho não mediram esforços para me apoiar nos momentos de dificuldades.
Á professora Dra. Lídia pela paciência na orientação, pelo ensino da técnica e pelo incentivo que tornaram possível a realização deste trabalho de conclusão de curso.
A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e consequentemente no desenvolvimento da minha trajetória pessoal e profissional.
Aos amigos e colegas, pelo companheirismo e incentivo constantes.
E o que dizer a você Sandro?
Obrigada pela paciência, pelo incentivo, pela força e principalmente pelo carinho. Vale a pena todo sofrimento e renúncias. Hoje estou colhendo os frutos do meu empenho graças a sua colaboração.
DEDICATÓRIA
Dedico esta vitória a Deus que me permitiu e capacitou, sem o seu amor e sem a sua graça eu não teria concluído este curso. Todos os frutos que estou colhendo é mérito Dele que é simplesmente a razão do meu viver!
Sumário
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SUMÁRIO
RESUMO E PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT E KEYWORDS
INTRODUÇÃO
Tema: Ferramentas promocionais de marketing politico é o tema do trabalho proposto. O estudo delimita-se ao marketing político e os jovens eleitores universitários, é exploratório e destaca a percepção dos jovens eleitores acerca das principais ferramentas promocionais.
Delimitação do tema: A pesquisa se faz necessária para expor as principais ferramentas promocionais de marketing político; destacar seus efeitos junto aos jovens universitários entre 17 a 30 anos da região metropolitana da cidade de São Paulo e Grande São Paulo pertencentes às classes sociais A, B e C; e propor ações de marketing mais eficazes mediante a análise dos resultados do estudo. 
Justificativa: O trabalho é relevante porque detalha as principais ferramentas promocionais de marketing usadas no campo político e através da pesquisa e analise do comportamento do público eleitor jovem, identificar qual ferramenta de comunicação de marketing político utilizada pelos jovens para buscar informações e interagir sobre politica.
Objetivos: O principal objetivo que norteia este trabalho é mensurar o nível de percepção dos jovens eleitores em relação às principais ferramentas promocionais e qual é considerada por eles mais relevante, além de detalhar quais e como as ferramentas de marketing são aplicadas no campo político, quantificar a acessibilidade do jovem eleitor em relação às ferramentas de marketing político, analisar o nível de consciência política do eleitor jovem, mensurar qual ferramenta de marketing político é mais perceptível e eficaz para o eleitor jovem.
Referencial Teórico: Para detalhar as principais ferramentas promocionais de marketing usadas no campo político: Propaganda, Promoção de Vendas, Vendas Pessoais, Comunicação Boca a Boca, Marketing Direto Interativo, Eventos e Experiências, Relações Públicas e Publicidade, Promoção de Vendas, foram utilizadas as obras: “Princípios de Marketing” e “Marketing de A a Z: 80 Conceitos que Todo Profissional Deve Saber” segundo Philip Kotler e “Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing” segundo Philip Kotler e Kevin Lane Keller. 
A fim de assimilar como são elaboradas as campanhas eleitorais, foram utilizadas as obras: “Marketing Político e persuasão eleitoral” do Rubens Figueiredo, “Marketing básico: uma perspectiva brasileira” do Marcos Cobra, “Eleição: vença a sua!: as boas técnicas do marketing político” segundo Marco Iten e Sergio Kobayashi e “Novas Batalhas Eleitorais: o que o público não vê nas campanhas políticas” segundo Chico Santa Rita1.
O estudo coordenado pela Ana Luísa Souto "Juventude Brasileira e Democracia: participação, esfera e políticas públicas" realizado em 2005 pelo IBASE/POLIS2 nos permite compreender algumas características comportamentais dos jovens eleitores, pois o resultado das entrevistas confirmou que os jovens se interessam por política, mas que ainda participam pouco desse processo; que o potencial de participação juvenil ainda não é "plenamente aproveitado" e verificou-se que a maioria dos jovens (64%) não acredita que os políticos representem os interesses da população.
A entrevista do jornalista Paulo Henrique Amorim através do site Foco em Gerações é relevante, pois segundo ele, os jovens são alienados e apartidários, não acompanham e não gostam de política. Essa alienação se deve a despolitização ocorrida durante o Regime Militar, o processo educacional brasileiro e a imprensa que ele classifica irrecuperável. Para resolver o problema, ele considera importante que os jovens tomem conhecimento das obras clássicas da literatura brasileira e a inserção das campanhas na internet que ele considera ser mais ética.
Além disso, para embasar a pesquisa foi utilizada a tese da psicossocióloga Paula Caldeira “Juventude e participação política: trajetórias de participação de jovens no movimento estudantil e em partidos políticos no Rio de Janeiro”. Essa dissertação é um estudo sobre a trajetória de participação de jovens no movimento estudantil e em partidos políticos. Foi analisado de que forma se deu a participação dos jovens nestes dois espaços e como ela promoveu mudanças nas suas trajetórias, também foi buscado o significado desta forma de participação. De acordo com a dissertação os jovens não aderem às formas tradicionais de participação política, não se sentem obrigados a participar e a exigir compromissos políticos voltados para a defesa dos direitos sociais e não se sentem compromissados com as soluções para os problemas vividos pela sociedade.
Metodologia: De acordo com a tipologia proposta por Demo (1989), a pesquisa foi de natureza empírica, voltada para a compreensão de uma determinada realidade social baseada em fatos e experiências, gerada e analisada a partir do referencial teórico existente. 
Segundo a taxonomia proposta por Vergara (2000), no que se refere aos fins, é uma pesquisa qualitativa exploratória que será utilizada para realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que será realizada, ou seja, familiarizar-se com o fenômeno que está sendo investigado, de modo que a pesquisa em si possa ser concebida com uma maior compreensão e precisão dado a natureza recente e a escassez de estudos sobre o tema no Brasil. 
Quanto aos meios, tendo em vista a contemporaneidade e complexidade do fenômeno, foram realizadas 141 entrevistas, com 21 perguntas e com duração média de 15 minutos. 
Como a pesquisa tem por objetivo estudar as características de um determinado grupo, os fatos são observados, registrados, classificados e interpretados sem que o pesquisador interfira sobre eles.
Os jovens foram selecionados em Universidades de Ensino Superior, os 44 jovens da classe Aforam selecionados no Campus Perdizes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, os 30 jovens da classe B foram selecionados no Campus Santana da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP e as 67 amostras da classe C foram selecionadas no Campus Centro das Faculdades Integradas de Guarulhos – FIG, os critérios iniciais de escolha foram: o de localização na região metropolitana de São Paulo e Grande São Paulo, idade entre 17 e 30 anos, ambos os sexos, classes sociais A, B e C.
Anuncio do assunto e suas partes: A proposta deste trabalho é explicitar e comparar os conceitos de Marketing Comercial, Eleitoral e Marketing Político para distinguirmos as diferenças e similaridades entre ambos, a principal fonte de pesquisa utilizada foi à obra Administração de Marketing, 14 ed. de Kotler e Keller e a obra Hiperpublicidade: Fundamentos e Interfaces de Perez e Barbosa. Além disso, detalhamos quais são e como as ferramentas de comunicação de marketing são usadas no campo político e para finalizar detalharemos o resultado da pesquisa a fim de saber a percepção dos jovens em relação a elas, ou seja, com qual ferramenta há maior identificação e acesso por parte dos jovens e quais os efeitos positivos e negativos causados por essas ferramentas na escolha do partido político e seu candidato.
Dificuldades encontradas: Superamos muitas dificuldades no decorrer da elaboração deste trabalho, a principal foi à escassez de material bibliográfico sobre o tema proposto, pois há muito material disponível sobre Ferramentas Promocionais de Marketing Comercial, técnicas de vendas e estratégias para a elaboração de campanhas eleitorais, mas praticamente não há trabalhos que detalham e mensuram a eficácia da utilização das ferramentas de comunicação de marketing na esfera política, desta forma, houve dificuldade de enriquecer o conteúdo da pesquisa e reforçar o referencial teórico.
Também enfrentamos dificuldades na tentativa de elaborar o questionário de forma coerente, aplicá-lo de maneira imparcial e apurá-lo da forma mais precisa possível, pois desejávamos concluí-lo com toda riqueza de detalhes, para consolidar nossa base teórica, obter uma conclusão que proporcione a todas as pessoas que terão a oportunidade de apreciar e avaliar o nosso trabalho a sensação de eles próprios terem aplicado o questionário.
Além disso, não encontramos muitas pessoas dispostas a colaborarem com as informações que precisávamos para o questionário, pois concluímos que o tema ainda gera tabus na sociedade e muitos acabaram se mostrando alheios as informações solicitadas e acreditaram que qualquer resposta seria suficiente, desta forma, percebemos que poucos analisaram o assunto com maior profundidade.
O fato de estarmos em um ano “não eleitoral” e marcado por manifestações públicas contra corrupção, aumento de tarifas e tributos, melhores condições de trabalho e afins, contribuiu para que alguns ficassem pouco simpatizantes com o tema abordado.
Para superar essas dificuldades buscamos reforçar o conteúdo através de informações em livros, artigos, filmes e opinião pública de qualidade. As atividades das quais participamos foram de grande valia para o desenvolvimento e aprimoramento dos nossos conhecimentos, pois acumulamos informações sobre variados assuntos voltados ao tema.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DEFINIÇÃO DE MARKETING 
Um dos conceitos iniciais de marketing, segundo (Kotler, 1999) foi definido como “A ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles”. Posteriormente, em um cenário onde os consumidores ficaram mais inteligentes e bem informados e não mais a oferta, mas a demanda que ditava às regras do mercado de consumo, esse conceito foi aprimorado e (Kotler, 2010) propôs às empresas o conceito de Marketing 3.0 que consiste basicamente em monitorar as preferencias dos clientes sobre seus produtos através das redes sociais e sites de relacionamentos para criar um elo com eles. Ainda segundo (Kotler, 2010), o Marketing não cria mais necessidades, pois o Marketing moderno as identifica e procura satisfazê-las obtendo lucro.
Em 2012, Kotler ampliou esse conceito e definiu marketing como “arte e a ciência de selecionar mercados-alvo e captar, manter e fidelizar cliente por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente.”
Segundo (KOTLER, 2012) os profissionais de marketing devem decidir quais recursos projetar em um novo produto, estipular preços, definir onde os produtos serão vendidos e quanto será gasto em propaganda, vendas, Internet e marketing digital.
O Marketing ganhou importância no século XXI e se tornou relevante por gerar uma demanda por produtos, aprimoramentos em produtos e consequentemente o lucro. Se utilizado de maneira estrategicamente correta, o marketing pode sustentar as demais funções da organização, uma vez que finanças, operações, contabilidade e outras não terão sentidos se não houver demanda por produtos (KOTLER, 2012) e serviços.
O MARKETING POLÍTICO VERSUS O MARKETING ELEITORAL
Para Ivan Santo Barbosa e Katia Saisi (apud Figueiredo, 1994) Marketing político é “entender o que os eleitores querem em um determinado momento para posicionar o candidato de acordo com os anseios, expectativas e frustações da população”.
De acordo com a definição de (Figueiredo, 1994), [...] o Marketing político eleitoral é um conjunto de técnicas e procedimentos, que tem como objetivo adequar um candidato ao seu eleitorado potencial, procurando fazê-lo num primeiro momento, conhecido do maior número de eleitores possível e, em seguida mostrando, obviamente, melhor do que eles (p. 10).
Segundo (Barbosa, 2007) o marketing político é voltado para a construção de uma imagem de longo prazo, utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, só que com uma visão mais ampla. Já o objetivo do marketing eleitoral é angariar o maior número de votos para ganhar uma eleição, com data marcada. A diferença fundamental é, portanto, uma questão de tempo.
No Brasil o marketing eleitoral é mais utilizado do que o marketing político, pois poucos partidos e candidatos se planejam e acompanham o posicionamento dos concorrentes a longo prazo a fim de dirigir um posicionamento estratégico e um discurso mais apropriado para conquistar o eleitor.
Em 1952, o marketing político surgiu com o seu formato mais moderno nos Estados Unidos com o partido dos Republicanos na Campanha do general Eisenhower mediante contratação da agência de publicidade BBDO (Batten, Barton, Durstin e Osborne). FIGUEIREDO (2000, p.16).
Barbosa apud Queiroz (2007), conceitos de marketing político vêm sendo aplicados nas campanhas eleitorais brasileiras desde a década de 40, como a campanha de Getúlio Vargas que ganhou o tema “pai dos pobres”, construída pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do governo Estadonovista, a de Jânio Quadros com o tema da “vassourinha” que significava a limpeza da sujeira na política do governo federal e João Goulart com o conceito de “presidente bossa nova”. 
Todos esses temas tiveram um propósito intencional. O “pai dos pobres” ligava Getúlio Vargas à proteção aos menos favorecidos, e ele contava com o apoio dos trabalhadores para alcançar seu alvo que era a industrialização. A figura de “presidente bossa nova”, assumida por João Goulart, explicitava a modernidade que almejava imprimir na direção da política nacional.
Pesquisas acadêmicas não acompanharam, mas nos anos após a ditadura militar aumentou a importância da utilização do Marketing Político, devido à democracia e eleições diretas. Segundo (Barbosa, 2007), em 1979, iniciou-se o processo de abertura democrática e em 1982 o mercado da propaganda eleitoral começou a sua expansão. A Televisão tinha abrangência nacional e as emissoras de rádio se proliferavam, desta forma, houve um crescente aumento de profissionalismo das técnicas de comunicação aplicadas ao processo eleitoral.
Os políticos utilizavam de técnicas para chegarem ou se manterem no poder, era comum a criação de propagandas ondeos “marqueteiros” buscavam sempre mostrar a boa imagem do candidato trabalhador, honesto com as mangas da camisa dobrada e concentrado em uma mesa de gabinete ou andando em meio ao povo para sentir as suas necessidades, hoje podemos constatar que essas técnicas evoluíram com o passar do tempo.
Nas campanhas eleitorais realizadas até 2008, para se comunicar com um grande público e receber o retorno imediato, os candidatos montavam uma enorme estrutura para realizar showmícios, passeatas, etc. Hoje, é possível atingir um público infinitamente maior em poucos segundos sem gastar quase nada através das redes sociais. Esse “bum” que ocorrera nos EUA em 2008, na campanha política do Presidente Barack Obama do partido Democrata, ocorre no Brasil desde 2010, pois os aparelhos portáteis de tecnologia avançada estão mais acessíveis a grande massa. 
Segundo (Barbosa, 2000) as técnicas de campanha variam de acordo com as características de cada eleição e o que diferencia essas eleições é o tamanho do colégio eleitoral. Para os grandes eleitorados, as ferramentas de marketing (propaganda, pesquisas, relações públicas, eventos, entre outros) é a única forma de contato do candidato com o eleitor e maior é a força do partido e das relações políticas quando o colégio eleitoral é menor.
Ainda segundo ele, as técnicas de campanha devem se basear no estabelecimento de estratégias que por sua vez são determinadas pelo público-alvo e posicionamento, as pessoas vão reconhecer o candidato pelo posicionamento e este não deve mudar radicalmente, ou seja, os partidos devem estabelecer e seguir uma linha de raciocínio e não devem se contrariar nas propostas de uma campanha para a outra. Para saber se a proposta esta adequada as expectativas do eleitor, deve-se fazer pesquisas de opinião.
No Brasil, os partidos mudam de posicionamento constantemente e os políticos departido, este fato gera descredito por parte do eleitor em relação ao candidato, pois as propostas políticas de um candidato entre uma campanha e outra mudam “da água para o vinho”.
De acordo com Marland (2003), os estudos nacionais estão bem atrasados em relação aos internacionais que aplicam teorias comportamentais e políticas no estudo do comportamento do eleitor, na análise do evento eleição como um ritual e o uso de analogias militares em campanhas. Bem como aqueles que buscam evidenciar e comparar as semelhanças e diferenças entre o marketing tradicional e o político (KOTLER, 1975).
O Marketing tem muito a oferecer para este estudo e sua visão múltipla poderá trazer benefícios para uma maior compreensão do tema.
FERRAMENTAS PROMOCIONAIS DO MIX DE MARKETING
 A PROPAGANDA POLÍTICA E OS TRADICIONAIS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: TELEVISÃO, RADIO, INTERNET, MALA DIRETA, TELEFONE, FOLHETOS, FAIXAS E OUTDOOR, JORNAL E REVISTA.
Segundo (JOWETT e O’DONNELL, 1999) o termo propaganda tem origem na palavra latina propagare, que significa propagar ou semear. O uso do termo, inicialmente, se referia a disseminar ou promover ideias específicas. (e.g. URDAN e URDAN, 2010; KOTLER, 1998) entendem a propaganda como uma forma paga e impessoal de divulgar um produto, serviço, marca, entre outros itens e ainda pode ser definida como qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por um patrocinador identificado”. (KOTLER, 2006). 
O tipo mais comum de propaganda usada na campanha política é a persuasiva, pois visa criar simpatia, preferencia e convicção por um determinado candidato. 
Segundo Baquero e Arturi (1995. p. 18), “ a propaganda é a última etapa de um longo processo, que começa com pesquisas, passa pela definição de estratégias de marketing e comunicação, para, aí sim chegar ao fim da linha: a propaganda.”
A propaganda deu seus primeiros passos nos rádios dos EUA em 1916 na eleição para a presidência. No Brasil, o rádio surgiu em 1922, como parte dos festejos do Centenário da Independência. (RITA, 2008)
De acordo com a Lei nº 9096/95 nos arts. 45 a 49 a propaganda tem por finalidade divulgar, pelo rádio e pela televisão, assuntos de interesse das agremiações partidárias. 
Visa assim, exclusivamente, a:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionado e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitário.
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).
Segundo o Código Eleitoral (lei 4.347, de 15 de julho de 1965), é permitido distribuir material de divulgação institucional, desde que não traga o nome, número de candidato e o cargo em disputa; utilizar sonorização fixa e trio elétrico durante os comícios, desde que respeite o horário compreendido entre as 8h e 22h; distribuir materiais em vias públicas, contendo CNPJ ou CFP do responsável pela confecção do material; e em bens particulares (como casas) é permitido fixar faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não ultrapassem o tamanho de 4m² e não contrariem a legislação eleitoral. Na internet, o endereço eletrônico deve ser comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado em provedor de serviço de internet estabelecido no Brasil.
Em contrapartida, não é permitido usar alto-falantes ou amplificadores de som a menos de 200 metros das sedes públicas, distribuir brindes ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor e realizar showmício com artistas. Nos bens do poder público e nos de uso comum é proibida a veiculação de propaganda de qualquer tipo. O candidato notificado tem prazo de 48 horas para removê-la e restaurar o bem, sob pena de multa.
A IMPORTANCIA DA TELEVISÃO
	Segundo o publicitário Duda Mendonça, a televisão é o veiculo mais popular de comunicação porque atinge todas as camadas sociais, com uma proporção enorme, o rico e o pobre, o negro e o branco, o sul e o norte, o leste e o oeste, bares, delegacias, shoppings, entre outros; e consegue a atenção de todas essas classes e grupos para a transmissão não apenas visual, mas oral, gestual e simbólica. A televisão permite empregar todas essas linguagens.
	Profissionais como o Duda Mendonça, são experts em saber a hora certa de empregar as linguagens e conseguir imprimir suas mensagens, pois envolve técnicos capacitados, que se preocupam com todos os detalhes que serão transmitidos através dos programas (Barbosa, 2007), consequentemente, as vitórias e pontos conquistados dentro da campanha irão refletir tanto na vida dos candidatos, como na vida desses profissionais para as campanhas futuras daquele partido ou de outro, pois todos serão valorizados.
	Por isso é fundamental ter o domínio pleno de todos os recursos televisivos disponíveis para se obter a eficácia das mensagens.
OS DEBATES POLÍTICOS NA TELEVISÃO
No passado, antes dos meios de comunicação de massa, os debates políticos eram realizados em praça pública, eram os grandes momentos das campanhas eleitorais, mas não havia muitas regras. Nos Estados Unidos, esses debates levavam muitos dias, revelavam grandes oradores e eram acompanhados com atenção por uma multidão de eleitores apaixonados pela política e interessados na argumentação dos seus candidatos. Candidato não era produto, era orador político. (BRASIL, 2008)
Com o advento do rádio e principalmente da TV, os debates passaram a ser transmitidos ao vivo para milhões de eleitores, a imagem tomou precedência sobre a palavra, a forma passou ser mais importante do que a argumentação, o importante não é vencer o debate, mas não ser nocauteado pelo adversário ou pelo próprio nervosismo. (BRASIL, 2008)
HORÁRIO GRATUITO DA PROPAGANDA ELEITORAL E A OPINIÃO PÚBLICA
	
A campanha politica atinge seu ápice no momento do “horário político”, os candidatos invadem o cotidiano das pessoas, principalmente, através do rádio e da tevê, entram em suas casas no horário nobre desuas vidas e durante 45 dias antes da votação, ganham a atenção da grande maioria dos eleitores, pois todos se habituam a ver os candidatos apresentando suas propostas.
Os programas políticos, seja via rádio ou tevê, tentam imprimir nos eleitores suas escolhas ao voto através das mensagens transmitidas em seus programas de forma apelativa, emocional, extrovertida, entre outras, pois desta forma tentam atingir todos quantos ainda possam estar indecisos ou não convencidos totalmente em quem confiar seu voto.
	Quanto maior o tempo do candidato, de acordo com o horário estabelecido ao seu partido ou coligação, que é estipulado pelos números de candidatos eleitos nas campanhas anteriores, maior será a interação com o público, pois haverá mais tempo para falar de seu programa de governo e de problemas e acontecimentos do dia a dia, aproximando-se da realidade da população. Por isso, o papel da propaganda politica é visto como referencia para o eleitor decidir seu voto. (BARBOSA, 2007).
VANTAGENS DO RÁDIO
	O rádio também pode ser um grande instrumento de divulgação de massa, porém a linguagem é especifica e precisa haver profissionais capacitados para entender a maneira mais eficaz de usar o som do rádio para convencer ou chamar a atenção do eleitorado. (BARBOSA, 2007).
	Diferentemente da tevê, no rádio não há imagens que possam ser veiculadas, por isso trabalha-se com a criatividade e o imaginário, através das musicas e efeitos sonoros. Seus custos são bem menores e o alcance pode se tornar muito maior do que a tevê pela sua mobilidade, além disso, é possível ouvir a mensagem enquanto se faz outra tarefa. (BARBOSA, 2007).
 INTERNET: POTENCIAL AINDA A SER DESVENDADO
A internet permite alta seletividade, possibilidades interativas e custo relativamente baixo. (Kotler, 2006). 
A Internet é democrática, interativa e descentralizada. Nela a comunicação é transmitida, ocorrendo instantaneamente entre milhares de pessoas, havendo interação dos receptores, por meio de comentários de notícias e blogs, que transformaram milhares de internautas em participantes ativos e não meros expectadores.
O acesso a Internet se dá por diversos meios, como computadores pessoais, telefones celulares, tablets, e muitos equipamentos de interatividade.
Atualmente são mais de 66 milhões de internautas no Brasil, em suma maioria adolescentes, jovens e adultos, procurando pelos mais variados conteúdos de interesse nas mídias digitais, inclusive política. 
As experiências que os candidatos tinham até algumas eleições passadas, resumiam-se apenas nas mídias convencionais como jornais, revistas, folhetins, rádio, tevê e outros, mas com o surgimento do canal web, a mídia digital tomou uma força que ainda não pode ser dimensionada, pois a velocidade da internet é incomparável a qualquer outro canal, enquanto em um programa de radio ou tevê, precisa-se de uma preparação e toda uma estrutura para sua divulgação, através da internet em alguns cliques durante alguns segundos, milhares de pessoas tem acesso às informações que uma vez divulgadas, tornam-se instrumentos públicos e dependendo do peso dessas informações podem decretar uma derrota ou um inicio de uma campanha vitoriosa. (BARBOSA, 2007).
O presidente Obama usou a TV como meio mais eficaz para convencer os eleitores e a internet para organizar seus apoiadores. Para ele, o fato de usar novas tecnologias na campanha reforçou a ideia de que ele é adepto as novidades. A presidenta Dilma Roussef, nas eleições de 2010, usou a internet para implantar a ideia de continuidade ao crescimento social e econômico implantado pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (Lula). Também transformou associações gramáticas e negativas quanto ao câncer que enfrentou em uma história de superação, força e coragem. Vale ressaltar que não é preciso apenas estar nas redes sociais, mas é necessária uma estratégia eficiente que passe por uma conversa com os jovens eleitores, dê respostas as suas perguntas.
IMPRENSA VIRTUAL PELA INTERNET: SITES, EMAIL MARKETING, BLOGS E REDES SOCIAIS.
Segundo (Kotler, 2006) é uma comunicação dirigida realizada diretamente de um fornecedor para um cliente.
Empresas jornalísticas mantem sites ou portais na Internet, nos quais são centralizados inúmeros conteúdos e links. Possuem, em regra, as mesmas possibilidades, prerrogativas e restrições dos jornais e revistas impressos.
PROPAGANDA ELEITORAL NA INTERNET: MATÉRIA PAGA
Na internet, é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga (art. 57-C da LE), mas há uma exceção no caso de reprodução na Internet de jornal impresso, ocasião em que podem ser reproduzidos na Internet anúncios publicados no veículo impresso, dentro dos limites fixados para este (art. 43 da LE). Jornal ou revista editados apenas virtualmente não podem exibir propaganda eleitoral paga.
As regras para a propaganda eleitoral na internet conforme os arts. 57-A e 57-B da LE são:
· É permitida somente após o dia 5/07 do ano da eleição
· Somente pode ser postada em site do candidato ou do partido/coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País;
· O site do candidato pode ter a extensão “can.br” ou “com.br
· Por meio de blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa física, ou seja, qualquer pessoa pode criar uma comunidade no Orkut/Facebook ou Blog, postar no Twitter e participar de chats sobre candidato.
· Só pode ser veiculada até 48h antes do dia das eleições, com exceção da propaganda eleitoral veiculada no site eleitoral, blog, site interativo ou social, ou outros meios eletrônicos de comunicação do candidato, ou no site do partido ou coligação, que pode permanecer até 24h após o dia das eleições, inclusive no dia do pleito. (art. 7º da Lei 12.034/2009).
· É proibido, mesmo que gratuito, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos; oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública.
· É proibida a difusão de propaganda anônima (art. 57-D, § 2o da LE).
· A violação dessas regras leva o responsável e quando comprovado seu prévio conhecimento, à multa no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
· A empresa provedora de conteúdo e de serviços multimídia, que hospeda propaganda política, não está isenta aos efeitos da Lei Eleitoral, surgindo a responsabilidade se a publicação do material for comprovadamente de seu prévio conhecimento (art. 57-F, parágrafo 1º, da LE).
· Sendo a propaganda irregular, o provedor deve fazê-la cessar no prazo estabelecido na notificação emanada da autoridade eleitoral; sendo descumprida há aplicação de multa e suspensão, por 24hs, do acesso a seus serviços, devendo os usuários serem informados de que os serviços encontram-se temporariamente inoperantes por descumprimento da legislação eleitoral (art. 57-I, da LE).
Por isso o importante numa campanha, é que todos os meios de comunicação de massa, procurem atingir o destinatário da mensagem por intermédio dos recursos próprios que cada um deles proporciona. Todos devem ter os objetivos de construir uma marca forte, que passe uma imagem coerente com a personalidade do candidato e com os anseios do público-alvo. O resultado será tão mais eficaz quanto for a sinergia entre as variáveis do mix de comunicação. O valor da marca de um candidato, assim como para um produto, será decorrência dos efeitos de sentidos que sua comunicação vai conseguir engendrar em seu público-alvo, o eleitor.
POR MALA DIRETA
Dentre as principais características estão o alto grau de seletividade geográfica e demográfica, porém para o eleitor jovem a correspondência se torna inútil. 
PELO TELEFONE
As gravações são programadas em alguns números de telefones selecionados de uma base de dados. O Tribunal Regional Eleitoral permitea campanha através de telefone ou sms, de segunda à sexta, das 8hs às 21hs e aos sábados das 10hs às 16hs, porém o eleitor que não deseje receber as mensagens tem o direito de solicitar ao partido ou coligação a retirada do seu número da base de dados, caso o partido não atenda o pedido do eleitor dentro de 48hs, este será punido sob pena de multa no valor de R$100,00 (cem reais), por mensagem.
O partido pode compartilhar seus cadastros de endereços eletrônicos com os seus candidatos e pode pessoas físicas e jurídicas ceder ao candidato, gratuitamente, esses cadastros. Não podem fornecer seus cadastros, nem gratuitamente, por exemplo, entidades públicas ou privadas que recebam verbas públicas ou do exterior, entidades de classe ou sindical; entidades beneficentes e religiosas; entidades esportivas. (art. 57-E, §1º, da LE).
As gravações pelo telefone tem grande poder de abrangência, é eficiente, mas pouco eficaz, pois em suma maioria, as mensagens não são ouvidas por inteira. 
FOLHETOS
Os famosos santinhos, informativos e outras papeletas ou filipetas que são distribuídos durante a campanha, é uma das armas mais usadas pelos candidatos, pois a confecção em grande escala tem um custo pequeno e utilizam-se algumas pessoas para a distribuição em locais de grande concentração como em eventos populares, universidades, comícios, igrejas, locais públicos onde o candidato esteja cumprindo sua agenda de visitas. 
 FAIXAS, OUTDOORS E OUTROS MATERIAIS
Os locais escolhidos para as faixas são postes, praças publicas, residências, entradas de condomínios, onde a equipe de cada candidato negociam-se as permissões para que essas faixas sejam colocadas nesses locais. Os outdoors, também por ser um material de divulgação com um custo diferenciado, fica restrito a um grupo pequeno de candidatos e depende da lei de cada município, pois em alguns lugares existem restrições, assim como na cidade de São Paulo.
As outras formas de divulgação são carros adesivados, particulares de pessoas simpatizantes ou próximas de pessoas que estão direta ou indiretamente envolvidos na campanha.
A PROPAGANDA ELEITORAL NA IMPRENSA ESCRITA: JORNAL E REVISTA
É crescente e impressionante a grande variedade de materiais usados na mídia impressa, a cada nova campanha aumenta a criatividade de cada eleição, pois promove as mais diferentes formas, mas tudo isso precisa ser muito bem analisado, essa excessiva divulgação gera uma grande poluição visual, espalhados em postes, praças públicas, outdoors, santinhos, camisetas, bonés, marcadores de livros, entre outros. (BARBOSA, 2007).
Outro ponto importante é a qualidade desses materiais, pois vão carregar a imagem do candidato e precisa haver uma coerência entre a imagem e as formas de divulgação escolhidas, os candidatos não devem ter a missão de se tornarem modelos de moda, mas sim expressarem nesses materiais os valores mais próximos de suas imagens e marcas adotadas em suas estratégias de campanha (BARBOSA, 2007).
Os candidatos, partidos e coligações têm o direito de fazer propaganda eleitoral por meio da imprensa escrita, ou seja, aquela veiculada por meio de jornais, folhetins, tabloides, revistas e gazetas que possuam publicação periódica. Nelas poderão divulgar suas principais ideias, planos e metas para o conhecimento dos eleitores. Esse tipo de propaganda, que pode ser paga ou não, tem a sua divulgação autorizada até o dia das eleições.
Há uma regra na lei que preceitua que os candidatos, partidos e coligações, quando utilizarem deste tipo de propaganda não poderão ultrapassar o limite máximo de 1/8 (um oitavo) da página quando se tratar de jornal e 1/4 (um quarto) da página quando se tratar de revista.
A propaganda eleitoral pode ocupar uma página inteira quando for de responsabilidade de uma coligação, e desde que respeite os limites pré- estabelecidos para cada candidato e para a chapa e apenas quando se tratarem de eleições majoritárias.
A lei prevê uma punição para aqueles que não observarem os limites estipulados. Essa punição se dará na forma de multa, devendo por ela responder, tanto o órgão responsável pela divulgação da informação, quanto os candidatos e os partidos/coligações, que foram beneficiadas com a propaganda.
O valor da multa pode variar, sendo que a lei estipula o valor mínimo de R$1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos), e o valor máximo de R$10.641,00 (dez mil seiscentos e quarenta e um reais). Caso o custo da divulgação seja maior que o limite máximo, este será o valor da multa.
A imprensa escrita se baseia na garantia fundamental de liberdade de expressão, que é um dos princípios descritos na Constituição da República Federativa do Brasil. Dessa forma, os órgãos da imprensa escrita não podem sofrer censura, podendo transmitir quaisquer informações e opiniões sobre os candidatos, partidos e coligações. Essa prática, desde que não seja paga, não configura propaganda eleitoral.
Assim, a simples notícia de atos do governo, como do Presidente, Governadores e Prefeitos não configura propaganda eleitoral, fato que a imprensa tem o direito de divulgar informações ao público, sendo vedada restrições a essa atividade.
Da mesma forma, a imprensa poderá noticiar reunião entre membros de um partido e quaisquer realizações administrativas, mesmo nos períodos em que é vedada a propaganda eleitoral institucional, essas notícias são de cunho meramente informativo e não configura propaganda eleitoral.
Outra prática que também não configura propaganda eleitoral irregular é a assinatura de coluna em jornal ou revista por candidato no período eleitoral, pois a imprensa escrita não sofre as mesmas restrições impostas ao rádio e à TV, podendo, dessa forma, demonstrar sua opinião em relação às eleições. O desvio dessa opinião é que poderá configurar abuso de poder econômico, ou uso indevido dos meios de comunicação social, e deverão ser punidos.
As mensagens publicadas em nome de candidatos não são configuradas propaganda eleitoral irregular, quando não mencionarem as qualidades do candidato, o cargo a que pretende se eleger, bem como a ação política a ser desenvolvida por ele. Assim, as felicitações por ocasião de situações especiais, como o dia das mães, dos pais, das crianças, por si só não serão punidas.
Pode-se concluir que regras que tratam da propaganda eleitoral na imprensa escrita são bem mais flexíveis, tendo em vista o princípio constitucional da liberdade de imprensa, contudo, isso não significa que os abusos e excessos cometidos ficarão impunes.
PROMAÇÃO DE VENDAS: PRÊMIOS E BRINDES
A grande maioria dos eleitores aprovam os “brindes” das campanhas politicas, são canetas, chaveiros, camisetas, bonés, cadernos, copos, garrafas, bolas, e uma infinidade de trecos e bibelôs que são distribuídos durante as campanhas.
Essa estratégia, apesar de tradicional, é adotada de uma forma bem limitada entre os candidatos, pois os custos podem ser muito altos, então aqueles que dispõe de mais recursos tem uma certa vantagem, mas isso não é garantia de votos, mas na entrega enfatiza-se ao eleitor lembrar-se do candidato na hora do seu voto.
EVENTOS E EXPERIÊNCIAS: COMÍCIOS, CARREATAS, PASSEATAS, CORPO A CORPO
Os eventos durante as campanhas são fundamentais para a aproximação do candidato com o seu eleitor e para um termômetro de analise do carisma do candidato. Carreatas em vias centrais de grande movimento, caminhadas em parques, calçadões, o corpo a corpo em shoppings, feiras, universidades, agremiações, igrejas, associações, sindicatos, etc.
Porem o comício é uma das armas mais poderosas em trazer o publico para próximo do seu candidato, mas para que um comício tenha sucesso, alguns pontos precisam estar bem alinhados, como local, som, divulgação, atrações artísticas e representantes da politica e comercio local, entre outros itens de segurança e entretenimentos (BARBOSA, 2007).
O discurso também deve ser diferenciado, pois o tempo destinado precisa ser muito bem aproveitado e objetivo com palavras de fácil compreensão e de impacto para que todos guardem emsuas memorias.
Resumindo, segundo Kuntz (1986, p.65), “o discurso deveria iniciar com temas emocionais ou até polêmicos, intercalando-se com temas fundamentais, procurando manter uma harmonia e ritmo constantes até o final, encerrando-o com um tema de alto impacto, a fim de que, mesmo após a partida do candidato, seu discurso continue na memoria do eleitor”.
A IMPORTANCIA DA SIMBOLOGIA DA MARCA NA VENDA PESSOAL
Barbosa apud Clotilde Perez (2204, p.11) todo candidato deve ter uma marca que o faça conhecido e reconhecido popularmente, independente do tipo de estratégia de campanha que seja adotada, muito formal ou totalmente informal, a marca sempre vai acompanhar o candidato, por isso as imagens, frases, slogans, jingles e outras formas de divulgação do candidato, precisam sempre estar bem alinhado com a sua marca, para que não haja uma descaracterização, pois se houverem alterações nessas ações certamente trarão pontos negativos em sua credibilidade e haverá uma desvalorização imediata de sua marca, podendo gerar prejuízos quase irreparáveis, pois a marca tem esse efeito, positivo ou negativo, que permanece na história do candidato e pode se tornar uma arma dos seus concorrentes.
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS: O CONTATO PESSOAL DO CANDIDATO E ELEITORES
“A venda pessoal consiste na comunicação direta com uma audiência qualificada de clientes, em que o vendedor é a fonte de transmissão e recepção de mensagens”. (KOTLER, 2006)
A Venda Pessoal proporciona uma interação face a face individualizada entre os candidatos e eleitores na política, permite a personalização das propostas, a troca de informações de maneira abrangente, além de obter a opinião imediata, ter o mínimo desvio da atenção do eleitor e desenvolver fortes vínculos de relacionamento. Em contrapartida, a principal desvantagem é seu alto custo, pois, enquanto a propaganda envia uma mensagem para um grande público, os candidatos à eleição se comunicam com poucas ou uma pessoa por vez, mas podemos entender que a venda pessoal é uma ferramenta essencial e poderosa no processo de comunicação. 
Alguns candidatos podem ser considerados mais carismáticos com o publico jovem, pois adotam uma estratégia de assumir um papel ligado a alguma entidade que o identifique com o publico alvo, exemplo membro de alguma torcida de futebol, um ex-atleta, um cantor, ator, atriz, etc. 
Os discursos precisam ser bem trabalhados, para atingir o publico jovem, mas sem criar uma imagem de um candidato que não transmita segurança aos outros eleitores mais velhos e de classes superiores.
O ESTUDO REALIZADO
O questionário foi aplicado durante o mês de setembro de 2013, nos campus da PUC-Perdizes e PUC-Santana, com os alunos dos cursos de administração de empresas, direito, filosofia e marketing e também nas Faculdades Integradas de Guarulhos, no mesmo período, nos cursos de administração de empresas, contabilidade, psicologia e pedagogia. Pois o critério adotado foi para que jovens universitários de classes sociais diferentes e que já tenha, exercido o direito do voto nas ultimas eleições participassem do estudo.
Foram entrevistados 141 jovens entre 17 e 33 anos, sendo 39 do sexo masculino e 117 do sexo feminino. 
Identificamos os entrevistados por regiões, sendo que, no Campus de Santana são 4 da zona sul, 15 da zona norte, 6 da zona leste, 2 da zona oeste e 3 do centro; no Campus de Perdizes são 17 da zona sul, 3 da zona norte, 4 da zona leste, 17 da zona oeste e 3 do centro; na Fig são 4 da zona sul, 61 grande São Paulo (bairros de Guarulhos) e 2 da zona leste. Desta forma, 17,7% dos entrevistados são da zona sul, 12,7% da zona norte, 7% da zona leste, 13,5% da zona oeste, 4,2% do centro e 43,2% da grande SP.
O grau de instrução dos entrevistados de Santana são 19 cursando o terceiro grau e 11 com terceiro o grau completo, em Perdizes são 32 cursando o terceiro grau e 12 com o terceiro grau completo e na Fig são 21 cursando o terceiro grau e 46 com o terceiro grau completo. 
Em Santana, dos entrevistados 19 não possuem nenhum curso superior e 11 já possuem apenas um curso concluído, em Perdizes 32 não possuem nenhum curso e 12 possuem apenas um curso concluído e na Fig 21 não possuem curso e 46 possuem apenas um curso concluído. 
Totalizando 51% das pessoas estão cursando a primeira graduação e 49% cursando a segunda graduação.
Todos os entrevistados das cinco regiões estão cursando o curso na área de humanas.
Na média, os entrevistados moram com pelo menos três pessoas em suas residências.
A renda familiar em Santana de 8 entrevistados são de até R$1.734,00, para 19 candidatos, a renda são de até R$7.475,00 e para 3 são de até R$9.745,00
. Em Perdizes para 1 é na média de R$1.085,00, para 2 é na média de R$1.734,00, para 4 é na média de R$7.475,00, para 1 é na média de R$9.745,00 e para 8 acima de R$9.745,00. Na Fig para 15 é na média de R$1.085,00, para 27 é na média de R$1.734,00, para 22 é na média de R$7.475,00 e para 3 acima de R$9.745,00.
	Em Santana perguntamos qual era o nível de conhecimento politico que os entrevistados possuíam e pedimos para que classificassem de 1 a 10, na média ficaram com a pontuação 6, em Perdizes a média ficou em 7,5 e na Fig a média ficou em 5. 
Entre os entrevistados de Santana, 7 disseram que buscam informações sobre politicas, 20 não buscam, mas se interessam quando ouvem falar e 3 não buscam e não se interessam; em Perdizes, 25 buscam informações, 16 não buscam, mas se interessam e 3 não buscam e nem se interessam quando ouvem falar; na Fig, 5 buscam informações, 56 não buscam, mas se interessam quando houve falar e 6 não buscam nem se interessam. De um modo geral, podemos concluir que 26,2% dos entrevistados buscam informações sobre política, 65,2% não buscam, mas se interessam quando houve falar e 8,5% não buscam informações e não se interessam por política.
	Por isso, concluímos que os candidatos pertencentes à classe A são os que mais buscam informações sobre política e possuem um nível de conhecimento político mais elevado ao das classes sociais A e B.
Em Santana, 9 entrevistados disseram que acompanham a trajetória de seus candidatos votados e 21 não acompanham, em Perdizes 26 acompanham a trajetória de seus candidatos votados e 18 não acompanham e na Fig 34 acompanham a trajetória de seus candidatos votados e 33 não acompanham, ou seja, 48,9% dos entrevistam acompanham a trajetória política dos seus candidatos, isso é uma surpresa, pois significa que os eleitores conhecem as propostas, estão mais conscientes e pretendem votar com mais responsabilidade nas próximas eleições. 
Em Perdizes, 28 entrevistados disseram que seu interesse por politica aumenta em época de eleição e 16 disseram que não aumenta, em Santana 15 entrevistados disseram que seu interesse por politica aumenta em época de eleição e 25 disseram que não aumenta, e na Fig 31 entrevistados disseram que seu interesse por politica, aumenta em época de eleição e 36 disseram que não aumenta.
P13 – Mesmo o assunto politica não tendo tanto interesse em Santana 5 entrevistados comentam na escola, 7 no serviço, 12 em casa e 6 em outros lugares, em Perdizes 23 entrevistados comentam na escola, 3 no serviço, 14 em casa e 4 em outros lugares e na Fig 25 entrevistados comentam na escola, 17 no serviço, 17 em casa e 8 em outros lugares
P14 – Mesmo comentando pouco em Santana 4 entrevistados disseram falar mais com os parceiros, 9 com a família, 12 com os amigos e 5 no trabalho, em Perdizes 1 entrevistado disse falar mais com o parceiro, 11 com a família, 30 com os amigos e 2 no trabalho e na Fig 10 entrevistados disseram falar mais com os parceiros, 18 com a família, 25 com os amigos e 14 no trabalho.
P15 – Entre os meios de comunicação que os candidatos consideraram mais democrático, 27% (vinte e sete por cento) disseram ser a internet, 19% disseram ser o jornal escrito, 18% disseram ser a televisão, 7% disseram ser o rádio, a revista e o boca a boca, 5% disseram ser na escola, 2% comícios e folhetos e menos de 1% outdoor, brindes, mala direta, telemarketing ououtros como debates.
P16 – Em Santana 1 entrevistado disse seguir seu candidato ou partido e 29 não seguem nenhum dos dois, em Perdizes 8 entrevistados disseram seguir seu candidato ou partido e 36 não seguem nenhum dos dois e na Fig 5 entrevistados disseram seguir seu candidato ou partido e 62 não seguem nenhum dos dois.
P17 – Em Santana 13 entrevistados disseram ser influenciados pelos pais, 14 pelos amigos e 3 pela midia, em Perdizes 18 entrevistados disseram ser influenciados pelos pais, 20 pelos amigos e 6 pela midia e na Fig 24 entrevistados disseram ser influenciados pelos pais, 26 pelos amigos e 17 pela midia.
P18 – Sobre o fato de haver mais palestras com os políticos nas escolas para esclarecer suas ideias, em Santana 15 entrevistados acham que deveriam haver e 15 não, em Perdizes 15 entrevistados acham que deveriam haver e 15 não e na Fig 41 entrevistados acham que deveriam haver e 26 não.
P19 – Em Santana 26 entrevistados acreditam que o marketing é a principal ferramenta de uma campanha eleitoral e 4 não concordam, em Perdizes 39 entrevistados acreditam que o marketing é a principal ferramenta de uma campanha eleitoral e 5 não concordam e na Fig 52 entrevistados acreditam que o marketing é a principal ferramenta de uma campanha eleitoral e 15 não concordam.
P20 – Para os entrevistados de Santana 4 disseram que o Mkt é usado para trazer mais conhecimento do candidato e suas propostas e 26 para criar uma falsa imagem, em Perdizes 4 disseram que o Mkt é usado para trazer mais conhecimento do candidato e suas propostas e 40 para criar uma falsa imagem e na Fig 13 disseram que o Mkt é usado para trazer mais conhecimento do candidato e suas propostas e 54 para criar uma falsa imagem.
P21 – Em Santana 14 entrevistados disseram que mudaram suas escolhas, após ver a divulgação da campanha que foi divulgada e 16 disseram não terem mudado. Em Perdizes 12 entrevistados disseram que mudaram suas escolhas, após ver a divulgação da campanha que foi divulgada e 32 disseram não terem mudado e na Fig 26 entrevistados disseram que mudaram suas escolhas, após ver a divulgação da campanha que foi divulgada e 41 disseram não terem mudado.
Percepção do eleitor a respeito das ferramentas de comunicação
Para Schiffman e Kanuk (2000) o reconhecimento de uma necessidade tende a ocorrer quando o consumidor se depara com um “problema”. Veiga (2001) diz que é um momento de incertezas e angústias na medida em que a percepção da necessidade da escolha vem associada à crença de que qualquer político que venha a ser escolhido, dificilmente corresponderá à sua expectativa. Contudo, este período de incerteza que motiva o eleitor, fazendo com que as pessoas busquem informações.
Segundo Lourenço (2001), o efeito de ativação de um processo decisório é determinado sempre que os indivíduos se deparam com gamas de alternativas e decisões a serem tomadas. A ativação do eleitorado significa uma intensificação do processo decisório do voto, numa eleição. O eleitorado ativado presta maior atenção às opções dadas, no caso as opções de candidatos e suas propostas. Segundo o autor, a ativação do eleitorado foi enunciada pela primeira vez nos E.U.A, em 1948, por Lazarsfeld, Berelson e McPhee. Naquela ocasião esse processo foi descrito da seguinte forma: “quanto maior é a exposição da campanha na grande mídia, mais interesse desperta nos eleitores e mais vigorosos são os seus sentimentos com relação ao seu candidato”.
Partindo desta perspectiva, pode-se supor que quanto maior a veiculação de uma campanha na mídia, maior será o interesse do eleitor sobre esta campanha.
CONCLUSOES E RECOMENDAÇÕES MERCADOLÓGICAS
As recentes mudanças na conjuntura politica do país, exigiram novas ideias e criações do Marketing Político, para influenciar o processo decisório do voto do renovado jovem eleitor, pois devido as recentes manifestações publicas e com a participação efetiva dos jovens, por isso o candidato deve conhecer profundamente os fatores condicionantes do comportamento de seus eleitores. Analisando estudos de vários autores, observa-se que esses comportamentos são resultantes das influencias conjunta de estímulos de Marketing e diversos fatores psicológicos, sócio-demograficos-culturais e ambientais, e da forma como estas são processadas.
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