Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GENÉTICA VEGETAL Mauricio Ballesteiro Pereira 3. GENÉTICA DE POPULAÇÕES 3.8. MÉDIA DE UMA POPULAÇÃO Modelo genético: Genótipo Freqüências Valor Genotípico BB p2 z + 2u Bb 2pq z + u + au bb q2 z Considera-se: 1) População panmítica; 2) F(B)= p e F(b)= q; 3) z é um valor básico para o caráter em questão; 4) u é o valor determinado por um gene B; 5) considera-se que b não tem nenhuma ação, e 6) a é o grau de dominância. Este modelo, apesar de ser compreensível e explicável biologicamente, causa um aumento da complexidade para a dedução das variâncias. Modelo simplificado Subtração do valor z+u de todos os genótipos. Genótipo Freqüências Valor Genotípico Freq. x V. Genot. BB p2 u p2u Bb 2pq au 2pqau bb q2 -u - q2u Média ponderada da População p2 u + 2pq au - q2 u Médias obtidas são apenas comparativas A variância será a mesma do modelo anterior. Média é função de: "u", efeito do gene “a”, grau de dominância são fatores inerentes ao gene e não podem ser mudados pelo melhorista, p e q frequência dos genes que pode ser modificada. Esta expressão, pela substituição de q por 1-p, pode ser escrita também como: Maximo m'= 2(u+au) - 4aup=0 → u+au = 2aup ou p =(1+a)/2a Ausência de dominância:. a=0 Maximo a=0 e p =(1+a)/2a então: p=∞ Já que é uma reta o máximo é no infinito, mas o valor de p só vai até 1, portanto o máximo é em p=1. Dominância completa: a=1 a=1 e p =(1+a)/2a então: p=1 No ponto de máximo p=1 Sobredominância (supor a=2): então substituindo em p = (1+a)/ 2a p= 3/4, portanto o máximo da média não é com o máximo da frequência de genes favoráveis. Para caracteres controlados por genes com ausência de dominância a seleção terá uma resposta em longo prazo mais estável, preservando a longevidade do processo seletivo. Para caracteres regidos por genes com dominância, a seleção será eficiente no início do processo, mas poderá ter o seu efeito diminuído após várias gerações, tornando o processo de seleção em longo prazo pouco interessante. Para caracteres regidos por genes com sobredominância, a seleção será eficiente no início do processo, mas poderá ter o seu efeito diminuído após várias gerações, até tornar o processo inviável, com efeitos negativos. Observamos que para populações com frequências baixas de genes favoráveis a seleção terá sempre um efeito positivo sobre a média. À medida que o processo de seleção torna as frequências gênicas maiores, seu efeito dependerá das ações gênicas dos genes envolvidos. -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 M é d i a Frequência do alelo favorável Médias de populações panmíticas, para locos com diferentes ações gênicas Aus. Dom. Dom. Par. Dom. compl. Sobredom. Na prática esse processo depende também do valor da taxa de seleção. Para caracteres quantitativos admite-se que as taxas individuais de seleção dos locos gênicos sejam muito baixas, já que a pressão de seleção estará dividida entre ou vários locos que controlam o caráter, assim é possível que a segunda situação reflita melhor a realidade. -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 0 10 20 30 40 50 60 M é d i a s Gerações Evolução da média com seleção s=0,3 a=0 a=0,5 a=1 a=2 Efeito da Endogamia sobre a média de uma população Em uma população endogâmica a heterozigose é reduzida em uma proporção F, que é o coeficiente de endogamia. As frequências dos genótipos estarão em equilíbrio nas proporções: Genótipos Frequência Valor Produto AA p2+ pqF u up2 + upqF Aa 2pq(1-F) au 2pqau - 2pqauF aa q2+ pqF -u -uq2 - upqF Soma u(p-q)+2pqau- 2pqauF A média um uma população endogâmica será: mF= u(p-q) + 2pqau - 2pqauF ou mFi= mF0 - 2pqauFi -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 0 10 20 30 40 50 60 M é d i a s Gerações Evolução da média com seleção s=0,1 a=0 a=0,5 a=1 a=2 A média irá sofrer uma diminuição que dependerá das frequências gênicas, do grau de dominância e do coeficiente de endogamia. Note que a média da população endogâmica forma uma regressão linear em F. O valor 2pqauF também é chamado de depressão por endogamia. Heterose Híbridos A população 0 com frequências p0 e q0 e população 1 com frequências p1 e q1 são cruzadas. Gametas na Pop 1 p1B q1b Gametas na p0 B p0p1 BB p0q1 Bb Pop 0 q0b p1q0 Bb q0q1 bb F(Bb) = p0(1-p1)+p1(1-p0) Média do híbrido entre populações mH = u[p0p1-q0q1]+(pi+p0-2pip0)au A heterose do híbrido será: HH= mH - (mo+mi)/2 = au(p0-pi) 2 Um composto de duas populações pode ser obtido pela reprodução panmítica do cruzamento entre as duas. Assim, as frequências gênicas seriam a média das frequências nas populações cruzadas e a média seria, Média do Composto das duas populações Heterose H = mc - mp Hc= mc - (mo+mi)/2 Nota-se assim que a heterose do híbrido é superior a do composto, e que ambas são função do efeito do loco (u), do grau de dominância (a), e do quadrado da diferença entre as frequências gênicas dos progenitores (populações) cruzados. A população obtida da reprodução panmítica (aleatória) de um híbrido é chamada de geração avançada do híbrido e equivale a um composto constituído da mistura em partes iguais de sementes dos dois progenitores usados na forma cão do híbrido. Assim, quando por algum motivo as sementes colhidas em um híbrido são usadas na reprodução, um composto é formado o qual terá 50% da heterose do híbrido, mostrando, portanto, uma redução na média. É importante ressaltar que a redução é na heterose. Se esta não existir, como, por exemplo, em um caráter controlado apenas por genes com ausência de dominância, não haverá redução na média, já que não há heterose.
Compartilhar