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1 AUDITOR E ANALISTA FISCAL Disciplina: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Professor: CARLOS RAMOS AULAS Online I e II MATERIAL DO PROFESSOR Administração Pública Material de Apoio para as Aulas Online I e II 1. Ciclo de Gestão do Governo Federal No intuito de procurar atender às inúmeras demandas sociais, o Governo organiza suas ações, de modo a compatibilizar a escassez de recursos financeiros diante dos gastos necessários à produção de impactos sobre o nível de bem-estar da coletividade. Para nortear sua ação, buscando maior eficácia, eficiência e efetividade, o Governo executa o chamado Ciclo de Gestão, utilizando o programa como instrumento de organização de suas ações, por meio das quais irão se expressar suas políticas públicas. O ciclo de gestão se inicia com a identificação de algum problema ou demanda específica da sociedade. A partir deste diagnóstico e da seleção dentre várias alternativas possíveis de solução do problema ou atendimento da demanda, o Governo traça seu planejamento, através dos programas, que por sua vez farão parte do PPA – Plano Plurianual. 2 O PPA, abrangendo um período de quatro exercícios, apresentará os programas de Governo, os quais terão sua programação de despesas definida de forma detalhada nos orçamentos anuais, conforme as prioridades estabelecidas nas Leis de Diretrizes Orçamentárias de cada ano. Na fase de execução dos programas, o Governo buscará realizar as ações previstas, sendo efetuado também o monitoramento contínuo dessas ações, dando suporte assim ao processo de avaliação dos resultados. A revisão dos programas, a partir das informações geradas na etapa da avaliação, servirá para identificar a necessidade de correção de rumos ou de reforço em ações bem-sucedidas. No esquema gráfico apresentado verifica-se o papel de extrema importância do PPA – Plano Plurianual, uma vez que o mesmo contém as respostas para a questão “o que se pretende que seja feito”. O atual PPA, relativo ao período 2012-2015, apresenta como eixos estruturantes o desenvolvimento social e a erradicação da miséria, a defesa da cidadania, a gestão, infraestrutura e aceleração do crescimento econômico, e o próprio desenvolvimento econômico de nosso país. A Constituição Federal de 1988 trata das funções de planejamento e orçamento em vários dos seus dispositivos, mais especificamente nos arts. 165 a 169, instituindo três instrumentos básicos a serem estabelecidos por leis de iniciativa do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; 3 III - os orçamentos anuais. Ao instituir estes três instrumentos, a CF/88 prevê claramente a necessidade de integração entre as funções de planejamento e orçamento, exigindo a compatibilização e a consonância com dos planos gerais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social com o Plano Plurianual - PPA. § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional (art. 165). Quanto aos planos, a Constituição Federal concebe duas modalidades: o plano plurianual, que estabelece as diretrizes, objetivos e programas governamentais para o período de quatro anos, orientando as programações orçamentárias anuais, e os planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento, cujo conteúdo deve está sempre em consonância com o plano plurianual. A novidade, na norma constitucional, é a criação da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, com a finalidade, dentre outras, de destacar, da programação plurianual, as prioridades e metas a serem contempladas nos orçamentos anuais, e orientar a sua elaboração. Veremos a seguir o conteúdo destes instrumentos legais. 2. Orçamento público e os parâmetros da política fiscal Constitui-se Orçamento Público no instrumento básico de gestão das finanças públicas, na medida em integra o planejamento das atividades a serem executadas pelo Governo, as formas de obtenção dos recursos necessários à execução dessas atividades, e os meios pelos quais esses recursos serão gastos. A gestão fiscal apóia-se no seguinte tripé: • A Receita Pública representa os ingressos de recursos que entrarão para os cofres públicos, servindo para financiar as atividades estatais; • A Despesa Pública representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que forma o Governo irá gastar os recursos arrecadados, obtidos junto à sociedade, quando estiver executando suas ações; • A Dívida Pública representa os compromissos assumidos pelo Governo no passado, perante a sociedade, e que deverão ser de alguma financiados pela obtenção de novos recursos no futuro. A equação fundamental no âmbito da Gestão Fiscal, ou seja, da gestão das finanças públicas, é a seguinte: Resultado = Receita – Despesa A situação ideal é aquela em que o Governo apresente um resultado igual a zero, ou seja, o montante de recursos arrecadados pela sociedade (Receita) seja integralmente utilizado em ações que beneficiem a própria sociedade (Despesa). Assim, podemos ter as seguintes situações: 4 • Receita < Despesa -> Aconteceu Déficit Fiscal, isto é, faltaram recursos, levando o Governo a recorrer a empréstimos para financiar parte de suas despesas. Essa situação leva a um aumento da Dívida Pública. • Receita = Despesa -> Situação de Equilíbrio Fiscal, isto é, todo o montante de impostos e contribuições feitas pela sociedade ao Governo (incluindo-se os demais tipos de receitas públicas) foi plenamente aplicado no desempenho das funções públicas. • Receita > Despesa -> Houve Superávit Fiscal, ou seja, sobraram recursos, que poderão ser utilizados em períodos futuros, ou ainda, para uma redução da Dívida Pública. É o Orçamento Público que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de receita e de despesa, com impactos sobre o montante da dívida pública. O Orçamento Público se constitui num instrumento do Governo, no sentido do mesmo elaborar seu plano de trabalho, anunciar à sociedade as ações que serão realizadas, controlar a execução dessas ações e avaliar o grau de sucesso nas suas operações. Portanto, o orçamento é um plano de trabalho do Governo. É um documento que contém propostas, para o período de um ano. É um documento produzido pelo Poder Executivo e apreciado pelo Poder Legislativo, que pode inclusive alterá-lo em alguns aspectos. Características do Orçamento Público O orçamento público se constitui num importante instrumento para a gestão das finanças governamentais. É através do orçamento que o Governo elabora seu plano de trabalho, anuncia à sociedade as ações que serão realizadas, controla a execução dessas ações e avalia o grau de sucesso nas suas operações. Portanto, o orçamento é um plano de trabalho do Governo. É um documento produzido pelo Poder Executivo e apreciado pelo Poder Legislativo, que pode inclusive alterá-lo em alguns aspectos. Segundo definição da ABOP – Associação Brasileira de Orçamento Público: “É uma lei, de iniciativa do Poder Executivo, e aprovada pelo Poder Legislativo, que estima a receita e fixa a despesa da administração governamental. Essa lei deve ser elaborada por todas as esferas de governo em um exercício para, depois de devidamente aprovada, vigorar no exercício seguinte”. Assim, observe as características fundamentais do orçamento público: • Documento legal, elaborado pelo Poder Executivo e autorizado pelo Poder Legislativo, que pode fazer alterações no mesmo (emendas ao orçamento); • Compreende um determinado período de tempo (doze meses, o chamado ano fiscal) e tem sua vigência limitada a este período; • Constitui-se num plano de trabalho do Governo nesse mesmo período de tempo, descrevendo as ações que serão executadas; • Contém uma previsão dasdiversas receitas a serem arrecadadas pelo Poder Público; 5 • Contém uma autorização para as diversas despesas a serem realizadas, na execução das ações previstas. Princípios Orçamentários A doutrina do Direito Financeiro traz alguns princípios orçamentários, usados como referências, diretrizes, parâmetros, destinados a orientar os gestores públicos nos processos de elaboração, execução e controle dos orçamentos. A própria legislação orçamentária, citada anteriormente, adotou alguns destes princípios e tornou- os obrigatórios. Passaremos agora a analisar os diversos princípios orçamentários enunciados pela doutrina e pelas normas legais. a) Princípio da Anualidade ou Periodicidade Refere-se à necessidade da limitação temporal para a estimativa das receitas e autorização das despesas. Esse período limitado de tempo relativo à vigência do orçamento é denominado de exercício financeiro. O orçamento tem sua vigência limitada no tempo, durante um ano. No Brasil o exercício financeiro se inicia em 1o de janeiro e termina em 31 de dezembro, coincidindo com o ano civil. Assim, o orçamento só é válido para aquele ano específico para o qual o mesmo foi elaborado e aprovado. Este princípio se encontra na própria Lei 4.320/64, conforme artigos transcritos a seguir: Art. 2º - A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos aos princípios de unidade, universalidade e anualidade. Art. 34 - O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. b) Princípio da Universalidade Determina que todas as receitas e despesas dos três Poderes, seus órgãos, fundos e entidades da Administração Indireta, devem constar no Orçamento uno. A base legal é o art. 165, § 5°, da Constituição Federal e os artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.320/64. Art. 3º - A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros. c) Princípio do Orçamento Bruto Junto ao princípio da universalidade surgiu o do orçamento bruto, com o mesmo objetivo de facilitar o controle financeiro pelo Legislativo. A Lei 4.320/64, em seu art. 6°, dispõe sobre este 6 princípio nos seguintes termos: Art. 6º - Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. d) Princípio da Unidade O orçamento público é uno, pois engloba todas as instituições e atividades de cada um dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Para cada entidade da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) deve existir um único orçamento para o exercício financeiro correspondente. Este princípio preconiza a existência de um só documento orçamentário, englobando todas as receitas e despesas do ente político, o que permite o confronto dos totais globais das receitas e despesas, para determinar a existência de equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário. e) Princípio da Exclusividade As normas constantes da lei orçamentária não devem conter matéria estranha ao próprio orçamento, ou seja, outros assuntos que extrapolem a esfera da execução orçamentária: a previsão das receitas e autorização das despesas. Segundo Giacomoni, a adoção desse princípio, na reforma constitucional de 1926, teve por objetivo acabar com as "caudas orçamentárias" ou, segundo Rui Barbosa chamava, "orçamentos rabilongos", que eram inclusões, na lei orçamentária, de dispositivos estranhos à matéria ou a questões financeiras. Na Constituição Federal de 1988, tal princípio encontra-se estabelecido no art. 165, § 8°: § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. f) Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização As despesas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar sua análise e compreensão. A especificação se refere não somente à identificação dos recursos e dos gastos, mas também à localização desses dentro dos órgãos da administração pública, nos programas, atividades, projetos, etc, de acordo com a situação geográfica ou regional. Indicam-se as fontes de receita, os elementos de despesa e os bens e serviços que serão adquiridos e colocados à disposição da coletividade. Assim, este princípio determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma detalhada nos orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens dos recursos e de sua correspondente aplicação. A especificação das contas das receitas e despesas na atualidade deve considerar as exigências do controle externo e interno, do planejamento administrativo, da avaliação econômica do impacto do gasto público sobre a economia, dos critérios dos registros contábeis, etc. 7 g) Princípio da Flexibilização Não seria possível operacionalizar o orçamento sem a flexibilização da sua execução, mediante ajustes que se façam necessários para atender aos objetivos do Governo. É aconselhável que o orçamento, sempre quando necessário, possa ser modificado quanto à sua despesa e orientado pela vontade de quem o aprovou. O próprio mecanismo dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários) cumpre a finalidade de adequar o nível de despesas às necessidades imprevistas ou subdimensionadas, além de permitir a adaptação do orçamento a situações supervenientes, tais como calamidade pública, guerra, etc. h) Princípio da Clareza O documento orçamentário deve ser elaborado de maneira bem ordenada e completa em todas as suas etapas, assegurando resultados positivos na execução das metas estabelecidas, para que seja um instrumento eficiente e adequado ao ato de governar, administrar e executar programas e planos de desenvolvimento sócio-econômico. Esse princípio complementa o da publicidade, uma vez que dita que o orçamento deve ter uma linguagem clara e compreensível, não só aos técnicos, mas a todas as pessoas que precisam consultá-lo. Nos tempos atuais, ganha cada vez mais força a idéia da Transparência nas contas públicas, no sentido de que o poder público deve buscar cada vez mais dar acesso à população às informações pertinentes ao montante de receitas arrecadadas e a sua respectiva aplicação nas despesas públicas distribuídas nos diversos programas do orçamento. A Transparência está fortemente ligada à idéia da Prestação de Contas, mecanismo pelo qual a sociedade tem como cobrar resultados dos seus governantes, na gestão dos recursos públicos. Sendo assim, o princípio da clareza nas expressões constantes da Lei Orçamentária e nos seus diversos demonstrativos se coaduna com as novas exigências da sociedade contemporânea. i) Princípio do Equilíbrio Financeiro O orçamento deve manter um equilíbrio do ponto de vista financeiro – o montante da despesa autorizada não deve ultrapassar a receita prevista para o período. A Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê uma série de mecanismos que objetivam trazer para a própria elaboração e execução do orçamento a busca pelo equilíbrio nas contas públicas, impondo limites para as despesas diante das receitas, e sanções para os entes públicos que desrespeitarem tais limites. Observe, porém, que o equilíbrio entre o total das receitas e o total das despesas é de ordem formal. O déficit no orçamento aparece “embutido” na previsão das receitas de operações de crédito. Veja as prescrições da Lei 4.320/64 nos parágrafos seguintes ao seu artigo 7º: § 1º - Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontesde recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura. § 2º - O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens 8 imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especificamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício. § 3º - A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento. Assim, o princípio do equilíbrio não implica em dizer que o Estado “não pode ter déficit”. Não é esse o seu significado, mas sim o de que, na hipótese de déficit, deve haver uma previsão de receitas capazes de financiá-lo, no caso, as operações de crédito. j) Princípio da Publicidade Esse princípio determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais de comunicação para conhecimento da sociedade e para eficácia de sua validade. No caso específico do Governo Federal, a divulgação é feita através do Diário Oficial da União. Note-se que este princípio é extensivo a todos os atos oficiais da administração pública. Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual devem ser divulgadas por veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial. O mesmo princípio vale também para Estados e Municípios, através de veículos próprios. k) Princípio da Legalidade (ou da Reserva Legal) Esse princípio tem fundamento no princípio da legalidade geral, segundo o qual a Administração Pública se subordina aos ditames da lei, bem como de assegurar o exame e aprovação do Poder Legislativo de todos os atos relacionados ao interesse da sociedade. A Constituição Federal contém vários dispositivos que mencionam a obrigatoriedade do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e dos orçamentos serem estabelecidos por lei, bem como da prévia autorização legislativa para que sejam modificados. A Constituição estabelece ainda que são da exclusiva iniciativa do Poder Executivo as leis que estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais (art. 165). Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. l) Princípio da Não-afetação das Receitas Esse princípio postula que as receitas públicas não poderão ser reservadas ou comprometidas para atender a determinados órgãos, objetivos ou gastos. A exigência de que as receitas não sofram vinculações é mais uma questão de bom-senso administrativo, pois a princípio elas sempre são destinadas a atender às despesas conforme as necessidades e prioridades da coletividade. Na prática a sua observância foi sempre complicada, quer pela sua relação direta com a prestação de certos serviços, a exemplo das taxas, quer devido a pressões de determinados grupos de interesse. 9 A Constituição Federal de 1988 estabelece as seguintes proibições, relativas a impostos: Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; Observe quantas ressalvas: a) A repartição da arrecadação dos impostos (arts. 158 e 159) se refere às transferências constitucionais obrigatórias, que a União deve fazer aos Estados e aos Municípios, assim como os Estados devem também destinar parte de sua arrecadação de impostos para os municípios situados no seu território geográfico; b) A destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2°); EC 29/00: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados conforme a lei; c) A destinação de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino (art. 212); Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF/88). d) Os recursos para realização de atividades da administração tributária (art. 37, XXII) EC 42/03; XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. e) A prestação de garantias às operações de ARO (art. 165, § 8°); f) A prestação de garantias ou contragarantia à União e para pagamento de débitos com esta (art. 167, §4°); § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. m) Princípio da Programação 10 Esse princípio é decorrente da evolução das funções do orçamento público: de instrumento de autorização e controle parlamentar para o de auxiliar às funções de administração, planejamento e gerência da ação governamental. O orçamento tradicional, com ênfase nos "meios", tinha como papel principal servir para a autorização e fiscalização legislativa. Na atualidade, ele vai além, na medida em que expressa os objetivos, programas, metas e respectivos custos. Uma vez que o orçamento-programa se concentra no atendimento de demandas da coletividade, as restrições fiscais, decorrentes de limites socialmente aceitos para o crescimento da carga tributária, leva a administração pública a procurar se tornar cada vez mais eficiente no uso dos recursos escassos de que dispõe, frente às crescentes demandas sociais. O Plano Plurianual – PPA O Plano Plurianual é o instrumento da ação governamental que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública e as despesas de capital e outras delas decorrentes e relativas aos programas de duração continuada. Disposições Constitucionais sobre o PPA: § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada (art. 165). O Orçamento Fiscal e o Orçamento de Investimentos das Empresas controladas pela União, ambos contidos na Lei Orçamentária Anual – LOA (conforme previsto nos incisos I e II do § 5º), devem ser compatibilizados com o PPA: § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Observe ainda mais uma regra quanto ao PPA, conforme artigo 167 da CF/88: § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA e aprovados pelo Congresso Nacional ou AssembléiaLegislativa. O prazo para envio do projeto de Lei do PPA ao Poder Legislativo é o dia 31 de agosto do primeiro exercício do mandato do Chefe do Poder Executivo. É o que consta no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, no seu artigo 35, § 2º, transcrito a seguir: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o 11 encerramento da sessão legislativa; Conforme a Emenda Constitucional nº. 50, de 14/02/2006, a sessão legislativa vai do período de 02 de fevereiro a 17 de julho, e de 1º de agosto a 22 de dezembro (art. 57 da CF/88). Aprovado, o PPA vigora do segundo exercício do mandato governamental até o primeiro exercício do mandato subseqüente. O Decreto Federal nº. 2.829/98 estabelece normas para a elaboração e execução do PPA e dos Orçamentos da União, a partir do exercício de 2000, tendo como pressuposto básico a produção de mudanças na Administração Pública pelo planejamento, com foco em aspectos tais como: visão estratégica, programas, gerenciamento, informação, avaliação e integração. A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO De acordo com o mandamento constitucional contido no artigo 165: § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Além destes itens, a LDO também deverá conter (art. 169 da CF/88): § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas... II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Na União, o prazo para envio do projeto de Lei da LDO pelo Executivo ao Legislativo é até o dia 15 de abril do exercício anterior ao da Lei Orçamentária Anual, conforme ADCT, art. 35, § 2º,: II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; A sessão legislativa ordinária não será interrompida até que o projeto de Lei da LDO seja aprovado, conforme artigo 57 da CF/88: § 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. A Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, em seu artigo 4º, trouxe novas atribuições à LDO, reforçando seu papel de orientação e controle das finanças públicas, principalmente quanto à elaboração do orçamento: 12 a) Disposições quanto ao equilíbrio entre receitas e despesas; b) Critérios e forma de limitação de empenho; c) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; d) Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; Fazem ainda parte da LDO os seguintes documentos: a) Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. b) Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. No caso da LDO da União, um anexo específico com os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente. A Lei Orçamentária Anual - LOA A composição da Lei Orçamentária Anual está prevista na CF/88, art. 165, § 5°: § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Sobre o conteúdo da LOA, o artigo 165 ainda acrescenta: § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Os orçamentos fiscal e de investimentos serão compatibilizados com o PPA; terão a função de reduzir as desigualdades inter-regionais, segundo critérios de população e renda per capita. 13 Outras disposições constitucionais sobre a LOA, correspondentes a proibições, podem ser vistas a seguir: Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; Os créditos orçamentários são os limites de despesa fixada para os diversos tipos de gastos que a Administração Pública pode fazer. Estes limites constam dos quadros anexos à LOA. Veremos mais adiante que em certas circunstâncias, tais limites podem ser modificados durante o exercício, na forma dos créditos adicionais, que podem ser suplementares, especiais ou extraordinários. Porém, sob nenhuma hipótese o total dos créditos orçamentários mais os créditos adicionais poderá ser ultrapassado. III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; Essa é a famosa “Regra de Ouro” através da qual busca-se evitar que o Estado aumente seu endividamento (representado pelas Operações de Crédito) por outras razões que não sejam a realização de investimentos públicos (representado pelas Despesas de Capital), pois senão, parte dos empréstimos tomados pelo poder público estariam sendo utilizados para financiar gastos de consumo. Por outro lado, a proibição não é total, pois o Poder Legislativo pode, desde que por maioria absoluta, aprovar certo montante de Operações de Crédito destinado a atender créditos suplementares ou especiais devidamente autorizados para uma finalidade específica. IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação degarantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; Este inciso IV trata da proibição quanto a afetações das receitas de impostos, já comentada anteriormente. V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; Veremos mais adiante que, em certas situações, os limites para a realização de despesa podem ser ampliados, ou porque houve necessidade de reforço em certa dotação orçamentária (é o caso do crédito suplementar) ou porque não havia dotação orçamentária fixada para a despesa (é o caso 14 do crédito especial). Em ambas as hipóteses, é necessário haver uma fonte de recursos que viabilize tais créditos. VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. Mais disposições constitucionais sobre a LOA: ADCT, Art. 35, § 2º: III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. E, no artigo 165 da CF/88: § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. 3. Ciclo orçamentário Uma vez que a cada exercício será preciso uma nova Lei Orçamentária Anual, verifica-se que o processo orçamentário se dá na forma de um verdadeiro ciclo, com quatro fases bem distintas. a) Elaboração da Proposta Orçamentária Anual Trata-se do momento em que cada um dos diversos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública faz o levantamento das suas necessidades de recursos para o exercício seguinte, levando em consideração os programas do Governo e os objetivos de desenvolvimento econômico e social do país. 15 O órgão central de planejamento recebe todas estas demandas e as consolida num único documento, compatibilizando-o com a estimativa das receitas esperadas para o próximo ano. Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acordo com os parâmetros macroeconômicos, estabelecendo as quotas finais de recursos para cada órgão. Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei Orçamentária Anual, juntamente com os diversos anexos que irão detalhar todas as receitas e despesas, de acordo com classificação orçamentária própria. O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legislativo, junto com mensagem do chefe do Poder Executivo, para aprovação. b) Discussão, Votação e Aprovação da Lei Orçamentária Anual Chegando ao Legislativo, a proposta orçamentária, é encaminhada a uma Comissão Mista Permanente composta de senadores e deputados à qual compete: • Examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias, dos orçamentos e de créditos adicionais; • Examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição Federal; • Examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas anualmente pelo presidente da República; • Exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária. A sessão legislativa não será interrompida até que os projetos de Lei do PPA, da LDO e da LOA sejam aprovados. As emendas serão apresentadas na Comissão Permanente que sobre elas emitirá parecer, sendo apreciadas pelo Plenário das duas casas do Congresso Nacional, na União, pela Assembléia Legislativa, nos Estados, e pela Câmara de Vereadores, nos Municípios. A Constituição Federal, no § 5° do art. 166, prevê que o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos de PPA, LDO e LOA enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. A aprovação das emendas dependerá: • Da sua compatibilidade com o PPA e a LDO; • Da indicação dos recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, desde que não incidam nas dotações para pessoal e encargos, serviço da dívida, transferências tributárias constitucionais para Estados, Distrito Federal e Municípios, e Seguridade Social; • Sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões e com os dispositivos do texto do projeto de lei. Atualmente, nos termos da Resolução do Congresso Nacional, o parecer da Comissão sobre as emendas será conclusivo e final, salvo requerimento, para que a emenda seja submetida a votos, assinado por um décimo dos Congressistas, apresentado à mesa do Congresso Nacional até o dia anterior ao estabelecido para discussão da matéria em Plenário. O Plenário das duas casas pode, inclusive, rejeitar o projeto. 16 Modalidades de Emendas ao projeto de lei orçamentária anual: • Emendas de Texto - visam fazer alterações no texto do projeto de lei ou em seus quadros e tabelas; • Emendas de Receitas – são utilizadas com o objetivo de corrigir erros ou omissões, devendo trazer a fonte de receita; • Emendas de Despesas - compreendem o acréscimo nas dotações constantes da proposta Orçamentária ou a inclusão de novas programações, distinguindo-se em: o Emendas Individuais - são de iniciativa de cada parlamentar, num máximo de 20, excluídas do limite as que se destinam ao texto da lei e ao cancelamento total ou parcial de dotações orçamentárias; o Emendas Coletivas - são de iniciativa das Comissões Permanentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, das bancadas estaduais e das bancadas regionais no Congresso Nacional. Segundo o artigo 33 da Lei 4.320/64, não são admitidas emendas ao projeto de lei de orçamento que visem: a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto, a inexatidão da proposta; b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes; c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado; d) conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções. Aprovação do Projeto de Lei Aprovado na comissão mista, o projeto de lei orçamentária, na forma de projeto substitutivo resultante da fusão do projeto de lei encaminhado pelo Poder Executivo acrescido das emendas aprovadas, é colocado para discussão e votação pelo plenário da casa legislativa. Aprovado o Projeto de Lei pelo Plenário, ele é formalizado mediante os seguintes atos: • Decretação pelo Poder Legislativo; • Sanção pelo chefe do Poder Executivo; • Promulgação pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo. O quorum para deliberações do Congresso Nacional para aprovação dos projetos de lei relativos ao PPA, LDO, LOA e aos créditos adicionais, é por maioria de votos dos seus membros presentes, salvo disposição constitucional em contrário. 17 Sanção ou Veto do Chefe do Poder Executivo O Chefe doPoder Executivo poderá vetar o texto aprovado, no todo ou em parte, se o considerar inconstitucional ou contrário ao interesse público, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do recebimento, além de 48 horas para comunicar ao presidente do Senado Federal as razões do veto. O silêncio importa sanção. O veto será apreciado em sessão conjunta dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. Sendo o veto derrubado, o projeto será devolvido ao Presidente da República para promulgação. c) Execução Orçamentária e Financeira Esta fase transcorre durante todo o exercício financeiro, pois consiste na efetiva arrecadação, por parte do Governo, das diversas receitas previstas, bem como a realização das despesas programadas para o período. Veremos mais adiante as diversas fases que as receitas e as despesas públicas irão atravessar durante sua execução. d) Controle e Avaliação da Execução Orçamentária e Financeira. O controle se inicia junto com a execução do orçamento, uma vez que o próprio Governo, através dos seus órgãos de controle interno ou de controle externo, inicia a fiscalização sobre os gestores públicos, com relação à legalidade dos procedimentos executados. No tocante à avaliação, trata- se de preocupação específica com os resultados efetivos dos programas realizados durante o ano, em termos de benefícios gerados para a população. Observe, porém, que a LOA faz parte de um processo mais amplo de planejamento, composto também pelo PPA e pela LDO; assim, as fases citadas anteriormente devem ser consideradas dentro de um contexto mais amplo, num processo integrado, conforme esquema gráfico a seguir: 18 4. Orçamento e gestão das organizações do setor público; características básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura programática, econômica e organizacional para alocação de recursos (classificações orçamentárias); mensuração de desempenho e controle orçamentário Tipos de Orçamento Como instrumento legal do Estado, o Orçamento Público vem passando por transformações ao longo da história. Sua evolução no tempo pode ser descrita em dois momentos bem marcantes: o do orçamento tradicional e o do orçamento moderno. a) Orçamento Tradicional Enquanto instrumento formal, o orçamento surgiu na Inglaterra, por volta do século XIX, em pleno desenvolvimento do Liberalismo Econômico. Sua principal função era a de controle político, na medida em que foi uma forma pela qual o Parlamento pôde limitar os poderes do Rei, no tocante à criação de novos impostos. Assim, o Estado Liberal que surgia naquela época passava a contar com um mecanismo de disciplina e controle das ações do poder executivo, visando manter o equilíbrio financeiro nas contas públicas, limitando o crescimento exagerado dos gastos e reduzindo a possibilidade de aumentos excessivos da carga tributária. No orçamento tradicional, o aspecto econômico tinha posição menos importante do que o aspecto político. O orçamento não era visto como um plano de trabalho do Governo, mas, sobretudo, como um limitador à sua ação. As finanças públicas tinham um caráter “neutro” sobre a vida econômica. Era preciso somente mantê-las sobre controle, para evitar que o Estado 19 afetasse a economia de modo indesejável. Nesse contexto, o orçamento se resumia a uma relação de valores previstos discriminados pelas diversas unidades administrativas que compunham o Estado, e identificados também de acordo com os diversos itens de receita e de despesa. b) Orçamento Moderno No final do século XIX, o Estado abandonou a posição “neutra” da época do Liberalismo, passando a atuar cada vez mais na vida econômica, inclusive como provedor de bens e serviços. As finanças públicas perderam seu caráter “neutro”, uma vez que passaram a ser usadas para corrigir as distorções no sistema econômico. Tal tendência veio a se consolidar principalmente após a grande crise de 1929, em que o Estado passou a ter um papel muito mais ativo na condução da economia, como forma de combate às crises cíclicas do capitalismo. Nos anos 30 as idéias do economista inglês John Maynard Keynes passaram a predominar, defendendo a necessidade da intervenção estatal no panorama econômico. O orçamento público até então era concebido como um mero demonstrativo de autorizações legislativas, e dessa forma não mais atendia às necessidades dos executivos governamentais, cujas atribuições e encargos eram cada vez maiores. Nesse sentido o orçamento moderno se tornou um instrumento de administração das finanças governamentais. Assim, o orçamento público passou a ser uma ferramenta de gestão, auxiliando o Governo nas diversas atividades do processo administrativo: programação, execução e controle. Notadamente a partir da segunda guerra mundial o orçamento público passou a apresentar uma feição de plano de trabalho, com cronogramas de execução e previsão dos meios de financiamento das ações. Nos anos 50, nos Estados Unidos, surgiu o Orçamento de Desempenho, sendo aquele que representava os propósitos e objetivos para os quais os valores orçamentários eram fixados, os custos dos programas propostos para atingir tais objetivos, e os dados quantitativos que permitissem a mensuração das realizações e o trabalho realizado em cada programa. Nos anos 60 a governo americano criou o PPBS – Planning, Programming and Budgeting System, traduzido no Brasil como SPPO – Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento. Trata-se de nova concepção do orçamento, integrando o mesmo ao planejamento e à gestão governamental, dando origem posteriormente ao orçamento-programa. No orçamento-Programa, as despesas são relacionadas não apenas de acordo com as unidades administrativas que as realizarão e de acordo com os diversos itens de gastos (tais como pessoal, material de consumo, combustíveis, etc). As despesas passam a ser relacionadas também aos diversos programas que compõem a agenda do Governo para o exercício orçamentário. Não interessa mais saber somente “quem” gasta e “em que” se gasta, mas, sobretudo, “como” e “para que” se gasta. Assim, podemos concluir que os elementos essenciais do orçamento-programa são os seguintes: a) Objetivos e propósitos perseguidos pelo ente público, e para cuja consecução são empregados os recursos orçamentários; 20 b) Programas, isto é, instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos pretendidos; c) Custos dos programas, mensurados através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material de consumo, equipamentos, serviços de terceiros, etc) necessários para a obtenção dos resultados; d) Medidas de desempenho com a finalidade de permitir a avaliação das realizações (produto final obtido) e os esforços despendidos na execução dos diversos programas de governo; e) A integração com o planejamento das atividades, na medida em que o orçamento deixa de ser apenas um controle contábil e passa a funcionar também como instrumento de gestão. O quadro a seguir ilustra as diferenças entre dois modelos bem distintos: o Orçamento Tradicional e o Orçamento-Programa: Orçamento Tradicional Orçamento-Programa 1. O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e de gestão. 1. O orçamento se torna o elo entre o planejamento e a gestão das várias funções da organização. 2. A definição das dotações orçamentárias de cada órgão tem por objetivo viabilizar a aquisição de recursos. 2. A definição das dotações orçamentárias dá prioridade aos custos de realização dos programas, visando o alcance de metas e de resultados. 3. A estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis da gestão – “quem gasta” e “o que se gasta”. 3. A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento – “como se gasta” e “para que se gasta”.4. Os principais critérios para classificação de receitas e despesas são determinados em função das unidades administrativas e da natureza de cada item de receita e despesa. 4. Os principais critérios de classificação enfatizam a estrutura dos programas e as diversas funções desempenhadas pelo Governo. 5. Não há uma preocupação com sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, bem como dos resultados. 5. Ocorre uma utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados alcançados. 6. O controle é feito para verificar sobretudo a legalidade no cumprimento do orçamento, ou seja, a adequação da aplicação dos recursos às normas vigentes. 6. O controle enfatiza a avaliação da eficiência, da eficácia e da efetividade das ações governamentais. Um comentário adicional precisa ser feito acerca do chamado Orçamento Base Zero ou Orçamento por Estratégia. Trata-se de uma técnica que pode ser usada para a elaboração do orçamento, e que consiste basicamente no seguinte: • A cada exercício, ao invés do gestor ou administrador de um determinado órgão se basear no seu histórico de despesas, para apurar as necessidades do próximo ano, ele deverá justificar detalhadamente todos os recursos solicitados ao órgão central de planejamento e orçamento. 21 • Assim, a cada novo exercício, o gestor deve sempre justificar os recursos solicitados, sem se basear na execução orçamentária de períodos anteriores – daí o nome “base zero”; o gestor não pode argumentar que necessita de certo montante de recursos apenas porque no ano passado foi este o montante gasto. • Todos os gastos efetuados no passado devem passar por um processo crítico de revisão, dando origem a uma nova estimativa de gastos, os quais serão alocados numa escala de prioridades, de acordo com os objetivos e dos programas a serem implementados no exercício seguinte. Em suma, a técnica do Orçamento Base Zero pretende eliminar uma “memória de gastos” trazida do passado, uma vez que é muito comum os gestores formularem suas necessidades de recursos através de métodos simplistas, tais como apenas repetir o montante gasto no ano anterior, acrescentado de certa expectativa de inflação, aumento de tarifas, reajustes contratuais, etc. Receita Pública Receita Pública, em sentido amplo, compreende todos os ingressos financeiros ao patrimônio público. Portanto, abrange o fluxo de recebimentos auferidos pelo Estado. Em sentido estrito, a Receita Pública equivale a todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo Poder Público, compreendendo qualquer ente da Federação ou suas entidades, para atender as despesas públicas. Nesse conceito, equivale à Receita Pública Orçamentária. Essa distinção é importante pelo fato de que alguns ingressos financeiros no caixa do Poder Público têm um caráter transitório, extemporâneo, não podendo ser utilizadas pelo Estado na sua programação normal de despesas. Exemplos são cauções, depósitos, etc... Equivalem esses ingressos à chamada Receita Pública Extra-orçamentária. Vejamos a seguir as diversas classificações doutrinárias e legais das Receitas Públicas. a) Classificação quanto à Origem: Originárias X Derivadas Receitas Originárias (Patrimoniais, de Economia Privada, de Direito Privado) - São aquelas provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de direito público, ou seja, o Estado coloca parte do seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento de um preço estipulado. Elas independem de autorização legal e podem ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração do patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou de serviços, pelo Estado ou suas entidades. Exemplos: • Rendas provenientes da venda de bens e de empresas comerciais ou industriais; • Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis, dividendos, aplicações financeiras); • Rendas do exercício de atividades econômicas, ou seja, industriais, comerciais ou de serviços. Receitas Derivadas (Não-patrimoniais, de Economia Pública, de Direito Público) - São aquelas 22 cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as relações econômicas praticadas pelos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens. Na atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os gastos da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados ou colocados a disposição da comunidade. São exemplos mais significativos das receitas derivadas os tributos. b) Quanto à Natureza: Receitas Orçamentárias X Receitas Extra-Orçamentárias Receitas Orçamentárias - São todos os ingressos financeiros de caráter não transitório auferidos pelo Poder Público. Subdivide-se ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. Receitas Extra-Orçamentárias - Correspondem aos valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que não figuram no orçamento público, por não pertencerem de fato ao Governo. São os recebimentos transitórios de recursos, a exemplo de cauções, depósitos, retenções, etc. c) Quanto à Repercussão Patrimonial: Efetivas X Não-efetivas Efetivas - São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes. Por isso, aumentam a situação líquida patrimonial. Exemplos: Receita Tributária, Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc. Não-Efetivas - São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. Por isso, não alteram a situação líquida patrimonial. Exemplos: alienação de bens, operações de crédito, amortização de empréstimo concedido no passado, cobrança de dívida ativa, etc. d) Quanto à Regularidade: Ordinárias X Extraordinárias Receitas Ordinárias - Apresentam certa regularidade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela Constituição ou por leis específicas. Exemplos: arrecadação de impostos, transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, etc. Receitas Extraordinárias - São aquelas que representam ingressos acidentais, transitórios e, às vezes, até de caráter excepcional, como os impostos por motivo de guerra, heranças, etc. e) Quanto à forma de sua realização: Receitas Próprias, de Transferências e de Financiamentos Próprias - Quando seu ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo: tributos, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens, etc. De Transferências - Quando a arrecadação se processa através de outras entidades, em virtude de dispositivos constitucionais ou legais, ou mediante acordos ou convênios. Exemplo: cota-parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios (FPE e FPM), Cota-Parte de Tributos Estaduais aos Municípios (ICMS e IPV A), convênios, etc. Financiamentos - São as operações de crédito realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos para implantação de 23 parques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de saneamento básico, etc. f) Segundo a Categoria Econômica: Receitas Correntes X Receitas de Capital Receitas Correntes - São destinadas a financiar as Despesas Correntes. Classificam-se em: • Receitas Tributárias - as provenientes da cobrança de impostos, taxas e contribuições de melhoria. • Receitas de Contribuições - as provenientes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas; por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contribuições para fundo de saúde de servidores públicos, etc. • Receita Patrimonial- proveniente do resultado financeiro da fruição do patrimônio, decorrente da propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; por exemplo: aluguéis, dividendos, receita oriunda de aplicação financeira, etc. • Receita Agropecuária - proveniente da exploração das atividades agropecuárias; por exemplo: receita da produção vegetal, receita da produção animal e derivados. • Receita Industrial é proveniente das atividades ligadas à indústria de transformação. Exemplos: indústria editorial e gráfica, reciclagem de lixo, etc. • Receitas de Serviços - provenientes de atividades caracterizadas pela prestação se serviços por órgãos do Estado; por exemplo: serviços comerciais (compra e venda de mercadorias), etc. • Transferências Correntes - recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes. • Outras Receitas Correntes - grupo que compreende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc. Receitas de Capital - São destinadas ao atendimento das Despesas de Capital. Dividem-se em: • Operações de Crédito - financiamentos obtidos dentro e fora do País; recursos captados de terceiros para financiar obras e serviços públicos. Exemplos: colocação de títulos públicos, contratação de empréstimos e financiamentos, etc; • Alienação de Bens - provenientes da venda de bens móveis e imóveis; • Amortização de Empréstimos - provenientes do recebimento do principal mais correção monetária, de empréstimos efetuados a terceiros; • Transferência de Capital - recursos recebidos de outras entidades para aplicação em despesas de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma contraprestação direta em bens e serviços; • Outras Receitas de Capital - envolvem as receitas de capital não 24 classificáveis nas anteriores. Codificação e Detalhamento da Receita Orçamentária Atualmente a codificação econômica da Receita Orçamentária deve seguir o padrão indicado pela Portaria Conjunta STN/SOF nº 03, de 14/10/2008, que aprova os Manuais de Receita Nacional e Despesa Nacional, utilizados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios: 1º Nível – Categoria Econômica 2º Nível – Origem 3º Nível – Espécie 4º Nível – Rubrica 5º Nível – Alínea 6º Nível – Subalínea Exemplo: 1.1.1.2.04.10 – Pessoas Físicas: 1 = Receita Corrente (Categoria Econômica); 1 = Receita Tributária (Origem); 1 = Receita de Impostos (Espécie); 2 = Impostos sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica); 04 = Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (Alínea); 10 = Pessoas Físicas (Subalínea) XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO. Os códigos utilizados pela União, extensivo aos demais entes (Estados, DF e Municípios) podem ser vistos na relação a seguir: SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL – SOF RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA DISCRIMINAÇÃO DA RECEITA DA UNIÃO 1000.00.00 RECEITAS CORRENTES 1100.00.00 RECEITA TRIBUTÁRIA 1110.00.00 Impostos 1111.00.00 Impostos sobre o Comércio Exterior 1111.01.00 Imposto sobre a Importação 1111.02.00 Imposto sobre a Exportação 1112.00.00 Impostos sobre o Patrimônio e a Renda 1112.01.00 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 1112.02.00 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana 1112.04.00 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 1112.05.00 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 1112.07.00 Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Bens e Direitos 1112.08.00 Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis 1113.00.00 Impostos sobre a Produção e a Circulação 1113.01.00 Imposto sobre Produtos Industrializados 1113.02.00 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações 1113.03.00 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários 1113.05.00 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 1115.00.00 Impostos Extraordinários 1120.00.00 Taxas 25 1121.00.00 Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia 1122.00.00 Taxas pela Prestação de Serviços Públicos 1130.00.00 Contribuições de Melhoria 1200.00.00 RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 1210.00.00 Contribuições Sociais 1210.01.00 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 1210.02.00 Contribuição para o Salário-Educação 1210.07.00 Contribuição para o Fundo de Saúde 1210.13.00 Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira 1210.16.00 Renda Liquida da Loteria Federal Instantânea 1210.17.00 Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos 1210.29.00 Contribuição para o Plano de Seguridade Social do Servidor 1210.30.00 Contrib. dos Empregadores e dos Trabalhadores para a Seguridade Social 1210.30.99 Outras Contribuições Previdenciárias 1220.00.00 Contribuições Econômicas 1220.22.31 Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural em Terra 1220.22.32 Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural em Plataforma 1300.00.00 RECEITA PATRIMONIAL 1310.00.00 Receitas Imobiliárias 1311.00.00 Aluguéis 1312.00.00 Arrendamentos 1313.00.00 Foros 13 14.00.00 Laudêmios 1319.00.00 Outras Receitas Imobiliárias 1320.00.00 Receitas de Valores Mobiliários 1321.00.00 Juros de Títulos de Renda 1322.00.00 Dividendos 1323.00.00 Participações 1400.00.00 RECEITA AGROPECUÁRIA 1410.00.00 Receita da Produção Vegetal 1420.00.00 Receita da Produção Animal e Derivados 1490.00.00 Outras Receitas Agropecuárias 1500.00.00 RECEITA INDUSTRIAL 1510.00.00 Receita da Indústria Extrativa Mineral 1520.00.00 Receita da Indústria de Transformação 1520.12.00 Receita da Indústria Mecânica 1520.14.00 Receita da Indústria de Material de Transporte 1520.20.00 Receita da Indústria Química 1530.00.00 Receita da Indústria de Construção 1600.00.00 RECEITA DE SERVIÇOS 1600.01.00 Serviços Comerciais 1600.02.00 Serviços Financeiros 1600.02.01 Juros de Empréstimos 1600.02.02 Taxa pela Concessão de Aval do Tesouro Nacional 1600.03.00 Serviços de Transporte 1600.04.00 Serviços de Comunicação 1600.05.00 Serviços de Saúde 1600.06.00 Serviços Portuários 1600.07.00 Serviços de Armazenagem 1600.08.00 Serviços de Processamento de Dados 26 1600.30.00 Tarifa de Utilização de Faróis 1600.31.00 Tarifa e Adicional sobre Tarifa Aeroportuária 1600.99.00 Outros Serviços 1700.00.00 TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 1720.00.00 Transferências Intergovernamentais 1721.00.00 Transferências da União 1721.01.00 Participação na Receita da União 1721.09.00 Outras Transferências da União 1722.00.00 Transferências dos Estados 1723.00.00 Transferências dos Municípios 1730.00.00 Transferências de Instituições Privadas 1740.00.00 Transferências do Exterior 1750.00.00 Transferências de Pessoas 1760.00.00 Transferências de Convênios 1900.00.00 0UTRAS RECEITAS CORRENTES 1910.00.00 Multas e Juros de Mora 1911.00.00 Multas e Juros de Mora dos Tributos 1912.00.00 Multas e Juros de Mora das Contribuições 1918.00.00 Multas e Juros de Mora de Outras Receitas 1919.00.00 Multas de Outras Origens 1920.00.00 Indenizações e Restituições 1921.00.00 Indenizações 1922.00.00 Restituições 1930.00.00 Receita da Dívida Ativa 1931.00.00 Receita da Divida Ativa Tributária 1932.00.00 Receita da Divida Ativa Não-Tributária 1990.00.00 Receitas Diversas 1990.99.00 Outras Receitas 2000.00.00 RECEITAS DE CAPITAL 2100.00.00 0PERAÇÕES DE CRÉDITO 2110.00.00 Operações de Crédito Internas 2111.00.00 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional 2111.01.00 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional - Refinanciamento da Divida Pública Federal 2113.00.00 Empréstimos Compulsórios 2120.00.00 Operações de Crédito Externas 2129.00.00 Outras Operações de Crédito Externas 2200.00.00ALIENAÇÃO DE BENS 2210.00.00 Alienação de Bens Móveis 2211.00.00 Alienação de Títulos Mobiliários 2212.00.00 Alienação de Estoques 2219.00.00 Alienação de Outros Bens Móveis 2220.00.00 Alienação de Bens Imóveis 2221.00.00 Alienação de Imóveis Rurais para Colonização e Reforma Agrária 2223.00.00 Alienação de Embarcações 2224.00.00 Alienação de Imóveis Rurais 2229.00.00 Alienação de Outros Bens Imóveis 2300.00.00 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS 2300.30.00 Amortização de Empréstimos - Estados e Municípios 2300.40.00 Amortização de Empréstimos - Refinanciamento de Dividas de Médio e Longo Prazo 2300.70.00 Outras Amortizações de Empréstimos 2300.80.00 Amortização de Financiamentos 27 2400.00.00 TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 2420.00.00 Transferências Intergovernamentais 2421.00.00 Transferências da União 2422.00.00 Transferências dos Estados 2423.00.00 Transferências dos Municípios 2430.00.00 Transferências de Instituições Privadas 2440.00.00 Transferências do Exterior 2450.00.00 Transferências de Pessoas 2470.00.00 Transferências de Convênios 2500.00.00 OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 2520.00.00 Integralização do Capital Social 2530.00.00 Resultado do Banco Central do Brasil 2540.00.00 Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional 2580.00.00 Saldos de Exercícios Anteriores 2590.00.00 Outras Receitas Despesa Pública Em seu sentido mais amplo, entende-se por despesa pública a totalidade das saídas financeiras que ocorrem nas entidades públicas. A Despesa Pública é classificada sob diversos critérios, como se pode observar nos tópicos a seguir. a) Classificação Quanto à Natureza: Despesa Orçamentária X Despesa Extra- orçamentária Despesa Orçamentária - Compromisso de gasto dos recursos públicos, autorizados pelo Poder Legislativo, para atender necessidades de interesse da coletividade, observado o limite fixado no orçamento. Em outras palavras é a despesa que integra o orçamento. Exemplos: despesa de pessoal, despesas com material de consumo, despesas de obras e instalações. Despesa Extra-Orçamentária - É aquela paga à margem da Lei Orçamentária e, portanto independe de autorização legislativa. Em outras palavras, não integra o orçamento do exercício. Exemplos: Restituição de caução, Pagamento de restos a pagar, Recolhimento de consignações e Retenções (INSS, ISS), etc. b) Classificação Quanto à Categoria Econômica: Despesas Correntes X Despesas de Capital Despesas Correntes - As que são realizadas para o funcionamento e manutenção das entidades que compõem a Administração Pública. Não contribuem diretamente para ampliar a capacidade produtiva da economia. Despesas de Capital - As que são realizadas com o fim de criar novos bens que enriquecerão o patrimônio permanente, ou para a aquisição de capital já existente (ou seja, neste último caso, transferir a propriedade de bens e direitos do setor privado para o setor público). c) Classificação Quanto à Repercussão Patrimonial: Despesa Efetiva X Despesa por Mutação Patrimonial Despesa Efetiva - Reduz a situação líquida patrimonial, provocando geralmente saída de numerário sem a entrada de bens /direitos. Exemplo: Despesa com vencimentos de pessoal, com 28 pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais, etc. Despesa por Mutação Patrimonial - Promove uma mutação em mais de um item patrimonial, reduzindo ao mesmo tempo um item do ativo e do passivo, ou permutando valores no ativo, de modo que a situação líquida global permanece inalterada, em decorrência, geralmente, da saída de numerário e a entrada de bens ou direitos. Exemplos: Concessão de empréstimo, aquisição de imóvel, etc. Classificação Legal das Despesas Orçamentárias • Institucional: Poder, Órgão e Unidade Orçamentária – Serve para cobrar responsabilidade pela realização das despesas; • Funcional: Função e Sub-função - Identificar área e sub-área de atuação do Governo; • Por Programa: Projetos, Atividades ou Operações Especiais – Verificar a solução de problemas e atendimento de necessidades específicas da população; • Natureza do Gasto: Categoria Econômica, Grupo de Despesa, Modalidade de Aplicação e Elemento de Despesa - Analisar os impactos econômico e social, bem como identificar os meios empregados; Classificação Institucional Visa a identificação do Poder, seus órgãos e respectivas unidades orçamentárias da Administração direta e indireta, sendo assim classificadas unidades administrativas, entidades e os fundos especiais por eles geridos. A Unidade Orçamentária representa o agrupamento de serviços a que são consignados dotações próprias na lei orçamentária ou mediante créditos adicionais, para sua manutenção ou realização de um programa de trabalho. Normalmente, as Unidades Orçamentárias correspondem aos órgãos ou entidades da estrutura governamental (ministérios, secretarias de estado, secretarias municipais, etc). Há, porém, algumas exceções, tais como a unidade orçamentária “Encargos Gerais”, que não se associa a um órgão específico. A esta unidade são consignados créditos para atender despesas que não são próprias de uma Secretaria ou Órgão, mas cujo controle centralizado é de interesse do Governo, tendo em vista uma melhor gestão financeira e patrimonial de tais recursos. O código da classificação institucional é composto de 5 (cinco) algarismos XX.XXX, assim identificados: 1° / 2° Órgão 3° / 4° / 5° Unidade Orçamentária Classificação Funcional A classificação funcional, atualizada pela Portaria n° 42/99, do Ministério do Orçamento e Gestão, é composta de um rol de funções e subfunções, servindo para agregar os gastos públicos por área 29 de ação governamental e permitir a consolidação nacional dos gastos do setor público, uma vez que é de aplicação obrigatória em todas as esferas de governo. o código da classificação funcional é composto de 5 (cinco) algarismos - XX.XXX -, assim identificados: 1º / 2° Função 3° / 4° / 5° Subfunção A função é entendida como o maior nível de agregação das despesas pelas áreas de atuação que competem ao setor público. A seguir estão os trechos mais importantes da citada portaria: Art. 1º As funções a que se refere o art. 2o, inciso I, da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, discriminadas no Anexo 5 da mesma Lei, e alterações posteriores, passam a ser as constantes do Anexo que acompanha esta Portaria. § 1o Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. § 2o A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. § 3o A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. § 4o As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas, na forma do Anexo a esta Portaria. ANEXO - FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO FUNÇÕES SUBFUNÇÕES 01 – Legislativa 031 - Ação Legislativa 032 - Controle Externo 02 - Judiciária 061 - Ação Judiciária 062 - Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 03 - Essencial à Justiça 091 - Defesa da Ordem Jurídica 092 – Representação Judicial e Extrajudicial 04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento 122 - Administração Geral 123 - Administração Financeira 30 124 - Controle Interno 125 - Normatização e Fiscalização 126 - Tecnologia da Informação 127 - Ordenamento Territorial 128 - Formação de Recursos Humanos 129 - Administração de Receitas 130 - Administração de Concessões 131 - Comunicação Social 05 - Defesa Nacional 151 - Defesa Área 152 - Defesa Naval 153 - Defesa Terrestre 06 - Segurança Pública 181 - Policiamento 182 - Defesa Civil 183 - Informação e Inteligência07 - Relações Exteriores 211 - Relações Diplomáticas 212 - Cooperação Internacional 08 - Assistência Social 241 - Assistência ao Idoso 242 - Assistência ao Portador de Deficiência 243 - Assistência à Criança e ao Adolescente 244 - Assistência Comunitária 09 - Previdência Social 271 - Previdência Básica 272 - Previdência do Regime Estatutário 273 - Previdência Complementar 274 - Previdência Especial 10 - Saúde 301 - Atenção Básica 302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 - Suporte Profilático e Terapêutico 304 - Vigilância Sanitária 305 - Vigilância Epidemiológica 306 - Alimentação e Nutrição 11 - Trabalho 331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador 332 - Relações de Trabalho 333 - Empregabilidade 334 - Fomento ao Trabalho 12 - Educação 361 - Ensino Fundamental 362 - Ensino Médio 363 - Ensino Profissional 364 - Ensino Superior 365 - Educação Infantil 366 - Educação de Jovens e Adultos 367 - Educação Especial 13 - Cultura 391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 31 392 - Difusão Cultural 14 - Direitos da Cidadania 421 - Custódia e Reintegração Social 422 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 - Assistência aos Povos Indígenas 15 - Urbanismo 451 - Infra-Estrutura Urbana 452 - Serviços Urbanos 453 - Transportes Coletivos Urbanos 16 - Habitação 481 - Habitação Rural 482 - Habitação Urbana 17 - Saneamento 511 - Saneamento Básico Rural 512 - Saneamento Básico Urbano 18 - Gestão Ambiental 541 - Preservação e Conservação Ambiental 542 - Controle Ambiental 543 - Recuperação de Áreas Degradadas 544 - Recursos Hídricos 545 – Meteorologia 19 - Ciência e Tecnologia 571 - Desenvolvimento Científico 572 - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia 573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico 20 - Agricultura 601 - Promoção da Produção Vegetal 602 - Promoção da Produção Animal 603 - Defesa Sanitária Vegetal 604 - Defesa Sanitária Animal 605 - Abastecimento 606 - Extensão Rural 607 – Irrigação 21 - Organização Agrária 631 - Reforma Agrária 632 - Colonização 22 - Indústria 661 - Promoção Industrial 662 - Produção Industrial 663 - Mineração 664 - Propriedade Industrial 665 - Normalização e Qualidade 23 - Comércio e Serviços 691 - Promoção Comercial 692 - Comercialização 693 - Comércio Exterior 694 - Serviços Financeiros 695 - Turismo 24 - Comunicações 721 - Comunicações Postais 722 - Telecomunicações 25 - Energia 751 - Conservação de Energia 752 - Energia Elétrica 32 753 - Petróleo 754 - Álcool 26 - Transporte 781 - Transporte Aéreo 782 - Transporte Rodoviário 783 - Transporte Ferroviário 784 - Transporte Hidroviário 785 - Transportes Especiais 27 - Desporto e Lazer 811 - Desporto de Rendimento 812 - Desporto Comunitário 813 – Lazer 28 - Encargos Especiais 841 - Refinanciamento da Dívida Interna 842 - Refinanciamento da Dívida Externa 843 - Serviço da Dívida Interna 844 - Serviço da Dívida Externa 845 - Transferências 846 - Outros Encargos Especiais A função "Encargos Especiais" representa uma agregação das despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço gerado pelo processo produtivo do setor público, a exemplo de: dívidas, ressarcimentos, transferências, indenizações, financiamentos e outros gastos afins. A subfunção representa um desdobramento ou repartição da função, visando agregar as despesas em subáreas de atuação governamental, identificando a natureza básica daquelas que se aglutinam em torno de determinada função. Estrutura Programática O ordenamento da atuação governamental, sob a forma de programas, tem como finalidade solucionar problemas ou atender necessidades, diagnosticados no espaço territorial de cada esfera de governo, respeitadas as respectivas competências constitucionais e legais. Os programas não representam mais uma classificação da despesa, mas, sim, a estrutura programática de cada esfera de governo. Nesse sentido, os programas são instituídos pelo Plano Plurianual, próprio de cada ente público e mandato governamental. Cada programa deve ser constituído, no mínimo, por um objetivo, expresso por um indicador que quantifique a situação que tenha por fim modificar; produtos ou resultados esperados, necessários para atingir o objetivo dentro do período planejado; quantificação dos bens ou serviços, por uma unidade de medida e valor, dando origem à meta e ao custo. Para cada produto ou resultado deve corresponder um projeto, atividade ou operação especial. Essa última sendo uma nova categoria de programação que comporá um programa, desde que seja constatada a sua contribuição efetiva para o alcance dos objetivos estabelecidos. 33 De acordo com a citada Portaria 42/99: Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, entende-se por: a) Programa, o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual; b) Projeto, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo; c) Atividade, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo; d) Operações Especiais, as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Art. 3º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações desta Portaria. Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais. Programas O programa é o instrumento de ordenamento da atuação governamental, articulando um conjunto de ações, cujos produtos ou resultados (bens ou serviços), devidamente mensurados, convergem para a consecução dos objetivos e metas, medidos por indicadores, previamente estabelecidos, visando ao atendimento de necessidades, demandas ou à solução de problemas da sociedade ou administrativos, representando o compromisso, ou o propósito do Governo e da Administração Pública. Unidades de Execução dos Programas A atuação governamental é concretizada mediante a execução de três categorias programáticas de natureza distinta, que representam os instrumentos de viabilização dos programas, sendo identificadas mediante um código com 4 (quatro) algarismos - X.XXX: • Projeto - cujo 1° dígito é um número ímpar (1, 3, 5 e 7), seguido de três números, representando a ordem seqüencial de cadastramento; • Atividade - cujo 1° dígito é um número par (2, 4, 6 e 8), seguindo de três números, que, também representa a ordem seqüencial de cadastramento. • Operação Especial - que adota, também, no 1.° dígito, um número par (2, 4, 6 e 8). O programa de trabalho do Governo, nos orçamentos e balanços, é apresentado em termos de 34 funções, subfunções, programas, atividades/projetos/operações especiais, para os quais são atribuídos códigos numéricos e denominações específicas, composto da seguinte forma: X.XX.XXX Classificação Institucional XX.XXX Classificação Funcional XXX Programa X.XXX Projetos / Atividades / Operação Especial Conceituação das Categorias Programáticas Atividade: É um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, que se realizam
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