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UDC – UNIÃO DINÂMICA DAS CATARATAS GABRIEL FELICE SERAFIN BORGES TRABALHO BIMESTRAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO Atos Administrativos e suas classificações Foz do Iguaçu 2019 1. Introdução. Atos administrativos, apesar da doutrina ter dificuldades para defini-los claramente, são uma espécie de ato jurídico, diferenciado de outros atos jurídicos por ser um ato de manifestação da vontade da administração pública, porém ainda são de natureza humana, unilateral e voluntárias destinadas a produção de efeitos jurídicos. Segundo Medauar (2005, p. 155) um dos conceitos de ato administrativo é como um dos modos de expressão das decisões tomadas por órgãos e autoridades da Administração Pública, que produzem efeitos jurídicos, no sentido de reconhecer, modificar, extinguir direitos ou impor restrições e obrigações com observância da legalidade. Todo ato administrativo tem pressupostos, ou seja, requisitos para a validade do ato, que são: Competência, Motivo e Vontade Competência: é o conjunto de atribuições normativamente estabelecidas que autorizam a alguém a expedição de um ato jurídico, as competências são atribuídas por território, hierarquia e por matéria. Vontade: o ato administrativo é espécie de ato jurídico, por sua vez o ato jurídico denota a expressão de vontade humana. Motivo é o acontecimento da realidade que autoriza ou determina a prática de um ato administrativo, os motivos alegados ficam presos ao ato para fins de determinação de legalidade ou ilegalidade. Se o motivo for falso ou inexistente o ato é considerado inválido. 2. Classificações 2.1. Vinculados e Discricionários Essa classificação diz quanto a liberdade da ação do agente, sendo que há hipóteses em que a lei não impõe todas as regras para a realização de um ato, dando uma liberdade maior de atuação ao agente, sendo chamado de Poder Discricionário. Nesses casos, esse poder de escolha deve ser seguido pelos critérios de oportunidade, conveniência, justiça e equidade. Já quando a lei previamente determina os únicos comportamentos possíveis pelo agente, ele deve segui-la obrigatoriamente (sempre que configure o caso concreto descrito em lei), sem margem alguma de liberdade de decisão, é chamado de Poder Vinculado 2.2. Gerais e Individuais Os atos administrativos gerais e individuais se diferenciam quanto ao alcance do ato. No caso dos atos administrativos gerais, eles se caracterizam por não possuir um alvo determinado, apresentando apenas hipóteses normativas aplicáveis, assim descrevendo uma situação fática e todos aqueles que se adequem à situação fática devem obedecer a esse ato. Os atos com características de atos administrativos gerais, devem ser sempre discricionários, podendo também serem revogados a qualquer momento, e na hierarquia o ato geral sempre se prevalecerá sobre o individual, sendo assim, a administração pública deverá sempre observar os atos gerais pertinentes antes da pratica de atos individuais. Já os atos individuais são aqueles que possuem destinatários previamente estabelecidos, produzindo diretamente efeitos concretos, podendo o ato ser destinado somente a um alvo (singular) ou a vários (plúrimos). Em casos de revogação, só é possível caso não tenha gerado direito adquirido ao seu destinatário, um exemplo disso é a nomeação de aprovados em concursos públicos. 2.3. Internos e Externos Essa classificação diferencia os atos administrativos quanto a sua destinação. Os atos Internos, são atos administrativos destinados a administração púbica e seus órgãos, e por isso, tem efeito “interno”, tais atos não obrigam e nem geram direitos aos agentes, por isso não precisam ser publicados na imprensa oficial para produzirem efeitos, a não ser que trate sobre patrimônio público, nesse caso para produzir efeitos deverá ser publicado. Atos administrativos externos orientam tanto a administração quanto aos cidadãos em geral, para que esses atos tenham vigência é obrigatória sua publicidade, não podendo ser presumido seu conhecimento, um exemplo de atos externos são os decretos editados pelo Presidente da República 2.4. Simples, Complexo e Composto Os atos administrativos simples (ou unilateral) são os atos que manifestam apenas a vontade do órgão emitente, não sendo necessária manifestação de outro órgão ou autoridades para produzir efeitos Os atos administrativos complexos (ou bilateral) é o ato que necessita da manifestação da vontade de dois ou mais órgãos diferentes, não produzindo efeitos se apenas um órgão se manifesta Atos administrativos compostos (ou plurilateral) são os atos em que um órgão manifesta sua vontade, mas para que produza efeitos, é necessário que um outro órgão aprove o ato. 3. Atributos dos Atos Administrativos 3.1. Presunção de Legitimidade A Presunção de Legitimidade emana da soberania do Estado, sendo assim, todo ato praticado pela administração pública presume-se ser legítimo e a princípio apto a produzir efeitos. Considera-se esse atributo como Juris Tantum, ou seja, que admite prova contrária. Sua principal consequência é que o ônus da prova da existência de vicio no ato administrativo é de quem alega o suposto vício. 3.2. Imperatividade O atributo da imperatividade, também chamado de coercibilidade, é fundamentada no principio da supremacia do interesse público sobre o privado, fazendo com que a Administração Pública possa unilateralmente criar obrigações ou impor restrições para os administrados. Da mesma forma que o atributo anterior, atos revestidos de imperatividade podem ser imediatamente impostos aos particulares, mesmo que sejam questionados administrativamente ou judicialmente, salvo nas hipóteses de recurso administrativo de efeito suspensivo ou decisão judicial 3.3. Auto executoriedade Atos auto executórios são aqueles que a administração pública impõe sem que seja necessária a apreciação pelo poder judiciário. Esse atributo não esta presente em todos os atos, sendo mais comumente usado em atos de polícia como apreensão de mercadorias ilegais e a demolição de obras clandestinas que podem apresentar riscos para a segurança da população. A auto executoriedade não afasta o ato da apreciação do judiciário, só dispensa a necessidade de autorização judicial para poder pratica-lo 3.4. Tipicidade Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Desse modo, os atos administrativos tem uma limitação, para que não seja possível a pratica do ato caso não seja previamente expresso em lei 4. Bibliografia DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Editora Atlas. ALEXRANDRINO, MARCELO. & PAULO, VICENTE. Resumo de Direito Administrativo Descomplicado, Editora Método, 8 ed, 2015 OLIVO, Luis Carlos Cancelier de. Direito Administrativo. 3. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; CAPES :UAB, 2015.
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