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Semana da Arte Moderna 1922 Contexto Mundial: questão do nacionalismo emergente antes e pós- Primeira-Guerra. Nacional: período de progresso técnico, resultante da criação de novas fábricas surgidas principalmente da aplicação do dinheiro obtido através do café. As forças sociais que atuam na realidade brasileira, já nesse período, são bem complexas. Em 1917, por exemplo, na região de São Paulo, ocorre a greve geral realizada entre os operários. Outro fato importante: espantosa massa de imigrantes que em apenas 8 anos chega a quase 1 milhão de novos habitantes. Assim, o movimento modernista estará inserido dentro deste contexto. Contexto Descontentamento muito forte na sociedade e um sentimento de decepção com a República. Anos de 1920: muito importantes mudanças nos hábitos, procedimentos e diagnósticos das futuras gerações levando a imaginar um Brasil moderno. Questionamento das concepções mais tradições da sociedade e da cultura que eram estabelecidas pela Academia Brasileira de Letras. Contexto Comemoração do Centenário da Independência do Brasil. A comemoração da Independência do Brasil era relacionada ao Império e à sua exaltação. A proposta dos modernistas era a de comemorar outra independência: a da cultura brasileira. A nova independência cultural proposta, visava-se colocar o Império e tudo vinculado a ele como algo ultrapassado e que tinha moldes europeus, mas agora com a independência cultural exaltava-se a mestiçagem e a modernidade. Lasar Segall (1891-1957) Antes da explosão do Movimento Modernista de 1922, o Brasil teve com Lasar Segall (pintor lituano), seu primeiro contato com a arte mais inovadora feita na Europa. Em 1913, Segall realiza sua exposição em São Paulo. Sua pintura reflete uma preocupação com as injustiças sociais e o sofrimento humano. No entanto, tal exposição não provocou nenhuma polêmica. Lasar Segall “Família Enferma” (1920), Lasar Segall Anita Malfatti (1889-1964) No ano seguinte (1914), a artista brasileira, Anita Malfatti, realiza sua primeira exposição individual sob as influências artísticas europeias. Outra vez, tal exposição não tem grande repercussão. Anita Malfatti 1917 Foi no ano de 1917, novamente com a exposição de Anita Malfatti, que o movimento começa a tomar forma. Nessa mostra figuravam, por exemplo, O Homem Amarelo, Caboclinho e A Estudante Russa. “A Estudante Russa” (1915), Anita Malfatti Críticas Dessa vez, a exposição repercute, rendendo muitas críticas positivas e negativas. Entre os adeptos da arte acadêmica, Monteiro Lobato foi um do que teceram críticas aos novos movimentos artísticos, comentando: “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós ‘sentimos’; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude de alguma grave lesão”. Oswald Andrade, todavia, defendeu a exposição. E é a partir de tal exposição que Mário de Andrade se torna amigo de Anita. Essas críticas foram o estopim para que houvesse a articulação que resultaram na formação e na união de pessoas que de certa forma foram líderes desse movimento modernista “O Homem Amarelo”, Anita Malfatti (1917). “A mulher de cabelos verdes”, Anita Malfatti (1916). O Movimento Movimentos modernistas eram plurais. Eles aparece no momento em que alguns artistas brasileiros passam a ter contato com as novas tendências artísticas da Europa, importando-as para o Brasil de uma maneira diferente. Ou seja, tomavam como base essas técnicas europeias (cubismo, dadaísmo, surrealismo, fauvismo, expressionismo) para criar uma arte brasileira, valorizando suas raízes nacionais. “Les Demoiselles d’Avignon” (1907), de Pablo Picasso, Obra Praça d'Itália (1913), de Giorgio de Chirico. Marco do surrealismo Marco do cubismo O Movimento A intenção desses movimentos era realizar a crítica à importação dessas técnicas e movimentos artísticos estrangeiros sem que houvesse uma adaptação às características nacionais. “Manifesto Antropófago”. Revista de Antropofagia, 1928. de Oswald de Andrade. Converteu-se em uma espécie de bandeira do movimento modernista. A Semana da Arte Moderna No dia 29/Janeiro de 1922 – Jornal Correio Paulistano – Anuncia a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de Fevereiro. Esta semana contaria com diversos artistas dentre eles escritores, músicos, artistas e arquitetos de São Paulo e do Rio de Janeiro Alguns dizem que o projeto foi organizado por Graça Aranha Outros por Emiliano Di Cavalcanti. Inclusive Manuel Bandeira, referindo-se à organização da Semana, cita Di Cavalcanti “pintor de quem partiu a ideia”. Anúncio do último dia da Semana da Arte Moderna. Exposição “A Boba”, quadro pintado entre 1915 e 1916, de Anita Malfatti “Pierrete”, (1917), Di Cavalcanti “Eva”, (1920), Victor Brecheret Capa do Catálogo da “Semana”, de autoria do Di Cavalcanti A Semana da Arte Moderna anunciada pelo Jornal “O Estado de São Paulo” Artistas que fizeram parte da Semana Pintores: Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Antonio Paim Vieira, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Yan de Almeida Prado, Zina Aita. Escultores: Wilhelm Haarberg, Hildegardo Leão Velloso, Victor Brecheret. Escritores: Mario de Andrade, Graça Aranha, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida. Músicos: Fructuoso Viana, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Lucília Guimarães, Paulina de Ambrósio. Críticas e Consequências A Semana de 22 não teve êxito Pelo contrario, foi fortemente Criticada pela elite intelectual e burguesa Semana propunha a renovação do ambiente cultural brasileiro Modificou a percepção da mestiçagem e da presença dos negros no Brasil Críticas e Consequências Que era vista com desdém e símbolo de fracasso da nação Colocou como umas das características fundamentais e de riqueza da nação Pós-semana de 22 ddd Curiosidades - Artistas Heitor Villa-Lobos na Semana de 22 Suas apresentações Durante três dias apresentou alguns espetáculos; Exprimiu em sua obra abundante e variada o que ele mesmo chamava de “alma brasileira”; Considerado o maior expoente da musica modernista no Brasil; Compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas; Dentre eles Danças africanas; Heitor Villa-Lobos Teatro Municipal de São Paulo Villa-Lobos em uma de suas apresentações Fonte: Veja São Paulo O Teatro municipal foi o primeiro palco “Erudito” a receber as obras de Villa-Lobos O encerramento da semana de 22 contou com as suas musicas e peças; Diversos artistas se apresentam no final com as suas musicas e peças; Sofre críticas ferinas dos conservadores; Início de uma grande era. Fonte: https://theatromunicipal.org.br/pt-br/theatro-municipal/ Pós-Semana de 22 Em 1923 viaja para a França Em Paris recebe apoio de Tarsila do Amaral; Retorna em 1930 ( Período Vargas); Criação do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico Ocupa o cargo de diretor do SEMA – Superintendência de Educação Musical e Artística Getúlio Vargas e Villa-Lobos Ícones. Getúlio Vargas, ditador no Estado Novo (1937-45) e presidente eleito em 1950, e o musico Heitor Villa- Lobos (à direita). Acervo O GLOBO. Para alguns: - Villa-Lobos teria sido musico da corte de Vargas durante o primeiro e real ensaio articulado de se implantar um regime fascista no Brasil; Para outros: - Villa-Lobos era um entre vários outros intectuais que fizeram a obrigatória e passagem pelo governo Vargas(pois a conjuntura daquela época exigia) para desta forma alcançar seus ideais Grande Manifestação Cultural Teatro Villa-Lobos - Rio de Janeiro Nicolas BNCC HISTÓRIA – 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II Unidade temática: O nascimento da República no Brasil e os processoshistóricos até a metade do século XX OBJETOS DE CONHECIMENTO - Primeira República e suas características; Contestações e dinâmicas da vida cultural no Brasil entre 1900 e 1930. HABILIDADES: (EF09HI01) Descrever e contextualizar os principais aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da emergência da República no Brasil. (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e modernização da sociedade brasileira e avaliar suas contradições e impactos na região em que vive. BNCC Prática de ensino – Metodologia Ativa 9° ano do ensino fundamental II 2 aulas de 50 minutos Metodologia utilizada será a Sala Invertida Alunos como protagonistas de seu processo ensino-aprendizagem Desenvolvimento da Prática de Ensino 1° aula: breve introdução do tema e assistir vídeo de 10 minutos de uma minissérie chamada “Um só coração”. Formação de grupos e sorteio de um autor que teve impotante papel na Semana de Arte Moderna de 1922. Desenvolvimento da Prática de Ensino 2° aula: Cada grupo terá cerca de 7 minutos para explicar os principais pontos que obtiveram da pesquisa sobre o autor e sua participação na Semana de Arte Moderna. “Qual foi o papel ou a importância desse autor para o contexto histórico e social da Semana da Arte Moderna de 1922?“ Bibliografia SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. NASCIMENTO, Evando. A Semana da Arte Moderna de 1922 e o Modernismo Brasileiro: atualização cultural e” primitivismo” artístico, 2015. Texto de uma conferência pronunciada em 13 de maio de 2012, em homenagem aos 90 anos da Semana da Arte Moderna, no Brasil, na Universidade de Sorbonne, Paris. AJZENBERG, Elza. A Semana da Arte Moderna de 1922. Revista Cultura e Extensão USP, Volume 7. Pg 25-29. PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo, Editora Ática S.A, 1989. SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento84382/semana-de-arte-moderna>. Acesso em: 09 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
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