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Biotecnologia Aplicada à Biomedicina Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Fabio Mitsuo Lima Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Aspectos Éticos da Biotecnologia Aspectos Éticos da Biotecnologia • Apresentar ao aluno o âmbito legal e ético da Biotecnologia; • Aprender como essa área vem sendo regulamentada; • Conhecer e analisar os riscos e as responsabilidades ao utilizar técnicas biotecnológicas. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Aspectos Legais e Éticos Referentes à Manipulação Genética de Organismos; • Aspectos Legais Determinados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO); • Outros Órgãos Federais Competentes; • Aspectos Éticos Inerentes à Biotecnologia; • Argumentos Pró-OGMs; • Argumentos Contra-OGMs. UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Aspectos Legais e Éticos Referentes à Manipulação Genética de Organismos O início da discussão sobre a biossegurança que engloba Biotecnologia, Biologia, Saúde, Ecologia, Sociologia e Bioética ocorreu em 1995. A Lei de Biossegurança Brasileira (Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995) aborda também os processos envolvendo os organismos geneticamente modificados (OGMs). A Lei n° 11.105, de 24 de março de 2005, revogou a Lei anterior e estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvem o uso e a manipulação de OGMs, entre outras providências. Você sabe o que são organismos geneticamente modificados (OGMs)? Em primeiro lugar, é necessário conceituar Organismo Geneticamente Modifica- do (OGM). Segundo a Lei n° 11.105/2005, considera-se OGM qualquer organismo cujo ma- terial genético (DNA ou RNA) tenha sido modificado por qualquer Técnica de Enge- nharia Genética. Popularmente conhecido como “transgênico”. Organismos transgênicos são aqueles obtidos por técnicas específicas nas quais o pesquisador quebra a cadeia de DNA em determinados locais e insere genes de outros organismos, formando uma sequência de DNA híbrida contendo DNA do organismo original e de um organismo exógeno. Embora menos conhecidos, existem também os organismos “cisgênicos”, nos quais o organismo vivo recebe material genético de outro organismo, porém da mesma espécie. Segundo a Lei 11.105/2005, algumas técnicas não são inclusas na categoria de OGM, mesmo que durante o processo tenha ocorrido algum tipo de modificação genética. São elas: • Mutagênese; • Formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal; • Fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo; • Autoclonagem de organismos não patogênicos que se processe de maneira natural. Importante frisar que a não inclusão nessa categoria deve ser considerada apenas se nenhum OGM foi doador ou receptor desse processo. 8 9 O Decreto 5.591/2005, regulamenta a lei n° 11.105 e determina que a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão competente para emissão de autorizações, registros e fiscalização de produtos e atividades com esses orga- nismos, para qualquer uso. No Brasil, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) é um órgão colegiado multidisciplinar composto por especialistas que visa a assessorar e dar apoio técnico ao Governo federal em todas as questões envolvendo a Política Nacio- nal de Biossegurança relativa aos OGMs. A CTNBio estabelece normas referente às pesquisas, às atividades e aos pro- jetos relacionados ao OGM e seus derivados, avalia e monitora todo o risco compe- tente ao OGM, analisando caso a caso, além de classificar de acordo com o seu risco. Para a segurança e a proteção da saúde humana, a CTNBio também acompanha o desenvolvimento e o progresso técnico científico de aspectos relacionados à bios- segurança de OGMs. Outra função é apoiar de forma técnica outros órgãos competentes para a prevenção e a investigação de enfermidades relacionadas a técnicas de DNA/RNA recombinante. • Organismo Geneticamente Modificado (OGM): Qualquer organismo cujo material ge- nético (DNA ou RNA) tenha sido modificado por qualquer técnica de Engenharia Genética; • Organismo “Transgênico”: OGM obtido por técnicas específicas que quebram a ca- deia de DNA em locais determinados para inserção de genes de outros organismos; • Organismo “Cisgênico”: OGM obtido por técnicas nas quais o organismo vivo recebe material genético de outro organismo, porém da mesma espécie. Importante! Nem toda modificação genética é enquadrada na categoria OGM! Figura 1 9 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Lei n° 11.105, de 24 de março de 2005 • Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de ati- vidades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados; • Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS; • Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio; • Dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB; • Regulamenta os Incisos II, IV e V do § 1º do Art. 225 da Constitui- ção Federal; • Revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os Arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003; • Dá outras providências. Decreto n° 5.591 de 22 de novembro de 2005 Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que regulamenta os Incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição, e dá outras providências. Cientistas podem utilizar enzimas de restrição para clivar o DNA de um organis- mo para inserir em outro. Analogamente, enzimas de restrição são como “tesouras moleculares” (Figura 3). Figura 3 Fonte: Getty Images Figura 2 – Cientista fazendo pesquisa sobre melhoramento genético do tomate Fonte: Getty Images Teste seu conhecimento 1. O que são organismos geneticamente modificados? 2. Qual a diferença entre transgênico e cisgênico? 10 11 3. Algumas técnicas nas quais ocorrem modifi cações genéticas não estão incluídas na categoria de OGM. Quais são elas? Você consegue entender o porquê dessa não inclusão? 4. O que é e qual o papel da ANVISA em relação aos OGMs? 5. O que é e qual o papel da CNTBio? Aspectos Legais Determinados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO) A CTNBio possui o poder da decisão técnica sobre biossegurança de OGMs e seus derivados, bem como as medidas de segurança e restrição de uso, além da emissão do Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB). Para que a CTNBio emita a decisão técnica é necessário que contenha a funda- mentação técnica, as medidas de segurança devem estar bem explícitas e definidas bem como as restrições de uso do OGM e seus derivados. Um estudo envolvendo OGM que já tenha sido aprovado pela CTNBio não neces- sita de um novo parecer técnico. Importante! O Certificado de Qualidade em Biossegurança concede às Instituições o desenvol- vimento de projetos e atividades com os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e seus derivados. A manipulação de OGMs não é de fato tão simples na visão de aspectos legais, pois são necessárias várias avaliações e monitoramento. Quando o assunto abrange saúde humana, animal, vegetal e meio ambiente, é imprescindível ter Leis e Normas para segurança, desde o cultivo até o consumo. Não menos importante é o descarte desses organismos geneticamente modifica- dos e seus derivados. Todo o processo que envolve o OGM é analisado e monitorado certificando que cada passo segue as normativas previstas na Lei. Para uma correta manipulação dos OGMs, algumas ações e técnicas são proibi- das de acordo com a Lei 11.105/2005 e estão contemplados a seguir: • Clonagem humana; • Liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, sem decisão técnica favorável da CTNBio; 11 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia • Destruição e descarte no meio ambiente dos OGMs e derivados em desacordo com a CTNBio; • Engenharia Genética em célula germinal, zigoto e embrião humano, bem como manejoin vitro ou organismo vivo de DNA/RNA natural ou recombinante em desacordo com as Normas; • Implantar projetos sem a devida manutenção de registros e acompanhamento individual dos OGMs. Além das inúmeras atribuições, a CTNBio é responsável pela emissão de reso- luções de natureza normativa sobre as matérias que a ela competem. Autoriza im- portações de OGMs e seus derivados para utilização em pesquisas e, com base na Legislação em vigor, cadastra, autoriza e acompanha as atividades relacionadas ao OGM tanto nacional quanto internacionalmente. É importante ressaltar que outros conselhos auxiliam a CTNBio, tais como a CNBS (Conselho Nacional de Biossegurança), o CIBio (Comissão Interna de Biossegurança). O CNBS é um órgão de assessoramento superior da Presidência da República, com o objetivo de formular e implementar a Política Nacional de Biossegurança (PNB). A CIBio deve ser criada quando a Instituição está voltada a Ensino, Pesquisa Cien- tífica, Desenvolvimento Tecnológico e Produção Industrial e que utilize Técnicas e Metodologias de Engenharia Genética e Pesquisas de OGM e derivados. A CTNBio emitiu algumas Resoluções Normativas que auxiliam os órgãos fisca- lizadores com regras, requisitos e procedimentos à prática laboratorial com pesquisa OGM, essas Resoluções são: • Resolução Normativa nº 1, de 20 de junho de 2006: Dispõe sobre a insta- lação e o funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança (CIBios) e sobre os critérios e procedimentos para requerimento, emissão, revisão, exten- são, suspensão e cancelamento do Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB). Essa Resolução foi alterada posteriormente pela Resolução Normativa nº 11, de 22 de outubro de 2013, e pela Resolução Normativa nº 14, de 5 de fevereiro de 2015; • Resolução Normativa nº 2, de 27 de novembro de 2006: Dispõe sobre a classificação de riscos de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e os níveis de biossegurança a serem aplicados nas atividades e projetos com OGM e seus derivados em contenção. Essa resolução foi substituída pela Resolução CTNBio n° 18, de 23 de março de 2018. Essas resoluções foram emitidas para uma maior e melhor controle e fisca- lização, com o objetivo de certificar que as Instituições que possuem o Cer- tificado de Qualidade de Biossegurança (CQB) emitidos pela CTNBio estão 12 13 adequadas e seguem os preceitos das normativas para o uso dos organismos geneticamente modificados. Liberação comercial aprovada Monitoramento geral (avaliações periódicas) Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Monitoramento caso-especí�co Medidas de mitigação implementadas Efeito adverso permanece? Prazo do MCS alcançado? Fim do MCS MCS MG Relatório técnico Riscos negligenciáveis? Efeito adverso constatado? Prazo atingido ou �m precoce do monitoramento? Isenção concedida? Fim do processo Fim do monitoramento Submissão de um plano de monitoramento ou requisição de isenção Execução do plano de monitoramento Relação com a biossegurança do OGM? Experimentação cientí�ca Con�rmado o nexo de casualidade entre o efeito adverso e o OGM? Suspensão ou revogação da decisão técnica sobre a liberação comercial Existe mitigação? Figura 4 – Caminho que o projeto envolvendo OGMs percorre pelo CTNBio Fonte: Adaptado de ctnbio.mcti.gov.br Para mais informações, acesse o site da CTNBio: https://bit.ly/2UOBR2U Teste seu conhecimento 1. O que é necessário para que a CNTBio emita um parecer técnico favo- rável à pesquisa com utilização de OGMs? 2. Qual o caminho que um projeto de pesquisa com OGMs deve seguir para obter aprovação pela CNTBio? 3. Qual a importância do Certifi cado de Qualidade em Biossegurança? 4. Algumas ações e técnicas são proibidas em relação ao uso e manipulação de OGMs de acordo com a Lei 11.105/2005. Quais são elas? 13 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Outros Órgãos Federais Competentes ANVISA A ANVISA é outro órgão que regulamenta a manipulação dos Organismos Gene- ticamente Modificados, conforme citado no início desta Unidade. É responsável pela emissão de autorizações e registros e pela fiscalização das ati- vidades e produtos com OGM e seus derivados, sendo para uso humano, veterinário, farmacológico e outros. Esse órgão também tem autoridade para lavrar autoinfração, indicar penalidades cabíveis e instaurar processo administrativo. A ANVISA atua com a CTNBio na fiscalização de Instituições que realizam pes- quisas de Nível de Biossegurança NB-2 e/ou NB-3, que possuem Certificado de Qualidade em Biossegurança e Protocolos de Pesquisas ativos com decisão técnica favorável da CTNBio para uso humano de OGMs, de acordo com o Artigo 39 do Decreto 5.591/2005. Relembrando os níveis de biossegurança • NB-2- Aplicado a atividades que envolvam agentes de risco II, que representam moderado risco para as pessoas e limitado risco para o meio ambiente. • NB-3- Aplicado a atividades que envolvam microrganismos de classe de risco 3, que acarretam elevado risco individual e moderado risco para a comunidade. A Gerência de Laboratório de Saúde Pública (Gelas/ANVISA) é responsável pela avaliação, fiscalização, controle e acompanhamento das atividades laboratoriais em que desenvolvam pesquisas envolvendo os Organismos Geneticamente Modificados de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016, da ANVISA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fiscaliza o uso de OGMs na Agricultura, Pecuária, Agroindústria e afins. O MAPA é responsável por emitir autorizações, fiscalizar e registrar produtos contendo OGMs e seus derivados. Além disso, fiscaliza a rotulagem de produtos contendo OGM que possui uma série de regras a serem seguidas se os produtos são destinados para consumo humano e/ou animal. No site do MAPA, é possível encontrar vários assuntos sobre os Organismos Geneticamente Modificados, bem como informações em geral. 14 15 IBAMA, Ministério do Meio Ambiente e Secretaria Especial de Agricultura e Pesca O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) também participa da regulamentação referente à manipulação de OGMs, conforme Resolução Normativa n° 9, de 2 de dezembro de 2011. Essa Resolução dispõe sobre as Normas de monitoramento da liberação comercial dos organismos geneticamente modificados e dos cuidados pós-liberação comerciais em relação ao meio ambiente, saúde humana ou animal. Em momentos necessários, o Ministério do Meio Ambiente emite as autorizações, realiza fiscalizações e registros dos produtos e atividades relacionadas aos OGMs, que são liberados no ecossistema natural. Além disso, há a Secretaria Especial de Agricultura e Pesca da Presidência da República que atua quando o OGM e seus derivados são utilizados na Pesca e na Agricultura, emitindo autorizações e registros dos produtos e atividades. Além das Legislações citadas no decorrer desta Unidade, há muitas outras que regem o uso e a comercialização dos organismos geneticamente modificados e algu- mas estão citadas na Tabela 1, a seguir: Tabela 1 – Outras legislações acerca dos OGMs Resoluções Resolução Normativa nº 5, de 12 de março de 2008 Dispõe sobre normas para liberação comercial de Organismos Genetica- mente Modificados e seus derivados. Resolução Normativa nº 6, de 6 de novembro de 2008 Dispõe sobre as normas para liberação planejada no meio ambiente de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) de origem vegetal e seus derivados. Resolução Normativa nº 7, de 27 de abril de 2009 Dispõe sobre as normas para liberação planejada no meio ambiente de Microorganismos e Animais Geneticamente Modificados (MGM e AnGM) de Classe de Risco I e seus derivados. Resolução Normativa nº 8, de 3 de junho de 2009. Dispõe sobre normas simplificadas para Liberação Planejada no meio ambiente de Organismos Geneticamente Modificados(OGM) da Classe de Risco I e seus derivados. Resolução Normativa nº 9, de 2 de dezembro de 2011 Dispõe sobre as normas de monitoramento pós-liberação comercial de organismos geneticamente modificados. Resolução nº 20, de 23 de março de 2018 Altera a redação do Art. 4º-A e do parágrafo único do Art. 10 da Resolu- ção Normativa nº 5, de 12 de março de 2008. Instrução Normativa CTNBio nº 17, de 17 de novembro de 1998 As atividades de importação, comércio, transporte, armazenamento, manipulação, consumo, liberação e descarte de produtos derivados de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) obedecerão às normas constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Instrução Normativa CTNBio nº 4, de 19 de dezembro de 1996 O transporte de Organismos Geneticamente Modificados OGMs obede- cerá às normas constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Instrução Normativa CTNBio nº 13, de 1 de junho d e1998. A importação de animais geneticamente modificados para uso em trabalhos de contenção obedecerá às normas constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Tratados internacionais Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. Fonte: ctnbio.mcti.gov.br 15 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Teste seu conhecimento 1. Cite e explique a função de outros órgãos competentes que regulam o uso e manipulação de OGMs; 2. Em que tipo de Laboratório devem ser manipulados os OGMs em rela- ção ao nível de biossegurança? Explique; 3. Cite e explique alguns assuntos contemplados com as Instruções Norma- tivas e as Resoluções sobre OGMs. Aspectos Éticos Inerentes à Biotecnologia Debate cada vez mais constante na Sociedade moderna, a utilização de Orga- nismos Geneticamente Modificados (OGMs) tem fomentado a discussão acerca dos aspectos éticos e morais das Técnicas de Biotecnologia. Como todo debate, há a ponderação sobre os benefícios e os potenciais malefí- cios, visto que, em geral, os efeitos do consumo desses organismos não foram testa- dos em sua totalidade. A Engenharia Genética foi iniciada na década de 1970, por Stanley Cohen e Herbert Boyer. Os pesquisadores combinaram fragmentos de DNA de camundongos e bactérias (plasmídeos recombinantes) e os introduziram em microrganismos em um processo chamado Transformação. Eles provaram que quando as bactérias duplicaram, toda a população continha a nova informação genética. Outra tecnologia revolucionária foi invenção da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizada para amplificar quantidades mínimas de DNA. Essas inovações bio- tecnológicas possibilitaram a reprogramação de seres vivos (microrganismos, plantas e animais). Uwm marco na história da Biotecnologia foi o nascimento da ovelha Dolly, que ocorreu no ano de 1996, na Escócia. A ovelha foi o primeiro clone, ou seja, cópia fidedigna e com a mesma sequência de DNA, criado em Laboratório a partir da cé- lula da fêmea, sem a necessidade de um macho. Junto ao sucesso e à esperança de salvar alguns mamíferos da extinção, ou ainda de animais úteis ao ser humano, o trabalho de Dr. Ian Wilmut e sua equipe trouxe à tona grandes debates éticos ao mundo da Ciência e da Tecnologia. Posteriormente, a mesma equipe obteve sucesso na clonagem de diversos outros animais, incluindo bezerros e porcos. Contudo, houve um número expressivo de doenças e deformações nos clones, tendo em vista a própria ovelha Dolly que, com cinco anos de idade, já apresentava problemas inflamatórios de cartilagem e, no ano de 2003, foi sacrificada graças a uma grave doença em seu pulmão. 16 17 Ainda na área de clonagem, no final do ano de 2004, a Empresa americana Genetic Savings & Clones apresentou o primeiro animal de estimação clonado a partir de uma encomenda. O gato, chamado de Little Nick, custou cerca de 50 mil dólares e levantou ainda mais as questões éticas acerca da clonagem de animais. As técnicas de transgenia, nas quais são adicionados genes específicos ao genoma do organismo, já são uma realidade em animais como o camundongo, porcos e peixes. A grande questão levantada por especialistas é o risco de tais animais causarem desequilíbrio ambiental, pois a inserção, acidental ou não, desses animais em um ecossistema selvagem pode causar uma miscigenação sem volta. Figura 5 – Padrão de sequenciamento de DNA mostrado ao fundo e cientista segurando uma amostra em um tubo de ensaio Fonte: Getty Images Teste seu conhecimento 1. Como a Engenharia Genética permitiu a expansão do conhecimento e a geração de OGMs? Cite e explique algumas técnicas; 2. O que foi a ovelha Dolly e por que sua existência levantou tantos debates sobre a manipulação genética? 3. Qual sua opinião sobre a clonagem de animais de estimação? Fundamen- te sua resposta com argumentos científi cos. Além do âmbito biotecnológico, vamos ver uma breve conceituação acerca da Ética. A palavra ética é proveniente do termo grego Ethos, cuja tradução livre compre- ende o estudo de caráter, ou ainda o juízo do ser humano. Diversos autores, como Moreira (2002) e Vázquez (2008), atrelam a Ética à conduta moral do ser humano em agir conforme crenças e valores. 17 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia No âmbito da Biotecnologia, há diversos princípios que regem um modelo capaz de moldar conceitos a fim de evitar conflitos morais. Porém, em casos inéditos, com- plexos ou problemáticos, há a necessidade de uma ponderação, que por vezes pode parecer subjetiva ou conflitante com os interesses em questão. Beauchamp e Childress (2002) entendem que a ética biomédica é fundamentada em quatro grupos de princípios básicos: respeito pela autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. O primeiro grupo de princípios é literal e compreende a necessidade de respeito às decisões e autonomia das pessoas, enquanto o segundo grupo abrange a preven- ção aos danos em potencial. A beneficência incorre a proporção de benefícios. O último grupo compreende um grupo de conceitos de distribuição dos benefícios, riscos e custos de forma justa. Em linhas gerais, a Ética, nesse campo de conhecimento, pode ser definida como um grupo de fatores a serem ponderados, para casos em que a Legislação, as Regras e as Normas vigentes não são capazes de fornecer argumentos diretos para se obter um veredito. Ética, ser humano, Biotecnologia, avanços. Coelho (2004) defende que há quatro diferentes prismas da Bioética: dos animais, do receptor, da equipe médica e dos aspectos da Saúde Pública. O autor entende que a Ciência é a grande responsável em prover conhecimento capaz de gerar conforto e segurança as quatro partes envolvidas. Como o campo ético está presente na Biotecnologia para absorver os imbróglios que fogem a esfera jurídica, política e administrativa, ele ganha um caráter subjetivo e incapaz de ser indubitável em sua totalidade. Porém, com o passar do tempo e os riscos ambientais ao ser humano se concretizando, ou não, a Humanidade vai moldando princípios éticos em Legislações capazes de ponderar entre a proteção ao ecossistema e ao ser humano. Essa modelação de princípios está diretamente ligada aos princípios da Teoria Principiológica, Teoria que, para diversos autores, norteia a Bioética e o entendimen- to que o fim deva ser proporcionalmente justo ao meio, e o bem/interesse sacrifica- do deverão resultar em um valor menor ao bem/interesse preservado. Além de aspectos técnicos e dos riscos e benefícios que os organismos trans- gênicos trazem, há também aspectos semânticos, até filosóficos que abrangem tal debate. A autonomia do ser humano em modificar geneticamente um ser vivo, por muitas vezes é questionada, levantando-se a questão semântica sobre a evolução e a seleção natural, ou artificial. A Legislação brasileira, por meio de sua Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 2005) ampara legalmente os avanços tecnológicos dessa área. 18 19 O que pode ser observado é que a Humanidade caminha para o aperfeiçoamento da Biotecnologia em geral, em especial da Engenharia Genética,permitindo às pró- ximas gerações um ambiente mais justo e uma vida mais saudável. Ponderação acerca da utilização de organismos geneticamente modificados e sua implicação na saúde dos seres humanos e dos ecossistemas. Teste seu conhecimento 1. Trace um paralelo entre ética e uso da Biotecnologia. Fundamente sua discussão com pontos a favor e contra o uso da Biotecnologia; 2. Na sua opinião, o ser humano tem o direito de modifi car geneticamente outro ser vivo? 3. O que diz a Legislação brasileira a respeito dos avanços tecnológicos na área da Biotecnologia? Argumentos Pró-OGMs Pesando a favor dos OGMs, a eficiência na produtividade, fácil aplicabilidade e alta lucratividade, principalmente nos meios agrícolas, puxam a fila dos benefícios que os organismos transgênicos trazem a uma Sociedade cada vez mais necessitada de tais recursos. Uma visão utilitarista também aponta para resultados positivos, trazendo um con- ceito de maior bem-estar possível para o maior número de pessoas, visto que países em desenvolvimentos necessitam de maiores produções, para a redução de fome e excedentes para exportações e consequente crescimento econômico. Essa percepção utilitarista da Ética entende que o valor agregado a uma determi- nada ação é constituído pela contribuição que esta ação agrega à utilidade global. Porém, esta lógica não se mostra perfeita, como, aliás, todas as outras ponderações éticas, visto que exclui o interesse de certos grupos da Sociedade, como os traba- lhadores rurais que não teriam acesso às tecnologias dos organismos transgênicos. OGMs são muito empregados na Agricultura, em que alimentos transgênicos são criados para que as plantas sejam mais resistentes a pragas tais como insetos, vírus, fungos e bactérias significando, assim, uma diminuição no uso de herbicidas, pestici- das e agrotóxicos durante o cultivo. O uso de pesticidas e agrotóxicos é responsável por danos à saúde humana e de animais, contaminação do solo e lençóis freáticos. A expectativa é que as lavouras de alimentos transgênicos demandem menor quantidade dessas substâncias nocivas, mas os estudos que analisam os dados sobre se de fato isso tem ocorrido são bastante controversos. 19 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Figura 6 – Propaganda a favor do cultivo de milho transgênico alegando que as lavouras necessitam de menor quantidade de agrotóxicos Fonte: Wikimedia Commons Algumas plantas podem ser modificadas para a produção de certas substân- cias medicinais. Outra aplicação é a criação de plantas que possuem maior teor nutritivo, como, por exemplo, o arroz dourado, que é um arroz transgênico produzido por técnicas de Engenharia Genética para sintetizar beta-caroteno, que é um precursor da vitamina A. Esse arroz é comercializado em regiões do mundo nas quais há severa deficiência dessa vitamina e altos índices de cegueira irreversível em crianças com deficiência des- sa vitamina e de mortalidade em crianças abaixo de 5 anos, por causa de desnutrição. Em 2018, Canadá e os Estados Unidos aprovaram o cultivo desse tipo de arroz após declarações de segurança de seus departamentos de saúde. Figura 7 – Arroz comum (branco) e arroz dourado transgênico criado para expressar grande quantidade de beta-caroteno (precursor da vitamina A) Fonte: Wikimedia Commons 20 21 Diversas Associações, tais como a Associação Americana para o Avanço da Ciência, a Associação Médica Americana e até mesmo a Organização Mundial de Saúde deram declarações favoráveis ao consumo de alimentos transgênicos afirmando que seu con- sumo não representa um risco à saúde humana maior do que os alimentos não modifi- cados geneticamente. Essas declarações são baseadas em diversos Artigos Científicos. Um outro argumento é que alguns alimentos naturais e não modificados, tais como nozes e castanhas, também causam uma série de alergias em diversas pessoas e nem por isso são taxados como impróprios para o consumo humano. Veja na Tabela a seguir o impacto da utilização de soja transgênica no Brasil entre os anos de 1997 e 2005. Em uma análise simplificada do custo-benefício, é possível visualizar as vantagens econômicas trazidas ao país com a Biotecnologia: Tabela 2 – Utilização de Soja Transgênica no Brasil (1997-2005) Ano Redução de Custos (US$/ha) Impacto na renda das fazendas (US$ milhões) 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 38.80 42.12 38.76 65.32 46.32 40.00 77.00 88.00 74.00 3.8 20.5 43.5 43.7 58.7 66.7 214.7 377.6 538.4 Fonte: Távora, 2019 Além das pesquisas sobre a produção de alimentos transgênicos, outras áreas de- mandam especial atenção. Pesquisas com camundongos geneticamente desenvolvidos para terem tumores, mostram-se cada vez mais eficientes no estudo de neoplasias. Animais transgênicos podem também ser utilizados como biorreatores, na produ- ção de proteínas no emprego de fármacos. O xenotransplante é uma técnica de transplante de uma espécie para outra. Apontado como possível solução à crescente demanda por células, tecidos e órgãos humanos para transplante, mostra-se cada vez mais presente na realidade. Essa técnica é possível graças à manipulação genética, na qual são adicionados genes humanos ao genoma do animal em questão. Tal advento da Tecnologia só é possível graças ao avanço das drogas utilizadas para amenizar e até eliminar a rejeição entre órgãos com origem animal e receptor. Importante! Em termos de xenotransplantes, não é adotado ao animal o termo “doador”. Doador se refere ao ato de doar, que remete a ideia que o animal tem plena consciência do trans- plante e bom grado sobre ele. 21 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Assim como nos outros casos, o xenotransplante é polêmico e possui vanta- gens e desvantagens, cabendo à Ciência pesquisar a fundo para que se obtenha os melhores resultados possíveis, de modo que tais resultados façam pesar a favor da Biotecnologia. Outrossim, a Ciência também é responsável pelas falhas em potencial e aos riscos inerentes a tais processos. Teste seu conhecimento 1. Cite 5 argumentos a favor do uso e manipulação de OGMs; 2. Qual sua opinião sobre os argumentos favoráveis apresentados? Embase sua resposta cientificamente. Argumentos Contra-OGMs Em contrapartida, há os potenciais riscos causados ao ser humano e ao meio ambiente, ainda desconhecidos e regulamentados por leis e normas dinâmicas. Visto que os números a favor dos OGMs não levam em consideração os poten- ciais riscos ambientais e ao consumidor de organismos transgênicos, aos olhos de ambientalistas e de Instituições ligadas à saúde em geral, ocorre a nulidade dos pon- tos positivos. Muitas pessoas têm participado de diversos protestos e manifestações ao redor do mundo contra a produção e o consumo de alimentos transgênicos. Muitos alegam que as Agências Reguladoras Governamentais de diversos países são cúmplices das grandes Empresas de produção de OGMs e que não são transparentes quanto à liberação dos dados sobre a segurança desses produtos. Figura 8 Fonte: Adaptado de Getty Images e Wikimedia Commons À esquerda, fotografia de uma manifestante em um protesto contra os ali- mentos transgênicos segurando um cartaz no qual se lê: “Meu corpo não é um experimento”. À direita, a fotografia de uma menina segurando um cartaz escrito: “Pare com OGM”. 22 23 A rotulagem correta de produtos tem sido motivo de muitas disputas ideológicas e políticas. Parte da população exige que sejam adicionadas informações aos rótulos dos pro- dutos para que o consumidor possa saber se o alimento é transgênico e assim fazer uma decisão de compra consciente. Figura 9 – Consumidora comprando legumes em um Supermercado e os símbolos utilizados na rotulagem de produtos Fonte: Getty Images Em uma análise deontológica, o foco do entendimento ético é obtido por meio da correção ou falha das ações em oposição à correção ou erro das consequências. Em tal imperativo, não é admitido que o meio ambiente e o ser humano sejamco- locados em risco, sendo que nesse tipo de análise, as decisões de viés moral devem ser tomadas de forma livre. Além disso, há toda a questão ideológica e até teológica acerca da intervenção humana na mais profunda e peculiar característica de um ser vivo: o DNA. A Biotecnologia é baseada em inovações para atender às necessidades da Sociedade huma- na, porém, será que em termos éticos estão todos respeitando e seguindo esses preceitos? Outro ponto a ser ponderado sobre esses animais transgênicos é o desenvolvi- mento de patogenias únicas, desconhecidas, que podem colocar a vida do próprio animal e de todos que estão em seu entorno em risco. As entidades defensoras dos direitos animais também entendem que o sofrimento e/ou o desconforto causado ao animal é desnecessário. Teste seu conhecimento 1. Cite 5 argumentos contra o uso e manipulação de OGMs; 2. Qual sua opinião sobre os argumentos contrários apresentados? Embase sua resposta cientifi camente. A Tabela a seguir ilustra de forma objetiva alguns dos principais prós e contras do desenvolvimento de animais transgênicos. 23 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Tabela 3 – Prós e contras do desenvolvimento de animais transgênicos Prós Contras Utilização desses animais como biorreatores na produção de proteínas utilizadas em fármacos. Aumento não natural na taxa de mutação, con- sequentemente, no risco de problemas impre- visíveis tanto ao animal quanto ao homem que venha a consumir algum derivado. Utilização em pesquisas para o desenvolvimento de novas drogas. Modificações fisiológicas imprevisíveis, ocasio- nando um desconforto e potenciais patogenias nos animais. Transferência de genes humanos para o genoma de animais, possibilitando os xenotransplantes. Riscos ao meio ambiente, com a inserção aci- dental ou não desses indivíduos em um ecossis- tema selvagem. E você? É a favor ou contra os transgênicos? 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Avaliação de risco dos organismos geneticamente modificados COSTA, T. E. M. M. et al. Avaliação de risco dos organismos geneticamente modificados. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, jan. 2011. https://bit.ly/2XdOmqx Avaliação de risco dos organismos geneticamente modificados GARCIA, M. A. Alimentos Transgênicos: riscos e questões éticas. Revista de Agricultura, Piracicaba, v. 76, fasc. 3, 2001. https://bit.ly/2VbbZxv A Biotecnologia e os impactos bioéticos na saúde MAFTUM, M. A.; MAZZA, V. M. A.; CORREIA, M. M. A Biotecnologia e os impactos bioéticos na saúde. Goiânia, Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 1, 2004. https://bit.ly/2wogOLu Organismos Geneticamente Modificados: A Legalização No Brasil e o Desenvolvimento Sustentável ULTCHAK, A. A. M. S. Organismos Geneticamente Modificados: A Legalização No Brasil e o Desenvolvimento Sustentável. R. Inter. Interdisc. INTERthesis, Florianópolis, v. 15, n. 2, p.125-142, maio/ago. 2018. https://bit.ly/3bX8v8p 25 UNIDADE Aspectos Éticos da Biotecnologia Referências ALHO, C. DE SOUZA, R. T. Ciência e ética: os grandes desafios. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. BATISTA, B. G. et al. Biologia molecular e Biotecnologia. Porto Alegre: Sagah, 2018. BEAUCHAMP, T. L.; CHILDRESS, J. F. Princípios de ética biomédica. Porto Alegre: EDIPUCRS/Edições Loyola, 2002. CIGNACHI, J. C. B. Organismos geneticamente modificados e meio ambiente: uma abordagem científica do risco. 2015, 92p. Dissertação (Mestrado) – Universi- dade de Caxias do Sul/Programa de Pós-Graduação em Direito. Caxias do Sul, 2015. COELHO, M. M. Xenotransplante: ética e teologia. São Paulo: Loyola, 2004. DECRETO n° 5.591, de 22 de novembro de 2005: regulamenta dispositivos da Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que regulamenta os Incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição, e dá outras providências. Brasília, 2005. FIOCRUZ. Nível de Biossegurança 2 (NB-2). Disponível em: <http://www.fiocruz. br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/nb2.html>. Acesso em: 8 set. 2019. _______. Nível de Biossegurança 3 (NB-3). Disponível em: <http://www.fiocruz. br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/nb3.html>. Acesso em: 8 set. 2019. Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005: regulamenta os Incisos II, IV e V do § 1º do Art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, re- estrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os Arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Brasília, 2005. MARICONDA, P. R. RAMOS, M. C. Transgênicos e ética: a ameaça à imparcialidade científica. Revista Scientiae Studia. São Paulo, v. 1, n° 2, p. 245-261, jun. 2003. MOREIRA, J. M. A ética empresarial no Brasil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016. Aprova e promulga o Regimento Interno da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e dá outras providências. RESOLUÇÃO Normativa n° 9, de 2 de dezembro de 2011 – Dispõe sobre as normas de monitoramento pós-liberação comercial dos organismos geneticamente modificados. STUKART, H. L. Ética e Corrupção: os benefícios da conduta ética na vida pessoal e empresarial. São Paulo: Nobel, 2003. 26 27 TÁVORA, F. L. Ética e pragmatismo: o dilema dos Organismos Geneticamen- te Modificados (OGM) e o papel do Parlamento. Disponível em: <https://www12. senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/outras-publicacoes/ agenda-legislativa/capitulo-2-etica-e-pragmatismo-o-dilema-dos-organismos-geneti- camente-modificados-ogm-e-o-papel-do-parlamento>. Acesso em: 8 set. 2019. VÁZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. ZAVALHIA, L. O. et al. Biotecnologia. Porto Alegre: Sagah, 2018. 27
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