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Fichamento 1 - Serviços Públicos, Concessão e Permissão

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
Profª Drª Regiane Presot
	Obra:
	CARVALHO FILHO, José dos Santos
Manual de Direito Administrativo / José dos Santos Carvalho Filho. – 33. ed. – São Paulo: Atlas, 2019.
	Tipo de Fichamento:
	Resumo
	Tema:
	Serviços Públicos, Concessão e Permissão.
Francisca Jessyele S. dos Reis Oliveira – 17792525
	SERVIÇOS PÚBLICOS
	Conceito
	Toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade.
	Sentidos Fundamentais
	Sentido Objetivo
	Sentido Subjetivo
	
	Serviço público é a atividade em si, prestada pelo Estado e seus agentes.
	Os órgãos do Estado, responsáveis pela execução das atividades voltadas à coletividade.
	Critérios (conceituação)
	· Critério orgânico - pelo qual o serviço público é o prestado por órgão público, ou seja, pelo próprio Estado.
	
	· Critério formal - que realça o aspecto pertinente ao regime jurídico. Vale dizer, será serviço público aquele disciplinado por regime de direito público.
	
	· Critério material - que dá relevo à natureza da atividade exercida. Serviço público seria aquele que atendesse direta e essencialmente à comunidade.
	Características
	· Sujeito Estatal - os serviços públicos se incluem como um dos objetivos do Estado. Pode ser, no entanto, delegado. Essa delegação não descaracteriza o serviço como público, vez que o Estado sempre se reserva o poder jurídico de regulamentar, alterar e controlar o serviço
· Interesse Coletivo - primários ou essenciais, o Estado deve prestá-lo na maior dimensão possível, porque estará atendendo diretamente às demandas principais da coletividade. Secundário, a prestação terá resultado de avaliação feita pelo próprio Estado, que, por algum motivo especial, terá interesse em fazê-lo.
· Regime De Direito Público - o serviço é instituído pelo Estado e alveja o interesse coletivo, nada mais natural que ele se submeta a regime de direito público. Alguns particulares prestam serviços em colaboração com o Poder Público. Embora nessas hipóteses incidam algumas regras de direito privado, nunca incidirão elas integralmente, sendo necessário que algumas normas de direito público disciplinem a prestação do serviço.
	Classificação
	1. Serviços Delegáveis e Indelegáveis - Serviços delegáveis são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser executados pelo Estado ou por particulares colaboradores. Serviços indelegáveis, por outro lado, são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado diretamente, ou seja, por seus próprios órgãos ou agentes.
2. Serviços Administrativos e de Utilidade Pública - serviços administrativos aqueles que o Estado executa para compor melhor sua organização; serviços de utilidade pública se destinam diretamente aos indivíduos, ou seja, são proporcionados para sua fruição direta.
3. Serviços Coletivos e Singulares - Serviços coletivos (uti universi) são aqueles prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de que disponha. Serviços singulares (uti singuli) preordenam-se a destinatários individualizados, sendo mensurável a utilização por cada um dos indivíduos.
4. Serviços Sociais e Econômicos - Serviços sociais são os que o Estado executa para atender aos reclamos sociais básicos e representam ou uma atividade propiciadora de comodidade relevante, ou serviços assistenciais e protetivos. Os serviços econômicos são aqueles que, embora classificados como serviços públicos, rendem ensejo a que o prestador aufira lucros oriundos de sua execução, tendo esse tipo de atividade fisionomia similar à daquelas de caráter tipicamente empresarial (industrial e comercial).
	Titularidade
	
· Serviços Privativos são aqueles atribuídos a apenas uma das esferas da federação. Como exemplo, temos a emissão de moeda, serviço postal e polícia marítima e aérea, privativos da União (art. 21, VII, X e XXII, CF).
· Serviços Comuns, ao contrário, são os que podem ser prestados por pessoas de mais de uma esfera federativa.
	Princípios
	· Princípio Da Generalidade - os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale dizer, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos. Devem ser prestados sem discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição.
· Princípio Da Continuidade - esse princípio indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, salvo exceções. 
· Princípio Da Eficiência - deve o Estado prestar seus serviços com a maior eficiência possível. Conexo com o princípio da continuidade, a eficiência reclama que o Poder Público se atualize com os novos processos tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa com menor dispêndio.
· Princípio Da Modicidade - os serviços devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público avaliar o poder aquisitivo do usuário para que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de beneficiários do serviço.
	Suspensão do Serviço Público
(exceções ao princípio da continuidade)
	· Na hipótese em que o usuário do serviço deixa de observar os requisitos técnicos para a prestação, o Poder Público pode suspender a prestação do serviço, pois que, se lhe incumbe prestá-lo, compete ao particular beneficiário aparelhar-se devidamente para possibilitar a prestação. Readequando-se às necessidades técnicas ensejadoras do recebimento do serviço, o usuário tem o direito a vê-lo restabelecido.
· Quando o usuário deixa de pagar o serviço deve-se distinguir os serviços compulsórios e os facultativos. Se o serviço for facultativo, o Poder Público pode suspender-lhe a prestação no caso de não pagamento, o que guarda coerência com a facultatividade em sua obtenção. Tratando-se, no entanto, de serviço compulsório, não será permitida a suspensão, e isso não somente porque o Estado o impôs coercitivamente, como também porque, sendo remunerado por taxa, tem a Fazenda mecanismos privilegiados para cobrança da dívida. 
· A suspensão do serviço pode decorrer também de situação de emergência, ou, após prévio aviso, por razões técnicas ou de segurança nas instalações. A interrupção, nessa hipótese, não se caracteriza como descontinuidade do serviço e, por isso, o prestador não fere o princípio da continuidade (art. 6º, § 3º, I, da Lei nº 8.987/1995).
· O serviço de abastecimento de água; o próprio STF, reiterando posição já assumida anteriormente, decidiu expressamente que remuneração do serviço de água se caracteriza como preço público (tarifa) e, por via de consequência, não tem natureza tributária, sendo possível sua suspensão por não pagamento.
· A suspensão do serviço só é admissível no caso de débitos atuais, ou seja, os que provêm do próprio mês de consumo, ou, ao menos, dos anteriores próximos. Em se tratando de débitos pretéritos, isoladamente considerados, deve o concessionário valer-se dos meios ordinários de cobrança. 
· O novo usuário não pode sofrer a suspensão do serviço por débito do usuário antecedente. A prestação do serviço, remunerada por tarifa, gera obrigação de caráter pessoal, e não propter rem, como seria o caso de tributo.
· A suspensão do serviço somente será admissível se for remunerado por preço público (tarifa), ainda que tenha natureza compulsória, estabelecida em lei. Apesar dessa posição, razoavelmente pacificada, há decisões que entenderam inadmissível a suspensão do serviço, mesmo pago por tarifa, quando usuário é o Poder Público.
· A Lei n o 11.445, de 5.1.2007, passou a estabelecer que a interrupção do serviço em virtude de inadimplência deve obedecer a prazos e critérios que preservem condições mínimas de manutenção da saúde das pessoas atingidas, quando se tratar de: (a) estabelecimentos de saúde; (b) instituições educacionais; (c) instituições de internação coletiva de pessoas; (d) usuário residencial de baixa renda,beneficiário de tarifa social (art. 40, § 3º).
	Remuneração
	
A prestação efetivada pelo Poder Público nem sempre recebe o correspectivo pecuniário, o que leva ao reconhecimento de que os serviços, como primeira caracterização, podem ser gratuitos e remunerados.
	
	Os serviços gratuitos têm cunho basicamente social e devem levar em conta fatores singulares de indivíduos ou de comunidades.
	Os serviço é remunerado quando os indivíduos têm obrigação pecuniária como contraprestação do serviço. 
	
	· Alguns serviços são remunerados por taxas, espécie de tributo prevista para esse fim (art. 145, II, CF). Quando o serviço é obrigatório, ou seja, imposto aos administrados, será ele remunerado por taxa. É o caso do serviço de prevenção de incêndio ou coleta de lixo. A remuneração por taxa é devida ainda que o usuário não utilize o serviço; basta, como registra a Constituição, que o serviço seja posto à sua disposição. Esse tipo de serviço não pode ser objeto de suspensão por parte do prestador.
· Os serviços facultativos são remunerados por tarifa, que é caracterizada como preço público. Aqui o pagamento é devido pela efetiva utilização do serviço, e dele poderá o particular não mais se utilizar se o quiser.
	Usuários
	Direitos
	Deveres
	
	
O direito fundamental do usuário é o direito ao recebimento do serviço, desde que aparelhado devidamente para tanto. 
A doutrina reconhece ainda o direito à indenização no caso de ser mal prestado ou interrompida a sua prestação, provocando prejuízo ao particular.
· A Lei n o 12.007, de 29.7.2009, assegurou aos usuários consumidores o direito à declaração de quitação anual de débitos a ser emitida pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos (ou privados) (art. 1°), devendo ser encaminhada até o mês de maio do ano seguinte ou até o mês subsequente à completa quitação do ano anterior ou dos anos anteriores (art. 3°).
	
Os deveres do administrado podem ser de três ordens: 
· Administrativa, concernente aos dados a serem apresentados pelo interessado junto à Administração; 
· Técnica, relativa às condições técnicas necessárias para a Administração prestar o serviço; e
· Pecuniária, no que diz respeito à remuneração do serviço. 
	Execução do Serviço Público
	· Execução direta é aquela através da qual o próprio Estado presta diretamente os serviços públicos. Acumula, pois, as situações de titular e prestador do serviço. As competências para essa função são distribuídas entre os diversos órgãos que compõem a estrutura administrativa da pessoa prestadora.
· Execução indireta quando os serviços são prestados por entidades diversas das pessoas federativas. O Estado, por sua conveniência, transfere os encargos da prestação a outras pessoas, nunca abdicando, porém, do dever de controle sobre elas.
	
	Formas de Execução Indireta:
	
	· Descentralização é o fato administrativo que traduz a transferência da execução de atividade estatal a determinada pessoa, integrante ou não da Administração. A descentralização admite duas modalidades. 
· A descentralização territorial encerra a transferência de funções de uma pessoa federativa a outra, ou também do poder central a coletividades locais.
· A descentralização institucional representa a transferência do serviço do poder central a uma pessoa jurídica própria, de caráter administrativo, nunca de cunho político. 
· Delegação legal é aquela cujo processo de descentralização foi formalizado através de lei. 
· Delegação Negocial (os particulares em Colaboração) sua instituição se efetiva através de negócios jurídicos regrados basicamente pelo direito público – a concessão de serviço público e a permissão de serviço público
· Desestatização e Privatização - Lei n o 9.491, de 9.9.1997, “reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público”.
· Gestão Associada - a Constituição previu, ao instituir a reforma administrativa do Estado (EC n o 19/1998), a gestão associada na prestação de serviços públicos, a ser implementada, através de lei, por convênios de cooperação e consórcios públicos celebrados entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 241, CF). A noção de gestão associada emana da própria expressão: significa uma conjugação de esforços visando a fins de interesse comum dos gestores. Em relação à gestão associada de serviços públicos, pode-se adotar a conceituação de que corresponde ao “exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não da prestação de serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”.
· Regimes de Parceria (Terceiro Setor) - a parceria do Estado é formalizada junto com pessoas de direito privado e da iniciativa privada, ou seja, aquelas que, reguladas pelo direito privado, não sofrem ingerência estatal em sua estrutura orgânica. A elas incumbirá a execução de serviços e atividades que beneficiem a coletividade, de modo que tal atuação se revestirá da qualificação de função delegada do Poder Público. Podem ser:
1. O regime de convênios administrativos;
2. O regime dos contratos de gestão (Organizações Sociais); 
3. O regime da gestão por colaboração (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Púbico). 
4. O regime das parcerias voluntárias (organizações da sociedade civil).
	Súmulas
	SÚMULAS VINCULANTES
· Súmula Vinculante n° 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. 
· Súmula Vinculante n° 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
· Súmula Vinculante nº 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
· Súmula Vinculante nº 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (antiga Súmula 670).
	
	SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
· Súmula 545: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. 
· Súmula 670: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (vide Súmula Vinculante 41).
	
	SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
· Súmula 356: É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa. 
· Súmula 407: É legítima a cobrança de tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. 
· Súmula 412: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no CC.
	CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
	Conceito
	Delegação negocial – assim denominada por conter inegável aspecto de bilateralidade nas manifestações volitivas – se consuma através de negócios jurídicos celebrados entre o Poder Público e o particular, os quais se caracterizam por receber, necessariamente, o influxo de normas de direito público, haja vista a finalidade a que se destinam: o atendimento a demandas (primárias ou secundárias) da coletividade ou do próprio Estado.
	CONCESSÕES COMUNS
	CONCESSÕES ESPECIAIS
	As concessões comuns são reguladas pela Lei n° 8.987, de 13.2.1995, e comportam duas modalidades: (1º) concessões de serviços públicos simples; (2º) concessões de serviços públicos precedidas da execução de obra pública. Sua característica consiste no fato de que o poder concedente não oferece qualquer contrapartida pecuniária ao concessionário; todos os recursos deste provêm das tarifas pagas pelos usuários.
	As concessões especiais são reguladas pela Lei nº 11.079, de 30.12.2004, e também se subdividem em duas categorias: (1°)concessões patrocinadas; (2º) concessões administrativas. As concessões especiais são caracterizadas pela circunstância de que o concessionário recebe determinada contraprestação pecuniária do concedente. Incide sobre elas o regime jurídico atualmente denominado de “parcerias público-privadas”.
	CONCESSÕES COMUNS 
(Lei 8987/1995)
	CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO SIMPLES
	CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA
	Conceito - é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de empresas a execução de certa atividade de interesse coletivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários. Nessa relação jurídica, a Administração Pública é denominada de concedente e o executor do serviço, de concessionário.
	Conceito - Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública é o contrato administrativo através do qual o Poder Público ajusta com pessoa jurídica ou consórcio de empresas a execução de determinada obra pública, por sua conta e risco, delegando ao construtor, após a conclusão, sua exploração por determinado prazo. Nessa forma de concessão, pretende o Estado livrar-se do dispêndio que obras públicas acarretam, deixando todo o investimento a cargo do concessionário.
	Objeto - da concessão simples pode ser visto sob dois aspectos – um mediato e um imediato. Mediatamente significa a vontade administrativa de gerir, de forma descentralizada, determinado serviço público, calcada na necessidade de agilizar a atividade, de conferir maior celeridade na execução e de melhor atender aos indivíduos que a solicitam. O objeto imediato é a execução de determinada atividade caracterizada como serviço público, a ser desfrutada pela coletividade.
	Duplicidade de objeto. O primeiro deles encerra um ajuste entre o concedente e o concessionário para o fim de ser executada determinada obra pública O segundo objeto é que traduz uma real concessão, vale dizer, o concedente, concluída a obra, transfere sua exploração, por determinado prazo, ao concessionário. É o serviço público de exploração da obra pública que vai ser concedido, incumbindo àqueles que dele desfrutarem (os usuários) o pagamento da respectiva tarifa em prol de quem construiu a obra e agora explora o serviço dela decorrente.
	
Natureza jurídica
(Concessões comuns)
	As concessões submetem-se basicamente a regime de direito público, cujas regras estão enunciadas na Lei n o 8.987/1995. Supletivamente, porém, é admissível a incidência de normas de direito privado, pois que neste é que se encontra detalhada a disciplina que regula os contratos em geral. A fonte primeira, no entanto, é a lei especial reguladora.
(a) o objeto contratual é complementado por atos unilaterais posteriores à celebração do ajuste;
(b) a autoexecutoriedade das pretensões da Administração; 
(c) o respeito ao princípio do equilíbrio econômico-financeiro fixado no início.
	Relação Contratual
	· O contrato de concessão é bilateral, visto que gera obrigações para ambos os contratantes;
· Comutativo, porque não existe álea, ou seja, são equivalentes e previamente identificadas as obrigações das partes;
· Intuitu personae, eis que o concessionário não pode ceder suas obrigações, e, sobretudo, o serviço que lhe foi delegado, a terceiros, sem prévio assentimento do concedente; e
· Formal, já que necessária é a formalização das vontades e o mais detalhado lineamento das obrigações cominadas aos contratantes.
	Supremacia do Concedente
	Como corolário da preponderância do Estado nos contratos administrativos, incidem na concessão as cláusulas de privilégio, ou exorbitantes, que são certas prerrogativas expressamente atribuídas ao Estado nos contratos administrativos.
	Natureza do Concessionário e do Concedente
	· A lei não admitiu a delegação do serviço a pessoas físicas, mas apenas a pessoas jurídicas ou a consórcio de empresas. A exigência, inclusive, foi estendida também às concessões de serviço público precedidas da execução de obra pública (art. 2º, II e III, do Estatuto das Concessões).
· No caso brasileiro, entes federativos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos com idoneidade de figurarem como sujeitos concedentes, de acordo com as respectivas competências constitucionais e com os serviços que possam prestar.
	Exigência de Licitação
	Além de ser obrigatório o procedimento de licitação, deve o certame guiar-se por todos os princípios que normalmente regem essa modalidade de seleção.
· Modalidade Licitatória - a lei de concessões não somente assentou a obrigatoriedade de licitação para a escolha do concessionário, como ainda fixou que a modalidade licitatória para o caso é a concorrência, aplicando-se a exigência quer para as concessões simples, quer para as precedidas da execução de obra pública (arts. 2º, II e III, e 14). 
Por exceção, a Lei n o 9.074/1995 previu também a modalidade de leilão de quotas ou ações nos casos de privatização de pessoas administrativas sob controle direto ou indireto da União, com simultânea outorga de nova concessão ou com a prorrogação das já existentes. A regra, entretanto, não se aplica aos serviços públicos de telecomunicações (art. 27, I).
· Edital - ao elaborar o edital, deverá o ente público concedente observar as regras gerais da Lei nº 8.666/1993 – o Estatuto dos Contratos e Licitações.
· Critérios de Julgamento - o critério de julgamento terá que se ajustar à forma pela qual se ajusta a concessão do serviço. Como regra, o vencedor da licitação será aquele que apresentar o menor valor da tarifa do serviço a ser prestado.
	Política Tarifária
	Como remuneração pela execução do serviço, o Poder Público fixa a tarifa a ser paga pelos usuários. Trata-se de preço público e, portanto, fica a sua fixação sob a competência do concedente. A Lei n o 8.987/1995 regulou a matéria relativa à política tarifária. Na disciplina, a lei ressaltou a possibilidade de ajuste quanto à revisão das tarifas, para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. E é vedada é a elevação indevida e abusiva das tarifas: se tal ocorrer, os usuários-consumidores têm direito à correção do aumento.
	Cláusulas Essenciais do Contrato
	· O primeiro grupo consiste nas cláusulas relativas ao serviço, que são as que definem o modo, a forma e condições de prestação do serviço, bem como as que fixam os critérios de sua avaliação; as que indicam o objeto, a área e o prazo da concessão; e as que fixam o preço e os critérios de reajuste;
· A segunda categoria é a das cláusulas relativas aos direitos e obrigações, ou seja, aquelas que definem os direitos e obrigações do concedente, do concessionário e dos usuários; 
· Uma terceira categoria é a das cláusulas de prestação de contas, aquelas que impõem ao concessionário prestar contas ao concedente e que lhe exigem a publicação de demonstrações financeiras periódicas.
· A quarta consiste nas cláusulas de fiscalização, pelas quais o concedente acompanha a execução do serviço pelo concessionário e, quando for o caso, aplica-lhe as devidas sanções. 
· E a última corresponde às cláusulas relativas ao fim da concessão, que são as que preveem os casos de extinção, os bens reversíveis, o cálculo indenizatório, as condições de prorrogação do contrato e as que definem o foro para divergências contratuais.
Quando se tratar de concessão de serviço público precedida da execução de obra pública, outras duas cláusulas serão classificadas ainda como essenciais: 
1. a que define os cronogramas físico-financeiros da execução das obras pertinentes à concessão do serviço; e
 2. a que impõe ao concessionário o oferecimento de garantia do fiel cumprimento das obrigações relativas às obras que precedem a prestação do serviço.
	
A Responsabilidade do Concessionário
	Ao executar o serviço, o concessionário assume todos os riscos do empreendimento. Por esse motivo, cabe-lhe responsabilidade civil e administrativa pelos prejuízos que causar ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros.
· Ilícitocivil - a atividade do concessionário rege-se pela responsabilidade objetiva, como averba o art. 37, § 6º, da CF.
Obs1: embora a responsabilidade primária integral seja atribuída ao concessionário, pode este exercer seu direito de regresso contra o concedente, quando tiver havido ausência ou falha na fiscalização, porque nesse caso terá o concedente contribuído, juntamente com o concessionário, para a ocorrência do resultado danoso.
Obs2: se, apesar disso, o concessionário não tiver meios efetivos para reparar os prejuízos causados, pode o lesado dirigir-se ao concedente, que sempre terá responsabilidade subsidiária pelo fato de ser o concessionário um agente seu. Insolvente o concessionário, passa a não mais existir aquele a quem o concedente atribuiu a responsabilidade primária. Sendo assim, a relação jurídica indenizatória se fixará diretamente entre o lesado e o Poder Público, de modo a ser a este atribuída a responsabilidade civil subsidiária. A razão está no fato de que os danos foram causados pelo concessionário, atuando em nome do Estado.
	Transferência de Encargos
	· Pode o concessionário contratar com terceiros para o desempenho de atividades vinculadas, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como para a implementação de projetos a este associados. Os negócios jurídicos firmados entre o concessionário e terceiros não envolvem o poder concedente e submetem-se às regras de direito privado.
· Subconcessão - o subconcessionário passa a executar, em lugar do concessionário-subconcedente, atividades vinculadas ao serviço concedido. A subconcessão só tem validade se tiver havido autorização do Poder Público e referência no contrato de concessão. Consumando-se a subconcessão, ocorre o fenômeno da sub-rogação, passando o subconcessionário a assumir todos os direitos e obrigações do subconcedente, naturalmente dentro dos limites em que se firmou a subconcessão. Necessário no entanto, licitação na modalidade concorrência.
	Alteração do Concessionário
	
Deverá haver prévia anuência do poder concedente, sob pena de caducidade da concessão.
	Encargos do Concedente
	
Fiscalização; intervenção na propriedade privada; incentivar a competitividade; fomentar o aumento da qualidade, da produtividade e da preservação do meio ambiente.
	 Encargos do Concessionário
	
Serviço adequado; transparência na execução; o concedente nenhuma responsabilidade tem no que se refere às contratações firmadas pelo concessionário (à sua conta e risco).
	Prazo da concessão
	· As concessões só podem ser outorgadas por prazo determinado.
· Não há norma expressa que indique o limite de prazo, com o que a fixação deste ficará a critério da pessoa federativa concedente do serviço. É claro que o prazo deverá levar em conta o serviço concedido
· O Estatuto dos Contratos e Licitações (Lei n o 8.666/1993) estabelece um limite de cinco anos para os contratos administrativos que tenham por objeto a prestação de serviços a serem executados de forma contínua (art. 57, II). A norma somente se aplica aos contratos de serviço prestados diretamente à Administração, mas não incide sobre as concessões, em cujo estatuto, dotado de caráter especial, não há fixação de prazo mínimo.
· É lícita a prorrogação do contrato, devendo as respectivas condições figurar como cláusula essencial do ajuste. Nesse sentido, o art. 23, XII, da Lei n o 8.987.
	Intervenção na Concessão
	Tratando-se de ingerência direta no contrato e na execução do serviço, a intervenção só se legitima diante da presença de certos requisitos.
· A lei exige que a intervenção se faça por decreto da entidade concedente, o qual conterá, da forma mais precisa possível, os limites, o prazo e os objetivos da intervenção, bem como indicará o interventor. O requisito importa modalidade de competência especial, visto que apenas um agente da Administração – o Chefe do Executivo – tem aptidão jurídica para declarar a intervenção.
· Após o decreto de intervenção é que o concedente deve instaurar o procedimento administrativo. O prazo para tanto é de trinta dias, e no procedimento se buscarão as causas que geraram a inadequação do serviço e se apurarão as devidas responsabilidades. O prazo para encerramento desse feito de apuração é de 180 dias.
· O procedimento, uma vez encerrado, levará a uma de duas conclusões: ou se terá concluído pela inadequação do concessionário para prestar o serviço, fato que conduzirá à extinção da concessão; ou nenhuma culpa se terá apurado contra ele, e nesse caso a concessão terá restaurada sua normal eficácia.
	Extinção
	· Termo Final do Prazo - essa é a forma natural de extinção da concessão. Advindo o momento final previsto para o fim do contrato, a extinção opera-se pleno iure, sem necessidade de qualquer ato anterior de aviso ou notificação. Os efeitos da extinção, nesse caso, são ex nunc, de modo que só a partir do termo final é que o serviço se considera revertido ao concedente.
· Anulação - a anulação do contrato de concessão é decretada quando o pacto foi firmado com vício de legalidade. Pode provir de decisão administrativa ou judicial, e os efeitos que produz são ex tunc, ou seja, a partir da ocorrência do vício.
· Rescisão - caracteriza-se a rescisão pela ocorrência de fato, superveniente à celebração do contrato, idôneo para desfazer o vínculo firmado entre o concedente e o concessionário O pressuposto da rescisão é o descumprimento, pelo concedente, das normas legais, regulamentares ou contratuais.
· Caducidade - “a inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão”, podendo, ainda, o Poder Público optar pela aplicação de sanções contratuais.
· Encampação - tem lugar quando o concedente deseja retomar o serviço concedido. Aqui se aplica a prerrogativa especial que tem o Poder Público de extinguir unilateralmente os contratos administrativos. Nessa modalidade extintiva, não há qualquer inadimplência por parte do concessionário; há, isto sim, o interesse da Administração em retomar o serviço. Deve ser motivada pelo interesse público, mediante lei autorizativa e após prévio pagamento de indenização.
	Reversão
	· Reversão - é a transferência dos bens do concessionário para o patrimônio do concedente em virtude da extinção do contrato. A reversão pode ser onerosa ou gratuita: 
· Reversão onerosa - o concedente tem o dever de indenizar o concessionário, porque os bens foram adquiridos com seu exclusivo capital.
· Reversão gratuita - a fixação da tarifa já levou em conta o ressarcimento do concessionário pelos recursos que empregou na aquisição dos bens, de forma que ao final tem o concedente o direito à propriedade desses bens sem qualquer ônus, inclusive instalações e obras efetuadas.
	PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
	Conceito
	
Permissão de serviço público é o contrato administrativo através do qual o Poder Público (permitente) transfere a um particular (permissionário) a execução de certo serviço público nas condições estabelecidas em normas de direito público, inclusive quanto à fixação do valor das tarifas. 
	Objeto
	
Mediatamente, a permissão indica uma diretriz administrativa no sentido de ser executado certo serviço de modo descentralizado. O objeto imediato consiste na execução em si do serviço visando a alcançar os reclamos oriundos da comunidade.
	Natureza Jurídica
	
A natureza jurídica da permissão de serviço público, ex vi legis, é a de contrato administrativo de adesão.
	Diferença entre Concessão e Permissão
	· Primeiramente, enquanto a concessão pode ser contratada com pessoa jurídica ou consórcio de empresas, a permissão só pode ser firmada com pessoa física ou jurídica.
· Em segundo lugar, consta no conceito de permissão (art. 2º, IV) que o ajuste estampa delegação a título precário, ressalva que não se encontra na definição do negócio concessional.
	Permissão Condicionada
	
O poder permitente estabelecia várias regras regulamentadoras do serviço e algumas normas criadoras de limitações para si próprio, instituindo,em consequência, uma série de direitos para o permissionário.
	Responsabilidade civil
	
O permissionário sujeita-se à responsabilidade civil objetiva, prevista no art. 37, §6º, da Constituição. 
	Permissão Lotérica
	
A Lei nº 12.869, de 18.10.2013, regulou nova forma de permissão, a permissão lotérica, assim considerada como a outorga, a título precário e mediante licitação, do serviço de comercialização das loterias federais e de outros produtos autorizados, bem como a delegação de outros serviços definidos na legislação, como é o caso de serviços bancários, figurando como outorgante a Caixa Econômica Federal e como outorgado o permissionário lotérico particular.
	CONCESSÕES ESPECIAIS
 (Lei 11.079/2004)
	Natureza Jurídica
	A natureza jurídica desse tipo de ajuste é a de contrato administrativo de concessão de serviço público.
	CONCESSÃO PATROCINADA
	CONCESSÃO ADMINISTRATIVA
	
Se caracteriza pelo fato de o concessionário perceber recursos de duas fontes, uma decorrente do pagamento das respectivas tarifas pelos usuários, e outra, de caráter adicional, oriunda de contraprestação pecuniária devida pelo poder concedente ao particular contratado (art. 2º § 1º).
	
A prestação de serviço “de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens” (art. 2º, § 2º). Diversamente do que ocorre com a concessão patrocinada, a concessão administrativa não comporta remuneração pelo sistema de tarifas a cargo dos usuários, eis que o pagamento da obra ou serviço é efetuado diretamente pelo concedente.
	Objeto - Conforme dispõe o art. 2°§1º, da Lei das Parcerias, o objeto da concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas.
	Objeto - Na concessão administrativa, o objeto é a prestação de serviços, sendo a Administração Pública a usuária direta ou indireta, ainda que seja necessária a execução de obras ou o fornecimento e a instalação de bens (art. 2º, § 2º).
	Características
	· Financiamento do setor privado;
· Compartilhamento dos riscos;
· Pluralidade compensatória fixada como obrigação do Estado em favor do concessionário pela execução da obra ou do serviço;
· A indelegabilidade de funções exclusivas do Estado;
· Responsabilidade fiscal é outra diretriz e incide tanto na etapa de celebração como na de execução do serviço ou da obra;
· Sustentabilidade financeira dos projetos de parceria (art. 4º, VII).
	Cláusulas Essenciais, Não Essenciais E Vedações
	As concessões especiais possuem as mesmas cláusulas que constam no art. 23 da Lei n o 8.987/1995.
· É obrigatório que no instrumento contratual conste a previsão da repartição de riscos entre concedente e concessionário, inclusive diante da ocorrência de fatos imprevisíveis (art. 5º, III); semelhante previsão, aliás, compatibiliza-se com a diretriz fixada na lei nesse mesmo sentido (art. 4º, VI).
· Obrigatórias são, ainda, as cláusulas que prevejam a remuneração e a atualização dos valores contratuais e as que indiquem os meios de preservação da atualidade da prestação dos serviços (art. 5º, IV e V)
Outras cláusulas essenciais são: 
(a) a definição dos fatos que indiquem a inadimplência pecuniária do concedente (art. 5º, VI);
 (b) as penalidades aplicáveis às partes no caso de inadimplemento, sempre observado o postulado da proporcionalidade em relação à gravidade da falta (art. 5º, II); 
(c) as garantias de execução do contrato pelo parceiro privado compatíveis com a natureza e a extensão do objeto contratual (art. 5º, VIII);
 (d) os critérios de avaliação de desempenho do concessionário (art. 5º, VII); 
(e) o compartilhamento com a Administração de ganhos econômicos do concessionário se houver redução do risco de crédito de financiamentos por ele obtidos (art. 5º, IX); 
(f) a vistoria de bens reversíveis, ou seja, daqueles que, utilizados pelo parceiro privado, venham a ser transferidos para o patrimônio do parceiro público, sendo admitida a retenção de pagamento para o fim de sanar eventuais irregularidades (art. 5º, X).
Além das cláusulas obrigatórias, a lei admite a inclusão no contrato de cláusulas não essenciais. 
· Vedação quanto ao valor: é vedada a contratação quando o valor do contrato for inferior a dez milhões de reais (art. 2º, § 4º, Lei nº 11.079, com a redação da Lei nº 13.529, de 4.12.2017);
· Vedação quanto ao tempo: o contrato não pode ser celebrado por período inferior a cinco anos.
· Vedação quanto ao objeto: o contrato não pode ter como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e a instalação de equipamentos ou a execução de obra pública
	Prazo
	· A vigência do contrato não será inferior a cinco, nem superior a trinta e cinco anos, já considerada eventual prorrogação (art. 5º, I). 
· Significa que o contrato só admite prorrogação se o prazo total não ultrapassar aquele limite. A fixação do prazo fica a critério da Administração.
	Sociedade de Propósito Específico
	
A Lei n o 11.079/2004 contemplou a instituição da sociedade de propósito específico, conferindo-lhe a incumbência de implantar e gerir o projeto de parceria, como reza o art. 9º.
· No caso de transferência do controle da sociedade de propósito específico, necessária será a autorização expressa da Administração, devendo o edital e o contrato fixar os critérios para esse fim (art. 9º, §1°).
· A lei veda que a Administração Pública seja titular da maioria do capital votante nesse tipo de sociedade. Admissível se afigura, porém, a aquisição da maioria do capital votante por instituição financeira controlada pelo Poder Público, em decorrência do inadimplemento de contratos de financiamento (art. 9º, § 5º).
	Licitação
	
· A modalidade de licitação que deve preceder o contrato de concessão especial é a concorrência (art. 10), mediante preenchimentos das condições:
· Autorização da autoridade competente;
· Deve a Administração identificar a estimativa do impacto orçamentário-financeiro provocado pelo empreendimento;
· Realização de consulta pública para análise da minuta do edital de licitação e do contrato de concessão;
· Obtenção de licença ambiental (ou as diretrizes para a obtenção) com vistas ao empreendimento alvitrado exigível;
· Autorização legislativa específica quando o Poder Público pretender celebrar concessão patrocinada, em que caiba à Administração o pagamento de mais de 70% da remuneração a ser paga ao concessionário.
· Edital. 
· Procedimento - Administração faça prévia aferição da qualificação técnica das propostas apresentadas, sendo desclassificados os interessados que não obtiverem pontuação mínima.
· Os critérios de julgamento são os mesmos previstos para as concessões comuns (art. 15, I a V, da Lei n o 8.987/1995).
	Súmulas
	SÚMULAS VINCULANTES
· Súmula Vinculante 27: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente.
	
	SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
· Súmula 356: É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa. 
· Súmula 357: A pedido do assinante, que responderá pelos custos, é obrigatória, a partir de 1º de janeiro de 2006, a discriminação de pulsos excedentes e ligações de telefonia fixa para celular. 
· Súmula 407: É legítima a cobrança de tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. 
· Súmula 412: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no CC.
Brasília, 2020.

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