PPAP Movimentos sociais

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“MOVIMENTOS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS NO BRASIL E EDUCAÇÃO”
INTRODUÇÃO
Sabemos que os movimentos sociais têm sido considerados, por vários analistas e consultores de organizações internacionais, como elementos e fontes de inovações e mudanças sociais. Existe também um reconhecimento de que eles detêm um saber, decorrentes de suas práticas cotidianas, passíveis de serem apropriados e transformados em força produtiva. Quando se examina, por exemplo, a questão indígena, ressalta-se o saber que eles detêm sobre a floresta. Os movimentos são elementos fundamentais na sociedade moderna, agentes construtores de uma nova ordem social e não agentes de perturbação da ordem, como as antigas análises conservadoras escritas nos manuais antigos, ou como ainda são tratados na atualidade por políticos tradicionais.
A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela é cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos (alguns estratégicos, de resistência ou rearticulação em face de nova conjuntura e as novas forças sociopolíticas em ação). O importante a destacar é esse campo de força sócio-político e o reconhecimento de que suas ações impulsionam mudanças sociais diversas. O repertório de lutas que eles constroem, demarcam interesses, identidades, subjetividades e projetos de grupos sociais. A partir de 1990, os movimentos sociais deram origem a outras formas de organizações populares, mais institucionalizadas, como os fóruns nacionais de luta pela moradia popular. No caso da habitação e reforma urbana, por exemplo, o próprio Estatuto da Cidade, é resultado dessas lutas. O Fórum da Participação Popular e tantos outros fóruns e experiências organizativas locais, regionais, nacionais e até transnacionais, estabeleceram práticas, fizeram diagnósticos e criaram agendas, para si próprios, para a sociedade e para o poder público. O Orçamento Participativo, e vários programas, surgiram como fruto desta trajetória.
Para citar alguns desses movimentos nos anos 90, destacamos: alguns são de caráter pluriclassista e conjunturais como foi o Movimento Ética na Política, ou a Ação da Cidadania Contra a fome e a miséria; movimentos de desempregados, ações de aposentados e pensionistas. Os primeiros tiveram espaço na mídia e contribuíram para a mudança política do país. A Campanha contra a Fome deve seu sucesso à atuação midiática via a figura do Betinho.
Os movimentos de gênero (relações homens e mulheres) onde se destacam os movimentos de mulheres e os movimentos homossexuais; os movimentos dos afro-brasileiros e o movimento indígena são considerados movimentos identitários e culturais; possuem uma identidade e conferem aos seus participantes uma identidade centrada em fatores étnicos e raciais. Na questão do movimento indígena, há importantes conquistas obtidas pós Constituição de 88 tais como a demarcação de suas terras, o direito de alfabetização em sua própria língua, e mais recentemente, a busca da venda de seus produtos, não em mercados alternativos, mas por preços justos e competitivos, em mercados globalizados.
Há outros movimentos identitários e culturais como os movimentos geracionais onde se destacam os jovens, e nesses, seus movimentos culturais expressos, por exemplo, na música, via o Hip Hop, o Rap e tantos outros. Movimentos de meninos e meninas de rua e movimentos de idosos completam os movimentos das gerações.
Há ainda os movimentos culturais dos ambientalistas, os ecologistas que cresceram muito após a ECO 92. A maioria dos movimentos identitários e culturais atua em conjunto com ONGs e eles têm sido bastante noticiados pela mídia. Muitas vezes lhes são atribuídos muito mais poder e força do que de fato possam deter. Isso ocorre por dois motivos: de um lado como resultado de suas lutas que criaram uma nova gramática no imaginário social e lhes conferiu legitimidade. Por outro lado, este super dimensionamento resulta também da forma como a mídia apaga o conflito, a diferença. Eles se transformam, nas reportagens, em lugares de identificação, elimina-se do processo de identidade propriamente dito, a diferenciação, a luta, a resistência. Os movimentos identitários são reportados como ações coletivas frutos de projetos focalizados, coordenados por indivíduos empreendedores, agrupados segundo categorias de gênero, faixa etária, origem étnica, religião etc. O empreendedorismo social é uma categoria advinda da cidadania empresarial onde lideres comunitários transformam-se em gestores de projetos sociais. A grande mídia, voltada para formar a opinião pública numa sociedade de massa, elimina a negatividade, só afirma, reafirma e confirma a positividade segundo dados interesses. Todo e qualquer caráter universalista é desconsiderado focalizando-se apenas a especificidade daquele projeto. Suas redes articulatórias - que dão apoio e suporte - desaparecem. Exibem-se resultados sem mostrar o processo para chegar àqueles números.
Diante do exposto, entende-se que investigar do ponto de vista teórico e prático as ações dos movimentos sociais é de suma importância para a formação do pedagogo e é com base nesse princípio que propomos a seguinte atividade para Atividade de Pratica e Projeto de Ação Pedagógica (PPAP) dos alunos matriculados no quinto e sexto períodos do curso de Pedagogia. 
DESENVOLVIMENTO
Para mudar determinadas realidades sociais e suprir algumas falhas governamentais existem projetos sociais feitos por grupos de pessoas sem interesses próprios naquilo, o objetivo principal é desenvolverem projetos que realmente contribuam para mudar uma realidade ruim. Um exemplo de pessoas que desenvolvem essas ações sociais para aumentar a qualidade de vida de algumas comunidades são os “jipeiros” do grupo Cabeçudos Off Road. 
Inicialmente eles se reuniam apenas com a intenção de fazer trilhas, todas as famílias do grupo tinham em comum o interesse por Jipes, ou carros 4X4. Os “cabeçudos” se reúnem em lugares onde os eles podem circular e fazer manobras com seus jeeps, eles aproveitavam os encontros para de forma criativa se divertir e ter acesso a natureza. Alguns desses encontros eram batizados com nomes diferentes para que ficassem marcantes e pudessem repetir pelo menos uma vez por ano, por exemplo, a “trilha das patroas” que é o nome dado ao encontro em que apenas as mulheres podem dirigir os jeeps, o “jeepnoel” que inicialmente era apenas um encontro feito entre o natal e o ano novo e um outro evento que eles faziam pelo menos uma vez a cada trimestre é o “limpa trilha” que foi o primeiro trabalho social que eles fizeram, onde eles recolheram todo o lixo jogado nas estradas, trilhas e praças por onde eles passavam, o lixo era embalado em sacolas e colocado em uma caçamba para fazer o descarte correto em São Paulo. Com o passar do tempo o grupo foi aumentando e entrando mais famílias, as viagens foram ficando cada vez mais recorrentes e para eles a baixa qualidade de vida de algumas regiões foi o gatilho para que surgissem idéias para tentar mudar a realidade dessas pessoas. Para o grupo de Jipeiros não existe uma periodicidade para esses trabalhos já que os projetos são preparados com muita antecedência e necessitam de meses de organização, mas existem eventos que são feitos sempre na mesma data. 
A principal idéia dos projetos é escolher um grupo de pessoas que necessitam receber um apoio de alimentação, ou de agasalhos ou até mesmo de carinho e apoio psicológico.
 O grupo escolhe onde vai ser feita a ação e começa os preparativos pelo menos quatro meses antes. Além das verbas em dinheiro que eles arrecadam das famílias de jipeiros e de quem mais quiser ajudar já que é divulgado nas redes sociais, eles também arrecadam brinquedos, alimentos, roupas, cobertores, materiais escolares, materiais para manutenção de escolas e casas e tudo o que puder ser usado para o projeto que estiver em organização.
Os projetos que são feitos anualmente como a campanha do agasalho, o Natal, Festa junina e dia das crianças em orfanatos, e são arrecadados tudo que possa fazer parte do projeto como,por exemplo, na festa junina eles montam uma barraca de churrasco e tudo o que essa barraca arrecadar é entregue para o orfanato Lar do Caminho em Juquitiba, então as carnes e todo o material para o churrasco fica por conta deles e no final da festa junina o lucro é entregue diretamente na diretoria do orfanato, onde é revestido em alimento para as crianças que estão lá vitimas de maus tratos ou abandono, já no natal é feito uma festa onde eles arrecadam brinquedos e roupas e entregam para as crianças. 
Outro evento que foi marcante para o grupo aconteceu em uma escola numa comunidade que a população vive abaixo da linha da represa no Ariri em Santa Maria de Baixo, a escola é esquecida pela prefeitura de Cananéia onde há apenas uma professora que é levada por um veiculo 4X4 na segunda – feira e pernoita até a sexta – feira, pela dificuldade de voltar já que a estrada é de terra e principalmente quando chove a dificuldade ficam ainda maiores, as turmas são divididas por fileiras numa única sala de aula e a lousa também, cada fileira representa uma série do 1º ao 5º ano. Os “cabeçudos” arrecadaram dinheiro durante um tempo para criar um espaço onde essas crianças pudessem brincar já que muitas vezes pela dificuldade e a baixa qualidade de vida isso fica impossível mesmo dentro de casa, foi construído por eles uma brinquedoteca dentro da escola com livros, brinquedos e até um brinquedão com escorregador, além disso, eles colocaram tela nas janelas e portas devido ao excesso de pernilongos que atrapalhavam o desenvolvimento das crianças, tentando tornar um pouco mais fácil a experiência delas na escola. Esse trabalho segundo algumas pessoas do grupo foi um dos mais gratificantes já que puderam dar uma nova visão de escola para essas crianças que já há muito tempo não tinham grandes esperanças. 
No orfanato Lar do Caminho, eles tentam desenvolver projetos a cada três meses pelo menos, assim eles conseguem aumentar o estoque de alguns alimentos que mesmo com a ajuda de órgãos governamentais chegam ao fim antes do esperado, como por exemplo, óleo, leite, arroz e etc. Todas as vezes que estão programando algum evento para as crianças do orfanato eles fazem campanhas de arrecadação desses alimentos e já chegaram a levar um estoque de meses sem apoio de empresas ou órgãos responsáveis, apenas com a divulgação dos jipeiros.
A motivação do grupo é ver um trabalho feito por famílias e em equipe se tornar o sonho realizado de algumas pessoas, para eles fica claro que não podem fazer tudo por todos, já que isso demanda muito trabalho e muito dinheiro, mas sempre que podem tornar a vida mais leve para pelo menos uma pessoa já faz toda diferença para eles. 
CONCLUSÃO 
Com a base teórica e as entrevistas, pode-se concluir que os projetos sociais são de extrema importância para a sociedade e para quem os desenvolve, ajuda no crescimento social e intelectual dessas pessoas e supre falhas governamentais, o que tornam essas experiências não apenas importantes mas, também necessárias para determinados grupos de pessoas.
 Além disso, um dos principais motivos que tornam atrativos esses tipos de projetos para os grupos que os desenvolvem, é o fato de que todos podem ter total certeza que será entregue exatamente para quem tem aquela carência e a quem foi destinado.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRASIL. Educação e movimentos sociais. Boletim, 2005. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/145249EducacaoMovSociais.pdf>. Acesso em: 28/08/02019.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação v. 16 n. 47 maio-ago. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n47/v16n47a05.pdf>. Acesso em: 30/08/2019.