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Análise jurídica - Crônica de Uma Morte Anunciada

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APS – Direito Penal
Emilli Vasconcelos da Silva – RA: 6633944
Turma: 003201C02
Análise crítica e jurídica – Crônica de Uma Morte Anunciada
O livro de Gabriel García Marquéz, publicado em 1981, retrata o assassinato de Santiago Nasar, cometido pelos irmãos Vicário em um povoado onde todos os habitantes possuíam conhecimento sobre a possibilidade de realização do crime, e nada fizeram para impedir. O motivo do assassinato de Santiago, foi a acusação de ter tirado a virgindade de uma jovem que estava prestes a se casar.
De início, menciona-se o princípio da culpabilidade, visto que, Santiago foi assassinado por uma mera especulação, o que contraria o conceito desse princípio do Direito Penal, visto que, não há crime sem culpabilidade (nullum crimen sine culpa). Guilherme Nucci explica que: “ninguém será penalmente punido se não houver agido com dolo ou culpa, dando mostras de que a responsabilização não deve ser objetiva, mas subjetiva.”. O crime ocorrido, caracteriza-se como homicídio qualificado, pois, os irmãos Vicário esfaquearam Santiago brutalmente, o que ocasionou sua morte por hemorragia. Além do delito ser caracterizado por homicídio qualificado, também alega-se um crime omissivo impróprio, posto que, o sujeito (povoado) não causou o ato delituoso, mas também não impediu um resultado concreto. 
Pode-se citar que o crime cometido no livro, é um crime de honra, uma vez que o motivo de Pedro e Pablo terem matado Santiago, foi em consequência de terem acreditado na irmã que acusou o jovem estudante de ter tirado sua pureza, algo que na época, era extremamente importante a mulher se casar virgem, caso contrário, a família teria sua reputação manchada. 
Outros acontecimentos que chamam a atenção do leitor durante a obra, são algumas atitudes de personagens secundários, como por exemplo, a negligência do Coronel, que sabia do plano dos irmãos e sequer agiu para que evitasse a consumação do crime, como também, o fato dos moradores do vilarejo não terem avisado Santiago, que ele estava sendo perseguido. Casos omissivos, como o da obra de Gabriel García, ocorrem com grande frequência, um deles, é o caso de Gabriel Fernandez.
Gabriel Fernandez, um menino de 8 anos, foi violentado fisicamente durante 8 meses por sua mãe, Pearl Fernandez, e seu padrasto, Isauro Aguirre. Em sua autópsia, foi possível identificar diversas contusões na cabeça, costelas quebradas, partes da pele queimada, mãos inchadas, e além de tudo, o estômago de Gabriel estava repleto de fezes de gato. 
Os irmãos mais novos da vítima, relataram que Gabriel era forçado a comer as fezes do felino caso não limpasse direito a caixa de areia, mencionando também, que a mãe e o namorado muitas vezes trancavam Gabriel em um móvel da casa, sem comida e idas ao banheiro, e que o padrasto o espancava constantemente por achar que o menino era homossexual.
Quando grávida, Pearl rejeitou seu filho e o abandonou no hospital. Os avós que o acolheram e o criaram, com a ajuda de outros familiares, porém, em 2012, Pearl decidiu leva-lo para morar com ela, devido aos benefícios sociais. 
Com a mudança de endereço, Gabriel começou a ir para a nova escola, onde tinha aula com a professora Jennifer Garcia, com quem ele desabafava sobre apanhar de cinto e até mesmo sangrar durante o espancamento. A professora denunciou o caso, que caiu nas mãos de Stefanie Rodriguez, uma assistente social que possuía pouca experiência na área para lidar com um caso tão sério como o de Gabriel. Ocorreram alguns telefonemas, visitas, mas nada que afastasse o menino de seus abusadores.
A partir daí, o caso passou a piorar. Pessoas próximas a Gabriel, relatam que ele ia à escola com diversos hematomas no rosto, sem fios de cabelo, lábios inchados e até ferimentos causados por uma pistola de ar comprimido. A professora reforçou as denúncias, junto a alguns parentes do menino. Policiais visitaram o apartamento diversas vezes, mas acabavam por acreditar no que a mãe dizia, sem verificar a saúde da vítima. 
Nenhuma das autoridades agiu de forma que salvasse a vida de Gabriel, que morreu em 24 de maio de 2013.
O “Departamento de Serviços à Criança e à Família” sofreu severas críticas, e os quatro funcionários envolvidos no caso - assistentes sociais Stefanie Rodriguez e Patricia Clement, juntamente com os supervisores Kevin Bom e Gregory Merritt – foram demitidos e processados. No entanto, o descaso dessas pessoas, tirou a vida de um menino que hoje, poderia estar vivendo sob a custódia de sua família que o amava e sempre o cuidara tão bem. 
Referências bibliográficas:
https://www.youtube.com/watch?v=je8UBW98a54
https://www.bbc.com/portuguese/geral-51726098
https://www.oxygen.com/true-crime-buzz/trials-of-gabriel-fernandez-has-dcfs-changed-since

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