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A LINGUA DE EULALIA

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Formulário para Atividade Online – AO 02 
 
Nome da Disciplina: Bases Linguísticas da Alfabetização 
Cursista: Angela Maria Alves de Souza 
Polo: Santo Antônio do Descoberto 
Tutor: Hellen 
Turma: A 
 
Atividade: 
 
Referência: BAGNO, Marcos. A língua de Eulália – novela sociolinguística. Ed. Contexto, 1998. 
 
A partir da leitura do material A língua de Eulália, responda aos questionamentos que se seguem: 
 
1. Quais as principais impressões que o livro causou, levando em conta os estudos 
propostos nessa disciplina? 
Dentre as diversas impressões que o livro causou, podemos destacar, a variedade linguística 
existente, o preconceito das pessoas para com os diferentes tipos de linguagem, e a atualização 
pedagógica mediante inovações no processo de escrita e linguagem. 
 
 
 
2. Pode-se afirmar que Eulália fala errado? 
Não,Eulália não fala errado, apenas apresenta variação linguística. Se levar em consideração a 
gramática tradicional, ela fala errado, mas se for pensar no português sem 
padrão,ela fala corretamente. Alguns estudiosos não se prendem a gramática tradicional, pois o 
que importa de fato é a comunicação na sociedade 
 
3. Do ponto de vista das classes sociais, qual a relação entre variedades linguísticas e a 
forma como as classes mais abastadas usam a língua? 
Podemos observar sim que as classes mais favorecidas, utilizam uma linguagem mais formal, 
pois há pessoas de classes menos favorecidas que não tiveram contato com o processo de 
letramento e alfabetização, mas também devemos citar a realidade de variantes regionais, pois 
no Brasil é comum os diferentes sotaques e expressões. E por isso, por vezes, diz-se que cada 
região fala uma língua diferente da outra, ainda que todas sejam a língua portuguesa. 
 
 
 
4. Na página 20 e 21, o autor fala sobre as variedades geográficas, de gênero, 
socioeconômicas, etárias, de nível de instrução, urbanas, rurais, etc. 
Nesse sentido, o que o autor quis afirmar com o trecho abaixo: 
— E cada uma dessas variedades equivale a uma língua? — pergunta Emília. 
— Mais ou menos — responde Irene. 
— Na verdade, se quiséssemos ser exatas e precisas na hora de dar nome a uma língua, 
teríamos de dizer, por exemplo, falando da Vera: “Esta é a língua portuguesa, falada no 
Brasil, em 2001, na região Sudeste, no estado e na cidade de São Paulo, por uma mulher 
branca, de 21 anos, de classe média, professora primária, cursando universidade” etc. 
Ou seja, teríamos de levar em conta todos os elementos — chamados variáveis — que 
compõem uma variedade. É como se cada pessoa falasse uma língua só sua... 
 O autor quis dizer que a língua sofre muitas variações, com base na região, tempo, bagagem 
social, nível escolar e classe Social. 
 
 
 
 
 
 
5. Leia a afirmação a seguir: 
— Se estou entendendo bem — diz Emília —, a língua é um balaio de variedades, e só 
umas poucas vão ser tiradas do balaio para compor o padrão, certo? 
 
Fala-se um certo número de variedades de português, das quais algumas chegaram ao 
posto de norma-padrão por motivos que não são de ordem linguística, mas histórica, 
econômica, social e cultural. Existe, portanto, um português-padrão e um português 
não padrão. Explique esses conceitos: 
 
 
Português padrão: O português padrão, é aquele que todos os falantes da língua 
portuguesa entendem, está relacionada ao uso que se faz da língua por grupos de maior 
prestígio cultural, político e econômico, um vocabulário mais complexo. 
 
 
Português não padrão: Linguagem que não segue os padrões do português formal, aquela 
que desrespeita ás principais normas da língua padrão e é resultado principalmente dos 
fenômenos linguísticos regionais, trata-se da língua falada no dia a dia. 
 
 
 
 
 
6. Leia o texto abaixo: 
Cuitelinho 
Pena Branca e Xavantinho 
 
Cheguei na beira do porto 
Onde as onda se espaia 
As garça dá meia volta 
E senta na beira da praia 
E o cuitelinho não gosta 
Que o botão de rosa caia, ai, ai 
Ai quando eu vim 
Da minha terra 
Despedi da parentáia 
Eu entrei no Mato Grosso 
Dei em terras paraguaia 
Lá tinha revolução 
enfrentei fortes batáia, ai, ai 
A tua saudade corta 
Como aço de naváia 
O coração fica aflito 
Bate uma, a outra faia 
E os óio se enche d'água 
Que até a vista se atrapáia, ai 
 
Música disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E3Uaqd4CCR8 
 
Na pág. 71 o autor faz referência a música Cuitelinho. Em que contexto se trata desse 
assunto no livro? 
O autor faz referência a música de Cuitelinho, que é uma canção rica que tem imagens poéticas 
muito bonitas, tem rima e métrica perfeitas, e se encaixa numa tradição secular de poesia lírica, 
pois nela são apresentadas variações linguísticas, assim como a fala de Eulália. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=E3Uaqd4CCR8
 
 
7. Leia o texto abaixo: 
 
— Parece que a Eulália é mesmo muito prendada — comenta Sílvia. 
— Prendada? Essa é boa! — ri Irene. 
— Menina, em que século passado você nasceu? Sílvia fica corada. 
— Para dizer a verdade — prossegue Irene —, a Eulália é um poço sem fundo de 
conhecimento e sabedoria. Todo dia aprendo uma coisa nova com ela. (…) 
— Pode até ser — comenta Emília enquanto as quatro se sentam em um grande banco de 
madeira sob um caramanchão. — Mas ela fala tudo errado. Isso para mim estraga qualquer 
sabedoria. 
— Eu tive que me segurar para não rir quando ela disse aquelas coisas na mesa — 
acrescenta Sílvia. 
— Que coisas? — quer saber Vera. (...) 
— Eu me lembro — adianta-se Emília. — Ela disse “os probrema”, “os fósfro”, “môio 
ingrês”… 
— É mesmo — confirma Sílvia —, e a mais engraçada foi: “percurá os hôme”... Sílvia ri, e 
Emília a imita. Irene fica séria por alguns instantes. (...) 
— Muito bem — diz Irene. — Vocês não entenderam o verso de Dante que eu citei há 
pouco porque era italiano. Mas e se eu disser assim: “No mundo non me sei parelha, 
mentre me for’ como me vay, ca já moiro por vos – e ay!”? 
— Esse dá quase para entender, afinal é espanhol — diz Sílvia. 
— Não senhora — corrige Irene. — É português. 
— Português?! — espanta-se Emília. 
— Português, sim, só que do século XII, Idade Média. (...) A fala de Eulália não é errada: é 
diferente. É o português de uma classe social diferente da nossa, só isso — explica Irene. 
— Para mim é errado — diz Emília. 
— É errado dentro das regras da gramática que se aplicam ao português que você fala — 
diz Irene. — Mas na variedade não-padrão falada pela Eulália essas regras não funcionam. 
Marcos Bagno. A língua de Eulália – Novela sociolingüística. São Paulo: Contexto, 2000, p. 13-5 
(com adaptações). 
 
O que revela os exemplos de diálogo encontrado nesse trecho do livro de Marcos Bagno? 
A última fala de Irene revela que existem dois tipos de português. Quais são eles? 
Neste trecho, podemos observar o preconceito das pessoas para com as variações linguísticas 
existentes, revela também que língua portuguesa sofre diversas variações de acordo com a 
época ao qual se vive e as classes sociais. Irene revela que existe o português padrão e 
português não padrão. 
 
 
7. Após a leitura do livro, em que você acredita que contribuiu para a compreensão 
a respeito dos conhecimentos que serão construídos nessa disciplina? 
O livro contribui para a percepção que temos sobre o nosso idioma e sobre o preconceito a 
respeito das variedades linguísticas, e também para que possamos entender que quando 
estudamos a língua portuguesa devemos aprender a falar corretamente, porém não devemos 
julgar e criticar quem não sabe.

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