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1 1- Síntese do Direito arcaico dos indígenas brasileiros Portugal em 1500, teve todo o território brasileiro considerado como uma parte do seu domínio e os povos que já existiam ali, os índios, em praticamente dois séculos da história existente do Brasil não tiveram considerações sociais nem territoriais. As “conquistas” por terras além de tirar os direitos indígenas, por grande parte das vezes usavam sua mão de obra em trabalhos desgastantes. Mais tarde com o Alvará Régio de 1° de abril de 1680, Portugal reconheceu que os índios deveriam ter alguns direitos em relação às terras ocupadas por serem os primeiros a estarem ali. Mas, esse Alvará teve pouco respeito e as terras continuaram como objeto de apropriação dos colonos que em diversas vezes contavam com apoio das autoridades existentes na época. Um exemplo desse estímulo e apoio recebido pelas autoridades pode ser dito pela edição da Carta Régia no dia 2 de dezembro de 1808, que tratava as terras “conquistadas” como desabitadas e assim permitia que fossem apropriadas por quem a Coroa Portuguesa desejasse. Acredita-se que esse ato de deixarem que as terras fossem tomadas livremente considerando-as desabitadas, hoje explica facilmente a situação na qual se encontram os indígenas. Pode ser dito ainda, que as muitas tentativas da Coroa em ordenar a posse dos territórios indígenas serviram para que eles fossem segregados em espaços limitados e que as grandes extensões existentes fossem liberadas para ocupação no processo de colonização. Esse processo foi chamado de aldeamento, e como forma de administração, foi usada a religião, com principal objetivo em catequizá-los. Para mais, o Regimento das Missões de 1686 que visava facilitar o trabalho religioso também foi imposto na área. Ademais, com a edição da lei Pambalina a em 1755, houveram reformas econômicas, sociais e políticas e o direito à terra foi estendido aos herdeiros dos índios. Mas, mesmo havendo essa lei que regulamentava esse direito sobre a terra, os índios continuavam a sendo expulsos. Nessa época, é iniciado uma prática que atravessa o império por boa parte da história republicana e que consistia em restringir aos índios pequenas porções de terras. Em grande parte das vezes, essas terras eram limitadas nos seus ao redores e não haviam ali preocupações com condições mínimas necessárias. Mais tarde, essa política gerada 2 para transformar os espaços maiores em terras desocupadas, geraria um caos fundiário de direito e de fato no qual foram envolvidos os índios. Outrossim, a chamada Lei de Terras de 1850, regulamentou a propriedade privada no território do Brasil e fez concessões sobre o direito territorial dos índios fazendo reservas de terras para a sua colonização. Mais tarde, o mesmo império, criou uma nova regra para permitir que ele não cumprisse os direitos dados pela lei. Assim, foram dadas instruções que declaravam que as terras das aldeias foram desabitadas e abandonadas pelos índios. Assim, os presidentes provinciais apenas atestavam que as terras indígenas tinham sido abandonadas mesmo que não fosse a realidade agravando ainda mais o direito dos índios. Mais tarde, surgiram ainda as Certidões Negativas , que seguem a mesma linha sobre abandono de terras, elas foram expedidas pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e até hoje, pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Pode ser dito que abusos foram feitos em nome dessas certidões e os índios ainda hoje possuem dificuldade em provar que estiveram naquele local pois foi declarado que nunca estiveram. Já na forma Republicana, no Brasil, praticamente todas as terras estavam vinculadas a um poder Central e as províncias não possuíam autonomia como antes e surge assim o artigo 64 da Constituição de 1891 “ Pertencem aos Estados as minas e terras devolutas situadas nos seus respectivos territórios(...)”. Essa permissão tinha uma espécie de regulamento para que as terras fossem incorporadas ao patrimônio do estado, mas em regra, esse regulamento era quebrados na maioria daz vezes. Assim, pode-se dizer que se o que tivesse em regra fosse realmente seguido, conflitos atuais seriam descartados facilmente, visto que, os índios provariam de forma documentada se estiveram nas terras ou não. Pode ser dito ainda que a Constituição de 1891, não trouxe menções quanto ao direito territorial dos índios e isso explica o motivo do SPI ter surgido em 1910 e não ter poderes para reconhecer terras indígenas. Ainda, para demarcar terras indígenas, o governo federal precisava se entender antes com o governo estadual e municipal e essa situação perpetuou quase que na mesma ideia até os anos 60. As terras indígenas, geralmente eram marcadas com extensões provisórias, era liberando tudo em sua volta para que os governos pudessem titular o seu uso. Os índios sem condições de seguirem sua vida tradicional, se tornavam mão de obra barata para os donos das fazendas e alguns ainda, levavam essa dura vida para continuarem ligados com 3 seus territórios maternos. Com o passar do tempo, alguns fazendeiros costumavam acusá- los de “índios de invasores” e obtinham ordens judiciárias para o seu despejo. Apenas com a atual Constituição de 1988, situações como essas começaram a ser revistas e houveram alguns problemas solucionados ou atenuados. Vale citar, o artigo 231, parágrafo 1° da CF/88 “São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.” PERÍODO: Brasil Império 2- Constituição de 1824 Para início, vale lembrar que em 1808 a Família Real pensando na ocupação das terras napoleônicas, se transfere para o Brasil e a sua colônia começa a ser chamada Reino Unido a Portugal e Algaves. Continuando, por exigências de alguns nobres portugueses e em decorrência da Revolução do Porto, o Rei Dom João VI, volta a Lisboa em 1821 deixando seu filho D. Pedro como Príncipe real do Reino Unido. Acredita-se então que movimentos como esse intensificaram e contribuíram para que movimentos de independência surgissem e em 1822 . Além disso, a Corte portuguesa exigia que D. Pedro I voltasse tentando efetivar a recolonização brasileira mas ao receber diferentes assinaturas de liberais radicais já existentes na época, ele disse a então fase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto, digam ao povo que fico.” Para mais, para criar um projeto que tivesse harmonia com suas vontades, D.Pedro I cria um conselho de Estado reunindo cidadãos do partido Português e no dia 25 de março de 1824 foi declarada a primeira Constituição brasileira, tendo como nome “Constituição Política do Império do Brasil” sendo uma das que duraram mais tempos até os dias atuais. Podem ser ditos como Características principais dessa constituição, o governo como uma monarquia unitária, hereditária e centralizadora, o catolicismo como religião oficial adotada pelo Estado, onde outras religiões eram permitidas se fossem realizadas apenas em cultos domésticos ou particulares rejeitando quaisquer manifestações externas. 4 O território, foi dividido em províncias e estas podiam ainda ser subdivididas, como de costume eram subordinadas ao Poder Central e tinham uma espécie de presidente que o Imperador nomeava na qual poderia ser removido a qualquer momento em nome do bom serviço do Estado. A capital do Império brasileiro, tinha como sede a cidade do Rio de Janeiro e de 1822 a 1889 foi ainda a sede do poder Federal. Já em 1891 com a primeira Constituição da República, o Rio de Janeiro foi transformado em Distrito federal continuando a serCapital da União. A Constituição Imperial, como era de se esperar, dava indícios de uma divisão de poderes, e tendo alguns embasamentos em ideias de Benjamin Constant, não foi adotada a separação de três poderes de Montesquieu, além da existência do Judiciário, do Executivo e do Legislativo, possuía também o poder Moderador. A priori, o poder Judiciário era independente e possuía jurados e juízes. Os juízes aplicavam leis e os jurados opinavam sobre os fatos. Para os juízes de direita era assegurado vitaliciedade e estes perderiam seu posto apenas por sentença. Para o julgamento de última e segunda instância haviam nas províncias as “Relações” e, na Capital, havia o Supremo Tribunal de Justiça e em sua composição havia juízes das “Relações”. Para mais, o poder Executivo era exercido pelo Imperador contando ainda com participações dos seus Ministros de Estado. Dito no artigo 102 “o Imperador é o chefe do poder Executivo e o exercita pelos seus ministros de Estado”. Ademais, Em 1831, após a renúncia de D. Pedro I, na fase da regência onde aproximadamente nove anos se passaram com a menoridade de D. Pedro II, ele agora com 15 anos de idade, ele assume o “trono” em 1841 contribuindo para que fosse instituído o Parlamentarismo Monárquico no Brasil. Já o poder Legislativo, exercido pela Assembleia Constituinte, possuía a câmara dos Deputados e dos Senadores, a primeira era temporária e eletiva, já a segunda vitalícia. As eleições eram indiretas e possuíam sufrágio, tinham como base para os títulos as condições econômicas de cada um e tendo como exemplo, as condições para concorrer a uma vaga no Senado, além de ter uma idade mínima, precisavam de muito dinheiro. Para príncipes, não era necessário idade mínima de 40 anos, candidatura nem ser uma pessoa considerada de saber pois o artigo 49 assim previa “ aos príncipes da casa Imperial são senadores por direito e terão assento no Senado, logo que chegarem a idade de vinte e cinco anos.”. 5 O poder Moderador, era privado aos monarcas e pode ser dito como um poder absoluto disfarçado pois tinha exclusividade ao imperador. Era definido no artigo 98 como “a chave de toda a organização política” para que assim o imperador conseguisse de alguma forma vigiar, equilibrar e harmonizar os poderes sendo um mecanismo para garantir a estabilidade do Imperador no trono. Ou seja, era a real chave para a falência dos outros poderes existentes. No âmbito Legislativo, o poder Moderador poderia nomear Senadores, vetar ou sancionar o que entendesse, convocar Assembleias e dissolver a câmara dos deputados, já no Executivo, poderia demitir e nomear quando desejasse e ao Judiciário poderia suspender os Magistrados. Para concluir, a constituição foi classificada como semirrígida e pode-se dizer que por ter tido influências em revoluções Francesas e Americanas, e estar atrelada de certa forma a ideias de Constituições liberais, acredita-se que isso de alguma forma possa ter interferido e influenciado na declaração de direitos e garantias das Constituições seguintes. Cabe ressaltar também que a Constituição mesmo naquela época, proibia prisões arbitrárias e tutelava a liberdade de locomoção, mas, apenas no código Criminal de 1830 houve a garantia do Habeas Corpus. PERÍODO: Brasil República REPÚBLICA “VELHA” 3- Faça uma breve síntese e crítica da fonte normativa : Constituição de 1891 A constituição de 1891, de forma revolucionária transformou o Estado Brasileiro ajudando a modernizar sua estrutura de governo como já ocorrido anteriormente nos Estados Unidos e na Europa. Acredita-se que pela época, esse foi um grande feito e pode ser considerado uma grande evolução sendo assim uma das Constituições mais importantes já tidas no Brasil mesmo tendo um curto tempo de vida. No ano de 1889, no Brasil o império chegou ao fim com o desgaste do sistema Monárquico e com os militares interessados em proclamar uma república derrubando o regime vigente. Com o governo provisório de Marechal Deodoro da Fonseca, uma nova organização se inicia e os dois anos seguintes tiveram diferentes movimentos para estabelecer um novo Estado e uma nova Constituição. 6 A constituição de 1891, teve fortes influências na Constituição Norte Americana de 1787 e o jurista Rui Barbosa a consagrou como um sistema de governo Presidencialista tendo a forma de Estado Federal e governo Republicano substituindo assim a Monarquia vigente na época. Como consequência do surgimento de novas perspectivas de um novo Brasil, surgiram fundamentos como a descentralização dos poderes e a implementação de autonomia aos Estados e Municípios. As mudanças foram constitucionalizadas e podem ser notadas logo no artigo 1° que trata “, Nação brasileira adota então, como forma de Governo perante o regime representativo, a República Federativa que foi proclamada em 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em Estados Unidos do Brasil. Para mais, o Presidente da República substituiu o Imperador e para escolher quem tomaria esse título, ocorreram eleições onde podiam votar apenas homens com idade maior a 21 anos, alfabetizados e com um limite de renda maior que o estabelecido. Outrossim, uma das principais mudanças, foi a extinção do Poder Moderador que era um dos principais símbolos da Monarquia pois permitia o imperador a interferência nos demais poderes e a tomada de muitas decisões. Sendo assim, a nova Constituição determinou a existência de apenas três poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Determinou também, que os representantes dos poderes Legislativo e Executivo seriam eleitos através de eleições diretas feitas pelo povo. O poder Legislativo, com a sanção do presidente, era exercido pelo Congresso Nacional e composto por duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. A primeira casa, continha representantes do povo eleitos pelo Distrito Federal e pelos Estados na forma de sufrágio direto para exercer o mandato por 3 anos. A segunda casa, possuia 3 senadores por Estado e 3 pelo Distrito Federal para um mandato de 9 anos. O poder Executivo, exercido pelo Presidente e já eleito junto com o vice por sufrágio direto tinha como mandato 4 anos e não podia ser reeleito. Vale mencionar que a primeira eleição para presidente e vice, foi de forma indireta pelo Congresso Nacional elegendo o Presidente Marechal Deodoro da Fonseca e o Vice Marechal Floriano Peixoto. O poder Judiciário, composto por 15 juízes no seu órgão máximo, teve nome de Supremo Tribunal Federal e ali houve previsões sobre a vitaliciedade para juízes Federais e para membros do Supremo Tribunal Militar. 7 Outra mudança ocorrida e digna de ser citada, é que a nova Constituição, trazia como definição, o Brasil como um Estado leigo, laico ou não confessional, ou seja, sem previsões para uma religião oficial. E para mais, no preâmbulo da Constituição não houve a expressão “sob a proteção de Deus”. Uma das evoluções marcantes em relação a essa mudança de definição está presente no artigo 4 do Decreto n.199-A, de sete de janeiro de 1890 “Art. 4º Fica extinto o padroado com todas as suas instituições, recursos e prerrogativas.”, o imperador não possuía mais direitos intervir em nomeações de bispos para como cargos ou benefícios eclesiásticos. Ademais, essa Constituição é considerada rígida e, artigo 90 havia procedimentos de mudanças mais difíceis que as demais espécies normativas. A declaração de direitos, foi modificada e houveram abolições como a pena de galés, de morte e banimento trazendo ainda garantias sobre a liberdade privada, civil e política. Pode-se dizer então que foram grandes os feitos desta Constituição e seu progresso ajudou bastante na evolução para o que temos hoje. Mesmo em tempos antigos, ela conseguiu deixaruma marca produtiva e embora não tenha dado garantias aos escravos recém libertos da época, acredita-se que isso ocorreu pelas diferentes questões existentes naquele período sobre tais assuntos. ERA VARGAS (REPÚBLICA “POPULISTA”) Faça uma breve síntese da fonte normativa abaixo: 4- Constituição de 1934; Para início, vale citar a crise econômica de 1929 e os diferentes movimentos realizados na época para conquista de melhores condições sociais no trabalho que influenciaram a promulgação do texto de 1934 e que acabaram por abalar os ideais liberalistas econômicos. Então, em 1934, surge uma constituição com objetivo de melhorar as condições sociais dos brasileiros criando diversas leis tendo em base a ampliação dos direitos cidadãos em áreas como a saúde, o trabalho, a educação. Possibilitando assim, que a população que até então era desprezada do processo político começasse então a adentrar nesse procedimento. 8 Foram mantidos nela, princípios como a república, tripartição de poderes, federação, regime representativo e o presidencialismo e pode-se dizer que com ela veio junto uma maior perspectiva de mudança para muitos brasileiros. Quanto a sua forma de regime representativo e de governo, já no artigo 1° é possível notar que ele quase repetiu os termos da Constituição de 1891 quando trouxe que o Brasil era composto “pela união perpétua e indissolúvel dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios”. Ademais, a constituição preservou a forma de governo como Presidencialismo Representativo e fortaleceu o Poder Executivo Federal frente aos outros poderes em relação aos Municípios e Estados. Para mais, a liberdade de consciência e de crença era inviolável e era assegurado que os cultos religiosos tivessem livre exercício se não fossem contra a ordem pública e os bons costumes e assim foram continuadas as matérias da religião oficial e o país continuou laico, leigo e não confessional. Outrossim, foi facultado o ensino religioso em escolas públicas e diferente da constituição de 1891, agora, havia no preâmbulo “sob a proteção de Deus”. A teoria de Montesquieu foi mantida em relação a organização dos poderes tendo assim, o artigo 3° “São órgãos da soberania nacional, dentro dos limites constitucionais, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e coordenados entre si.” Assim como a Constituição de 1891. Prosseguindo, outro ponto a ser citado, presente agora no artigo 23 parágrafo 3°, “Os Deputados das profissões serão eleitos na forma da lei ordinária por sufrágio indireto das associações profissionais compreendidas para esse efeito, e com os grupos afins respectivos, nas quatro divisões seguintes: lavoura e pecuária; indústria; comércio e transportes; profissões liberais e funcionários públicos”. Além de eleitos diretamente pelo povo, podiam ser eleitos de forma indireta por representantes de organizações profissionais e os doutrinadores chamavam esse ato de “representação corporativa de influência fascista”. Tendo agora o Senado Federal, este tinha competências legislativas reduzidas a federação, e em sua composição havia dois representantes do Distrito Federal e de cada Estado, onde eram eleitos por sufrágio universal para um mandato de 8 anos e havia renovações de 4 em 4 anos junto com a câmara dos deputados. Sobre o poder Executivo, tinha o exercício do Presidente da República que era eleito junto com o vice via sufrágio universal, direto, secreto,e com um mandato de 4 anos 9 sem possível reeleição. Ainda, o presidente possuía assistências vindas de Ministros de Estado que começaram a ter tais responsabilidades. Já sobre o poder Judiciário, este conseguiu maiores relevâncias e entre um dos seus progressos, pode ser citado que aos juízes, foram estabelecidas garantias quanto vitaliciedade, imobilidade, e irredutibilidade. Essa Constituição foi considerada rígida, e em razão de possuir um caráter social, podem ser marcados novos títulos referentes à família, educação, segurança nacional e entre outros. Para mais, ela ainda contribuiu para a concessão de diversos direitos como o voto feminino e secreto, fortaleceu a legislação trabalhista e trouxe novidades para os remédios constitucionais visto que constitucionalizou a ação popular e o direito ao mandato de segurança, permitiu que fossem criados institutos de pesquisas, deu incentivo para ensinos primários médios e superiores, favoreceu exportações de produtos agrícolas, mantendo ainda os direitos anteriores já alcançados. A constituição de 1934 foi uma das mais curtas existentes no mundo e a menor presente na história do Brasil, durando apenas 3 anos e três meses, teve sua promulgação em 16 de julho de 1934 e foi substituída por outra em 10 de novembro de 1937. DE 1946 À DITADURA MILITAR 5- Faça uma breve síntese sobre um destes temas: 1) Constituição de 1946; 2) Emenda Constitucional nº 1 de 1969 ou 3) Regramentos sobre a Censura no período e a ADPF 130 de 2009; 1) Constituição de 1946; Pode-se dizer que esta Constituição fez com que o Brasil voltasse para a participação popular e para a democracia, deixando assim as trevas que haviam sido instauradas por Getúlio Vargas. Ele chegou ao poder em 1930 por meio de um movimento revolucionário com objetivos de modernizar o Brasil mas teve tanto afeto ao Poder que logo em seguida causou um Golpe de Estado no seu próprio governo abrindo então uma Constituição totalmente autoritária e o que era pra ser transitório percorreu 15 anos, ou seja, só saiu do poder após ser retirado por outro Golpe em 1945. 10 Com a saída de Vargas da presidência, iniciavam novas expectativas sobre a democracia para o povo brasileiro e logo essas ideias se consolidaram com a promulgação de uma constituição democrática em 18 de setembro de 1946. Quando o Brasil entrou na guerra ao lado dos aliados, houveram efeitos contraditórios pois, por um lado, o regime ganhou tempo já que o estado de guerra dava a Vargas bons argumentos para adiar sua estadia no governo por tempo indeterminado, assim, ele adiou a consulta popular prevista para validar a Constituição de 1937. Por outro lado, a escolha de lutar contra o nazifascismo, deixou a manutenção de uma ditadura no país em cheque e vendo o desgaste do governo, as oposições aproveitaram as contradições existentes para mudar o regime brasileiro. Assim, o Estado Novo iniciou uma crise e em 29 de outubro de 1945 caiu. Após a segunda guerra mundial, Vargas entrou em descrédito com o povo brasileiro e com o governo dividido entre grupos pro Estados Unidos e pro Alemanha, foi aproveitado a rivalidade entre esses países. Com o fracasso da Alemanha, um movimento gerado pela oposição o tirou do poder em 1945 quando ele tentou substituir por seu irmão Benjamin Vargas, o chefe de polícia do Distrito Federal. Acredita-se que outro fato que ajudou para retirada de Getúlio do poder foi a nomeação de João Alberto para prefeito do Rio de Janeiro, mostrando mais uma vez a sua vontade de continuar no poder. Assim, Vargas foi expulso do poder pelos generais Góes Monteiro e Gaspar Dutra e então, o Presidente do Tribunal Federal Ministro José Linhares foi convocado pelas forças armadas e tomou o cargo de presidente . O novo presidente, com um pouco mais de noventa dias, implementou grandes mudanças comportamentais e legais tendo em vista novos objetivos para a nação, a exemplo pode ser citado, a revogação do artigo 177 que aceitava a aposentadoria ou reforma compulsória a exclusivo juízo do governo de funcionários militares e civis. Por fim, ele governou de 29 de outubro de 1945 à 31 de janeiro de 1946. Linhares implementou a lei Constitucional n°13 de 12 de novembro de 1945 que para o Parlamento eleito em 2de dezembro concedia poderes constituintes relacionados com a elaboração da nova Constituição brasileira. Assim, a Assembleia Constituinte teve sua instalação em 1 de fevereiro de 1945 e o texto foi promulgado dia 18 de setembro de 1946, marcando assim a democratização do país e o repúdio a Estados totalitários. O texto Constitucional teve inspiração em ideias contidos na Constituição de 1891 e na de 1934, já na ordem econômica, tentou harmonizar a justiça social com o princípio da livre iniciativa. Ademais, muitos intelectuais participaram da sua produção e em 11 primeira vez, comunistas integraram reuniões nas Assembleias e como resultado, houve uma Carta Constitucional que pode ser dita avançada para a época pois havia nela avanços na liberdade individual e na democracia de cada cidadão. O General Gaspar Dutra, foi eleito pelo voto direto com cerca de 55% de aprovação para novo presidente, tomando posse do título no dia 1 de fevereiro de 1946. Então, a constituição promulgada no dia 18 de setembro de 1946, possuía importantes modificações em relação ao antigo texto e entre estas, as mais importantes e dignas de serem citadas são: a igualdade dos cidadãos perante as leis, aumento da participação do voto de mulheres que antes era permitido apenas as que possuíam cargos públicos remunerados, liberdade de consciência, crença e exercício de cultos religiosos, pena de morte extinta, tripartição de poderes visando delimitar a ação de cada um, sigilo de correspondência inviolável, liberdade de expressão e muitos outros. Este período foi grandemente importante para a história das Constituições e é considerado pelos historiadores como a primeira experiência do regime democrático no Brasil. “NOVA REPÚBLICA” – REDEMOCRATIZAÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DE 1988. 6- Faça uma breve síntese sobre: a) a Constituição de 1988, incluindo a informação sobre: b) quantas Emendas Constitucionais ela possui; e c) temas que foram regulamentados em leis para possibilitar a sua aplicação (citar cinco destas leis). A constituição de 1988, conhecida como constituição cidadã, é a atual presente no Brasil, pode ser dito que ela possui ampla participação popular e em sua elaboração possuiu constante busca por efetivação de direitos e garantias aos brasileiros. Sendo a atual Carta Magna da República Federativa do Brasil, é a oitava Constituição existente na história do país desde a sua independência e foi elaborada por 588 constituintes em 20 meses. Promulgada no dia 5 de outubro de 1988, teve quase que imediato o título de Constituição cidadã por ser dita a mais completa já existente no Brasil e por existirem destaques quanto a garantia e acesso à cidadania. Acredita-se que essa 12 grande preocupação no momento de sua escritura diz respeito ao período anterior da chamada Ditadura Militar e a busca por direitos e garantias vem como resposta direta a essa época, sendo assim, em relação às constituições anteriores a que teve maior avanço na chamada democracia plena. Presente no artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), a nação foi notificada para um plebiscito em que o eleitor teria a chance de escolher como forma de governo a Monarquia Constitucional ou a República e um sistema de governo entre parlamentarismo ou presidencialismo. Assim, no dia 21 de abril de 1933, o resultado foi dado e trazia consigo a manutenção da república constitucional do sistema presidencialista de governo. Para mais, no artigo 3º do ADCT “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. ” fixava a manifestação do poder Constituinte Derivado Revisor . No dia 7 de outubro de 1933, foi inaugurado trabalhos de revisões e após meses, houveram cerca de 30 mil propostas e 74 projetos foram elaborados, mas, apenas 6 aprovados como Emenda Constitucional de Revisão. Ademais, o artigo 60 desta constituição traz limitações e regras para a aprovação e criação das Emendas Constitucionais, entre elas, pode ser citado aqui as Limitações Materiais que são conhecidas comumente por Cláusulas Pétreas estando presentes no § 4º deste artigo acima mencionado. Continuando, a Federação continua como Forma de Estado, mas, é possível notar que há uma pequena ampliação na autonomia financeira e administrativa do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios. O texto, foi caracterizado centralizador e a união como esperado continuou fortalecida. Quanto às religiões, não há a existência de uma oficial para o povo brasileiro e foi continuado para o Brasil, um Estado Laico e não Confessional embora no preâmbulo haja a previsão de Deus “sob a proteção de Deus”. A teoria de Montesquieu sobre a tripartição de poderes existente no regime anterior, foi também continuada e evoluída pois para abandonar a supremacia do executivo que liderava, foi buscado um equilíbrio maior usando a técnica de freios e contrapesos para que um poder controlasse outro. Pode ser citado ainda, o poder Judiciário que teve total independência em suas decisões finais em relação a possíveis interferências do poder Executivo e foi criado o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que além de ser o órgão de convergência da justiça 13 comum, possui responsabilidades como a de uniformizar interpretações trazidas na lei Federal em todo Brasil. Como dito, a constituição de 1988 foi considerada como cidadã e em relação aos direitos e garantias fundamentais, ela avançou grandemente como nenhuma outra já existente no Brasil. Ela fez a divisão dos direitos em cinco capítulos onde vai desde o artigo 5° ao 17°, tendo a organização da seguinte forma: capítulo 1 “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, capítulo 2 “Dos Direitos Sociais”, capítulo 3 “Da Nacionalidade”, capítulo 4 “Dos Direitos Políticos”, capítulo 5 “Dos Partidos Políticos”. Outro ponto que pode ser trago pra mostrar ainda mais como a constituição tenta igualar a todos em direitos e garantias é que em 2013 para comemorar os 25 anos da Constituição, foi lançado uma versão áudio e linguagem de sinais para brasileiros com deficiência. Por fim, esta Constituição é classificada como promulgada, rígida, escrita, eclética, normativa, dirigente, formal, dogmática e analítica e até os tempos atuais houveram 106 Emendas Constitucionais sendo a última realizada em 7 de maio de 2020, possuindo ainda 6 revisões e 2 Tratados Internacionais. Exemplo de temas que foram regulamentados em leis para possibilitar a sua aplicação: 1. Constituição Federal - 5º, VII Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Legislação ordinária: Lei nº 9.982, de 14/07/2000 2. Constituição Federal - 21, XXI Art. 21. Compete à União: http://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/2000/lei-9982-14-julho-2000-360444-norma-pl.html 14 XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; Legislação ordinária: Lei nº 5.917, de 10/09/1973 3. Constituição Federal - 49, II Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneça temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; Legislação Complementar: Lei Complementar nº 90, de 01/10/1997 4.Constituição Federal - 143, § 1º Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. §1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Legislação ordinária: Lei nº 8.239, de 04/10/1991 5. Constituição Federal - 170, Parágrafo único Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Legislação ordinária: Lei nº 9.841, de 05/10/1999 http://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5917-10-setembro-1973-358077-norma-pl.html http://www2.camara.gov.br/legin/fed/leicom/1997/leicomplementar-90-1-outubro-1997-363944-norma-pl.html http://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/1991/lei-8239-4-outubro-1991-365105-norma-pl.html http://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/1999/lei-9841-5-outubro-1999-369202-norma-pl.html
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