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E D LING E COMUN JURIDICA

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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURIDICA
CONTEUDO 1 A 9
MODULO ZERO A 8
PROFESSORA: LUCIANA
caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) ao Sistema EAD.
Introdução/Objetivos  
Nesta nossa disciplina trataremos da linguagem jurídica, disciplina de grande importância para todos aqueles que trabalham com o Direito, tendo em vista a necessidade de diuturna argumentação. Abordaremos, neste estudo, os seguintes tópicos: características do texto argumentativo jurídico; teses argumentativas; audiência particular e universal; lugares da argumentação; hierarquia de valores; retórica e oratória; argumentação jurídica.
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que se dedique ao menos três horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo, você deverá buscar entender muito bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior se você acompanhar também a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso ao longo dos estudos.
1 - CONTEÚDOS E LEITURAS SUGERIDAS
	MÓDULO
	BIBLIOGRAFIA BÁSICA
	BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
	Módulo 1: Característica do texto argumentativo jurídico.
	O Discurso do Tribunal do Júri: uma análise do percurso argumentativo do Tribunal do Júri do Caso Izabella Nardoni – realizada pelo programa de bolsa docente na Universidade Paulista.
	 
	Módulo 2: Teses argumentativas primárias e secundárias.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
	 
	Módulo 3: Audiência particular e universal.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
	 
	Módulo 4: Lugares da argumentação.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
	 
	Módulo 5: Hierarquia de valores.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
	 
	Módulo 6: Retórica e Oratória.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
		ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. Trad. Zilda H. S. Silva. São Paulo: Landy Editora, 2005.
 
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica: nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. NS SICHES, Luíz Recaséns Tratado General de Filosofia del Derecho, México, Ed. Porrua, 1959.
	Módulo 7: Argumentação Jurídica.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
		ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. Trad. Zilda H. S. Silva. São Paulo: Landy Editora, 2005.
 
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica: nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. NS SICHES, Luíz Recaséns Tratado General de Filosofia del Derecho, México, Ed. Porrua, 1959.
	Módulo 8: Lógica Jurídica.
		ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
 
		ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. Trad. Zilda H. S. Silva. São Paulo: Landy Editora, 2005.
 
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica: nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. NS SICHES, Luíz Recaséns Tratado General de Filosofia del Derecho, México, Ed. Porrua, 1959.
Nota: ver abaixo as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas.
2 - AVALIAÇÕES
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações (NP1, NP2, SUB e EXAME), cabendo a você tomar conhecimento do Calendário Escolar dessas avaliações divulgado no campus e do agendamento das datas das suas provas através deste sistema on line, dentro dos períodos especificados. Na data e horário agendados para a sua avaliação dirigir-se ao Laboratório de Informática ou outro setor designado pela Instituição para a realização da prova em sistema on line.
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem de ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a mera repetição dos exercícios da autoavaliação.
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os conteúdos e exercícios que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:
2.1-CONTEÚDOS EXIGIDOS NAS AVALIAÇÕES
	AVALIAÇÕES
	CONTEÚDOS
	EXERCÍCIOS
	NP1
	Módulos 1 a 4
	Exercícios on line respectivos
	NP2
	Módulos 5 a 8
	Exercícios on line respectivos
	SUB
	Módulos 1 a 8
	Todos os exercícios
	EXAME
	Módulos 1 a 8
	Todos os exercícios
3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia Básica:
ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo, Ateliê Editorial, 2007.
O Discurso do Tribunal do Júri: uma análise do percurso argumentativo do Tribunal do Júri do Caso Izabella Nardoni – realizada pelo programa de bolsa docente na Universidade Paulista.
Bibliografia Complementar:
ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. Trad. Zilda H. S. Silva. São Paulo: Landy Editora, 2005.
AUMAN, Z. Identidade. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
BITTAR, Eduardo C.B; ALMEIDA, Guilherme de Assis. Curso de Filosofia do Direito. 4ª ed., São Paulo: Atlas, 2005.
COELHO, Fábio Ulhôa. Roteiro de Lógica Jurídica. , São Paulo: Max Limonad, 1996.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber, fazer: elementos da história do pensamento ocidental. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 1995.
FERRAZ JR, Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: técnica, decisão, dominação. 4ª ed., São Paulo: Atlas, 2003.
FRONDIZE, R. ¿ Que són los valores?. México: Fondo de Cultura Econômica, 1968. 84 Vera Rudge Werneck Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 73-86, jan./abr. 2010
GOBRY, Y. De la valeur. Louvain, Paris: Vander; Vauwelaerts, 1975.
PERELMAN, Chaim. Lógica jurídica: nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. NS SICHES, Luíz Recaséns Tratado General de Filosofia del Derecho, México, Ed. Porrua, 1959.
SCHELER, M. Ética: nuevo ensaio de una fundamentacion de un personalismo ético: termo 1. Tradução Hilário Rodrigues Sanz. Madri, 1941. SCHELER, M. Da reviravolta dos valores. Tradução Marco Antônio dos Santos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1972.
TOMASZEWSKI, Adauto de Almeida. A lógica do razoável e o negócio jurídico: reflexões sobre a difícil arte de julgar. Disponível na Internet: em http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=86 . Acesso em 25 de junho de 2007.
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito: Primeiras linhas. São Paulo: Atlas, 2004.
WERNECK, V. R. Educação e sensibilidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1996. 
CONTEÚDO 2 MÓDULO 1
MÓDULO I – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO ARGUMENTATIVO JURÍDICO[1]
 
Tendo em vista que nossa proposta é analisar as características do gênero discurso jurídico, enquanto estrutura argumentativa, para que possamos compreender que o livre convencimento dos integrantes do Conselho de Sentença fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam, passamos a discutir considerações de pesquisadores que se dedicaram à análise da eficácia da argumentação.
Iniciaremos com um apanhado teórico sobre as formações imaginárias e a antecipação, segundo Pêcheux (1969), para, posteriormente,discorrermos sobre a nova retórica, segundo Perelman (1982).
Para que o processo subjacente à estrutura argumentativa do discurso jurídico enunciado no Tribunal do Júri se faça revelar, procedemos a articulações teóricas que nos permitirão refletir sobre o processo de argumentação em si.
2.1.     Formações Imaginárias
(PÊCHEUX, 1969)
Para que a nossa discussão sobre a construção do percurso argumentativo do gênero discursivo jurídico, nos concentraremos na enunciação do Tribunal do Júri, na medida em que essa enunciação reúne todos os elementos que nos são necessários para compreender com clareza os aspectos teóricos que discutiremos.
Considerando que o discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri tem como esteio os autos do processo e estes têm como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem, consideramos que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente (PÊCHEUX, 1969).
Segundo o autor, o processo discursivo supõe a existência de formações imaginárias que, de forma sistemática, poderiam ser assim representadas:(PÊCHEUX, 1990, p.83)
	SIGNIFICAÇÃO DA EXPRESSÅO
	QUESTÃO  IMPLÍCITA CUJA "RESPOSTA" SUBENTENDE A FORMAÇÃO IMAGINÁRIA CORRESPONDENTE
	 Imagem do lugar de A para
o sujeito colocado em A
	 
"Quem sou eu para lhe falar assim?"
	 Imagem do lugar de B
para o sujeito colocado em A
	 
"Quem é ele para que eu  lhe fale assim?"
	 
Imagem do lugar de B
para o sujeito colocado em B
	 
"Quem sou eu para que ele me fale assim?"
	Imagem do lugar de A para o sujeito colocado em B
	"Quem é ele para que me fale assim?"
 
Quanto ao referente (PÊCHEUX, 1990, p.84), podemos entender que, no contexto de enunciação do discurso do júri sobre o qual esta pesquisa se debruça, o referente se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa), enquanto o crime em si já se assemelhe a um objeto imaginário, assim como a vítima, no caso de homicídio consumado.
 
	SIGNIFICAÇÃO DA EXPRESSÅO
	QUESTÃO  IMPLÍCITA CUJA "RESPOSTA" SUBENTENDE A FORMAÇÃO IMAGINÁRIA CORRESPONDENTE
	"Ponto de vista"
de A sobre R
 
	"De que lhe falo assim?"
	"Ponto de vista"
de B sobre R
 
	"De que ele me fala assim?"
 
Considerando-se a função social do autor que perpassa laudos necroscópicos, periciais, documentos e depoimentos constitutivos o discurso enunciado no Tribunal do Júri, entendemos pertinente, para a compreensão do processo que envolve a argumentação desse discurso, estabelecer articulação entre Pêcheux (1969), no que tange às formações imaginárias, e Orlandi (1988), no que se refere ao fato de o texto apresentar um leitor virtual no ato da escrita.
Há um leitor virtual inserido no texto. Um leitor constituído no próprio ato da escrita. Em termos do que denominamos 'formações imaginárias' em análise do discurso, trata-se do leitor imaginário, aquele que o autor imagina (destina) para o seu texto e para quem ele se dirige. Tanto pode ser um seu 'cúmplice' quanto um seu 'adversário'" (ORLANDI, 1988, p.9).
 
A nosso ver, tal recurso favorece o sujeito enunciador promotoria ou defensoria no sentido de permitir que seus argumentos sejam mais eficazes, já que eles se fundamentam no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes e, consequentemente, aceitáveis por seu interlocutor virtual.
É possível, ainda, que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, e, por antecipação, negocie com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão de seu interlocutor à sua proposta. Assim, no próximo tópico, estaremos abordando especificamente as considerações de Pêcheux (1969) no que tange à antecipação.
Antecipação
(PÊCHEUX, 1969)
Entender a questão da estrutura argumentativa do discurso jurídico, a nosso ver, implica considerar as formações imaginárias, segundo Pêcheux (1969), e, igualmente, reconhecer a necessidade de o sujeito antecipar o contra-argumento de seus interlocutores, de modo a minimizar que seu argumento venha a ser refutado.
A questão da antecipação fundamenta-se na necessidade de "A" (entendido pelo sujeito/autor) trabalhar antecipadamente sobre as possíveis respostas de "B" (interlocutor).
O autor enfatiza a "distância" entre uma e outra parte, já que é a partir da "distância" existente entre os discursos que se abre a possibilidade de o "orador transformar o ouvinte (tentativa de persuasão)", ou, ainda, identificar-se com o "seu ouvinte (fenômeno da cumplicidade cultural), manifestando acordo". Considera ainda esse aspecto demonstrável por meio de gestos (o "piscar de olhos", por exemplo) que traduzem a cumplicidade cultura.
Em nosso entender, a questão da estrutura argumentativa pode ser contemplada a partir da antecipação com enfoque nas formações imaginárias, em função dos mecanismos das imagens - Eu - OUTRO e Referente..
O fato de o autor conceber que "todo processo discursivo supõe, por parte do emissor, uma antecipação das representações do receptor, sobre a qual se funda a estratégia do discurso" nos permite entender que o sujeito possa trazer para o seu discurso, por antecipação, o argumento do OUTRO, (seu interlocutor), de maneira a enfraquecê-lo ou refutá-lo antes que o OUTRO tenha direito de voz para contra-argumentar. Esse percurso nos parece permitir que o sujeito silencie o OUTRO antecipadamente.
Assim, entendemos que, a partir das relações de imagens: Eu - OUTRO e Referente, o sujeito possa lidar com um interlocutor imaginário e elencar seus argumentos em função desse mesmo interlocutor. Logo, priorizando seus objetivos, o sujeito seleciona criteriosamente os referentes a serem abordados e traslada de uma formação discursiva para outra.
Fundamentados nessas particularidades, consideramos ser possível, ainda, estabelecer articulação teórica entre a proposta de Pêcheux (1969), acerca da antecipação, e a de Orlandi (1983-1990), sobre a paráfrase.
Segundo pudemos depreender desses dois enfoques teóricos, à medida que o sujeito antecipa os argumentos de seu interlocutor, por intermédio da relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente, ele procede a apagamentos e a reformulações que lhe possibilitam mesclar diferentes vozes em um mesmo texto. Assim, o sujeito retoma o OUTRO de maneira a atingir seus objetivos, sem, no entanto, explicitá-lo, e, ao deslocá-lo, passa a significá-lo diferentemente, dada as condições de produção constitutivas do que é retomado.
Entretanto, não entendemos como mero descuido os momentos em que o sujeito permite a presença de marcas que evidenciam os limites entre diferentes outros discursos que constituem a sua argumentação. Ao contrário, tudo indica que tais marcas têm sua razão de ser no fato de o sujeito poder significá-las, convenientemente, seja para denunciá-las, refutá-las ou reafirmá-las, para em seguida, negá-las, porém sempre em conformidade com seus interesses.
Portanto, para garantir a eficácia de sua estratégia, o sujeito necessita, em primeiro lugar, atingir o próprio objetivo da argumentação, e, para tanto, deve selecionar os referentes envolvidos em suas propostas, fundamentado nas formações imaginárias, constitui-se como condição de produção do discurso. Daí ser preciso selecionar o referente criteriosamente.
A posição do sujeito em relação ao interlocutor é igualmente relevante na perspectiva discursiva. Ao discutir esta questão, Orlandi (1983, p.126) considera que "para o locutor, o seu interlocutor ou concorda ou não concorda com ele (ou é seu cúmplice ou seu adversário); daí a posição do locutor ser a de influenciar, transformar, inculcar, etc."
A autora recorre à "antecipação", emprestando o termo de Pêcheux (1969), para justificar o fato de que é sobre a antecipação que se define a natureza de um discurso de direção argumentativa, uma vez que o recurso"permite ao locutor a possibilidade de experimentar o lugar do seu ouvinte". (p.129).
Ao discutir a peculiaridade da argumentação de um discurso cujas condições de produção apontam para uma pluralidade de interlocutores, temos de considerar que o sujeito traz para o seio do discurso o argumento de seu interlocutor para significá-lo de outro lugar, alterando, assim, a direção de sentidos em seu próprio benefício.
Desta forma, ao elencar seus argumentos, o locutor tem diante de si a conveniente possibilidade de se apresentar perante seus interlocutores discutindo diferentes lados de uma mesma questão, e, assim procedendo, transmite-lhes a impressão, pelo menos a princípio, de que possui ampla visão da realidade, um fator que lhe permite significar a segurança de sua proposta e destruir, de antemão, as possíveis críticas de seus interlocutores.
O discurso enunciado no Tribunal do Júri nos dá claros exemplos desse movimento, quando o sujeito enunciador promotor ou defensor se dirige aos interlocutores jurados tanto nos debates como na réplica ou na tréplica. Não raro se observa que o sujeito se vale do não verbal emitido pelos jurados, por meio de gestos denotativos de desinteresse ou surpresa, para transformar seu dizer, reformulando sua fala, ajustando-a mais ao que entende ser mais conveniente. Retifica seu dizer com a pretensão de tornar mais claro o que enuncia aos seus interlocutores, mas, ao fazê-lo, imprime um novo argumento ao seu dizer de modo que a primeira impressão dos jurados seja desfeita, mantendo, sempre, contudo, a direção argumentativa condizente com sua tese, pois é o que determina o lugar social do sujeito.
À luz das considerações apresentadas pelas autoridades consultadas, no que se refere a uma relação estreita entre aquele que argumenta e o argumento em si – o referente - e aqueles a quem o argumento é apresentado - interlocutores podemos concluir que o papel desempenhado pelo interlocutor é o de quem julga a validade do argumento que lhes é submetido.
Logo, a habilidade do sujeito depende da sua condição para recorrer ao argumento adequado antes que o mesmo argumento pelo seu oponente para questioná-lo. Um contra-argumento à proposta do sujeito será enfraquecido se ele puder antecipá-lo.
Assim, aumentam as possibilidades de entendermos que esse tipo de mecanismo geralmente favorece o sujeito que detém essa habilidade, na medida em que lhe permite silenciar seu arguidor em potencial já em seu espaço discursivo.
Considerando que o objeto de nossa análise é o discurso enunciado no Tribunal do Júri e seu caráter altamente persuasivo, sobretudo em função de o interlocutor jurado que detém o poder de definir a questão ser leigo em assuntos concernentes ao Direito, a relação entre sujeito enunciador promotor ou defensor e interlocutores jurados torna-se ainda mais pertinente, principalmente, por ser o referente desse discurso a vida – o maior bem jurídico tutelado pelo Estado.
A possibilidade de refutar a crítica antecipadamente é discutida por Osakabe (1979) com enfoque na argumentação aplicada ao discurso político. O autor concebe o ato de argumentar fundamentado em três atos distintos: "ato de promover" - o sujeito promove o interlocutor a uma instância do poder - (reafirma o poder que o ouvinte aspira ter); "ato de envolver" - o sujeito/ anula antecipadamente a possibilidade de crítica no interlocutor -, e o "ato de engajar" - o sujeito transforma o interlocutor em seu coenuncidor para conquistar (1979, p.82).
O ato de promover de que nos fala Osakabe (1979) pode ser claramente observado no momento em que o sujeito enunciador tanto da promotoria como da defensoria se dirige às testemunhas. Costumeiramente estabelecem empatia com a testemunha, dizendo-lhe entender o quanto aquele ato lhe causa dor e desconforto, principalmente, se a testemunha guarda alguma relação com o réu ou com a vítima, contudo, acentuam o valor do depoimento para o convencimento dos jurados. Em outras palavras, pela empatia mostram conhecer os sentimentos da família.
Nos cumprimentos, antes dos debates, enunciadores da promotoria e da defensoria esmeram-se em buscar elogios de toda sorte ao presidente do tribunal – o magistrado. Exaltam os serventuários da justiça e não medem esforços para elevar os jurados ao plano de seres absolutamente nobres, sem os quais a justiça não se faria de forma inequívoca.
Desse percurso argumentativo, podemos depreender que ambos enunciadores, promotor e defensor buscam cativar a simpatia dos jurados, porque sabem que a cumplicidade do interlocutor será de inestimável valor para que alcancem o resultado desejado, ou seja, a sua colaboração ao longo dos depoimentos. 
No "ato de envolver", segundo o Osakabe, permite ao sujeito anular a crítica do interlocutor, reconhecemos a eficácia de o locutor antecipar o contra-argumento do ouvinte, antes que este possa enunciá-lo.
O “ato de envolver” é muito utilizado nos debates e, principalmente, na réplica e na tréplica. O sujeito enunciador promotor ou defensor antecipa os possíveis questionamentos que os interlocutores jurados podem fazer face aos trabalhos já apreciados até o momento dos debates, quando as testemunhas e o réu já foram ouvidos. Sabiamente, enunciam a dúvida para dirimi-la ou até destruí-la. Antecipa questionamentos próprios daquele momento da enunciação porque sabe que, à luz dos depoimentos, os interlocutores jurados começam a formar uma ideia da culpabilidade do réu. Do mesmo modo, que antecipam dúvidas, antecipam possíveis argumentos que serão usados pelo seu oponente e procuram refutá-los de pronto.
Ex: Certamente a defesa lhe dirá que o Sr. xxxx é mais uma vítima de um amor não correspondido, de uma mulher que primeiro lhe tira o que de melhor ele podia lhe dar, para depois trocá-lo por uma aventura qualquer. A defesa, senhores, transformará o Sr. xxxx em vítima, quando, na verdade, foi por orgulho ferido, movido por um desenfreado sentimento de posse e de ódio, por não aceitar o rompimento, por pura vaidade que o Sr. xxxx, não permitiu que sua ex-mulher seguisse seu caminho, desferindo contra ela cinco tiros no peito e no rosto (enunciador promotor na réplica em um caso de crime passional).
Ex: Os senhores ouviram o nobre promotor dizer que Sr. xxx agiu com frieza. Devem estar pensando que alguém que age assim não pode alegar violenta emoção. Afinal, frieza e violenta emoção não combinam. O nobre representante do Ministério Público se equivoca. Não havia frieza nos atos do Sr. xxx, havia desespero, havia angústia, havia muito medo. Medo de perder. Levado pelo desespero atirou, sem sequer se dar conta de quantas vezes atirava ou para onde atirava. Naquele momento, ele não matava a mulher amada, matava apenas a dor insuportável de perdê-la” (enunciador defensor na tréplica em um caso de crime passional).
Podemos observar que uma parte dialoga com a outra, como se conversasse com os jurados com o objetivo de antecipar e refutar o argumento contrário à sua tese. Essa estratégia é comum na réplica e na tréplica por serem estas as últimas falas da promotoria e da defesa respectivamente. Na impossibilidade de ter novamente o direito a palavra, o sujeito promotor busca antecipar os argumentos da defesa o que lhe confere grande valor persuasivo porque prova o grande conhecimento que detém do caso. Já à defesa somente resta refutar sobre o que já foi dito, porque a ela cabe a última fala.
 [1] O Discurso do Tribunal do Júri: uma análise do percurso argumentativo do Tribunal do Júri do Caso Izabella Nardoni – realizada pelo programa de bolsa docente na Universidade Paulista
Exercício 1
A respeito do livre convencimento dos integrantes do Conselho de Sentença é correto afirmar que:
 A) não fica comprometido, na medida em que estes não são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
 B) não fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
C) fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual váriosdiscursos se mobilizam. 
D) fica comprometido, na medida em que estes não são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
____________________________________________________________
Exercício 2
A respeito do discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri é correto afirmar:
 A) não tem como esteio os autos do processo, pois esse tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
 B) não tem como esteio os autos do processo, pois esse não tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
 C) tem como esteio os autos do processo, pois esse não tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
 
D) tem como esteio os autos do processo, pois esse tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem. 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
____________________________________________________________
Exercício 3
Considerando que o discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri tem como esteio os autos do processo e estes têm como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem, podemos considerar:
 A) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente. 
B) que seu percurso argumentativo não tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente
 C) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: OUTRO e Referente
 D) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu e Referente
 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
____________________________________________________________
Exercício 4
Com relação ao referente, no contexto do discurso do Tribunal do Júri, podemos entender o seguinte:
 
A) não se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa).
 
B) se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa).
C) o crime não se assemelha a um objeto imaginário.
 
D) o réu, a vítima e o crime se assemelham a um objeto imaginário.
 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
___________________________________________________________
Exercício 5
Com relação a elaboração de textos assinale a alternativa correta:
 
A) não há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto.
 
B) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que tal inserção se aperfeiçoa no momento da publicação.
 C) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que tal inserção se aperfeiçoa no momento da redação. 
D) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que esse poderá ser, tão somente, cúmplice do autor.
 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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Exercício 6
A literatura afirma que o autor de um determinado texto terá, no momento da confecção, um “cúmplice” ou um “adversário”. Essas expressões (“cúmplice”  e “adversário”). Referem-se ao:
 
A) produtor real. 
B) produtor virtual. 
C) produtor potencial. 
D) leitor real. 
E) leitor virtual. 
Comentários:
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Exercício 7
Com relação a utilização do recurso do leitor virtual é correto afirmar o seguinte:
 A) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a promotoria como sujeito enunciador, tendo em vista que ele não se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
 B) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a defesa como sujeito enunciador, tendo em vista que ele não se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
 
C) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a promotoria como sujeito enunciador, tendo em vista que ele se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
 D) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a defesa como sujeito enunciador, tendo em vista que ele se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Comentários:
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Exercício 8
Com relação às técnicas utilizadas para elaboração de textos no procedimento do Tribunal do Júri é correto afirmar o seguinte:
 A) não é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista não ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
 B) não é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
 C) é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista não ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
 
D) é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta. 
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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Exercício 9
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - O fato de o autor conceber que "todo processo discursivo supõe, por parte do emissor, uma antecipação das representações do receptor, sobre a qual se funda a estratégia do discurso" nos permite entender que o sujeito possa trazer para o seu discurso, por antecipação, o argumento do OUTRO, (seu interlocutor).
PORQUE
II – Tal expediente é apto a enfraquecer ou refutar antes que o OUTRO tenha direito de voz para contra argumentar. Esse percurso nos parece permitir que o sujeito silencie o OUTRO antecipadamente.
 
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
 C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
 D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
 E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica aprimeira. 
Comentários:
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Exercício 10
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - A posição do sujeito em relação ao interlocutor é igualmente relevante na perspectiva discursiva.
PORQUE
II – Para o locutor, o seu interlocutor ou concorda ou não concorda com ele (ou é seu cúmplice ou seu adversário); daí a posição do locutor ser a de influenciar, transformar, inculcar, etc."
 A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
 C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
 
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
 E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 11:
Exercício 11
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - O “ato de envolver” é muito utilizado nos debates e, principalmente, na réplica e na tréplica.
PORQUE
II – O sujeito enunciador promotor ou defensor antecipa os possíveis questionamentos que os interlocutores jurados podem fazer face aos trabalhos já apreciados até o momento dos debates, quando as testemunhas e o réu já foram ouvidos.
 A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
 
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
 
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
 
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 12
A possibilidade de refutar a crítica antecipadamente é discutida por Osakabe (1979) com enfoque na argumentação aplicada ao discurso político. O autor concebe o ato de argumentar fundamentado em:
 
A) dois atos distintos: ato de promover e ato de engajar.
 
B) dois atos distintos: ato de promover e ato de envolver.
 
C) dois atos distintos: ato de engajar e ato de envolver.
 
D) três atos distintos: ato de promover, ato de envolver e ato de engajar. 
E) três atos distintos: ato de promover, ato de envolver e ato de antecipar.
Comentários:
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CONTEUDO 3- MODULO 2
TESES ARGUMENTATIVAS  PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
 
Todo e qualquer texto argumentativo visa à conquista da adesão dos interlocutores, ou seja, o convencimento de seu interlocutor, o referente que apresenta não goza da aceitação das partes no todo ou em algum aspecto, razão pela qual a argumentação se faz necessária, ou ainda, no caso do gênero discursivo jurídico a intervenção do Estado na voz do juiz.
Assim, a marca essencial do texto argumentativo jurídico é a de recorrer a uma série de estratégias para fazer cumprir seu objetivo norteador – a conquista de adesão à tese que o sujeito apresenta ao interlocutor.
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes tem como objetivo orientar o interlocutor para que este possa fazer uma leitura tranquila do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo que apresenta ao interlocutor o tema que será tratado, pode conter uma breve menção aos valores que estão em jogo, para acentuar a responsabilidade dos interlocutores. Um elogio à responsabilidade, ao comprometimento do interlocutor/jurado, no caso de um Tribunal do Júri tem cunho persuasivo, o mesmo se dá em relação do magistrado e à outra parte – defesa ou promotoria. Por vezes, na Introdução podemos começar uma importante conquista em relação aos nossos interlocutores. O contrário é verdadeiro, daí a nossa preocupação.
Desenvolvimento: digamos que este seja o momento mais crucial da argumentação propriamente dita, é nele que derrubamos contra-argumentos, mas é também nela que corremos o risco de alimentar nosso oponente em função dos desdobramentos que a  tese pode sofrer em função de declarações ou depoimentos e até mesmo dos atos e falas do próprio reu quando submetido ao interrogatório. O estado de alerta é continuo, porque também compete ao sujeito buscar contradições no discurso do outro.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto, é, nesse etapa, que o sujeito retoma de forma breve o discurso, favorecendo aspectos que mais lhe interessa.
A conclusão, no entanto, tem de demonstrar que o sujeito aprendeu com sua reflexão e se move na direção de buscar novos desafios despertados pelo percurso que ora termina, mas não se fecha, porque a busca do conhecimento é uma busca incessante,
Exercício 1
Com relação ao tema teses argumentativas primárias e secundárias assinale a alternativa correta.
A) todo texto argumentativo não visa à adesão dos interlocutores.
B) todo texto argumentativo visa à adesão dos interlocutores. 
C) nem todo texto argumentativo visa à adesão dos interlocutores.
D) nem todo texto argumentativo visa à adesão dos interlocutores, mas o seu convencimento.
 E) todo texto argumentativo visa à adesão dos interlocutores, mas não o seu convencimento.
 Comentários:
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Exercício 2:
Exercício 2
Com relação ao referente das teses argumentativas primárias e secundárias assinale a alternativa correta.
A) o referente do texto argumentativo sempre goza da aceitação das partes, sendo, portanto, necessária a argumentação.
B) o referente do texto argumentativo sempre goza da aceitação das partes, sendo, portanto, desnecessária a argumentação.
C) o referente do texto argumentativo nem sempre goza da aceitação das partes, sendo, portanto, necessária a argumentação. 
D) o referente do texto argumentativo nem sempre goza da aceitação das partes, sendo, portanto, desnecessária a argumentação.
E) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
Exercício 3:
Quanto à intervenção do Estado nas teses argumentativas primárias e secundárias assinale a alternativa correta.
A) pode-se afirmar que a intervenção do Estado, na voz do juiz, sempre estará presente em todo texto argumentativo, independentemente do seu gênero.
B) pode-se afirmar que no gênero discursivo jurídico a intervenção do Estado não pode estar presente.
C) pode-se afirmar que no gênero discursivo jurídico a intervenção do Estado poderá estar presente. 
D) pode-se afirmar que todo texto argumentativo visa a convencer o Estado, na figura do juiz, mas não os interlocutores.
 E) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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Exercício 4:
Com relação à marca que caracteriza todo texto argumentativo, assinale a alternativa correta.
A) o texto argumentativo sempre possui uma marca essencial, que é a da conquista de adesão, salvo os jurídicos.
B) o texto argumentativo não possui uma marca essencial, salvo os jurídicos, cuja marca é a conquista de adesão.
C) a conquista da adesão do interlocutor é irrelevante para o texto argumentativo jurídico.
D) a conquista da adesão do interlocutor é imprescindível para o texto argumentativo jurídico. 
E) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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Exercício 5
É essencial compreender que o texto argumentativo que se inscreve no gênero discursivo jurídico é a:
A) de não recorrer a uma série de estratégias para fazer cumprir seu objetivo, que não é a conquista da adesão do interlocutor.
B) de não recorrer a uma série de estratégias para fazer cumprir seu objetivo, que é a conquista da adesão do interlocutor. 
C) de recorrer a uma série de estratégias para fazer cumprir seu objetivo, que não é a conquista da adesão do interlocutor.
D) de recorrer a umasérie de estratégias para fazer cumprir seu objetivo, que é a conquista da adesão do interlocutor. 
E) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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Exercício 6
Com relação à estrutura das teses argumentativas primárias e secundárias assinale a alternativa correta.
 
A) a estrutura geral de um texto argumentativo apresenta a seguinte ordem: desenvolvimento, conclusão e introdução.
 
B) a estrutura geral de um texto argumentativo apresenta a seguinte ordem: desenvolvimento, introdução e conclusão.
 
C) a estrutura geral de um texto argumentativo apresenta a seguinte ordem: conclusão, introdução e desenvolvimento.
 
D) a estrutura geral de um texto argumentativo apresenta a seguinte ordem: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
E) a estrutura geral de um texto argumentativo apresenta a seguinte ordem: introdução, conclusão e desenvolvimento.
Comentários:
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Exercício 7
Com relação à estrutura geral de um texto argumentativo considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem, visando promover uma leitura agradável do texto.
II – Cada uma das partes da estrutura geral de um texto argumentativo tem como objetivo orientar o interlocutor para que este possa fazer uma leitura tranquila do texto.
III – Cada uma das partes da estrutura geral de um texto argumentativo é irrelevante para orientar o interlocutor para que este possa fazer uma leitura tranquila do texto.
 A) I e II. 
B) I e III.
C) II e III.
 D) apenas a I.
 E) apenas a III
Comentários:
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Exercício 8:
Com relação à estrutura geral de um texto argumentativo considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – A introdução é a parte do texto argumentativo que apresenta ao interlocutor o tema que será tratado, pode conter uma breve menção aos valores que estão em jogo, para acentuar a responsabilidade dos interlocutores.
II – Um elogio à responsabilidade, ao comprometimento do interlocutor/jurado, no caso de um Tribunal do Júri, fortalece a estrutura geral do texto que tem cunho persuasivo, o mesmo se dá em relação do magistrado e a outra parte – defesa ou promotoria.
III – A introdução jamais se mostra como o momento da enunciação responsável pela conquista da adesão dos interlocutores, na medida em que é apenas o início da relação entre sujeito e interlocutores.
 A) I e II. 
B) I e III.
 C) II e III.
 D) apenas a I.
 E) apenas a III.
Comentários:
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Exercício 9:
Com relação à estrutura geral de um texto argumentativo, podemos dizer que é a parte do texto argumentativo que apresenta ao interlocutor o tema que será tratado, pode conter uma breve menção aos valores que estão em jogo, para acentuar a responsabilidade dos interlocutores.
II – Um elogio à responsabilidade, ao comprometimento do interlocutor/jurado, no caso de um Tribunal do Júri não tem cunho persuasivo, o mesmo se dá em relação do magistrado e à outra parte – defesa ou promotoria.
III – Na Introdução é possível começar uma conquista em relação aos nossos interlocutores.
 A) I e II. 
 B) I e III.
 C) II e III.
 D) apenas a I.
 E) apenas a III. 
Comentários:
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exercício 10
Quanto à importância do desenvolvimento na estrutura geral de um texto argumentativo, considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – O desenvolvimento é um momento tão importante para a argumentação, mas, ainda assim, é na conclusão que os contra-argumentos são definitivamente combatidos.
II – É correto afirmar que é, na conclusão, que derrubamos os contra-argumentos de modo mais eficiente.
III – No desenvolvimento, podemos refutar contra-argumentos, mas também podemos alimentos nosso oponente. Trata-se de um o estado de alerta continuo, porque o sujeito também corre o risco de alimentar seu oponente nesse mesmo espaço discursivo.
 A) I e II. 
 B) I e III.
 C) II e III.
 D) apenas a I.
 E) apenas a III. 
Comentários:
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Exercício 11
Quando pensamos o desenvolvimento do texto, estamos diante do alicerce da estrutura geral de um texto argumentativo. Isto posto, podemos dizer que...
I – Desenvolvimento, digamos que este seja o momento mais crucial da argumentação propriamente dita, é nele que derrubamos contra-argumentos, mas é também nele que corremos o risco de alimentar nosso oponente em função dos desdobramentos que a tese pode sofrer em função de declarações ou depoimentos e até mesmo dos atos e falas do próprio réu quando submetido ao interrogatório.
II – Desenvolvimento, digamos que este seja o momento mais crucial da argumentação propriamente dita, é nele que derrubamos contra-argumentos, mas nele não corremos o risco de alimentar nosso oponente em função dos desdobramentos que a  tese pode sofrer em função de declarações ou depoimentos e até mesmo dos atos e falas do próprio réu quando submetido ao interrogatório.
III – Desenvolvimento, digamos que este seja o momento mais crucial da argumentação propriamente dita, é nele que derrubamos contra-argumentos, mas é também nele que corremos o risco de alimentar nosso oponente em função dos desdobramentos que a tese pode sofrer em função de declarações ou depoimentos, mas não em relação aos atos e falas do próprio réu quando submetido ao interrogatório.
Assinale a alternativa correta:
 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III.
 D) apenas a I. 
E) apenas a III. 
Comentários:
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Exercício 12:
Com relação ao fechamento do texto, à conclusão, há que se considerar que.....
I – A Conclusão é a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
II – Na conclusão é irrelevante o fato de o sujeito demonstrar que aprendeu com sua reflexão.
III – É nessa etapa que o sujeito retoma de forma breve o discurso, favorecendo aspectos que mais lhe interessa.
 A) I e II. 
 B) I e III. 
 C) II e III.
 
D) apenas a I.  
E) apenas a III. 
Comentários:
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CONTEUDO 4- MODULO 3
AUDIÊNCIA PARTICULAR E UNIVERSAL
A nova retórica, segundo a proposta de Perelman (1982), tem por objetivo estudar a argumentação, bem como as condições de sua apresentação, e, a partir daí ampliar e estender o trabalho de Aristóteles.
A argumentação, segundo Platão e Aristóteles, resume-se na "busca da verdade e no desenvolvimento de uma crença". Platão denominou este sistema de "dialético", pois, afirmava que "para cada questão existe uma verdade", sendo o "processo dialético", na ótica do filósofo, "um método que permite chegar à verdade e não à persuasão pessoal". Para Aristóteles, a "dialética leva à descoberta da verdade, enquanto a retórica se presta a assegurar a aceitação da audiência" (apud RIEKE & SILLARS, 1984, p. 87).
Na leitura de Osakabe (1979), para Aristóteles, o êxito do discurso está atrelado às "provas da demonstração" para conduzir o "ouvinte" a concordar com a "verdade" postulada pelo "locutor". Segundo Aristóteles, o discurso é persuasivo por parecer "demonstrado, por razões persuasivas e dignas de crença", ou seja, pela "demonstração que se dá logicamente" (OSAKABE, 1979, p. 158).
Ao defender a tese da nova retórica, Perelman (1982) discute a argumentação formal, apontando que, se por um lado, a demonstração tende a levar a conclusões fundamentadas em premissas, por outro, os argumentos fornecidos para sustentar uma tese não dão (necessariamente) conta de fazê-lo porque são submetidos à apreciação da "audiência".
No que se refere à transformação de um argumento em uma "demonstração completa", Perelman (1982) observa que o sujeito deve analisar cuidadosamente o perfil de sua audiência à medida queelenca os argumentos que sustentam sua tese à luz dessa análise..
Para o autor, a argumentação não se limita à dedução de consequências a partir de determinadas premissas. A seu ver, a argumentação tem o objetivo de aumentar a adesão da audiência às teses que são submetidas à sua apreciação. O autor enfatiza que "a audiência deixa de ter papel passivo quando a argumentação tem por objetivo a adesão; ao contrário, a audiência passa a assumir uma posição ativa quando a persuasão não pode deixar de ser contemplada". Segundo o autor, "negligenciar a reação da audiência significa incorrer em falhas graves" (PERELMAN, 1982, p.14).
Julgamos pertinente esclarecer que, em suas considerações, o autor estabelece diferenças entre os atos de "convencer" e "persuadir", definindo que o "ato de convencer" implica uma adesão intelectual e, em função desse aspecto, é dirigido a uma audiência universal que, por sua vez, demanda uma argumentação calcada em premissas mais universais (PERELMAN, 1982).
No entanto, temos algumas ressalvas a fazer quanto às diferenças entre os atos de convencer e de persuadir estabelecidas por Perelman (1982). Segundo o autor, o "ato de convencer" volta-se para uma "audiência universal", e é sustentado em premissas universais com o objetivo de conduzir à adesão intelectual.
Entendemos que o ato de convencer, de certa forma, está voltado para um interlocutor que ainda não se posicionou frente à proposta que lhe é apresentada pelo sujeito, mas que deverá validá-la a partir de seus critérios, cabendo, assim, ao sujeito a tarefa de torná-la factível e necessária para seu interlocutor.
Assim, consideramos que o ato de convencer se dá a partir do momento em que o interlocutor reconhece a validade das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias.
Quanto ao ato de persuadir, nosso ponto de vista também diverge da concepção de Perelman (1982), para quem a persuasão é dirigida à uma "audiência específica, constituída de 'leigos", uma característica que, aliás, na ótica do autor, leva o sujeito a servir-se de apelo emocional para conquistar a adesão de interlocutores.
A definição do autor não se coaduna com a nossa abordagem, pois, se levarmos em conta que determinados interlocutores têm um perfil que os distinguem dos demais, em função de suas diferentes particularidades que, por sua vez,  assumem perante o sujeito, das propostas a eles submetidas e das condições de produção constitutivas do discurso do sujeito, poder-se-ia dizer que toda audiência é "específica".
No entanto, segundo Perelman (1982), a especificidade da audiência advém principalmente do fato de ser ela constituída de "leigos", o que viabilizaria a persuasão por meio do "apelo emocional". Concordamos com o autor quando este afirma que o ato de persuadir leva à ação, mas entendemos que a ação resulta de um processo que não se sustenta apenas no "apelo emocional" ou no fato de o locutor ter uma "audiência de leigos".
Se pensadas as considerações do autor no contexto de nossa pesquisa, o fato de os interlocutores jurados serem leigos ao conhecimento técnico jurídico, a argumentação do discurso do júri se resumiria no apelo emocional, quando, na realidade, o apelo emocional é recurso argumentativo, mas não um fim, pois a lógica  é um dos recursos mais usados para o comprometimento da legitimidade das provas.
De acordo com nossa perspectiva, os interlocutores a quem o discurso é endereçado são definidos pelo mesmo locutor no próprio ato da elaboração do discurso, a partir das formações imaginárias. Como vimos, tais formações permitem ao sujeito selecionar argumentos que podem levá-lo a conquistar adesão às propostas que vier a submeter aos interlocutores previamente determinados.
Em nosso entender, o ato de persuadir contempla uma mudança de posicionamento por parte do interlocutor, em relação a um posicionamento tomado anteriormente. É pertinente perceber que a mudança de opinião que o locutor objetiva deverá ser sustentada por argumentos que gozem de credibilidade junto ao interlocutor, pois aderir à proposta que lhe é apresentada implica uma mudança de posicionamento contrário ao anterior. Logo, é preciso que o locutor argumente contra os argumentos que, em um momento anterior, haviam convencido o interlocutor a aderir a uma outra proposta, para, concomitantemente, levá-lo a tomar um outro posicionamento a favor da proposta que ele (locutor) lhe submete.
Por outro lado, não poderíamos deixar de considerar que, de maneira a obter a adesão de seus interlocutores, o sujeito da enunciação do Tribunal do Júri tem de trabalhar sentidos capazes de mobilizar mecanismos que envolvem o ato de dissuadir, que, aliás, Perelman (1982) não chega a discutir, mas que, a nosso ver, se trata de um ato constitutivo da estrutura argumentativa, em função das condições de produção do discurso que tem o Tribunal do Júri como lugar de enunciação.
O ato de dissuadir, conforme pudemos depreender do próprio contexto em que se insere o discurso sobre o qual nos debruçamos neste estudo, também, se realiza a partir dos valores constitutivos da formação ideológica e das formações discursivas nas quais se inscrevem determinados interlocutores. Trata-se de um ato que, em nosso entender, antes de buscar a adesão de determinados interlocutores, tem como principal objetivo "bloquear" pré-julgamentos feitos sob a influência da mídia e de grupos da convivência dos jurados.
Consideramos que a conquista do objetivo do sujeito enunciador promotor ou defensor implica uma mudança de posicionamento, principalmente, no que se refere à tese da defesa. Afinal, o homem é educado para não matar alguém, condena a priori essa ação em relação a determinados valores constitutivos da formação imaginária e ideológica, bem como dos elementos constitutivos da memória do sujeito.
Assim, tendo em vista que a necessidade de conquistar a adesão é determinante na enunciação do júri, o sujeito enunciador promotor e defensor, legitimados pelo rito, buscam, muitas vezes, a possibilidade de vir a silenciar seu oponente, ao refutar, antecipadamente, os possíveis contra-argumentos de seus interlocutores jurados e oponente em seu próprio espaço discursivo.
Compreendemos que os atos de convencer, de persuadir e de dissuadir caracterizam-se por atuar na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas e discursivas dos interlocutores endereçados. Consideramos que entre esses três atos, são os atos de persuadir e de dissuadir que requerem mudança de posicionamento por parte dos interlocutores, apontando, portanto, outra direção em relação à anteriormente tomada.
Contudo, consideramos que entre o ato de persuadir e o de dissuadir, este último é o que exige do interlocutor uma tomada de posição que tende a desencadear conflitos, na medida em que pode vir a questionar elementos constitutivos das formações discursivas nas quais os inscrevem.
No que diz respeito à audiência, optamos por entendê-la como uma comunidade de interlocutores, representada por interlocutores previamente delineados pelo locutor, em função da conquista de seu objetivo.
Segundo pudemos depreender das considerações dos autores, as propostas não podem ser vistas como elementos isolados da comunidade de interlocutores, cabendo, portanto, ao sujeito prever os possíveis contra-argumentos e relevar cuidadosamente seu interlocutor virtual a partir das formações imaginárias no momento em que se dedica à escolha dos argumentos que deverão sustentar sua estrutura argumentativa, e, finalmente, garantir a conquista da adesão de seus interlocutores às propostas que submete à apreciação dessa comunidade de interlocutores.
 Exercício 1
A nova retórica, segundo a proposta de Perelman, tem por objetivo estudar a argumentação, bem como as condições de sua apresentação, e, a partir daí, ampliar e estender o trabalho de:
A) Sócrates.
B) Platão.
C) Aristóteles. 
D) John Locke.
E) Montesquieu.
Comentários:
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Exercício 2
Considere as assertivas abaixo e assinalea alternativa correta:
I - A argumentação, segundo Platão e Aristóteles, resume-se na "busca da verdade e no desenvolvimento de uma crença".
PORQUE
II - Platão denominou este sistema de "dialético", pois, afirmava que "para cada questão existe uma verdade", sendo o "processo dialético", na ótica do filósofo, "um método que permite chegar à verdade e não à persuasão pessoal".
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Comentários:
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Exercício 3
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Para Aristóteles, o êxito do discurso está atrelado às "provas da demonstração" para conduzir o "ouvinte" a concordar com a "verdade" postulada pelo "locutor".
PORQUE
II -  Segundo Aristóteles, o discurso é persuasivo por parecer "demonstrado, por razões persuasivas e dignas de crença", ou seja, pela "demonstração que se dá logicamente".
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 4
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Ao defender a tese da nova retórica, Perelman discute a argumentação formal, apontando que a demonstração tende a levar a conclusões fundamentadas em premissas.
PORQUE
II -  Os argumentos fornecidos para sustentar uma tese não dão (necessariamente) conta de fazê-lo porque são submetidos à apreciação da "audiência".
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Comentários:
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Exercício 5
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Para Perelman, a argumentação não se limita à dedução de consequências a partir de determinadas premissas.
PORQUE
II -  A seu ver, a argumentação tem o objetivo de aumentar a adesão da audiência às teses que são submetidas à sua apreciação.
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 6
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Para Perelman, "a audiência deixa de ter papel passivo quando a argumentação tem por objetivo a adesão; ao contrário, a audiência passa a assumir uma posição ativa quando a persuasão não pode deixar de ser contemplada".
II -  Segundo Perelman, "negligenciar a reação da audiência significa incorrer em falhas graves"
III – Quando se estrutura o percurso argumentativo de uma tese, a audiência é o norte de toda orientação.
A) Apenas a I;
B) Apenas a II;
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a III;
E) Todas as assertivas são corretas. 
Comentários:
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Exercício 7
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Para Perelman, não há diferenças entre os atos de convencer e persuadir.
II -  Segundo Perelman, o ato de persuadir implica uma adesão intelectual e, em função desse aspecto, é dirigido a uma audiência universal que, por sua vez, demanda uma argumentação calcada em premissas mais universais.
III – Na ótica de Perelman, o ato de persuadir não implica uma adesão intelectual e, em função desse aspecto, é dirigido a uma audiência particular que, por sua vez, demanda uma argumentação calcada em premissas mais diretas.
A) Apenas a I;
B) Apenas a I e a II;
C) Apenas a II
D) Apenas a II e a III;
E) Apenas a III.
Comentários:
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Exercício 8
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - O sujeito da enunciação do Tribunal do Júri tem de trabalhar sentidos capazes de mobilizar mecanismos que envolvem o ato de dissuadir.
PORQUE
II -  Segundo Perelman se trata de um ato constitutivo da estrutura argumentativa, em função das condições de produção do discurso que tem o Tribunal do Júri como lugar de enunciação.
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas. 
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 9
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I – A partir das formações imaginárias, os interlocutores a quem o discurso é endereçado são definidos pelo mesmo locutor no próprio ato da elaboração do discurso.
II - As formações imaginárias permitem ao locutor selecionar argumentos que podem levar os interlocutores a aderir às propostas, porque os interlocutores são previamente determinados no imaginário do locutor.
III - As formações imaginárias não propiciam ao locutor selecionar argumentos capazes que conquistar a adesão dos interlocutores a suas propostas, porque sujeito não tem como conhecer os valores dos interlocutores.
A) Apenas a I;
B) Apenas a I e a II; 
C) Apenas a II; 
D) Apenas a II e a III; 
E) Apenas a III. 
Comentários:
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Exercício 10:
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Consideramos que o ato de convencer se dá a partir do momento em que o interlocutor reconhece a validade das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias.
II - O ato de persuadir, segundo nosso ponto de vista, também diverge da concepção de Perelman (1982), para quem a persuasão é dirigida à uma "audiência específica, constituída de 'leigos".
III – O fato de uma “audiência específica”, segundo Perelman (1982), ser constituída de “leigos”  faz com que o sujeito a recorrer ao apelo emocional para conquistar a adesão às suas propostas.
A) Apenas a I e a II;
B) Apenas a II;
C) Apenas a II e a III;
D) Todas são corretas
E) Todas são falsas
Comentários:
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Exercício 11:
Com relação ao ato de convencer é correto afirmar que esse se dá a partir do momento em que o interlocutor:
A) reconhece a existência das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias. 
B) reconhece a validade das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias. 
C) reconhece a eficácia das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias.
D) reconhece a potencialidade das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias.
 E) reconhece a concretude das propostas apresentadas pelo sujeito em função das formações imaginárias.
Comentários:
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Exercício 12
Com relação aos atos de convencer, persuadir e dissuadir assinalea alternativa correta:
A) não se caracterizam por atuar na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas e discursivas dos interlocutores endereçados.
B) caracterizam-se por atuar, tão somente, na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas dos interlocutores endereçados.
C) caracterizam-se por atuar, tão somente, na direção dos valores constitutivos das formações discursivas dos interlocutores endereçados.
D) caracterizam-se por atuar na direção dos valores constitutivos das formações ideológicas e discursivas dos interlocutores endereçados. 
E) nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Comentários:
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CONTEUDO 5 - MODULO 4
LUGARES DA ARGUMENTAÇÃO: ORDEM, PESSOA, EXISTENTE, QUANTIDADE, QUALIDADE E ESSÊNCIA.
Num processo persuasivo, a maneira como o AUDITÓRIO HIERARQUIZA os seus valores chega a ser, às vezes, até mais importante do que os próprios valores em si. O que caracteriza um auditório não são os valores que ele admite, mas como ele os hierarquiza.
• As hierarquias de valores variam de pessoa para pessoa, em função da cultura, das ideologias e da própria história pessoal.
• Escrever uma tese implica em entender a hierarquia a ser desenvolvida em cada capítulo. Devemos saber privilegiar os valores mobilizados em função do auditório de forma participativo da proposto que se coloca. 
Para hierarquizar os valores do nosso auditório, podemos utilizar lugares da argumentação. São premissas de ordem geral utilizadas para reforçar a adesão a determinados valores.
 
1. LUGAR DE QUANTIDADE
2.  LUGAR DE QUALIDADE
3.  LUGAR DE ORDEM
4.  LUGAR DE ESSÊNCIA
5.  LUGAR DE PESSOA
6.  LUGAR DO EXISTENTE
 
1. LUGAR DE QUANTIDADE
Uma coisa vale mais que outra em função de razões quantitativas. Um bem que serve a um número muito grande de pessoas tem mais valor do que um bem que serve apenas a um pequeno grupo. Um bem mais durável é superior a um bem menos durável e assim por diante.
 • É no LUGAR DE QUANTIDADE que encontramos alguns dos fundamentos da democracia: ganha uma eleição aquele que tiver maior quantidade de votos; uma lei, para ser
 Afirma a superioridade do anterior sobre o posterior, das causas sobre os efeitos, dos princípios sobre as finalidades etc. Uma conhecida marca de cerveja no Brasil utilizava em suas peças publicitárias o slogan: a primeira cerveja brasileira em lata. Com tantas marcas de cerveja no mercado, de igual qualidade, o lugar de ordem aparece como um elemento hierarquizador.
 • Foi feita também certa vez a propaganda de uma peça íntima feminina: O primeiro sutiã a gente nunca esquece!
• As grandes invenções da humanidade também são valorizadas pelo lugar de ordem.
 
1. LUGAR DE QUALIDADE
Valoriza o único, o raro. O exemplo clássico do lugar de qualidade é o de um animal de estimação. Um cão é, de um ponto de vista geral, apenas mais um exemplar da sua espécie, mas, para a criança a quem pertence, é um exemplar único.
 
• Tudo aquilo que é ameaçado ganha valor iminente. Podem ser as baleias, o urso panda ou o mico-leão-dourado.
• Por que é que um original de Picasso alcança milhares de dólares em um leilão, se podemos ter uma cópia idêntica em casa, por três dólares? Pelo lugar de qualidade. Aquele quadro é o único que foi pintado diretamente por Picasso.
  
 
1. LUGAR DE ORDEM
• Afirma a superioridade do anterior sobre o posterior, das causas sobre os efeitos, dos princípios sobre as finalidades etc. Uma conhecida marca de cerveja no Brasil utilizava em suas peças publicitárias o slogan: a primeira cerveja brasileira em lata. Com tantas marcas de cerveja no mercado, de igual qualidade, o lugar de ordem aparece como um elemento hierarquizador.
• Foi feita também certa vez a propaganda de uma peça íntima feminina: O primeiro sutiã a gente nunca esquece!
• As grandes invenções da humanidade também são valorizadas pelo lugar de ordem.
1. LUGAR DA ESSÊNCIA
 Valoriza indivíduos como representantes bem caracterizados de uma essência.. Os galãs e as ”estrelas” de cinema são valorizados pelo LUGAR DA ESSÊNCIA. Eles são os representantes da essência daquilo que seria um homem capaz de conquistar todas as mulheres e daquilo que seria uma mulher capaz de conquistar todos os homens.
• Os objetos de marcas famosas são verdadeiros ícones da sociedade de consumo.
• Quando alguém pensa em um bom automóvel, o lugar de essência traz à sua mente marcas como Mercedez, BMW, Ferrari, Jaguar.
•  Quando alguém pensa em um bom relógio, o lugar de essência sugere marcas como Rolex. 
1. LUGAR DA PESSOA
 Afirma a superioridade daquilo que está ligado às pessoas. Primeiro as pessoas, depois as coisas! é o slogan que materializa esse lugar. O LUGAR DA PESSOA exerce importante função no percurso argumentativo. Quando um candidato a governador diz, por exemplo, que, se for eleito, construirá trinta escolas, seu opositor dirá, utilizando o lugar de pessoa, que não construirá escolas. Procurará, isto sim, dar condições mais humanas ao trabalho do professor, melhores salários, programas de reciclagem etc. Dará preferência ao homem, não aos tijolos.
 
1. LUGAR DO EXISTENTE
 
O LUGAR DO EXISTENTE dá preferência àquilo que já existe, em detrimento daquilo que não existe. Quando o namorado de uma garota diz que no ano seguinte arrumará um novo emprego e que, então, terá condições de financiar um excelente apartamento para poderem se casar, a garota diz, utilizando o LUGAR DO EXISTENTE: - “Não me interessa o que você terá condições de fazer se conseguir um novo emprego! - Quero saber que tipo de apartamento você é capaz de alugar agora, com o que você tem, para podermos nos casar em seis meses”. O emprego que já existe é hierarquizado acima do emprego que ainda não existe.
Argumentar é, em primeiro lugar, vencer junto com o outro, caminhando ao seu lado, utilizando, com ética, as técnicas argumentativas, para remover os obstáculos que impedem o consenso.
• Argumentar é também saber persuadir, preocupar-se em ver o outro por inteiro, ouvi-lo, entender suas necessidades, sensibilizar-se com seus sonhos e emoções.
• No caso da tese o uso variado de lugares de argumentação demonstra que você conseguiu justificar a sua pesquisa a partir de diferentes perspecticas (lugares).
Somos nós que temos de nos adaptar às condições intelectuais e sociais daqueles que nos ouvem, e não o contrário. Temos de ter um especial cuidado para não usar termos de informática para quem não é da área de informática, ou de engenharia, para quem não é da área de engenharia... e assim por diante.
 • Devemos argumentar com o outro, de forma honesta e transparente. Caso contrário, argumentação fica sendo sinônimo de manipulação. Logo, é preciso escolher com consciência as fontes, ou o argumento ético, para que sua pesquisa tenha credibilidade.
• Escrevemos a tese para um público que entende que o texto acadêmico é uma fonte ética de consulta, pois se sustenta em argumentos lógicos e patéticos.
Hierarquia de valores
• Num processo persuasivo, a maneira como o auditório hierarquiza os seus valores chega a ser, às vezes, até mais importante do que os próprios valores em si. O que caracteriza um auditório não são os valores que ele admite, mas como ele os hierarquiza.
• As hierarquias de valores variam de pessoa para pessoa, em função da cultura, das ideologias e da própria história pessoal.
• Escrever uma tese implica em entender a hierarquia a ser desenvolvida em cada capítulo. Que valores você quer privilegiar em cada capítulo, para manter o auditório participando da sua proposta de leitura.
Exercício 1
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – Num processo persuasivo, a maneira como o AUDITÓRIO HIERARQUIZA os seus valores chega a ser, às vezes, até mais importante do que os próprios valores em si.
PORQUE
II – O que caracteriza um auditório não são os valores que ele admite, mas como ele os hierarquiza.
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsae a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertiva são falsas.
D) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
E) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 2
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As hierarquias de valores variam de pessoa para pessoa, em função da cultura, das ideologias e da própria história pessoal.
PORQUE
II – Escrever uma tese implica entender a hierarquia a ser desenvolvida em cada capítulo. Devemos saber privilegiar os valores mobilizados em função do auditório de forma a tê-lo participativo da proposta que se coloca.
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertiva são falsas.
D) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. 
E) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Comentários:
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Exercício 3
“É no _______________ que encontramos alguns dos fundamentos da democracia: ganha uma eleição aquele que tiver maior quantidade de votos”.
Assinale a alternativa que indica a locução que corretamente preenche a lacuna do texto.
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade.
C) lugar de ordem.
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.
Comentários:
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Exercício 4
“Um cão é, de um ponto de vista geral, apenas mais um exemplar da sua espécie, mas, para a criança a quem pertence, é um exemplar único”.
O texto acima refere-se ao:
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem.
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.
Comentários:
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Exercício 5
“Por que é que um original de Picasso alcança milhares de dólares em um leilão, se podemos ter uma cópia idêntica em casa, por três dólares? Pelo _____________. Aquele quadro é o único que foi pintado diretamente por Picasso”.
Assinale a alternativa que indica a locução que corretamente preenche a lacuna do texto.
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem.
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.
Comentários:
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Exercício 6
“Afirma a superioridade do anterior sobre o posterior, das causas sobre os efeitos, dos princípios sobre as finalidades etc.”.
O texto acima refere-se ao:
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem. 
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa.
Comentários:
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Exercício 7
“Os objetos de marcas famosas são verdadeiros ícones da sociedade de consumo. Quando alguém pensa em um bom automóvel, o lugar de essência traz à sua mente marcas como Mercedez, BMW, Ferrari, Jaguar. Quando alguém pensa em um bom relógio, o lugar de essência sugere marcas como Rolex”.
O texto acima refere-se ao:
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem. 
D) lugar de essência. 
E) lugar de pessoa.
Comentários:
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Exercício 8
“O _______________ exerce importante função no percurso argumentativo. Quando um candidato a governador diz, por exemplo, que, se for eleito, construirá trinta escolas, seu opositor dirá, utilizando o lugar de pessoa, que não construirá escolas. Procurará, isto sim, dar condições mais humanas ao trabalho do professor, melhores salários, programas de reciclagem etc. Dará preferência ao homem, não aos tijolos.”.
Assinale a alternativa que indica a locução que corretamente preenche a lacuna do texto.
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem.
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa. 
Comentários: ____________________________________________
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Exercício 9
“O ________________dá preferência àquilo que já existe, em detrimento daquilo que não existe. Quando um jovem diz prestará o vestibular novamente, para conquistar um lugar em uma universidade federal e orgulhar seu pai. O pai lhe responde, valendo-se do ________________
“Não me importa se você está em uma universidade federal ou particular. O que me importa é que você já está na universidade, que você, meu filho. O que me orgulha mesmo meu filho é que você é o primeiro na nossa família que ingressa em uma universidade. Tanto faz federal ou particular.”
Assinale a alternativa que indica a locução que corretamente preenche a lacuna do texto.
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar do existente. 
D) lugar de essência.
E) lugar de pessoa. 
Comentários:
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Exercício 10
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha apenas as assertivas que são corretas.
I – Somos nós que temos de nos adaptar às condições intelectuais e sociais daqueles que nos ouvem, e não o contrário.
II – São aqueles que nos ouvem que têm de se adaptar as nossas condições intelectuais.
III – Ao proferir um discurso, devemos nos atentar ao repertório do público que nos ouve.
A) I e II.
B) I e III. 
C) II e III.
D) apenas a I. 
E) apenas a III.
Comentários:
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Exercício 11
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – Devemos argumentar com o outro, de forma honesta e transparente.
PORQUE
II – Caso contrário, argumentação fica sendo sinônimo de manipulação. Logo, é preciso escolher com consciência as fontes, ou o argumento ético, para que sua pesquisa tenha credibilidade.
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C) a primeira e a segunda assertiva são falsas.
D) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. 
 E) a primeira e a segunda assertiva são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
Comentários:
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Exercício 12
“Uma conhecida marca de cerveja no Brasil utilizava em suas peças publicitárias o slogan: a primeira cerveja brasileira em lata”.
O texto acima refere-se ao:
A) lugar de quantidade. 
B) lugar de qualidade. 
C) lugar de ordem. 
D) lugar de essência.
 E) lugar de pessoa.
 Comentários:
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CONTEUDO 6- MODULO 5
HIERARQUIA DE VALORES
Muito se fala nos novos valores da sociedade atual, da juventude e do mundo globalizado. Como compreender essa criação, essa invenção a partir do nada, de novos valores para guiar a humanidade? Um aprofundamento da questão mostra que, talvez, ela esteja deslocada.
Ao que parece, o que se está percebendo, não são propriamente valores novos, inéditos, mas uma mudança no modo de hierarquizá-los. Valores muito prezados no passado, hoje, não são nem tanto considerados e vice-versa.
Entende-se por valor aquilo que de algum modo possa satisfazer a uma necessidade, a um anseio humano e por bem de valor, os entes materiais que

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